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Aula-02-Teoria-Geral-do-Processo

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CURSO: REAPRENDIZAGEM JURÍDICA 
DATA: 23/07/2019 
DISCIPLINA: TEORIA GERAL DO PROCESSO 
PROFESSOR: GUSTAVO FARIA 
MONITOR: NAJARA SANTOS 
AULA 02 
SÚMARIO 
2 DA EVOLUÇÃO DA DOUTRINA PROCESSUAL E O NEOPROCESSUALISMO ........................ 1 
2.1 Precedente ................................................................................................................................. 2 
2.2 Jurisprudência............................................................................................................................. 3 
2.3 Súmula........................................................................................................................................ 3 
2.4 Ratio decidendi e obter dictum ................................................................................................... 4 
2.5 Conceitos inseridos no sistema híbrido Common Law – Civil Law ............................................ 5 
2.6 Motivação das decisões e “legitimidade argumentativa” ........................................................... 7 
2.7 Duração razoável do processo e a efetividade da execução cível ............................................. 9 
2.8 Do contraditório constitucionalizado ou dinâmico ..................................................................... 12 
2.9 Princípio da cooperação .......................................................................................................... 13 
2.10 Princípio da boa-fé processual ............................................................................................... 15 
2.11 Princípio da primazia do julgamento do mérito ....................................................................... 18 
2.12 Autocomposição de conflitos e o Direito Processual .............................................................. 20 
2.13 Novos contornos da coisa julgada .......................................................................................... 22 
2 DA EVOLUÇÃO DA DOUTRINA PROCESSUAL E O NEOPROCESSUALISMO
O atual perfil da jurisdição brasileira é marcado pelo hibridismo Civil Law – Common Law.
A Exposição de Motivos do CPC expõe, acerca dos Embargos de Divergência (recurso cabível 
quando há divergência dentro do STJ ou dentro do STF): 
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“Está-se, aqui, diante de poderoso instrumento, agora tornado ainda mais eficiente, cuja finalidade 
é a de uniformizar a jurisprudência dos Tribunais Superiores, interna corporis.
Sem que a jurisprudência desses Tribunais esteja internamente uniformizada, é posto abaixo o
edifício cuja base é o respeito aos precedentes dos Tribunais Superiores.” 
2.1 Precedente 
Precedente é toda decisão judicial, cujo elemento normativo (interpretação dada para o caso
concreto) sirva de base para julgamento de casos análogos. 
Vinculante (ou obrigatório ou qualificado): são denominados, na doutrina, binding precedent e
autority precedent. Possuem força normativa. Exemplo: art. 927, I, III e V, CPC. 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade; 
[...] 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de 
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial 
repetitivos; 
[...] 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 
Persuasivo: não possuem força normativa, mas indicam uma sugestão de solução para determinado 
caso. Exemplo: 
De eficácia autorizante: podem ser considerados como determinantes para o acolhimento de uma
pretensão. 
Exemplo: art. 311, CPC – é um precedente vinculante e de eficácia autorizante. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
[...] 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e 
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante;
Exemplo: art. 932, V, b, c, CPC – é um precedente de eficácia autorizante. 
Art. 932. Incumbe ao relator:
[...] 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso 
se a decisão recorrida for contrária a:
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[...] 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
De eficácia obstativa: impede o acolhimento de uma pretensão ou mesmo a revisão de uma decisão. 
Exemplo: art. 332, CPC. 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente 
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
[...] 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
Exemplo: art. 496, §4º, CPC. 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
[...] 
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver 
fundada em: 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
Exemplo: art. 932, IV, b, c, CPC. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
[...] 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
[...] 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
O mesmo precedente pode ter eficácia autorizante ou eficácia obstativa, a depender do momento
em que é utilizado. 
Do mesmo modo, o mesmo precedente por ter mais de uma natureza acima elencada, como visto. 
2.2 Jurisprudência 
É a aplicação reiterada de um precedente. 
2.3 Súmula 
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É o enunciado normativo de uma jurisprudência dominante. Pode ser vinculante ou meramente
persuasiva. Atualmente, pode-se afirmar que todas as súmulas do STF e todas as súmulas do STJ
são vinculantes, em razão de disposição do CPC: 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
[...] 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
[...] 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; 
Ou seja, mesmo as súmulas não denominadas vinculantes (que não estão no art. 103-A, CR) devem
ser observadas da mesma maneira pelos juízes e tribunais. 
2.4 Ratio decidendi e obter dictum 
A ratio decidendi são os fundamentos determinantes de um precedente, os quais possuem a
natureza que faz o precedente ter efeito vinculante. É o coração da decisão, é o que vincula os
outros juízes e tribunais, por ser a correta interpretação da norma dada naquele precedente. 
“Na verdade, a ratio será o que a Corte afirma como interpretação correta da lei. 
[...] É a tese jurídica ou interpretação da norma consagrada na decisão. [...] Regra 
cuja ausência o caso seria decidido de outra forma.” (In: MARINONI, Luiz 
Guilherme. Uma nova realidade diante do projeto de CPC: a ratio decidendi ou os 
fundamentos determinantes da decisão). 
Ler o artigo que está no link deixado pelo professor na área do aluno. 
O obter dictum é uma argumentação marginal (paralela), uma simples opinião do julgador em seu
voto, que é totalmente prescindível para a solução daquele caso. 
“O exemplo mais visível de utilização
de um dictum é quando o tribunal, de forma 
gratuita, sugere como resolveria uma questão conexa ou relacionada com a questão 
dos autos, mas que no momento não está resolvendo.” (SILVA, Celso de 
Albuquerque. Do efeito vinculante..., p. 185) 
Exemplo: 
Ratio decidendi: “O pagamento extemporâneo da condenação imposta em sentença transitada em
julgado, muito embora espontâneo e antes de o credor deflagrar a execução forçada, enseja a
incidência da multa do art. 523 do CPC.” 
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Obter dictum: “Com efeito, parece claro que o prazo a que faz menção o art. 523 do CPC, porque
diz respeito a pagamento e, consequentemente, extinção de obrigações, tem natureza
preponderantemente (se não exclusivamente) material, sendo imprópria, inclusive, a digressão
sobre se é prazo peremptório ou dilatório.” (STJ, REsp 1.205.228/2013) 
Obs: o lapso quinzenal para o pagamento voluntário do débito executado – uma vez considerado
prazo processual (e não material) – é contado em dias úteis. (STJ, Informativo 619, REsp 
1.693.784/2017) 
2.5 Conceitos inseridos no sistema híbrido Common Law – Civil Law 
Distinguishing: demonstração da distinção da ratio decidendi do caso que deu origem ao precedente
em relação à situação fática atual. Ou seja, afasta-se a incidência do precedente vinculante no caso
concreto atual. 
Enunciado 306 – Fórum Permanente dos Processualistas Civis (FPPC): “O precedente
vinculante não será seguido quando o juiz ou tribunal distinguir o caso sob julgamento,
demonstrando, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática
distinta, a impor solução jurídica diversa.” 
Overruling: demonstração de superação total do precedente. A superação pode ser realizada pela
lei ou por outro precedente. 
Exemplo: 
Súmula 453, STJ: “Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em
julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.” 
Art. 85, CPC. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do 
vencedor. 
[...] 
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos 
honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança. 
Nesse exemplo, o overruling foi realizado por uma lei. 
Exemplo: 
“A Corte Especial pacificou o entendimento segundo o qual ‘na hipótese de o 
recorrente ser beneficiário da justiça gratuita, deve haver a renovação do pedido 
quando do manejo do recurso, uma vez que o deferimento anterior da benesse não 
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alcança automaticamente as interposições posteriores’” (STJ, AgRg nos EAREsp 
509.917/2015) 
Esse entendimento sofreu overruling por outro precedente do mesmo tribunal: 
“A Corte Especial deste Superior Tribunal, revisando seu posicionamento, 
considerou que, se não há revogação do benefício da gratuidade de justiça nas 
instâncias ordinárias, não cabe ao beneficiário efetuar preparo do recurso especial, 
muito menos renovar o pedido, por força do art. 9º da Lei n. 1.060/50.” (STJ, AgRg 
nos EAREsp 591.848/2015) 
O overruling pode ser: 
 Retrospectivo: é aquele quando ocorre a superação de um precedente, e o órgão que declarou
essa superação lhe concede efeito ex tunc. 
Enunciado 55, FPPC: “Pelos pressupostos do §3º do art. 927, a modificação do precedente
tem, como regra, eficácia temporal prospectiva. No entanto, pode haver modulação temporal,
no caso concreto.” 
A Lei 9.868/99, art. 27, determina: 
“Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões 
de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo 
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos 
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito 
em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.” 
 Prospectivo: é aquele 
Antes de realizar a superação (overruling), o tribunal sinaliza a mudança futura de entendimento -
signaling. 
Enunciado 320, FPPC: “Os tribunais poderão sinalizar aos jurisdicionados sobre a possibilidade de
mudança de entendimento da corte, com a eventual superação ou a criação de exceções ao
precedente para casos futuros.” 
Anticipatory overruling: quando a Corte superior promove o signaling, indicando possibilidade de
mudança futura de entendimento (de superação do precedente vigente), é possível que se peça
aos tribunais inferiores que deixem de aplicar preventivamente o precedente vigente. 
“Espécie de não-aplicação preventiva, por órgãos inferiores, do precedente firmado 
por Corte superior, nos casos em que esta última, embora sem dizê-lo 
expressamente, indica uma alteração no seu posicionamento quanto ao precedente 
outrora firmado.” (DIDIER, Fredie. Curso ... v. 2, p. 506) 
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Overriding: demonstração de superação parcial do precedente. A superação pode ser realizada 
pela lei ou por outro precedente.
2.6 Motivação das decisões e “legitimidade argumentativa”
Art. 11, CPC. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Essa fundamentação adequada, real, e essa argumentação convincente que trazem legitimidade
democrática às decisões judiciais. Essa é a base da teoria argumentativa de Robert Alexy, segundo 
a qual, a legitimidade democrática do Judiciário não advém do sufrágio, mas da motivação real, da 
argumentação convincente, e não da pseudoargumentação, como muitos magistrados têm feito
atualmente. 
Art. 489. [...]
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem 
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
Exemplo: dizer que o autor tem direito à reparação civil, porque o art. 927, CC determina que quem
causa dano a outrem fica obrigado a repará-lo, não é fundamentação. 
Art. 489. [...]
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
[...] 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto 
de sua incidência no caso;
Conceitos jurídicos indeterminados são conceitos de conteúdo e extensão incertos. Exemplo:
razoabilidade, bem comum, interesse público, verossimilhança, preço vil, dignidade da pessoa 
humana, proporcionalidade.
Ao utilizar um conceito jurídico indeterminado, para dar legitimidade à sua decisão, o juiz tem uma
dupla necessidade: interpretativa e argumentativa. Exemplo: deve dizer o que entende por interesse 
público naquele caso e porque, naquele caso, o interesse público não está sendo atingido. 
Exemplo: 
“A diligência para simples notificação de decisão de guarda de menor não ofende a 
dignidade da pessoa humana, a ordem pública nem a soberania nacional.” (STJ, 
AgInt na CR 13.466/2019)
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Nesse exemplo, não foi cumprida qualquer das duas exigências. 
Art. 489. [...] 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
[...] 
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; 
“Decisão ‘vestidinho preto’ [...] a significar algo que pode se usar em diferentes 
situações, sem risco de incidir em erro grave.” (WAMBIER, Tereza. CPC 
comentado, p. 795) 
Art. 489. [...] 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
[...] 
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em 
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
Essa determinação busca combater o seguinte entendimento do STJ: 
“É sabido que o juiz não fica obrigado a manifestar-se sobre todas as alegações das 
partes, nem a
ter-se aos fundamentos indicados por elas ou a responder, um a um, 
a todos os seus argumentos, quando já encontrou motivo suficiente para 
fundamentar a decisão, o que de fato ocorreu.” (STJ, AgRg no AREsp 
549.852/2014) 
Entretanto, o STJ reafirmou esse entendimento, após a edição do CPC: 
“O julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas 
partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão. A 
prescrição trazida pelo art. 489 do CPC/2015 veio confirmar a jurisprudência já 
sedimentada pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, sendo dever do julgado 
apenas enfrentar as questões capazes de infirmar a conclusão adotada na 
decisão recorrida.” (STJ, Corte Especial, EDcl no AgRg nos EREsp 1.483.155/2016) 
Art. 489. [...] 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
[...] 
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar 
seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento 
se ajusta àqueles fundamentos; 
É necessário identificar a ratio decidendi (fundamentos determinantes), e só se pode aplicar um
precedente se demonstrar que a ratio decidendi se ajusta ao caso concreto em análise. 
Art. 489. [...] 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
[...] 
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
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julgamento ou a superação do entendimento.
Ou seja, só se pode deixar de seguir, se demonstrar a existência de distinguishing ou overruling. 
2.7 Duração razoável do processo e a efetividade da execução cível
Há uma preocupação evidente do legislador com a efetividade da execução (aspecto satisfativo do 
processo), tanto que o CPC determina:
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa.
Para alcançar essa duração razoável do processo e efetividade, o legislador trouxe uma série de
medidas possíveis: 
 Medidas de execução direta: são aquelas em que o Estado age por sub-rogação, isto é, medidas 
expropriatórias, como penhora, avaliação, alienação de um bem. 
 Medidas de execução indireta: são aquelas cujo objetivo é exercer pressão psicológica sobre o
devedor para que ele pague. Podem trazer ameaça de piora ou oferta de melhora na situação
do devedor. 
 Típicas: estão previstas no CPC. Exemplo:
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos 
termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no 
art. 523.
[...]
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, 
e o oficial de justiça os cumprirá.
[...] 
§ 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes.
Art. 523. [...]
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido 
de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
Todas essas medidas possuem ameaça de piora. 
Art. 827. [...]
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários 
advocatícios será reduzido pela metade.
Essa medida possui oferta de melhora.
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 Atípicas: não estão previstas no CPC. O dispositivo que autoriza a determinação dessa
medida é o art. 139, IV, CPC: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
[...] 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive 
nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
Por essa razão, há juízes determinando apreensão de passaporte, apreensão de CNH, entre
outras. 
A aplicação dessas medidas deve ser orientada pelo art. 8º, CPC: 
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às 
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa 
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a 
publicidade e a eficiência. 
Há doutrinadores que entendem que essas medidas, como têm sido aplicadas, representam
uma punição ao devedor em vez de uma forma de trazer efetividade à execução: 
“Essas não são medidas adequadas ao atingimento do fim almejado (o pagamento 
da quantia) – não há, propriamente, uma relação meio/fim entre tais medidas e o 
objetivo buscado, uma vez que a retenção de documentos pessoais ou a restrição 
de crédito do executado não geram, por consequência direta, o pagamento da 
quantia devida ao exequente. Tais medidas soam mais como forma de punição 
do devedor. (DIDIER, Fredie. Curso..., p. 385). 
Há doutrinadores mais liberais, que entendem que não há problema na aplicação dessas
medidas: 
“O devedor continua podendo ir aos mesmos lugares com o uso de outros meios de 
transporte, sendo que não viola a dignidade da maioria da população brasileira o 
fato de não ter acesso ao uso de automóvel. [...] Assim como não se ofende a 
dignidade da pessoa a retenção de passaporte, se só usado para viagem de lazer.” 
(AMORIM, Daniel Assumpção. Manual..., p. 969) 
Ou seja, cada um tem sua concepção própria de proporcionalidade e razoabilidade, por isso
é importante o cumprimento da dupla exigência de interpretação e argumentação. 
O STJ decidiu a questão (em vários precedentes sugerindo a melhor interpretação) com
base no seguinte leading case: foi determinada a retenção do passaporte e da CNH de um
indivíduo em primeira instância, confirmada em segunda instância. Contra essa decisão, o
interessado impetrou HC. Portanto os dois pontos levados à apreciação da Corte foram se
é cabível HC nesse tipo de situação, e se é possível a adoção desse tipo de medida. 
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Se esse precedente fosse da Corte Especial, seria um precedente vinculante e, portanto,
seria possível extrair a ratio decidendi para aplicar a casos análogos. 
O STJ decidiu que o HC é o meio adequado para liberação do passaporte, porque impede
o direito de ir e vir, mas não para liberação da CNH, porque isso não impede o direito de ir
e vir. Além disso, é necessário analisar quatro balizas para determinar a possibilidade da
apreensão de CNH ou passaporte: 
- fundamentação da decisão; 
- contraditório efetivo; 
- adequação e proporcionalidade da medida devem ser analisadas casuisticamente.
Exemplo: sujeito que nunca foi réu em processo e está sendo executado por 15 mil reais,
não demonstra razoabilidade na medida de apreensão do seu passaporte. 
“Cabe Habeas Corpus para impugnar decisão judicial que determinou a retenção 
de passaporte. Revela-se ilegal e arbitrária a medida coercitiva de retenção do 
passaporte em decisão judicial não fundamentada e que não observou o 
contraditório, proferida no bojo de execução por título extrajudicial. 
[...] 
No caso dos autos, observada a máxima vênia, quanto à suspensão do passaporte 
do executado/paciente, tenho por necessária a concessão da ordem, com 
determinação de restituição do documento a seu titular, por considerar a medida
coercitiva ilegal e arbitrária, uma vez que restringiu o direito fundamental de 
ir e vir de forma desproporcional e não razoável. [...] 
O reconhecimento da ilegalidade da medida consistente na apreensão do 
passaporte do paciente, na hipótese em apreço, não tem qualquer pretensão em 
afirmar a impossibilidade dessa providencia coercitiva em outros casos e de 
maneira genérica. [...] 
A medida poderá eventualmente ser utilizada, desde que obedecido o contraditório 
e fundamentada e adequada a decisão, verificada também a proporcionalidade da 
providência.
A jurisprudência é desta Corte Superior é no sentido de que a suspensão da 
Carteira Nacional de Habilitação não configura ameaça ao direito de ir e vir do 
titular, sendo, assim, inadequada a utilização do habeas corpus, impedindo seu 
conhecimento. Com efeito, e ao contrário do passaporte, ninguém pode se 
considerar privado de ir a qualquer lugar por não ser habilitado à condução de 
veículo ou, ainda que o seja, esteja impedido de se valer dessa habilidade.” (STJ, 
Informativo 631, RHC 97.876/2018) 
Exemplo da jurisprudência do STJ em que ele aceitou a apreensão do passaporte: 
“III – A despeito do cabimento do habeas corpus, é preciso aferir, in concreto, se a 
restrição ao uso do passaporte pelos pacientes foi ilegal ou abusiva. IV – Os 
elementos do caso descortinam que os pacientes, pessoas públicas, adotaram, ao 
longo da fase de conhecimento do processo e também na fase executiva, 
comportamento desleal e evasivo, embaraçando a tramitação processual e 
deixando de cumprir provimentos jurisdicionais, em conduta sintomática da 
ineficiência dos meios ordinários de penhora e expropriação de bens. [...] V – A 
decisão que aplicou a restrição aos pacientes contou com fundamentação 
adequada e analítica. Ademais, observou o contraditório. Ao final do processo 
ponderativo, demonstrou a necessidade de restrição ao direito de ir e vir dos 
pacientes em favor da tutela do meio ambiente.” (STJ, HC, 478.963/2019) 
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Alguns defendem que adoção dessas medidas de execução indireta no procedimento
executivo são possíveis, respeitado tudo que foi dito e uma ordem subsidiariedade, isto é,
desde que frustradas as medidas típicas previstas no CPC. 
Enunciado 12, FPPC: “A aplicação das medidas atípicas sub-rogatórias e coercitivas é
cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou execução de título
executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de forma subsidiária às
medidas tipificadas, com observação do contraditório, ainda que diferido, e por meio de
decisão à luz do art. 489, §1º, I e II.” 
Art. 489. [...] 
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela 
interlocutória, sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar 
sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de 
sua incidência no caso; 
2.8 Do contraditório constitucionalizado ou dinâmico 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à 
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo 
contraditório. 
O art. 7º, CPC fala em isonomia e zelo pelo contraditório efetivo (com vestes constitucionalizadas).
O princípio do contraditório envolve duas vertentes: 
 Concepção clássica ou estática: restringe-se a uma bilateralidade de audiência, isto é, ao direito
de dizer e desdizer. 
 Concepção dinâmica ou efetiva: abrange a ideia da bilateralidade de audiência, do poder de
influência (o destinatário da decisão deve se sentir coautor dela), da proibição da decisão
surpresa (expressamente prevista no art. 10, CPC). 
André Cordeiro Leal afirma que o poder de influência pode ser simbolizado pela conexão entre
o princípio do contraditório e da fundamentação, porque o juiz deve deixar claro que o
contraditório teve poder de influência por meio da fundamentação, rejeitando, acolhendo ou
debatendo as argumentações. 
“Tal garantia concretiza mediante a possibilidade de, em plena igualdade, 
influírem em todos os elementos (fatos, provas, questões de direito) que se 
encontrem em ligação com o objeto da causa e que em qualquer fase do 
processo apareçam como potencialmente relevantes para a decisão.” 
(VARGAS, Cirilo Augusto. A perspectiva “dinâmica” do princípio do contraditório”) 
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Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em 
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se 
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
O STJ cita em julgado a proibição da decisão surpresa:
“Trata-se de proibição da chamada decisão surpresa, também conhecida como 
decisão de terceira via, contra julgado que rompe com o modelo de processo 
cooperativo instituído pelo Código de 2015 para trazer questão aventada pelo juízo 
e não ventilada nem pelo autor nem pelo réu. A proibição de decisão surpresa, com 
obediência ao princípio do contraditório, assegura às partes o direito de serem 
ouvidas de maneira antecipada sobre todas as questões relevantes do 
processo, ainda que passíveis de conhecimento de ofício pelo magistrado.” (STJ, 
REsp 1.676.027/2017)
Se o juiz, na hora de julgar, nota que uma lei trazida na argumentação de uma das partes, deve 
abrir vista às partes para se manifestarem sobre, antes de declarar a inconstitucionalidade da lei. 
2.9 Princípio da cooperação
Apareceu pela primeira vez expresso no CPC:
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, 
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Esse princípio deve ser trabalhado dentro de uma ótica que envolve a cooperação entre as partes
e do juiz com as partes. O princípio envolve uma exigência de cooperação entre todos. É a chamada
atividade triangular cooperativa – segundo o STJ. 
“O nosso sistema processual é informado pelo princípio da cooperação, sendo pois, 
o processo, um produto da atividade cooperativa triangular entre o juiz e as
partes, onde todos devem buscar a justa aplicação do ordenamento jurídico no caso 
concreto. [...]” (STJ, RHC 37.587/2016) 
Princípio da cooperação e as partes 
O CPC traz várias disposições esse sentido. Exemplos: 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo 
da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com 
as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta 
de indicação.
Art. 357. [...] 
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá 
o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as 
partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou 
esclarecer suas alegações.
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Há previsão da audiência de cooperação, para que as partes auxiliem o juiz a sanear o processo. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
[...] 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas 
à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do 
caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz 
atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir 
do ônus que lhe foi atribuído. 
No Direito Processual Civil, o ônus da prova, via de regra, é de quem deduz o fato, mas o juiz pode
atribuir o ônus da prova a quem tenha melhores condições de provar. Exemplo: A e B simularam
uma compra e venda para prejudicar direito de C. C alega isso em uma ação de anulação de negócio
jurídico, mas é muito difícil para C prova-lo, de modo que A e B têm melhores condições de fazerem
prova do fato contrário (por meio de compensação de cheque, transferência do registro, etc.). 
Princípio da cooperação e o juiz 
“O nosso sistema processual é informado pelo princípio da cooperação, sendo, pois, 
o processo, um produto da atividade cooperativa triangular entre o juiz e as partes, 
onde todos devem buscar a justa aplicação do ordenamento jurídico no caso 
concreto, não podendo o Magistrado se limiar a ser mero fiscal de regras,
devendo, ao contrário, quando constatar deficiências postulatórias das 
partes, indica-las, precisamente, a fim de evitar delongas desnecessárias e a 
extinção do processo sem julgamento do mérito.” (STJ, RHC 37.587/2016) 
Para o juiz cumprir bem o princípio da cooperação, incumbe-lhe observar o dever de esclarecimento
e prevenção e o dever de auxílio: 
Art. 76, CPC. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da 
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício. 
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: 
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
[...] 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de 
outros vícios processuais; 
Art. 317, CPC. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá 
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
Art. 932. [...] 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o 
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada 
a documentação exigível. 
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Esses dispositivos do CPC demonstram o dever de esclarecimento e prevenção do juiz. Os
dispositivos a seguir demonstram o dever de auxílio por parte do juiz. 
Art. 256. A citação por edital será feita: 
[...] 
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas 
de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre 
seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços 
públicos. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
[...] 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na 
petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
Caso o autor não disponha das informações exigidas pelos incisos, pode usar dessa dispositivo. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 
319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o 
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a 
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
Nesse dispositivo acima, existe um diálogo entre auxílio, esclarecimento e prevenção. 
2.10 Princípio da boa-fé processual 
Art. 5º, CPC. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-
se de acordo com a boa-fé. 
O STJ traz um conceito de boa-fé: 
“A boa-fé objetiva se apresenta como uma exigência de lealdade, modelo objetivo 
de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever de que cada pessoa 
ajuste a própria conduta a esse modelo, agindo como agiria uma pessoa honesta, 
escorreita e leal.” (REsp, 803,481/2007) 
A forma mais factível de encontrar comportamentos que vão de encontro a essa determinação é
contrariar o previsto nos arts. 70 e 80, CPC: 
Art. 70. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus 
procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são 
destituídas de fundamento; 
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração 
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ou à defesa do direito; 
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, 
e não criar embaraços à sua efetivação; 
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço 
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação 
sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; 
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. 
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
A boa-fé que se persegue no processo é a objetiva. Enunciado 1, CJF: “A verificação da violação
à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus do sujeito processual.” 
Pouco importa a intenção, se praticado um ato que contraria boa-fé objetiva (prática de conduta
prevista em lei), pois se busca a verdade real pelo processo. 
O estudo da boa-fé tem uma raiz muito grande no Direito Civil, a exemplo das relações contratuais.
Nas teorias de direito material, nascem vários institutos relacionados à boa-fé objetiva, como a
supressio, nemo potest venire contra factum proprium, duty to mitigate the loss. Esses institutos são
ligados ao Direito Processual Civil de maneira interessante. 
Supressio: ocorre quando a parte perde um direito por uma inércia qualificada. 
“A jurisprudência desta Corte já decidiu que a supressio indica a possibilidade de 
um redimensionamento da obrigação pela inércia qualificada de uma das partes em 
exercer um direito ou uma faculdade, durante o período da execução do contrato, 
criando para a outra parte a legítima expectativa de ter havido a renúncia 
àquela prerrogativa.” (STJ, AgInt no AREsp 296.214/2018) 
“Constata-se a configuração da supressio pelo decurso de prazo superior a 10 
anos, sem exercício do direito, com indícios suficientes de que não mais seria 
exercido (gerando expectativa) pelo condomínio.” (STJ, AgInt nos EDcl no AREsp 
1.054.558/2018) 
 
O condômino que fica há mais de 10 anos sem exercer o direito, perde o direito de exercê-lo. 
No processo, a doutrina e a jurisprudência, com base na supressio, já começam a rechaçar as
nulidades de algibeira, que violam o princípio da boa-fé. Segundo o STJ: 
“A questão trazida pelo embargante, em que pese seu prévio conhecimento, fora 
propositadamente omitida e só suscitada no momento tido por conveniente pelo 
mesmo, traduzindo-se em estratégia rechaçada por esta Corte Superior (‘nulidade 
de algibeira’).” (STJ, EDcl no AgInt no AREsp 204.876/2017) 
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Nemo potest venire contra factum proprium: a parte atua mediante comportamentos contraditórios.
Tem uma relação direta com a ideia de preclusão lógica. 
“[...] é o clássico exemplo de contradição de comportamento da parte, 
doutrinariamente conhecido como ‘venire contra factum proprium’. Pois bem, a 
teoria dos atos próprios protege a parte contra aquela que pretende exercer uma 
faculdade jurídica em contradição com o comportamento voluntário assumido 
anteriormente. 
[...] 
Situação em que se cria expectativa por uma das partes, em razão de conduta 
indicativa de determinado comportamento futuro do outro litigante, na qual haverá 
desrespeito injustificado do princípio da boa-fé, quando vier a ser praticado ato 
contrário ao previsto, com surpresa e prejuízo à contraparte.” (STJ, AgInt nos EDcl 
no AREsp 366.050/2018) 
Exemplo: o autor pediu para desistir do processo e depois voltou atrás 
“Não tem interesse recursal o autor que, requerendo a desistência do processo, 
argui, contra a decisão homologatória, haver mudado de opinião.” (STF, MS 
25.742/2006) 
 
Exemplo: recorrente que obtém o benefício da justiça gratuita e paga as custas processuais 
“A atuação jurisdicional veda a adoção pela parte de comportamentos contraditórios 
– venire contra factum proprium -, pelo que, tendo o recorrente
atuado em juízo 
efetuando o pagamento das custas processuais, evidencia-se a dispensa do 
benefício da gratuidade anteriormente deferido.” (STJ, AgRg no AREsp 
646.158/2015) 
Enunciado 376, FPPC: “A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão
jurisdicional.” 
Exemplo de violação da boa-fé objetiva pelo juiz: 
“Ao homologar a convenção pela suspensão do processo, o Poder Judiciário criou 
nos jurisdicionados a legítima expectativa de que o processo só voltaria a tramitar 
após o termo final do prazo convencionado. Por óbvio, não se pode admitir que, 
logo em seguida, seja praticado ato processual de ofício – publicação de decisão –
e, ademais, considerá-lo como termo inicial do prazo recursal.” (STJ, REsp 
1.306.463/2012) 
 
Exemplo comum: o juiz, na fase de saneamento, afirma que o processo está pronto para julgamento
antecipado; entretanto, na sentença, julga improcedente o pedido do autor por falta de provas. 
Duty to mitigate the loss: dever de mitigar as próprias perdas, muito citado na doutrina e
jurisprudência. O credor não pode se valer de comportamentos maliciosos para agravar seu prejuízo
e, de forma indireta, enriquecer-se ilicitamente. Exemplo: o juiz condena o réu a obrigação de fazer
em cinco dias, sob pena de multa diária de 10 mil reais; o dever não consegue cumprir a obrigação
por obstáculo imposto pelo próprio autor, a fim de receber multa de valor elevado. Por essa razão, 
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o tribunal reduz o valor da multa. 
“O princípio duty to mitigate the loss conduz à ideia de dever, fundado na boa-fé 
objetiva, de mitigação pelo credor de seus próprios prejuízos, buscando, diante 
do inadimplemento do devedor, adotar medidas razoáveis, considerando as 
circunstâncias concretas, para diminuir suas perdas.” (STJ, REsp 1.201.672/2017) 
Enunciado 169, CJF: “O princípio da boa-fé objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do
próprio prejuízo.” 
Exemplo: 
“O arbitramento da multa coercitiva e a definição de sua exigibilidade, bem como 
eventuais alterações do seu valor e/ou periodicidade, exige do magistrado, sempre 
dependendo das circunstâncias do caso concreto, ter como norte alguns 
parâmetros: i) valor da obrigação e importância do bem jurídico tutelado; ii) tempo 
para cumprimento (prazo razoável e periodicidade); iii) capacidade econômica e de 
resistência do devedor; iv) possibilidade de adoção de outros meios pelo 
magistrado e dever do credor de mitigar o próprio prejuízo (duty to mitigate 
the loss).” (STJ, AgInt no REsp 1.361.544/2017) 
Exemplo: na execução de alimentos, só pode pedir a prisão do alimentante pelas últimas três
parcelas vencidas, porque assim que vencerem as parcelas, o credor deve executá-las em juízo. O
credor não pode deixar acumular um débito para pressionar o devedor com ameaça de prisão,
porque configura violação da boa-fé objetiva. A prisão configura coerção indireta. 
2.11 Princípio da primazia do julgamento do mérito 
Pode ser encontrado nos arts. 4º e 6º, CPC: 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do 
mérito, incluída a atividade satisfativa. 
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, 
em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
Pode ser encontrado também em vários outros dispositivos do CPC: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
[...] 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de 
outros vícios processuais; 
Essa norma dialoga com o princípio da cooperação. Quase todos os dispositivos que preveem a
cooperação se relacionam com a ideia de primazia do julgamento de mérito. 
Mas nem todos os dispositivos relacionados à primazia do julgamento de mérito pressupõem a ideia
de cooperação. Exemplo: 
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Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e 
ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
[...] 
§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação 
da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 
Exemplo: em processo no qual incapaz é parte e não houve intervenção do MP, se anular todo o
processo, a depender da causa, será muito mais prejudicial ao incapaz. Portanto, como a
decretação da nulidade aproveitaria ao incapaz (pois o objetivo é possibilitar a intervenção do MP
em seu favor), se o julgamento de mérito for favorável ao incapaz, o juiz deve julgar o mérito,
podendo intimar o MP antes e informar que o julgamento será em favor do incapaz, ou pode proferir
a sentença e dar vista ao MP. 
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder 
à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
Art. 319. [...] 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a 
que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso 
II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
Exemplo: se o autor tiver que indicar o estado civil do réu, será excessivamente oneroso, porque
terá que emitir certidão em todos os cartórios do Brasil. 
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for 
favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 
485. 
O art. 488, CPC parece ser o grande ícone representativo desse princípio. 
Exemplo: um processo que correu à revelia, três anos depois, o réu surge e alega nulidade de sua
citação. Se o juiz verificar que o mérito será resolvido em favor do réu, deve julgá-lo em vez de
declarar a nulidade da citação. 
Exemplo: há um vício de representação do autor no processo (pressuposto processual), e o autor
não regulariza o vício; entretanto, o mérito será a favor do réu mesmo, então o juiz deve julgá-lo,
em vez de declarar a nulidade, tendo em vista que a nulidade também seria em favor do réu, mas
a sentença de mérito faz coisa julgada, sendo muito melhor do que a sentença terminativa. 
Atualmente, vive-se em um contexto de jurisprudência altamente defensiva, em que os tribunais
fazem de tudo para não conhecerem de um recurso. O CPC determina que, se for interpor um
recurso, mas no local de destino for feriado, pode interpor no dia útil subsequente, mediante
comprovação do feriado local. Em determinado caso, o advogado fez print na tela do tribunal de
justiça com as datas dos feriados locais e copiou na barra o endereço que poderia demonstrar a 
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autenticidade da informação e colocou no recurso especial. O tribunal não conheceu do recurso,
entendendo que o feriado local somente poderia ser comprovado mediante certidão da secretaria
do tribunal. Isso vai totalmente de encontro ao princípio da primazia do julgamento do mérito
recursal, com base no art. 932, parágrafo único, CPC: 
Art. 932. [...] 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o 
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada 
a documentação exigível. 
Mesmo com esse artigo, embora totalmente desnecessário, há a mesma previsão na Seção
específica dos recursos especial e extraordinário, no art. 1.029, CPC: 
Art. 1.029. [...] 
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá 
desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, 
desde que não o repute grave. 
2.12 Autocomposição de conflitos e o Direito Processual 
Deve-se estudar pelo material postado na área do aluno. 
A Exposição de Motivos do CPC possui uma preocupação com a autocomposição como forma de
solução de conflitos:
“Pretendeu-se converter o processo em instrumento incluído no contexto social em 
que produzirá efeito o seu resultado. Deu-se ênfase à possibilidade de as partes 
porem fim ao conflito pela via da mediação ou da conciliação. Entendeu-se que a 
satisfação efetiva das partes pode dar-se de modo mais intenso se a solução é por 
elas criada e não imposta pelo juiz.” (Exposição de Motivos do NCPC) 
O art. 3º, CPC deixa muito evidente a necessidade de o Estado promover a solução consensual de
conflitos, mediante conciliação, mediação ou quaisquer outros métodos. 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
[...] 
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos 
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
É dever do juiz promover a autocomposição: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
[...] 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio 
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de conciliadores e mediadores judiciais; 
 
O ordenamento ganhou dois novos auxiliares da Justiça, que são o conciliador e o mediador: 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam 
determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de 
secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, 
o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o 
contabilista e o regulador de avarias. 
Há diferenças entre conciliadores e mediadores, que podem ser encontradas em capítulo específico
criado no CPC, dos arts. 165 a 175. 
O CPC traz a audiência de conciliação e mediação: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu 
com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
Há vários juízes pulando essa determinação e já citando o réu para contestar. 
Há previsão acerca da produção antecipada de provas, a fim de viabilizar a autocomposição: 
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: 
[...] 
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro 
meio adequado de solução de conflito; 
Exemplo: pede-se a oitiva de uma testemunha por acreditar que, de posse do depoimento, será
possível a realização de um acordo. 
Há uma preocupação do legislador com a autocomposição em conflitos coletivos pela posse – art.
565, CPC: 
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação 
afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de 
apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência 
de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 
2º e 4º. 
Do mesmo modo, nas ações de família: 
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a 
solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de 
profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. 
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do 
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processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a 
atendimento multidisciplinar. 
2.13 Novos contornos da coisa julgada 
Uma das características da jurisdição é a definitividade. O art. 503, CPC repaginou os limites
objetivos da coisa julgada. 
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos 
limites da questão principal expressamente decidida. 
A coisa julgada material tem força de lei, nos limites da questão principal expressamente decidida,
que é a que consta do dispositivo. No CPC/73, somente o dispositivo fazia coisa julgada, porque é
nele que a questão principal está decidida de forma expressa. Entretanto, o CPC/15 permite que as
questões prejudiciais, isto é, decididas na fundamentação, também integram a coisa julgada
material. 
Exemplo: ação de cobrança baseada em contrato X, cujo valor é 100 mil reais. O pedido dessa ação
é 100 mil reais, cujo fundamento jurídico é o contrato X. Quando o réu contesta a ação, pode
impugnar a fundamentação, alegando, por exemplo, que o contrato X é nulo. Quando o réu contesta
o fundamento jurídico do pedido, traz ao processo uma questão prejudicial. O pedido é 100 mil,
mas, para o juiz julgar esse pedido, deve analisar a questão prejudicial, o que será feito na
fundamentação (afirmando a nulidade do contrato), porque, no dispositivo, o juiz só decide a
questão principal (julgando o pedido principal improcedente). 
Sob a ótica do CPC/73, a questão prejudicial acerca da nulidade do contrato não estaria revestida
de coisa julgada, a menos que o réu ajuizasse uma ação declaratória incidental, pedindo que a
análise dessa questão fosse deslocada para o dispositivo. O CPC/15 determinou que o disposto no
art. 503, caput também se aplica às questões prejudiciais, desde que decididas expressamente,
ainda que na fundamentação: 
Art. 503. [...] 
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida 
expressa e incidentemente no processo, se: 
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; 
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no 
caso de revelia; 
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como 
questão principal. 
Exemplo: em ação de alimentos com fundamento jurídico na relação de paternidade, o réu em
defesa alega justamente a ausência de paternidade. É questão prejudicial, pela qual o juiz deve
passar como antecedente lógico da análise do mérito. O juiz decidirá essa questão na
fundamentação, mas, essa análise fica revestida de coisa julgada, atraindo o efeito negativo da
coisa julgada. 
http://www.iceni.com/infix.htm
JO
RG
E 
- 0
56
67
86
66
41
23 
Por isso, o CPC/15 amplia os limites objetivos da coisa julgada, não sendo mais necessária a
ação declaratória incidental. 
http://www.iceni.com/infix.htm

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