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AV1 Tributario

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Direito Financeiro e Tributário I
AV1
Aluno: Felipe Mascarenhas Pereira Santos
Matricula: 201601185529
O Decreto nº. 171/2019 do Prefeito Caio Rangel possui as seguintes inconstitucionalidades listadas e fundamentadas a abaixo:
1. Instituição de Taxa de iluminação pública:
O parâmetro acima do decreto é inconstitucional pois o Supremo Tribunal Federal já possui decisão diante da Sumula vinculante número 41. Vejamos.
Súmula Vinculante 41
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Inclusive existem jurisprudências que corrobora com este entendimento.
ILUMINAÇÃO PÚBLICA. CUSTEIO DE MELHORAMENTO E EXPANSÃO DA REDE. ARTIGO 149-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AFASTAMENTO NA ORIGEM. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia relativa à constitucionalidade da cobrança, por Municípios e Distrito Federal, de contribuição de iluminação pública VISANDO SATISFAZER DESPESAS COM MELHORAMENTO E EXPANSÃO DA REDE.
(STF - RG RE: 666404 SP - SÃO PAULO, Relator: min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 28/11/13, Data de Publicação: DJe-032 17/2/14).
Eis o que dizem os doutrinadores sobre o tema.
Tais utilizações são absolutamente vedadas, pois o legislador constituinte, ao se referir ao custeio de um serviço, usou a palavra “custeio” no corriqueiro sentido que a legislação financeira tem dado ao vocábulo, qual seja, o sentido de manter, financiar um serviço já existente.
(Dias. Igor Bastos de Almeida, Das ilegalidades cometidas pelos entes municipais na instituição/cobrança da contribuição para custeio do serviço de iluminação pública.)
Significa que o imposto é um tributo não vinculado a uma “atividade do Estado especificamente dirigida ao contribuinte”. Destarte, para que o Estado possa cobrar imposto de uma pessoa, não é necessário que preste à mesma alguma atividade determinada. Entre as finalidades dos impostos está o custeio de serviços gerais (uti universi), que, por sua natureza, não são mensuráveis, específicos e divisíveis. São serviços cuja beneficiária é a coletividade, e não uma pessoa ou grupo de pessoas determináveis.
(AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 14. ed. rev., São Paulo, Saraiva, 2008, p. 30.)
2. Instituição de Taxa de limpeza dos logradouros urbanos.
Este parâmetro adotado pelo decreto, não é inconstitucional uma vez que não ofende a súmula vinculante 19 do STF.
Súmula Vinculante 19
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Vale citar jurisprudência que entendeu pela constitucionalidade utilizando como fundamento a referida sumula:
RECURSO INOMINADO. DIREITO TRIBUTÁRIO. TAXA ÚNICA DE SERVIÇOS URBANOS, QUE ENGLOBA TAXA DE COLETA DE LIXO, LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS E CONSERVAÇÃO DE RUA. RECURSO INOMINADO. DIREITO TRIBUTÁRIO. TAXA ÚNICA DE SERVIÇOS URBANOS, QUE ENGLOBA TAXA DE COLETA DE LIXO, LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS E CONSERVAÇÃO DE RUA. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO INOMINADO. DIREITO TRIBUTÁRIO. TAXA ÚNICA DE SERVIÇOS URBANOS, QUE ENGLOBA TAXA DE COLETA DE LIXO, LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS E CONSERVAÇÃO DE RUA. RECURSO INOMINADO. DIREITO TRIBUTÁRIO. TAXA ÚNICA DE SERVIÇOS URBANOS, QUE ENGLOBA TAXA DE COLETA DE LIXO, LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS E CONSERVAÇÃO DE RUA. INCONSTITUCIONALIDADE. Trata-se de ação declaratória de inexigibilidade de débito, cumulada com pedido de repetição de indébito, na qual se insurge a parte autora contra a cobrança da taxa de serviços urbanos, que compreendem a taxa de coleta de lixo e as taxas de limpeza e conservação de ruas, instituída pela Lei Complementar Municipal nº 106/2006, jugada procedente na origem. Com efeito, dispõe a Súmula Vinculante n. 19 do STF que a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da CF e, portando, constitucional. No Município de Bento Gonçalves, por força da Lei Municipal n. 106/2006, a cobrança da taxa de Serviços Urbanos engloba, em um único valor, os serviços de Coleta de Lixo, de Conservação e Limpeza Pública e, por tal razão, que é inconstitucional, por afronta ao disposto na Súmula Vinculante. Destarte, o que a torna inconstitucional, no caso, é a vinculação dela com as outras taxas, porquanto a própria Súmula citada prevê que a taxa de coleta de lixo é cobrada exclusivamente... em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo. Desta forma, é ilegal a cobrança da taxa de Serviços Urbanos, como já dito, cumulada com coleta de lixo, conservação de calçamento e limpeza pública, pois não há como dividir a cobrança, sendo apenas uma taxa, com uma única base de cálculo, não sendo possível individualizar os serviços e as benfeitorias. Sentença mantida. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO (Recurso Cível Nº 71006983837, Turma Recursal da Fazenda Pública, Turmas Recursais, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em 20/07/2017).
(TJ-RS - Recurso Cível: 71006983837 RS, Relator: Niwton Carpes da Silva, Data de Julgamento: 20/07/2017, Turma Recursal da Fazenda Pública, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 01/08/2017)
Os doutrinadores inclusive concordam com o defendido:
“Taxas são tributos que se caracterizam por apresentarem, na hipótese da norma, a descrição de um fato revelador de uma atividade estatal, direta e especificadamente dirigida ao contribuinte. Nisso diferem dos impostos, e a análise de suas bases de cálculo deverá exibir, forçosamente, a medida da intensidade da participação do Estado”.
(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 38/39.)
Tal questão é fácil de ser constatada, vez que tais serviços são exclusivamente específicos e divisíveis, conforme afirma Eduardo Sabbag, “pois tendente a beneficiar unidades mobiliárias autônomas, de propriedade de diferentes lindeiros das vias públicas servidas, além de serem suscetíveis de utilização, de modo separado, por parte de cada usuário”
(SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 417.)
3. Instituição de Contribuição de melhoria para resolver o problema de alagamento.
Este parâmetro tem como fundamento o Art. 145, III da Constituição:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Ocorre que a Carta Magna não levantou nenhuma proibição a respeito do valor arrecadado dos particulares se limitar ao custo da obra pública, A despeito dessa redação, existe abalizado doutrinador, por exemplo, Roque Carrazza, contrário a esta arrecadação limitada ao valor da obra imposta pelo CTN, posto que essa regra infra constitucional divergente não foi recebida pela CF de 1988, vejamos:
Observamos, por outro lado, que, com a nova Constituição, caiu o limite global de arrecadação da contribuição de melhoria. No regime constitucional anterior, o total arrecadado, a título de contribuição de melhoria, não podia superar o custo total da obra pública que desencadeara a valorização dos imóveis vizinhos.
Com isso, verifica-se que as contribuições de melhoria, assim como as taxas, também são tributos vinculados, ou seja, necessitam de uma contraprestação estatal – obra pública que gere valorização ao imóvel – que o beneficie para ser obrigado a contribuir com os cofres públicos.
Não obstante isso, a contribuição de melhoria se diferencia da taxa, conforme aponta a Apostila da AVM Faculdade Integrada, quanto à exigência constitucional de vinculação do produto arrecadadocom a atividade exercida pelo Estado e assinala as palavras do professor Márcio Marques, vejamos:
Mas como ambas as espécies têm a materialidade do antecedente normativo vinculada a uma atividade do Estado referida ao contribuinte (seja direta ou indiretamente), também adotamos a exigência de previsão normativa de destinação específica para o produto de sua arrecadação como critério para a identificação desses tributos, para verificação dos regimes jurídicos aplicáveis.
Eis o que diz a jurisprudência sobre a inconstitucionalidade:
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. LEI ESPECÍFICA PARA CADA OBRA. EXIGIBILIDADE. ART. 82, I, DO CTN. 1. O art. 82, I, do CTN exige lei específica, para cada obra, autorizando a instituição de contribuição de melhoria. Se a publicação dos elementos previstos no inciso I do art. 82 do CTN deve ser prévia à lei que institui a contribuição de melhoria, só pode se tratar de lei específica, dada a natureza concreta dos dados exigidos. 2. Acórdão recorrido consone a jurisprudência firmada em ambas as Turmas integrantes da Primeira Seção do STJ. 3. Recurso Especial não provido.
(STJ - REsp: 1676246 SC 2017/0117154-3, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 05/09/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/09/2017)
4. Instituição do Empréstimo compulsório.
Tal parâmetro não pode ser adotado pois, apesar de possuir previsão legal nos artigos 15 do CTN e 148 da CRFB, não existe lei complementar que regularize tal instituto.
CF Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
CTN Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
Como pode-se observar o disposto no parágrafo único do art. 15, a lei que deveria fixar os parâmetros de aplicação nunca foi criada, impossibilitando a utilização deste instituto.
Como se observa, o empréstimo compulsório não decorre da prática de um ato pelo contribuinte ou de uma atividade do Estado. Sua hipótese de incidência estará fundamentada em uma necessidade do Estado, para financiamento do aparato público (função tradicional do tributo). Dessa forma, o empréstimo compulsório é um ingresso temporário de recursos nos cofres públicos, porque o Estado tem a obrigação de restituir a importância que lhe foi emprestada.
(AMARO, Luciano. Direito Tributário brasileiro. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.)
Várias correntes surgiram, mas significativamente somente duas permaneceram como importantes. Importante corrente sustentou a inexistência de relação contratual nesse empréstimo, porquanto o aspecto coativo desnaturava o contrato, consubstanciado na autonomia da vontade. Afinal o que prevalecia era a imposição tributária do Estado (...). Outra corrente admitia o empréstimo compulsório como um empréstimo público. Assim entendiam: Griziotti, Princípios de Política, Derecho y Ciencia de La Hacienda, p. 400; San Tiago Dantas, Problemas de Direito Positivo, p. 13. Refutavam a idéia do empréstimo como tributo, porque a restituição e a capitalização de juros desnaturavam o caráter tributário. (ROSAS, 2003, p. 182).
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. EMPRESTIMO COMPULSORIO EM FAVOR DAS CENTRAIS ELETRICAS BRASILEIRAS S/A - ELETROBRAS. LEI N. 4.156/62. INCOMPATIBILIDADE DO TRIBUTO COM O SISTEMA CONSTITUCIONAL INTRODUZIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. INEXISTÊNCIA. ART. 34, PAR. 12, ADCT-CF/88. RECEPÇÃO E MANUTENÇÃO DO IMPOSTO COMPULSORIO SOBRE ENERGIA ELETRICA. INTEGRANDO O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL, O EMPRESTIMO COMPULSORIO DISCIPLINADO NO ART. 148 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL ENTROU EM VIGOR, DESDE LOGO, COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 (...) (RE 146615, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 06/04/1995, DJ 30-06-1995 PP-20417 EMENT VOL-01793-04 PP-00705).
5. Revogação das imunidades tributárias de todos os templos religiosos.
O parâmetro acima trata-se de uma espécie de imunidade subjetiva em vista do reconhecimento da própria Constituição Federal de 1988 a determinados entes personificados de direito privado a qualidade de imunes a alguns tributos. Se expressa como Princípio inerente à ideia de liberdade.
Sendo assim, é mister a tutela constitucional aos locais onde celebram-se os cultos religiosos, que desdobra-se da própria liberdade de crença e de culto e da colaboração dessas organizações religiosas para que haja uma substancial diminuição de problemas que enfrentam a sociedade, mormente as classes menos abastardas.
Tal medida é inconstitucional pois vai diretamente contra o Art. 150, VI, alínea b:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
b) templos de qualquer culto;
Traz o entendimento do Ilustre Jurista Ives Gandra da Silva Martins, in verbis: 
“A imunidade, portanto, descortina fenômeno de natureza constitucional que retira do poder tributante o poder de tributar sendo, pois, instrumento de política nacional que transcende os limites fenomênicos da tributação ordinária. Nas demais hipóteses desonerativas, sua formulação decorre de mera política tributária de poder público, utilizando-se de mecanismo ofertados pelo Direito. Na imunidade, portanto, há um interesse nacional superior a retirar, do campo de tributação, pessoas, situações, fatos considerados de relevo, enquanto nas demais formas desonerativas há apenas a veiculação de uma política transitória, de índole tributária definida pelo próprio Poder Público, em sua esfera de atuação” (1998, p. 32).
Continuamos com os ensinamentos do Doutrinador Ricardo Silva para quem:
“a imunidade tributária é hoje o corolário da evolução histórica de um privilégio, oriundo do Estado Feudal, que, em decorrência das espantosas lutas sociais travadas especialmente nos séculos XVIII e XIX, transformou-se numa garantia constitucional, destinada a preservar e a incentivar a atividade de relevante interesse coletivo de certas pessoas descriminadas no Texto Constitucional.” (2006, p.14/15)
Inclusive existe entendimento jurisprudencial sobre o tema:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE TEMPLOS RELIGIOSOS. IPTU. IMÓVEL VAGO. DESONERAÇÃO RECONHECIDA. O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que não cabe à entidade religiosa demonstrar que utiliza o bem de acordo com suas finalidades institucionais. Ao contrário, compete à Administração tributária demonstrar a eventual tredestinação do bem gravado pela imunidade. Nos termos da jurisprudência da Corte, a imunidade tributária em questão alcança não somente imóveis alugados, mas também imóveis vagos. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STF - ARE: 800395 ES, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 28/10/2014, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-224 DIVULG 13-11-2014 PUBLIC 14-11-2014)
6. Revogação das isenções tributárias concedidas aos portadores de necessidades especiais referentes ao IPVA.
A Lei 8.989/95 detalha os requisitos para obter a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados na compra de veículo por pessoas com necessidades especiais.
Referente à isenção de IPVA em ralação a portadores de necessidades especiais, cada Estado tem a sua própria legislação sobre o imposto.
Como tal benefício não possui previsão constitucional somente será inconstitucional se desrespeitar os princípios constitucionais.
Segundo CLÁUDIO JOSÉ AMARAL BAHIA E LÍVIA PELLI PALUMBO (2013, p.3 apud PORTO, 2009, p. 54). 
Nesse sentido, a dignidade do ser humano deve ser perseguida peloEstado e ser por ele respeitada, na medida em que o homem deve ser concebido como fim em si mesmo e não como meio, valendo-se da máxima kantiana. No que concerne ao objeto desta investigação, a dignidade da pessoa humana impõe ao Estado o respeito ao ser humano enquanto sujeito dotado de razão, determinando que as relações havidas entre Estado e indivíduo sejam inteligíveis e racionalmente justificáveis.
De acordo com MACHADO, Hugo de Brito (2006, p. 57). 
Sendo a lei a manifestação legítima da vontade do povo, por seus representantes nos parlamentos, entende-se que ser instituído por lei significa ser o tributo consentido. O povo consente que o Estado invada seu patrimônio para dele retirar os meios indispensáveis à satisfação das necessidades coletivas. Mas não é só isto. Mesmo não sendo a lei, em certos casos, uma expressão desse consentimento popular, presta-se o princípio da legalidade para garantir a segurança nas relações do particular (contribuinte) com o Estado(fisco), as quais devem ser inteiramente disciplinadas, em lei que obriga tanto o sujeito passivo como o sujeito ativo da relação obrigacional tributária.
Eis o que diz a jurisprudência sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ISENÇÃO DE IPVA DE VEÍCULO AUTOMOTOR À PORTADOR DE DEFICIÊNCIA. POSSIBILIDADE, SOB PENA DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. LEI 13.707/2006. RECURSO DESPROVIDO. "Concedida a isenção do ICMS na compra de veículos por portadores de deficiência mental, ainda que sejam eles conduzidos por seus representantes legais (Lei n. 17.303/06), não se há permitir que a isenção do IPVA se restrinja tão-somente àqueles automóveis dirigidos exclusivamente pelo deficiente (Lei n. 7.543/88), porquanto estar-se-ia conferindo um tratamento desigual a pessoas em situações essencialmente idênticas, em flagrante afronta aos princípios constitucionais da igualdade e dignidade humana" (Mandado de Segurança n. , da Capital. Rel. Desa. Substituta Sônia Maria Schmitz. Grupo de Câmaras de Direito Público, j. em 22/09/2008).
(TJ-SC - AC: 668658 SC 2009.066865-8, Relator: Ricardo Roesler, Data de Julgamento: 29/01/2010, Segunda Câmara de Direito Público, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Tubarão)
7. Instituição de um novo ICMS para empresas prestadoras de serviços.
Tal parâmetro é inconstitucional pois municípios não possuem competência pra criar ICMS, sendo esta competência exclusiva dos estados. Como leciona Wellington Pedro:
Aos estados e ao Distrito Federal cabe regulamentar impostos sobre a transmissão por herança ou doação de bens ou direitos; as operações de circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; e a propriedade de veículos automotores. A Constituição permite ao Senado estipular alíquotas para impostos estaduais, como o ICMS, a fim de regular a guerra fiscal.
Geraldo Ataliba (1978, p. 121), entretanto, ainda nos idos da década de 1970, questionava se existia, em verdade, competência estadual para a regulamentação do ultrapassado ICM, vigente à época, vez que a Lex Legum de 1967 e a EC n. 1/69 mitigavam sobremaneira o poder das Assembleias Legislativas. In verbis:
A Constituição não cria tributos – ensina Amílcar Falcão – mas limita-se a dar às pessoas tributantes a competência para criá-los.
E o faz, no caso brasileiro, atribuindo-lhes faixas de competência, identificáveis pela menção a alguns aspectos da hipótese de incidência dos tributos outorgados.
No caso dos tributos vinculados, o Texto Magno esgota o enunciado genérico da hipótese de incidência (ns. I e II, do art. 18), de modo a jungir o legislador ordinário estritamente.
Quanto aos impostos, ora menciona conceitos relativamente amplos (exemplo: renda e proventos de qualquer natureza), ora define o pressuposto (ou aspectos materiais) da hipótese de incidência, circunscrevendo a liberdade legislativa ordinária (exemplo: importação de produtos estrangeiros).
É o caso do ICM.
Ao prever a competência estadual para criação desse tributo, o constituinte foi tão minucioso que não relegou maior espaço à discrição das Assembleias Legislativas.
Diz a jurisprudência a respeito:
PROCESSUAL PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. SONEGAÇÃO FISCAL. ICMS. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL PARA INSTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE OFENSA A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO. I - O tributo supostamente suprimido com a falsificação das notas fiscais foi o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços - ICMS, cuja competência para instituição e exigência, nos termos do art. 155, inciso II, da Constituição Federal, é dos Estados e do Distrito Federal. II - Não há, portanto, ofensa a bens, serviços ou interesses da União a atrair a competência da Justiça Federal para apuração do feito. (Precedentes). Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Praia Grande/SP, ora suscitado.
(STJ - CC: 136298 SP 2014/0251494-8, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 08/04/2015, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 20/04/2015)
8. Instituição de Contribuição Social Residual dos Trabalhadores de Mundo Verde.
O parâmetro acima diz respeito a contribuição social com previsão do Art. 149 e seguintes da CF. Especificamente, o art. 150, I, da Constituição, proíbe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios "exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". Trata-se do princípio da legalidade tributária, em virtude do qual somente por meio de lei pode ser criado ou majorado tributo. No Brasil, desde a Constituição de 1891, não se pode cobrar do contribuinte um tributo que não tenha sido instituído ou sua alíquota aumentada por lei.
O art. 149 da constituição deixa bem claro que apenas a União. É de competência exclusiva da União a instituição de contribuições sociais. No entanto, seu parágrafo único permite que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam contribuição, a ser cobrada exclusivamente de seus servidores, para custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.
Isso posto é importante destacar que a constituição em seu art. 195 § 4 permite a instituição pela união de novas contribuições sociais não previstas na CF.
Art. 195 § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Como colaciona entendimento jurisprudencial do STF: 
"Contribuição social. Constitucionalidade do artigo 1º, I, da Lei Complementar nº 84/96. - O Plenário desta Corte, ao julgar o RE 228.321, deu, por maioria de votos, pela constitucionalidade da contribuição social, a cargo das empresas e pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, incidente sobre a remuneração ou retribuição pagas ou creditadas aos segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais pessoas físicas, objeto do artigo 1º, I, da Lei Complementar nº 84/96, por entender que não se aplica às contribuições sociais novas a segunda parte do inciso I do artigo 154 da Carta Magna, ou seja, que elas não devam ter fato gerador ou base de cálculos próprios dos impostos discriminados na Constituição. - Nessa decisão está ínsita a inexistência de violação, pela contribuição social em causa, da exigência da não-cumulatividade, porquanto essa exigência - e é este, aliás, o sentido constitucional da cumulatividade tributária - só pode dizer respeito à técnica de tributação que afasta a cumulatividade em impostos como o ICMS e o IPI - e cumulatividade que, evidentemente, não ocorre em contribuição dessa natureza cujo ciclo de incidência é monofásico -, uma vez que a não-cumulatividade no sentido de sobreposição de incidências tributárias já está prevista, em caráter exaustivo, na parte final do mesmo dispositivo da Carta Magna, que proíbe nova incidência sobre fato gerador ou base de cálculo própriosdos impostos discriminados nesta Constituição. - Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário não conhecido" (RE 258470/RS, 1ª Turma, rel. Min. Moreira Alves, j. 21.03.2000, DJ 12.05.2000, p. 32).
Diz Oscar Valente Cardoso que: “a instituição de uma nova contribuição social para fins de custeio de um novo benefício previdenciário deverá ser feita por lei complementar, e essa contribuição não poderá ter o mesmo fato gerador e a mesma base de cálculo de uma contribuição já existente”.
Tal posicionamento resta abordado, também, por Leandro Paulsen em sua obra. Vejamos:
“Quando da análise de qualquer nova contribuição para o custeio da seguridade social ou mesmo da ampliação da hipótese de incidência ou da base de cálculo de contribuição já existente, tem-se de analisar, em primeiro lugar, se a inovação se situa entre as bases econômicas já previstas no art. 195, I a IV, da Constituição, ou seja, se é possível considera-la como uma contribuição ordinária ou nominada, passível de instituição mediante lei ordinária. Em não havendo possibilidade de recondução aos incisos I a IV, estaremos em face de uma nova contribuição de custeio da seguridade social, cuja instituição depende, necessariamente, de lei complementar.”
(Paulsen, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à Luz da doutrina e da jurisprudência. 15ª Edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013. p. 578.)
9. Instituição de Taxa de Poder de Polícia para equipar a Guarda Municipal no combate ao tráfico de drogas.
Nos termos do art. 77 do Código Tributário Nacional, as taxas ora tratadas têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia. E o parágrafo único do art. 78 do mesmo Código esclarece que é considerado regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Não se trata, assim, de pura vontade política, ou apenas pelo desejo de angariar receita através da taxa: o exercício do poder de polícia é atividade obrigatória, é um dever da Administração Pública. Como diz Bernardo Ribeiro de Moraes, 
“Impelido pela necessidade de resguardar o interesse coletivo, o Estado exerce uma atividade de fiscalização ou de controle, à qual se submete toda pessoa a ela ligada”. 
A taxa pode ser instituída somente se houver o exercício regular de poder de polícia, ou seja, a existência de uma atividade efetiva. Diante disso tal medida é constitucional no presente caso. Vejamos jurisprudências que corroboram com o alegado:
Taxa de Localização e Funcionamento de estabelecimentos comerciais e outros. Constitucionalidade. São constitucionais taxas que abarquem a localização e autorização anual para funcionamento e permanência de estabelecimentos comerciais e similares, desde que haja órgão administrativo que exercite essa faceta do poder de polícia do Município, e que a base de cálculo não seja vedada” (grifo nosso) (RE 115.669, Rel. Min. Moreira Alves – DJ 17/6/88).
Desta maneira, pontua Medeiros (2009, grifo do autor):
A Guarda Municipal (como igualmente a chamada “Força Nacional de Segurança” – Dec. nº 5.289, de 20/11/2004) não faz parte da segurança pública propriamente dita, tanto que não é listada no aludido caput do dispositivo constitucional, mas sim referida em um parágrafo (o 8º), cujo respectivo texto é explícito e conclusivo ao limitar a ação da mesma à proteção dos bens dos municípios e de seus serviços e instalações, e, ainda assim, desde que o seja “conforme dispuser a lei”.
10. Instituição do Imposto Extraordinário de Guerra com o objetivo de obter mais recursos financeiros para luta contra o tráfico de drogas.
A medida acima referida, é inconstitucional pois município não possui competência pra instituir tal imposto, sendo esta exclusiva da união, vide Art. 76 do CTN.
Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.
Na lição de Hugo de Brito Machado (Curso de direito tributário, 31ª edição, pág. 368):
“As hipóteses desses impostos extraordinários podem ser livremente estabelecidas pelo legislador, que pode extrapolar a competência tributária da União, inclusive invadir a competência tributária dos Estados e dos Municípios.”
Paulo de Barros Carvalho aduz que:
“Satisfeito o pressuposto, o legislador federal poderá editar normas jurídicas que venham a instituir impostos, fora ou dentro de seu âmbito de competência, isto é, poderá servir-se daquelas exações que foram concedidas, inicialmente, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, o que caracterizaria hipótese de bitributação constitucionalmente autorizada, como também de sua própria competência, resultando na constitucionalidade de especificas situações de bis in idem”
(BARROS CARVALHO, Paulo. Curso de Direito Tributário, São Paulo, Saraiva, 2010. p. 281.)
A jurisprudência corrobora com o alegado:
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. DL 2.047, DE 20-07-1983. SÚMULA 418. A SÚMULA 418 PERDEU VALIDADE EM FACE DO ART. 21, PARÁGRAFO 2º, II, DA CF (REDAÇÃO DA EC 1/69). (...) Não há distinguir, quanto à natureza, o empréstimo compulsório excepcional do art. 18, § 3º, da CF, do empréstimo compulsório especial, do art. 21, § 2º, II, da mesma Constituição Federal. (...) (RE 111.954/PR, Pleno, rel. Min. Oscar Correa, j. em 1º-06-1988)
Em conclusão foram apresentados todos os motivos pelos quais o decreto nº. 171/2019 deve ser considerado inconstitucional, mesmo diante das situações narradas no caso concreto.

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