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CURVA DE PHILLIPS A pesquisa realizada pelo economista William Phillips, com dados da economia do Reino Unido de 1861 a 1957, demonstrou uma correlação entre desemprego e inflação. Segundo essa pesquisa, uma menor taxa de desemprego leva a um aumento da inflação, e uma maior taxa de desemprego a uma menor inflação. Entretanto, esta relação não é válida no longo prazo, ou seja, não será verificada nenhuma relação entre a inflação e o desemprego no longo prazo. A taxa de desemprego depende de características do mercado de trabalho: legislação, atuação dos sindicatos, eficiência e eficácia na busca por emprego e etc. A inflação depende da taxa de crescimento da moeda, que é controlada pelo BACEN. Curva de Phillips: mostra a correlação negativa (trade off) entre inflação e desemprego Esse trade-off pode ser visto quando ocorre uma expansão da demanda agregada que eleva o produto da economia (reduzindo o desemprego), mas ao mesmo tempo eleva o nível de preços. Interpretação gráfica da Curva de Phillips Curto Prazo Longo Prazo inflação inflação desemprego desemprego https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=William_Phillips_(economista)&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego https://pt.wikipedia.org/wiki/Infla%C3%A7%C3%A3o Elevações na expectativa de inflação deslocam a curva de Phillips para cima, piorando o trade-off entre inflação e desemprego. Ou seja, para um mesmo desemprego, a curva de Phillips indica uma inflação mais elevada. inflação desemprego Um choque adverso na oferta agregada de curto prazo (OACP) desloca a OACP para a esquerda e tem como consequência um deslocamento da curva de Phillips (CP) para a direita, piorando o trade-off entre inflação e desemprego. nível geral de preços OA2 OA1 p2 p1 DA1 Y2 Y1 inflação desemprego Taxa de sacrifício: O quanto será gerado de desemprego para obter redução de 1% na inflação Para reduzir a inflação é necessário gerar uma recessão. A perda de emprego ocorre juntamente com a perda de produto. TIPOS DE INFLAÇÃO Inflação: Aumento contínuo e generalizado no nível de preços. Inflação de demanda Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços. A probabilidade de ocorrer inflação de demanda aumenta a medida que a economia está produzindo próximo ao pleno emprego de recursos. Inflação de custos (oferta) Pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de demanda permanece inalterado, mas os custos de certos fatores importantes a produção aumentam. Isto ocasiona uma retração na produção. Inflação inercial Decorre do próprio processo de realimentação dos preços. A inflação passada perpetua-se através de mecanismos de indexação formal, como correções monetárias em aluguéis, contratos financeiros e salários bem como indexação informal como, por exemplo, impostos e tarifas públicas. Ano Inflação (%) 1950 12 1955 12 1960 31 1965 34 1970 19 1975 29 1980 110 1985 235 1990 1477 1995 15 Fonte: FGV DESEMPREGO Pessoas economicamente ativas, sem trabalhar, que na última semana procuraram emprego. Força de Trabalho = nº de empregados + nº desempregados Taxa de desemprego = nº de desempregados força de trabalho EXPECTATIVAS Expectativas adaptativas As expectativas adaptativas partem do pressuposto que as pessoas esperam para amanhã algo parecido com o que ocorreu hoje, a despeito de qualquer modificação nas políticas. Assim, as expectativas são compensadas em relação ao erro de previsão anterior. Por exemplo: caso a inflação em (t-1) tenha sido maior do que a esperada, a expectativa em t aumenta e, caso contrário, diminui. Expectativas racionais As expectativas racionais utilizam toda a informação disponível para fazer a sua expectativa sobre a inflação, ou seja, as expectativas incorporam toda a informação disponível na economia acerca das variáveis econômicas relevantes, políticas, de governo, etc. Desta forma a credibilidade do BACEN é fundamental na condução da política econômica e sua relação com a inflação. Caso um BACEN possua credibilidade e anuncie uma meta mais baixa de inflação, o custo de reduzir a inflação é mais baixo (em termos de desemprego e produto). Isso ocorre porque, sabendo que o BACEN costuma fazer o que anuncia e observando as políticas adotadas, os agentes antecipam a redução da inflação. Entretanto, caso o BACEN não possua credibilidade, seu anúncio em nada adiantará, pois os agentes antecipam que a nova meta não será atingida. Também é necessário que o BACEN adote as políticas necessárias e consistentes com a meta, caso contrário os agentes imediatamente irão alterar as suas expectativas ignorando o anúncio. Concluindo: As expectativas e a credibilidade dos gestores públicos são essenciais no combate à inflação. Um BACEN com credibilidade na presença de agentes com expectativas racionais consegue combater a inflação gerando menos desemprego. Um BACEN sem credibilidade na presença de agentes com expectativas racionais tem que gerar um desemprego maior para atingir um mesmo nível de inflação, tendo um custo de redução da inflação mais elevado. Com expectativas adaptativas, a credibilidade não importa, visto que o agente atualiza a sua expectativa de inflação conforme a inflação passada. Nesse caso, só se consegue reduzir a inflação com desemprego, tendo um custo social elevado.
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