Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Instrumentação 9a edição Marco Antônio Ribeiro Instrumentação 9a edição Marco Antônio Ribeiro Dedicado a Marcelina e Arthur, meus pais, sem os quais este trabalho não teria sido possível, em todos os sentidos. Quem pensa claramente e domina a fundo aquilo de que fala, exprime-se claramente e de modo compreensível. Quem se exprime de modo obscuro e pretensioso mostra logo que não entende muito bem o assunto em questão ou então, que tem razão para evitar falar claramente (Rosa Luxemburg) © 1978, 1982, 1986, 1989, 1992, 1995, 1997, 1999, 2002, Tek Treinamento & Consultoria Ltda Salvador, Outono 2002 Prefácio Qualquer planta nova, bem projetada para produzir determinado produto, sempre requer sistemas de instrumentação para fazer a medição, controle, monitoração e alarme das variáveis. A escolha correta dos sistemas pode ser a diferença entre sucesso e fracasso para uma unidade, planta ou toda a companhia. Também, como há uma rápida evolução das tecnologias e conseqüente obsolescência, periodicamente toda planta requer ampliações e modificações radicais que incluem a atualização dos seus instrumentos e seus sistemas de controle. Assim, técnicos e engenheiros que trabalham com o projeto, especificação, operação e manutenção de plantas de processo devem estar atualizados com a instrumentação e as recentes tecnologias envolvidas. O presente trabalho foi escrito como suporte de um curso ministrado a engenheiros e técnicos ligados, de algum modo, a estas atividades. Este trabalho de Instrumentação e um outro de Controle de processo constituem um conjunto completo para estudo e consulta. Neste trabalho, dá-se ênfase aos equipamentos e instrumentos e são apresentados três grandes temas: Fundamentos, Funções dos Instrumentos e Medição das Variáveis. Na primeira parte, de Fundamentos de Instrumentação, são apresentados os conceitos relacionados com Instrumentação, Terminologia, Símbolos e Identificação dos instrumentos analógicos e digitais; vistos os instrumentos sob a óptica de sistemas; mostradas a evolução e as ondas da instrumentação. São apresentados os parâmetros para a Especificação correta do instrumento individual, considerando o processo, ambiente, risco e corrosão. Na parte de Funções de instrumentos, são estudados individualmente os instrumentos, tais como sensor, transmissor, condicionador de sinal, indicador, registrador, totalizador, controlador e válvula de controle. Finalmente na terceira parte, são mostradas as tecnologias empregadas para medir as principais Variáveis de Processo, como pressão, temperatura, vazão nível, pH, condutividade e cromatografia, que são as variáveis mais encontradas nas indústrias químicas, petroquímicas e de petróleo. Sugestões e críticas destrutivas são benvidas, no endereço: Rua Carmen Miranda 52, A 903, CEP 41820-230, Fone (071) 452-3195 e Fax (071) 452-3058 e no e-mail: marcotek@uol.com.br . Marco Antônio Ribeiro Salvador, verão 1999 Autor Marco Antônio Ribeiro se formou no ITA, em 1969, em Engenharia de Eletrônica Durante quase 14 anos foi Gerente Regional da Foxboro, em Salvador, BA, período da implantação do polo petroquímico de Camaçari . Fez vários cursos no exterior e possui dezenas de artigos publicados nas áreas de Instrumentação, Controle de Processo, Automação, Segurança, Vazão e . Desde 1987, é diretor da Tek Treinamento & Consultoria Ltda. á, firma que presta serviços nas áreas de Instrumentação e Controle de Processo. i Conteúdo Fundamentos 1. Instrumentação Objetivos de Ensino 2 1. Instrumentação 2 1.1. Conceito e aplicações 2 1.2. Disciplinas relacionadas 2 2. Vantagens e Aplicações 3 2.1. Qualidade do Produto 3 2.2. Quantidade do Produto 3 2.3. Economia do Processo 4 2.4. Ecologia 4 2.5. Segurança da Planta 4 2.6. Proteção do Processo 4 2. Símbolos e Identificação 1. Introdução 1 2. Aplicações 1 3. Roteiro da identificação 1 3.1. Geral 1 3.2. Número de tag típico 1 3.3. Identificação funcional 1 3.4. Identificação da malha 2 4. Simbologia de Instrumentos 3 4.1. Parâmetros do Símbolo 3 4.2. Alimentação 3 4.3. Linhas entre os Instrumentos 6 4.4. Balão do Instrumento 6 5. Malha de controle 13 6. Sistemas completos 13 7. Referências bibliográficas 16 3. Sistemas de Instrumentação 1. Classes de Instrumentos 1 2. Manual e Automático 1 3. Alimentação dos Instrumentos 1 4. Pneumático ou Eletrônico 2 4.1. Instrumento pneumático 3 4.2. Instrumento eletrônico 3 5. Analógico ou Digital 4 5.1. Sinal 4 5.2. Display 5 5.3. Tecnologia 5 5.4. Função Matemática 5 5.5. Analógica Versus Digital 6 6. Burro ou inteligente 7 7. Campo ou sala de controle 8 7.1. Instrumento de campo 8 7.2. Instrumentos na sala 9 8. Modular ou integral 11 8.1. Painel de leitura 11 8.2. Instrumentos cegos 12 9. Dedicado ou compartilhado 13 10. Centralizado ou distribuído 13 11. Real ou Virtual 14 11.1. Instrumento real 14 11.2. Instrumento virtual 15 11.3. Controlador virtual comercial 15 4. Terminologia 5.1. Introdução 5.2. Definições e Conceitos Funções dos Instrumentos 0. Funções dos Instrumentos 1. Instrumentos de Medição 1.1. Introdução 1 1.2. Tipos de Medição 1 2. Aplicações da Medição 3 2.1. Controle 3 2.2. Monitoração 4 2.3. Alarme 4 3. Sistema de Medição 4 1. Elemento Sensor 1. Conceito 1 2. Terminologia 1 3. Modificadores 2 3. Princípios de transdução 3 4. Sensores Mecânicos 3 5. Sensores Eletrônicos 3 5.1. Sensor capacitivo 4 5.2. Sensor indutivo 4 5.3. Sensor relutivo 5 5.4. Sensor eletromagnético 5 5.5. Sensor piezoelétrico 5 5.6. Sensor resistivo 5 5.7. Sensor potenciométrico 6 5.8. Sensor strain-gage 6 5.9. Sensor fotocondutivo 6 5.10. Sensor fotovoltáico 6 5.11. Sensor termoelétrico 6 5.12. Sensor iônico 7 6. Escolha do sensor 7 7. Características Desejáveis 7 2. Transmissor 1. Conceitos básicos 1 1.1. Introdução 1 1.2. Justificativas do Transmissor 1 1.3. Terminologia 2 1.4. Transmissão do sinal 4 1.5. Sinais padrão de transmissão 4 2. Natureza do transmissor 5 2.1. Transmissor pneumático 5 2.2. Transmissor eletrônico 7 3. Transmissor e manutenção 11 3.1. Transmissor descartável 11 3.2. Transmissor convencional 12 3.3. Transmissor digital 12 3.4. Transmissor híbrido 14 4. Receptores associados 14 4.1. Instrumentos associados 14 4.2. Alimentação 14 4.3. Transmissor como controlador 15 5. Serviços associados 15 5.1. Especificação 15 5.2. Instalação 15 5.3. Configuração 16 5.4. Operação 16 5.5. Calibração 16 5.6. Manutenção 18 3. Condicionadores de Sinal 1. Conceito 1 2. Aplicações 1 3. Funções desenvolvidas 2 4. Linearização da Vazão 4 4.1. Introdução 4 4.2. Lineares e Não-lineares 5 5. Compensação 6 5.1. Introdução 6 5.2. Condições normal, padrão e real 7 5.3. Compensação da Temperatura 8 5.4. Tomadas 8 6. Totalização da Vazão 9 7. Serviços associados 10 4. Indicador 1. Conceito 1 2. Variável Medida 1 3. Local de Montagem 2 4. Tipo da Indicação 2 5. Rangeabilidade da Indicação 3 6. Associação a Outra Função 4 7. Serviços Associados 5 5. Registrador 1. Introdução 1 2. Topografia 1 3. Acionamento do Gráfico 2 4. Penas 2 5. Gráficos 3 6. Associação a Outra Função 4 7. Serviços Associados 5 6. Computador de Vazão 1. Conceito 1 2. Programáveis 1 3. Dedicado 2 4. Aplicações Clássicas 2 4.1. Vazão de liquido 2 4.2. Vazão de gás 3 4.3. Sistema com 2 transmissores 3 4.5. Vazão de massa de gás 3 5. Seleção do Computador 4 6. Planímetro 4 6.1. Histórico 4 6.2. Cálculo matemático 5 6.3. Método do corte e peso 5 6.4. Método do planímetro 5 6.5. GráficosCirculares Uniformes6 6.6. Seleção e Especificação 6 7. Controlador 1. Conceito 1 2. Componentes Básicos 1 2.1. Medição 1 2.2. Ponto de Ajuste 1 2.3. Estação Manual Integral 2 2.4. Balanço Automático 2 2.5. Malha Aberta ou Fechada 3 2.6. Ação Direta ou Inversa 3 3. Especificação do Controlador 5 3.1. Controlador Liga-Desliga 5 3.2. Controlador com Intervalo Diferencial 5 3.3. Controlador Proporcional 6 3.4. Controlador P + I 7 3.5. Controlador P + D 8 3.6. Controlador P + I + D 10 3.7. Controlador Tipo Batelada 10 3.8. Controlador Analógico 12 3.9. Controlador Digital 13 4. Controlador Microprocessado 14 4.1. Conceito 14 4.2. Características 14 4.3. Controladores comerciais 15 4. Controlador SPEC 200 16 4.1. Descrição e Funções 16 5. Estação Manual de Controle 18 5.1. Estação Manual 18 5.2. Estação de Chaveamento A/M 18 5.3. Estação A/M e Polarização 19 5.4. Serviços Associados 20 8. Válvula de Controle 1. Introdução 1 2. Elemento Final de Controle 1 3. Válvula de Controle 2 4. Corpo 3 4.1. Conceito 3 4.2. Sede 3 4.3. Plug 3 5. Castelo 4 6. Atuador 4 6.1. Operação 4 6.2. Atuador Pneumático 5 6.3. Ações do Atuador 5 6.4. Escolha da Ação 6 6.5. Mudança da Ação 7 6.6. Dimensionamento 7 6.7. Outro Elemento Final 7 7. Acessórios 8 7.1. Volante 8 7.2. Posicionador 8 7.3. Booster 9 8. Característica da Válvula 10 8.1. Conceito 10 8.2. Válvula e Processo 10 8.3. Escolha de Características 12 9. Operação da Válvula 13 9.1. Aplicação da Válvula 13 9.2. Desempenho 13 9.3. Rangeabilidade 14 10. Vedação e Estanqueidade 15 10.1. Classificação 15 10.2. Fatores do Vazamento 15 10.3. Válvulas de Bloqueio 15 11. Dimensionamento 16 11.1. Filosofia 16 11.2. Válvulas para Líquidos 17 11.3. Válvulas para Gases 17 11.4. Queda de Pressão 17 12. Instalação 18 12.1. Introdução 18 12.2. Localização da Válvula 18 12.3. Comissionamento 18 12.4. Tensões da Tabulação 19 12.5. Redutores 19 12.6. Instalação da Válvula 19 13. Parâmetros de Seleção 20 13.1. Função da Válvula 20 13.2. Fluido do Processo 20 13.3. Perdas de Atrito do Fluido 20 13.4. Condições de Operação 21 13.5. Vedação 21 13.6. Materiais de Construção 21 13.7. Elemento de Controle 21 14. Tipos de Válvulas 22 14.1. Válvula Gaveta 23 14.2. Válvula Esfera 24 14.3. Válvula Borboleta 25 14.4. Válvula Globo 27 14.5. Válvula Auto-regulada 28 15. Válvulas Especiais 30 15.1. Válvula Retenção 30 15.2. Tipo Levantamento 31 15.3. Retenção Esfera 31 15.4. Retenção Borboleta 31 15.5. Retenção e Bloqueio 32 16. Válvula de Alívio de Pressão 32 16.1. Função do Equipamento 32 16.2. Definições e Conceitos 32 16.3. Sobrepressão 33 16.4. Válvula de Segurança 34 17. Válvulas Solenóides 36 17.1. Solenóide 36 17.2. Válvula Solenóide 36 17.3. Operação e Ação 37 18. Válvula Redutora de Pressão 38 18.1. Conceito 38 18.2. Precisão da Regulação 38 18.3. Sensibilidade 38 18.4. Seleção 39 18.5. Instalação 39 18.6. Operação 40 5. Especificação de Instrumentos 1. Informação do Produto 1 1.1. Propriedade (feature) 1 1.2. Especificação 1 1.3. Característica 2 2. Propriedades do Instrumento 2 2.1. Funcionalidade 2 2.2. Estabilidade 6 2.3. Integridade 6 2.4. Robustez 10 2.5. Confiabilidade 11 2.6. Disponibilidade 15 2.7. Calibração 16 2.8. Manutenção 17 2.9. Resposta dinâmica 18 3. Especificações do instrumento 20 3.1. Especificações de Operação 20 Característica 20 3.2. Especificação de desempenho 20 3.3. Especificações funcionais 30 3.4. Especificações físicas 31 3.5. Especificação de segurança 32 4. Corrosão dos Instrumentos 41 4.1. Tipos de Corrosão 41 4.2. Corrosão nos instrumentos 41 4.3. Partes molhadas 42 4.4. Materiais de revestimento 42 4.5. Partes expostas ao ambiente 43 4.6. Instrumentos pneumáticos 43 4.7. Instrumentos eletrônicos 43 4.8. Processos Marginais 45 5 Terminologia 2.1. Introdução 1 2.2. Definições e Conceitos 1 2.3. Referências Bibliográficas 31 Medição das Variáveis Objetivos de Ensino 1 1. Variáveis de Processo 2 1.1. Introdução 2 1.2. Conceito 2 1.3. Dimensões 2 2. Tipos das Quantidades 3 2.1. Energia e Propriedade 3 2.2. Extensivas e Intensivas 3 2.3. Pervariáveis e Transvariáveis 3 2.4. Variáveis e Constantes 4 2.5. Contínuas e Discretas 4 2.6. Mecânicas e Elétricas 4 3. Faixa das Variáveis 6 3.1. Faixa e Amplitude de Faixa 6 3.2. Limites de Faixa 6 3.3. Faixa e Desempenho 6 4. Função Matemática 7 4.1. Conceito 7 4.2. Notação 7 4.3. Função Linear 7 4.4. Correlação 8 1. Pressão 1. Conceitos Básicos 1 1.1. Definição 1 1.2. Unidades 1 1.3. Tipos 2 2. Medição da Pressão 3 2.1. Objetivos da medição 3 2.2. Padrões de calibração 4 2.3. Sensores Mecânicos 6 2.4. Sensores Elétricos 9 2.5. Seleção do Sensor 9 3. Acessórios 9 3.1. Selo Químico 9 3.2. Pressostato 10 2. Temperatura 1. Conceitos Básicos 1 1.1. Definições 1 1.2. Unidades 2 1.3. Escalas 2 1.4. EPIT 3 2. Medição da Temperatura 5 2.1. Introdução 5 2.2. Sensores 5 2.3. Termômetros de vidro 6 2.4. Bimetal 7 2.5. Enchimento Termal 8 2.6. Termopar 9 2.7. Resistência detectora de temperatura (RTD) 14 3. Acessórios 27 3.1. Bulbo 27 3.2. Capilar 28 3.3. Poço de temperatura 29 4. Referências Bibliográficas 30 3. Vazão 1. Fundamentos 1 1.1. Conceito de vazão 1 1.2. Unidades 2 1.3. Funções Associadas 2 1.4. Dificuldades da Vazão 3 2. Medidores de Vazão 4 2.1. Sistema de Medição 4 2.2. Tipos de Medidores 4 2.3. Quantidade ou Instantânea 4 2.4. Relação Matemática 5 2.5. Diâmetros Totais e Parciais 5 2.6. Com e Sem Fator K 5 2.7. Volumétricos ou Mássicos 6 2.8. Energia Extrativa ou Aditiva 6 2.9. Medidor Universal Ideal 6 2.10. Medidores Favoritos 7 3. Geradores de ∆p 8 3.1. Elemento Gerador 9 4. Placa de Orifício 9 4.1. Conceito 9 4.2. Características Físicas 9 4.3. Tomadas da Pressão 10 4.4. Dimensionamento 10 4.5. Vantagens 11 4.6. Desvantagens e Limitações 11 4.7. Orifício Integral 12 4.8. Tubo Venturi 12 4.9. Outros Geradores da Pressão13 4.10.Seleção do Elemento 13 4.11. Medidor do ∆p 13 5. Medidor Tipo Alvo (Target) 14 6. Rotâmetro de Área Variável 15 7. Deslocamento Positivo 16 8. Medidor Magnético 17 8.1. Princípio de funcionamento 17 8.2. Sistema de Medição 17 8.3. Tubo Medidor 17 8.4. Transmissor de Vazão 18 8.5. Vantagens 18 8.6. Desvantagens e limitações 19 9. Turbina 19 9.1. Princípio de funcionamento 19 9.2. Construção 19 9.3. Vantagens 20 9.4. Desvantagens e limitações 20 10. Medidor tipo Vortex 21 11. Medidor Coriolis 23 11.1. Introdução 23 11.2. Efeito Coriolis 23 11.3. Calibração 24 11.4. Medidor Industrial 24 11.5. Características 25 11.6. Aplicações 25 11.7. Limitações 26 12. Medidor termal 26 12.1. Princípio de Funcionamento 26 12.2. Medidor a Calor 26 13. Medidor ultra-sônico 28 13.1. Introdução 28 13.2. Diferença de Tempo 28 13.3. Diferença de Freqüência 29 13.4. Efeito Doppler 29 4. Nível 1. Conceitos Básicos 1 1.1. Introdução 1 1.2. Conceito 1 1.3. Unidades 2 1.4. Aplicações 2 2. Medição de Interface 3 3. Medição de Nível 4 4. Visor de nível 4 4.1. Medidor com Bóia 5 4.2. Pressão Diferencial 6 4.3. Medição a borbulhamento 9 4.4. Medição com Deslocador 11 4.5. Medição Radioativa 13 4.6. Sistema com radar 20 4.7. Medidor sônico e ultra-sônico 25 Instrumentação 1. Fundamentos 2. Funções 3. Variáveis 1. Fundamentos 1. Instrumentação 2. Símbolos e Identificação 3. Sistemas de Instrumentação 4. Terminologia 1 1.1 Instrumentação Fig. 1.1.1. Operadorde campo, sala de controle centralizada e arrea industrial Instrumentação 2 Objetivos de Ensino 1. Definir o significado de instrumentação e listar as disciplinhas correlatas. 2. Descrever as aplicações e as vantagens do controle e da automação industrial. 3. Informar acerca do histórico e da evolução das tecnologias aplicadas: analógica e digital, pneumática e eletrônica, centralizada e distribuída, dedicada e compartilhada, real e virtual.. 1. Instrumentação 1.1. Conceito e aplicações A instrumentação é o ramo da engenharia que trata de instrumentos industriais. Os enfoques da Instrumentação podem ser de 1. Fabricação: construção de componentes e instrumento 2. Projeto: detalhamento básico e específico de sistemas equipamentos e instrumentos 3. Especificação: estabelecimento de características físicas, funcionais e de segurança dos instrumentos 4. Vendas: comercialização, marketing e promoção de instrumentos 5. Montagem: fixação correta dos instrumentos no local de trabalho, para que ele opere conforme o previsto 6. Operação: monitoração do desempenho do instrumento e atuação manual, quando necessário, para garantir segurança e eficiência 7. Manutenção dos instrumentos: reparo do instrumento quando inoperante, calibração e ajuste do instrumento quando o desempenho metrológico o exigir As principais funções dos instrumentos são: 1. sensor: detecção da variável medida 2. Indicação: apresentação do valor instantâneo da variavel 3. Condicionamento do sinal: operação de tornar mais amigável e tratável o sinal original 4. Registro: apresentação do valor histórico e em tempo real da variavel 5. Controle: garantir que o valor de uma variável permaneça igual, em torno ou próximo de um valor desejável 6. Alarme e intertravamento: geração de sinais para chamar a atenção do operador para condições que exijam sua interferência ou para atuar automaticamente no processo para mantê-lo seguro As variáveis envolvidas incluem mas não se limitam a 1. Pressão 2. Temperatura 3. Vazão 4. Nível 5. Análise Os instrumentos estão associados e aplicados aos seguintes equipamentos: 1. Caldeira: equipamento para gerar vapor 2. Reator: equipamento onde se realiza uma reação química ordenada 3. Compressor: equipamento para mover gases 4. Bomba: equipamento para mover liquidos 5. Coluna de destilação: equipamento para separar diferentes produtos com diferentes pontos de ebulição 6. Forno: equipamento para aquecer algum produto 7. Refrigerador: equipamento para esfriar algum produto 8. Condicionador de ar: equipamento para manter as condições do ar ambiente dentro de determinados limites As indústrias que utilizam os instrumentos de medição e de controle do processo, de modo intensivo e extensivo são: 1. Química 2. Petroquímica 3. Refinaria de petróleo 4. Gás e óleo 5. Dutos e Terminais 6. Têxtil 7. Fertilizante 8. Papel e celulose 9. Alimentícia 10. Farmacêutica 11. Cimento 12. Siderúrgica 13. Mineração 14. Nuclear Instrumentação 3 15. Hidrelétrica 16. Termelétrica 17. Tratamento d'água e de efluentes 1.2. Disciplinas relacionadas O projeto completo do sistema de controle de um processo envolve vários procedimentos e exige os conhecimentos dos mais diversos campos da engenharia, tais como: 1. Mecânica dos fluidos, para a especificação de bombas, dimensionamento de tubulações, disposição de bandejas da coluna de destilação, dimensionamento de trocadores de calor, especificação de bombas e compressores. 2. Transferência de calor, para a determinação da remoção do calor dos reatores químicos, pré- aquecedores, caldeiras de recuperação e dimensionamento de condensadores. 3. Cinética das reações químicas, para o dimensionamento dos reatores, escolha das condições de operação (pressão, temperatura e nível) e de catalizadores, 4. Termodinâmica, para o calculo da transferência de massa, do número e da relação das placas de refluxo e das condições de equilíbrio do reator. Esses conhecimentos auxiliam na escolha e na aplicação do sistema de controle automático associado ao processo. Os modelos matemáticos, as analogias e a simulação do processo são desenvolvidos e dirigidos para o entendimento do processo e sua dinâmica e finalmente para a escolha do melhor sistema de controle. A especificação dos instrumentos requer o conhecimento dos catálogos dos fabricantes e das funções a serem executadas, bem como das normas, leis e regulamentações aplicáveis. A manutenção dos instrumentos exige o conhecimento dos circuitos mecânicos, pneumáticos e eletrônicos dos instrumentos, geralmente fornecidos pelos fabricantes dos instrumentos. Para a manutenção da instrumentação pneumática exige-se a habilidade manual e uma paciência bovina para os ajustes de elos, alinhamento de foles, estabelecimento de ângulos retos entre alavancas, colocação de parafusos em locais quase inacessíveis. A manutenção dos instrumentos eletrônicos requer o conhecimento da eletrônica básica, do funcionamento dos amplificadores operacionais e atualmente das técnicas digitais. O fabricante correto fornece os circuitos eletrônicos e os diagramas de bloco esquemáticos dos instrumentos. Para a sintonia do controlador e o entendimento dos fenômenos relativos ao amortecimento, à oscilação e à saturação é útil o conhecimento rigoroso dos conceitos matemáticos da integral e da derivada. A analise teórica da estabilidade do processo requer uma matemática transcendental, envolvendo a função de transferência, os zeros e os pólos de diagramas, as equações diferenciais, a transformada de Laplace e os critérios de Routh-Hurwitz. 2. Vantagens e Aplicações Nem todas as vantagens da instrumentação podem ser listadas aqui. As principais estão relacionadas com a qualidade e com a quantidade dos produtos, fabricados com segurança e sem subprodutos nocivos. Há muitas outras vantagens. O controle automático possibilita a existência de processos extremamente complexos, impossíveis de existirem apenas com o controle manual. Um processo industrial típico envolve centenas e até milhares de sensores e de elementos finais de controle que devem ser operados e coordenados continuamente. Como vantagens, o instrumento de medição e controle 1. não fica aborrecido ou nervoso, 2. não reclama, 3. não fica distraído ou atraído por pessoas bonitas, 4. não assiste a um jogo de futebol na televisão nem o escuta pelo rádio, 5. não pára para almoçar ou ir ao banheiro, 6. não fica cansado de trabalhar, 7. não tem problemas emocionais, 8. não abusa seu corpos ou sua mente, 9. não tem sono, 10. não folga do fim de semana ou feriado, 11. não sai de férias, 12. não reivindica aumento de salário. Instrumentação 4 Porém, como desvantagens, o instrumento 1. sempre apresenta erro de medição 2. opera adequadamente somente quando estiver nas condições previstas pelo fabricante, 3. requer calibrações e ajustes periódicos, para se manter exato 4. requer manutenção corretiva, preventiva ou preditiva, para que sua precisão se mantenha dentro dos limites estabelecidos pelo fabricante 5. é provável que algum dia ele falhe e pela lei de Murphy, esta falha geralmente acontece na pior hora possível e pode acarretar grandes complicações. 2.1. Qualidade do Produto A maioria dos produtos industriais é fabricada para satisfazer determinadas propriedades físicas e químicas. Quanto melhor a qualidade do produto, menores devem ser as tolerâncias de suas propriedades. Quanto menor a tolerância, maior a necessidade dos instrumentos para a medição e o controle automático. Os fabricantes executam testes físicos e químicos em todos os produtos feitos ou, pelo menos, em amostras representativas tomadas aleatoriamente das linhas de produção, para verificar se as especificações estabelecidas foram atingidaspela produção. Para isso, são usados instrumentos tais como indicadores de densidade e viscosidade, espectrômetros de massa, analisadores de infravermelho, cromatógrafos e outros. Fig. 1.1.1. Transmissor de pH Os instrumentos possibilitam a verificação, a garantia e a repetibilidade da qualidade dos produtos. Atualmente, o conjunto de normas ISO 9000 exige que os instrumentos que impactam a qualidade do produto tenham um sistema de monitoração, onde estão incluídas a manutenção e calibração documentada deles. 2.2. Quantidade do Produto As quantidades das matérias primas, dos produtos finais e das utilidades devem ser medidas e controladas para fins de balanço do custo e do rendimento do processo. Também é freqüente a medição de produtos para venda e compra entre plantas diferentes. Os instrumentos de indicação, registro e totalização da vazão e do nível fazem a aquisição confiável dos dados através das medições de modo continuo e preciso. Os instrumentos asseguram a quantidade desejada das substâncias. Fig. 1.1.2. Instrumentos de medição de nível 2.3. Economia do Processo O controle automático economiza a energia, pois elimina o superaquecimento de fornos, de fornalhas e de secadores. O controle de calor está baseado geralmente na medição de temperatura e não existe nenhum operador humano que consiga sentir a temperatura com a precisão e a sensitividade do termopar ou da resistência. Os instrumentos garantem a conservação da energia e a economia do processo . Instrumentação 5 Fig. 1.1.3. Instrumentação aplicada à indústria 2.4. Ecologia Na maioria dos processos, os produtos que não são aproveitáveis e devem ser jogados fora, são prejudiciais às vidas animal e vegetal. A fim de evitar este resultado nocivo, devem ser adicionados agentes corretivos para neutralizar estes efeitos. Pela medição do pH dos efluentes, pode se economizar a quantidade do agente corretivo a ser usado e pode se assegurar que o efluente esteja não agressivo. Os instrumentos garantem efluentes limpos e inofensivos. Fig. 1.1.2. Incêndio em área industrial 2.5. Segurança da Planta Muitas plantas possuem uma ou várias áreas onde podem estar vários perigos, tais como o fogo, a explosão, a liberação de produtos tóxicos. Haverá problema, a não ser que sejam tomados cuidados especiais na observação e no controle destes fenômenos. Hoje são disponíveis instrumentos que podem detectar a presença de concentrações perigosas de gases e vapores e o aparecimento de chama em unidades de combustão. Os instrumentos protegem equipamentos e vidas humanas. 2.6. Proteção do Processo O processo deve ter alarme e proteção associados ao sistema de medição e controle. O alarme é realizado através das mudanças de contatos elétricos, monitoradas pelos valores máximo e mínimo das variáveis do processo. Os contatos dos alarmes podem atuar (ligar ou desligar) equipamentos elétricos, dispositivos sonoros e luminosos. Os alarmes podem ser do valor absoluto do sinal, do desvio entre um sinal e uma referência fixa e da diferença entre dois sinais variáveis. É útil o uso do sistema de desligamento automático ou de trip do processo. Deve-se proteger o processo, através de um sistema lógico e seqüencial que sinta as variáveis do processo e mantenha os seus valores dentro dos limites de segurança, ligando ou desligando os equipamentos e evitando qualquer seqüência indevida que produza condição perigosa. Os primeiros sistemas de intertravamento utilizavam contatos de reles, contadores, temporizadores e integradores. Hoje, são utilizados os Controladores Lógicos Programáveis (CLP), a base de microprocessadores, que possuem grande eficiência em computação matemática, seqüencial e lógica, que são os parâmetros básicos do desligamento para garantir a segurança da planta. Apostilas\Instrumentação. 11 Introdução.doc 23 MAR 01 (Substitui 03 SET 00) 6 1.2 Símbolos e Identificação 1. Introdução A simbologia de instrumentação analógica e digital, compartilhada e integral, distribuída e centralizada se baseia nas seguintes normas americanas (geralmente traduzidas para o português) : 1. ISA S5.1, Instrumentation Symbols and Identification, 1984 2. ISA S5.3, Graphic Symbols for Distributed Control/Shared Display Instrumentation, Logic and Computer Systems, 1983 2. Aplicações Os símbolos de instrumentação são encontrados principalmente em 1. fluxogramas de processo e de engenharia, 2. desenhos de detalhamento de instrumentação instalação, diagramas de ligação, plantas de localização, diagramas lógicos de controle, listagem de instrumentos, 3. painéis sinópticos e semigráficos na sala de controle, 4. diagramas de telas de vídeo de estações de controle. 3. Roteiro da identificação 3.1. Geral Cada instrumento ou função a ser identificada é designado por um conjunto alfanumérico, chamado de tag. A parte de identificação da malha correspondente ao número é comum a todos os instrumentos da mesma malha. O tag pode ainda ter sufixo para completar a identificação. 3.2. Tag completo típico TIC 103 Identificação do instrumento ou tag do instrumento T... Primeira letra: variável da malha, Temperatura ...C Última letra: identificação funcional: Controlador ...I... Modificador ou complemento da função: Indicador 103 Número da malha de temperatura O número da malha do instrumento pode incluir o código da informação da área . Por exemplo, o TIC 500-103, TIC 500-104, aos dois controladores indicadores de temperatura, ambos da área 500 e os números seqüenciais são 103 e 104. 3.3. Identificação funcional A identificação funcional do instrumento ou seu equivalente funcional consiste de Símbolos e Identificação 7 letras da Tab. 1.2.5 e inclui uma primeira letra, que é a variável do processo medida ou de inicialização. A primeira letra pode ter um modificador opcional. Por exemplo, PT é o transmissor de pressão e PDT é o transmissor de pressão diferencial. A identificação funcional do instrumento é feita de acordo com sua função e não de sua construção. Assim, um transmissor de pressão diferencial para medir nível tem o tag LT (transmissor de nível) e não o de PDT, transmissor de pressão diferencial. Embora o transmissor seja construído e realmente meça pressão diferencial, seu tag depende de sua aplicação e por isso pode ser LT, quando mede nível ou FT, quando mede vazão. Outro exemplo, uma chave atuada por pressão ligada à saída de um transmissor pneumático de nível tem tag LS, chave de nível e não PS, chave de pressão. O tag também não depende da variável manipulada, mas sempre da variável inicializada ou medida. Assim, uma válvula que manipula a vazão de saída de um tanque para controlar nível, tem tag de LV ou LCV e não de FV ou FCV. A segunda letra tipicamente é a função do instrumento. FT é o tag de um transmissor (T) de vazão (F). Também a segunda letra pode ter um ou mais modificadores. FIA é o tag de um indicador de vazão, com alarme. Alarme é o modificador da função indicação. Também pode se detalhar o tipo de alarme, p. ex., FIAL é o tag de um indicador de vazão com alarme de baixa. O tag pode ter modificador da variável (primeira letra) e da função (segunda letra). Por exemplo, PDIAL é um indicador de pressão diferencial (modificador de pressão) com alarme (modificador do indicador) de baixa (modificador do alarme). Quando o tag possuir várias letras, pode-se dividi-lo em dois tags. O instrumento é simbolizado por dois balões se tangenciando e o tag por ser, por exemplo, TIC-3 para o controlador indicador de temperatura e TSH-3 para a chave manual associada ao controlador.Todas as letras de identificação de instrumentos são maiúsculas. Por isso, deve-se evitar usar FrC para controlador de relação de vazões e usar FFC, controlador de fração de vazões. As funções de computação (+. -, x, ÷, √), seleção (<, >), lógica e covnersão (i/p, p/i) deve ter os símbolos ao lado do balão, para esclarecer a função executada. 3.4. Identificação da malha A identificação da malha geralmente é feita por um número, colocado ao final da identificação funcional do instrumento associado a uma variável de processo. A numeração pode ser serial ou paralela. Numeração paralela começa de 0 ou para cada variável, TIC-100, FIC-100, LIC-100 e AI-100. Numeração serial usa uma única seqüência de números, de modo que se tem TIC-100, FIC-101, LIC-102 e AI-103. A numeração pode começar de 1 ou qualquer outro número conveniente, como 101, 1001, 1201. Quando a malha tem mais um instrumento com a mesma função, geralmente a função de condicionamento, deve-se usar apêndice ou sufixo ao número. Por exemplo, se a mesma malha de vazão tem um extrator de raiz quadrada e um transdutor corrente para pneumático, o primeiro pode ser FY-101-A e o segundo FY-101-B. Quando se tem um registrador multiponto, com n pontos, é comum numerar as malhas como TE-18-1, TE-18- 2, TE-18-3 até TE-18-n. Quando um registrador tem penas dedicadas para vazão, pressão, temperatura, seu tag pode ser FR-2, PR-5 e TR-13. Se ele registra três temperaturas diferentes, seu tag pode ser TR-7/8/9. Acessórios de instrumentos, como medidores de purga, regulador de pressão, pote de selagem e poço de temperatura, que às vezes nem é mostrado explicitamente no diagrama, precisam ser identificados e ter um tag, de acordo com sua função e deve ter o mesmo número da malha onde é utilizado. Esta identificação não implica que o acessório deva ser representado no diagrama. Também pode usar o mesmo tag da malha e colocando- se a palavra de sua função, como SELO, POÇO, FLANGE, PURGA. Há acessório que possui letra correspondente, como W para poço termal. Símbolos e Identificação 8 Pode haver diferenças de detalhes de identificação. Por exemplo, para a malha 301 de controle de temperatura, pode-se ter a seguinte identificação: TE-301 sensor de temperatura TT – 301 transmissor de temperatura TIC-301 controlador de temperatura TCV-301 válvula controladora (ou de controle) de temperatura Porém, há quem prefira e use: TIC-301-E sensor de temperatura TIC – 301-T transmissor de temperatura TIC-301-C controlador de temperatura TIC-301-V válvula controladora (ou de controle) de temperatura Também é possível encontrar em diagramas o tag de TIC ou TC para o controlador de temperatura. Como praticamente todo controlador é também indicador, é comum simplificar e usar TC. Alguns projetistas usam pequenas diferenças de tag para distinguir válvulas auto controladas (reguladoras) de válvulas convencionais que recebem o sinal do controlador. Assim, a válvula auto controlada de temperatura tem tag de TCV e a válvula convencional de TV. 4. Simbologia de Instrumentos A normalização dos símbolos e identificações dos instrumentos de medição e controle do processo, que inclui símbolos e códigos alfa numéricos, torna possível e mais eficiente a comunicação do pessoal envolvido nas diferentes áreas de uma planta manutenção, operação, projeto e processo. Mesmo os não especialistas em instrumentação devem saber a identificação dos instrumentos. 4.1. Parâmetros do Símbolo A simbologia correta da instrumentação deve conter os seguintes parâmetros 1. identificação das linhas de interligação dos instrumentos, p. ex.., eletrônica física , eletrônica por configuração, pneumática. 2. determinação do local de instalação dos instrumentos, acessível ou não acessível ao operador de processo. 3. filosofia da instrumentação, quanto ao instrumento ser dedicado a cada malha ou compartilhado por um conjunto de malhas de processo 4. identificação (tag) do instrumento, envolvendo a variável do processo, a função do instrumento e o numero da malha do processo. 5. outras informações adicionais. 4.2. Alimentação dos instrumentos A maioria absoluta dos instrumentos de medição e de controle requer alguma fonte de alimentação, que lhe forneça algum tipo de energia para seu funcionamento. Os tipos mais comuns de alimentação são a elétrica e a pneumática, porém há muitas outras disponíveis. As seguintes abreviações são sugeridas para denotar os tipos de alimentação. Opcionalmente, elas podem indicar também tipos de purga. AS Suprimento de ar (Air supply) ES Suprimento elétrico (Electric supply) GS Suprimento de gás (Gas supply) HS Suprimento hidráulico NS Suprimento de Nitrogênio SS Suprimento de Vapor (Steam supply) WS Suprimento de água (Water supply) O nível de alimentação pode ser adicionado à linha de alimentação do instrumento. Por exemplo, AS 100 kPa (alimentação pneumática de 100 kPa), ES 24 V cc (alimentação de 24 V cc para instrumento elétrico). Símbolos e Identificação 9 Tab. 1.2.1. Válvulas de controle Válvula de controle com atuador pneumático Válvula atuada por cilindro (ação dupla) Válvula auto regulada ou reguladora Reguladora com tomada de pressão externa Reguladora de vazão autocontida Válvula solenóide com três vias com reset Atuada por diafragma com pressão balanceada Válvula com atuador a diafragma e posicionador Ação da válvula FC – Falha fechada FO – Falha aberta Válvula de controle com atuador manual Tab. 1.2.2. Válvulas manuais (*) Válvula gaveta (*) Pode ser acoplado atuador ao corpo (*) Válvula globo Válvula retenção Válvula plug Válvula controle manual (*) Válvula esfera (*) Válvula borboleta ou damper Válvula de retenção e bloqueio Válvula de blowdown (*) Válvula diafragma (*) Válvula ângulo (*) Válvula três vias Válvula quatro vias Corpo de válvula isolado Válvula agulha Outras válvulas com abreviatura sob o corpo S R FO ou FC IhV NV TSO Símbolos e Identificação Tab. 1.2.3. Miscelânea Válvula de segurança de pressão, ajuste em 100 kPa Válvula de segurança de vácuo, ajuste em 50 mm H2O vácuo Disco de ruptura (pressão) Disco de ruptura (vácuo) C = selo químico P = amortecedor de pulsação S = sifão Plug Mangueira Filtro, tipo Y Purgador de vapor Dreno contínuo Código item #1234 Funil de dreno Filtro tipo T Placa de orifício com flange Totalizador indicador de vazão a DP Indicador de vazão tipo área variável Tubo venturi ou bocal medidor de vazão Turbina medidora de vazão ou elemento propelente Placa de orifício em porta placa Tubo pitot ou Annubar Espetáculo cego instalado com anel em linha (passagem livre) Espetáculo cego instalado com disco em linha (bloqueado) Transmissor de nível a pressão diferencial PSV PSV PSE PSE C T LSV T LSV o FE FQI FI FE FE FE FE LT 10 (Ver abreviaturas) Instrumento de nível tipo deslocador, montado externamente ao tanque LT Símbolos e Identificação 11 4.3. Linhas entre os Instrumentos As linhas de ligações entre os instrumentos devem ser mais finas que as linhas de processo e são simbolizadas como mostrado a seguir. Sinal indefinido: conexão com processo, elo mecânico ou alimentação do instrumento Sinalpneumático, típico de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi) Sinal eletrônico, típico de 4 a 20 mA cc Sinal de ligação por programação ou elo de comunicação Elo mecânico ~ ~ ~ Sinal eletromagnético ou sônico (guiado) ~ ~ ~ Sinal eletromagnético ou sônico (não guiado) L L L Sinal hidráulico Tubo capilar Linha de processo 4.4. Balão do Instrumento O instrumento completo é simbolizado por um pequeno balão circular, com diâmetro aproximado de 12 mm. Porem, os avanços nos sistemas de controle com instrumentação aplicando microprocessador, computador digital, que permitem funções compartilhadas em um único instrumento e que utilizam ligações por programação ou por elo de comunicação, fizeram surgir outros símbolos de instrumentos e de interligações. Tab. 1.2.4. Representação dos instrumentos em Diagramas P&I Sala de Controle Central Local Auxiliar Campo Acessível ao operador Atras do painel ou inacessível ao operador Acessível ao operador Atras do painel ou inacessível ao operador Montado no campo Equipamento Instrumento discreto Equipamento compartilhado Instrumento compartilhado Software Função de computador Lógica compartilhada Controle Lógico Programável Instrumentos compartilhando o mesmo invólucro. Não é mandatório mostrar uma caixa comum. Tab. 1.2.5. Letras de Identificação Símbolos e Identificação 12 Primeira letra Letras subsequentes Variável Modificador Função display Função saída Modificador A Análise (5,19) Alarme B Queimador Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) C Escolha (1) Controle (13) D Escolha (1) Diferencial E Tensão (f.e.m.) Elemento sensor F Vazão (flow) Fração ou relação (4) G Escolha (1) Visor (9) ou indicador local H Manual (hand) Alto (high) (7, 15, 16) I Corrente Indicação (10) J Potência Varredura (scan) (7) K Tempo Tempo de mudança (4, 21) Estação controle (22) L Nível (level) Lâmpada (11) Baixo (low) (7, 15, 16) M Escolha (1) Momentâneo Médio (7, 15) N Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) O Escolha (1) Orifício ou Restrição P Pressão, Vácuo Ponto de teste Q Quantidade Integral, Total (4) R Radiação Registro (17) S Velocidade ou Freqüência Segurança (8) Chave (13) T Temperatura Transmissão (18) U Multivariável (6) Multifunção (12) Multifunção (12) Multifunção (12) V Vibração, Análise mecânica Válvula, damper (13) W Peso, Força Poço (well) X Não classificado (2) Variável a definir Eixo X Não classificado (2) Não classificado (2) Não classificado (2) Y Evento, Estado Função a definir Eixo Y Relé, computação (13, 14, 18) Z Posição ou Dimensão Eixo Z Elemento final Símbolos e Identificação 13 Notas para a Tabela das Letras de Identificação 1. Uma letra de escolha do usuário tem o objetivo de cobrir significado não listado que é necessário em uma determinada aplicação. Se usada, a letra pode ter um significado como de primeira letra ou de letras subsequentes. O significado precisa ser definido uma única vez em uma legenda. Por exemplo, a letra N pode ser definida como módulo de elasticidade como uma primeira letra ou como osciloscópio como letra subsequente. 2. A letra X não classificada tem o objetivo de cobrir significado não listado que será usado somente uma vez ou usado em um significado limitado. Se usada, a letra pode ter qualquer número de significados como primeira letra ou como letra subsequente. O significado da letra X deve ser definido do lado de fora do círculo do diagrama. Por exemplo, XR pode ser registrador de consistência e XX pode ser um osciloscópio de consistência. 3. A forma gramatical do significado das letras subsequentes pode ser modificado livremente. Por exemplo, I pode significar indicador, ou indicação; T pode significar transmissão ou transmissor. 4. Qualquer primeira letra combinada com as letras modificadoras D (diferencial), F (relação), M (momentâneo), K (tempo de alteração) e Q (integração ou totalização) representa uma variável nova e separada e a combinação é tratada como uma entidade de primeira letra. Assim, os instrumentos TDI e TI indicam duas variáveis diferentes: diferença de temperatura e temperatura. As letras modificadoras são usadas quando aplicável. 5. A letra A (análise) cobre todas as análises não descritas como uma escolha do usuário. O tipo de análise deve ser especificado fora do circulo de identificação. Por exemplo, análise de pH, análise de O2. Análise é variável de processo e não função de instrumento, como muitos pensam principalmente por causa do uso inadequado do termo analisador. 6. O uso de U como primeira letra para multivariável em lugar de uma combinação de outras primeiras letras é opcional. É recomendável usar as primeiras letras especificas em lugar da letra U, que deve ser usada apenas quando o número de letras for muito grande. Por exemplo, é preferível usar PR/TR para indicar um registrador de pressão e temperatura em vez de UR. Porém, quando se tem um registrador multiponto, com 24 pontos e muitas variáveis diferentes, deve-se usar UR. 7. O uso dos termos modificadores alto (H), baixo (L), médio (M) e varredura (J) é opcional. 8. O termo segurança se aplica a elementos primários e finais de proteção de emergência. Assim, uma válvula auto atuada que evita a operação de um sistema de fluido atingir valores elevados, aliviando o fluido do sistema tem um tag PCV (válvula controladora de pressão). Porém, o tag desta válvula deve ser PSV (válvula de segurança de pressão) se ela protege o sistema contra condições de emergência, ou seja, condições que são perigosas para o pessoal ou o equipamento e que são raras de aparecer. A designação PSV se aplica a todas as válvulas de proteção contra condições de alta pressão de emergência, independente de sua construção, modo de operação, local de montagem, categoria de segurança, válvula de alívio ou de segurança. Um disco de ruptura tem o tag PSE (elemento de segurança de pressão). 9. A função passiva G se aplica a instrumentos ou equipamentos que fornecem uma indicação não calibrada, como visor de vidro ou monitor de televisão. Costuma-se aplicar TG para termômetro e PG para manômetro, o que não é previsto por esta norma. 10. A indicação normalmente se aplica a displays analógicos ou digitais de uma medição instantânea. No caso de uma estação manual, a indicação pode ser usada para o dial ou indicador do ajuste. 11. Uma lâmpada piloto que é parte de uma malha de instrumento deve ser designada por uma primeira letra seguida pela letra subsequente L. Por exemplo, uma lâmpada piloto que indica o tempo expirado deve ter o tag KQL (lâmpada de totalização de tempo). A lâmpada para indicar o funcionamento de um motor tem o tag EL (lâmpada de voltagem), pois a voltagem é a variável medida conveniente para indicar a operação do motor ou YL (lâmpada de evento) assumindo que o estado de operação está sendo monitorado. Não se deve usar a letra genérica X, como XL 12. O uso da letra U para multifunção, vem vez da combinação de outras letras funcionais é opcional. Este designador não específico deve ser usado raramente. 13. Um dispositivo que liga, desliga ou transfere um ou mais circuitos pode ser uma chave, um relé, um controlador liga-desliga ou uma válvula de controle, dependendo da aplicação. Se o equipamento manipula uma vazão de fluido do processo e não é uma válvula manual de bloqueio liga-desliga, ela é projetada como válvula de controle. É incorreto usar o tag CV para qualquer coisa que não seja uma válvula de controle auto atuada. Para todas as aplicações que não tenham vazão de fluido de processo, o equipamento é projetado como: a) Chave, se for atuada manualmente. b) Chave ou controlador liga-desliga, se for automático e for o primeiro dispositivo na malha. O termo chave é geralmente usadose o dispositivo é aplicado para alarme, lâmpada piloto, seleção, intertravamento ou segurança. O termo controlador é usado se o dispositivo é aplicado para o controle de operação normal. c) Relé, se for automático e não for o primeiro dispositivo na malha, mas atuado por uma chave ou por um controlador liga-desliga. 14. As funções associadas com o uso de letras subsequentes Y devem ser definidas do lado de fora do circulo de identificação. Por exemplo, FY pode ser o extrator de raiz quadrada na malha de vazão; TY pode ser o conversor corrente para pneumático em uma malha de controle de temperatura. Quando a função é evidente como para uma válvula solenóide ou um conversor corrente para pneumático ou pneumático para corrente a definição pode não ser obrigatória. 15. Os termos modificadores alto, baixo, médio ou intermediário correspondem aos valores da variável medida e não aos valores do sinal. Por exemplo, um alarme de nível alto proveniente de um transmissor de nível com ação inversa deve ser LAH, mesmo que fisicamente o alarme seja atuado quando o sinal atinge um valor mínimo crítico. 16. Os termos alto e baixo quando aplicados a posições de válvulas e outras dispositivos de abrir e fechar são assim definidos: a) alto significa que a válvula está totalmente aberta b) baixo significa que a válvula está totalmente fechada 17. O termo registrador se aplica a qualquer forma de armazenar permanentemente a informação que permita a sua recuperação por qualquer modo. 18. Elemento sensor, transdutor, transmissor e conversor são dispositivos com funções diferentes, conforme ISA S37.1. 19. A primeira letra V, vibração ou análise mecânica, destina-se a executar as tarefas em monitoração de máquinas que a letra A executa em uma análise mais geral. Exceto para vibração, é esperado que a variável de interesse seja definida fora das letras de tag. 20. A primeira letra Y se destina ao uso quando as respostas de controle ou monitoração são acionadas por evento e não acionadas pelo tempo. A letra Y, nesta posição, pode também significar presença ou estado. 21. A letra modificadora K, em combinação com uma primeira letra como L, T ou W, significa uma variação de taxa de tempo da quantidade medida ou de inicialização. A variável WKIC, por exemplo, pode representar um controlador de taxa de perda de peso. 22. A letra K como modificador é uma opção do usuário para designar uma estação de controle, enquanto a letra C seguinte é usada para descrever controlador automático ou manual. Símbolos e Identificação 14 (a) Representação detalhada (b) Representação simplificada Fig. 1.2.1. Representação detalhada de uma malha de controle de pressão (a) e a equivalente, simplificada (b). PIC 211 PT 211 ½" 0-300 PIC 211 S.P. C-#2 (PI) PAH dp/dt AO-21 AI- PY 211 AS AS P PCV 211 FC Símbolos e Identificação 15 Fig. 1.2.2. Simbologia total Fig. 1.2.3. Simbologia de modo simplificado Fluido do trocador de calor PT 2 FT 1 PR FR FY TV 3 RTD TRC 21 1 3 TAL TSL 3 3 Fluido do trocador de calor PR 2 FR 1 TV 3 TRC 3 TAL 4 Símbolos e Identificação 16 Fig. 1.2.4. Diagrama funcional detalhado típico de malha de controle ∆ Σ Τ < > ∫ K I T A I FE FT FR I/P ELEMENTO DE VAZÃO TRANSMISSOR DE VAZÃO CAMPO PAINEL REGISTRADOR PAINE L CAMPO EXTRATOR DE RAIZ QUADRADA MEDIÇÃO FEEDFORWARD CONTROLADOR ESTAÇÃO AUTO-MANUAL TRANSDUTOR I/P VÁLVULA COM ATUADOR PNEUMÁTICO DIFERENÇA (ERRO) PONTO DE AJUSTE AÇÃO INTEGRAL AÇÃO PROPORCIONAL RELÉ TRANSFERÊNCIA A/M LIMITADOR AJUSTÁVEL H e L SOMADOR TRANSFERÊNCI MANUAL SAÍDA MANUAL EMERGÊNCIA K Símbolos e Identificação 17 Tab. 1.2.6. Elementos do Diagrama Funcional Transmissor de vazão Transmissor de nível Transmissor de pressão Transmissor de temperatura Transmissor de análise Lâmpada de painel Indicador da variável X Registrador da variável X Bobina de relé Chave de transferência Relé de transferência ou trip Seletor de sinal alto Seletor de sinal baixo Conversor analógico/digital Conversor digital/analógico Operador motorizado Operador não especificado Extrator de raiz quadrada Multiplicador Divisor Polarização, adição ou subtração Comparador, diferença Adicionador, somador Tirador de média Integrador Contato normalmente aberto Contato normalmente fechado Gerador de sinal analógico Gerador de sinal manual Atuador solenoide Limitador de sinal alto Limitador de sinal baixo Transdutor ar pneumático para corrente Válvula com atuador pneumático Ação de controle proporcional Ação de controle integral Ação de controle derivativa 5. Malha de controle A Fig. 1.2.1 (a). ilustra como os símbolos anteriores são combinados para descrever uma determinada malha de controle. Há vários níveis de detalhamento. À esquerda, tem-se a malha com todos os detalhes e à direita, a malha simplificada. FT LT PT AT TT XI XR T T T > < A/D D/A × ÷ ± ∆ Σ Σ/n Σ/t S MO A > < P/I K ∫ d/dt f(x) Símbolos e Identificação 18 Esta malha de controle e indicação de pressão (PIC) é controlada por um sistema de controle distribuído compartilhado O ponto de ajuste deste controlador é estabelecido por um computador supervisório através de um highway de dados compartilhados que fornece o elo de programação entre o computador e o sistema de controle compartilhado. O número da malha de controle é único e igual a 211, que pode indicar a 11a malha da área 200. Todos os componentes da malha possuem este mesmo número, ou seja, 1. transmissor PT 211 2. transdutor i/p PY 211 3. controlador PIC 211 O transmissor PT 211 está ligado ao processo através de uma válvula de bloqueio de ½ " (13 mm) e sente a pressão de 0 a 300 psi e gera na saída o sinal padrão de corrente eletrônica de 4 a 20 mA cc. O sinal de saída do transmissor é recebido e identificado no multiplexador do sistema compartilhado como a entrada analógica #17 (AI- 17). O controlador PIC 211 se encontra no console #2 (C-2) do sistema compartilhado e tem as funções de controle PI. O sistema compartilhado também fornece um sinal de alarme de alta e uma variação de pressão de alta (dP/dt) desta medição (PAH). No lado da saída do controlador, o sinal que deixa o multiplexador do sistema é identificada como a saída analógica (AO-21), que ainda é o sinal de 20 mA cc que é recebido por um transdutor i/p, que o converte para o sinal pneumático de 20 a 100 kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psi), que está montado na válvula de controle PCV 211. A válvula em si é linear, em falha ela fecha (fail close - FC) e possui um posicionador (P). O transdutor i/p requer a alimentação pneumática (AS - air supply), típica de 140 kPa (22 psi). O diagrama da Fig. 1.2.1 (b) mostra uma malha de controle de pressão, digital e compartilhada, PIC. 6. Sistemas completos A seguir são mostrados outros exemplos com símbolos de instrumentação. As Fig. 1.2.2. e Fig. 1.2.3 mostram o mesmo sistema de controle com diferentes graus de detalhamento. Na Fig. 1.2.3 todos os elementos são mostrados. O registro da vazão é obtido de 1. uma placa de orifício (elemento de vazão, FE-1, não mostrado), 2. transmissor de vazão, montado no campo, FT-1, 3. extrator de raiz quadrada, montado atrás do painel do operador 4. registrador com duas penas, umapara a vazão (FR-1) e outra para a pressão (PR-2), montado no painel de leitura. O registro da pressão é obtido de 1. transmissor de pressão, PT-2, montado no campo. A tomada da pressão usa a tomada de alta ou de baixa da placa de orifício. Todos os sinais envolvidos são pneumáticos, padrão de 20 a 100 kPa. A temperatura da saída do gás é medida por um detector de temperatura a resistência (RTD), montada em um poço, ligado diretamente ao registrador e controlador de temperatura (TRC-3). A saída elétrica do controlador (4 a 20 mA cc) modula a abertura de uma válvula esfera (TV-3), com atuador a cilindro. O controlador registrador de temperatura tem uma chave de temperatura (termostato TSL-3), que atua um alarme no painel (TAL-3), com a temperatura baixa. A Fig. 1.2.3 usa uma simbologia simplificada para mostrar que um gás é aquecido e sua temperatura é controlada por um controlador de painel. O fluido de aquecimento é modulado por uma válvula de controle e registra a vazão do gás, pressão e temperatura de saída e há um alarme que atua com temperatura baixa. 19 Fig. 1.2.5. Instrumentação para um sistema de distilação Alimentação Símbolos e Identificação 20 Fig. 1.2.6. Instrumentação para um sistema de reação Sistemas de Instrumentação 21 A Fig. 1.2.5. mostra a descrição simbólica completa de um processo de distilação. A vazão de alimentação é medida (FE-3, FT-3) e registrada (FR-3), mas não controlada A taxa de entrada de calor é proporcional à taxa de alimentação vezes um ganho de relé (FY-3B), que ajusta o ponto de ajuste do controlador de vazão do óleo quente (FRC-1). O produto leve da torre é condensado, com a temperatura do condensado controlada mantendo-se constante a pressão da coluna (PRC-11). A saída do produto leve tem vazão controlada (FRC-4). O ponto de ajuste do controlador é ajustado por um relé divisor (UY-6), cujas entradas são a vazão de alimentação, como modificada pelo relé função (FY-3A) e a saída do controlador de análise dos produtos leves (ARC-5). O controlador de análise recebe a análise do produto de seu transmissor, que também transmite o sinal para uma chave de análise dual (alta/baixa), que por sua vez, atua em alarmes correspondentes. O nível do acumulador é mantido constante (LIC-7) através da manipulação da vazão de refluxo (LV-7), que é uma válvula com falha aberta (FO). Uma chave de nível separada atua um alarme de nível do acumulador em alta e baixa (LSH/L 9). Há uma indicação de nível local através de visor (LG 10). São medidas temperaturas em vários pontos do processo e os valores são registrados (6 pontos - TJR 8-1 a 8-6) e indicados (3 pontos - TJI 9-1 a 9-3). Alguns dos pontos de registro possuem chaves de acionamento de temperatura baixa e alta (por exemplo, TJSH 8-2, TAH 8-2 e TJSL 9-5 e TAL 8-5), com respectivos alarmes A Fig. 1.2.6. ilustra o sistema de controle para um reator químico. O reagente A é alimentado com vazão controlada (FC-1). As vazões de A e B são controladas com razão constante, através do relé de ganho (FY-1), ajustando o ponto de ajuste do controlador de vazão B (FIC-2). O nível do reator é mantido constante (LIC-3) modulando a saída dos produtos pesados (LC-3). Se o nível é alto, ele automaticamente fecha as válvulas de alimentação dos reagentes (FV- 1 e FV-2) através de válvulas solenóides (UY-7A e UY-7B) e atua um alarme de nível alto (LSH-3 e LAH-3). Um alarme separado é atuado por nível baixo do reator (LSL-3 e LAL3). A reação é exotérmica e a temperatura é controlada (T4) modulando a pressão do refrigerante na jaqueta do reator. Isto é feito pelo controlador de temperatura do reator ajustando o ponto de ajuste do controlador de pressão da jaqueta (PRC-5), que controla a pressão do vapor gerado pela transferência de calor para a água de refrigeração. A temperatura do reator, se alta, atua um alarme. Se a temperatura fica muito alta, ela fecha as válvulas de alimentação A (FV-1) e B (FV-2) e a de pressão (PV-5), enquanto abre a alimentação d'água e as válvulas de retorno através de válvulas piloto solenóides de intertravamento (UY-7A, B, C, D). Estas válvulas de alta temperatura podem também ser atuadas por uma chave manual (HS-6). Um nível constante do refrigerante é mantido na jaqueta modulando a alimentação de água e o nível baixo da jaqueta atua um alarme (LSL-11 e LAL-11). A pressão do reator é controlada modulando o venting dos não condensáveis formados na reação enquanto um disco de ruptura protege o reator contra altas pressões perigosas (PSE-10). Apostilas\Automação SimbologiaISA.DOC 24 NOV 98 (Substitui 01 SET 96) 22 1.3 Sistemas de Instrumentação 1. Classes de Instrumentos Os instrumentos de medição e controle de processo podem ser classificados de acordo com a seguinte dialética: 1. manual ou automático 2. alimentado ou sem alimentação externa 3. pneumático ou eletrônico 4. analógico ou digital 5. burro ou inteligente 6. montado no campo ou na sala de controle 7. modular ou integral 8. dedicado ou compartilhado 9. centralizado ou distribuído 2. Manual e Automático Com relação à intervenção humana, a medição instrumento pode ser manual ou automática. A medição mais simples é feita manualmente, com a interferência direta de um operador. A medição manual geralmente é feita por um instrumento portátil. Exemplos de medição manual: medição de um comprimento por uma régua, medição de uma resistência elétrica através de um ohmímetro, medição de uma voltagem com um voltímetro. As medições feitas manualmente geralmente são anotadas pelo operador, para uso posterior. A medição pode ser feita de modo automático e continuo, sem interferência humana direta. O instrumento fica ligado diretamente ao processo, sentindo a variável e indicando continuamente o seu valor instantâneo. Quando o operador quiser saber o valor medido, ele se aproxima adequadamente do instrumento e faz a leitura. Também neste caso, ele pode anotar a leitura feita para uso posterior. Quando se necessita do registro continuo da variável, usa-se um registrador, que opera continuamente. Atualmente é possível, num sistema de aquisição de dados, a medição contínua de muitas variáveis e a emissão de relatórios de medição através de impressoras de computador. Fig. 1.3.1. Instrumentos portáteis (HP) 3. Alimentação dos Instrumentos A energia está associada aos instrumentos de dois modos: através da alimentação e do método de transdução. Qualquer instrumento para funcionar necessita de uma fonte de energia. Esta fonte de energia pode ser externa e explícita, quando o instrumento é alimentado. As duas fontes clássicas de alimentação de instrumentos são a eletrônica e a pneumática. Instrumentos eletrônicos são alimentados por uma fonte externa de voltagem, típica de 24 V cc. Esta alimentação geralmente é feita por um único Sistemas de Instrumentação 23 par de fios que simultaneamente conduz a informação e a alimentação. Por questão econômica e de segurança, raramente se usa um instrumento de medição no campo alimentado com uma bateria integral (colocado no seu interior). Fig. 1.3.2. Alimentação do transmissor eletrônico Instrumentos pneumáticos são alimentados por uma fonte externa de ar comprimido, típica de 140 kPa (20 psi). Cada instrumento pneumático montado no campo é alimentado individualmente através de um conjunto filtro-regulador ajustável ou fixo. O filtro elimina, num estágio final, as impurezas, umidade e óleo contaminantes do ar comprimido. O regulador, ajustável ou fixo, geralmente abaixa a pressão mais elevada de distribuição para o valor típico de 140 kPa. O sinal padrão de transmissão pneumática é de 20 a 100 kPa. Existem ainda instrumentos demontagem local que não necessitam de nenhuma alimentação externa para seu funcionamento. Eles são chamados de auto- alimentados. Eles utilizam a própria energia do processo para seu funcionamento. Exemplos de indicadores e registradores que não necessitam de alimentação externa são: 1. indicador local de pressão, com elemento sensor tipo bourdon C, helicoidal, espiral, helicoidal ou fole. 2. indicador local de temperatura com elemento sensor tipo bimetal. 3. indicador ou registrador local de vazão com elemento sensor de pressão diferencial (diafragma). Fig. 1.3.3. Manômetro, sem alimentação externa 4. Pneumático ou Eletrônico Os instrumentos de medição e controle necessitam de uma fonte de energia externa para o seu funcionamento adequado. Dependendo da natureza desta fonte de energia, os instrumentos podem ser classificados em: 1. pneumáticos, onde estão incluídos os puramente mecânicos. 2. eletrônicos, ou também chamados de elétricos. Ambos os tipos de instrumentos podem executar as mesmas funções, apresentando vantagens e desvantagens, quando comparados. Esta comparação já foi clássica, na década de 1970, mas hoje há uma predominância da instrumentação eletrônica sobre a analógica. A escolha entre pneumático ou eletrônico não é apenas a escolha de um instrumento isolado, mas de todo um sistema de instrumentação de controle do processo. A escolha pode depender do tipo de processo e das variáveis envolvidas. A escolha do sistema de instrumentação influi e implica na definição de outros equipamentos e sistemas. Ou seja, quando se escolhe uma instrumentação pneumática, há a necessidade de se ter um compressor de ar de instrumento, de capacidade adequada à quantidade de instrumentos, com filtros, secadores, estágios de redução e todo um sistema de interligações e distribuição através de tubos plásticos ou de cobre. Quando se escolhe uma instrumentação eletrônica, deve-se considerar o sistema de alimentação elétrica, com eventual opção de reserva de bateria para suprir a energia na falta da alimentação alternada principal. Mesmo com toda a instrumentação eletrônica, deve ser considerado o uso do compressor de ar de instrumento, para alimentar, no mínimo, os transdutores I/P, pois as válvulas de controle são atuadas pneumaticamente. Sistemas de Instrumentação 24 4.1. Instrumento pneumático O instrumento pneumático é aquele que necessita, para seu funcionamento, da alimentação de ar comprimido, pressão típica de 120 kPa (20 psig). O sinal padrão de informação pneumática é o de 20 a 100 kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psi). O dispositivo para gerar o sinal padrão é o conjunto bico palheta. A distância entre o bico que sopra e a palheta que se move em função da variável medida modula o sinal de saída entre 20 e 100 kPa. O dispositivo para detectar o sinal padrão é o fole receptor. Fig. 1.3.4. Transmissor pneumático (Foxboro) Mesmo com o uso intensivo e extensivo de instrumentos eletrônicos, ainda hoje se usa muito a válvula de controle com atuador pneumático. Por sua simplicidade, confiabilidade e economia, a válvula de controle com atuador pneumático ainda será usada como elemento final de controle padrão por muitos anos. 4.2. Instrumento eletrônico O instrumento eletrônico é alimentado por energia elétrica, geralmente de 24 V cc. Mesmo quando ele é alimentado pela linha alternada de 120 V ca, seus circuitos internos a semicondutores necessitam de corrente contínua para sua polarização e portanto todos os instrumentos possuem uma fonte de alimentação integralizada. O sinal padrão para a transmissão de corrente eletrônica é 4 a 20 mA cc. Já foi usado o sinal de 10-50 mA cc, porém, por causa da segurança e compatibilidade com computadores digitais, ele desapareceu. Existe também o sinal padrão de transmissão de 1 a 5 V cc, porém ele não é adequado para grandes distancias, pois a resistência parasita da fiação atenua o sinal transmitido. A alimentação dos instrumentos eletrônicos de campo é feita através do mesmo par de fios que conduz o sinal padrão de informação. Tais transmissores são chamados de 2-fios. Pretendeu-se diminuir o sinal padrão para faixa menor que 4 a 20 mA, para que a alimentação fosse de 5 V cc, porém, isso não se realizou. Fig. 1.3.5. Medidor vortex, eletrônico (Foxboro) Atualmente, quando se tem todo o sistema digital, a transmissão é feita digitalmente. Ainda não há um protocolo padrão de transmissão digital e os fabricantes usam os seus protocolos proprietários, como HART, da Fisher- Rosemount, FOXCOM, da Foxboro. Em outubro de 1996 deverá ser assinado uma tentativa de padronização do Fieldbus. O instrumento eletrônico pode ser uma fonte de energia e por isso ele não é seguro, a não ser que sejam tomados cuidados especiais de fabricação e instalação. Ele deve possuir uma classificação elétrica especial, compatível com a classificação de área do local onde ele vai operar. Há basicamente dois tipos de instrumentos eletrônicos: à base de corrente e à base de tensão. Sistemas de Instrumentação 25 Fig. 1.3.6. Instrumentos eletrônicos As características dos instrumentos à base de corrente são: 1. todos os instrumentos devem ser ligados em serie. Para garantir a integridade do sistema, devem existir dispositivos de proteção que possibilitem a retirada ou colocação de componentes da malha, sem interrupção ou interferência de funcionamento. Caso não haja essa proteção, quando um instrumento da malha é retirado, ou mesmo se estraga, toda a malha fica desligada. 2. a ligação em serie também influi no valor máximo da impedância da malha. A malha de instrumentos à base de corrente, onde todos são ligados em serie, a soma das impedâncias de entrada de todos os instrumentos é limitada por um valor máximo, que é função geralmente do nível de alimentação da malha. Desse modo, é limitado o número de instrumentos ligados em serie numa malha. Quando esse limite é ultrapassado, a solução é usar o instrumento repetidor de corrente, também chamados, casadores de impedância. 3. as impedâncias de entrada dos instrumentos são baixas (dezenas a centenas de ohms) e portanto as correntes circulares são relativamente elevadas (mA). Isso eqüivale a dizer que o consumo de energia é elevado e há grande dissipação de calor. As características dos instrumentos à base de tensão são: 1. todos os instrumentos são ligados em paralelo. Os diagramas de ligação, como conseqüência, são mais simples, pois podem ser unifilares. 2. os componentes apresentam alta impedância de entrada, de modo que a retirada, colocação ou defeito dos instrumentos do sistema não interferem no seu funcionamento normal. 3. como os instrumentos possuem altíssimas impedâncias de entrada (MΩ) as correntes circulantes são baixíssimas (µA ou pA). O nível de energia dissipada é baixo e o calor dissipado é desprezível. Como recomendação: utiliza-se instrumento à base de corrente para a transmissão de sinais, pois não há problemas de atenuação com as distancias envolvidas e utiliza-se o sistema com instrumentos à base de tensão para a manipulação local dos sinais, dentro do painel, para usufruir das vantagens de baixo consumo, baixa dissipação de calor, facilidade de ligações, flexibilidade de conexões. 5. Analógico ou Digital O conceito de analógico e digital se refere a 1. sinal 2. tecnologia 3. display 4. função matemática. 5.1. Sinal Sinal é uma indicação visual, audível ou de outra forma que contem informação. Sinal analógico é aquele que vária de modo continuo, suave, sem saltos em degrau. O parâmetro fundamental do sinal analógico é sua amplitude. Medir um sinal analógico é determinar o valor de sua amplitude. São exemplos de sinal analógico: 1. Sinal padrão pneumático de 20-100 kPa, onde o 20 kPa corresponde a 0% e 100 kPa a 100%.2. Sinal padrão eletrônico de 4-20 mA cc, onde o 4 mA cc corresponde a 0% e 20 mA a 100%. 3. As variáveis de processo são analógicas. Uma temperatura pode variar de 20 a 50 oC, assumindo todos os infinitos valores intermediários. Uma pressão de processo pode variar de 20 a 100 kPa, de modo contínuo. Sinal binário ou discreto é aquele que só pode assumir valores descontínuos. O sinal digital é constituído de pulsos ou de bits. Pulsos só podem ser contados; bits podem ser manipulados. Sistemas de Instrumentação 26 A saída de pulsos da turbina medidora de vazão, onde cada pulso escalonada pode corresponder, por exemplo, a 1 litro/segundo de vazão é um sinal binário. Um sinal digital de 8 bits pode ser 10011101. 5.2. Display O display ou readout é a apresentação visual dos dados. Ele pode ser analógico ou digital. Display analógico é aquele constituído, geralmente, de uma escala fixa e um ponteiro móvel (pode haver escala móvel e ponteiro fixo). O ponteiro se move continuamente sobre a escala graduada, possibilitando a leitura do valor medido. Display digital é aquele constituído por números ou dígitos. Os números variam de modo discreto, descontinuo, possibilitando a leitura do valor medido. O fator mais importante favorecendo o instrumento digital, quando comparado com o analógico, é a facilidade de leitura. Quando o operador lê um instrumento analógico, ele deve se posicionar corretamente, fazer interpolação, usar espelho da escala, ou seja, ter um bom olho. A leitura analógica é suscetível a erro, subjetiva e demorada. (a) (b) Fig. 1.3.7. Display (a) analógico e (b) digital 5.3. Tecnologia A tecnologia eletrônica pode ser analógica ou digital. A base dos circuitos analógicos é o amplificador operacional, que manipula e computada variáveis analógicas (corrente e voltagem). Os componentes passivos (resistência, capacitor e indutor) servem para polarizar os circuitos. Os componentes ativos (transistores, amplificadores operacionais) operam na região de amplificação linear. Instrumento digital usa circuitos e técnicas lógicas para fazer a medição ou para processar os dados. Basicamente, um instrumento digital pode ser visto como um arranjo de portas lógicas que mudam os estados em velocidades muito elevadas para fazer a medição. A base dos circuitos digitais são os circuitos integrados digitais, constituídos de portas lógicas (AND, OR, NAND, NOR, NOT), multivibradores (flip- flop), contadores e temporizadores. Atualmente, todos estes circuitos e lógicas estão integradas no microprocessador. Os circuitos digitais podem também executar as tarefas analógicas de amplificar e filtrar. Necessariamente, eles devem ter um estágio de conversão analógico-digital e eventualmente, de digital-analógico. Fig. 1.3.8. Totalização (digital) por meio analógico 5.4. Função Matemática Há funções ou tarefas que são tipicamente analógicas, como registro e controle de processo. Só é possível registrar um sinal analógico. Por exemplo, quando se quer registrar a vazão, tendo-se uma turbina medidora com saída de pulsos, deve-se converter o sinal de pulsos em analógico. O controle é também uma função analógica. O seu algoritmo fundamental, PID, é matematicamente analógico e continuo. O controle liga-desliga é um caso particular, com uma saída discreta (digital). Um controlador digital envolve uma tecnologia digital para executar a função analógica de controle. Funções tipicamente digitais são alarme, contagem de eventos e totalização de vazão. Quando se totalizam pulsos Sistemas de Instrumentação 27 escalonados de medição de vazão, basta contá-los. Quando se totaliza um sinal analógico proporcional à vazão, é necessário converter o sinal para digital e depois contar os pulsos correspondentes. Um exemplo relacionando todos estes conceitos é a medição do tempo pelo relógio. O tempo é uma grandeza analógica. O tempo pode ser medido por um relógio mecânico, com tecnologia analógica e mostrador analógico. Tem-se engrenagens, molas, pinos acionando um ponteiro que percorre uma escala circular graduada. O ponteiro se move continuamente. Este mesmo tempo pode ser medido por um relógio eletrônico, com tecnologia digital mas com mostrador analógico. A tecnologia do relógio é digital pois tem um microprocessador e um cristal oscilante. A indicação é analógica, pois é constituída de escala e ponteiro. Porem, o ponteiro se move com pequenos saltos, mostrando que está sendo acionado por pulsos. Finalmente, o tempo pode ser indicado por um relógio digital. A tecnologia do relógio é digital e o indicador é também digital. O display são números que variam discretamente. Resumindo: a variável analógica tempo pode ser indicada através de relógio analógico (mecânico) ou digital (eletrônico) com display analógico (escala e ponteiro) ou digital (números). 5.5. Comparação Analógica Versus Digital Deve-se diferenciar um instrumento digital e um instrumento com display digital. Instrumento digital é aquele em que o circuito necessário para obter a medição é de projeto digital. Um instrumento com display digital é aquele que o circuito de medição é de projeto analógico e somente a indicação é de projeto digital. Um instrumento analógico com leitura digital geralmente não é mais preciso que o mesmo instrumento analógico com leitura analógica. A principal vantagem do display digital é a conveniência de leitura, quando não se tem a preocupação de cometer erro de paralaxe, quando se posiciona erradamente em relação ao instrumento de leitura. Os psicólogos garantem que se cansa menos quando se fazem múltiplas leituras digitais. Porém, a leitura de instrumento analógico é de mais rápida e fácil interpretação, principalmente quando se tem comparações entre duas medições. Por isso, mesmo a instrumentação eletrônica sofisticada com tecnologia digital possui medidores que simulam indicações analógicas. Por exemplo, o controlador single loop possui indicações da medição e do ponto de ajuste feitas através de gráfico de barras. Os relógios digitais foram muito populares na década de 80, porque eles eram novidade e mais baratos. Atualmente, há o reaparecimento de relógios com display analógico, com ponteiros e escala, porque sua leitura é mais rápida e fácil, pois se sabe o significado de certas posições dos ponteiros das horas e dos minutos. A precisão é uma segunda vantagem do instrumento digital sobre o analógico. Embora a precisão dependa da qualidade e do projeto do instrumento, em geral, o instrumento digital é mais preciso que o analógico de mesmo custo. Tipicamente, a precisão do digital é de 0,1% e do analógico é de 1%. A exatidão de qualquer instrumento está relacionada com a calibração. Como a precisão de um instrumento digital depende da percentagem do valor medido e de mais ou menos alguns dígitos menos significativos (erro de quantização), o instrumento digital requer calibrações mais freqüentes que o instrumento analógico, cuja precisão depende apenas da percentagem do fundo de escala. Os instrumentos digitais fornecem melhor resolução que os analógicos. A maior resolução dos instrumentos digitais reduz o número de faixas necessárias para cobrir a faixa de medição. Fig. 1.3.9. Instrumentos inteligentes (Foxboro) Sistemas de Instrumentação 28 6. Burro ou inteligente Os instrumentos convencionais de leitura apresentam os resultados para o operador, que deve interpretá-los. Esta interpretação envolve o uso da unidade de engenharia apropriada, linearização, alguma computação matemática e a conclusão final. Obviamente, para isso se requer um operador esperto ou inteligente. Com o uso intensivo e extensivo do microprocessador na instrumentação, tornou-se possível passar para o instrumento esta capacidade humana de computação matemática e interpretação de resultados. Em 1983
Compartilhar