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Radiologia em Endodontia

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Manuella Soussa Braga  
Endodontia II - 2019/2 - 6º período  
 
RADIOLOGIA APLICADA À ENDODONTIA  
 
A radiografia está presente em todas as fases operatórias do tratamento endodôntico: fases pré, trans e                                
pós-operatórias.  
 
Fase pré-operatória: a radiografia serve como exame complementar que deve ser associado aos demais exames                              
clínicos, juntamente com a anamnese do paciente. Por ela, sabe-se informações sobre a condição patológica e a                                  
anatomia radicular do elemento (número de canais, forma, curvatura, calcificações etc), também pode ser realizado o                                
rastreamento de fístulas. Além disso, a radiografia pré-operatória serve para planejamento do tratamento.   
 
Fase trans-operatória: presente na odontometria, informações sobre o preparo químico-mecânico, prova do                        
cone, radiografia após obturação e radiografia final para verificação da qualidade do tratamento.   
 
Fase pós-operatória: serve para proservação e avaliação do sucesso ou insucesso do tratamento.   
 
Para a realização das radiografias periapicais, têm-se as técnicas do paralelismo e da bissetriz. A técnica do                                  
paralelismo (com o uso do posicionador) é utilizado nas radiografias inicial e final, pois permite uma menor distorção                                    
e, por isso, existe uma padronização. A técnica da bissetriz consiste em dirigir os feixes de raios X para área apical de                                            
modo que o raio central se desloque perpendicularmente a bissetriz do ângulo formado pelos planos do filme e o                                      
longo eixo do dente.   
 
RECONHECIMENTO DA ANATOMIA ENDODÔNTICA   
Sabendo que as radiografias oferecem imagens bidimensionais de objetos tridimensionais, entende-se que há uma                            
limitação no uso desses exames. Para isso, existem alguns detalhes na radiografia que podem ser observados para                                  
entender e auxiliar na interpretação.   
 
- FATORES QUE PERMITEM SUSPEITAR DA PRESENÇA DE MAIS UM CANAL:  
Mais de um canal pela bifurcação do canal ou pela bifurcação das raízes V e L.   
 
Descentralização da imagem (o ponto de deslocamento pode ser o início                      
da bifurcação do canal); Deixa de existir uma proporção entre o canal e o                            
diâmetro M-D ; Pode ter um estreitamento abrupto onde há a bifurcação                      
do canal; Presença de uma linha radiolúcida lateral à raiz refere-se a um                          
achatamento mésio-distal que pode levar à bifurcação do canal; Imagem                    
de dois ápices radiculares.   
 
 
TÉCNICAS ESPECIAIS  
As técnicas especiais trabalham com variação de angulação.   
 
ÂNGULO HORIZONTAL  
- Técnica de Clark   
- Técnica do rastreamento triangular  
 
 
ÂNGULO VERTICAL   
- Técnica de Le Master  
- Visualização de ápices radiculares  
- Diagnóstico de fraturas transversais  
- Radiografia de molar inferior com grampo   
 
 
 
Manuella Soussa Braga  
Endodontia II - 2019/2 - 6º período  
 
VARIAÇÃO DO ÂNGULO HORIZONTAL  
 
Técnica de Clark  
Tem por objetivo evitar a sobreposição de canais e raízes, localizar perfurações, corpos estranhos, reabsorções e                                
instrumentos fraturados, além de identificar objetos pela vestibular ou por lingual. Visa dissociar objetos sobrepostos                              
na radiografia ortorradial, variando o ângulo de incidência horizontal para mesial ou distal.   
 
O objeto mais afastado da fonte sempre acompanha o deslocamento do cilindro, ou seja, a raiz ou canal lingual vai                                        
acompanhar o movimento do cilindro para distal ou mesial e o vestibular vai no sentido oposto. Não se deve fazer                                        
grandes variações de angulação para evitar distorções muito grandes, então faz só de 10 a 15 graus. Dependendo do                                      
dente a ser analisado, a escolha de uma das incidências é importante para se conseguir a informação que procura.   
 
 
PMS  
 
1 raiz e 1 canal  
ortorradial   
 
2 canais em 1 ou 2  
raízes   
mesiorradial  
(na distorradial, a  
dissociação não é boa e a  
raiz vestibular tem risco  
de sobrepor no canino)  
 
3 raízes e 3 canais  
ortorradial  
MS  
 
3 raízes e 3 canais  
ortorradial  
 
3 raízes e 4 canais  
(com mesiopalatino)  
distorradial  
 
OBS.: para visualizar o  
canal distovestibular  
isolado, a melhor  
incidência é a  
mesiorradial  
(sobreposição da raiz  
palatina na raiz  
mesiovestibular)  
MI  
 
2 raízes e 3 canais  
distorradial  
(melhor dissociação  
sem alongamento  
das raízes)  
 
2 raízes e 4 canais   
distorradial  
 
OBS.: na presença da raiz  
suplementar distolingual  
faz-se uma incidência  
ortorradial ou  
mesiorradial  
II e CI   
(bifurcação do canal)  
 
1 raiz e 1 canal  
ortorradial  
 
2 raízes e 2 canais  
mesiorradial  
 
 
PMI  
 
1 raiz e 1 canal  
ortorradial  
 
2 canais em 1 ou 2  
raízes  
mesiorradial  
 
3 raízes e 3 canais  
ortorradial  
 
 
Técnica do rastreamento triangular  
A técnica de Clark consegue localizar, basicamente, se um objetivo está na vestibular ou                            
lingual. Nessa técnica, utiliza-se a técnica de Clark em conjunto com uma análise                          
combinatória lógica, para determinar em qual quadrante esse objeto está (quadrantes ao                        
lado), O círculo mais externo é o contorno da raiz e o mais interno é o contorno do canal                                      
radicular. As linhas dividem os quatro quadrantes: MV, DV, ML e DL.   
 
 
Essa técnica identifica iatrogenias, curvatura apical (observar se acompanha o deslocamento da fonte ou não) e                                
reabsorções (se é externa ou interna e qual ponto na raiz está localizada: a interna não se movimenta com o                                        
deslocamento da feixe, pois acompanha o canal; a externa se desloca de acordo com o deslocamento do feixe).   
 
VARIAÇÃO DO ÂNGULO VERTICAL  
Para os dentes superiores, há o aumento da angulação vertical ao direcionar o cilindro para baixo. Para os dentes                                      
inferiores, aumenta-se a angulação vertical direcionando o cilindro para cima.   
 
 
 
 
Manuella Soussa Braga  
Endodontia II - 2019/2 - 6º período  
Técnica de Le Master  
É mais utilizada para molares superiores por conta da sobreposição do processo zigomático nos ápices das raízes                                  
desses elementos. A correção é feita com a diminuição da angulação vertical, buscando o paralelismo, colocando um                                  
rolete de algodão (para tornar o filme mais paralelo). O grampo facilitaa colocação do filme mais paralelo e às vezes                                          
não precisa do rolete de algodão.   
 
Diagnóstico de fraturas radiculares  
Se a incidência estiver paralela ao traço de fratura, essa linha fica muito tênue, podendo dificultar o diagnóstico.                                    
Assim, pode-se realizar uma pequena alteração na angulação (15º - aumentando ou diminuindo), fazendo com que                                
os raios deixem de coincidirem paralelamente ao traço de fratura, melhorando a visualização.   
 
Radiografia de molar inferior com grampo  
Nessas radiografias, pode-se ter a projeção do grampo sobre as raízes do elemento e, por isso, busca-se uma                                    
angulação vertical em que os raios X estejam paralelos as asas vestibular e lingual do grampo, a fim de tirar a                                          
sobreposição (busca-se um paralelismo).   
 
Raízes sobrepostas e raízes longas  
Aumenta-se a angulação vertical para encurtar a imagem da raiz longa e/ou mais próxima do cilindro.   
 
- RECURSOS RADIOGRÁFICOS PARA IDENTIFICAÇÃO DO ÂNGULO DE INCIDÊNCIA:  
ASA DO GRAMPO: a asa do grampo palatina estará sempre mais próxima do ápice e a asa vestibular está mais                                        
próxima da coroa. Sabendo que, na técnica de Clark, o objeto mais distante acompanha o cilindro, se a asa palatina                                        
está com uma imagem mais mesializada, supõe-se que a incidência foi mesiorradial.   
 
PONTA DE CÚSPIDE: a palatina é mais curta e vai deslocar junto com o feixe e a vestibular é mais longa e mais rente                                                
à margem livre do filme. Por exemplo, se a cúspide mais baixa (palatina) está mesializada, a incidência foi                                    
mesiorradial.   
 
NITIDEZ DA IMAGEM: o contorno da raiz, trabeculado ósseo e espaço periodontal estarão mais nítidos em mesial                                  
quando a incidência for mesiorradial e em distal quando a incidência for distorradial.   
 
SOBREPOSIÇÃO DOS PONTOS DE CONTATO: em uma incidência ortorradial, os contatos não estão sobrepostos.                            
Em uma incidência mesiorradial, os pontos de contato da mesial estão mais nítidos e na distal estão geralmente                                    
sobrepostos.   
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO  
 
Responsável pelo maior impacto tecnológico na endodontia dos últimos 35 anos tanto em termos de tratamento                                
em si quanto para a pesquisa experimental e clínica. Supera todas as limitações da radiografia convencional e faz                                    
reconstrução 3D do esqueleto maxilofacial. Produz feixes de raios X de diferentes ângulos e as imagens em secção                                    
sagital e axial são importantes na endodontia.  
Identifica muito bem lesões em estágio inicial e lesões em osso esponjoso, fraturas radiculares e reabsorções                                
dentárias. Identifica até trincas radiculares. Vem substituindo as técnicas radiográficas de localização citadas acima.

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