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TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR - Tutoria 2

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Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
“O ar chega ficou pesado” - TRANSTORNO DEPRESSIVO 
1.DEFINIR E CLASSIFICAR O TRANSTORNO DEPRESSIVO
2.COMPREENDER A EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO (importância dos fatores 
estressores), NEUROBIOLOGIA, QUADRO CLÍNICO, CRITÉRIO DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO 
(farmacológico e não farmacológico) E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO TRANSTORNO 
DEPRESSIVO
3.COMPREENDER A ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO DE SUICÍDIO E MANEJO DO PACIENTE
Classificação 
- Os subtipos depressivos são classificados de acordo com a sintomatologia 
(melancólica ou somática, psicótica, atípica), a polaridade (bipolar ou unipolar), o 
curso (recorrente, crônico), fatores desencadeantes (sazonal, puerperal) e 
gravidade (leve, moderada ou grave) 
- O CID-10 define a gravidade (atual) como:
- Depressão leve são poucos os sintomas presentes além daqueles necessários 
para fazer o diagnóstico, a intensidade dos sintomas causa sofrimento, mas é 
manejável, e os sintomas resultam em pouco prejuízo no funcionamento social 
ou profissional, podendo ser sem ou com sintomas somáticos. Cinco sintomas
- Depressão moderada afeta parcialmente o desempenho profissional ou 
doméstico, que pode ser sem ou com sintomas somáticos. Seis sintomas
- Depressão grave os sintomas estão substancialmente além do requerido para 
fazer o diagnóstico, sua intensidade causa grave sofrimento e não é manejável, 
e os sintomas interferem acentuadamente no funcionamento social e 
profissional, podendo ser sem ou com sintomas psicóticos. 7 a 9 sintomas
- O critério diagnóstico se aplica ao episódio atual, pois o mesmo deprimido pode 
apresentar diferentes subtipos depressivos ao longo da vida
- Tais características clínicas são importantes na escolha do melhor tratamento
ESPECIFICADORES DO TRANSTORNO DEPRESSIVO 
SOFRIMENTO ANSIOSO: 
- Presente na depressão maior e na bipolar. Associado a: maior risco de suicídio, 
maior duração da doença e pior resposta a tratamento
- Dois ou mais sintomas:
CARACTERÍSTICAS MISTAS:
- Sintomas maníacos superpostos à depressão maior
- Fator de risco importante no desencadeamento do TB tipo I ou II
- Planejamento terapêutico: antidepressivos podem causar ciclagem para hipomania 
ou agravar sintomas
- Possui pelo menos 3 sintomas + episódio depressivo
MELANCÓLICA: depressão grave, frequente em internados
- Pelo menos 3 sintomas + anedonia ou humor depressivo não reativo a estímulos 
prazerosos:
ATÍPICA: mais comum em deprimidos bipolares
- Ao contrário da melancólica, a depressão atípica classicamente responde a IMAOs 
e não a antidepressivos tricíclicos
- Pelo menos 2 sintomas + reatividade do humor a estímulos prazerosos
- Sentir-se nervoso ou tenso
- Sentir-se incomumente inquieto 
- Dificuldade de concentração por 
estar preocupado
- Medo de que algo terrível possa 
acontecer
- Sensação de que pode perder o 
controle de si mesma
1. Humor elevado, expansivo
2. Autoestima elevada ou grandiosa
3. Mais falante que o habitual ou 
pressão para continuar falando 
4. Fuga de ideias ou sensação 
subjetiva de que os pensamentos 
estão acelerados 
5. Aumento de energia ou de atividade 
dirigida a objetivos (socialmente, no 
trabalho ou na escola)
6. Envo lv imento aumentado ou 
excessivo em atividades de alto 
potencial de consequências ruins (p. 
ex . : compras desen f readas , 
indiscrições sexuais)
7. Redução da necessidade de sono 
(sentir-se repousando, apesar de 
dormir menos que o habitual)
1. Tristeza de qualidade distinta da 
normal, morosidade, sensação de 
vazio
2. Depressão pior de manhã
3. Despertar precoce (2 horas ou mais 
antes do habitual)
4. Retardo ou agitação psicomotora 
acentuadas
5. Acentuada diminuição de apetite, 
perda de peso 
6. Sentimentos de culpa excessivos ou 
inapropriados
1. Aumento de apetite e/ou ganho de 
peso
2. Hipersonia
3. Exaustão (sensação de peso nas 
pernas e braços)
4. Padrão duradouro de sensibilidade 
à rejeição interpessoal
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
PSICÓTICA: presença de delírios e/ou alucinações
- Congruentes com o humor — inadequação pessoal, culpa, doença, morte, niilismo, 
punição merecida
- Incogruentes com o humor — persecutórios, religiosos, em geral associados aos 
delírios/alucinações de conteúdos depressivos
- O tratamento deve ser incisivo com antidepressivos de amplo espectro de ação (p. 
ex.: antidepressivos tricíclicos, venlafaxina) em doses altas associados com 
antipsicóticos
- Está indicada eletroconvulsoterapia
COM CATATONIA: quadro psicótico
- Comportamentos ou movimentos estranhos, como imobilidade, atividade motora 
excessiva despropositada, rigidez ou adoção de posturas bizarras, imitação de 
gestos e palavras; quadro raro
NO PERIPARTO:
- 3-6% das mulheres apresentam DM da gestação até as primeiras 4 semanas pós-
parto, via de regra em primíparas; 50% delas desenvolveram a DM durante a 
gestação
- Quando a DM for psicótica, está associada ao TB tipo I e história familiar de TB. 
Nestes casos, 30-50% recidivam em novas gestações 
PADRÃO SAZONAL:
- DM recorrente em determinadas estações do ano por 2 anos seguidos, geralmente 
iniciando no outono ou inverno e remitindo na primavera
- Remissões totais ou ciciarem para mania ou hipomania também acontecem em 
determinado período do ano. Devem predominar episódios sazonais em relação 
aos não sazonais durante a vida
- Associado a DM e depressão bipolar, principalmente no TB tipo II
- Depressões do inverno são mais frequentes em jovens
- Respondem ao tratamento com fototerapia e antidepressivos 
* A ansiedade é um sintoma frequente nas depressões, piorando seu prognóstico, e 
os sintomas mistos maníacos-depressivos, que pertenciam ao TB e formavam a 
categoria estado misto, foram incluídos na DM para descrever deprimidos mais 
propensos a desenvolver TB
Especificar se: 
- Em remissão parcial: Presença de sintomas do episódio depressivo maior 
imediatamente anterior, mas não são satisfeitos todos os critérios ou existe um 
período de menos de dois meses sem sintomas significativos de um episódio 
depressivo maior após o término desse episódio
- Em remissão completa: Durante os últimos dois meses, nenhum sinal ou sintoma 
significativo da perturbação esteve presente
OUTROS TIPOS 
TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA): Incluída na CID-10 como 
transtorno do humor persistente, a distimia é um estado depressivo de intensidade 
leve a crônico (duração > 2 anos), marcado por sentimentos frequentes de 
insatisfação e pessimismo
- Foi incluída como transtorno depressivo crônico, por ter quadro parecido com DM, 
porém com sintomatologia atenuada e persistente
- Não são incapacitantes, porém comprometem o rendimento profissional e 
interferem nas relações sociais e familiares 
- O tratamento deve durar anos
DEPRESSÃO BIPOLAR:
- Mais de 20% dos deprimidos da atenção primária à saúde e metade das 
depressões em ambulatórios psiquiátricos são na realidade bipolares e constituem 
o motivo principal de procura por tratamento, por serem mais graves e 
comprometedoras
- Ainda que subsindrômica, a depressão é a apresentação clínica mais prevalente do 
TB ao longo da vida
- Ele não se diferencia clinicamente da DM, mas características atípicas, como 
hipersônia e aumento de fome e/ou peso, são mais comuns na depressão bipolar
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por 
relato subjetivo ou observação feita por terceiros pelo período mínimo de 2 anos
B. Presença, enquanto deprimido, de duas ou mais das seguintes características: 
- Apetite diminuído ou hiperfagia
- Insônia ou hipersônia
- Baixa energia ou fadiga
- Baixa autoestima- Fraca concentração ou dificuldade 
de tomar decisões 
- Sentimentos de desesperança
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
TRANSTORNO DISRUPTIVO DA DESREGULAÇÃO DO HUMOR: irritabilidade 
crônica grave. Essa irritabilidade grave apresenta duas manifestações clínicas 
proeminentes, sendo a primeira as frequentes explosões de raiva. Essas explosões 
tipicamente ocorrem em resposta à frustração e podem ser verbais ou 
comportamentais (estas últimas na forma de agressão contra propriedade, si mesmo 
ou outros)
- Elas devem ocorrer com frequência (i.e., em média três ou mais vezes por semana) 
(Critério C) por pelo menos um ano em pelo menos dois ambientes (Critérios E e F), 
como em casa e na escola, e devem ser inapropriadas para o desenvolvimento 
(Critério B)
- A segunda manifestação de irritabilidade grave consiste em humor 
persistentemente irritável ou zangado que está presente entre as explosões de 
raiva. Esse humor irritável ou zangado deve ser característico da criança, estando 
presente na maior parte do dia, quase todos os dias, e ser observável por outras 
pessoas no ambiente da criança (Critério D)
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL: pelo menos cinco sintomas na 
semana final antes do início da menstruação, começar a melhorar poucos dias depois 
do início da menstruação e tornar-se mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual
TRANSTORNO DEPRESSIVO INDUZIDO POR SUBSTÂNCIAS/MEDICAMENTO: 
Os sintomas (perturbação proeminente e persistente do humor, caracterizada por 
humor depressivo ou diminuição acentuada de interesse ou prazer em todas ou 
quase todas as atividades) desenvolveram-se durante ou logo após intoxicação ou 
abstinência de substância ou após exposição a medicamento 
Substâncias: álcool, fenciclidina, alucinógeno, inalante, opioide, sedativo, hipnótico, 
ansiolitico, anfetamina, cocaína 
TRANSTORNO DEPRESSIVO DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO: Existem evidências, 
a partir da história, do exame físico ou de achados laboratoriais, de que a 
perturbação é consequência fisiopatológica direta de outra condição médica 
OUTRO TRANSTORNO DEPRESSIVO ESPECIFICADO: 
- Depressão breve recorrente: Presença concomitante de humor depressivo e pelo 
menos quatro outros sintomas de depressão por 2 a 13 dias pelo menos uma vez 
por mês (não associados ao ciclo menstrual) por pelo menos 12 meses 
consecutivos em um indivíduo 
- Episódio depressivo de curta duração (4 a 13 dias): Afeto depressivo e pelo 
menos quatro dos outros oito sintomas de um episódio depressivo maior 
associados a sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo que persiste por 
mais de quatro dias, porém menos de 14 dias 
- Episódio depressivo com sintomas insuficientes: Afeto depressivo e pelo menos 
um dos outros oito sintomas de um episódio depressivo maior associados a 
sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo que persiste por pelo menos duas 
semanas 
TRANSTORNO DEPRESSIVO NÃO ESPECIFICADO: Esta categoria aplica-se a 
apresentações em que sintomas característicos de um transtorno depressivo que 
causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo predominam, mas 
não satisfazem todos os critérios para qualquer transtorno na classe diagnóstica dos 
transtornos depressivos
REGISTRO: transtorno depressivo maior, episódio único ou recorrente, 
especificadores de gravidade/psicótico/remissão, seguidos pelos seguintes 
especificadores sem código que se aplicam ao episódio atual
* Características sugestivas de bipolaridade na depressão *
- Idade de início precoce (< 25 anos)
- Depressão com sintomas atípicos e 
depressão psicótica
- Depressão puerperal
- Início e termino abrupto do episódio 
depressivo
- Episódios depressivos breves (<3 
meses)
- Depressão recorrente
- Retardo psicomotor significativo
- Sazonalidade
- História familiar de transtorno 
bipolar de 1º grau
- Temperamento ciclot ímico ou 
hipertímico
- Perda de efeito antidepressivo 
- Falha da resposta a pelo menos três 
e s q u e m a s a d e q u a d o s c o m 
antidepressivos
- P r e s e n ç a d e s i n t o m a s d e 
hiperativação, irritabilidade intensa, 
pensamentos acelerados, aumento 
de l ib ido e out ros impu lsos 
aumentados durante um episódio 
depressivo
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
Transtorno depressivo maior 
- Ocorre sem uma história de um episódio maníaco, misto ou hipomaníaco
- O episódio deve durar pelo menos duas semanas
- Experimenta pelo menos quatro sintomas de uma lista que inclui alterações no 
apetite e peso, alterações no sono e na atividade, falta de energia, sentimentos de 
culpa, problemas para pensar e tomar decisões e pensamentos recorrentes de 
morte ou suicídio 
EPIDEMIOLOGIA 
- Prevalência 2:1 de mulher:homem
- Idade de 20 aos 50 anos, tendo a maior porcentagem aos 40
- Recentes revelam que a incidência de transtorno depressivo maior pode estar 
aumentando entre pessoas com menos de 20 anos. É possível que isso esteja 
relacionado ao aumento do uso de álcool e do abuso de drogas nessa faixa etária 
- Ocorre mais frequentemente em solteiras e pessoas divorciadas ou separadas
- Filhos de mães bipolares têm duas vezes mais chance de desenvolver um ou mais 
transtornos metais ao longo da vida
- Pacientes com transtorno depressivo maior têm maior risco de apresentar um ou 
mais transtornos comórbidos (com mais frequência: abuso ou dependência de 
álcool, transtorno de pânico, TOC e transtorno de ansiedade social)
FATORES DE RISCO 
NEUROBIOLOGIA / ETIOLOGIA / FISIOPATOLOGIA 
- A depressão maior resulta da complexa interação entre diversos processos 
psicológicos (personalidade e relacionamentos pessoais), ambientais (eventos 
adversos precoces, dieta, uso de substâncias, ritmos biológicos, dentre outros) e 
genéticos
- A transmissão genética envolve uma combinação entre diversos genes e 
mecanismos genéticos complexos, incluindo raras variações de número de 
cópias, mutações dinâmicas e variantes de DNA mitocondrial 
- Dentre os fatores de risco ambientais, destacam-se o uso de substâncias 
psicoativas (álcool, drogas, inibidores do apetite, antidepressivos), alteração dos 
ritmos biológicos (privação de sono) e eventos adversos precoces, como perda 
parental, percepção de falta de carinho dos pais, baixo suporte social e abuso 
físico e/ou sexual na infância
- Alterações de ritmos circadianos associadas a redução de secreção/liberação de 
melatonina e disfunção do eixo HPA com secreção aumentada de CRH e 
hipercortisolemia foram consistentemente observados tanto na DM 
- Achado de neuroimagem mais consistentemente demonstrado é a redução 
volumétrica dos hipocampos, que guarda relação com a cronicidade da 
depressão (quanto maior o tempo de sintomas depressivos não tratados, maior a 
redução de volume hipocampal)
QUADRO CLÍNICO 
- Humor depressivo e/ou falta de interesse e motivação
* O humor é depressivo ou irritável, hipersensível a eventos considerados negativos 
e sem reatividade a estímulos positivos, mas pode predominar apatia
* Sentimentos e pensamentos são enviesados para uma temática negativa
- Redução ou incapacidade de sentir prazer/alegria (anedonia)
- Alteração de peso / do apetite (para mais ou para menos)
- Sono não reparador, podendo haver insônia ou hipersonia
- Agitação ou retardo psicomotor
- Queda nos níveis de energia (fadiga, desânimo)
- Sentimento de inutilidade ou culpa excesiva
- Comprometimento do raciocínio, da capacidade de se concentrar e tomar decisões 
e da memória
- Diminuição ou perda do desejo sexual
- Pensamentos sobre a morte
* Em depressões leves a moderadas, o paciente funciona após esforço inicial; nasgraves, a capacidade de superação desaparece e a cobrança de uma reação 
piora o quadro. Em casos extremos, surge inanição
DIAGNÓSTICO — DSM-5 
A. No mínimo cinco dos sintomas seguintes estiveram presentes durante o mesmo 
período de 2 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento 
anterior; no mínimo um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda de interesse 
ou prazer
- Sexo feminino
- 20 a 50 anos
- Solteiros/divorciados 
- Histórico na família
- Modificador do curso
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado pelo 
relato subjetivo (p. ex., diz sentir‐se triste, vazio) ou observações feitas por 
terceiros (p. ex., chora muito). Em crianças e adolescentes, pode ser humor 
irritável
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as 
atividades diárias, na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado pelo 
relato subjetivo ou observações feitas por terceiros)
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar de dieta (p. ex., mais de 5% do 
peso corporal em 1 mês), ou aumento ou diminuição do apetite quase todos os 
dias. Em crianças, considerar incapacidade de apresentar os ganhos de peso 
esperados
4. Insônia ou hipersônia quase todos os dias
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis pelos outros, 
não meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento)
6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser 
delirante) quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por 
estar doente)
8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar‐se, ou indecisão, quase todos os 
dias (por relato subjetivo ou observação feita pelos outros)
9. Pensamentos de morte (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente 
sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico de cometer 
suicídio
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do 
indivíduo 
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (por ex.: 
abuso de drogas ou medicamentos) ou a outra condição médica (por ex.: 
hipoterireoidismo)
Nota: Os Critérios A-C representam um episódio depressivo maior.

Nota: Respostas a uma perda significativa (p. ex., luto, ruína financeira, perdas por 
um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os 
sentimentos de tristeza intensos, ruminação acerca da perda, insônia, falta de apetite 
e perda de peso observados no Critério A, que podem se assemelhar a um episódio 
depressivo. Embora tais sintomas possam ser entendidos ou considerados 
apropriados à perda, a presença de um episódio depressivo maior, além da resposta 
normal a uma perda significativa, também deve ser cuidadosamente considerada. 
Essa decisão requer inevitavelmente o exercício do julgamento clínico baseado na 
história do indivíduo e nas normas culturais para a expressão de sofrimento no 
contexto de uma perda.* 
D. A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por 
transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno 
delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico 
especificado ou transtorno da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não 
especificado
E. Nunca houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco
Nota: Essa exclusão não se aplica se todos os episódios do tipo maníaco ou do tipo 
hipomaníaco são induzidos por substância ou são atribuíveis aos efeitos psicológicos 
de outra condição médica
TRATAMENTO 
- O planejamento terapêutico inclui uma investigação preliminar e avaliação de 
gravidade
* Investigação em todos os pacientes: hemograma, TSH e T4 livre, glicemia de 
jejum, colesterol total e frações, triglicerídeos. Os demais exames são pedidos 
seguindo as indicações
- As estratégias de tratamento vão do uso de medicamentos antidepressivos, 
abordagens psicológicas e tratamentos biológicos não farmacológicos
Dependendo da gravidade…
- Leve: suporte + psicoterapia + exercício físico
Se não houver melhora = terapia medicamentosa
- Moderada-grave: terapias + medicamentos
Farmacológica 
- A escolha terapêutica depende de uma série de fatores: característica clinica da 
doença (gravidade, subtipo), resposta medicamentosa prévia, condições médicas 
que podem ser agravadas pelo antidepressivo, interações medicamentosas 
negativas com medicações não psiquiátricas, efeitos colaterais de curto e longo 
prazo, adesão, história de eficácia em parente de primeiro grau, antecedentes de 
resistência a tratamentos e preferência do paciente 
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
- Determinar se o tratamento vai ser ambulatorial ou se necessita de internação
- Tratamento é dividido em: aguda, continuação e manutenção
- Aguda: visa à remissão dos sintomas (ausência de sintomas ou sinais para 
preencher o diagnóstico de transtorno) e à recuperação funcional, e sua duração 
varia de 8 a 12 semanas
- Continuação: objetiva prevenir recaídas e remissão total, inclusive de sintomas 
residuais, com duração de 6 a 12 meses
- Manutenção: indicado para pacientes com grande risco de recidivas: depressão 
crônica, episódios graves, depressões resistentes a tratamento, mais que dos 
episódios em 2 anos ou depressões recorrentes e depressão no idoso. Deve se 
estender por no mínimo 3 anos e eventualmente ser vitalício
- Para garantir a remissão, a dose eficaz deve ser mantida. Retirada lenta no 
decorrer de 4 a 6 meses, pois permite observar o retorno dos sintomas
- Se houver má resposta após 2 semanas ou melhora parcial depois de 4 semanas, 
apesar de doses adequadas, orienta-se trocar por antidepressivos de outra classe
- Introduzido de maneira gradual e a progressão da dose dependerá da resposta 
clínica, da classe de medicação e da tolerabilidade do paciente
- Primeira linha: ISRS (fluoxetina, citalopram, paroxetina), ISRNS e atípicos
- Segunda linha: ADT
- Terceira linha: IMAO
Não farmacológica 
TERAPIA PSICOSSOCIAL:
- Cognitiva: o objetivo da terapia cognitiva é aliviar os episódios depressivos e 
prevenir sua reincidência ajudando-o a identificar e testar as cognições negativas; 
desenvolver formas de pensar alternativas, flexíveis e positivas; e ensaiar novas 
respostas cognitivas e comportamentais
- Interpessoal: concentra-se em um ou dois dos problemas interpessoais atuais do 
paciente. Ela tem base em dois pressupostos: primeiro, é provável que os 
problemas interpessoais atuais tenham suas raízes em relacionamentos 
disfuncionais precoces; segundo, esses problemas podem estar envolvidos na 
precipitação e na perpetuação dos sintomas depressivos atuais 
- Comportamental: baseia-se na hipótese de que padrões comportamentais mal-
adaptativos resultam de o indivíduo receber poucas respostas positivas e talvez 
rejeição direta da sociedade. Assim, os pacientes aprendem a funcionar no mundo 
de maneira que recebam reforço positivo 
- de orientação psicanalítica: tem como objetivo efetuar uma mudança na estrutura 
da personalidade ou no caráter do paciente, não simplesmente aliviar os sintomas. 
Melhoras na confiança interpessoal, na capacidade para intimidade, nos 
mecanismos de enfrentamento, na capacidade de enfrentar o luto e na capacidade 
de vivenciar uma ampla gama de emoções são alguns dos objetivos dessa terapia 
- Familiar: é indicada se o transtorno ameaçar o casamento do paciente ou o 
funcionamento da família, ou se for promovido ou mantido pela situação familiar
ELETROCONVULSOTERAPIA:- A ECT está indicada no tratamento de todos os subtipos da DM
- Indicações específicasL necessidade de resposta rápida, riscos de outros 
tratamentos maiores que os da ECR, história de resposta precária aos 
medicamentos ou boa resposta à ECT, preferência do paciente, resistência ao 
tratamento, debilidade física ou agitação psicomotora grave
- Deve ser administrada sob anestesia geral, conforme normas internacionais de 
eficácia e segurança, monitorada pelo psiquiatra
- Geralmente, 6 a 12 aplicações são necessárias para se obter a remissão
FOTOTERAPIA:
- Via de regra com uma caixa de luz sobre uma mesa ou escrivaninha. Os pacientes 
sentam-se na frente da caixa por aproximadamente 1 a 2 horas antes do 
amanhecer de cada dia, embora alguns também possam se beneficiar da 
exposição após o anoitecer 
- Além da depressão sazonal, a outra principal indicação para fototerapia pode ser 
os transtornos do sono 
ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA: envolve o uso de pulsos muito curtos de 
energia magnética para estimular células nervosas no cérebro. É indicada 
especificamente para o tratamento de depressão em adultos que não conseguiram 
obter uma melhora satisfatória com um medicamento antidepressivo anterior na dose 
e duração efetivas mínimas ou acima delas no episódio atual
- administrado diariamente por 4 a 6 semanas 
Outros: estimulação do nervo vago (transtorno recorrente, crônico), privação do 
sono, entre outros
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
- Episódios maníacos com humor irritável ou episódios mistos
- Transtorno do humor devido a outra condição médica (p. ex.: esclerose múltipla, 
AVC, hipotireoidismo)
- Transtorno depressivo ou bipolar induzido por substância/medicamento 
- Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
- Transtorno de adaptação com humor deprimido 
- Tristeza 
Estratificação do risco de suicídio 
RISCO IMINENTE (48h)
- Intenção suicida com plano e acesso ao método
- Expressão de desesperança, desespero, pessimismo extremo em relação ao futuro 
RISCO A CURTO PRAZO (dias ou semanas)
- Comorbidade com depressão ou alcoolismo
- Antecedentes de comportamento suicida
- Histórico de suicídio na familia
RISCO MODERADO 
- Ausência de comportamentos suicidas 
- Algum dos fatores de risco mas de caráter não-grave
FATORES: tentativa prévia (principalmente no último mês) e a presença de transtorno 
psiquiátrico, história passada de ideação e comportamento suicida, história familiar 
de suicídio, desesperança e falta de visão de futuro, desamparo e falta de sensação 
de controle, sentimento de inutilidade, presença de estressores de vida atuais 
(conflitos no trabalho, em casa, incapacidade de lidar com situações adversas), 
história de heteroagressividade, dor crônica, outras doenças crônicas (como por 
exemplo, HIV, hepatite C, trauma cranioencefálico e), bem como mostrar-se 
desconectado e sem empatia durante a entrevista
Manejo do paciente suicida 
- Tratamento medicamentoso de acordo com condição psiquiátrica associada
- Psicoterapia, possibilidade de eletroconvulsoterapia (para casos refratários e mais 
graves) 
- É importante informar ao usuário sobre intervenções adicionais, como por 
exemplo, a possibilidade de telefonar para o Centro de Valorização da Vida (188)
REFERÊNCIAS
1.COMPÊNDIO DE PSIQUIATRIA - Kaplan e Sadock (2017) - Capítulo 8
2.MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS — DSM-5
3.CLÍNICA PSIQUIÁTRICA — FMUSP (volume 1 - 1ª edição, 2011)
4.CLÍNICA MÉDICA — USP (volume 6, 2016)
Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI — Problemas mentais e de comportamento	 	 	 Problema 2, TUTORIA
t

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