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E S P E C I A L V I P J U S LEI 13.964/19 Pacote Anticrime S E U S U C E S S O M E R E C E S E R T R A T A D O C O M E X C L U S I V I D A D E ! SUMN for useS U M Á R I O INTRODUÇÃO……………..p. 03 I – CÓDIGO PENAL Art. 25 do CP………………...p. 04 Art. 51 do CP……………..….p. 05 Art. 75 do CP ………….…….p. 06 Art. 83, III, do CP……..…….p. 07 Art. 91-A do CP………….….p. 09 Art. 116 do CP……………….p. 13 Art. 157 do CP……………….p. 14 Art. 171 do CP……………….p. 16 Art. 316 do CP……………….p. 18 I I– CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 3º-A e ss do CPP……………..p. 19 Art. 14-A do CPP…………………...p. 27 Art. 28 do CPP…………………..…..p. 30 Art. 28-A do CPP.…………………..p. 33 Art. 122 do CPP………...…………..p. 48 Art. 124-A do CPP………………...p. 49 Art. 133 do CPP…………………….p. 50 Art. 133-A do CPP………………...p. 51 Art. 157, §5º, do CPP……………..p. 53 Art. 158-A do CPP.………………...p. 55 Art. 282 do CPP.…………………….p. 64 Art. 283 do CPP……………………..p. 68 Art. 287 do CPP……………………..p. 69 Art. 310 do CPP………………..p. 70 Art. 311 do CPP………………..p. 75 Art. 312 do CPP………………..p. 76 Art. 313, §2º, do CPP………..p. 80 Art. 315 do CPP………………..p. 81 Art. 316 do CPP………………..p. 83 Art. 492 do CPP………………..p. 84 Art. 564 do CPP………………..p. 87 Art. 581 do CPP………………..p. 88 Art. 638 do CPP………………..p. 89 I N T R O D U Ç Ã O www.vipjus.com.br 3 Infelizmente, nesses últimos dias, estamos todos mais resguardados por conta da “Quarentena – COVID 19”, justamente para preservar e assegurar o bem-estar de todos à nossa volta. Para quem deseja enfrentar concursos públicos, é hora de aproveitar esse período para intensificarmos os estudos, na medida do possível, a fim de evoluirmos cada vez mais rumo à tão sonhada aprovação. E, por falar nisso: Você conhece todas as alterações legislativas promovidas pela Lei 13.964/2019 no Código Penal e no Código de Processo Penal? Pensando nisso, o VIPJUS resolveu oferecer a você, de maneira totalmente gratuita, este material acerca da Lei 13.964/19 (PACOTE ANTICRIME), que entrou em vigor no início de 2020 e que introduziu diversas alterações no Código Penal, no Código de Processo Penal e também em leis extravagantes. Buscando organizar da melhor maneira o novo conteúdo, apresentaremos, de forma objetiva e sem pretensão de exaurir o seu estudo, comentários explicativos acerca das alterações ocorridas no Código Penal e no Código de Processo Penal, a fim de que se possa visualizar com maior clareza o que você, de fato, precisa dominar a partir de agora. Bons estudos e conte sempre conosco! Atenciosamente, EQUIPE VIPJUS http://www.vipjus.com.br I ) C Ó D I G O P E N A L www.vipjus.com.br 4 Inexiste relevante alteração com a inclusão do parágrafo único, haja vista que ele trouxe tão somente uma hipótese de legítima defesa que já era abarcada pelo próprio artigo 25 do CP. Na realidade, veio apenas esclarecer e deixar expresso que, numa situação como essa descrita no dispositivo incluído, o agente de segurança pública estará acobertado pela excludente de ilicitude. Alteração – art. 25 do CP (legítima defesa) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 5 Essa alteração vai no mesmo sentido da jurisprudência dominante nos Tribunais Superiores (STF, ADIN 3.150) e põe fim à discussão acerca do juízo competente para executar a pena de multa. Conforme agora expressamente previsto no CP, a execução da pena multa deve ocorrer no juízo da execução penal, assim como já ocorre em relação à pena privativa de liberdade. Muito embora prevista no CP, esta novidade acaba refletindo na fixação de competência jurisdicional, que é matéria processual. Alteração - art. 51 do CP (pena de multa) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 6 No Brasil, não existe pena com caráter perpétuo. Assim, existe um tempo máximo de pena que toda a pessoa pode cumprir. Antes do pacote anticrime, essa quantidade era de 30 anos, sendo que, quando o agente fosse condenado a penas privativas de liberdade cuja soma fosse superior a esse montante, deveriam elas ser unificadas para atender o limite máximo legal. O que a novel legislação mudou foi apenas a quantidade, passando o limite máximo agora para 40 (quarenta) anos, observadas as mesmas regras da previsão anterior. Alteração - art. 75 do CP (limite das penas) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 7 Alteração – art. 83, III, do CP (livramento condicional) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Requisitos do livramento condicional Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; Requisitos do livramento condicional Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; III – comprovado: a) bom comportamento durante a execução da pena; b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; Houve alteração em relação aos requisitos para a concessão de livramento condicional. A nova lei ampliou a redação do inciso III do artigo 83 do CP, ao incluir a necessidade de comprovação de “não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses” (alínea “b”).Vale destacar que a prática da falta grave por si só NÃO impede o livramento condicional (Sum. 441 do STJ). Deve-se compatibilizar a letra da nova lei com o entendimento sumulado para fins de livramento condicional. A alínea “a” trouxe redação bastante semelhante à redação anterior, trocando apenas “comportamento satisfatório” por “bom comportamento”, algo que, na prática, não deve trazer maiores repercussões. A alínea “b”, ao trazer mais um requisito para a concessão do benefício, agravou a situação do condenado, não devendo retroagir para fatos ocorridos antes da vigência da nova lei. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 8 Alteração – art. 83, III, do CP (livramento condicional) IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 9 Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Efeitos genéricos e específicos Art. 91 (...) SEM REFERÊNCIA Efeitos genéricos e específicos Art. 91 (...) Art. 91-A Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens: I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e O artigo 91-A do CP disciplina outra hipótese de efeito genérico da condenação, mas limitado a infrações penais com pena máxima superior a 6 anos de reclusão. De acordo com o dispositivo, é possível ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito, ainda que esse valor não constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. Trata-se de efeito não-automático da condenação, que deve ser pronunciado pelo juiz (ou tribunal) se houver pedido do Ministério Público nesse sentido. Cuida-se, portanto, de medida de maior abrangência do que aquela prevista no artigo 91, II, “b”, do CP, pois busca evitar o enriquecimento ilícito do condenado. Figura semelhante já era prevista na lei de improbidade administrativa (Lei 8.429/92) em seu artigo 12, ao prever como sanção, na hipótese de atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito (artigo 9º), a perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 10 Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação) II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. O §1º do artigo 91-A do CP delimita o patrimônio do condenado a ser considerado para fins de incidência deste dispositivo. No inciso I, considera-se como patrimônio todos aqueles bens de sua titularidade ou que pelo menos com que ele possua relação de domínio e benefício direto ou indireto. Limite temporal: da data da infração penal em diante. Já o inciso II considera patrimônio do condenado aqueles bens transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória. Limite temporal: a partir do início da atividade criminal. Note que a limitação temporal é diversa. O inciso I, por se preocupar com o patrimônio que o condenado adquiriu após a prática criminosa – haja vista a presunção de que o patrimônio tenha relação direta com o(s) crime(s) praticado(s) –, definiu a data da prática da infração penal como termo inicial. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 11 Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação) Por sua vez, o inciso II busca alcançar o patrimônio dilapidado pelo condenado assim que ele iniciou sua atividade criminal (aqui há outra diferença, pois fala em “atividade criminal”, e não em “infração penal”, o que indica uma interpretação mais abrangente). O §2º sinaliza a inversão do ônus da prova, ou seja, é o condenado quem deve demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio para não tê-lo perdido, e não o órgão acusador quem deve provar que o patrimônio é ilícito, em compatibilidade com a ratio da norma incluída, que é de alargar a possibilidade de busca patrimonial do condenado. O §3º determina o dever de o Ministério Público, já no oferecimento da denúncia, requerer expressamente a perda referida no artigo, com indicação da diferença apurada. Tal dispositivo gera uma dificuldade ao Parquet, pois terá ele que demonstrar, logo na denúncia, como chegou a essa diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 12 Novidade - art. 91-A no CP (efeitos da condenação) Por fim, conforme vem sustentando a doutrina, o §5º cuida do dever de se decretar a perda de instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias (eis aqui a restrição a apenas esses dois tipos penais), em favor da União ou do Estado, a depender da justiça em que tramita a ação penal, independentemente do requisito estabelecido na alínea “a” do inciso II do artigo 91-A do CP, que autoriza a perda, em favor da União, de instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. Trata-se de medida mais abrangente, obrigatória ao Juiz, e que visa a punir com mais veemência o crime organizado. Haja vista se tratar de norma prejudicial ao condenado, não deve ela retroagir. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 13 Houve a criação de duas novas causas impeditivas/suspensivas de prescrição, a saber: na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e enquanto não cumprido ou não rescindidoo acordo de não persecução penal. A primeira busca evitar que recursos processuais protelatórios acabem levando o caso à prescrição. Nesse caso, interposto recurso, seja de embargos de declaração perante o juízo a quo ou de qualquer outro perante o juízo ad quem, a contagem da prescrição ficará suspensa. Já a segunda causa vem para impedir que o acordo de não persecução penal sirva, na realidade, para postergar a prestação jurisdicional, de modo a causar a prescrição, semelhante ao previsto na hipótese da suspensão condicional do processo (artigo 89, §6º, da Lei 9.099/95): § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo). Portanto, no caso de acordo de não persecução penal, o prazo prescricional não correrá enquanto não for ele cumprido ou quando não for ele rescindido pela autoridade competente. Alteração – art. 116 do CP (prescrição) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 14 O acréscimo do inciso VII ao §2º do artigo 157 do CP veio para sanar uma discrepância criada pela Lei 13.654/18, que, ao revogar o inciso I do mesmo parágrafo, havia excluído o emprego de arma branca como majorante do crime de roubo, apesar de se tratar de hipótese altamente gravosa e que ocorre com ainda mais frequência do que o emprego de arma de fogo. Já a inclusão do §2º-B representa situação mais gravosa (que não retroage, portanto) ao dispor aumento em dobro da pena quando o crime é praticado com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido – e aqui a jurisprudência deve exigir a perícia da arma para configuração do aumento. Em virtude da redação “em dobro”, alguns entendem que se trata de mais uma qualificadora do crime roubo; de outro lado, uma segunda corrente ensina que estamos diante de nova causa de aumento de pena a ser considerada na terceira fase de dosimetria. ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. Alteração – art. 157 do CP (roubo) http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 15 A situação, então, ficou assim: 1) Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma branca 🡪 §2º 🡪 causa de aumento de 1/3 até metade; 2) Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo de uso permitido 🡪 §2º-A 🡪 causa de aumento de pena de 2/3; 3) Violência ou grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido 🡪 §2º-B 🡪 aplicação da pena em dobro. Obs – com a Lei 13.964/19, o roubo com emprego de arma de fogo, seja de uso permitido ou proibido, passou a ser crime hediondo, na forma da Lei 8.072/90. Alteração – art. 157 do CP (roubo) http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 16 Antes de tal reforma, este crime, na forma do art. 182 do CP, era de ação penal pública incondicionada, ficando as exceções por conta desse mesmo preceito legal. A inclusão desse §5º, alterando o panorama anterior, tornou o crime de estelionato, via de regra, de ação penal pública condicionada à representação. As exceções, em que o estelionato agora permanece crime de ação penal pública incondicionada, dizem respeito a crime praticado contra algumas vítimas específicas, que são: 1) Administração Pública, direta ou indireta; 2) Criança ou adolescente; 3) Pessoa com deficiência mental; ou 4) Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. Como, então, a regra passou a ser o crime de estelionato procedido mediante representação, deve prevalecer o entendimento de se exigir representação nestes casos, na linha do que dispõe o artigo 91 da Lei 9.099/95. É essa a orientação inclusive do CNPG/GNCCRIM no Enunciado 4: Alteração - art. 171 do CP (estelionato) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. Estelionato Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: I - a Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 17 ENUNCIADO 4 (ART. 171, parágrafo 5º, do CP – ART. 91 da Lei 9.099 c/c art. 3º do CPP): Nas investigações e processos em curso, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecer representação no prazo de 30 dias, sob pena de decadência. Alteração - art. 171 do CP (estelionato) http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 18 Alteração – art. 316 do CP (concussão) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Encerrando uma discrepância legal criada em 2003, quando os crimes de corrupção ativa e passiva tiveram a pena máxima majorada para 12 (doze) anos, permanecendo o crime de concussão com a pena máxima de 8 (oito) anos apenas, a nova lei passa a estabelecer a pena máxima também de 12 (doze) anos para o crime de concussão. http://www.vipjus.com.br I I) C Ó D I G O P R O C E S S U A L P E N A L www.vipjus.com.br 19 Novidade – arts.3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Juiz das Garantias Art. 3o - A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. Art. 3º - A – sem previsão. Art. 3º - B – sem previsão. Art. 3º - C – sem previsão. Art. 3º - D – sem previsão. Art. 3º - E – sem previsão. Art. 3º - F – sem previsão. Art. 3o - A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. Art. 3º- A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.’ Primeiramente, a Lei 13.964/19, ao disciplinar sobre o juiz das garantias, fez menção expressa à adoção do sistema acusatório em nosso ordenamento jurídico, deixando expresso algo que era até então fruto do estudo doutrinário e jurisprudencial da legislação. Veja: Art. 3º-A O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. Tal vedação de iniciativa probatória do juiz na fase de investigação já era aplicada mesmo antes desse artigo, que agora encerra qualquer dúvida. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 20 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) Art. 3º- B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; Este dispositivo representa uma revogação tácita do inciso II do artigo 5º do CPP, na parte em que trata sobre instauração de inquérito policial mediante requisição do juiz, algo que, agora, fica expressamente vedado pela redação desse artigo 3º-A. No tocante à vedação à substituição da atuação probatória do órgão de acusação, há doutrina no sentido de que passou a ser proibido ao juiz produzir provas que corroborem com a acusação, não sendo, contudo, impedido de atuar na produção de provas que beneficiem o acusado. De outro lado, outra corrente doutrinária tem entendido que tal dispositivo não estabelece que seja vedado ao juiz, durante a instrução, complementar a prova, independentemente se for para corroborar a tese da acusação ou a tese da defesa, sob pena de violação à paridade de armas. Nesse sentido, aliás, é o previsto no parágrafo único do artigo 212 do CPP, que dispõe o seguinte: “Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 21 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; Para essa corrente, então, o que se veda ao juiz é atuar no lugar do Ministério Público quando este não se desincumbiu de demonstrar o que foi alegado na peça acusatória. De qualquer forma, houve uma mudança substancial no processo penal, criando-se uma autoridade judiciária para atuar exclusivamente no âmbito da fase de investigação e outra para atuar na fase processual. Assim, a figura que atuará na seara pré-processual, ligada à investigação, é o que agora está se chamando de “juiz das garantias”, o qual decidirá acerca de quebras de sigilo bancário, telefônico, pedidos de prisão temporária ou preventiva, homologações de prisão em flagrante; é o que conduzirá a famigerada audiência de custódia e todos os temas assuntos ligados à reserva de jurisdição, descritos no rol exemplificativo do art. 3º - B do CPP, sendo, portanto, a figura responsável pela integridade dos direitos do investigado e da legalidade da investigação criminal. Dentre os incisos previstos no artigo 3º-B, tem-se o inciso XVI, que cita como função do juiz de garantias “deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia”. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 22 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) XI - decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; A partir desse dispositivo, passa a ser possível a figura do assistente técnico durante as investigações. Até então, a interpretação que se tinha era de que o assistente técnico só era admissível durante a instrução criminal, conforme inteligência do artigo 159, §§3º, 4º e 5º, II, do CPP. O §1º do art. 3º-B previa a apresentação do preso, em flagrante ou por força de mandado, à presença física do juiz no prazo de 24 horas para fins de audiência de custódia, sendo vedado o emprego de videoconferência. Veja: “§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência.” Ele foi vetado pelas seguintes razões: “A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da realização da audiência por videoconferência, gera insegurança jurídica ao ser incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo Penal, os quais permitem a adoção do sistema de http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 23 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia;XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. § 1º (VETADO). § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. videoconferência em atos processuais de procedimentos e ações penais, além de dificultar a celeridade dos atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 10/02/2017). Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como dos arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018).” O artigo 3º-C exclui as infrações de menor potencial ofensivo do juiz das garantias. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 24 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. O juiz de garantias atua até o recebimento da denúncia ou queixa, após o que as questões serão analisadas pelo juiz da instrução e julgamento, devendo este, tão logo tenha acesso aos autos, reexaminar a necessidade da manutenção das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 dias, não ficando vinculado, de forma alguma, às decisões proferidas anteriormente por aquele. O §3º do mesmo artigo 3º-C determina que os autos de inquérito policial não sejam autuados com o processo principal, salvo nos casos de: 1) documentos relativos às provas irrepetíveis (ex: busca e apreensão, laudos periciais); 2) medidas de obtenção de provas (ex: afastamento de sigilo bancário, fiscal e telefônico, colaboração premiada); 3) medida de antecipação de provas – prova antecipada. Já o artigo 3º-D traz uma atecnia ao prescrever que os artigos 4º e 5º do CPP trazem “competências” ao juiz. Os referidos artigos, contudo, nada dispõem sobre “competências” do juiz. Apesar disso, o que se pode extrair dessa norma do artigo 3º-D é o impedimento para atuar como juiz da instrução e julgamento aquele que tenha praticado qualquer das atribuições do juiz de garantias arroladas, exemplificativamente, no artigo 3º-B. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 25 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. Ainda, no caso de comarcas onde existe apenas um Magistrado, será criado pelo Tribunal respectivo um sistema de “rodízio” com outros Magistrados, de forma a viabilizar a nova sistemática de atuação jurisdicional. Já o art. 3º -E prevê que o juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. O artigo 3º-F, em suma, determina a necessidade de o juiz de garantias assegurar o cumprimento das regras para o tratamento do preso, dentre elas a proibição de exploração da sua imagem por órgão da imprensa. Importante: no dia 22 de janeiro de 2020, o Ministro Luiz Fux, na qualidade de relator das ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6305, revogou decisão monocrática do Min. Toffoli anteriormente proferida e suspendeu a eficácia, até decisão final do Plenário, da implantação do juiz das garantias e seus consectários (Artigos 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3ª-E, 3º-F, do Código de Processo Penal) – suspensão por prazo indeterminado. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 26 Novidade – arts. 3º-A e seguintes do CPP (juiz de garantias) Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. Resumidamente, o argumento em questão passa pelo fato de que tal implementação afetaria a organização do Poder Judiciário e que ela geraria impacto orçamentário imediato ainda desconhecido. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 27 Novidade - art. 14-A do CPP (constituição de defensor em sede de inquérito por agentes vinculados às instituições de segurança pública) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 14-A. – sem correspondência. Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) O caput do artigo 14-A do CPP traz a possibilidade de servidores vinculados às instituições listadas no artigo 144 da CF (ex: policiais civis, militares e federais) constituírem defensor, caso figuremcomo investigados em inquéritos policiais cujo objeto seja a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, ainda que em situações que excluam a ilicitude da conduta. Esse direito – de investigado constituir advogado – já existia antes dessa norma, seja para o policial ou para qualquer cidadão. As novidades estão mesmo nos §§1º e 2º. O §1º determina a citação do investigado da instauração do procedimento investigatório (o correto seria notificação, e não citação). Caso ele não constitua advogado em até 48 horas, o §2º determina que a autoridade responsável pelas investigações comunique a instituição a que o investigado estava vinculado à época dos fatos para que ela, em 48 horas, indique alguém para defendê-lo. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 28 Novidade - art. 14-A do CPP (constituição de defensor em sede de inquérito por agentes vinculados às instituições de segurança pública) § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Assim, com a inclusão dessa norma, ao menos o contraditório estará garantido ao investigado na situação descrita no caput do artigo 14-A do CPP. Por fim, o §6º determina o mesmo procedimento aos militares das Forças Armadas, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 29 Novidade - art. 14-A do CPP (constituição de defensor em sede de inquérito por agentes vinculados às instituições de segurança pública) § 3º (VETADO). § 4º (VETADO). § 5º (VETADO). § 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 30 Alteração - art. 28 do CPP (arquivamento do inquérito policial) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 DA AÇÃO PENAL (...) Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. DA AÇÃO PENAL (...) Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão Antes da alteração legislativa, uma vez existente pedido do Ministério Público de arquivamento do inquérito policial, cabia ao Juiz de Direito o respectivo arquivamento, caso concordasse com a opinião ministerial, ou, havendo discordância, a remessa dos autos ao Procurador Geral para este oferecer a denúncia, nomear outro membro do Ministério Público para assim proceder ou insistir no pedido de arquivamento, ficando aqui o Juiz vinculado ao parecer ministerial superior. A nova redação do artigo 28 do CPP retirou do juiz o poder de homologação do arquivamento do inquérito policial. Agora, o órgão responsável por isso é “a instância de revisão ministerial para fins de homologação” – PGJ no âmbito estadual e Câmara de Coordenação e Revisão Criminal no âmbito do MPU. Essa novidade, de certa maneira, traz mais poderes ao Ministério Público ao deixar no âmbito da instituição a decisão relativa ao arquivamento do inquérito policial. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 31 Alteração - art. 28 do CPP (arquivamento do inquérito policial) DA AÇÃO PENAL (...) Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. Ocorre que tal atribuição deverá causar grande impacto na instituição, que passa a ter que analisar todos os arquivamentos de inquérito policial. Além disso, o artigo 28 determina que o órgão do MP que arquivar o IP deverá comunicar: 1) à vítima; 2) ao Investigado; 3) à autoridade policial; A comunicação da vítima já era prevista na Resolução nº 181/2017 do CNMP em caso de arquivamento do PIC (art. 19, §3º - Na hipótese de arquivamento do procedimento investigatório criminal, ou do inquérito policial, o membro do Ministério Público deverá diligenciar para a comunicação da vítima a respeito do seu pronunciamento). Os §§1º e 2º trazem a hipótese da vítima recorrer do arquivamento para submeter suas razões pelo não-arquivamento à instância competente do órgão ministerial, dentro do prazo de 30 dias do recebimento da comunicação do arquivamento. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 32 Alteração - art. 28 do CPP (arquivamento do inquérito policial) § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. Ocorre que, no dia 22 de janeiro de 2020, o Min. Luiz Fux concedeu medida cautelar requerida nos autos da ADI 6305 e suspendeu a eficácia, até decisão final do Plenário, da alteração do procedimento de arquivamento do inquérito policial (28, caput, Código de Processo Penal). Assim, o procedimento de arquivamento do IP, por enquanto, permanece o mesmo, continuando a valer, então, a antiga redação do artigo 28 do CPP. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 33 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 DA AÇÃO PENAL (...) Art. 28 – A. Sem correspondência. RESOLUÇÃO Nº 181/17 CNMP (COM REDAÇÃO DADA PELA RESOLUÇÃO Nº 183/18) Art. 18. Não sendo o caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor ao investigado acordo de não persecução penal quando, cominada pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa, o investigado tiver confessado formal e circunstanciadamente a sua prática, mediante as seguintes condições, ajustadas cumulativa ou alternativamente: I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo;DA AÇÃO PENAL (...) Art. 28-A Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; Até a edição da nova lei, o acordo de não persecução penal não tinha previsão legal, mas já estava disposto na Resolução nº 181/2017 do CNMP, conforme acima assinalado. A constitucionalidade dessa Resolução está sendo questionada no STF nas ADIs 5.790 e 5.793. Entretanto, com a expressa previsão legal desse instituto, é bem possível que grande parte dos argumentos lançados em tais ações diretas de inconstitucionalidades fique prejudicada. Inicialmente, importante destacar que o acordo de não persecução penal permanece sendo um negócio jurídico de natureza extrajudicial. Os requisitos para o seu oferecimento praticamente permanecem os mesmos, quais sejam: 1)Não ser hipótese de arquivamento da investigação – há indícios suficientes de autoria e prova da materialidade que pesam contra o investigado; 2)Confissão formal e circunstanciada do investigado; http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 34 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) II – renunciar voluntariamente a bens e direitos, indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito, diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo Ministério Público; IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério Público, devendo a prestação ser destinada preferencialmente àquelas entidades que tenham como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou 3) Infração penal sem violência ou grave ameaça, com pena mínima inferior a 4 anos – patamar fixado para fins de alcançar crimes que, pelas circunstâncias, ensejarão condenação à pena mínima em regime inicial aberto, sendo ainda cabível a substituição por penas restritivas de direitos (artigo 44 do CP). A violência de que trata o artigo deve estar na conduta do agente, e não no resultado; 4) Seja o acordo necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime – este requisito, que não estava previsto expressamente na Resolução 181/17 do CNMP, foi colocado para sinalizar que o acordo de não persecução penal deve estar alinhado à finalidade repressiva e preventiva da pena, conforme previsto na parte final do caput do artigo 59 do CP. As condições a que o investigado ficará submetido também são bem semelhantes. As seguintes condições podem ser aplicadas cumulativa ou alternativamente (e não “e”, como previsto no caput do artigo 28-A): 1)Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo; http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 35 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) V – cumprir outra condição estipulada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal aparentemente praticada. § 1º Não se admitirá a proposta nos casos em que: I – for cabível a transação penal, nos termos da lei; II – o dano causado for superior a vinte salários mínimos ou a parâmetro econômico diverso definido pelo respectivo órgão de revisão, nos termos da regulamentação local; III – o investigado incorra em alguma das hipóteses previstas no art. 76, § 2º, da Lei nº 9.099/95; IV – o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal; V – o delito for hediondo ou equiparado e nos casos de incidência da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006; V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses: I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 2) Renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; 3) Prestação de serviço à comunidade por período correspondente à pena mínima reduzida de um a dois terços. O que muda aqui é que será o juiz da execução – e não mais o Ministério Público – a autoridade a indicar o local a ser cumprida essa condição; 4) Prestação pecuniária à entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, e não mais pelo Ministério Público; 5) Cumprimento de outra condição estipulada pelo Ministério Público, por prazo determinado (antes não havia essa menção de tempo aqui, existindo, contudo, referência à data para cumprimento das condições no §3º do artigo 18 da Resolução nº 181/17 do CNMP). O §1º disciplina que se devem considerar as causas de aumento e diminuição de pena para contagem da pena mínima, como já previsto no §13º do artigo 18 da Resolução 181/17 do CNMP. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 36 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) VI – a celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. § 2º A confissão detalhada dos fatos e as tratativas do acordo serão registrados pelos meios ou recursos de gravação audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações, e o investigado deve estar sempre acompanhado de seu defensor. § 3º O acordo será formalizado nos autos, com a qualificação completa do investigado e estipulará de modo claro as suas condições, eventuais valores a serem restituídos e as datas para cumprimento, e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e seu defensor. § 4º Realizado o acordo, a vítima será comunicada por qualquer meio idôneo, e os autos serão submetidos à apreciação judicial. III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razõesda condição de sexo feminino, em favor do agressor. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. O item 4 estende a proteção à vítima mulher, ao trazer hipótese que vai além da incidência da Lei nº 11.340/06. Por fim, deixaram de figurar como hipóteses que vedam o acordo: a)Quando o dano causado for superior a 20 salários mínimos; b)Quando o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da pretensão punitiva estatal – com a previsão de o acordo de não persecução penal figurar como causa suspensiva da prescrição (artigo 116, IV, do CP), esta hipótese tornou-se desnecessária; c)Se o delito for hediondo ou equiparado. Com a falta dessa previsão, existem alguns delitos hediondos em relação aos quais, em tese, seria cabível o acordo de não persecução penal (ex: crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado; favorecimento à prostituição tentado). http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 37 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) § 5º Se o juiz considerar o acordo cabível e as condições adequadas e suficientes, devolverá os autos ao Ministério Público para sua implementação. § 6º Se o juiz considerar incabível o acordo, bem como inadequadas ou insuficientes as condições celebradas, fará remessa dos autos ao procurador-geral ou órgão superior interno responsável por sua apreciação, nos termos da legislação vigente, que poderá adotar as seguintes providências: I – oferecer denúncia ou designar outro membro para oferecê-la; II – complementar as investigações ou designar outro membro para complementá-la; III – reformular a proposta de acordo de não persecução, para apreciação do investigado; § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal. § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. A proibição do item 1 já estava prevista anteriormente. Já as proibições descritas no item 2 e no item 3 são mais abrangentes, pois trazem hipóteses não previstas na Resolução nº 181/2017, como em casos de existência de indicativo de conduta criminal habitual, reiterada ou profissional. Vale destacar que a expressão “crime habitual”, que exige uma reiteração da conduta para sua tipicidade (ex: prostituição), não se confunde com a figura do “criminoso habitual”, sujeito que faz do crime seu meio de vida. A vedação da lei aqui se aplica ao criminoso habitual, portanto. A própria lei exclui da proibição casos que envolvam “crimes pretéritos insignificantes”. Aqui, deve-se entender como crimes de menor potencial ofensivo, pois trazer para cá o princípio da insignificância, como parece querer a lei, seria contraditório, já que ele, por si só, exclui a tipicidade, não havendo crime e, portanto, não se cogitando de acordo de não persecução penal. No §2º constam as hipóteses em que é proibido o acordo de não persecução penal: http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 38 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) IV – manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a Instituição. § 7º O acordo de não persecução poderá ser celebrado na mesma oportunidade da audiência de custódia. § 8º É dever do investigado comunicar ao Ministério Público eventual mudança de endereço, número de telefone ou e-mail, e comprovar mensalmente o cumprimento das condições, independentemente de notificação ou aviso prévio, devendo ele, quando for o caso, por iniciativa própria, apresentar imediatamente e de forma documentada eventual justificativa para o não cumprimento do acordo. § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. 1)Se for cabível transação penal – em tese, infrações de menor potencial ofensivo, que são as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos; 2)Investigado reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 3)Ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da infração em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo. Para fins de controle, o §12º dispõe que a celebração e o cumprimento do acordo constarão na certidão de antecedentes apenas para impedir novo acordo antes dos 5 anos (período depurador). 4)Crimes praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, seja envolvendo violência doméstica e familiar ou então menosprezo ou discriminação à condição de mulher (aplicando-se o conceito dado no §2º-A do artigo 121 do CP acerca da abrangência do crime praticado “contra a mulher por razões da condição de sexo feminino”) http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 39 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) § 9º Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo ou não observados os deveres do parágrafo anterior, no prazo e nas condições estabelecidas, o membro do Ministério Público deverá, se for o caso, imediatamente oferecer denúncia. § 10 O descumprimento do acordo de não persecução pelo investigado também poderá ser utilizado pelo membro do Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. § 11 Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público promoverá o arquivamento da investigação, nos termos desta Resolução. § 12 As disposições deste Capítulo não se aplicam aos delitos cometidos por militares que afetem a hierarquia e a disciplina. § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. Dica especial - A orientação do CNPG/GNCCRIM é no sentido de ser vedado o acordo de não persecução penal aos crimes hediondos sob a justificativa de não estar presente um dos requisitos previstos no caput do artigo 28-A do CPP: ENUNCIADO 22 (art.28-A, § 2º, IV) - Veda-se o acordo de não persecução penal aos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, bem como aos crimes hediondos e equiparados, pois em relação a estes o acordo não é suficiente para a reprovação e prevenção do crime. Veja o quadro comparativo na próxima página: http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 40 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) § 13 Para aferição da pena mínima cominada ao delito, a que se refere o caput, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. HIPÓTESES IMPEDITIVAS DO ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL RESOLUÇÃO Nº 181/2017 CNMP ARTIGO 28-A DO CPP -> Se for cabível transação penal. -> Dano superior a 20 salários mínimos -> Ocorrer uma das hipóteses previstas no §2º do artigo 76 da Lei 9.099/95: a) reincidência com condenação à pena privativa de liberdade, b) ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da infração com transação penal, c) não indicarem os antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstâncias ser necessária e suficiente a medida. -> Quando o aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição. -> Delito hediondo ou equiparado e nos casos de violência doméstica e familiar. Celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime. -> Se for cabível transação penal. -> Investigado reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas. -> Ter sido o agente beneficiado nos 5 anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo. -> Crimes praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, seja envolvendo violência doméstica e familiar ou então menosprezo ou discriminação à condição de mulher. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 41 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) O §4º determina seja realizada audiência com o juiz para oitiva do investigado, na presença do defensor, a fim de verificar a voluntariedade do acordo, semelhante ao previsto em relação à homologação do acordo de colaboração premiada. Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo (§5º). Antes da Lei 13.964/19, neste caso, o juiz deveria realizar a remessa dos autos ao PGJ ou órgão superior interno responsável para a adoção de uma das seguintes providências: a)Oferecer denúncia ou designar outro membro para oferecê-la; b)Complementar as investigações ou designar outro membro para complementá-la; c)Reformular a proposta de acordo de não persecução, para apreciação do investigado; d)Manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a Instituição. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 42 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) Essa previsão se assemelhava ao até então estabelecido no artigo 28 do CPP. Como visto acima, agora os autos são devolvidos ao próprio membro do MP responsável pela elaboração do acordo de não persecução penal, cabendo-lhe apenas a possibilidade de reformular a proposta, sob pena de o juízo recusar a homologação (§7º). Assim, a palavra final quanto à manutenção ou não do acordo não é mais do Ministério Público, mas sim do Juiz. Havendo homologação, o Ministério Público deverá iniciar a execução do acordo perante o juízo da execução penal (§6º), não cabendo mais, portanto, a execução no âmbito do próprio MP. Ainda, conforme Enunciado 25 do CNPG/GNCCRIM, o acordo de não persecução penal não impõe penas, mas somente estabelece direitos e obrigações de natureza negocial e as medidas acordadas voluntariamente pelas partes não produzirão quaisquer efeitos daí decorrentes, incluindo a reincidência. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 43 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) Se houver recusa à homologação, o juiz devolverá os autos ao MP para: a) análise da necessidade de complementação das investigações; ou b) o oferecimento da denúncia (§8º). Obs – da decisão que negar homologação do acordo de não persecução penal cabe recurso em sentido estrito – art. 581, XXV, do CPP (novidade que também será analisada adiante). Não existe mais previsão expressa sobre a possibilidade de celebração do acordo em audiência de custódia, ponto este criticado por alguns pelo fato da audiência de custódia não se prestar à análise do mérito, mas tão somente à avaliação da regularidade da prisão. O descumprimento do acordo de não persecução penal fará com que o Ministério Público comunique ao juízo para fins de rescisão e posterior oferecimento de denúncia (§10). A única diferença aqui é que, anteriormente, a decisão de rescisão do acordo partia do próprio membro do MP. Acerca deste ponto, confira os Enunciados 26 e 27 do CNPG/GNCCRIM: http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 44 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) ENUNCIADO 26 (ART. 28-A, § 10): Deverá constar expressamente no termo de acordo de não persecução penal as consequências para o descumprimento das condições acordadas, bem como o compromisso do investigado em comprovar o cumprimento das condições, independentemente de notificação ou aviso prévio, devendo apresentar, imediatamente e de forma documentada, eventual justificativa para o não cumprimento de qualquer condição, sob pena de imediata rescisão e oferecimento da denúncia em caso de inércia (§ 10º). ENUNCIADO 27 (ART. 28-A, § 10º): Havendo descumprimento dos termos do acordo, a denúncia a ser oferecida poderá utilizar como suporte probatório a confissão formal e circunstanciada do investigado (prestada voluntariamente na celebração do acordo). O descumprimento do acordo também pode justificar o não oferecimento de suspensão condicional do processo (§11º), repetindo previsão já existente na citada resolução. O cumprimento integral do acordo passa a ser causa extintiva da punibilidade (§13º) – antes era hipótese de arquivamento da investigação. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 45 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) Sobre essa questão, confira o Enunciado 28 do CNPG/GNCCRIM: Caberá ao juízo competente para a homologação rescindir o acordo de não persecução penal, a requerimento do Ministério Público, por eventual descumprimento das condições pactuadas, e decretar a extinção da punibilidade em razão do cumprimento integral do acordo de não persecução penal. Se o membro do Ministério Público se recusar a celebrar o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer sua remessa ao órgão superior da institução, na forma do novo artigo 28 do CPP (§14º). Ainda, é possível aplicação do acordo de não persecução penal em processos de competência originária, conforme acréscimo trazido pela Lei nº 13.964/19, ao incluir o §3º no artigo 1º da Lei nº 8.038/90: http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 46 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) “§ 3º Não sendo o caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstanciadamente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para a reprovação e prevenção do crime, nos termos do art. 28-A do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).” Conforme orientação do CNPG/GNCCRIM, a homologaçãodo acordo de não persecução penal é ato judicial de natureza declaratória. ENUNCIADO 24 (ART. 28-A, §§ 5º, 7º E 8º) A homologação do acordo de não persecução penal, a ser realizada pelo juiz competente, é ato judicial de natureza declaratória, cujo conteúdo analisará apenas a voluntariedade e a legalidade da medida, não cabendo ao magistrado proceder a um juízo quanto ao mérito/conteúdo do acordo. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 47 Novidade - o art. 28-A do CPP (acordo de não persecução penal) Por fim, acerca da possibilidade de aplicação do acordo de não persecução penal para infrações penais praticadas antes da vigência da Lei nº 13.964/19, existem três posições: 1ª corrente: não é cabível a formalização do acordo. 2ª corrente: é cabível, mesmo que o processo criminal já tenha sido iniciado, desde que ainda não haja sentença. 3ª corrente: é cabível, desde que antes do recebimento da denúncia. Essa é a orientação dada pelo CNPG/GNCCRIM (Conselho Nacional de Procuradores Gerais/Grupo Nacional de Coordenadores de Centro de Apoio Criminal): ENUNCIADO 20: Cabe acordo de não persecução penal para fatos ocorridos antes da vigência da Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia. http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 48 Nesse caso, alterando a sistemática anterior, as coisas apreendidas, sem prejuízo do disposto no art. 120 do CPP, serão alienadas na forma do art. 133 do CPP, analisado à frente. Não se aguarda mais o prazo de 90 (noventa) dias, bem como não há mais o perdimento em favor estritamente da União e o produto do leilão não será mais recolhido ao tesouro nacional, conforme constava na regra anterior. Alteração - art. 122 do CPP (restituição de coisas apreendidas) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, decorrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b do Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em leilão público. Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) Parágrafo único. (Revogado). http://www.vipjus.com.br www.vipjus.com.br 49 Novidade - art. 124-A do CPP (restituição de coisas apreendidas) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 124-A. Sem correspondência. Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos. No caso do art. 124-A do CPP, houve apenas o acréscimo de norma a regular situação específica, mas não tão incomum, de apreensão de obras de arte, por exemplo, determinando que elas sejam destinadas a museus públicos, caso não haja vítima determinada. http://www.vipjus.com.br Alteração - art. 133 do CPP (medidas assecuratórias) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS (...) Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público. Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS (...) Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido decretado. § 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. § 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver previsão diversa em lei especial. No caput do artigo 133 do CPP, passou a constar expressamente a legitimidade do Ministério Público para requerer o perdimento, a avaliação e a venda de bens sequestrados e apreendidos, sanando essa omissão. Segundo o §2º, via de regra, o destino do valor apurado com a venda dos bens será o Fundo Penitenciário Nacional, e não mais ao Tesouro Nacional. www.vipjus.com.br 50 http://www.vipjus.com.br Novidade - art. 133-A do CPP (medidas assecuratórias) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 Art. 133-A. Sem correspondência. Art. 133-A O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desempenho de suas atividades. § 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização. § 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. O artigo 133-A do CPP traz hipótese que já era prevista na Lei de Drogas (L. 11.343/06), em seu artigo 62, com alguns detalhamentos. Agora, qualquer bem sujeito à alguma medida assecuratória pode ser utilizado pelos órgãos de segurança pública em geral, mediante autorização judicial e uma vez constatado o interesse público. Ainda, o §2º autoriza que outros órgãos públicos (ex: Ministério Público) usem esse bem apreendido. Cuida-se de medida subsidiária, ou seja, deve-se priorizar o uso dos bens apreendidos ou sequestrados pelos órgãos de segurança pública, tendo maior prioridade o órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem (§1º). E o §4º, por fim, possibilita, em caso de sentença condenatória transitada em julgado e após a decretação de perdimento, que o juízo determine a transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem. www.vipjus.com.br 51 http://www.vipjus.com.br Novidade - art. 133-A do CPP (medidas assecuratórias) § 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. § 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem. www.vipjus.com.br 52 http://www.vipjus.com.br Novidade - art. 157, § 5º, do CPP (da prova) ANTES DA LEI 13.964/19 DEPOIS DA LEI 13.964/19 DA PROVA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (...) SEM CORRESPONDÊNCIA DA PROVA CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (...) § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
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