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Febre e Hipotermia Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144 · Temperatura Corporal · A interna permanece constante, varia cerca de 0,6ºC, enquanto que a externa é variável de acordo com o ambiente · Depende do local em que foi mensurada (axilar, oral, retal, timpânico, etc) · O habitual é a do oco axilar, por isso é necessário higiene do local para evitar umidade · Pegar no termômetro pelo lado oposto à parte sensível e ter certeza do contato com a pele; esperar 3min. · Axilar: 35,5 a 37ºC (média: 36 a 36,5ºC) · Bucal: 36 a 37,4ºC · Retal: 36 a 37,5ºC (+0,5ºC que a axilar) · Regulação da Temperatura · O calor gerado no corpo se alcança a superfície corporal pelos vasos sanguíneos, e a partir dela se dissipa por irradiação e condução · Pouco calor se difunde para a superfície devido ao efeito isolante da camada de tecido adiposo · O fluxo sanguíneo da pele equivale a 10-30% do DC · Evaporação: 600ml/dia (pele + pulmões) · Febre · Muitos pacientes podem avaliar com precisão as elevações de temperatura em seu organismo, já, em outros, pode passar despercebido · Em algumas infecções e doenças, a febre é benéfica: há uma melhora do quadro após piretoterapia, contudo, na maioria dos casos, a febre é mais um sinal de alerta do que um mecanismo de defesa · Não é um sinal nem sintoma, e sim uma síndrome, na qual, além da elevação da temperatura, há aparecimento de vários outros sinais e sintomas como astenia, inapetência, cefaleia, náuseas e vômitos, palpitações, calafrios, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia, delírio, confusão mental, sudorese e oligúria. · Cada grau aumentado acima de 37ºC aumenta +10 bpm. · Em crianças, a convulsão pode ser a primeira manifestação. · Doenças que causam febre · Aumento na produção de calor: hipertireoidismo · Dificuldade/bloqueio na perda de calor: ausência congênita de glds. sudoríparas (ictiose), desidratação grave, ICC · Lesão tecidual (prod. de pirógenos): doenças infecciosas e parasitárias, neoplasias, trombose venosa profunda, queimaduras, necrose, hemorragia, doenças hemolinfopoiéticas, doenças imunológicas · Estimulam hipotálamo: neoplasias e hemorragias do SNC · Ação de medicamentos · Origem psicogênica · Características Semiológicas da Febre: além disso, sempre avaliar sintomas associados · Início · Súbito, geralmente acompanhada de sinais e sintomas da síndrome febril, sensação de calafrios nos primeiros momentos · Gradual, em que o paciente pode nem perceber o seu início. Algum sintoma da síndrome febril (ex: cefaleia, sudorese) predomina · Intensidade: tomando como base a temperatura axilar · Hipotermia: abaixo de 36ºC · Normotermia: 36 a 37ºC · Leve/febrícula/subfebril: até 37,5ºC · Moderada: 37,6º a 38,5ºC · Alta: acima de 38,6ºC · Hiperpirexia: acima de 40,5ºC OBS: depende da capacidade de resposta do organismo. Pacientes em estado geral ruim, em choque ou idosos podem não ter febre ou apenas uma febrícula em resposta a processos infecciosos. · Duração: febre prolongada é aquela que permanece por mais de 1 semana, tenha caráter contínuo ou não. · Evolução: só pode ser analisada por meio de um quadro térmico, pelo qual se pode determinar o tipo da febre (geralmente, aferição de 1 a 2 vezes por dia) · Febre contínua: permanece sempre acima do normal (37ºC) com variações de até 1ºC e sem grandes oscilações. (ex: pneumonia, gripe, virose, infecções simples) · Febre remitente: temperatura acima de 37ºC e com variações de mais de 1ºC (ex: septicemia, pneumonia, tuberculose) · Febre intermitente: picos febris cíclicos, com períodos afebris. (ex: malária, infecções urinárias, linfomas, septicemias) · Cotidiana: 1 pico febril por dia e dicotidiana: 2 picos febris por dia · Terçã: 1 dia de febre intercalado com 1 dia sem febre · Quartã: 1 dia de febre intercalado com 2 dias sem febre · Febre recorrente/ondulante: período de febre intercalado por período afebril variável, de dias ou semanas (ex: linfomas, tumores) · Febre irregular/séptica: picos muito altos intercalados com temperaturas baixas/apirexia, não há ciclicidade, é imprevisível. (ex: septicemia, abscessos pulmonares, empiema vesicular, tuberculose, início de malária). · Término: · Crise: desaparecimento súbito; costuma ocorrer sudorese profunda e prostração (ex: acesso malárico) · Lise: desaparecimento gradual até os níveis normais. · Hipotermia: diminuição da temperatura corporal · Pode ser induzida artificialmente para algumas cirurgias · Congelamento acidental, choque, síncope, doenças consuntivas, hemorragias graves e súbitas, coma diabético e estágio terminal de muitas doenças · Envelhecimento: alterações no sistema de regulação da temperatura corporal, pode haver ausência de febre e maior predisposição a hipotermia/hipertermia OBS: infecções sem febre constituem sinal de mau prognóstico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 1308 p.
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