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VipJus - Pacote Anticrime

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E S P E C I A L V I P J U S
LEI 13.964/19
Pacote Anticrime
S E U S U C E S S O M E R E C E S E R T R A T A D O C O M E X C L U S I V I D A D E !
SUMN for useS U M Á R I O
INTRODUÇÃO……………..p. 03
I – CÓDIGO PENAL
Art. 25 do CP………………...p. 04
Art. 51 do CP……………..….p. 05
Art. 75 do CP ………….…….p. 06
Art. 83, III, do CP……..…….p. 07
Art. 91-A do CP………….….p. 09
Art. 116 do CP……………….p. 13
Art. 157 do CP……………….p. 14
Art. 171 do CP……………….p. 16
Art. 316 do CP……………….p. 18
I I– CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Art. 3º-A e ss do CPP……………..p. 19
Art. 14-A do CPP…………………...p. 27
Art. 28 do CPP…………………..…..p. 30
Art. 28-A do CPP.…………………..p. 33
Art. 122 do CPP………...…………..p. 48
Art. 124-A do CPP………………...p. 49
Art. 133 do CPP…………………….p. 50
Art. 133-A do CPP………………...p. 51
Art. 157, §5º, do CPP……………..p. 53
Art. 158-A do CPP.………………...p. 55
Art. 282 do CPP.…………………….p. 64
Art. 283 do CPP……………………..p. 68
Art. 287 do CPP……………………..p. 69
Art. 310 do CPP………………..p. 70
Art. 311 do CPP………………..p. 75
Art. 312 do CPP………………..p. 76
Art. 313, §2º, do CPP………..p. 80
Art. 315 do CPP………………..p. 81
Art. 316 do CPP………………..p. 83
Art. 492 do CPP………………..p. 84
Art. 564 do CPP………………..p. 87
Art. 581 do CPP………………..p. 88
Art. 638 do CPP………………..p. 89
I N T R O D U Ç Ã O
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Infelizmente, nesses últimos dias, estamos todos mais resguardados 
por conta da “Quarentena – COVID 19”, justamente para preservar e 
assegurar o bem-estar de todos à nossa volta.
Para quem deseja enfrentar concursos públicos, é hora de aproveitar 
esse período para intensificarmos os estudos, na medida do possível, a 
fim de evoluirmos cada vez mais rumo à tão sonhada aprovação.
E, por falar nisso: Você conhece todas as alterações legislativas 
promovidas pela Lei 13.964/2019 no Código Penal e no Código de 
Processo Penal?
Pensando nisso, o VIPJUS resolveu oferecer a você, de maneira 
totalmente gratuita, este material acerca da Lei 13.964/19 (PACOTE 
ANTICRIME), que entrou em vigor no início de 2020 e que introduziu 
diversas alterações no Código Penal, no Código de Processo Penal e 
também em leis extravagantes.
Buscando organizar da melhor maneira o novo conteúdo, 
apresentaremos, de forma objetiva e sem pretensão de 
exaurir o seu estudo, comentários explicativos acerca das 
alterações ocorridas no Código Penal e no Código de Processo 
Penal, a fim de que se possa visualizar com maior clareza o que 
você, de fato, precisa dominar a partir de agora.
Bons estudos e conte sempre conosco!
Atenciosamente,
EQUIPE VIPJUS
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I ) C Ó D I G O P E N A L
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Inexiste relevante alteração com a inclusão do 
parágrafo único, haja vista que ele trouxe tão somente uma 
hipótese de legítima defesa que já era abarcada pelo próprio 
artigo 25 do CP. Na realidade, veio apenas esclarecer e deixar 
expresso que, numa situação como essa descrita no dispositivo 
incluído, o agente de segurança pública estará acobertado pela 
excludente de ilicitude.
Alteração – art. 25 do CP (legítima defesa)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 25 - Entende-se em legítima 
defesa quem, usando 
moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem.
Art. 25 - Entende-se em legítima 
defesa quem, usando 
moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem.   
Parágrafo único. Observados os 
requisitos previstos no caput deste 
artigo, considera-se também em 
legítima defesa o agente de 
segurança pública que repele 
agressão ou risco de agressão a 
vítima mantida refém durante a 
prática de crimes.
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Essa alteração vai no mesmo sentido da jurisprudência 
dominante nos Tribunais Superiores (STF, ADIN 3.150) e põe 
fim à discussão acerca do juízo competente para executar a 
pena de multa. Conforme agora expressamente previsto no 
CP, a execução da pena multa deve ocorrer no juízo da 
execução penal, assim como já ocorre em relação à pena 
privativa de liberdade.
Muito embora prevista no CP, esta novidade acaba 
refletindo na fixação de competência jurisdicional, que é 
matéria processual.
Alteração - art. 51 do CP (pena de multa)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 51 - Transitada em julgado a 
sentença condenatória, a multa 
será considerada dívida de valor, 
aplicando-se-lhe as normas da 
legislação relativa à dívida ativa da 
Fazenda Pública, inclusive no que 
concerne às causas interruptivas e 
suspensivas da prescrição.
Art. 51 - Transitada em julgado a 
sentença condenatória, a multa 
será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada 
dívida de valor, aplicáveis as normas 
relativas à dívida ativa da Fazenda 
Pública, inclusive no que concerne 
às causas interruptivas e 
suspensivas da prescrição.
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No Brasil, não existe pena com caráter perpétuo. Assim, 
existe um tempo máximo de pena que toda a pessoa pode 
cumprir. Antes do pacote anticrime, essa quantidade era de 30 
anos, sendo que, quando o agente fosse condenado a penas 
privativas de liberdade cuja soma fosse superior a esse 
montante, deveriam elas ser unificadas para atender o limite 
máximo legal.
O que a novel legislação mudou foi apenas a 
quantidade, passando o limite máximo agora para 40 
(quarenta) anos, observadas as mesmas regras da previsão 
anterior.
Alteração - art. 75 do CP (limite das penas)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 75 - O tempo de cumprimento 
das penas privativas de liberdade 
não pode ser superior a 30 (trinta) 
anos.
§ 1º Quando o agente for 
condenado a penas privativas de 
liberdade cuja soma seja superior a 
30 (quarenta) anos, devem elas ser 
unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo.
Art. 75 - O tempo de cumprimento 
das penas privativas de liberdade 
não pode ser superior a 40 
(quarenta) anos.
§ 1º Quando o agente for 
condenado a penas privativas de 
liberdade cuja soma seja superior a 
40 (quarenta) anos, devem elas ser 
unificadas para atender ao limite 
máximo deste artigo.
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Alteração – art. 83, III, do CP (livramento condicional)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Requisitos do livramento 
condicional
Art. 83 - O juiz poderá conceder 
livramento condicional ao 
condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 
(dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da 
pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e 
tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o 
condenado for reincidente em 
crime doloso;
III - comprovado comportamento 
satisfatório durante a execução da 
pena, bom desempenho no 
trabalho que lhe foi atribuído e 
aptidão para prover à própria 
subsistência mediante trabalho 
honesto;
Requisitos do livramento condicional
Art. 83 - O juiz poderá conceder 
livramento condicional ao condenado 
a pena privativa de liberdade igual ou 
superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena 
se o condenado não for reincidente 
em crime doloso e tiver bons 
antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o 
condenado for reincidente em crime 
doloso;
III – comprovado:
a) bom comportamento durante a 
execução da pena;
b) não cometimento de falta grave nos 
últimos 12 (doze) meses;
c) bom desempenho no trabalho que 
lhe foi atribuído; e
d) aptidão para prover a própria 
subsistência mediante trabalho 
honesto;
Houve alteração em relação aos requisitos para a concessão 
de livramento condicional. A nova lei ampliou a redação do inciso 
III do artigo 83 do CP, ao incluir a necessidade de comprovação de 
“não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses” (alínea “b”).Vale destacar que a prática da falta grave por si só NÃO impede o 
livramento condicional (Sum. 441 do STJ). 
Deve-se compatibilizar a letra da nova lei com o 
entendimento sumulado para fins de livramento condicional.
A alínea “a” trouxe redação bastante semelhante à redação 
anterior, trocando apenas “comportamento satisfatório” por “bom 
comportamento”, algo que, na prática, não deve trazer maiores 
repercussões.
A alínea “b”, ao trazer mais um requisito para a concessão do 
benefício, agravou a situação do condenado, não devendo retroagir 
para fatos ocorridos antes da vigência da nova lei.
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Alteração – art. 83, III, do CP (livramento condicional)
IV - tenha reparado, salvo efetiva 
impossibilidade de fazê-lo, o dano 
causado pela infração;
V - cumpridos mais de dois terços 
da pena, nos casos de condenação 
por crime hediondo, prática de 
tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, 
tráfico de pessoas e terrorismo, se 
o apenado não for reincidente 
específico em crimes dessa 
natureza.
IV - tenha reparado, salvo efetiva 
impossibilidade de fazê-lo, o dano 
causado pela infração;
V - cumpridos mais de dois terços da 
pena, nos casos de condenação por 
crime hediondo, prática de tortura, 
tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, tráfico de pessoas e 
terrorismo, se o apenado não for 
reincidente específico em crimes 
dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado 
por crime doloso, cometido com 
violência ou grave ameaça à pessoa, a 
concessão do livramento ficará 
também subordinada à constatação 
de condições pessoais que façam 
presumir que o liberado não voltará a 
delinqüir.
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Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Efeitos genéricos e específicos
Art. 91 (...)
SEM REFERÊNCIA
Efeitos genéricos e específicos
Art. 91 (...)
Art. 91-A Na hipótese de condenação 
por infrações às quais a lei comine 
pena máxima superior a 6 (seis) anos 
de reclusão, poderá ser decretada a 
perda, como produto ou proveito do 
crime, dos bens correspondentes à 
diferença entre o valor do patrimônio 
do condenado e aquele que seja 
compatível com o seu rendimento 
lícito.
§ 1º Para efeito da perda prevista no 
caput deste artigo, entende-se por 
patrimônio do condenado todos os 
bens:
I - de sua titularidade, ou em relação 
aos quais ele tenha o domínio e o 
benefício direto ou indireto, na data 
da infração penal ou recebidos 
posteriormente; e
O artigo 91-A do CP disciplina outra hipótese de efeito 
genérico da condenação, mas limitado a infrações penais com 
pena máxima superior a 6 anos de reclusão. 
De acordo com o dispositivo, é possível ser decretada a 
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens 
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do 
condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento 
lícito, ainda que esse valor não constitua proveito auferido pelo 
agente com a prática do fato criminoso. Trata-se de efeito 
não-automático da condenação, que deve ser pronunciado pelo 
juiz (ou tribunal) se houver pedido do Ministério Público nesse 
sentido. Cuida-se, portanto, de medida de maior abrangência do 
que aquela prevista no artigo 91, II, “b”, do CP, pois busca evitar o 
enriquecimento ilícito do condenado.
Figura semelhante já era prevista na lei de improbidade 
administrativa (Lei 8.429/92) em seu artigo 12, ao prever como 
sanção, na hipótese de atos de improbidade administrativa que 
importam enriquecimento ilícito (artigo 9º), a perda de bens ou 
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
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Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação)
II - transferidos a terceiros a título gratuito 
ou mediante contraprestação irrisória, a 
partir do início da atividade criminal.
§ 2º O condenado poderá demonstrar a 
inexistência da incompatibilidade ou a 
procedência lícita do patrimônio.
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá 
ser requerida expressamente pelo 
Ministério Público, por ocasião do 
oferecimento da denúncia, com indicação 
da diferença apurada.
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve 
declarar o valor da diferença apurada e 
especificar os bens cuja perda for 
decretada.
§ 5º Os instrumentos utilizados para a 
prática de crimes por organizações 
criminosas e milícias deverão ser 
declarados perdidos em favor da União ou 
do Estado, dependendo da Justiça onde 
tramita a ação penal, ainda que não ponham 
em perigo a segurança das pessoas, a moral 
ou a ordem pública, nem ofereçam sério 
risco de ser utilizados para o cometimento 
de novos crimes.
O §1º do artigo 91-A do CP delimita o patrimônio do 
condenado a ser considerado para fins de incidência deste dispositivo. 
No inciso I, considera-se como patrimônio todos aqueles bens 
de sua titularidade ou que pelo menos com que ele possua relação de 
domínio e benefício direto ou indireto. 
Limite temporal: da data da infração penal em diante.
Já o inciso II considera patrimônio do condenado aqueles bens 
transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação 
irrisória. 
Limite temporal: a partir do início da atividade criminal. 
Note que a limitação temporal é diversa. O inciso I, por se 
preocupar com o patrimônio que o condenado adquiriu após a prática 
criminosa – haja vista a presunção de que o patrimônio tenha relação 
direta com o(s) crime(s) praticado(s) –, definiu a data da prática da 
infração penal como termo inicial.
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Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação)
Por sua vez, o inciso II busca alcançar o patrimônio dilapidado 
pelo condenado assim que ele iniciou sua atividade criminal (aqui há 
outra diferença, pois fala em “atividade criminal”, e não em “infração 
penal”, o que indica uma interpretação mais abrangente).
O §2º sinaliza a inversão do ônus da prova, ou seja, é o 
condenado quem deve demonstrar a inexistência da incompatibilidade 
ou a procedência lícita do patrimônio para não tê-lo perdido, e não o 
órgão acusador quem deve provar que o patrimônio é ilícito, em 
compatibilidade com a ratio da norma incluída, que é de alargar a 
possibilidade de busca patrimonial do condenado.
O §3º determina o dever de o Ministério Público, já no 
oferecimento da denúncia, requerer expressamente a perda referida 
no artigo, com indicação da diferença apurada. Tal dispositivo gera uma 
dificuldade ao Parquet, pois terá ele que demonstrar, logo na denúncia, 
como chegou a essa diferença entre o valor do patrimônio do 
condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.
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Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação)
Por fim, conforme vem sustentando a doutrina, o §5º cuida 
do dever de se decretar a perda de instrumentos utilizados para a 
prática de crimes por organizações criminosas e milícias (eis aqui a 
restrição a apenas esses dois tipos penais), em favor da União ou do 
Estado, a depender da justiça em que tramita a ação penal, 
independentemente do requisito estabelecido na alínea “a” do inciso 
II do artigo 91-A do CP, que autoriza a perda, em favor da União, de 
instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. 
Trata-se de medida mais abrangente, obrigatória ao Juiz, e 
que visa a punir com mais veemência o crime organizado. 
Haja vista se tratar de norma prejudicial ao condenado, não 
deve ela retroagir.
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Houve a criação de duas novas causas impeditivas/suspensivas 
de prescrição, a saber: na pendência de embargos de declaração ou de 
recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e enquanto 
não cumprido ou não rescindidoo acordo de não persecução penal.
A primeira busca evitar que recursos processuais protelatórios 
acabem levando o caso à prescrição. Nesse caso, interposto recurso, 
seja de embargos de declaração perante o juízo a quo ou de qualquer 
outro perante o juízo ad quem, a contagem da prescrição ficará 
suspensa.
Já a segunda causa vem para impedir que o acordo de não 
persecução penal sirva, na realidade, para postergar a prestação 
jurisdicional, de modo a causar a prescrição, semelhante ao previsto 
na hipótese da suspensão condicional do processo (artigo 89, §6º, da 
Lei 9.099/95): 
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do 
processo).
Portanto, no caso de acordo de não persecução penal, o prazo 
prescricional não correrá enquanto não for ele cumprido ou quando 
não for ele rescindido pela autoridade competente.
Alteração – art. 116 do CP (prescrição)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Causas impeditivas da 
prescrição
Art. 116 - Antes de passar em 
julgado a sentença final, a 
prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em 
outro processo, questão de que 
dependa o reconhecimento da 
existência do crime;
II - enquanto o agente cumpre 
pena no estrangeiro.
Parágrafo único - Depois de 
passada em julgado a sentença 
condenatória, a prescrição não 
corre durante o tempo em que o 
condenado está preso por outro 
motivo.
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a 
sentença final, a prescrição não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro 
processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do 
crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no 
exterior;
III - na pendência de embargos de 
declaração ou de recursos aos 
Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e
IV – enquanto não cumprido ou não 
rescindido o acordo de não persecução 
penal.
Parágrafo único - Depois de passada 
em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo 
em que o condenado está preso por 
outro motivo.
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O acréscimo do inciso VII ao §2º do artigo 157 do CP veio para 
sanar uma discrepância criada pela Lei 13.654/18, que, ao revogar o 
inciso I do mesmo parágrafo, havia excluído o emprego de arma branca 
como majorante do crime de roubo, apesar de se tratar de hipótese 
altamente gravosa e que ocorre com ainda mais frequência do que o 
emprego de arma de fogo.
Já a inclusão do §2º-B representa situação mais gravosa (que 
não retroage, portanto) ao dispor aumento em dobro da pena quando 
o crime é praticado com emprego de arma de fogo de uso restrito ou 
proibido – e aqui a jurisprudência deve exigir a perícia da arma para 
configuração do aumento.
Em virtude da redação “em dobro”, alguns entendem que se 
trata de mais uma qualificadora do crime roubo; de outro lado, uma 
segunda corrente ensina que estamos diante de nova causa de 
aumento de pena a ser considerada na terceira fase de dosimetria. 
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 157 - Subtrair coisa móvel 
alheia, para si ou para outrem, 
mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de 
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez 
anos, e multa.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 
(um terço) até metade: 
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, 
para si ou para outrem, mediante grave 
ameaça ou violência a pessoa, ou 
depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de 
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e 
multa.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um 
terço) até metade: 
VII - se a violência ou grave ameaça é 
exercida com emprego de arma branca; 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça 
é exercida com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido, 
aplica-se em dobro a pena prevista no 
caput deste artigo.
Alteração – art. 157 do CP (roubo)
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A situação, então, ficou assim:
1) Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma 
branca 🡪 §2º 🡪 causa de aumento de 1/3 até metade;
2) Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma de 
fogo de uso permitido 🡪 §2º-A 🡪 causa de aumento de pena 
de 2/3;
3) Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido 🡪 §2º-B 🡪 aplicação da pena 
em dobro.
Obs – com a Lei 13.964/19, o roubo com emprego de arma de fogo, seja 
de uso permitido ou proibido, passou a ser crime hediondo, na forma da 
Lei 8.072/90.
Alteração – art. 157 do CP (roubo)
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Antes de tal reforma, este crime, na forma do art. 182 do CP, era 
de ação penal pública incondicionada, ficando as exceções por conta 
desse mesmo preceito legal. A inclusão desse §5º, alterando o panorama 
anterior, tornou o crime de estelionato, via de regra, de ação penal 
pública condicionada à representação. 
As exceções, em que o estelionato agora permanece crime de 
ação penal pública incondicionada, dizem respeito a crime praticado 
contra algumas vítimas específicas, que são:
1) Administração Pública, direta ou indireta;
2) Criança ou adolescente;
3) Pessoa com deficiência mental; ou
4) Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
Como, então, a regra passou a ser o crime de estelionato 
procedido mediante representação, deve prevalecer o entendimento de 
se exigir representação nestes casos, na linha do que dispõe o artigo 91 
da Lei 9.099/95. É essa a orientação inclusive do CNPG/GNCCRIM no 
Enunciado 4:
Alteração - art. 171 do CP (estelionato)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Estelionato
 
Art. 171 - Obter, para si ou para 
outrem, vantagem ilícita, em 
prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, 
mediante artifício, ardil, ou 
qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco 
anos, e multa, de quinhentos mil 
réis a dez contos de réis.
Estelionato
 
Art. 171 - Obter, para si ou para 
outrem, vantagem ilícita, em 
prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, 
mediante artifício, ardil, ou 
qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, 
e multa, de quinhentos mil réis a dez 
contos de réis.
§ 5º Somente se procede mediante 
representação, salvo se a vítima for:
 I - a Administração Pública, direta 
ou indireta;
II - criança ou adolescente; 
 III - pessoa com deficiência mental; 
ou
 IV - maior de 70 (setenta) anos de 
idade ou incapaz.
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ENUNCIADO 4 (ART. 171, parágrafo 5º, do CP – ART. 91 da Lei 
9.099 c/c art. 3º do CPP): Nas investigações e processos em curso, o ofendido 
ou seu representante legal será intimado para oferecer representação no 
prazo de 30 dias, sob pena de decadência.
Alteração - art. 171 do CP (estelionato)
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Alteração – art. 316 do CP (concussão)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 316 - Exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida:
 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 
(oito) anos, e multa.
Art. 316 - Exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, 
ainda que fora da função ou antes 
de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 
(doze) anos, e multa.
Encerrando uma discrepância legal criada em 2003, 
quando os crimes de corrupção ativa e passiva tiveram a pena 
máxima majorada para 12 (doze) anos, permanecendo o crime 
de concussão com a pena máxima de 8 (oito) anos apenas, a 
nova lei passa a estabelecer a pena máxima também de 12 
(doze) anos para o crime de concussão.
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Novidade – arts.3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
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Juiz das Garantias
Art. 3o - A lei processual penal 
admitirá interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de 
direito.
Art. 3º - A – sem previsão.
Art. 3º - B – sem previsão.
Art. 3º - C – sem previsão.
Art. 3º - D – sem previsão.
Art. 3º - E – sem previsão.
Art. 3º - F – sem previsão.
Art. 3o - A lei processual penal 
admitirá interpretação extensiva e 
aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de 
direito.
Art. 3º- A. O processo penal terá 
estrutura acusatória, vedadas a 
iniciativa do juiz na fase de 
investigação e a substituição da 
atuação probatória do órgão de 
acusação.’
Primeiramente, a Lei 13.964/19, ao disciplinar sobre o juiz das 
garantias, fez menção expressa à adoção do sistema acusatório em 
nosso ordenamento jurídico, deixando expresso algo que era até 
então fruto do estudo doutrinário e jurisprudencial da legislação. 
Veja: 
Art. 3º-A O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a 
iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação 
probatória do órgão de acusação.
Tal vedação de iniciativa probatória do juiz na fase de 
investigação já era aplicada mesmo antes desse artigo, que agora 
encerra qualquer dúvida.
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
Art. 3º- B. O juiz das garantias é 
responsável pelo controle da legalidade da 
investigação criminal e pela salvaguarda 
dos direitos individuais cuja franquia tenha 
sido reservada à autorização prévia do 
Poder Judiciário, competindo-lhe 
especialmente:
I - receber a comunicação imediata da 
prisão, nos termos do inciso LXII do caput 
do art. 5º da Constituição Federal;
II - receber o auto da prisão em flagrante 
para o controle da legalidade da prisão, 
observado o disposto no art. 310 deste 
Código;
III - zelar pela observância dos direitos do 
preso, podendo determinar que este seja 
conduzido à sua presença, a qualquer 
tempo;
IV - ser informado sobre a instauração de 
qualquer investigação criminal;
V - decidir sobre o requerimento de prisão 
provisória ou outra medida cautelar, 
observado o disposto no § 1º deste artigo;
Este dispositivo representa uma revogação tácita do inciso II 
do artigo 5º do CPP, na parte em que trata sobre instauração de 
inquérito policial mediante requisição do juiz, algo que, agora, fica 
expressamente vedado pela redação desse artigo 3º-A.
No tocante à vedação à substituição da atuação probatória do 
órgão de acusação, há doutrina no sentido de que passou a ser 
proibido ao juiz produzir provas que corroborem com a acusação, 
não sendo, contudo, impedido de atuar na produção de provas que 
beneficiem o acusado.
De outro lado, outra corrente doutrinária tem entendido que 
tal dispositivo não estabelece que seja vedado ao juiz, durante a 
instrução, complementar a prova, independentemente se for para 
corroborar a tese da acusação ou a tese da defesa, sob pena de 
violação à paridade de armas. 
Nesse sentido, aliás, é o previsto no parágrafo único do artigo 
212 do CPP, que dispõe o seguinte: 
“Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a 
inquirição”. 
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra 
medida cautelar, bem como substituí-las ou 
revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o 
exercício do contraditório em audiência 
pública e oral, na forma do disposto neste 
Código ou em legislação especial 
pertinente;
VII - decidir sobre o requerimento de 
produção antecipada de provas 
consideradas urgentes e não repetíveis, 
assegurados o contraditório e a ampla 
defesa em audiência pública e oral;
VIII - prorrogar o prazo de duração do 
inquérito, estando o investigado preso, em 
vista das razões apresentadas pela 
autoridade policial e observado o disposto 
no § 2º deste artigo;
IX - determinar o trancamento do inquérito 
policial quando não houver fundamento 
razoável para sua instauração ou 
prosseguimento;
X - requisitar documentos, laudos e 
informações ao delegado de polícia sobre o 
andamento da investigação;
 Para essa corrente, então, o que se veda ao juiz é atuar no lugar 
do Ministério Público quando este não se desincumbiu de 
demonstrar o que foi alegado na peça acusatória.
De qualquer forma, houve uma mudança substancial no 
processo penal, criando-se uma autoridade judiciária para atuar 
exclusivamente no âmbito da fase de investigação e outra para atuar 
na fase processual. 
Assim, a figura que atuará na seara pré-processual, ligada à 
investigação, é o que agora está se chamando de “juiz das garantias”, 
o qual decidirá acerca de quebras de sigilo bancário, telefônico, 
pedidos de prisão temporária ou preventiva, homologações de prisão 
em flagrante; é o que conduzirá a famigerada audiência de custódia e 
todos os temas assuntos ligados à reserva de jurisdição, descritos no 
rol exemplificativo do art. 3º - B do CPP, sendo, portanto, a figura 
responsável pela integridade dos direitos do investigado e da 
legalidade da investigação criminal.
Dentre os incisos previstos no artigo 3º-B, tem-se o inciso 
XVI, que cita como função do juiz de garantias “deferir pedido de 
admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da 
perícia”. 
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
XI - decidir sobre os requerimentos de:
a) interceptação telefônica, do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e 
telemática ou de outras formas de 
comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de 
dados e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que 
restrinjam direitos fundamentais do 
investigado;
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes 
do oferecimento da denúncia;
XIII - determinar a instauração de incidente 
de insanidade mental;
XIV - decidir sobre o recebimento da 
denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 
deste Código;
XV - assegurar prontamente, quando se fizer 
necessário, o direito outorgado ao 
investigado e ao seu defensor de acesso a 
todos os elementos informativos e provas 
produzidos no âmbito da investigação 
criminal, salvo no que concerne, 
estritamente, às diligências em andamento;
A partir desse dispositivo, passa a ser possível a figura do 
assistente técnico durante as investigações. Até então, a 
interpretação que se tinha era de que o assistente técnico só era 
admissível durante a instrução criminal, conforme inteligência do 
artigo 159, §§3º, 4º e 5º, II, do CPP.
O §1º do art. 3º-B previa a apresentação do preso, em 
flagrante ou por força de mandado, à presença física do juiz no prazo 
de 24 horas para fins de audiência de custódia, sendo vedado o 
emprego de videoconferência. Veja: 
“§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão 
provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 
24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a 
presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado 
constituído, vedado o emprego de videoconferência.”
Ele foi vetado pelas seguintes razões: “A propositura legislativa, 
ao suprimir a possibilidade da realização da audiência por 
videoconferência, gera insegurança jurídica ao ser incongruente com 
outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do 
Código de Processo Penal, os quais permitem a adoção do sistema de 
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
XVI - deferir pedido de admissão de 
assistente técnico para acompanhar a 
produção da perícia;XVII - decidir sobre a homologação de 
acordo de não persecução penal ou os de 
colaboração premiada, quando formalizados 
durante a investigação;
XVIII - outras matérias inerentes às 
atribuições definidas no caput deste artigo.
§ 1º (VETADO).
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das 
garantias poderá, mediante representação 
da autoridade policial e ouvido o Ministério 
Público, prorrogar, uma única vez, a duração 
do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o 
que, se ainda assim a investigação não for 
concluída, a prisão será imediatamente 
relaxada.
Art. 3º-C. A competência do juiz das 
garantias abrange todas as infrações penais, 
exceto as de menor potencial ofensivo, e 
cessa com o recebimento da denúncia ou 
queixa na forma do art. 399 deste Código.
videoconferência em atos processuais de procedimentos e ações penais, 
além de dificultar a celeridade dos atos processuais e do regular 
funcionamento da justiça, em ofensa à garantia da razoável duração do 
processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça 
(RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
DJe de 10/02/2017). 
Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, 
notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um 
magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a 
outros magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela 
necessidade premente de realização de concurso para a contratação de 
novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como 
dos arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes 
Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018).”
O artigo 3º-C exclui as infrações de menor potencial ofensivo 
do juiz das garantias.
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as 
questões pendentes serão decididas pelo 
juiz da instrução e julgamento.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das 
garantias não vinculam o juiz da instrução e 
julgamento, que, após o recebimento da 
denúncia ou queixa, deverá reexaminar a 
necessidade das medidas cautelares em 
curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de 
competência do juiz das garantias ficarão 
acautelados na secretaria desse juízo, à 
disposição do Ministério Público e da defesa, 
e não serão apensados aos autos do 
processo enviados ao juiz da instrução e 
julgamento, ressalvados os documentos 
relativos às provas irrepetíveis, medidas de 
obtenção de provas ou de antecipação de 
provas, que deverão ser remetidos para 
apensamento em apartado.
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo 
acesso aos autos acautelados na secretaria 
do juízo das garantias.
O juiz de garantias atua até o recebimento da denúncia ou 
queixa, após o que as questões serão analisadas pelo juiz da 
instrução e julgamento, devendo este, tão logo tenha acesso aos 
autos, reexaminar a necessidade da manutenção das medidas 
cautelares em curso, no prazo máximo de 10 dias, não ficando 
vinculado, de forma alguma, às decisões proferidas anteriormente 
por aquele.
 
O §3º do mesmo artigo 3º-C determina que os autos de 
inquérito policial não sejam autuados com o processo principal, salvo 
nos casos de: 1) documentos relativos às provas irrepetíveis (ex: 
busca e apreensão, laudos periciais); 2) medidas de obtenção de 
provas (ex: afastamento de sigilo bancário, fiscal e telefônico, 
colaboração premiada); 3) medida de antecipação de provas – prova 
antecipada.
Já o artigo 3º-D traz uma atecnia ao prescrever que os artigos 
4º e 5º do CPP trazem “competências” ao juiz. Os referidos artigos, 
contudo, nada dispõem sobre “competências” do juiz. Apesar disso, o 
que se pode extrair dessa norma do artigo 3º-D é o impedimento para 
atuar como juiz da instrução e julgamento aquele que tenha 
praticado qualquer das atribuições do juiz de garantias arroladas, 
exemplificativamente, no artigo 3º-B. 
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, 
praticar qualquer ato incluído nas 
competências dos arts. 4º e 5º deste Código 
ficará impedido de funcionar no processo.
Parágrafo único. Nas comarcas em que 
funcionar apenas um juiz, os tribunais 
criarão um sistema de rodízio de 
magistrados, a fim de atender às disposições 
deste Capítulo. 
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado 
conforme as normas de organização 
judiciária da União, dos Estados e do Distrito 
Federal, observando critérios objetivos a 
serem periodicamente divulgados pelo 
respectivo tribunal.
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá 
assegurar o cumprimento das regras para o 
tratamento dos presos, impedindo o acordo 
ou ajuste de qualquer autoridade com 
órgãos da imprensa para explorar a imagem 
da pessoa submetida à prisão, sob pena de 
responsabilidade civil, administrativa e 
penal.
Ainda, no caso de comarcas onde existe apenas um 
Magistrado, será criado pelo Tribunal respectivo um sistema de 
“rodízio” com outros Magistrados, de forma a viabilizar a nova 
sistemática de atuação jurisdicional.
Já o art. 3º -E prevê que o juiz das garantias será designado 
conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados 
e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem 
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. 
O artigo 3º-F, em suma, determina a necessidade de o juiz de 
garantias assegurar o cumprimento das regras para o tratamento do 
preso, dentre elas a proibição de exploração da sua imagem por 
órgão da imprensa.
Importante: no dia 22 de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux, na 
qualidade de relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, revogou 
decisão monocrática do Min. Toffoli anteriormente proferida e 
suspendeu a eficácia, até decisão final do Plenário, da implantação do 
juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 
3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal) – suspensão por prazo 
indeterminado. 
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Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, 
as autoridades deverão disciplinar, em 180 
(cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as 
informações sobre a realização da prisão e a 
identidade do preso serão, de modo 
padronizado e respeitada a programação 
normativa aludida no caput deste artigo, 
transmitidas à imprensa, assegurados a 
efetividade da persecução penal, o direito à 
informação e a dignidade da pessoa 
submetida à prisão.
Resumidamente, o argumento em questão passa pelo fato de que tal 
implementação afetaria a organização do Poder Judiciário e que ela 
geraria impacto orçamentário imediato ainda desconhecido. 
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Novidade - art. 14-A do CPP (constituição de defensor em 
sede de inquérito por agentes vinculados às instituições de 
segurança pública)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 14-A. – sem correspondência. Art. 14-A. Nos casos em que 
servidores vinculados às instituições 
dispostas no art. 144 da 
Constituição Federal figurarem 
como investigados em inquéritos 
policiais, inquéritos policiais 
militares e demais procedimentos
extrajudiciais, cujo objeto for a 
investigação de fatos relacionados 
ao uso da força letal praticados no 
exercício profissional, de forma 
consumada ou tentada, incluindo as 
situações dispostas no art. 23 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), o 
indiciado poderá constituir defensor. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
O caput do artigo 14-A do CPP traz a possibilidade de 
servidores vinculados às instituições listadas no artigo 144 da CF (ex: 
policiais civis, militares e federais) constituírem defensor, caso 
figuremcomo investigados em inquéritos policiais cujo objeto seja a 
investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no 
exercício profissional, ainda que em situações que excluam a ilicitude 
da conduta. 
Esse direito – de investigado constituir advogado – já existia 
antes dessa norma, seja para o policial ou para qualquer cidadão.
As novidades estão mesmo nos §§1º e 2º. 
O §1º determina a citação do investigado da instauração do 
procedimento investigatório (o correto seria notificação, e não 
citação). 
Caso ele não constitua advogado em até 48 horas, o §2º 
determina que a autoridade responsável pelas investigações 
comunique a instituição a que o investigado estava vinculado à época 
dos fatos para que ela, em 48 horas, indique alguém para defendê-lo. 
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Novidade - art. 14-A do CPP (constituição de defensor em 
sede de inquérito por agentes vinculados às instituições de 
segurança pública)
§ 1º Para os casos previstos no caput 
deste artigo, o investigado deverá 
ser citado da instauração do 
procedimento investigatório, 
podendo constituir defensor no 
prazo de até 48 (quarenta e oito) 
horas a contar do recebimento da 
citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 
1º deste artigo com ausência de 
nomeação de defensor pelo 
investigado, a autoridade 
responsável pela investigação 
deverá intimar a instituição a que 
estava vinculado o investigado à 
época da ocorrência dos fatos, para 
que essa, no prazo de 48 (quarenta e 
oito) horas, indique defensor para a 
representação do investigado. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Assim, com a inclusão dessa norma, ao menos o contraditório 
estará garantido ao investigado na situação descrita no caput do 
artigo 14-A do CPP.
Por fim, o §6º determina o mesmo procedimento aos militares 
das Forças Armadas, desde que os fatos investigados digam respeito 
a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.
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Novidade - art. 14-A do CPP (constituição de defensor em 
sede de inquérito por agentes vinculados às instituições de 
segurança pública)
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO). 
§ 5º (VETADO). 
§ 6º As disposições constantes deste 
artigo se aplicam aos servidores 
militares vinculados às instituições 
dispostas no art. 142 da 
Constituição Federal, desde que os 
fatos investigados digam respeito a 
missões para a Garantia da Lei e da 
Ordem.
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Alteração - art. 28 do CPP (arquivamento do inquérito policial)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
DA AÇÃO PENAL
(...)
Art. 28. Se o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar a 
denúncia, requerer o arquivamento 
do inquérito policial ou de 
quaisquer peças de informação, o 
juiz, no caso de considerar 
improcedentes as razões invocadas, 
fará remessa do inquérito ou peças 
de informação ao procurador-geral, 
e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, 
ou insistirá no pedido de 
arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender.
DA AÇÃO PENAL (...)
Art. 28. Ordenado o arquivamento 
do inquérito policial ou de quaisquer 
elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério 
Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a 
instância de revisão ministerial para 
fins de homologação, na forma da lei.
§ 1º Se a vítima, ou seu 
representante legal, não concordar 
com o arquivamento do inquérito 
policial, poderá, no prazo de 30 
(trinta) dias do recebimento da 
comunicação, submeter a matéria à 
revisão da instância competente do 
órgão
Antes da alteração legislativa, uma vez existente pedido do 
Ministério Público de arquivamento do inquérito policial, cabia ao 
Juiz de Direito o respectivo arquivamento, caso concordasse com a 
opinião ministerial, ou, havendo discordância, a remessa dos autos ao 
Procurador Geral para este oferecer a denúncia, nomear outro 
membro do Ministério Público para assim proceder ou insistir no 
pedido de arquivamento, ficando aqui o Juiz vinculado ao parecer 
ministerial superior.
A nova redação do artigo 28 do CPP retirou do juiz o poder de 
homologação do arquivamento do inquérito policial. 
Agora, o órgão responsável por isso é “a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação” – PGJ no âmbito estadual e 
Câmara de Coordenação e Revisão Criminal no âmbito do MPU.
Essa novidade, de certa maneira, traz mais poderes ao 
Ministério Público ao deixar no âmbito da instituição a decisão 
relativa ao arquivamento do inquérito policial. 
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Alteração - art. 28 do CPP (arquivamento do inquérito policial)
DA AÇÃO PENAL (...)
Art. 28. Ordenado o arquivamento 
do inquérito policial ou de quaisquer 
elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério 
Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a 
instância de revisão ministerial para 
fins de homologação, na forma da lei.
§ 1º Se a vítima, ou seu 
representante legal, não concordar 
com o arquivamento do inquérito 
policial, poderá, no prazo de 30 
(trinta) dias do recebimento da 
comunicação, submeter a matéria à 
revisão da instância competente do 
órgão ministerial, conforme dispuser 
a respectiva lei orgânica.
Ocorre que tal atribuição deverá causar grande impacto na 
instituição, que passa a ter que analisar todos os arquivamentos de 
inquérito policial.
Além disso, o artigo 28 determina que o órgão do MP que 
arquivar o IP deverá comunicar:
1) à vítima;
2) ao Investigado;
3) à autoridade policial;
A comunicação da vítima já era prevista na Resolução nº 
181/2017 do CNMP em caso de arquivamento do PIC (art. 19, §3º - 
Na hipótese de arquivamento do procedimento investigatório criminal, ou 
do inquérito policial, o membro do Ministério Público deverá diligenciar 
para a comunicação da vítima a respeito do seu pronunciamento).
Os §§1º e 2º trazem a hipótese da vítima recorrer do 
arquivamento para submeter suas razões pelo não-arquivamento à 
instância competente do órgão ministerial, dentro do prazo de 30 
dias do recebimento da comunicação do arquivamento.
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Alteração - art. 28 do CPP (arquivamento do inquérito policial)
§ 2º Nas ações penais relativas a 
crimes praticados em detrimento da 
União, Estados e Municípios, a 
revisão do arquivamento do 
inquérito policial poderá ser 
provocada pela chefia do órgão a 
quem couber a sua representação 
judicial.
Ocorre que, no dia 22 de janeiro de 2020, o Min. Luiz Fux 
concedeu medida cautelar requerida nos autos da ADI 6305 e 
suspendeu a eficácia, até decisão final do Plenário, da alteração do 
procedimento de arquivamento do inquérito policial (28, caput, 
Código de Processo Penal). Assim, o procedimento de arquivamento 
do IP, por enquanto, permanece o mesmo, continuando a valer, 
então, a antiga redação do artigo 28 do CPP.
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
DA AÇÃO PENAL
(...)
Art. 28 – A. Sem correspondência.
RESOLUÇÃO Nº 181/17 CNMP 
(COM REDAÇÃO DADA PELA 
RESOLUÇÃO Nº 183/18)
Art. 18. Não sendo o caso de 
arquivamento, o Ministério Público 
poderá propor ao investigado 
acordo de não persecução penal 
quando, cominada pena mínima 
inferior a 4 (quatro) anos e o crime 
não for cometido com violência ou 
grave ameaça a pessoa, o 
investigado tiver confessado formal 
e circunstanciadamente a sua 
prática, mediante as seguintes 
condições, ajustadas cumulativa ou 
alternativamente:
I – reparar o dano ou restituir a coisa 
à vítima, salvo impossibilidade de 
fazê-lo;DA AÇÃO PENAL
(...)
Art. 28-A Não sendo caso de 
arquivamento e tendo o investigado 
confessado formal e 
circunstancialmente a prática de 
infração penal sem violência ou 
grave ameaça e com pena mínima 
inferior a 4 (quatro) anos, o 
Ministério Público poderá propor 
acordo de não persecução penal, 
desde que necessário e suficiente 
para reprovação e prevenção do 
crime, mediante as seguintes 
condições ajustadas cumulativa e 
alternativamente:
I - reparar o dano ou restituir a coisa 
à vítima, exceto na impossibilidade 
de fazê-lo;
II - renunciar voluntariamente a bens 
e direitos indicados pelo Ministério 
Público como instrumentos, produto 
ou proveito do crime;
Até a edição da nova lei, o acordo de não persecução penal 
não tinha previsão legal, mas já estava disposto na Resolução nº 
181/2017 do CNMP, conforme acima assinalado.
A constitucionalidade dessa Resolução está sendo 
questionada no STF nas ADIs 5.790 e 5.793. 
Entretanto, com a expressa previsão legal desse instituto, é 
bem possível que grande parte dos argumentos lançados em tais 
ações diretas de inconstitucionalidades fique prejudicada.
Inicialmente, importante destacar que o acordo de não 
persecução penal permanece sendo um negócio jurídico de natureza 
extrajudicial.
Os requisitos para o seu oferecimento praticamente 
permanecem os mesmos, quais sejam:
1)Não ser hipótese de arquivamento da investigação – há 
indícios suficientes de autoria e prova da materialidade que pesam 
contra o investigado;
2)Confissão formal e circunstanciada do investigado;
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
II – renunciar voluntariamente a 
bens e direitos, indicados pelo 
Ministério Público como 
instrumentos, produto ou proveito 
do crime; 
III – prestar serviço à comunidade 
ou a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito, diminuída de um 
a dois terços, em local a ser indicado 
pelo Ministério Público;
IV – pagar prestação pecuniária, a 
ser estipulada nos termos do art. 45 
do Código Penal, a entidade pública 
ou de interesse social a ser indicada 
pelo Ministério Público, devendo a 
prestação ser destinada 
preferencialmente àquelas 
entidades que tenham como função 
proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente 
lesados pelo delito;
III - prestar serviço à comunidade ou 
a entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de um 
a dois terços, em local a ser indicado 
pelo juízo da execução, na forma do 
art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 
de dezembro de 1940 (Código 
Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser 
estipulada nos termos do art. 45 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), a 
entidade pública ou de interesse 
social, a ser indicada pelo juízo da 
execução, que tenha, 
preferencialmente, como função 
proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente 
lesados pelo delito; ou
3) Infração penal sem violência ou grave ameaça, com pena 
mínima inferior a 4 anos – patamar fixado para fins de alcançar 
crimes que, pelas circunstâncias, ensejarão condenação à pena 
mínima em regime inicial aberto, sendo ainda cabível a substituição 
por penas restritivas de direitos (artigo 44 do CP). 
A violência de que trata o artigo deve estar na conduta do 
agente, e não no resultado;
4) Seja o acordo necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime – este requisito, que não estava previsto 
expressamente na Resolução 181/17 do CNMP, foi colocado para 
sinalizar que o acordo de não persecução penal deve estar alinhado à 
finalidade repressiva e preventiva da pena, conforme previsto na 
parte final do caput do artigo 59 do CP.
As condições a que o investigado ficará submetido também 
são bem semelhantes. As seguintes condições podem ser aplicadas 
cumulativa ou alternativamente (e não “e”, como previsto no caput do 
artigo 28-A):
1)Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo 
impossibilidade de fazê-lo;
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
V – cumprir outra condição 
estipulada pelo Ministério Público, 
desde que proporcional e 
compatível com a infração penal 
aparentemente praticada.
§ 1º Não se admitirá a proposta nos 
casos em que:
I – for cabível a transação penal, nos 
termos da lei;
II – o dano causado for superior a 
vinte salários mínimos ou a 
parâmetro econômico diverso 
definido pelo respectivo órgão de 
revisão, nos termos da 
regulamentação local;
III – o investigado incorra em alguma 
das hipóteses previstas no art. 76, § 
2º, da Lei nº 9.099/95;
IV – o aguardo para o cumprimento 
do acordo possa acarretar a 
prescrição da pretensão punitiva 
estatal;
V – o delito for hediondo ou 
equiparado e nos casos de incidência 
da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 
2006;
V - cumprir, por prazo determinado, 
outra condição indicada pelo 
Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a 
infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima 
cominada ao delito a que se refere o 
caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento 
e diminuição aplicáveis ao caso 
concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo 
não se aplica nas seguintes 
hipóteses:
I - se for cabível transação penal de 
competência dos Juizados Especiais 
Criminais, nos termos da lei;
II - se o investigado for reincidente 
ou se houver elementos probatórios 
que indiquem conduta criminal 
habitual, reiterada ou profissional, 
exceto se insignificantes as infrações 
penais pretéritas;
2) Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados 
pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do 
crime;
3) Prestação de serviço à comunidade por período 
correspondente à pena mínima reduzida de um a dois terços. O que 
muda aqui é que será o juiz da execução – e não mais o Ministério 
Público – a autoridade a indicar o local a ser cumprida essa condição;
4) Prestação pecuniária à entidade pública ou de interesse 
social, a ser indicada pelo juízo da execução, e não mais pelo 
Ministério Público;
5) Cumprimento de outra condição estipulada pelo 
Ministério Público, por prazo determinado (antes não havia essa 
menção de tempo aqui, existindo, contudo, referência à data para 
cumprimento das condições no §3º do artigo 18 da Resolução nº 
181/17 do CNMP).
O §1º disciplina que se devem considerar as causas de 
aumento e diminuição de pena para contagem da pena mínima, como 
já previsto no §13º do artigo 18 da Resolução 181/17 do CNMP. 
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
VI – a celebração do acordo não 
atender ao que seja necessário e 
suficiente para a reprovação e 
prevenção do crime.
§ 2º A confissão detalhada dos fatos 
e as tratativas do acordo serão 
registrados pelos meios ou recursos 
de gravação audiovisual, destinados 
a obter maior fidelidade das 
informações, e o investigado deve 
estar sempre acompanhado de seu 
defensor.
§ 3º O acordo será formalizado nos 
autos, com a qualificação completa 
do investigado e estipulará de modo 
claro as suas condições, eventuais 
valores a serem restituídos e as 
datas para cumprimento, e será 
firmado pelo membro do Ministério 
Público, pelo investigado e seu 
defensor.
§ 4º Realizado o acordo, a vítima 
será comunicada por qualquer meio 
idôneo, e os autos serão submetidos 
à apreciação judicial.
III – ter sido o agente beneficiado 
nos 5 (cinco) anos anteriores ao 
cometimento da infração, em acordo 
de não persecução penal, transação 
penal ou suspensão condicional do 
processo; e 
IV – nos crimes praticados no âmbito 
de violência doméstica ou familiar, 
ou praticados contra a mulher por 
razõesda condição de sexo feminino, 
em favor do agressor.
§ 3º O acordo de não persecução 
penal será formalizado por escrito e 
será firmado pelo membro do 
Ministério Público, pelo investigado 
e por seu defensor.
§ 4º Para a homologação do acordo 
de não persecução penal, será 
realizada audiência na qual o juiz 
deverá verificar a sua 
voluntariedade, por meio da oitiva 
do investigado na presença do seu 
defensor, e sua legalidade.
O item 4 estende a proteção à vítima mulher, ao trazer 
hipótese que vai além da incidência da Lei nº 11.340/06.
Por fim, deixaram de figurar como hipóteses que vedam o 
acordo:
a)Quando o dano causado for superior a 20 salários mínimos;
b)Quando o aguardo para o cumprimento do acordo possa 
acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal – com a previsão 
de o acordo de não persecução penal figurar como causa suspensiva 
da prescrição (artigo 116, IV, do CP), esta hipótese tornou-se 
desnecessária;
c)Se o delito for hediondo ou equiparado. Com a falta dessa 
previsão, existem alguns delitos hediondos em relação aos quais, em 
tese, seria cabível o acordo de não persecução penal (ex: crime de 
organização criminosa, quando direcionado à prática de crime 
hediondo ou equiparado; favorecimento à prostituição tentado).
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
§ 5º Se o juiz considerar o acordo 
cabível e as condições adequadas e 
suficientes, devolverá os autos ao 
Ministério Público para sua 
implementação.
§ 6º Se o juiz considerar incabível o 
acordo, bem como inadequadas ou 
insuficientes as condições 
celebradas, fará remessa dos autos 
ao procurador-geral ou órgão 
superior interno responsável por sua 
apreciação, nos termos da legislação 
vigente, que poderá adotar as 
seguintes providências:
I – oferecer denúncia ou designar 
outro membro para oferecê-la;
II – complementar as investigações 
ou designar outro membro para 
complementá-la;
III – reformular a proposta de 
acordo de não persecução, para 
apreciação do investigado;
§ 5º Se o juiz considerar 
inadequadas, insuficientes ou 
abusivas as condições dispostas no 
acordo de não persecução penal, 
devolverá os autos ao Ministério 
Público para que seja reformulada a 
proposta de acordo, com 
concordância do investigado e seu 
defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o 
acordo de não persecução penal, o 
juiz devolverá os autos ao Ministério 
Público para que inicie sua execução 
perante o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar 
homologação à proposta que não 
atender aos requisitos legais ou 
quando não for realizada a 
adequação a que se refere o § 5º 
deste artigo.
A proibição do item 1 já estava prevista anteriormente. 
Já as proibições descritas no item 2 e no item 3 são mais 
abrangentes, pois trazem hipóteses não previstas na Resolução nº 
181/2017, como em casos de existência de indicativo de conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional.
Vale destacar que a expressão “crime habitual”, que exige uma 
reiteração da conduta para sua tipicidade (ex: prostituição), não se 
confunde com a figura do “criminoso habitual”, sujeito que faz do 
crime seu meio de vida. A vedação da lei aqui se aplica ao criminoso 
habitual, portanto.
A própria lei exclui da proibição casos que envolvam “crimes 
pretéritos insignificantes”. Aqui, deve-se entender como crimes de 
menor potencial ofensivo, pois trazer para cá o princípio da 
insignificância, como parece querer a lei, seria contraditório, já que 
ele, por si só, exclui a tipicidade, não havendo crime e, portanto, não 
se cogitando de acordo de não persecução penal.
No §2º constam as hipóteses em que é proibido o acordo de 
não persecução penal:
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
IV – manter o acordo de não 
persecução, que vinculará toda a 
Instituição.
§ 7º O acordo de não persecução 
poderá ser celebrado na mesma 
oportunidade da audiência de 
custódia.
§ 8º É dever do investigado 
comunicar ao Ministério Público 
eventual mudança de endereço, 
número de telefone ou e-mail, e 
comprovar mensalmente o 
cumprimento das condições, 
independentemente de notificação 
ou aviso prévio, devendo ele, quando 
for o caso, por iniciativa própria, 
apresentar imediatamente e de 
forma documentada eventual 
justificativa para o não cumprimento 
do acordo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz 
devolverá os autos ao Ministério 
Público para a análise da 
necessidade de complementação das 
investigações ou o oferecimento da 
denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da 
homologação do acordo de não 
persecução penal e de seu 
descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das 
condições estipuladas no acordo de 
não persecução penal, o Ministério 
Público deverá comunicar ao juízo, 
para fins de sua rescisão e posterior 
oferecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo 
de não persecução penal pelo 
investigado também poderá ser 
utilizado pelo Ministério Público 
como justificativa para o eventual 
não oferecimento de suspensão 
condicional do processo.
1)Se for cabível transação penal – em tese, infrações de menor 
potencial ofensivo, que são as contravenções penais e os crimes a 
que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos;
2)Investigado reincidente ou se houver elementos probatórios 
que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, 
exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
3)Ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao 
cometimento da infração em acordo de não persecução penal, 
transação penal ou suspensão condicional do processo. Para fins de 
controle, o §12º dispõe que a celebração e o cumprimento do acordo 
constarão na certidão de antecedentes apenas para impedir novo 
acordo antes dos 5 anos (período depurador).
4)Crimes praticados contra a mulher por razões da condição de 
sexo feminino, seja envolvendo violência doméstica e familiar ou 
então menosprezo ou discriminação à condição de mulher 
(aplicando-se o conceito dado no §2º-A do artigo 121 do CP acerca 
da abrangência do crime praticado “contra a mulher por razões da 
condição de sexo feminino”)
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
§ 9º Descumpridas quaisquer das 
condições estipuladas no acordo ou 
não observados os deveres do 
parágrafo anterior, no prazo e nas 
condições estabelecidas, o membro 
do Ministério Público deverá, se for 
o caso, imediatamente oferecer 
denúncia.
§ 10 O descumprimento do acordo 
de não persecução pelo investigado 
também poderá ser utilizado pelo 
membro do Ministério Público como 
justificativa para o eventual não 
oferecimento de suspensão 
condicional do processo.
§ 11 Cumprido integralmente o 
acordo, o Ministério Público 
promoverá o arquivamento da 
investigação, nos termos desta 
Resolução.
§ 12 As disposições deste Capítulo 
não se aplicam aos delitos cometidos 
por militares que afetem a 
hierarquia e a disciplina.
§ 12. A celebração e o cumprimento 
do acordo de não persecução penal 
não constarão de certidão de 
antecedentes criminais, exceto para 
os fins previstos no inciso III do § 2º 
deste artigo.
§ 13. Cumprido integralmente o 
acordo de não persecução penal, o 
juízo competente decretará a 
extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do 
Ministério Público, em propor o 
acordo de não persecução penal, o 
investigado poderá requerer a 
remessa dos autos a órgão superior, 
na forma do art. 28 deste Código.
Dica especial - A orientação do CNPG/GNCCRIM é no 
sentido de ser vedado o acordo de não persecução penal aos crimes 
hediondos sob a justificativa de não estar presente um dos 
requisitos previstos no caput do artigo 28-A do CPP: 
ENUNCIADO 22 (art.28-A, § 2º, IV) - Veda-se o acordo de não 
persecução penal aos crimes praticados no âmbito de violência doméstica 
ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo 
feminino, bem como aos crimes hediondos e equiparados, pois em relação 
a estes o acordo não é suficiente para a reprovação e prevenção do crime.
Veja o quadro comparativo na próxima página:
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
§ 13 Para aferição da pena mínima 
cominada ao delito, a que se refere o 
caput, serão consideradas as causas 
de aumento e diminuição aplicáveis 
ao caso concreto.
HIPÓTESES IMPEDITIVAS DO ACORDO DE NÃO 
PERSECUÇÃO PENAL
RESOLUÇÃO Nº 181/2017 CNMP ARTIGO 28-A DO CPP
-> Se for cabível transação penal.
-> Dano superior a 20 salários mínimos
-> Ocorrer uma das hipóteses previstas no 
§2º do artigo 76 da Lei 9.099/95: a) 
reincidência com condenação à pena 
privativa de liberdade, b) ter sido o agente 
beneficiado nos 5 anos anteriores ao 
cometimento da infração com transação 
penal, c) não indicarem os antecedentes, 
conduta social, personalidade, motivos e 
circunstâncias ser necessária e suficiente 
a medida.
-> Quando o aguardo para o cumprimento 
do acordo possa acarretar a prescrição.
-> Delito hediondo ou equiparado e nos 
casos de violência doméstica e familiar.
Celebração do acordo não atender ao que 
seja necessário e suficiente para a 
reprovação e prevenção do crime.
-> Se for cabível transação penal.
-> Investigado reincidente ou se houver 
elementos probatórios que indiquem 
conduta criminal habitual, reiterada ou 
profissional, exceto se insignificantes as 
infrações penais pretéritas.
-> Ter sido o agente beneficiado nos 5 
anos anteriores ao cometimento da 
infração, em acordo de não persecução 
penal, transação penal ou suspensão 
condicional do processo.
-> Crimes praticados contra a mulher por 
razões da condição de sexo feminino, seja 
envolvendo violência doméstica e 
familiar ou então menosprezo ou 
discriminação à condição de mulher.
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
O §4º determina seja realizada audiência com o juiz para 
oitiva do investigado, na presença do defensor, a fim de verificar a 
voluntariedade do acordo, semelhante ao previsto em relação à 
homologação do acordo de colaboração premiada.
Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as 
condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá 
os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta 
de acordo (§5º). 
Antes da Lei 13.964/19, neste caso, o juiz deveria realizar a 
remessa dos autos ao PGJ ou órgão superior interno responsável 
para a adoção de uma das seguintes providências:
a)Oferecer denúncia ou designar outro membro para 
oferecê-la;
b)Complementar as investigações ou designar outro membro 
para complementá-la;
c)Reformular a proposta de acordo de não persecução, para 
apreciação do investigado;
d)Manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a 
Instituição.
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
Essa previsão se assemelhava ao até então estabelecido no 
artigo 28 do CPP.
Como visto acima, agora os autos são devolvidos ao próprio 
membro do MP responsável pela elaboração do acordo de não 
persecução penal, cabendo-lhe apenas a possibilidade de reformular 
a proposta, sob pena de o juízo recusar a homologação (§7º). 
Assim, a palavra final quanto à manutenção ou não do acordo 
não é mais do Ministério Público, mas sim do Juiz.
Havendo homologação, o Ministério Público deverá iniciar a 
execução do acordo perante o juízo da execução penal (§6º), não 
cabendo mais, portanto, a execução no âmbito do próprio MP. 
Ainda, conforme Enunciado 25 do CNPG/GNCCRIM, o acordo 
de não persecução penal não impõe penas, mas somente estabelece 
direitos e obrigações de natureza negocial e as medidas acordadas 
voluntariamente pelas partes não produzirão quaisquer efeitos daí 
decorrentes, incluindo a reincidência.
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
Se houver recusa à homologação, o juiz devolverá os autos 
ao MP para: a) análise da necessidade de complementação das 
investigações; ou b) o oferecimento da denúncia (§8º).
Obs – da decisão que negar homologação do acordo de não 
persecução penal cabe recurso em sentido estrito – art. 581, XXV, do 
CPP (novidade que também será analisada adiante).
Não existe mais previsão expressa sobre a possibilidade de 
celebração do acordo em audiência de custódia, ponto este criticado 
por alguns pelo fato da audiência de custódia não se prestar à análise 
do mérito, mas tão somente à avaliação da regularidade da prisão.
O descumprimento do acordo de não persecução penal fará 
com que o Ministério Público comunique ao juízo para fins de 
rescisão e posterior oferecimento de denúncia (§10). 
A única diferença aqui é que, anteriormente, a decisão de 
rescisão do acordo partia do próprio membro do MP. Acerca deste 
ponto, confira os Enunciados 26 e 27 do CNPG/GNCCRIM: 
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
ENUNCIADO 26 (ART. 28-A, § 10): Deverá constar expressamente 
no termo de acordo de não persecução penal as consequências para o 
descumprimento das condições acordadas, bem como o compromisso do 
investigado em comprovar o cumprimento das condições, 
independentemente de notificação ou aviso prévio, devendo apresentar, 
imediatamente e de forma documentada, eventual justificativa para o não 
cumprimento de qualquer condição, sob pena de imediata rescisão e 
oferecimento da denúncia em caso de inércia (§ 10º).
ENUNCIADO 27 (ART. 28-A, § 10º): Havendo descumprimento 
dos termos do acordo, a denúncia a ser oferecida poderá utilizar como 
suporte probatório a confissão formal e circunstanciada do investigado 
(prestada voluntariamente na celebração do acordo).
O descumprimento do acordo também pode justificar o não 
oferecimento de suspensão condicional do processo (§11º), 
repetindo previsão já existente na citada resolução.
O cumprimento integral do acordo passa a ser causa 
extintiva da punibilidade (§13º) – antes era hipótese de 
arquivamento da investigação. 
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
Sobre essa questão, confira o Enunciado 28 do 
CNPG/GNCCRIM: Caberá ao juízo competente para a homologação 
rescindir o acordo de não persecução penal, a requerimento do Ministério 
Público, por eventual descumprimento das condições pactuadas, e 
decretar a extinção da punibilidade em razão do cumprimento integral do 
acordo de não persecução penal.
Se o membro do Ministério Público se recusar a celebrar o 
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer sua 
remessa ao órgão superior da institução, na forma do novo artigo 28 
do CPP (§14º).
Ainda, é possível aplicação do acordo de não persecução 
penal em processos de competência originária, conforme acréscimo 
trazido pela Lei nº 13.964/19, ao incluir o §3º no artigo 1º da Lei nº 
8.038/90: 
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
“§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado 
confessado formal e circunstanciadamente a prática de infração penal 
sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) 
anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, 
desde que necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime, 
nos termos do art. 28-A do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 
1941 (Código de Processo Penal).”
Conforme orientação do CNPG/GNCCRIM, a homologaçãodo acordo de não persecução penal é ato judicial de natureza 
declaratória. 
ENUNCIADO 24 (ART. 28-A, §§ 5º, 7º E 8º)
A homologação do acordo de não persecução penal, a ser realizada 
pelo juiz competente, é ato judicial de natureza declaratória, cujo 
conteúdo analisará apenas a voluntariedade e a legalidade da medida, 
não cabendo ao magistrado proceder a um juízo quanto ao 
mérito/conteúdo do acordo.
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Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal)
Por fim, acerca da possibilidade de aplicação do acordo de 
não persecução penal para infrações penais praticadas antes da 
vigência da Lei nº 13.964/19, existem três posições:
1ª corrente: não é cabível a formalização do acordo.
2ª corrente: é cabível, mesmo que o processo criminal já 
tenha sido iniciado, desde que ainda não haja sentença.
3ª corrente: é cabível, desde que antes do recebimento da 
denúncia. Essa é a orientação dada pelo CNPG/GNCCRIM (Conselho 
Nacional de Procuradores Gerais/Grupo Nacional de Coordenadores 
de Centro de Apoio Criminal):
ENUNCIADO 20: Cabe acordo de não persecução penal para 
fatos ocorridos antes da vigência da Lei nº 13.964/2019, desde que não 
recebida a denúncia.
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Nesse caso, alterando a sistemática anterior, as coisas 
apreendidas, sem prejuízo do disposto no art. 120 do CPP, serão 
alienadas na forma do art. 133 do CPP, analisado à frente. 
Não se aguarda mais o prazo de 90 (noventa) dias, bem como 
não há mais o perdimento em favor estritamente da União e o produto 
do leilão não será mais recolhido ao tesouro nacional, conforme 
constava na regra anterior.
Alteração - art. 122 do CPP (restituição de coisas apreendidas)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 122. Sem prejuízo do 
disposto nos arts. 120 e 133, 
decorrido o prazo de 90 dias, 
após transitar em julgado a 
sentença condenatória, o juiz 
decretará, se for caso, a perda, 
em favor da União, das coisas 
apreendidas (art. 74, II, a e b do 
Código Penal) e ordenará que 
sejam vendidas em leilão público. 
Parágrafo único. Do dinheiro 
apurado será recolhido ao 
Tesouro Nacional o que não 
couber ao lesado ou a terceiro de 
boa-fé.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no 
art. 120, as coisas apreendidas serão 
alienadas nos termos do disposto no 
art. 133 deste Código. (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. (Revogado). 
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Novidade - art. 124-A do CPP (restituição de coisas apreendidas)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 124-A. 
Sem correspondência.
Art. 124-A. Na hipótese de decretação 
de perdimento de obras de arte ou de 
outros bens de relevante valor cultural 
ou artístico, se o crime não tiver vítima 
determinada, poderá haver destinação 
dos bens a museus públicos. 
No caso do art. 124-A do CPP, houve apenas o acréscimo de 
norma a regular situação específica, mas não tão incomum, de 
apreensão de obras de arte, por exemplo, determinando que elas sejam 
destinadas a museus públicos, caso não haja vítima determinada.
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Alteração - art. 133 do CPP (medidas assecuratórias)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
DAS MEDIDAS 
ASSECURATÓRIAS
(...)
Art. 133. Transitada em julgado a 
sentença condenatória, o juiz, de 
ofício ou a requerimento do 
interessado, determinará a 
avaliação e a venda dos bens em 
leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro 
apurado, será recolhido ao 
Tesouro Nacional o que não 
couber ao lesado ou a terceiro de 
boa-fé.
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
(...)
Art. 133. Transitada em julgado a 
sentença condenatória, o juiz, de ofício 
ou a requerimento do interessado ou 
do Ministério Público, determinará a 
avaliação e a venda dos bens em leilão 
público cujo perdimento tenha sido 
decretado.
§ 1º Do dinheiro apurado, será 
recolhido aos cofres públicos o que não 
couber ao lesado ou a terceiro de 
boa-fé.
§ 2º O valor apurado deverá ser 
recolhido ao Fundo Penitenciário 
Nacional, exceto se houver previsão 
diversa em lei especial.
No caput do artigo 133 do CPP, passou a constar 
expressamente a legitimidade do Ministério Público para requerer o 
perdimento, a avaliação e a venda de bens sequestrados e apreendidos, 
sanando essa omissão.
Segundo o §2º, via de regra, o destino do valor apurado com a venda 
dos bens será o Fundo Penitenciário Nacional, e não mais ao Tesouro 
Nacional.
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Novidade - art. 133-A do CPP (medidas assecuratórias)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
Art. 133-A. 
Sem correspondência. 
Art. 133-A O juiz poderá autorizar, 
constatado o interesse público, a 
utilização de bem sequestrado, 
apreendido ou sujeito a qualquer 
medida assecuratória pelos órgãos de 
segurança pública previstos no art. 144 
da Constituição Federal, do sistema 
prisional, do sistema socioeducativo, da 
Força Nacional de Segurança Pública e 
do Instituto Geral de Perícia, para o 
desempenho de suas atividades.
§ 1º O órgão de segurança pública 
participante das ações de investigação 
ou repressão da infração penal que 
ensejou a constrição do bem terá 
prioridade na sua utilização.
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, 
demonstrado o interesse público, o juiz 
poderá autorizar o uso do bem pelos 
demais órgãos públicos.
O artigo 133-A do CPP traz hipótese que já era prevista na Lei 
de Drogas (L. 11.343/06), em seu artigo 62, com alguns detalhamentos.
Agora, qualquer bem sujeito à alguma medida assecuratória 
pode ser utilizado pelos órgãos de segurança pública em geral, 
mediante autorização judicial e uma vez constatado o interesse 
público.
Ainda, o §2º autoriza que outros órgãos públicos (ex: Ministério 
Público) usem esse bem apreendido. Cuida-se de medida subsidiária, 
ou seja, deve-se priorizar o uso dos bens apreendidos ou sequestrados 
pelos órgãos de segurança pública, tendo maior prioridade o órgão de 
segurança pública participante das ações de investigação ou repressão 
da infração penal que ensejou a constrição do bem (§1º).
E o §4º, por fim, possibilita, em caso de sentença condenatória 
transitada em julgado e após a decretação de perdimento, que o juízo 
determine a transferência definitiva da propriedade ao órgão público 
beneficiário ao qual foi custodiado o bem. 
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Novidade - art. 133-A do CPP (medidas assecuratórias)
§ 3º Se o bem a que se refere o caput 
deste artigo for veículo, embarcação ou 
aeronave, o juiz ordenará à autoridade 
de trânsito ou ao órgão de registro e 
controle a expedição de certificado 
provisório de registro e licenciamento 
em favor do órgão público beneficiário, 
o qual estará isento do pagamento de 
multas, encargos e tributos anteriores à 
disponibilização do bem para a sua 
utilização, que deverão ser cobrados de 
seu responsável.
§ 4º Transitada em julgado a sentença 
penal condenatória com a decretação 
de perdimento dos bens, ressalvado o 
direito do lesado ou terceiro de boa-fé, 
o juiz poderá determinar a 
transferência definitiva da propriedade 
ao órgão público beneficiário ao qual 
foi custodiado o bem.
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Novidade - art. 157, § 5º, do CPP (da prova)
ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19
DA PROVA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 157. São inadmissíveis, 
devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em 
violação a normas 
constitucionais ou legais.
(...)
SEM CORRESPONDÊNCIA
DA PROVA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 157. São inadmissíveis, devendo 
ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as 
obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais.
(...)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo 
da prova declarada

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