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Resumo Processo Civil

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CAPÍTULO 1
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA 
1. JURISDIÇÁO (parcela do poder do Estado entregue aos diversos Órgãos do Poder Judiciário para aplicar a lei ao caso concreto, solucionando conflitos).
1.1 Conceito e espécies 
Jurisdição: parcela do poder do Estado entregue aos diversos Órgãos do Poder Judiciário, pela qual lhes compete dizer o direito, dando a adequada interpretação às normas jurídicas e, para a solução ao conflito trazido pelas partes (Administração Pública ou particulares) bem como fazendo valer, pela força, a solução dada ao caso concreto (execução das decisões proferidas). 
Jurisdição contenciosa: atividade de solução de conflitos desenvolvida pelo Poder Judiciário (pressupõe que as partes envolvidas não consigam chegar a um acordo por si próprias). As soluções finais apresentadas pelo Poder Judiciário fazem coisa julgada material. 
Jurisdição voluntária: corresponde à atividade atípica do Poder Judiciário de administração pública de interesses particulares para a preservação do interesse público, apresentada no Código de Processo Civil sob o Título de "Procedimentos Especiais. As decisões apresentadas a estas espécies de procedimentos não fazem coisa julgada material.
*função exercida pelo Estado, através do juiz, mediante um processo, onde se solucionam causas que lhe são submetidas sem haver conflito de interesses entre duas partes, consistem na integração e aperfeiçoamento de negócios jurídicos que dependem do pronunciamento jurisdicional.
1.2 Exceção à jurisdição estatal: 
Arbitragem: Integrante dos "meios heterogêneos de solução de conflitos'; disciplinada na Lei 9.307/96, pela qual as partes convencionam e elegem terceiros, não integrantes do Poder Judiciário, para a solução de determinado conflito, cuja decisão proferida (sentença) constitui título executivo para o Judiciário, o qual detém o monopólio da coerção. 
jurisdição estatal: exercida por pessoas previamente escolhidas mediante concurso público de provas e títulos, integrantes de uma estrutura estatal inserida no Poder Judiciário.
2. COMPETÊNCIA (delimitação da jurisdição)
2.1. Conceito 
"Medida da jurisdição'' conferida a cada Órgão integrante de cada estrutura do Poder Judiciário, criada pela Constituição Federal. 
Justiças Especiais: Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar; 
Justiça Comum: possui competência residual, sendo composta pela Justiça Federal e pelas Justiças Estaduais e do Distrito Federal e Territórios. 
- Justiça Federal possui rol expresso de competências fixado nos arts. 108 e 109, da CF, enquanto que às Justiças Estaduais compete tudo aquilo que não esteja inserido em qualquer das outras "Justiças".
2.2 Da competência internacional 
Hipóteses nas quais a autoridade judiciária brasileira é competente para o processo e julgamento das ações (art. 21): i) quando o réu, independente de sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; ii) quando a obrigação tiver que ser cumprida no Brasil; iii) quando a ação se originar de fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
O artigo acima trata da "competência internacional concorrente", pois, não exclui a competência de Estado Estrangeiro, diversamente das hipóteses arroladas no art. 23, quando se fala em competência absoluta do Estado brasileiro (ações relativas a imóveis situados no Brasil e, em matéria de sucessão hereditária, as ações relativas à confirmação de testamento particular e de inventário e partilha de bens situados no Brasil). 
2.3 Da competência interna e sua classificação
Competência absoluta: ímprorrogável, reconhecida de ofício pelo juiz ou alegável a qualquer tempo e grau de jurisdição pelas partes, sem gerar nulidade dos atos decisórios praticados, ('salvo decisáo judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente" (art. 64, § 4°). 
- Critérios para fixação das competências: material e funcional (tribunal superior ou tribunal)
Competência relativa: prorrogável (admite que outro juízo, inicialmente incompetente para a causa, possa processá-la e julgá-la), alegável somente via preliminar em contestação, sem gerar nulidade dos atos decisórios praticados. 
- Critérios: valor da causa e território. 
Hipóteses de Modificação da competência relativa
Conexão: ações ajuizadas com mesmo pedido(objeto) ou causa de pedir. 
Continência: ações ajuizadas com mesmas partes e causa de pedir, e o objeto de uma engloba o da outra. 
Solução: "o registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo" (art. 59). 
Objetivo: reunir o julgamento de feitos no mesmo juízo para evitar decisões conflitantes (art. 57). 
2.5 Das formas de arguição da incompetência 
forma de impugnação da incompetência absoluta e relativa por meio de preliminar em contestação (vide arts. 64, 65, 337 II, 340 e 952). 
2.6 Dos conflitos de competência 
Quando dois magistrados declaram-se competentes para o processo e julgamento da causa, fala-se em "conflito positivo de competência" e, quando ambos se dizem incompetentes, em "conflito negativo de competência". 
O conflito sempre será suscitado em nome do presidente do Tribunal competente, pelas partes, pelo próprio juiz ou pelo Ministério Público (que deverá se pronunciar nos casos em que sua manifestação é obrigatória, art. 951). 
''Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompetente" (art. 957). 
CAPÍTULO 2 
SUJEITOS DO PROCESSO
Processo como: 
- Procedimento: conjunto de atos concatenados produzidos com vistas a um fim principal.
- Relação jurídica processual: conjunto de pessoas envolvidas em uma relação jurídica com vistas à obtenção de um resultado.
Sujeitos envolvidos nesta "relação jurídica processual": o juiz, as partes (autor e réu), o Ministério Público, o terceiro interveniente e os auxiliares da justiça. 
O juiz como agente estatal imparcial, dotado de poder para solucionar o conflito e fazer valer sua decisão pela força, se necessário e, para tanto, deve ter sido aprovado em concurso de provas e títulos, e devidamente empossado pelo respectivo Tribunal, conforme disciplinado pelo art. 93, I, da CF. 
Para que o juiz consiga orientar o processo de forma retilínea, a lei prevê instrumentos de poder e limitações à sua atuação: Motivação (os motivos que lhe formaram o convencimento (princípio da livre convicção motivada; art. 131 do CPC antigo; art. 371, do CPC/15)). 
Também existem as regras de impedimento e suspeição do magistrado para exercer suas funções jurisdicionais (arts. 144 a 148). 
São regras de impedimento para processo e julgamento de ação (art. 144): i) quando for parte do processo; ii) quando tiver acionado no processo como mandatário da parte, perito, membro do Ministério Público ou testemunha; iii) quando conheceu do processo em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; iv) quando for mandatário no processo seu cônjuge, companheiro ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou colateral até terceiro grau, inclusive; v) quando for cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, de qualquer das partes, em linha reta, ou na colateral até o terceiro grau, inclusive; vi) quando for sócio ou membro de administração ou de direção de pessoa jurídica parte na causa; vii) quando for herdeiro presuntivo,_donatário ou empregador de qualquer das partes; viii) quando for parte do processo instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; ix) quando for parte cliente de escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; x) quando promover ação Contra a parte ou seu advogado (itens vii a x introduzidos pelo CPC/15). 
Já as regras de suspeição são as seguintes: i) quando for amigo Íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes ou de seus advogados;ii) quando alguma das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge, companheiro ou parentes de ambos, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau, inclusive; iii) quando receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, aconselhar alguma das partes sobre o objeto da causa ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; iv) quando for interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes; v) por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. 
As partes, nos polos ativo e passivo da ação, como as pessoas responsáveis: i) por apresentar o conflito perante o Poder Judiciário (autor), e ii) em face de quem a ação é ajuizada, indicada como resistente à pretensão deduzida em juízo (réu). 
O Ministério Público foi alçado com a Constituição Federal à categoria de "Função essencial à Justiça", cumprindo-lhe as competências arroladas pelos arts. 127 a 130, como "fiscal da lei" e de defensor das tutelas coletivas, além da tradicional “titular da ação penal". 
São hipóteses de intervenção do Ministério Público em ações (art. 178): i) em que há interesses de incapazes; ii) que envolvam interesse público ou social; iii) que envolvam litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
aplicam-se ao Ministério Público as mesmas causas de suspeição e impedimento 
dos magistrados (art. 148, !),
art. 180 do CPC/15 prevê o benefício do prazo em dobro para se manifestar nos autos. 
2. DAS PARTES DO PROCESSO (AUTOR E RÉU)
Capacidade das partes
Capacidade para figurar nos polos da ação= personalidade jurídica. 
Capacidade processual = capacidade de exercício e gozo dos direitos. 
Capacidade postulatória = capacidade para postular em juízo, exclusiva dos advogados habilitados perante a OAB. 
2.1 Capacidade para ser parte do processo: 
Quanto às partes, "toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo" (art. 70), o que inclui todos os que possuam personalidade, em interpretação sistemática com os art. 1° e 3° a 5° do Código Civil. 
Os incapazes serão representados ou assistidos por seus representantes legais, na forma da lei (art. 71) e, no caso de não o possuírem ou havendo conflito de interesses, o juiz nomeará curador especial para a sua defesa {art. 72, !), o mesmo se dando quanto ao réu preso e ao revel citado por edital ou com hora certa {art. 72, II). A não nomeação de curador apenas importará em nulidade se comprovado o efetivo prejuízo ao incapaz.
caso o juiz constate a incapacidade processual da parte, deverá suspender o curso do processo, marcando "prazo razoável para que seja sanado o vício", sob pena de: i) no caso do autor, extinção do processo; ii) no caso do réu, decretação da revelia; iii) no caso de terceiro, decretação da revelia ou sua exclusão do processoi dependendo do polo em que se encontre {art. 76). 
No caso de cônjuge, inicialmente não dependem do consentimento do outro para ajuizamento, exceto nas ações que versem sobre direitos reais imobiliários "salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens" (art. 73), tudo sob pena de nulidade (art. 74, parágrafo único). Tal consentimento pode ser suprido judicialmente (art. 74) quando negado sem justo motivo ou lhe seja impossível a concessão. 
Já como réus, deverão ambos ser necessariamente citados nos casos de ações: i) que versem sobre direitos reais imobiliários, "salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens"; ii) resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles; iii) fundadas em dívidas contraídas por um dos cônjuges a bem da família; iv) que tenham por objeto o reconhecimentoi a constituição ou a extinção de 
ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges (att. 73, § 1°, I a IV). 
2.2 Capacidade para postular em juízo 
No tocante às partes, por regra, devem se fazer representar em juízo por meio de advogado devidamente habilitado. 
À exceção, podem postular em juízo diretamente nos casos prescritos em lei: os autores trabalhadores na Justiça do Trabalho; autores nos Juizados Especiais Cíveis Estaduais e Federais; os advogados que litigam em causa própria; art. 103. 
Para que possa atuar em juízo, deverá o advogado apresentar instrumento de mandato, exceto "para praticar ato considerado urgente”, ou "para evitar preclusão, decadência ou prescrição" (art. 104), quando se obrigará a apresentar tal instrumento no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogáveis por igual período (art. 104, §1°). 
Nos termos do art. 105, a procuração geral habilita o advogado para a prática de todos os atos do processo, ('exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica", poderes estes que deverão estar expressos e por escrito no instrumento de mandato, sendo comumente conhecidos como "cláusula ad judicia et extra". "Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença" (art. 105, §4°). 
2.3 Deveres e responsabilidades das partes e de seus procuradores 
O art. 80 do CPC/15 disciplina a responsabilidade "do autor, réu ou interveniente" por dano processual, trazendo o rol das condutas de "litigância de má fé'' (p.e., deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso, interpor recurso com intuito manifestamente protelatório\ cuja constatação leva à condenação a multa a ser fixada entre 1% (um por cento) e 10% (dez por cento) sobre o valor da causa e responsabilização pelas perdas e danos sofridos pela parte contrária, além dos honorários advocatícios e despesas (art. 81). 
despesas com perito e assistentes técnicos e condenação judicial pela sucumbência): "ambas devem integrar a condenação do vencido nos ônus sucumbenciais>' (arts. 82 e 84). 
"sucumbência" (parte vencida paga ao vencedor as despesas antecipadas e honorários advocatícios) como que "indenizando-o dos custos" despendidos), 
Havendo "sucumbência recíproca" (cada parte sai vencedora e vencida, em parte, na ação), os honorários e as despesas processuais serão proporcionalmente distribuídos entre eles (art. 86), porém, no caso dos honorários ádvocatícios, "sendo vedada á compensaçáo em caso de sucumbência parcial" (art. 85, § 14). 
A regra geral para fixação da verba honorária é a variável entre 10% (dez por cento) e 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, com base em quatro critérios: i) grau de zelo do profissional; ii) lugar da prestação do serviço; iii) natureza e importância da causa; iv) o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para seu serviço (art. 85, § 2°, Ia IV). 
O art. 92 fixa que o autor não poderá intentar novamente ação judicial extinta anteriormente sem julgamento de mérito enquanto não pagar as despesas e honorários em que foi condenada. 
2.4 Substituição das partes e dos procuradores 
A regra geral veda a substituição das partes, pois, ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico (art.18). Logo, só é lícita, no curso do processo, a sucessão voluntária das partes nos casos expressos em lei" (art. 108).
Haverá substituição de procuradores: i) no caso de revogação do mandato anterior pela parte (art. 111); ii) no caso de renúncia ao mandato pelo advogado, comprovada a cientificação do mandante para que constitua novo advogado nos autos (se necessário para lhe evitar prejuízo, continuará a representá-lo durante os 10 dias seguintes), dispensada "quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia" (art. 112, caput e §2°). 
2.5. Pluralidade de pessoas como partes no processo 
Não obstante a relação jurídica processual possua unicamente doispolos para composição de partes diretamente interessadas e afetadas pela decisão proferida, o fato é que, em cada um deles podem figurar uma só ou várias pessoas ao mesmo tempo, ligadas por interesses comuns.
2.5.1 Do litisconsórcio 
O litisconsórcio pode ser ativo (vários autores) ou passivo (vários réus), sendo que as hipóteses de ocorrência encontram-se arroladas no art. 113: i) quando entre eles houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; ii) quando entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; iii) quando ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
i) necessário ou facultativo, a depender da necessidade (ou não) de integração da lide por todas as pessoas interessadas na sua solução, o que é fixado por lei ou pela própria natureza da relação jurídica conflituosa;
ii) unitário ou simples, cujo critério de diferenciação se encontra na necessidade ou não de o juiz decidir a lide de modo uniforme para todas as partes integrantes de um dos polos. 
O litisconsórcio facultativo, tendo em vista seu caráter opcional, pode ter seu número de litigantes limitado pelo juiz, “quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença" (art. 113, § 1°). 
3. DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
O Código de Processo Civil disciplina cinco modalidades de intervenção de terceiros no processo: i) assistência (arts. 119 a 124); ii) denunciação da lide (arts. 125 a 129); iii) chamamento ao processo (arts. 130 a 132); iv) incidente de desconsideração da personalidade jurídica (arts. 133 a 137); v) amicus curiae (art. 138). 
3.1 Da assistência 
Considera-se assistente qualquer terceiro que, não sendo parte do processo (autor ou réu), tiver interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, podendo para tanto intervir no processo para auxiliá-la (art. 119). 
i) assistência simples, quando houver relação jurídica entre assistente e assistido (art. 121); 
ii) assistência litisconsorcial, sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido" (art. 124). 
O assistente pode intervir "em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre" (art. 119, parágrafo único). 
O assistente exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido" e, em caso de revelia do assistido, "será considerado seu substituto processual" (art. 121). 
Por isso, '(transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão" (art. 123), com as exceções legais (impossibilidade de produção de provas em razão do estado em que recebeu o processo ou desconhecimento de alegações de que o assistido não se valeu). 
Por não ser autêntica parte do processo, "a assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos)) (art. 122), prejudicando -a insurgência em face do comportamento do assistido. 
Porém, tal regra da assistência simples não se aplica à litisconsorcial quando, por sofrer consequências jurídicas desfavoráveis perante a parte contrária em razão da sentença proferida, haverá liberdade de atuação como autêntico litisconsorte (arts. 117 e 118). 
3.2 Denunciação da lide 
A denunciação da lide é obrigatória: i) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, para que possa exercer os direitos que da evicçáo lhe resultam; ii) àquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, a indenizar o prejuízo de quem perder a demanda em ação regressiva (art. 125). 
A ideia é chamar o terceiro responsável pelos prejuízos advindos da sentença a ser proferida contra a parte constante dos autos para integrar o processo, resolvendo-se tal obrigação nos próprios autos, evitando-se, o ajuizamento de nova ação de conhecimento para tal solução. 
3.3 Chamamento ao processo 
É figura prevista em favor do fiador ou devedor solidário que conste inicialmente do polo passivo da ação (réus), para que os demais fiadores ou o devedor principal ou solidário não arrolados pelo autor passem a integrar a lide (art. 130). 
O objetivo de tal medida é o de fixar na própria ação a responsabilidade de cada um dos devedores, inclusive em eventual direito de regresso, evitando-se o ajuizamento de nova 
ação para tanto (art. 78). 
3.4 Incidente de desconsideração de personalidade jurídica 
Trata-se de incidente processual criado para a efetivação do comando e.antido no art. 50, do CC/02: "em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir. no processo, que os· efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica". 
Os legitimados continuam os mesmos (parte ou MP; art. 133), sendo "cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial" (art. 134), com suspensão do processo, via de regra (§3°). 
Haverá citação do sócio ou da pessoa jurídica para manifestação, em 15 (quinze) dias (art. 135), resolvendo-se mediante prolação de decisão interlocutória (art. 136), recorrível pela via do agravo interno no caso de ter sido proferida pelo relator (§ único). 
3.5 Amicus curiae 
Trata-se de figura criada para possibilitar "a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada", "considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia", a ser solicitada pela parte interessada e admitida, a pedido ou de ofício, pelo juiz ou relator da causa (art. 138). 
Caberá ao juiz ou relator definir os poderes do amicus curiae (§2°), sendo que tal intervenção "não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos", ressalvadas duas hipóteses: i) oposição de embargos declaratórios; ii) interposição de recurso em face do julgamento de resolução de demandas repetitivas (§3°). 
4. DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
O art. 149 traz o rol dos chamados "auxiliares da justiça", quais sejam, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias, como meros intervenientes sem qualquer interesse pessoal na solução do litígio. 
As hipóteses de impedimento e suspeição dos juízes se aplicam a todos os auxiliares da justiça e aos demais sujeitos imparciais do processo (art. 148, II e III).
CAPÍTULO 3 
ATOS PROCESSUAIS 
1. NOÇÕES GERAIS 
O “processo'' pressupõe a prática de uma série de atos voltados a um objetivo, qual seja, a prolaçáo da sentença, como ato solucionador do conflito apresentado pelas partes. 
Tais atos (arts. 284 a 293), sua forma (arts. 188 a 211), tempo (arts. 212 a 216), lugar (art. 217) e prazos (arts. 218 a 232), além do seu controle (arts. 233 a 235) e forma de comunicação (arts. 236 a 275) devem ser padronizados, possibilitando aos sujeitos o conhecimento prévio dos procedimentos adotados, cumprindo-se os primados constitucionais do devido processo legal (art. 5°, LIV), do contraditório e da ampla defesa (art. 5°, LV). 
2. DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS 
O Código de Processo Civil traz um padrão geral para a prática dos atos processuais e fixa que «os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial" (art. 188) - princípio da instrumentalidade. 
A regra é de que os atos processuais sãopúblicos, exceto nos casos de "segredo de justiça": i) quando o interesse público ou social assim exigir; ii) nas causas relacionadas a casamento, filiação, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; iii) nas quais constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; iv) nas causam que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na mesma seja comprovada perante o juízo. Hipóteses nas quais o acesso aos autos fica restrito ('às partes e a seus procuradores" (art. 189). 
São atos do juiz: i) sentença, ato que implica nas situações dos arts. 485 (põe fim ao processo de forma prematura, sem resolver o mérito da causa) ou 487 (resolve os conflitos apresentados pelas partes) do CPC, "ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais''; ii) decisão inter!ocutória, todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no §1°" (não classificado como sentença); iii) despachos, todos os demais pronunciamentos praticados pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte (art. 203, §§s 1° a 3°). 
3. TEMPO E LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS 
"Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas" (art. 212), porém, podendo ser concluídos posteriormente a tais horários quando iniciados antes, "quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano" (§ 1°). 
Já os atos processuais de penhora, citação e intimação poderão ser praticados no período de férias forenses, nos feriados ou fora do horário de expediente forense "independentemente de autorização judicial" (§ 2°), observando-se, de qualquer forma, a garantia constitucional da inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI). "A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo", sendo considerado, para tanto, "o horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado" (art. 213). 
"Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais", exceto: 
i) a tutela de urgência; ii) citações, intimações e penhoras (art. 214). 
“Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense" (arr. 216). 
3. DOS PRAZOS PROCESSUAIS 
Classificação
i. legais (instituídos por lei), judiciais (fixados pelo juiz) ou convencionais (fixados pelas partes); 
ii. dilatórios (passíveis de serem estendidos ou diminuídos) ou peremptórios (não podem ser modificados pelo juiz ou pelas partes); 
iii. próprios (a lel fixa sanção processual pelo seu descumprimento, ou seja, a perda do direito ou faculdade processual; aplicam~se às partes e terceiros intervenientes) ou impróprios (a lei não fixa sanção processual para seu descumprimento; prazos dos juízes). 
Os arts. 218 a 232 do CPC/15 traçam as regras gerais acerca dos prazos processuais. 
Com o advento do CPC/15, passou-se a prescrever que "na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis'' (art. 219), porém, tratando-se de regra aplicável ('somente aos prazos processuais" (§ único). Ademais, seu fluxo é suspenso "nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive" (art. 220),
"Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento" (art. 224), considerando-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte "se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica". 
"A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa" (art. 225). Quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público, computa-se em dobro o prazo para se manifestar nos autos (arts. 180 e 183). 
Por fim, no caso de litisconsortes com diferentes procuradores, conta-se em dobro os prazos processuais (art. 229), porém, somente quando forem de '(escritórios de advocacia distintos''. 
"as intimaçóes somente obrigarão o comparecimento depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas, salvo quando for outro o prazo fixado por lei". Tal prazo foi estendido para 48 (quarenta e oito) horas pelo CPC/15 (art. 218, § 2°). 
Em se tratando de comunicação eletrônica dos atos processuais (art. 4°, da lei 11.419/06), é certo que: i) tal comunicação "substitui qualquer outro meio e publicação oficial ( ... ), à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal (§ 2°); ii) "considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no diário da Justiça eletrônico (§ 3°); iii) "os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação" (§ 4°). 
5. DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS 
Duas são as formas básicas de comunicação: i) ordem judicial, quando dentro do território de atuação do juiz competente; ii) requisição por carta, quando fora do território de atuação do juiz competente (art. 236). 
As cartas podern ser: i) de ordem, "pelo tribunal", "para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede"; ii) rogatória, "para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional"; iii) precatória, "para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária fOrmulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa"); iv) arbitral, "para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória" (art. 237). 
No tocante à finalidade, duas são as formas de que se revestem os atos de comunicação 
processual: i) citação; ii) intitnação. 
5.1 Das citações 
Entende-se por citação "o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual" (art. 238), sendo indispensável para a validade do processo (art. 239)
 Não obstante, "o comparecimento espontâneó do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação" (art. 239, § 1°). 
A citação deverá ser praticada de forma pessoal ou, no caso de sua incapacidade, perante 
seu representante legal ou curador legalmente autorizado (art. 242). 
A regra geral é a de que "a citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre 
o réu, o executado ou o interessado" (art. 243). 
porém, o art. 244 prevê exceções, quando não caberá a prática da citação, salvo para evitar perecimento de direito: i) a quem estiver participando de ato de culto religioso; ii) ao cônjuge, companheiro ou qualquer parente de morto, consanguíneo ou afim, em linha reta, ou na colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 _(sete) dias seguintes; iii) aos noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; iv) aos doentes graves. 
O art. 219 traz o efeito processual remanescente da citação (induzir litispendência) e os materiais (fazer litigiosa a coisa, constituir em mora o devedor e interromper a prescrição, retroagindo à data da propositura), sendo que todos eles ocorrem mesmo que ordenada por juiz incompetente. 
São formas de citação, em ordem de preferência (art. 246): i) correio; ii) oficial de justiça; iii) escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; iv) hora certa; v) edital; vi) meio eletrônico, a depender de lei específica. 
Embora a citação pelo correio seja a preferencial do CPC/15 (arts. 247 a 248), excepcionalmente deverá ser feita por oficial de justiça: i) nas ações de estado; ii) quando o citando for incapaz; iii) quando o citando for pessoa de direito público; iv) quando o citando residir em local não atendidopela entrega domiciliar de correspondência; v) quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma ou quando frustrada a citação por 
correio (art. 249). 
As três primeiras formas de citação (correio, oficial de justiça e escrivão ou chefe de secretaria) são chamadas de "reais", pois, realizadas em nome próprio do citando ou de seu representante legal. Por razão inversa, as citações por hora certa e por edital constituem as modalidades de citação "ficta". 
A citação por hora certa pressupõe que o oficial de justiça tenha procurado o citando por duas vezes em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, gerando suspeita de ocultação (art. 252). Neste caso, informará a qualquer pessoa da família ou vizinho que retornará no dia útil imediato na hora designada, quando se terá por fe.ita a citação, cuja ocorrência certificará a qualquer deles (arr. 253). 
Já a citação por edital (residual e excepcional), cujo prazo de vigência variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fixados pelo juiz e contados da dara da primeira ou única publicação (arr. 257, III), somente poderá ser realizada: i) quando desconhecido ou incerto o citando; ii) quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontre; iii) nos demais casos expressos em lei (arr. 256). 
5.2 Das intimações 
"Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo'' (art. 269). 
A regra é de que sejam feitas "sempre que possível, por meio eletrônico" (art. 270) ou, quando não realizadas por tal forma, '(pela publicação dos atos no órgão oficiaf' (arr. 272), sendo "indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados", "sob pena de nulidade" (arr. 272, § 2°) 
6. DAS NULIDADES 
Pelo princípio geral da instrumentalidade do processo (DINAMARCO, GRINOVER), não há que se falar em nulidade processual caso o ato praticado atinja sua finalidade (art. 277) e não haja prejuízo à parte (art. 282, § 1°) ou à defesa (art. 283, parágrafo único), logo, as hipóteses de decretação da nulidade encontram-se expressamente prescritas pela lei (arts. 276 e 277). 
São suas hipóteses previstas no CPC/15: i) quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir (art. 279); ii) quando as citações e intimações forem feitas sem observância das prescrições legais (art. 280). 
"A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo'' (art. 279, § 2°). 
Mesmo nestas situações, a nulidade náo será decretada caso: i) a parte que a alegou tenha sido a mesma que lhe deu causa (art. 276, in fine); ii) a parte náo alegue a nulidade na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos (preclusáo), salvo se cognoscíveis de ofício e de plano pelo juiz (arts. 485, IV a VI e 337, § 5°) (art. 278); iii) o juiz possa decidir a lide em favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade (arr. 282, § 2°). 
Por fim, e em nome do princípio da máxima efetividade do processo, o juiz deverá anular unicamente os atos eivados de vício insanável, e unicamente na parte viciada, aproveitando-se todos os demais atos produzidos (arts. 281 e 283). 
7. DE OUTROS ATOS PROCESSUAIS 
7.1 Distribuição e registro: sorteio do processo para o juizo onde será processado e julgado, com distribuição por dependência; 
Para evitar burla do juízo sorteado, o art. 286 traz o rol de casos em que a distribuição se dará por dependência ao mesmo juízo: i) quando as causas se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; ii) quando, extinto o processo sem resolução de mérito (art. 485), for reiterado o pedido, "ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda"; iii) quando houver o ajuizamento de ações "que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles" (art. 55, §3°), ao juízo prevente. 
7.2 Do valor da causa: requisito da petição inicial, hipôteses de sua fixação, como base de cálculo das custas judiciais e verba honorária. 
O art. 291 institui o dever de se atribuir valor certo a toda causa, 'iainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível'>, isso porque serve de base de cálculo das custas judiciais e, também para a base de cálculo da verba honorária. 
O art. 292 traz as regras sobre o valor da causa de acordo com cada demanda: i) na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; ii) no caso de cumulação de pedidos, o valor de sua soma; iii) no caso de pedidos alternativos, o equivalente ao de maior valor; iv) no caso de pedido subsidiário, o equivalente unicamente ao pedido principal; v) quando o objeto da ação for a existência, validade, cumprimento, modificação, resolução, resilição ou rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou de sua parte controvertida; vi) na ação de alimentos, a soma de doze prestações mensais pedidas pelo autor; vii) nas ações de divisão, demarcação e reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; viii) na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido. 
Já os §§2° e 3° disciplinam o caso de pedido de condenação em prestações vencidas e vincendas, quando o valor ·.da causa será o valor das vencidas acrescidas do valor de: i) uma prestação anual, caso o período vincendo seja indeterminado ou superior a 01 (um) ano; ii) o valor integral das vincendas, caso o período seja igual ou inferior a 01 (um) ano. 
Novidade do CPC/15, o §3° dá ao juiz o poder expresso de corrigir "de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes". 
Por fim, pode o réu questionar o valor atribuído à causa mediante "preliminar da contestação", "sob pena de preclusão" (art. 293). Portanto, o CPC/15 acaba com o incidente de impugnação ao valor da causa. 
CAPÍTULO 4
FORMAÇÃO, SUSPENSÃO 
E EXTINÇÃO DO PROCESSO 
Noções Gerais
Momentos cruciais, de surgimento (formação), paralisação por crise processual (suspensão) ou finalização (extinção) do processo mediante a prática de seu ato final (sentença). 
l. FORMAÇÃO DO PROCESSO: O processo surge com a distribuição da petição inicia!, porém, a relação jurídica processual se aperfeiçoa com a citação válida do réu. Até a citação, o autor pode modificar causa de pedir ou pedido. Após esta, precisa de consentimento do réu. Saneado o processo, veda-se a modificação da causa de pedir ou do pedido. 
É inegável que o processo passa a existir juridicamente desde o momento do protocolo da petição inicial pelo autor, ato inicial de provocação do Poder Judiciário (arts. 2° e 312, do CPC/15). Não obstante, a relação jurídica processual depende da integração de três partes principais ao processo: i) o juiz; ii) o autor; iii) o réu. 
Com o ajuizamento da petição inicial e sua imediata distribuição, passam a integrar a lide o autor e juiz da causa. Porém, o réu somente é devidamente integrado por meio do ato de citação, aperfeiçoando a relação jurídica processual e gerando todos os efeitos jurídicos prescritos pelo art. 240, do CPC/15 (art. 312, parte final). 
Até a citação, é permitido ao autor "aditar ou alterar o pedido ou a causa .de pedir, independentemente de consentimento do réu" (art. 329, I), fenômeno conhecido como "estabilização da lide". 
A estabilização atinge seu auge no momento do saneamento do processo (art. 357, do CPC/15), quando o juiz fixa os pontos de fato e de direito controvertidos, determinando as provas a serem produzidas, a partir do qual não se admite a modificação do pedido ou da causa de pedir pelo autor (art.329, II). 
"Aplica-se o disposto neste artigo à reconvençáo e à respectiva causa de pedir" (art. 329, § único). 
2. SUSPENSÃO DO PROCESSO:Representa "crise processual" geradora da paralisação do fluxo normal do processo, em razão de eventos envolvendo partes, representantes ou procuradores (perda da capacidade processual, morte, convenção), ou de eventos externos a atingir o processo (prejudiciais externas; oposição de "exceções'; força maior, etc.). Gera vedação da prática de atos processuais, exceto para evitar dano irreparável; Possuem prazo máximo de suspensão, após o que deve ter regular prosseguimento. 
Evento externo ou ocorrido em face de uma das partes ou de seus procuradores pode gerar a suspensão do curso normal do processo (art. 313), quando é defeso praticar qualquer ato processual. "Podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes, a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição" (art. 314). 
No caso de morte, perda da capacidade processual das partes ou de seu representante legal, o juiz suspenderá o processo.
Já no caso de morte do advogado, o juiz concederá à parte o prazo de 15 (quinze) dias para constituir novo procurador, sob pena de: i) extinguir o processo sem julgamento de mérito, no caso do autor; ii) determinar o prosseguimento do feiro à revelia do réu (arr. 313, § 3°). 
A hipótese de suspensão do feito por convenção das partes jamais poderá superar 06 (seis) meses (art. 313, § 4°). 
Os eventos externos causadores da suspensão do processo são: i) arguição de impedimento ou de suspeição do juiz; ii) quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa) ou da declaração de existência ou inexistência da relação jurídica, que constitua objeto principal de outro processo pendente; b) tiver de ser proferida após verificado determinado fato, ou produzida certa prova requisitada a outro juízo; iii) motlvo de força maior; iv) admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; v) quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; vi) pelo parto ou concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo for a única patrona da causa (prazo de 30 dias), o mesmo se dando quando o advogado tornar-se pai (prazo de 08 dias) (novidades trazidas pela Lei n. 13.363/16); vii) demais casos regulados pelo CPC/15 (arts. 76, 678, 685, 921 e 922). 
Nas "prejudiciais externas" (irem ii - a e b), quando o juiz suspender o curso do processo para aguardar algum desfecho externo do qual dependa a prolação da sentença, "o prazo de suspensáo do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano" (art. 313, § 4°). 
EXTINÇÃO DO PROCESSO: Ato final do processo, praticado pelo juiz mediante prolação de "sentença''. Pode ser terminativa, extinguindo o processo por ausência de condições mínimas para o julgamento da controvérsia em si (art. 485), ou resolver o mérito da controvérsia posta perante o Poder Judiciário (art. 487), quando é chamada de extintiva ou definitiva. Somente as sentenças extintivas ou definitivas possuem a característica da imutabilidade decorrente da coisa julgada material, embora ambas extingam o processo (coisa julgada formal). 
Por fim, vamos analisar as hipóteses de extinção do processo, que deve ocorrer por meio do ato de "sentença", praticado pelo juiz (art. 203, § 3°, do CPC/15) e classificado em: i) terminativas (art. 485); ii) extintivas ou definitivas (art. 487). 
3.1 Sentenças terminativas 
Arroladas pelo art. 485, do CPC/15, representam hipóteses nas quais o processo não tem condições de prosseguir, em face de irregularidade insanável, de ausência de algum requisito ou pressuposto imprescindível. Ocorrem quando: i) o juiz indeferir a petição inicial (art. 330): 1) for inepta, ou seja: a) lhe faltar pedido ou causa de pedir; b) da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; c) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; d) contiver pedidos incompatíveis entre si; 2) a parte for manifestamente ilegítima; 3) o autor carecer de interesse processual; 4) desrespeitado pela parte o disposto nos arts. 106 e 321, ambos do CPC/15. 
ii) o processo ficar parado por mais de 01 (um) ano, por negligência das partes; iii) o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias, deixando de promover os atos e diligências que lhe incumbir; sendo que "oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimenro do réu" (§6°). 
Nestes dois casosi "a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias" (§ 1°). 
iv) verificada a ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. São pressupostos de constituição do processo: a) subjetivos - partes (juiz, autor e réu); b) objetivos - petição inicial, com causa de pedir (razões de fato e de direito) e pedido, e citação. Já os pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo são: a) autor e réu capazes e legitimados, juiz competente e não impedido; b) petição inicial apta; c) citação regular; d) inexistência de perempção, litispendência, coisa julgada ou convenção de arbitragem (pressupostos negativos). 
v) o juiz reconhecer a existência de perempçáo, litispendência ou coisa julgada. O conceito de perempção é dado pelo art. 486, § 3°: "se o autor der causa, por 3 (três) vezes,, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito". Outrossim, "há litispendência quando se repete ação que está em curso"; "há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado" (art. 337, §§ 3° e 4°). 
vi) inexistir alguma das condições da ação, quais sejam, legitimidade das partes e interesse processual. Ou seja, (a) existência de conflito entre as partes; (b) binômio "necessidade da busca da via judicial para a solução da controvérsia" e "adequação da via processual escolhida" (DINAMARCO), respectivamente. O CPC/15 acaba com a figura da possibilidade jurídica do pedido como espécie de condiçáo da ação. 
vii) o juiz acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecei· sua competência: encontra disciplina na Lei 9.307/96 e representa modalidade heterogênea de soluçáo de controvérsias, em que se firma compromisso escrito de submeter eventual controvérsia à solução de u1n terceiro escolhido de comum acordo (árbitro), fora do Poder Judiciário (att. 3°). 
viii) o juiz homologar a desistência da ação. O que dependerá do consentimento do réu "depois de decorrido o prazo para resposta" (art. 485, § 4°), sendo que "pode ser apresentada até a sentença" (§5°). 
ix) em caso de tnorte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal, ou seja, nos casos de direitos personalíssimos (p.e., ações de estado, a envolver direitos da personalidade, ações concessórias de benefícios previdenciários ou acidentários em favor de segurado da Previdência Social, etc.); 
x) nos demais casos prescritos pelo CPC/15 (p,e., arts. 354 e 1.009). 
Por fim, dispõe o art. 486 que "o pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação)', dependendo, porém, da prova do pagamento ou do depósito das custas e honorários de advogado (§2°). Exceções feitas aos casos de "extinção em razão de litispendência e nos casOs dos incisos 1, IV, VI e VII do art. 485", quando "a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito" (§1°). Isso porque fazem apenas coisa julgada formal e não material. 
3.2 Sentenças extintivas ou definitivas 
Arroladas pelo art. 487, representam as sentenças que põem termo à controvérsia, solucionando-a. Por decorrência, fazem coisa julgada material, ou seja, possuem a característica da imutabilidade e cristalização da relaçãojurídica resolvida, não se podendo mais discutir a questão em outra ação judicial {art. 502). 
Porém, das cinco hipóteses do art. 487, apenas uma cuida da autêntica sentença de mérito) qual seja, quando o juiz "acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvençáo" (inc. I), solucionando a controvérsia e exercendo o poder estatal decorrente da Jurisdição. 
Os demais casos tratam das "falsas sentenças de mérito" (DINAMARCO), as quais representam mero reconhecimento e homologação, pelo juiz, de: i) transação, ii) extinção do direito ou de seu exercício pelo decurso do prazo (decadência ou prescrição), iii) renúncia praticada por uma delas, iv) reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou reconvenção; aos quais o legislador reconheceu o poder de fazer coisa julgada material para que não se discuta mais a questão em juízo. 
CAPITULO 5
PROCESSO E 
PROCEDIMENTO 
1. NOÇÕES GERAIS 
O CPC/15. prevê as seguintes espécies de "processos", cada qual com seu objetivo próprio e inconfundível: i) processo de conhecimento (arts. 318 a 538); ii) processo de execução (arts. 771 a 925); 
Processo de conhecimento: Solucionar os conflitos trazidos pelas partes. 
Processo de execução: Dar efetividade ao titulo executivo judicial (sentença) ou extrajudicial, entregando o bem da vida a quem de direito. 
Procedimentos especiais: Solucionar conflitos em casos específicos, arrolados pela lei. 
Dentro do processo de conhecimento, existe o procedimento padrão a ser seguido, 
chamado "comum" (art. 318), e os procedimentos diros "especiais" (arts. 539 a 770), de 
aplicação remira às hipóteses arroladas pelo CPC/15. 
2. PROCESSO DE CONHECIMENTO 
2.1 Procedimento comum 
É o procedimento padrão prescrito pelo Código de Processo Civil (arts. 318 a 512), aplicável sempre que não se preveja procedimento especial a ser seguido. Além disso, possui caráter subsidiário, devendo-se aplicar suas regras de forma supletiva aos procedimentos especiais e ao processo de execução, no caso de lacuna (art. 318, § único). 
3. PROCEDIMENTO COMUM - DIVISÃO EM FASES 
Tal procedimento encontra-se basicamente subdividido da seguinte forma sequencial: 
1) Petição inicial; 2) Respostas do réu; 3) Revelia e seus efeitos; 4) Julgamento conforme o 
estado do processo; 5) Provas; 6) Audiência. 
3.1 Petição inicial 
Tal manifestação precisa preencher requisitos mínimos, indicando (arr. 319): i) juízo a que é dirigida; ii) nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, profissão, número do CPF ou CNPJ, endereço eletrônico, domicílio e residência do autor e do réu; iii) fatos e fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir); iv) pedido, com suas especificações; v) valor da causa; vi) provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; vii) opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Além de -estar "instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação" (art. 320). 
"Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção" (arr. 319, §1°), sendo que a petição inicial não será indeferida pelo não cumprimento de tal exigência caso: i) "for possível a citação do réu a despeito da falta de informações" (§2°); ii) "a obtenção de tais inforrií.ações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça" (§3°). 
Ausente alguma das características acima, o juiz intimará o autor para que emende a petição inicial, sanando irregularidades em 15 (quinze) dias, ''indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado", sob pena de indeferimento (arts. 321 e 485, 1 e.e. 295). 
Quanto aos pedidos formulados pelo autor, o CPC/15 traz regras nos art. 322 a 329. Dentre elas, "o pedido deve ser certo" (art. 322) e "determinado" {art. 324), com raras exceções legais, para que o réu possa exercer de forma ampla seu direito de defesa consagrado constitucionalmente (art. 5°, LV). Como consequência, é vedada a prolação de sentença condicional (art. 492, parágrafo único), sob pena de gerar insegurança jurídica e sua própria inexequibilidade. 
Os arrs. 325 a 329 dizem respeito à cumulação de pedidos e suas diversas configurações: i) pedidos alternativos, "quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo" (art. 325); ii) pedidos sucessivos ou subsidiários, "a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior" (art. 326); iii) cumulaçáo simples de pedidos, quando há a formulação de mais de um pedido na petição inicial contra o réu, sem que um influencie no desfecho do outro (arr. 327). 
Porém, há condições para que seja possível a veiculação de pedidos cumulados: i) os pedidos devem ser compatíveis entre si; ii) o mesmo juízo deve ser competente para conhecer de todos; iii) o mesmo tipo de procedimento deve ser o adequado para rodos os pedidos, facultada a opção pelo procedimento ordinário, no caso de discrepância, "sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum" (art. 327, §§ 1° e 2°). 
O an. 322, §2°, em inovação trazida pelo CPC/15, avisa que "a interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio di.t boa fé'', abarcando, mesmo na ausência de requerimento expresso: i) "os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios" (art. 322, §1°); ii) as prestações vincendas no caso de "prestações sucessivas" (art. 323). Por fim, o art. 328 prevê que "na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito". Não se trata de litisconsórcio ativo necessário, mas de mera destinação proporcional do bem da vida ao terceiro credor não participante do processo, a ser realizada pelo juiz da causa
3.2 Respostas do réu generalidade e espécies 
Os arts. 335 a 343 passam a disciplinar as respostas passíveis de serem apresentadas pelo réu: i) contestação, como peça de defesa dos fatos e direitos alegados na petição inicial; 
ii) reconvenção, destinada a formular pedidos contra o autor na própria ação. Novidade no CPC/15 é o fato de cada resposta ser tratada de forma individualizada, não mais sob um regime unificador. 
O prazo para o oferecimento das respostas é único de 15 (quinze} dias (arts. 335 e 343, §1°), sendo que, no caso de litisconsórcio passivo, o prazo será contado: i) pela regra geral, da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposiçáo (art. 335, I); ii) a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência, no caso de manifestação expressa pela não realização da audiência (art. 335, §1°). 
 
3.2.1 Contestação 
"Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir" (art. 336). 
"Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato cónstantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas" (art. 341), Trata-se do ônus da impugnação específica dos fatos pelo réu, sob pena de lhe ser aplicado o efeito material da revelia, com as seguintes exceções: i) se não for admissível, a seu respeito, a confissão (p.e., fatos relativos a direitos indisponíveis, art. 351); ii) petição inicial desacompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; iii) se os fatos estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
O ônus da impugnação específica dos fatos "não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial" (art. 341, parágrafo único), os quais podem contestar por negativa geral, sem especificar as razões dadefesa. 
Importante lembrar que, teoricamente, após a contestação opera-se a preclusão quanto à apresentação de novas alegações de defesa, bem como no tocante à produção de provas não requeridas, com três exceções (art. 342): i) relativas a direito superveniente; ii) quando competir ao juiz conhecer delas de ofício (matérias de ordem pública); iii) quando, por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer rempo e grau de jurisdição. 
O art. 337 do CPC traz as "matérias de ordem pública", a serem alegadas pelo réu antes de adentrar no mérito da demanda, cognoscíveis de ofício pelo magistrado (§ 5°), à exceção da convenção de arbitragem e da incompetência relativa: i) inexistência ou nulidade da citação; ii) incompetência absoluta; iii) inépcia da petição inicial; iv) perempção; v) litispendência; vi) coisa julgada; vii) conexão; viii) incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; ix) convenção de arbitragem; x) ausência de legitimidade ou de interesse processual; xi) falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; xii) incorreção do valor da causa; xiii) indevida conceSsão do benefício de gratuidade de justiça (itens xii e xiii incluídos pelo CPC/15). 
Quanto ao mérito da ação, pode o réu, na contestação, reconhecer ou não o fato em que se fundou a ação. Mesmo reconhecendo, pode requerer a improcedência da ação opondo outro fato que seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, conforme orienta o art. 350 do CPC. 
3.2.2 Reconvençáo 
Representa a formulação pelo réu, nos próprios autos, de "pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa" (art. 343). 
Oferecida a reconvenção, o autor será intimado "na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias" (art. 343, §1°). Por possuí caráter de autonomia, a reconvenção não se extingue com eventual desistência da ·ação pelo autor originário ou extinção dos pedidos inicialmente formulados (§2°). 
Novidades do CPC/15 em matéria de reconvenção: i) possibilidade de apresentação independente de contestação (art. 343, §6°); íí) possibilidade de proposição contra autor e terceiro (§3°); iií) possibilidade de apresentação pelo réu em litísconsórcio com terceiro (§4°); iv) "se o autor fOr substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído e a. reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual" (§5°), 
3.3 Revelia 
O termo "revelia” diz respeito às consequências jurídicas decorrentes da não apresentação de defesa pelo réu, quando devidamente citado para integrar o polo passivo da ação. 
Dois são os efeitos da revelia:
 i) o efeito processual, prescrito pelo art. 346 do CPC, Os prazos correrão independente de intimação, quando o réu não possuir procurador nos autos. 
Exceção: O réu pode intervir no processo em qualquer fase, recebendo o feito no estado em que se encontra. 
ii) o efeito material: Considerar verdadeiros os fatos narrados pelo autor. 
Exceção1) direitos indisponíveis; ii) àpresentação de defesa por um dos vários réus; iii) petição inicial sem instrumento público, quando indispensável à prova do ato. iv) alegações de fato inverossímeis ou contrárias às provas dos autos. 
3.4 Julgamento conforme o estado do processo 
Por uma questão de economia processual e eficiência, o CPC/15 determina que finalizada a etapa das "providências preliminares>> ou, quando desnecessárias, decorrido o prazo para apresentação de defesa pelo réu, o juiz profira desde logo sentença, com ou sem julgamento de mérito da ação (art. 354), quando (art. 355): i) não houver necessidade de produzir outras provas além daquelas já anexadas ao processo; ii) o réu for revel, ocorrer o efeito material da revelia e não houver requerimento de prova. Inovando no campo processual, o CPC/15 cria a figura do "julgamento antecipado parcial do mérito" (art. 356), a ocorrer quando "um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles': i) mostrar-se incontroverso; ii) estiver em condições de imediato julgamento. 
"A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento (§5°), sendo que a parte vencedora poderá, desde logo, liquidá-la ou executá-la, "ainda que haja recurso contra essa interposto" (§2°), podendo "ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz" (§4°). 
Caso não seja hipótese de julgamento do processo no estado em que se encontra, i• deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo" (art. 357): i) resolver as questões processuais pendentes; ii) delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; iii) definir a distribuição do ônus da prova, "observado o arr. 373 (distribuição dinâmica do ônus da prova)"; iv) delimitar as questões de direito r~levantes para a decisão do mérito; v) designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. 
Novidades do CPC/15 (art. 357): i) "as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo com-Um de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável" (§1°); ii) "as partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de faro e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz" (§2°); iii) se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito) deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes) oportunidade em que o juiz) se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações" (§3°). 
3.5 Das provas 
3.5.l Aspectos gerais 
As alegações formuladas (fatos e direitos) devem ter suporte em provas, em elementos que, trazidos aos autos, comprovem a sua veracidade, para serem atendidos pelo Poder Judiciário.
Regra gera!: 
i) princípio da livre produção de provas pelas partes; 
ii) princípio da aquisição das provas pelo processo; 
ili) princípio da livre apreciação motivada das provas pelo juiz. 
Espécies:]
O CPC traz o princípio da liberdade dos meios de produção de prova, porém, disciplinando algumas modalidades: 
i) depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão; Disciplinado pelos arts. 385 a 388, representa o interrogatório das partes sobre os fatos da causa (arr. 385), podendo ser determinado de ofício pelo magistrado ou requerido pelas partes (art. 385), que deverão ser intimadas pessoalmente e alertadas sobre os efeitos da confissão caso não compareçam (§1°). 
ii) confissão 
 "Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e'favorável ao do adversário" (art. 389). Consequentemente, tem-se, da incontrovérsia do:s fatos confessados, a desnecessidade da prova. l Duas são as modalidades .de confissão (art. 389): i) judicial, quando feita perante o juízo;i) espontânea, feita pela própria parte ou por mandatário com poderes especiais, independente de provocação da parte contrária; 
ii) provocada, por via do depoimento pessoal prestado com base no requerimento da parte contrária ou determinada pelo juiz da causa. ....ii) extrajudicial, cíuando feita fora do processo. 
iii) exibição de documento ou coisa ao juízo pela parte ou terceiro; 
O juiz pode ordenar qu.e a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder" (art. 396), dependendo de pedido prévio expresso, devidamente justificado e individualizado pela parte contrária (art. 397), com oitiva da parte atingida e faculdade de produção de provas em homenagem ao contraditório (art. 398). 
iv) provas documentais; 
O CPC/15 não traz um conceito .fechado de "documento", mas meramente exemplificativo. Um conceito possível é o seguinte: "qualquer registro de fato ou de manifestação de vontades", a abarcar a gravação de áudio e vídeo, o meio eletrônico e a fotografia, além de quaisquer outros suportes de gravação de manifestações de vontade. 
O CPC/15trata do: i) documento público, feito por oficial público competente e com observância das formalidades legais (art. 405), com vasto poder probatório - "faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença"; e, do ii) documento particular, como 
todos os demais trazidos aos autos, com poder probatório mais restrito (arts. 407 e 408). 
v) provas testemunhais; 
A regra é a de que todas as pessoas podem depor (art. 447), exceto as incapazes (interditadas; enfermas mentais; menores de 16 anos e cegos e surdos, quando a ciência do fato depender dos sentidos. que lhes faltam; § 1°), impedidas (cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente em qualquer grau e colateral até o terceiro grau de alguma das partes, salvo nos casos de interesse público ou nas ações de estado da pessoa nas quais não haja como se comprovar a situação por outro meio de prova; pessoa parte na causa; pessoa que intervém em nome de uma das partes como tutor, representante legal, juiz, advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes; § 2°) ou suspeitas (pessoa inimiga ou amiga íntima de uma das partes; pessoa que tiver interesse no litígio; § 3°). 
O art. 447, § 4°, traz a figura do "informante", como terceiro ouvido em juízo estando impedido ou suspeito de depor como testemunha, quando os depoimentos "serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que· possam merecer" (§5°), tudo em atendimento aos princípios da livre produção das provas e livre apreciação das provas pelo juiz. 
vi) provas periciais (exame, vistoria ou avaliação); 
Cabe a produção de prova pericial sempre que "a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico" (art. 156), desde que não jurídico, cabendo seu indeferimento caso seja ''desnecessária em vista de outras provas produzidas" ou quando a «verificação for impraticável" (art. 464). 
Três são as espécies de perícia (art. 464): i) exame ''inspeção sobre pessoas, coisas móveis ou animais"; ii) vistoria - "inspeção sobre bens imóveis"; iii) avaliação - ''estimativa do valor, em moeda corrente) de coisas, direitos e obrigações, pelos conhecimentos técnicos do avaliadoe'. 
vii) inspeção judicial 
Por fim, tem-se a inspeção judicial (pelo juiz) de "pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa" (art. 481). 
 "O juiz poderá ser assistido de um ou de mais peritos quando realizar a inspeção direta, assim como as partes podem assistir ao ato, prestar esclarecimentos e fazer observações que reputem de interesse para a causa)). 
"O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou a coisa, quando" (art. 483): i) reputar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; ii) a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; iii) determinar a reconstituição dos faros. 
viii) ata notarial. 
Novidade trazida pelo CPC/15, é disciplinada pelo art. 384, da seguinte forma: "a existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião", sendo que "dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial". 
3.6 Audiências - aspectos gerais 
O CPC as prevê em duas modalidades: i) audiência de conciliação ou de mediação, onde se tenta encontrar uma solução de comum acordo pelas partes, sem julgamento da causa; ii) audiência de instrução e julgamento, voltada ao colhimento das provas orais e julgamento da causa. 
3.6.1 Audiência de conciliação ou de mediação: i) audiência de conciliação ou mediação, estímulo à busca de solução amlgávél ao litígio, a qual deve ser realizada logo após a apresentação da petição inicial apta, e não sendo o caso de improcedência liminar do pedido; 
Como novidade do CPC/15, estando a petição inicial apta, e não sendo hipótese de improcedência preliminar do pedido, "o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência (art. 334), a qual não será realizada somente (§4°): i) "se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual"; ii) "quando não se admitir a aurocomposição". O autor deve manifestar seu desinteresse logo na petição inicial, sendo que "o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data de audiência" (§5°). 
"As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos" (§9°). 
Por fim, como medida voltada a garantir a efetividade na realização de tais audiências, o CPC/15 prescreve que "o não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado" (§8°).
3.6.2 Audiência de instruçáo e julgamento: ii} audiência de instrução e julgamento, designada nos casos em que necessária a produção de prova oral (oitiva de perito e assistentes técnicos, depoimento das partes e/ou oitiva de testemunhas). 
Compete ao magistrado .. a condução da audiência, procedendo à colheita das provas de forma direta e pessoal, advertindo as partes dos deveres de urbanidade, sendo certo que ''enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz" (art. 361, §único). Em decorrência, cabe-lhe o poder de polícia, ordenando a retirada dos que se comportarem se forma inconveniente e requisitando, quando necessário, força policial (art. 360, III), embora as audiências sejam públicas, "ressalvadas as exceções legais" (art. 368). 
Necessária a prova oral, o juiz designará audiência de instrução e julgamento (art. 357, V e 361), colhendo-as na seguinte ordem (art. 361): i) o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos, se existentes; ii) toínada dos depoimentos pessoais do autor e depois do réu; iii) oitiva das testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu. 
A audiência de instrução e julgamento somente pode ser adiada em três hipóteses (art. 362): i) por convenção das partes; ii) se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar, incumbindo a estes o ônus da prova do impedimento até o momento da abertura da audiência, sob pena de preclusão (§ 1°); iii) por arraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. 
"O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público" (art. 362, §2°). 
O art. 365 traz o princípio da continuidade da audiência de instrução e julgamento, ou seja, deve ser iniciada e finalizada no mesmo dia. Realizados os debates ou apresentados os memoriais o juiz deve decidir a causa em 30 (trinta) dias (art. 366), tratando-se de prazo 
impróprio. 
CAPÍTULO 6 
TUTELA, SENTENÇA 
E COISA JULGADA
1. ASPECTOS GERAIS 
O presente Capítulo tem por escopo o estudo das decisões judiciais proferidas com o objetivo de solucionar o conflito apresentado, decidindo sobre o bem da vida controvertido. 
Tais deci.sóes recebem o nome de "tutelas jurisdicionais'', e podem ser de duas ordens, a saber: 
i) tutelas provisórias - proferidas em caráter precário, durante o trâmite processual, inclusive, logo após o recebimento da petição inicial e independente de intimação prévia do réu ou de citação (art. 300, §2°), em juízo de cognição sumária; 
ii) tutelas de mérito - sentenças proferidas ao final da instrução processual e que decidem os conflitos apresentados pelas partes, entregando o bem da vicia a quem de direito, emjuízo de cognição exauriente. 
As tutelas provisórias podem ser proferidas de ofício pelo juiz, já que têm por escopo garantir a integridade do bem da vida até o julgamento final da ação ou antecipar a entrega do próprio bem da vida postulado. Possuem três variações: 
i) tutela antecipada; 
ii) tutela mandamental liminar; 
iii) tutela cautelar liminar. 
Já as tutelas de mérito, proferidas com o objetivo de solucionar definitivamente a controvérsia são divididas, pela maioria dos processualistas pátrios (inobstante a existência de resquício de celeuma entre as teorias trinária e quinária) em cinco espécies (teoria quinária): 
i) declaratória, reconhece a existência ou inexistência de relação jurídica processual (art. 19); ii) (des)constitutiva, (des)constitui certa relação ou situação jurídica; iii) condenatória, Condenar a parte vencida em obrigação de pagar. ; iv) mandamental, Condenar a parte vencida em fazer ou não fazer algo. (caso do mandado de segurança); v) executiva "lato sensu", Condenar a parte vencida em fazer, não fazer ou dar algo, cuja execução independe de processo autônomo (arts. 497 a 501). 
Também se estudará o conceito de "coisa julgada'', garantia constitucional prescrita pelo art. 5°, XXXV, da CF e regulamentada pelos arts. 502 a 508, do CPC/15. 
modalidades de tutelas de urgência: 
Tutela Antecipada: Antecipar, no todo ou em parte, os efeitos da sentença. 
Liminar mandamental: Suspender o ato que deu motivo à impetração do mandado de segurança
Exceções: i) direitos indisponíveis; 
 ii) apresentação de defesa por um dos vários réus
. iii) petição inicial sem instrumento público, quando indispensável à prova do ato. 
Liminar cautelar: Garantir a existência e a integridade do bem da vida objeto do pedido principal formulado. 
Exceções: O réu pode intervir no processo em qualquer fase, recebendo o feito no estado em que se encontra. 
2. TUTELAS PROVISÓRIAS: Atividade precária, proferida em sede de juízo de cognição Sumária, pela qual o juiz: i) antecipada total ou parcialmente os próprios efeitos-da tutela jurisdicional de mérito (tutela antecipada e tutela da evidência), ii) suspende o ato que deu origem à impetração (liminar em mandado de segurança) ou iii) busca garantir , a integridade do bem da vida até o julgamento final de mérito da: ação principal Tutelas provisórias (liminar de natureza cautelar). 
Previstas nos arts. 294 a 311, do CPC/15, subdividem-se em: i) tutelas de urgência (antecipada e cautelar); ii) tutela da evidência. 
No concernente às disposições gerais, é certo que: i) a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental (art. 294, §único); ii) possui caráter precário, pelo que "pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada" (art. 296); Hi) exige-se do juiz que "motivará seu convencimento de modo claro e preciso (art. 298). 
Especificamente no tocante às tutelas de urgência, são requisitos para sua concessão: "elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo" (art. 300), sendo que o juiz poderá exigir caução real ou fidejussória para sua concessão (§1°), além do que "pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia" (§2°). Vedação relevante à sua concessão é a hipótese de "perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão" (§3°). 
O poder geral de cautela do juiz vem previsto no art. 301, da seguinte forma: ''A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito". 
As hipóteses de responsabilização da parre "pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa" são as seguintes (art. 302): i) se a sentença lhe for desfavorável; ii) se a parte favorecida pela concessão da tutela não fornecer os meios necessários para a citação do requerido em 5 (cinco) dias; iii) se ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; iv) se o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. 
Já o procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente ("nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação") é disciplinado pelos arrs. 303 e 304, caso em que "a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo" (art. 303), sendo que, concedida a tutela antecipada, "o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final" (§1°), "nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais" (§3°), sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito (§2°). 
"Caso entenda que não há elementos para a concessão da tutela antecipada, o órgãojurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito" (§6°). 
Em relevante inovação, o art. 304 fixa que "a tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso)), caso em que "o processo será extinto" (§1°), porém, possibilitada a qualquer das partes o ajuizamento de nova ação judicial "com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada" (§2°), no prazo de "2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo" (§5°). Tal estabilidade não implica em coisa julgada material, conforme expressamente prescrito pelo art. 304, §6°. 
Por outro lado, o procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente é disciplinado pelos arts. 305 a 310, caso em que a petição inicial "indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do difeito que se objetiva assegurar e o ,perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo" (art. 305). 
Sedimentando importante corrente doutrinária, o art. 305, §único cristalizou a noção de· fungibilidade entre as diversas tutelas de urgência existentes: "caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303". Tal caráter bifronte restou consagrado pelo STJ no REsp 1.150.334/MG e REsp 686209/RS. 
O réu será citado para contestar o pedido e indicar as provas que pretende produzir (art. 306), sendo que: i) não contestado o pedido, presumircse-áo aceitos pelo réu como ocorridos os faros alegados pelo autor, devendo o juiz decidir, em 5 (cinco) dias (art. 307); ii) contestado o pedido, c'observar-se-á o procedimento comum" (art. -307) §único). "Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais)' (art. 308), sendo que "o pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar" (§1°), além do que "a causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal" (§2°). 
A eficácia da tutela cautelar concedida em caráter antecedente cessará quando: i) o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; ii) não for efetivada em 30 (trinta) dias; iii) o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito (art. 309). 
Reconhecendo o caráter meramente instrumental da tutela cautelar, o art. 310 do CPC/15 prescreve que: "O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principat nem influi no julgamento desse) salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição)'. 
Por fim, o art. 311 preVê a concessão de tutela da evidência, "independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco

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