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Eusébio Gussul Salumine Júnior Simulação Empresarial e os Desafios do Futuro Contabilista Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Universidade Púnguè Tete 2020 Eusébio Gussul Salumine Júnior Simulação Empresarial e os Desafios do Futuro Contabilista Licenciatura em Contabilidade e Auditoria Trabalho de Pratica e Tecnicas Profissionais, a ser entregue no Curso de Contabilidade com Habilitação em Auditoria, como requisito parcial de avaliação, sob orientação de: Docente: Dra.. Célia Jaime Chibuge Universidade Púnguè Tete 2020 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3 1.1. Objectivos..................................................................................................................... 3 1.1.1. Geral ...................................................................................................................... 3 1.1.2. Específicos .......................................................................................................... 3 1.2. Metodologias ................................................................................................................ 4 2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................. 5 2.1. Origem da Simulação Empresarial ................................................................................ 5 2.2. Conceito de Simulação Empresarial .............................................................................. 5 2.2.1. Simulação geral ou funcional ................................................................................. 6 2.2.2. Simulação interativa ou não-interativa ................................................................... 6 2.2.3. Simulação individual ou em equipe ........................................................................ 7 2.2.4. Simulação determinística ou probabilística ............................................................ 7 2.3. Benefícios da simulação na relação ensino/aprendizagem de Contabilidade .................. 8 2.4. Simulação empresarial aplicada ao ensino da contabilidade .......................................... 9 2.5. Metodologias de ensino aplicáveis a contabilidade ...................................................... 10 2.6. Desafios do Futuro Contabilista .................................................................................. 11 3. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 13 4. Bibliografia ........................................................................................................................ 14 3 1. INTRODUÇÃO Num mundo globalizado e de alta turbulência, onde dificilmente as decisões em uma empresa se repetem da mesma forma como preconizadas em algum manual de teorias pré-existentes, fica evidente a necessidade de uma metodologia de ensino que propicie a nos como estudantes, o aprender a pensar e a tomar decisões de forma rápida e com alto grau de precisão. Dentro deste contexto surge a técnica de simulação empresarial, que está sendo utilizada com muito sucesso para o treinamento e desenvolvimento gerencial. Esta técnica capacita estudantes e também profissionais do mercado de competência intelectual, habilidade estratégica e visão empresarial. O processo de simulação sob a perspectiva acadêmica implica na preocupação com o simulador e com a precisão das situações simuladas. Quanto mais próximas da realidade sob a qual o estudante estará submetido, mais eficaz é o processo, portanto as simulações em todos os exemplos dados até aqui envolvem alta tecnologia e estudos minuciosos além de cálculos probabilísticos e metodologias estatísticas que visam aproximas as hipóteses das verdadeiras situações por elas representadas, como é o caso da simulação dos doentes, dos acidentes de automóveis, dos simuladores de voo, dos jogos de empresas. A contabilidade actual está em processo de transformação e adequação às novas exigências da sociedade, do mercado de trabalho e da nova tecnologia, se destacando entre uns dos assuntos mais importantes, desta era, havendo necessidade neste presente trabalho irei demostrar alguns dos desafios do futuro contabilista. 1.1.Objectivos 1.1.1. Geral Abordar acerca da simulação empresarial e os desafios do futuro contabilista. 1.1.2. Específicos Apresentar aspectos teóricos que tratam da simulação empresarial; Apresentar a finalidade da simulação empresarial. Dar a conhecer desafios do futuro contabilista. 4 1.2.Metodologias Foi realizada uma colecta de dados junto às referências bibliográficas e pesquisa documental referente a pareceres publicados na internet e em jornais, bem como a compreensão dos mesmos, para que se possam atingir os objectivos deste estudo. 5 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1.Origem da Simulação Empresarial De acordo com (KEYS & WOLF, 1990), no princípio a técnica de simulação empresarial era mais conhecida como “ jogos de empresas” e surgiram praticamente em 1.956 com o jogo “ Top Management Decision Game” desenvolvido nos Estados Unidos pela American Management Association. Em 1957, SCHEREIBER teria aplicado na Universidade de Washington o primeiro jogo no ambiente acadêmico. Na realidade esses jogos foram uma adaptação dos jogos existentes na área militar para o ambiente empresarial, principalmente na Segunda Grande Guerra Mundial. “Oficiais inexperientes podiam pilotar, aprender a levantar voo, orientar-se no ar, fazer manobras durante o voo, pousar e até mesmo sofrer inúmeros acidentes fatais, sem morrer, e depois ainda voltar a voar. Economizou-se milhões de dólares e inúmeras vidas humanas. ” (WELLS, 1990). De acordo com (Gimenes & Bernard, 2010), os primeiros jogos eram processados de forma manual. Com a evolução tecnológica e a respectiva utilização de computadores eles tiveram um grande impulso, permitindo o desenvolvimento de sistemas com maior número de variáveis, portanto mais complexos e com alto nível de precisão nos resultados apurados. A utilização dos computadores permitiu ainda o processamento dos dados com uma maior rapidez, tornando os jogos mais dinâmicos. 2.2.Conceito de Simulação Empresarial De acordo com (Marion; Marion, 2006), a simulação gerencial é um método de capacitação gerencial em que os participantes competem entre si através de empresas simuladas, tomando decisões que, processadas por um simulador, geram relatórios gerenciais para que um novo ciclo de análises e tomada de decisões seja realizado. De acordo com (Gimenes & Bernard, 2010), a técnica da simulação empresarial consiste de abstrações matemáticas que procuram simplificar o mundo complexo dos negócios. Os participantes do jogo, individualmente ou em grupo, participam da gestão de uma empresa virtual através de decisões administrativas por um número de períodos sucessivos. 6 A simulação empresarial também pode ser definida como um processo estruturado estrategicamente e sequencial de tomada de decisões em torno de um modelo de operações de um determinado negócio, no qual os participantes assumem o papel de principais gestores de uma empresa simulada. 2.2.1. Simulação geral ou funcional De acordo com (Gimenes & Bernard, 2010), as simulações podem ser gerais ou funcionais, de acordo com o nível de abrangência do problema gerencial tratado. A simulação do tipo geral é elaborada para desenvolver habilidades gerenciais nos dirigentes que se encontram no mais alto nível da estrutura organizacional de uma empresa.Nesse tipo de simulação o sistema trabalha com as principais áreas funcionais da organização induzindo os participantes a refletirem e posicionarem-se com relação às decisões estratégicas que como dirigentes deverão tomar, bem como, na coordenação de esforços que deverão resultar na conquista dos objectivos previamente determinados. Nas simulações funcionais o sistema procura desenvolver habilidades em áreas específicas da gestão empresarial, como por exemplo, as áreas de produção, vendas, finanças e recursos humanos. O principal objectivo da simulação funcional é o desenvolvimento e habilidades nos procedimentos básicos exigidos em cada área específica da administração. 2.2.2. Simulação interativa ou não-interativa De acordo com (Gimenes & Bernard, 2010), a simulação é considerada interativa se as decisões de uma empresa influenciarem os resultados das empresas concorrentes. Nas simulações não- interativas, os resultados de uma empresa não sofrem influências das decisões tomadas pelas demais empresas concorrentes, embora seja possível competir em um processo paralelo e chega- se ao final dos períodos avaliando separadamente o desempenho das diferentes empresas simuladas. Em uma simulação não-interativa de programação da produção, por exemplo, as empresas deverão preocupar-se em produzir com um menor custo, sem sofrerem influência da programação e decisões das empresas concorrentes. No entanto, estas mesmas empresas poderão ser comparadas analisando-se seus custos de produção. 7 2.2.3. Simulação individual ou em equipe A simulação empresarial poderá ser aplicada em grupo, ou individualmente, de acordo com os objectivos a serem alcançados. Nas simulações funcionais, como o objectivo é o desenvolvimento de habilidades gerenciais específicas, pode-se trabalhar de forma individual. Nas simulações gerais, por sua vez, a formação de grupos é desejável, uma vez que o processo de tomada de decisões em uma empresa deve ser o resultado de uma ampla e consistente discussão do grupo gestor. Neste tipo de tomada de decisão, os participantes adquirem não apenas habilidades técnicas, mas também aprendem a observar e avaliar o aspecto comportamental e interpessoal do processo decisório. 2.2.4. Simulação determinística ou probabilística De acordo com (Gimenes & Bernard, 2010), a simulação como um modelo determinístico é aquela que apresenta em sua estrutura todas as variáveis determinísticas, ou seja, as decisões tomadas podem ser repetidas infinitas vezes e sempre geram o mesmo resultado. Nas simulações probabilísticas são incorporadas variáveis aleatórias que apresentam uma determinada probabilidade de ocorrência, ou seja, nesta hipótese uma mesma decisão repetida várias vezes apresentará resultados diferentes. 8 2.3.Benefícios da simulação na relação ensino/aprendizagem de Contabilidade A contabilidade gerencial pode ser definida como um processo de identificação, análise e comunicação das informações com o objectivo de subsidiar as actividades de planeamento e controle das operações dentro de uma organização. De acordo com (PADOVEZE, 1999), actual foco das pesquisas sobre a missão das entidades empresariais está centrado no conceito de criação de valor, associando dentro do mesmo escopo o processo de informação gerado pela contabilidade para que as entidades cumpram adequadamente sua missão. Dentro da mesma orientação conceitual (ATKINSON, BANKER, KAPLAN & YOUNG, 1997) afirmam que Contabilidade gerencial é a informação que cria valor. Sistemas contabilísticos gerenciais efectivos podem criar valor consideravelmente pelo fornecimento de informações acuradas e oportunas sobre as actividades necessárias para o sucesso das organizações de hoje. O Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de Contadores (International Federation of Accountants – IFAC), define o actual estágio da contabilidade gerencial como um processo de criação de valor através do uso efectivo dos recursos da organização. Os estágios evolutivos da contabilidade gerencial apresentados pelo IFAC e citados por (PADOVEZE, 1999) são os seguintes: I. Estágio I: antes de 1950, o foco era na determinação do custo e controle financeiro, através do uso das tecnologias de orçamento e contabilidade de custos; II. Estágio II: por volta de 1965, o foco foi mudado para o fornecimento de informação para o controle e planeamento gerencial, através do uso de tecnologias tais como análise de decisão e contabilidade por responsabilidade; III. Estágio III: por volta de 1985, a atenção foi focada na redução do desperdício de recursos usados nos processos de negócios, através do uso de tecnologias de análise de processo e administração estratégica de custos; IV. Estágio IV: por volta de 1995, a atenção foi mudada para a geração ou criação de valor através de tecnologias como exame dos direcionadores de valor ao cliente, valor para o accionista, e inovação organizacional ”. 9 2.4.Simulação empresarial aplicada ao ensino da contabilidade Um dos principais benefícios da simulação empresarial aplicada ao ensino da contabilidade está no fato de que o participante se torna um agente activo do processo decisório, proporcionando um clima de motivação que com certeza facilita a consolidação do processo ensino/aprendizagem. De acordo com (SAUAIA, 1997), uma observação atenta permite comprovar que as escolas têm enfrentado dificuldades em estabelecer um nível de educação formal que seja considerado plenamente satisfatório, tanto do ponto de vista do recém-formado como do ponto de vista das empresas que o acolhem. Na academia, não é possível experimentar os prazeres e as frustrações reais da profissão, propiciadas somente pela prática. Ademais, o meio acadêmico pode estar pecando por abordar em seu currículo básico somente as partes atomizadas de um todo, tratadas em separado como detalhes de um sistema complexo e dinâmico, esquartejado em nome da simplificação do processo educacional. Outro benefício da simulação empresarial é a possibilidade de compactar o tempo, uma vez que os resultados das decisões tomadas estão disponíveis automaticamente, sendo desta forma possível simular vários anos da gestão de uma empresa em poucas horas. Na simulação empresarial os participantes ao cometerem erros que podem causar enormes prejuízos à empresa simulada, permitem que estes erros possam ser discutidos e assimilados por toda equipe gestora para que oportunamente não se repitam na realidade do mundo dos negócios. Os espaços das salas de aula transformam-se em verdadeiros laboratórios de experimentação e complementam o processo de aprendizagem quando o acadêmico realiza seu estágio curricular no ambiente organizacional. (LARRÉCHÉ, 1987). Quando decisões tomadas em um período influenciam não somente este período, mas também os períodos seguintes, a técnica acaba desenvolvendo no participante uma visão estratégica de longo prazo que deve anteceder todo processo decisório que procure ser eficaz. Quando utilizado no meio acadêmico, a simulação permite que o participante se exercite nas disciplinas oferecidas pelo seu curso, possibilitando uma visão muito clara de como estas disciplinas interagem auxiliando o processo de tomada de decisões. De acordo com (BYRNE, 1979), a simulação empresarial é capaz de propiciar um ambiente de treinamento perfeitamente viável, já que permite aos participantes desempenharem funções gerenciais idênticas às desempenhadas nas empresas. 10 2.5.Metodologias de ensino aplicáveis a contabilidade De acordo com (Marion, 1996), sabe-se que motivar o acadêmico para a profissão, que o mesmo irá abraçar, não é uma tarefa fácil e rápida, é preciso mostrar a relevância do assunto, propiciar ao acadêmico o gosto pelo curso. Para tanto, existem formas de estimulá-los, principalmenteatravés de novas metodologias de ensino, que visem chamar a atenção dos mesmos. O acadêmico pode ser um agente passivo ou activo no processo de aprendizagem. Como agente passivo ele procura absorver os conhecimentos e experiências do professor, é um sistema tido como tradicional, onde o conhecimento é do professor para o acadêmico, dessa forma toda a responsabilidade é do docente. Costumeiramente o professor prepara com antecedência suas aulas, buscando sempre selecionar o melhor conteúdo, e aplicá-lo com a melhor didática possível. 11 2.6.Desafios do Futuro Contabilista Este novo cenário mundial vem sendo transformado de forma acelerada devido às novas dimensões tecnológicas, socioculturais, políticas, e econômicas, e estas evidenciam o uso necessário da informação e do conhecimento, projectando uma globalização. Com o fim da escrituração tradicional, causada pela chegada efectiva e mais presente dos meios electrônicos, em primeiro lugar, devemos entender que a imagem deste profissional em nosso pais ou em países subdesenvolvidos ou desenvolvimento, está a cada dia se expandindo de forma rápida e a cada dia sendo mais reconhecida. As empresas precisam de profissionais que ajudem no processo decisório, interpretando as informações e não “de serviços de despachantes contabilísticos" ou, exclusivamente escrituradores. O profissional da contabilidade deve estar ciente de toda esta nova era tecnológica e as formas de utilização das mesmas, incorporando as aos procedimentos contabilísticos e em análises mais apuradas e complexas. O futuro contabilista deve possuir uma formação mais humanística, ampla e uma visão global para compreender o meio social, político, econômico e cultural, preparado para tomar decisões em mundo globalizado, diversificado e interdependente Na nova era tecnológica, os desafios apresentados, já não são mais consideradas suficientes em meio ao acelerado desenvolvimento global, de acordo com (Fábio Primack, o futuro contabilista terá que deter: Capacidade de actualização constante; Criatividade; Visão altamente futura e estratégica; Desenvolvimento de actividades com comunicação, informação e tecnologia; Desenvolvimento de valores adicionados como análise de negócios, estratégias e apoio em decisões; Desenvolver-se em vez de reagir. 12 O contabilista deverá estar no centro e na liderança deste processo, pois, do contrário, seu lugar vai ser ocupado por outro profissional. O contabilista deverá saber comunicar-se com as outras áreas da empresa para tanto, não pode ficar com os conhecimentos restritos aos temas contabilísticos e fiscais. O contabilista deverá ter formação cultural acima da média, inteirando-se do que aconteceu ao seu redor, na sua comunidade, no seu Estado, no país e no mundo. O contabilista deverá participar de eventos destinados à sua permanente actualização profissional. O contabilista deverá estar consciente de sua responsabilidade social e profissional. 13 3. CONCLUSÃO Através das pesquisas bibliográficas e documental, constatamos que a Contabilidade não para de evoluir, buscando sempre manter seus usuários actualizados e a cada dia valorizando mais esta grande e actual ciência. O mercado exige deste profissional hoje um conhecimento mais gabaritado e competência para atender a todas as necessidades social. O conhecimento actualizado nos dias de hoje, destaca o profissional da contabilidade dos demais, agregando valores, gerando estímulos entre as pessoas do meio para o auto reconhecimento, fortalecendo e respeitando os demais, executando assim, a ética na profissão. 14 4. Bibliografia ESG. (2008). Projeto em Simulação Empresarial. Portugal; Gimenes, R. M., & Bernard, R. R. (2010). A UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE SIMULAÇÃO EMPRESARIAL ASSOCIADA A CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS E DE APOIO ÀS DECISÕES NO ENSINO DA CONTABILIDADE GERENCIAL. Santa Catarina; MARION, Jose Carlos; MARION, Arnaldo Luíz Costa. Metodologias de ensino na área de negócios: para curso de administração, gestão, contabilidade e MBA. São Paulo: Atlas, 2006; PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. São Paulo: Atlas, 1997; BYRNE, E.T. Who benefits most from participating in business policy simulations: an empirical study of skill development by functional area. In: CERTO, S.C. & BRENENSTUHL,D.C.Insights into experimential pedagogy.Tempe,Arizona State University,1979.p.257-260; AMORIN, Lourival Pereira. A evolução histórica dos cursos de contabilidade em Santa Catarina. Florianópolis: CRC/SC, 1999; LARÉCHÉ, Jean-claude. On simulations in business education and research. Jornal of Business Research New York, Elsevier Science Publishing,v.15,p.559-571,1987; MARX, Karl. A ideologia alemã. Lisboa: Martins Fontes, 1985; NÉRICI, Imidio G. Metodologia do ensino, uma introdução. São Paulo. Atlas, 1981.
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