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Simulado Diplomata - Prova Manhã - Propaganda

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EDITAL Nº 1, DE 5 DE JULHO DE 2019
CONCURSO DE ADMISSÃO À CARREIRA DE DIPLOMATA
Terceiro-secretário da car reira de diplomata
I N S T R U Ç Õ E S
Todo mundo pode!
• Você receberá do fiscal:
o um caderno de questões das provas objetiva e discursiva contendo 50 (cinquenta) questões de múltipla escolha, com 5 (cinco) 
alternativas de resposta cada uma e apenas 1 (uma) alternativa correta, e 1 (uma) questão discursiva;
o uma folha de respostas personalizada da prova objetiva; e
o uma folha de texto definitivo da prova discursiva.
• Quando autorizado pelo fiscal do IADES, no momento da identificação, escreva no espaço apropriado da folha de respostas da prova 
objetiva, com a sua caligrafia usual, a seguinte frase:
• Verifique se estão corretas a numeração das questões e a paginação do caderno de questões, bem como a codificação da folha de 
respostas da prova objetiva e da folha de texto definitivo da prova discursiva.
• Você dispõe de 4 (quatro) horas para fazer as provas objetiva e discursiva e deve controlar o tempo, pois não haverá prorrogação 
desse prazo. Esse tempo inclui a marcação da folha de respostas da prova objetiva e o preenchimento da folha de texto definitivo da 
prova discursiva.
• Somente 1 (uma) hora após o início da prova, você poderá entregar sua folha de respostas da prova objetiva, a folha de texto defini-
tivo da prova discursiva e o caderno de provas, bem como retirar-se da sala.
• Somente será permitido levar o caderno de questões das provas objetiva e discursiva 3 (três) horas e 30 (trinta) minutos após o início 
da prova.
• Após o término da prova, entregue ao fiscal do IADES a folha de respostas da prova objetiva, devidamente assinada, e a folha de 
texto definitivo da prova discursiva.
• Deixe sobre a carteira apenas o documento de identidade e a caneta esferográfica de tinta preta, fabricada com material transparente.
• Não é permitida a utilização de nenhum aparelho eletrônico ou de comunicação.
• Não é permitida a consulta a livros, dicionários, apontamentos e (ou) apostilas.
• Você somente poderá sair e retornar à sala de aplicação de provas na companhia de um fiscal do IADES.
• Não será permitida a utilização de lápis em nenhuma etapa da prova.
I N S T RU Ç Õ E S PA R A A P ROVA O B J E T I VA E D I S C U R S I VA
• Verifique se os seus dados estão corretos na folha de respostas da prova objetiva e na folha de texto definitivo da prova discursiva. 
Caso haja algum dado incorreto, comunique ao fiscal.
• Leia atentamente cada questão e assinale, na folha de respostas da prova objetiva, uma única alternativa.
• A folha de respostas da prova objetiva e a folha de texto definitivo da prova discursiva não podem ser dobradas, amassadas, rasuradas 
ou manchadas e nem podem conter nenhum registro fora dos locais destinados às respostas.
• O candidato deverá transcrever, com caneta esferográfica de tinta preta, as respostas da prova objetiva para a folha de respostas e o 
texto definitivo da prova discursiva para a folha de texto definitivo.
• A maneira correta de assinalar a alternativa na folha de respostas da prova objetiva é cobrir, fortemente, com caneta esferográfica de 
tinta preta, o espaço a ela correspondente.
• Marque as respostas assim: 
simulado
Preparatório para Concursos
Realização:
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TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATASIMULADO – IRBR PÁGINA 2
PROVA OBJETIVA – PRIMEIRA FASE
 Manhã
LÍNGUA PORTUGUESA
(Tereza Cavalcanti e Claiton Natal)
Texto I
1 Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. 
Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro... 
Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, 
mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada;
5 o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que 
se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, 
apertando-se, fundindo-se. Não marquei a hora exata 
daquele gesto. Devia tê-la marcado; sinto a falta de uma 
nota escrita naquela mesma noite, e que eu poria aqui
10 com os erros de ortografia que trouxesse, mas não traria 
nenhum, tal era a diferença entre o estudante e o adoles-
cente. Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do 
amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.
 � Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair
15 de cansadas ou de esquecidas. Os olhos fitavam-se e 
desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam 
a meter-se uns pelos outros... Padre futuro, estava assim 
diante dela como de um altar, sendo uma das faces a Epís-
tola e a outra o Evangelho. A boca podia ser o cálix, os
20 lábios a patena. Faltava dizer a missa nova, por um latim 
que ninguém aprende e é a língua católica dos homens. 
Não me tenhas por sacrilégio, leitora minha devota a lim-
peza da intenção lava o que puder haver menos curial 
no estilo. Estávamos ali com o céu em nossas mãos,
25 unindo os nervos, faziam das duas criaturas uma só, uma 
só criatura seráfica. Os olhos continuaram a dizer cousas 
infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tor-
navam ao coração caladas como vinham...
Dom Casmurro/Machado de Assis
QUESTÃO 1 
Com base nos aspectos interpretativos e discursivos do texto I, 
julgue os itens a seguir.
1) Infere-se que o narrador era, à época do fato relatado, tão 
insipiente nos domínios da linguagem normativa quanto 
nos relacionamentos amorosos.
2) Os vocábulos “cálix” (l. 19) , “patena” (l. 20) e “curial” 
(l. 23) são termos do campo lexical de religião, conforme 
permite depreender o texto.
3) No último período do texto, há referência ao uso da lingua-
gem não verbal no processo de comunicação entre o narra-
dor e Capitu.
4) Pela intenção do narrador em registrar objetivamente um 
fato do passado, pode-se afirmar que, no texto, predomina a 
função referencial da linguagem.
QUESTÃO 2 
Com relação a aspectos gramaticais do texto I, julgue (C ou E) 
os itens que se seguem.
1) Os termos “de crianças” (l. 3) “três” (l. 3) e “exata” 
(l. 7) exercem a mesma função sintática na oração em 
que ocorrem.
2) Na oração “Conhecia as regras do escrever”, pode-se afir-
mar que há derivação imprópria.
3) No trecho “nem elas se deixaram cair de cansadas ou de 
esquecidas” (l. 14-15), os pronomes em destaque exercem a 
mesma função sintática.
4) Em “Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do 
amar” (l. 12-13), a palavra “as” classifica-se como artigo 
definido e, na construção em que aparece, permite a elipse 
do substantivo “regras” (l. 12).
Texto II
1 O texto de Santo Agostinho fala geralmente de todos 
os reinos, em que são ordinárias semelhantes opressões 
e injustiças, e diz que, entre os tais reinos e as covas dos 
ladrões – a que o santo chama latrocínios – só há uma
5 diferença. E qual é? Que os reinos são latrocínios, ou 
ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos 
pequenos: Sublata justita, quid sunt regna, nisi magna 
latrocinia? Quia et latrocinia quid sunt, nisi parva regna? 
É o que disse o outro pirata a Alexandre Magno. Navegava
10 Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a 
conquistar a Índia, e como fosse trazido à sua presença um 
pirata que por ali andava roubando os pescadores, repreen-
deu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, 
ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim. –
15 Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou 
ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois impe-
rador? – Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito 
é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o 
roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia
20 bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, 
a uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco 
pone latronem et piratam, quo regem animum latronis et 
piratae habentem. Se o Rei de Macedônia, ou qualquer 
outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e
25 o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecemo mesmo nome.
Trecho: Sermão do Bom Ladrão/Padre Antônio Vieira
QUESTÃO 3 
Considerando aspectos linguísticos e interpretativos do texto 
II, julgue os itens a seguir.
1) No trecho “fosse trazido à sua presença um pirata” (l. 11-
12), a supressão do acento grave não afetaria a correção ou 
o sentido do texto, visto ser facultativo o emprego do artigo.
2) O termo “Alexandres”, empregado na linha 19, é exemplo 
de construção metonímica.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 3
3) Na linha 11, a conjunção “como” foi empregada com valor 
comparativo.
4) Nas linhas 13 e 14, os pronomes “o” e “ele” constituem 
uma cadeia anafórica que remete ao mesmo referente: “um 
pirata” (l. 11-12).
QUESTÃO 4 
Com relação a aspectos gramaticais do texto II, julgue (C ou E) 
os itens que se seguem.
1) No trecho “a que o santo chama latrocínio” (l. 4), o vocá-
bulo em destaque exerce a função sintática de predicativo 
do objeto.
2) Além de ser a melhor opção estilística, a substituição da 
vírgula imediatamente antes do “e” (l. 3) por ponto e vírgula 
mantém a correção gramatical do trecho.
3) A palavra “que” (l. 15) introduz o complemento verbal da 
forma verbal “Basta”.
4) No trecho “fizer o que faz o ladrão e o pirata”, a partícula 
“o” classifica-se como pronome demonstrativo e exerce a 
função de objeto direto da oração subordinada adjetiva.
Texto III
1 O Brasil se absteve na votação do projeto de reso-
lução sobre “a deterioração grave e contínua dos direitos 
humanos e da situação humanitária na República Árabe 
da Síria”. Estamos plenamente conscientes da grave
5 situação dos direitos humanos na região, que precisa ser 
devidamente analisada por este conselho. Apesar das últi-
mas modificações no texto, a resolução ainda não reco-
nhece a responsabilidade e não repudia devidamente a 
participação de vários grupos armados da oposição (…)
10 por graves violações dos direitos humanos e do direito 
humanitário. Essa lacuna pode erroneamente transmitir 
uma mensagem de tolerância a essas graves irregulari-
dades e, assim, incentivar ainda mais violência contra a 
população civil. É também lamentável a falta de ênfase
15 na necessidade de maior envolvimento de todas as partes 
nas negociações políticas. Não há solução militar para 
a crise e a insistência em ver uma vitória militar como 
a única saída é uma causa real e definitiva para a atual 
situação que a população síria enfrenta. O Brasil salienta
20 que é responsabilidade primordial das autoridades sírias 
assegurar os direitos da população síria. Não obstante, é 
de responsabilidade de todos os países evitar maior mili-
tarização do conflito. Agir de outra maneira é comparti-
lhar a responsabilidade pelas atrocidades enfrentadas por
25 civis na Síria e arredores. O Brasil insta todas as partes 
envolvidas no conflito e apoiadores a cumprir com suas 
obrigações sob o direito internacional humanitário, para 
permitir acesso irrestrito às agências humanitárias, e a se 
absterem de qualquer ação que possa prolongar o conflito.
QUESTÃO 5 
Com relação a aspectos gramaticais do texto III, julgue (C ou 
E) os itens que se seguem.
1) Na linha 6, sem prejuízo para a correção gramatical do tex-
to nem para seu sentido original, a expressão “Apesar das” 
pode ser substituída por “Sem embargo das”.
2) No trecho “O Brasil salienta que é responsabilidade primor-
dial das autoridades...” (l. 19-20), a substituição da conjun-
ção “que” por dois-pontos prejudica a correção gramatical.
3) Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do 
texto, o trecho “Essa lacuna pode erroneamente transmitir 
(...) violência contra a população civil” (l. 11-14) poderia 
ser reescrito da seguinte maneira: “Erroneamente, essa 
falta pode transmitir uma mensagem de tolerância a essas 
irregularidades graves e, assim, incentivar ainda mais 
violência contra à população civil.”
4) Na linha 21, a substituição de “Não obstante” por “Con-
quanto” preserva o sentido e a correção gramatical.
Texto IV
1 A Constituição Federal assegura aos presos o direito 
ao silêncio (inciso LXIII do art. 5º). Nessa mesma linha 
de orientação, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e 
Políticos (Pacto de San José da Costa Rica) institucionaliza
5 o princípio da não autoincriminação. Esse direito sub-
jetivo de não se autoincriminar constitui uma das mais 
eminentes formas de densificação da garantia do devido 
processo penal e do direito à presunção de não culpabi-
lidade (inciso LVII do art. 5º da CF). O processo penal
10 é o espaço de atuação apropriada para o órgão de acusa-
ção demonstrar, por modo robusto, a autoria e a mate-
rialidade do delito. Esse órgão não se pode esquivar da 
incumbência de fazer da instrução criminal a sua oportu-
nidade de produzir material probatório substancialmente
15 sólido em termos de comprovação da existência de fato 
típico e ilícito, além da culpabilidade do acusado.
Internet (com adaptações)
QUESTÃO 6 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto IV, julgue (C ou 
E) os itens seguintes.
1) Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o prono-
me “se”, em “não se pode esquivar” (l. 12), poderia ser des-
locado para imediatamente após a forma verbal “esquivar”, 
escrevendo-se “não pode esquivar-se”.
2) A correção gramatical e a clareza do texto seriam prejudi-
cadas caso, no trecho “garantia do devido processo penal 
e do direito à presunção de não culpabilidade” (l. 7-9), a 
partícula “do”, em ambas as ocorrências, fosse substituí-
da por “ao”.
3) Ao se reescrever o primeiro período do texto da seguinte 
forma: “Aos presos assegura a constituição do direito ao 
silêncio (inciso LXIII do art. 5.º).”, faz-se obrigatória a vír-
gula imediatamente após “presos”.
4) No trecho “Esse direito subjetivo de não se autoincrimi-
nar”, é opcional a colocação do pronome “se” na posição 
proclítica.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 4
Texto V
1 — Tinha vinte e cinco anos, era pobre e acabava 
de ser nomeado alferes da Guarda Nacional. Não imagi-
nam o acontecimento que isto foi em nossa casa. Minha 
mãe ficou tão orgulhosa! Vai então uma das minhas tias,
5 D. Marcolina, que morava a muitas léguas da vila, num 
sítio escuso e solitário, desejou ver-me, e pediu que fosse 
ter com ela e levasse a farda. Chamava-me também o seu 
alferes. E sempre alferes; era alferes para cá, alferes para 
lá, alferes a toda a hora. Na mesa tinha eu o melhor lugar,
10 e era o primeiro servido. Não imaginam. Se lhes disser 
que o entusiasmo da tia Marcolina chegou ao ponto de 
mandar pôr no meu quarto um grande espelho, natural-
mente muito velho; mas via-se-lhe ainda o ouro.
 � — Espelho grande?
15 — Grande. E foi, como digo, uma enorme fineza, 
porque o espelho estava na sala; era a melhor peça da 
casa. Mas não houve forças que a demovessem do pro-
pósito; respondia que não fazia falta, que era só por 
algumas semanas, e finalmente que o “senhor alferes”
20 merecia muito mais. O certo é que todas essas coisas, cari-
nhos, atenções, obséquios, fizeram em mim uma transfor-
mação, que o natural sentimento da mocidade ajudou e 
completou. Imaginam, creio eu?
 � — Não.
25 — O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias 
as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a 
primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de 
humanidade. Aconteceu então que a alma exterior, que era 
dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou
30 de natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa, 
tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do 
homem. A única parte do cidadão que ficou comigo foi 
aquela que entendia com o exercício da patente; a outra 
dispersou-se no ar e no passado. Vamos aos fatos. Vamos
35 ver como, ao tempo em que a consciência do homem se 
obliterava, a do alferes tornava-se viva e intensa. No fim 
de três semanas, era outro, totalmente outro.
 � (...)
 � — Convém dizer-lhes que, desde que ficara só, não
40 olhara umasó vez para o espelho. Não era abstenção deli-
berada, não tinha motivo; era um impulso inconsciente, 
um receio de achar-me um e dois, ao mesmo tempo, 
naquela casa solitária; e se tal explicação é verdadeira, 
nada prova melhor a contradição humana, porque no
45 fim de oito dias, deu-me na veneta olhar para o espelho 
com o fim justamente de achar-me dois. Olhei e recuei.
 � (...)
 � — De quando em quando, olhava furtivamente para 
o espelho; a imagem era a mesma difusão de linhas, a
50 mesma decomposição de contornos... Subitamente, 
por uma inspiração inexplicável, por um impulso sem 
cálculo, lembrou-me... vestir a farda de alferes. Vesti-a, 
aprontei-me de todo; e, como estava defronte do espelho, 
levantei os olhos, e... não lhes digo nada; o vidro reproduziu
55 então a figura integral; nenhuma linha de menos, nenhum 
contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, 
enfim, a alma exterior. Daí em diante, fui outro. Cada 
dia, a uma certa hora, vestia-me de alferes, e sentava-me 
diante do espelho, lendo, olhando, meditando; no fim de
60 duas, três horas, despia-me outra vez. Com este regime 
pude atravessar mais seis dias de solidão, sem os sentir...
Machado de Assis. O espelho. In: John Gladson (Org.). 50 
contos de Machado de Assis. Cia. das Letras. Edição eletrô-
nica. Internet (com adaptações).
QUESTÃO 7 
Com base nas questões interpretativas e linguísticas do texto V, 
julgue os itens a seguir.
1) O texto ilustra o gênero dialógico.
2) No trecho “mas não tardou que a primitiva cedesse à outra” 
(l. 26-27), os termos sublinhados remetem, respectivamen-
te, à natureza do homem e à natureza do alferes.
3) Na linha 36, a substituição de “obliterava” por “desapare-
cia” preservaria o sentido e a correção gramatical do texto.
4) Ainda que tenham significados diferentes, os termos “difu-
são” (l. 49) e “decomposição” (l. 50) foram empregados, no 
texto, para denotar ideia de indefinição da imagem refletida 
no espelho.
QUESTÃO 8 
Com relação aos aspectos linguísticos do texto V, julgue (C ou 
E) os itens seguintes.
1) A correção e a coerência do texto seriam mantidas se inse-
risse uma vírgula logo após o vocábulo “pobre” (l. 1).
2) Nas linhas 5, 17 e 28, o elemento “que” possui, em todas as 
ocorrências, a propriedade de retomar palavras ou expres-
sões que o antecedem.
3) Na linha 53, o emprego de ponto e vírgula justifica-se porque 
a segunda oração do período apresenta elementos em série.
4) Mantendo-se a correção gramatical, a coesão e a coerência 
do texto, o trecho “Mas não houve forças que a demoves-
sem do propósito” (l. 17-18) poderia ser assim reescrito: “E 
nada fez que tia Marcolina mudasse de ideia a respeito da 
decisão de passar o espelho para o meu quarto.”
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 5
Texto VI
 � Cujas Canções
 �
1 É costume cada um colocar sua profissão ou títulos 
nos cartões de visitas. No tempo das guerras cisplatinas 
até ficou famoso alguém que assim se apresentava: “José 
Maria da Conceição – tenente dos Colorados”.
5 Ora, quem escreve estas linhas já recebeu alguns 
títulos da generosidade de seus conterrâneos. Se 
pusesse todos eles, seria pedante; escolher um só 
seria indelicadeza para com os outros proponentes.
 � Quanto a mim, sempre fui de opinião que bastava o
10 nome da pessoa, sem a vaidade de títulos secundários. Mas 
eis que a minha camareira fez-me cair em tentação. Dá-se o 
caso que saiu a edição do meu livro Canções, ilustrado por 
Noêmia e que, ao ser noticiado por Nilo Tapecoara no Bric-
-à-brac da vida, este o publicou com o meu retrato em duas
15 colunas e, abaixo do mesmo, uma notícia que assim prin-
cipiava, com a primeira linha impressa em letras maiúscu-
las: MÁRIO QUINTANA, CUJAS CANÇÕES etc. etc...
 � Ora, na manhã daquele dia, ao servir-me o café 
na cama, sia Benedita não podia ocultar o orgulho
20 que lhe causava o seu hóspede e repetia: “Cujas canções, 
hein, cujas canções!” seu maior respeito era devido, sem 
dúvida, à misteriosa palavra “cujas”.
 �
Mario Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova 
Aguilar, 2005, p. 959.
QUESTÃO 9 
Com base nos aspectos interpretativos e linguísticos do texto 
VI, julgue os itens a seguir.
1) Na linha 15, o termo “mesmo” foi empregado em conformi-
dade com o que abona a norma culta.
2) O pronome “este” (l. 14) é mecanismo de coesão e retoma 
“Bric-à-brac”.
3) Os termos “quem” (l. 5), “mim” (l. 9) e “hóspede” (l. 20) 
estão empregados em referência a pessoas diferentes.
4) Nas linhas 14 e 15, a posição da expressão “em duas colu-
nas” gera ambiguidade a haver um ou dois retratos do autor.
QUESTÃO 10 
Com base nos aspectos interpretativos e linguísticos do texto 
VI, julgue os itens a seguir.
1) Na linha 7, estaria correta a inserção de uma vírgula após o 
vocábulo “só”.
2) No segundo período do segundo parágrafo, ocorre quebra 
do paralelismo sintático entre as orações.
3) A expressão “eis que” (l. 11) tem natureza expletiva; 
não permite, pois, qualquer classificação morfológica ou 
sintática.
4) Entre os elementos narrativos do texto, encontram-se a pro-
gressão temporal, a apresentação do enredo e a presença de 
discurso indireto livre.
POLÍTICA INTERNACIONAL 
(Thiago Gehre)
QUESTÃO 11 
O desafio de integração regional da América do Sul foi 
responsável pela criação de uma série de mecanismos com 
caráter político-diplomático nas últimas décadas. UNASUL, 
MERCOSUL e PROSUL foram, dentre outros, fóruns 
multilaterais que desempenharam importante papel na agenda 
das nações sul-americanas. Acerca desse assunto, julgue (C ou 
E) os itens que se seguem.
1) O Grupo de Lima, criado em 2017, por 12 países das Amé-
ricas, configura-se como via de unicidade diplomática en-
tre os países que o compõem, ao embasar sua atuação na 
restauração do regime democrático na Venezuela. A partir 
dessa integração, o fórum declara apoio explícito ao Brasil 
no que tange à candidatura do país ao Conselho de Direitos 
Humanos da ONU.
2) Sendo constituída por 12 países, a União das Nações 
Sul-Americanas (UNASUL) possui expressão represen-
tativa como organização intergovernamental ao ser o fó-
rum com maior vigor dentro da América do Sul.
3) Criado a partir da assinatura do Tratado de Assunção, em 
1991, o MERCOSUL estabeleceu, junto à União Europeia, 
um Acordo de Associação que vinha sendo debatido desde 
1999. Sem menção à dinâmica internacional da mudança 
climática, o acordo baseia sua construção por meio do diá-
logo político, cooperação e livre comércio.
4) A criação do PROSUL por meio da Declaração de San-
tiago gerou um novo bloco de integração regional com a 
participação de oito países, entre eles o Brasil, dando segui-
mento às políticas estabelecidas e adotadas pela UNASUL 
desde 2008.
QUESTÃO 12 
O meio ambiente, assim como o desenvolvimento embasado na 
sustentabilidade, foi pauta central em acordos ratificados pela 
comunidade internacional durante o Século XXI. Sobre esse 
assunto, julgue (C ou E) os itens subsecutivos.
1) A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimen-
to Sustentável (Rio+20), ocorrida de 13 a 22 de junho de 
2012, no Rio de Janeiro, resultou em importante marco de-
nominado “O Futuro que Queremos” que definia um novo 
conceito de desenvolvimento sustentável baseado nos pila-
res econômico, social e ambiental e que recebeu apoio tanto 
dos países em desenvolvimento como da União Europeia.
2) O Acordo de Paris, firmado em 2015, pretende estabelecer 
mecanismos que limitem o aumento da temperatura global 
e fortalecer a defesa contra os impactos da mudança climá-
tica. O acordo, por tratar do combate às alterações climá-
ticas, se liga diretamente à meta 15 dos Objetivos de De-
senvolvimento Sustentável, implantado pela Agenda 2030.
3) A 24ª Conferência das Partes da UNFCCC, realizada em 
2018, estabeleceu uma série de regras que permitem a 
implementação do Acordo de Paris por decisão unânime. 
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBRPÁGINA 6
Como avanço, a COP 24 conseguiu congregar as NDCs de 
todos países signatários, as quais devem ser atualizadas a 
cada cinco anos.
4) Como compromisso assumido frente ao Acordo de Paris, 
por meio de sua NDC, o governo brasileiro, a partir de uma 
série histórica de quedas percentuais, assumiu a meta de al-
cançar o desmatamento ilegal zero até 2030 na Amazônia 
Brasileira.
QUESTÃO 13 
Os países da Ásia constituem um novo e dinâmico eixo da eco-
nomia mundial. China, Coreia do Sul, Indonésia, Japão, Cin-
gapura, Tailândia e Vietnã são países que apresentaram nas 
últimas décadas um forte robustecimento de suas economias. 
Acerca das relações do continente asiático, julgue (C ou E) os 
itens que se seguem.
1) As relações diplomáticas do Brasil com a China foram es-
tabelecidas em 1974 e, a partir de então, se estreitaram cada 
vez mais. Como fator dessa forte relação entre os dois paí-
ses, principalmente na área econômica, a China é a terceira 
maior fonte de importações do Brasil e a segunda maior 
compradora de produtos brasileiros.
2) Simbolizados internacionalmente a partir do uso de guar-
da-chuvas pelos manifestantes, os protestos em Hong 
Kong, por meio de uma forte organização centralizada, lu-
tam pelo sufrágio universal e o fim do controle de Pequim.
3) Assinando um acordo de paz em 2018 que pôs fim à Guer-
ra da Coreia, iniciada em 1950, o líder norte-coreano Kim 
Jong-un e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in de-
clararam no pacto selando o compromisso mútuo de cria-
rem uma península coreana sem armamentos nucleares.
4) A China, por meio do planejamento Belt and Road Initiati-
ve, busca expandir sua influência tanto na economia como 
na política mundial. Embasada em uma grande quantidade 
de acordos bilaterais, a ação busca conectar o continente 
asiático nas áreas de transporte e infraestrutura com as de-
mais partes do globo.
QUESTÃO 14 
Sobre as relações do Brasil com os países do continente afri-
cano, julgue (C ou E) os próximos itens.
1) A aproximação brasileira com o continente africano foi ir-
relevante durante os governos militares que, devido ao “mi-
lagre econômico”, buscavam ampliar suas relações com o 
mundo ocidental desenvolvido como EUA e Europa.
2) O perfil de baixa intensidade de contatos nos governos bra-
sileiros da era da redemocratização, até Fernando Henrique 
Cardoso, foi substituído por uma política externa de aproxi-
mação ancorada na abertura de novos postos diplomáticos, 
ampliação do volume de comércio e participação das em-
presas brasileiras em negócios locais.
3) Um dos principais eixos estruturantes do relacionamento do 
Brasil com o continente africano se dá no âmbito da Comu-
nidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sendo que 
durante a presidência do Brasil 2015-2016.
4) O continente africano é considerado secundário para a po-
lítica exterior do Brasil por não ter importância estratégica 
nas relações internacionais e porque o Brasil prioriza, desde 
2000, a América do Sul em suas oportunidades de negócios 
e construção institucional, como a UNASUL.
QUESTÃO 15 
O debate acerca de uma reforma no Conselho de Segurança das 
Nações Unidas (CSNU) não é recente. A única alteração real 
feita desde sua criação foi a ampliação dos assentos não perma-
nentes, em 1963. Na contemporaneidade, é clara a necessidade 
de uma reforma para abarcar melhor as demandas e a repre-
sentatividade verossímil do mundo. A respeito desse assunto, 
julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) A reforma de 1963, que trouxe 4 assentos não permanentes 
para a composição do CSNU, foi uma iniciativa de países 
africanos, e não contou com o apoio nem a participação 
brasileira.
2) Durante os anos de Governo Fernando Henrique Cardoso 
(1995-2002), o Brasil adotou como prioridade de política 
externa a busca pela reforma não apenas do Conselho de 
Segurança das Nações Unidas, como do estabelecimento de 
outros arranjos como IBAS e BRICS.
3) Em setembro de 2004, o Brasil, juntamente com Alemanha, 
Índia e Japão, decidiu pela criação do G-4, um grupo que 
teria como objetivo promover a reforma do CSNU, não 
somente nos assentos não permanentes, mas em todas as 
categorias. O grupo se reúne até o presente ainda tentando 
implementar suas pautas.
4) Os países do G-4 não são grandes contribuintes para o orça-
mento das Nações Unidas, o que é utilizado como principal 
argumento contrário à implementação da reforma proposta 
pelo grupo.
QUESTÃO 16 
Sobre a participação do Brasil nas agendas globais de desen-
volvimento no século 21, julgue (C ou E) os itens seguintes.
1) Desde o estabelecimento, em 2015, na Cúpula das Nações 
Unidas em Nova Iorque, do documento “Transformando 
Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sus-
tentável”, alguns países do mundo, como o Brasil, já conse-
guirão erradicar a fome e a pobreza do mundo até 2030.
2) A Agenda 2030, que possui 17 objetivos e 169 metas, tor-
nou-se referência no tratamento conjunto de questões rela-
cionadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento, na me-
dida em que divide os 17 objetivos globais em cinco “Ps”: 
Planeta, Prosperidade, Produção, Paz e Parcerias.
3) Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) fo-
ram criados para substituir os ODM (Objetivos do Milênio) 
que pouco ajudaram nos avanços da agenda de desenvolvi-
mento nos diferentes países do mundo, tendo tido resulta-
dos mais negativos do que positivos.
4) Com o mote de “não deixar ninguém para trás”, a Agenda 
2030 visa erradicar a pobreza do mundo até 2030, o que 
pode ser percebido pela adesão do governo brasileiro ao 
proposto pela agenda e pelos indicadores que mostram sig-
nificativa melhora na quantidade de pessoas abaixo da linha 
de extrema pobreza.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 7
QUESTÃO 17 
Sobre o novo mapa geopolítico e geoeconômico mundial em 
relação à cooperação para o desenvolvimento, julgue certo ou 
errado:
1) A articulação dos países menos desenvolvidos em torno de 
um eixo comum de demandas e interesses fez nascer, na 
década de 1970, uma nova unidade de análise nas relações 
internacionais, o chamado Terceiro Mundo. Hoje esses pa-
íses, sob o conceito de Sul Global, utilizam-se da Coope-
ração Sul-Sul como principal ferramenta para buscar o seu 
desenvolvimento.
2) O Plano de Ação de Buenos Aires (PABA), de 1978, tor-
nou-se marco da cooperação técnica entre nações em desen-
volvimento para reforçar sua identidade, propor soluções 
comuns a problemas compartilhados na Argentina, e lidera 
o debate global sobre a Cooperação Sul-Sul.
3) Ao longo das últimas décadas, esse espaço de atuação per-
mitiu a países mais desenvolvidos do Sul Global, como 
China, Índia e Brasil, fazerem prevalecer seus interesses 
em diversos temas, tais como telecomunicações e produtos 
agrícolas.
4) Durante a Conferência PABA+40 de 2018, a diplomacia 
brasileira procurou defender a redução dos recursos ofi-
ciais para o desenvolvimento global provenientes do Nor-
te Global”.
QUESTÃO 18 
Levando em consideração a assinatura, em março de 2018, do 
Acordo Regional sobre o Acesso à Informação, à Participação 
Pública e o Acesso à Justiça em Assuntos Ambientais, também 
conhecido como “Acordo de Escazú”, julgue certo ou errado:
1) Após seis anos de negociações, o primeiro tratado ambien-
tal da América Latina oferece uma plataforma pioneira para 
se avançar rumo ao acesso pleno à informação, à participa-
ção além da consulta e da justiça ambiental.
2) Ratificado por 16 dos 33 países da América Latina, o acordo 
de Escazú torna-se importante marco para o fortalecimento 
da democracia ambiental e da multiculturalidade da Améri-
ca Latina, do Caribe e de seus povos.
3) Fundamentado no Princípio 12 da Declaração do Rio so-
bre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, o acordo 
de Escazú preocupa-se com a construção de consensos in-
ternacionais sobre problemas ambientais transfronteiriços 
ou globais.
4) O acordo de Escazú é a primeira disposição vinculante do 
mundo sobreos defensores dos direitos humanos em assun-
tos ambientais, numa região marcada por frequentes agres-
sões e intimidações àqueles que lutam por justiça social e 
ambiental.
QUESTÃO 19 
Sobre o relacionamento atual do Brasil com os EUA, julgue 
verdadeiro ou falso:
1) Em 2019, como símbolo do alinhamento entre Brasília e 
Washington, o presidente dos EUA, Donald Trump, desig-
nou o Brasil como parceiro estratégico da Organização do 
Tratado do Atlântico Norte – OTAN.
2) Flávio Bolsonaro, filho do atual presidente do Brasil, foi 
cogitado como possível Embaixador do Brasil nos Estados 
Unidos da América. Tal ato pode ser interpretado como um 
estreitamento dos laços de amizade brasileiro-estaduniden-
se, à luz da tradição estabelecida nas presidências de Eurico 
Gaspar Dutra e Castelo Branco.
3) As queimadas que marcaram o mês de agosto de 2019 tive-
ram grande repercussão nas mídias e fóruns globais. O po-
sicionamento do Governo Norte-Americano evidencia sua 
inclinação à cooperação em matéria de tecnologia militar e 
defesa, e de outra forma atesta a projeção de poder e a mo-
bilização das forças dos EUA em continente sul-americano.
4) Aprovado pela Comissão de Relações Exteriores da Câma-
ra em agosto de 2019, o Acordo de Salvaguardas Tecnológi-
cas para o uso da Base de Alcântara – MA, foi resultado de 
um amplo consenso de diferentes grupos políticos e sociais 
brasileiros quanto aos evidentes ganhos desse acordo.
QUESTÃO 20 
A Floresta Amazônica é sinal de riqueza em flora e fauna. 
Reguladora da estabilidade ambiental do planeta, perde milha-
res de hectares anualmente devido ao desmatamento. Sobre o 
Amazônia e as relações internacionais do Brasil, julgue (C ou 
E) as assertivas abaixo:
1) As queimadas que devastaram parte do bioma amazônico 
no mês de agosto de 2019 tiveram grande repercussão nas 
mídias e fóruns globais, acendendo o debate sobre a tese 
da internacionalização da Amazônia. Coube ao presidente 
francês Emmanuel Macron atribuir à Amazônia o título de 
patrimônio do mundo para que outros países de fora da re-
gião possam ajudar no salvamento da floresta.
2) A ausência de uma instituição internacional de caráter re-
gional que juntasse os países da Amazônia e promovesse a 
cooperação para o desenvolvimento contribuiu para o es-
tabelecimento de um vácuo de poder que se manifesta na 
histórica retórica de internacionalização da floresta.
3) Assinado em 1978, o Tratado de Cooperação Amazôni-
ca visava promover o desenvolvimento integral da região 
amazônica e o bem-estar de suas populações. A partir de 
uma orientação construída por uma agenda de trabalho con-
junta, a OTCA possui alta institucionalização e representa-
tividade no cenário internacional.
4) O status internacional da Amazônia, sugerido pelo pre-
sidente da França, Emmanuel Macron, durante a cúpula 
do G7, está diretamente correlacionado com a atuação de 
ONGs como Greenpeace e WWF.
QUESTÃO 21 
Sobre o relacionamento Brasil e Israel, julgue certo ou errado:
1) O diplomata Oswaldo Aranha presidiu a simbólica Assem-
bleia da ONU em 1947, que foi marcada pela partilha que 
culminou no atual estado de Israel.
2) O auxílio oferecido pelos israelenses ao Brasil, em razão 
da Tragédia de Brumadinho e das Queimadas de agos-
to de 2019, demonstra sinais de uma parceria estratégica 
consolidada.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 8
3) Assinado em 2007, o Tratado de Livre Comércio Merco-
sul-Israel fez parte de uma empreitada do Governo Lula de 
promover acordos de livre comércio com demais atores do 
sistema internacional.
4) Em agosto de 2019, o governo israelense atacou com dro-
nes depósitos de armas da milícia xiita iraquiana Forças 
de Mobilização Popular no Iraque. Tais ações evidenciam 
uma política de defesa preventiva de Benjamín Netanyahu, 
causando repercussões negativas em atores chave da região, 
como Irã, Iraque, Síria e Líbano.
QUESTÃO 22 
Sobre a crise venezuelana e os impactos sobre o Brasil, julgue 
certo ou errado:
1) Em 2017, a Suprema Corte da Venezuela retirou a imunida-
de parlamentar da Assembleia Legislativa e foi acusada de 
tentar assumir as funções da casa. A situação se reverteu dias 
depois por recomendação do presidente Nicolás Maduro.
2) A crise Venezuelana, que tem explicação apenas na depen-
dência do país em relação ao petróleo, foi agravada com a 
suspensão do MERCOSUL em 2017, o que desencadeou a 
chegada das primeiras levas de migrantes venezuelanos pelas 
cidades fronteiriças de Santa Helena do Uairen e Pacaraima.
3) A Operação Acolhida, iniciativa do Ministério da Defesa, 
tem como intuito promover ajuda humanitária aos solici-
tantes de refúgio e imigrantes venezuelanos que chegam ao 
Brasil em busca de permanência e assistência. Entretanto, 
em janeiro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro decidiu por 
extinguir o projeto, o que levou a um aumento significativo 
no número de migrantes venezuelanos no país.
4) Questionado sobre uma possível intervenção norte-ame-
ricana na Venezuela em 2019, o secretário de estado dos 
EUA, Mike Pompeo, descartou qualquer possibilidade de 
intervenção armada: os custos logísticos e orçamentários 
para os Estados Unidos seriam extremamente onerosos, 
tendo em vista o déficit fiscal norte-americano.
GEOGRAFIA
(Telmo Ribeiro)
QUESTÃO 23 
Julgue os itens abaixo acerca da distribuição populacional no 
território brasileiro.
1) Na Amazônia brasileira, os vales dos rios, em especial o 
do rio Amazonas, eram as áreas preferências de ocupação. 
Com a construção de rodovias penetrando a floresta ao sul e 
a leste, estas áreas passaram a ser as maiores concentrado-
ras de população, alterando um padrão histórico.
2) Num primeiro momento, a ocupação do Brasil se restringia 
a poucos pontos no litoral, que cumpriam a função de defe-
sa do território e também de entreposto comercial.
3) O primeiro grande processo de interiorização da população 
brasileira veio com a descoberta de ouro em Minas Gerais, 
causando grande afluxo de pessoas para aquela região.
4) No século XX, o Brasil se urbanizou rapidamente e suas 
grandes cidades passaram a concentrar cada vez maior parte 
da população, especialmente no Sudeste do país. O Nordes-
te, em contrapartida, perdeu peso relativo no quadro demo-
gráfico brasileiro.
QUESTÃO 24 
Sobre as migrações internacionais, julgue os itens abaixo:
1) Os movimentos migratórios podem ser espontâneos ou for-
çados; um exemplo deste último tipo de migração é a dos 
refugiados de guerra.
2) O fator trabalho é uma das razões centrais para os movi-
mentos migratórios. É motivo, por exemplo, para a emigra-
ção de brasileiros para os EUA.
3) A Europa foi um importante foco de imigração a partir do 
século XV até aproximadamente a metade do século XX, 
recebendo imigrantes das colônias e ex-colônias, que bus-
cavam as boas condições de vida nas cidades europeias. 
Atualmente, este continente transformou-se em área de 
emigração, com pessoas que se dirigem em busca de novas 
oportunidades em outros continentes, como o americano, o 
africano e o asiático.
4) O Brasil, no século XIX, foi área de atração de imigrantes 
que buscavam novas oportunidades, sendo o maior grupo 
o de origem latino-americana (paraguaios, argentinos, bo-
livianos etc.).
QUESTÃO 25 
Os deslocamentos populacionais que ocorrem em decorrência 
da procura de melhores condições de vida e a fuga de regiões 
em conflitos representam um dos efeitos colaterais da globa-
lização. A propósito dessa temática, julgue (C ou E) os itens 
subsequentes:
1) Ásia pode ser identificada como uma área de repulsão, fe-
nômeno que está relacionado ao fato de o continente con-
centrar o maior contingente absoluto de pobres do mundo.
2) Regiões marcadas pela entrada de imigrantes muitas vezes 
desenvolvem a xenofobia, fruto da intolerância e do medo 
da perda de identidade.
3) Migrações conhecidas como “evasão de cérebros” repre-
sentam entraves para o desenvolvimento técnico-científico 
dos países em desenvolvimento.4) Provocadas por guerras locais têm sido constantes e cres-
centes. Entre os diversos locais do mundo, é no continente 
asiático que se desencadeia a maior quantidade de movi-
mentos migratórios decorrentes de guerras civis, com le-
giões de refugiados vagando em busca de abrigo e fugindo 
das guerras tribais.
QUESTÃO 26 
Sobre a distribuição da população no mundo, julgue os itens 
abaixo:
1) Segundo estimativas, a população mundial total diminuirá 
entre 2010 e 2050.
2) Apesar de ser o país mais povoado do mundo, a China não 
se enquadra entre os países mais populosos, já que sua den-
sidade demográfica é menor que a de países como Bangla-
desh e Japão.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 9
3) Entre os 5 países mais populosos do mundo, 4 encontram-se 
na Ásia: China, Índia, Indonésia e Paquistão.
4) A partir de 1970, o ritmo do crescimento populacional mun-
dial experimentou uma aceleração, como resultado da me-
lhoria das condições sanitárias em países pobres.
QUESTÃO 27 
Sobre a distribuição da indústria pelo território brasileiro, jul-
gue os itens abaixo:
1) O Estado brasileiro contribuiu para o processo em curso de 
desconcentração geográfica da indústria no Brasil por meio 
de políticas de desenvolvimento regional, como, por exem-
plo, disponibilizando energia.
2) Como consequência do processo de desconcentração, os 
desequilíbrios relativos à concentração de renda, em nível 
regional, cederam lugar à integração territorial, que elimi-
nou as disparidades.
3) Em conformidade com a desconcentração industrial, obser-
va-se a ampliação dos mercados por meio do rompimento 
com as estruturas agroexportadoras existentes no passado.
4) Um das consequências da desconcentração espacial da in-
dústria no Brasil foi a aceleração do crescimento das metró-
poles nacionais, o que promoveu as ocupações irregulares 
urbanas e a criação de periferias nas cidades.
QUESTÃO 28 
Nos anos 80 do século passado, as principais transformações 
espaciais da economia brasileira foram decorrência dos novos 
padrões de localização da atividade produtiva que geraram mu-
danças no processo de urbanização que tem como consequên-
cia (C ou E):
1) Aumento acentuado da concentração industrial na região 
metropolitana de São Paulo.
2) Taxas de crescimento das cidades de porte médio mais ele-
vadas do que as das metrópoles, com exceção do Nordeste.
3) Intensificação do fenômeno de aglomerações urbanas não 
metropolitanas com percentuais crescentes do conjunto da 
população.
4) Maior adensamento nos núcleos das regiões metropolitanas 
vis-à-vis os municípios externos dessas regiões.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
(Blenda)
QUESTÃO 29 
Acerca do Direito Internacional contemporâneo, julgue os itens:
1) A pedido dos palestinos após a guerra na Faixa de Gaza 
no verão de 2014, o TPI lançou em 2015 uma investigação 
preliminar sobre acusações de crimes de guerra em Israel e 
nos Territórios palestinos.
2) Assinado na capital portuguesa a 13 de dezembro de 2007 e 
em vigor desde 01 de dezembro de 2009, o Tratado de Lis-
boa, que emendou o Tratado da União Europeia e o Tratado 
sobre o Funcionamento da UE, repete previsão de forma 
explícita, no artigo 50, da possibilidade de qualquer Estado 
sair de forma voluntária e unilateral da União.
3) Diante da política ambiental brasileira, após debates inter-
nos, a União Europeia decidiu utilizar os mecanismos de 
monitoramento previstos no acordo Mercosul e União Eu-
ropeia, os quais constituem verdadeiro instrumento coerci-
tivo dentro do acordo.
4) O tribunal de arbitragem de Haia anulou uma sentença da 
justiça do Equador de 9,5 bilhões de dólares contra a petro-
lífera americana Chevron por danos ambientais na Amazô-
nia. O Tribunal determinou que não houve qualquer dano 
imputável à empresa dentro do caso.
QUESTÃO 30 
Sobre meio ambiente e direito internacional do trabalho, julgue 
os itens:
1) As recomendações da OIT têm caráter obrigatório aos 
Estados e todos devem empreender esforços para im-
plementá-las.
2) A proibição de trabalho forçado é um dos grandes desa-
fios da humanidade. A este respeito, foram firmados os 
seguintes textos internacionais: Convenção n. 29 de 1930, 
Convenção n. 105 de 1957, Protocolo à Convenção sobre 
Trabalho Forçado de 2014 e Recomendação do Trabalho 
Forçado de 2014.
3) O risco aparece como o principal elemento para se manter 
edificado o princípio da precaução no direito ambiental. Ele 
antecede à prevenção do meio ambiente, o qual se encontra 
consignado no artigo 225 da Constituição Federal.
4) No caso das Papeleras, a Corte Internacional de Justiça re-
conheceu o direito do Uruguai ao desenvolvimento de sua 
indústria em consonância com o direito da integração, dan-
do ganho da causa a este país.
QUESTÃO 31 
O uso da força é proibido no plano internacional, salvo exceções 
devidamente permitidas. Considerando o tema, julgue os itens:
1) Apenas o Conselho de Segurança possui competência para 
determinar a criação de missões de paz.
2) A concessão dos bons ofícios obriga à realização de media-
ção, uma vez que o primeiro é insuficiente para dar solução 
ao conflito.
3) O Tribunal Penal Internacional possui um papel indireto na 
manutenção da paz e segurança internacionais.
4) Não é permitido a organismos regionais, tais como a 
OTAN, que realizem ações no âmbito do capítulo VII da 
Carta da ONU.
QUESTÃO 32 
O terrorismo internacional tem sido a principal ameaça à paz 
e segurança, a sua contenção internacional é tarefa árdua, mas 
muito já foi feito para reduzir essa forma moderna de conflito. 
A este respeito, julgue os itens abaixo:
1) A crise dos reféns americanos no Irã foi uma crise diplomá-
tica na qual 52 norte-americanos foram mantidos reféns a 
partir de 4 de novembro de 1979. Um grupo de estudantes 
militantes islâmicos tomou a embaixada americana na capi-
tal em apoio à Revolução Iraniana. Essa situação tornou-se 
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 10
um caso na Corte Internacional de Justiça que opôs os dois 
países e analisou violações à Convenção de Viena sobre Re-
lações Diplomáticas.
2) Agindo de acordo com as disposições da Carta, o Conse-
lho adotou por unanimidade a Resolução n. 1.540, obrigan-
do os Estados a interromperem qualquer apoio a agentes 
não-estatais para o desenvolvimento, aquisição, produção, 
posse, transporte, transferência ou uso de armas nucleares, 
biológicas e químicas e seus meios de entrega.
3) Atos de terrorismo são atos criminosos pretendidos ou cal-
culados para provocar um estado de terror no público em ge-
ral. Em razão de sua motivação política, filosófica etc., pode 
ser perfeitamente considerado entre os crimes que ensejam 
institutos de proteção humanitária.
4) Em junho de 2017, o Escritório de Contraterrorismo das Na-
ções Unidas (UNOCT), estabelecido pela Assembleia Geral, 
foi criado com o objetivo de centralizar os esforços antiter-
rorismo da ONU num único escritório e sob a Estratégia e 
manter uma relação próxima com os órgãos e membros do 
Conselho de Segurança.
NOÇÕES DE DIREITO 
(Aragonê Fernandes)
QUESTÃO 33 
Julgue os itens a seguir, no que tange aos direitos e às garantias 
fundamentais, bem assim aos princípios que regem o Brasil nas 
relações internacionais.
1) A extradição de brasileiro nato é possível somente nas hipó-
teses de dupla nacionalidade, adotando-se a tese da nacio-
nalidade prevalente.
2) Brasileiros e estrangeiros residentes ou não residentes no 
país têm assegurada a inviolabilidade do direito à vida e à 
liberdade, de modo que podem impetrar habeas corpus em 
caso de prisão ilegal. Contudo, deve ser usado o vernáculo.
3) A liberdade de expressão não se compatibiliza com discur-
sos de ódio, ainda que praticados por líder religioso em de-
trimento de outras crenças.
4) Tratados internacionais sobre direitos humanos equipa-
rados sem status de emenda à Constituição têm o condão 
de revogar normas infraconstitucionais que lhes sejam in-compatíveis.
QUESTÃO 34 
Acerca dos Poderes do Estado, das respectivas funções, das 
regras de processo legislativo e do controle de constitucionali-
dade, julgue os itens que se seguem.
1) Cabe ADI endereçada ao STF para o questionamento de leis 
municipais quando houver afronta direta ao texto da Consti-
tuição Federal e da Constituição Estadual simultaneamente.
2) É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que 
preveja a sabatina da Assembleia Legislativa para a escolha 
de dirigentes de empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista.
3) Medida provisória versando sobre nacionalidade padece 
de vício de inconstitucionalidade material, sujeitando-se a 
controle via ADI perante o STF.
4) Cabe privativamente ao Presidente da República conceder 
indulto e comutar penas, podendo essa atribuição ser dele-
gada aos Ministros de Estado.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 11
Questão 1
1. E 2. C 3. C 4. E
Questão 2
1. C 2. C 3. C 4. E
Questão 3
1. C 2. C 3. E 4. C
Questão 4
1. C 2. C 3. E 4. E
Questão 5
1. C 2. E 3. E 4. E
Questão 6
1. C 2. E 3. E 4. C
Questão 7
1. C 2. C 3. E 4. C
Questão 8
1. C 2. C 3. E 4. C
Questão 9
1. E 2. E 3. E 4. C
Questão 10
1. E 2. C 3. E 4. E
Questão 11
1. C 2. E 3. E 4. E
Questão 12
1. E 2. E 3. E 4. C
Questão 13
1. E 2. E 3. E 4. C
Questão 14
1. C 2. C 3. E 4. E
Questão 15
1. E 2. E 3. C 4. E
Questão 16
1. E 2. E 3. E 4. E
Questão 17
1. C 2. C 3. E 4. E
Questão 18
1. C 2. E 3. E 4. C
Questão 19
1. E 2. E 3. E 4. E
Questão 20
1. E 2. E 3. E 4. E
Questão 21
1. C 2. E 3. C 4. C
Questão 22
1. C 2. E 3. E 4. E
Questão 23
1. C 2. C 3. C 4. C
Questão 24
1. C 2. C 3. E 4. E
Questão 25
1. C 2. C 3. C 4. E
Questão 26
1. E 2. E 3. C 4. E
Questão 27
1. C 2. E 3. E 4. E
Questão 28
1. E 2. E 3. C 4. C
Questão 29
1. C 2. E 3. E 4. E
Questão 30
1. E 2. C 3. C 4. E
Questão 31
1. E 2. E 3. C 4. E
Questão 32
1. C 2. C 3. E 4. C
Questão 33
1. E 2. C 3. E 4. C
Questão 34
1. E 2. C 3. C 4. C
simulado
Preparatório para Concursos
SIMULADO IRBR
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA
GABARITO
EDITAL Nº 1, DE 5 DE JULHO DE 2019
CONCURSO DE ADMISSÃO À CARREIRA DE DIPLOMATA
P R O V A O B J E T I V A – M A N H Ã
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATASIMULADO – IRBR PÁGINA 12
PROVA OBJETIVA – PRIMEIRA FASE
 Manhã
LÍNGUA PORTUGUESA
(Tereza Cavalcanti, Claiton Natal e Lucas Gonçalves)
Texto I
1 Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. 
Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro... 
Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, 
mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada;
5 o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que 
se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, 
apertando-se, fundindo-se. Não marquei a hora exata 
daquele gesto. Devia tê-la marcado; sinto a falta de uma 
nota escrita naquela mesma noite, e que eu poria aqui
10 com os erros de ortografia que trouxesse, mas não traria 
nenhum, tal era a diferença entre o estudante e o adoles-
cente. Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do 
amar; tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.
 � Não soltamos as mãos, nem elas se deixaram cair
15 de cansadas ou de esquecidas. Os olhos fitavam-se e 
desfitavam-se, e depois de vagarem ao perto, tornavam 
a meter-se uns pelos outros... Padre futuro, estava assim 
diante dela como de um altar, sendo uma das faces a Epís-
tola e a outra o Evangelho. A boca podia ser o cálix, os
20 lábios a patena. Faltava dizer a missa nova, por um latim 
que ninguém aprende e é a língua católica dos homens. 
Não me tenhas por sacrilégio, leitora minha devota a lim-
peza da intenção lava o que puder haver menos curial 
no estilo. Estávamos ali com o céu em nossas mãos,
25 unindo os nervos, faziam das duas criaturas uma só, uma 
só criatura seráfica. Os olhos continuaram a dizer cousas 
infinitas, as palavras de boca é que nem tentavam sair, tor-
navam ao coração caladas como vinham...
Dom Casmurro/Machado de Assis
QUESTÃO 1 
Com base nos aspectos interpretativos e discursivos do texto I, 
julgue os itens a seguir.
1) Infere-se que o narrador era, à época do fato relatado, tão 
insipiente nos domínios da linguagem normativa quanto 
nos relacionamentos amorosos.
2) Os vocábulos “cálix” (l. 19) , “patena” (l. 20) e “curial” 
(l. 23) são termos do campo lexical de religião, conforme 
permite depreender o texto.
3) No último período do texto, há referência ao uso da lingua-
gem não verbal no processo de comunicação entre o narra-
dor e Capitu.
4) Pela intenção do narrador em registrar objetivamente um 
fato do passado, pode-se afirmar que, no texto, predomina a 
função referencial da linguagem.
Comentários:
1. Errado. No texto, os aspectos estão em oposição (há uma 
comparação por diferença); como prova o trecho, tal era a 
diferença entre o estudante e o adolescente. “Conhecia as 
regras do escrever, sem suspeitar as do amar; tinha orgias de 
latim e era virgem de mulheres.”
2. Certo. São vocábulos da área da religiosidade católica.
3. Certo. Confirma a afirmação o trecho “Os olhos continua-
ram a dizer cousas infinitas”.
4. Errado. O relato é marcadamente subjetivo; portanto, 
não há função referencial.
QUESTÃO 2 
Com relação a aspectos gramaticais do texto I, julgue (C ou E) 
os itens que se seguem.
1) Os termos “de crianças” (l. 3) “três” (l. 3) e “exata” 
(l. 7) exercem a mesma função sintática na oração em 
que ocorrem.
2) Na oração “Conhecia as regras do escrever”, pode-se afir-
mar que há derivação imprópria.
3) No trecho “nem elas se deixaram cair de cansadas ou de 
esquecidas” (l. 14-15), os pronomes em destaque exercem a 
mesma função sintática.
4) Em “Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do 
amar” (l. 12-13), a palavra “as” classifica-se como artigo 
definido e, na construção em que aparece, permite a elipse 
do substantivo “regras” (l. 12).
Comentários:
1. Certo. As três expressões desempenham a função sintá-
tica de adjunto adnominal. Talvez a dúvida maior consis-
ta na expressão “Confissão de crianças”, pois o trecho “de 
crianças” exerce uma função ativa em relação ao substantivo 
abstrato “crianças”. 
2. Certo. Na oração “Conhecia as regras do escrever”, 
nota-se o verbo “escrever” substantivado por meio de 
uma derivação imprópria. Veja a presença de artigo “o” 
determinando o substantivo “escrever”. 
3. Certo. Na frase “nem elas se deixaram cair de cansadas 
ou de esquecidas”, o pronome pessoal do caso reto “elas” 
exerce a função sintática de sujeito da forma verbal “dei-
xaram”. Já com o pronome reflexivo “se”, ocorre um caso 
especial da Língua: chamamos de sujeito acusativo. 
Observação: O sujeito acusativo ou de infinitivo ocorre 
quando há a presença de verbos causativos (mandar, fazer 
e deixar) ou sensitivos (ver, ouvir e sentir) seguidos de um 
outro verbo no infinitivo.
4. Errado. O item está errado, visto que, na segunda ocor-
rência do vocábulo “as”, apesar de retomar o termo “as re-
gras”, desempenha a função de pronome demonstrativo. Ob-
serve ainda que é possível substituir por “aquelas”.
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 13
Texto II
1 O texto de Santo Agostinho fala geralmente de todos 
os reinos, em que são ordinárias semelhantes opressões 
e injustiças, e diz que, entre os tais reinos e as covas dos 
ladrões – a que o santo chama latrocínios – só há uma
5 diferença. E qual é? Que os reinos são latrocínios, ou 
ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos 
pequenos: Sublata justita, quid sunt regna, nisi magna 
latrocinia? Quia et latrocinia quid sunt, nisi parva regna? 
É o que disse o outro pirata a Alexandre Magno. Navegava
10 Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar Eritreu a 
conquistar a Índia, e como fosse trazido à sua presença um 
pirata que por ali andava roubando os pescadores, repreen-
deu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício; porém, 
ele,que não era medroso nem lerdo, respondeu assim. –
15 Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou 
ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois impe-
rador? – Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito 
é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o 
roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia
20 bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, 
a uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco 
pone latronem et piratam, quo regem animum latronis et 
piratae habentem. Se o Rei de Macedônia, ou qualquer 
outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o pirata e
25 o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
Trecho: Sermão do Bom Ladrão/Padre Antônio Vieira
QUESTÃO 3 
Considerando aspectos linguísticos e interpretativos do texto 
II, julgue os itens a seguir.
1) No trecho “fosse trazido à sua presença um pirata” (l. 11-
12), a supressão do acento grave não afetaria a correção ou 
o sentido do texto, visto ser facultativo o emprego do artigo.
2) O termo “Alexandres”, empregado na linha 19, é exemplo 
de construção metonímica.
3) Na linha 11, a conjunção “como” foi empregada com valor 
comparativo.
4) Nas linhas 13 e 14, os pronomes “o” e “ele” constituem 
uma cadeia anafórica que remete ao mesmo referente: “um 
pirata” (l. 11-12).
Comentários:
1. Certo. No trecho, é facultativo o uso do artigo definido 
antes de pronome possessivo adjetivo. Logo, consideran-
do a presença obrigatória da preposição, há faculdade no 
uso da crase.
2. Certo. Há o uso de termo concreto para substituir ideia 
abstrata (Alexandres no lugar de poderosos).
3. Errado. A preposição COMO tem, no contexto, valor se-
mântico relacionado à ideia de causa.
4. Certo. Os dois pronomes retomam o termo “um pirata”.
QUESTÃO 4 
Com relação a aspectos gramaticais do texto II, julgue (C ou E) 
os itens que se seguem.
1) No trecho “a que o santo chama latrocínio” (l. 4), o vocá-
bulo em destaque exerce a função sintática de predicativo 
do objeto.
2) Além de ser a melhor opção estilística, a substituição da 
vírgula imediatamente antes do “e” (l. 3) por ponto e vírgula 
mantém a correção gramatical do trecho.
3) A palavra “que” (l. 15) introduz o complemento verbal da 
forma verbal “Basta”.
4) No trecho “fizer o que faz o ladrão e o pirata”, a partícula 
“o” classifica-se como pronome demonstrativo e exerce a 
função de objeto direto da oração subordinada adjetiva.
Comentários:
1. Certo. Na frase “entre os tais reinos e as covas dos la-
drões – a que o santo chama latrocínios”, o adjetivo “latro-
cínios” exerce a função sintática de predicativo do objeto 
indireto “a que”, o qual retoma por coesão o trecho “os tais 
reinos e as covas dos ladrões”. Note-se ainda que o predi-
cativo do objeto não poderá ser suprimido do texto, pois 
prejudicaria a hierarquia das informações.
2. Certo. De fato, a alteração da vírgula por ponto e vírgula 
manteria a correção gramatical, além de marcar claramente 
a separação das orações coordenadas.
3. Errado. Na frase “Basta, senhor, que eu, porque roubo 
em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma ar-
mada, sois imperador?”, a oração introduzida pelo vocábulo 
“que” desempenha a função sintática de sujeito. Ao substi-
tuir toda a oração iniciada pelo vocábulo “que” por ISSO, 
teremos: “Isso basta”. Ou seja, exercerá a função de sujeito, 
que também podemos chamar de oração subordinada subs-
tantiva subjetiva.
4. Errado. Sempre que identificar a estrutura “o que”, te-
remos, respectivamente, um pronome demonstrativo e um 
pronome relativo. A questão está errada, pois o pronome de-
monstrativo “o” exerce a função de objeto direto do verbo 
fazer, e não da oração subordinada.
Texto III
1 O Brasil se absteve na votação do projeto de reso-
lução sobre “a deterioração grave e contínua dos direitos 
humanos e da situação humanitária na República Árabe 
da Síria”. Estamos plenamente conscientes da grave
5 situação dos direitos humanos na região, que precisa ser 
devidamente analisada por este conselho. Apesar das últi-
mas modificações no texto, a resolução ainda não reco-
nhece a responsabilidade e não repudia devidamente a 
participação de vários grupos armados da oposição (…)
10 por graves violações dos direitos humanos e do direito 
humanitário. Essa lacuna pode erroneamente transmitir 
uma mensagem de tolerância a essas graves irregulari-
dades e, assim, incentivar ainda mais violência contra a 
população civil. É também lamentável a falta de ênfase
TERCEIRO-SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATACONCURSO PÚBLICO – IRBR PÁGINA 14
15 na necessidade de maior envolvimento de todas as partes 
nas negociações políticas. Não há solução militar para 
a crise e a insistência em ver uma vitória militar como 
a única saída é uma causa real e definitiva para a atual 
situação que a população síria enfrenta. O Brasil salienta
20 que é responsabilidade primordial das autoridades sírias 
assegurar os direitos da população síria. Não obstante, é 
de responsabilidade de todos os países evitar maior mili-
tarização do conflito. Agir de outra maneira é comparti-
lhar a responsabilidade pelas atrocidades enfrentadas por
25 civis na Síria e arredores. O Brasil insta todas as partes 
envolvidas no conflito e apoiadores a cumprir com suas 
obrigações sob o direito internacional humanitário, para 
permitir acesso irrestrito às agências humanitárias, e a se 
absterem de qualquer ação que possa prolongar o conflito.
QUESTÃO 5 
Com relação a aspectos gramaticais do texto III, julgue (C ou 
E) os itens que se seguem.
1) Na linha 6, sem prejuízo para a correção gramatical do tex-
to nem para seu sentido original, a expressão “Apesar das” 
pode ser substituída por “Sem embargo das”.
2) No trecho “O Brasil salienta que é responsabilidade primor-
dial das autoridades...” (l. 19-20), a substituição da conjun-
ção “que” por dois-pontos prejudica a correção gramatical.
3) Sem prejuízo dos sentidos e da correção gramatical do 
texto, o trecho “Essa lacuna pode erroneamente transmitir 
(...) violência contra a população civil” (l. 11-14) poderia 
ser reescrito da seguinte maneira: “Erroneamente, essa 
falta pode transmitir uma mensagem de tolerância a essas 
irregularidades graves e, assim, incentivar ainda mais 
violência contra à população civil.”
4) Na linha 21, a substituição de “Não obstante” por “Con-
quanto” preserva o sentido e a correção gramatical.
Comentários:
1. Certo. Tanto “Apesar das”, quanto “Sem embargo das” 
apresentam valor semântico concessivo; o que deixa o 
item correto.
2. Errado. No trecho “O Brasil salienta que é responsabili-
dade primordial das autoridades...”, será permitida a troca da 
conjunção “que” pelo sinal de dois-pontos, pois traria ainda 
ao texto um nexo explicativo. A questão está errada por afir-
ma que prejudicaria o texto.
3. Errado. Sempre que for fazer uma questão de reescritura 
textual, verifique se o trecho reescrito pelo examinador está 
perfeito gramaticalmente. O que não é o caso. No trecho, há 
claramente um erro do emprego do sinal indicativo de crase, 
pois não há a possibilidade de ter duas preposições juntas. 
Por isso, o item está errado.
4. Errado. Contextualmente, a expressão “não obstante” 
apresenta ideia adversativa, enquanto que a conjunção “con-
quanto” indica uma concessão. Por esse motivo, a assertiva 
está incorreta.
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