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1 MECANISMOS 1. Introdução - Síntese Cinemática versus Análise Cinemática - Mecanismos Articulados (do inglês Linkages) - Mecanismo Came – Seguidor - Mecanismos de Contato Direto - Trens de Engrenagens Bibliografia 1) Norton, R. L., Cinemática e Dinâmica de Mecanismos, McGraw-Hill, 2009. 2) Martin, G. H., Kinematics and Dynamics of Machines, second edition, McGraw- Hill, 1882. 3) Wilson, C. E., Kinematics and Dynamics of Machinery, second edition, Harper Collins College Publishers, 1993. 4) Doughty, S., Kinematics and Dynamic of Machinery, John Wiley and Sons, 1886. 5) J. E. Shigley, Cinemática dos Mecanismos, Editora Edgard Blucher, 1969. 2. Mecanismos Articulados 2.1 Mecanismos de Quatro Barras Peça (1) – Base Peças (2) e (4) – Manivelas 2 Peça (3) – Acoplador Mecanismo de Quatro Barras Paralelo (Figura 3-2) – Comprimentos das manivelas iguais e O2O4=BC. As manivelas possuem mesmas posições angulares, velocidades angulares e acelerações angulares. Mecanismo de Quatro Barras Não Paralelo (Figura 3-3) – Manivelas possuem o mesmo tamanho e O2O4=BC. Velocidades das manivelas em sentidos opostos. Velocidades angulares nem sempre possuem o mesmo módulo, 2=constante → 4≠constante. Exercício 1 – Considere os mecanismos das Figuras 3-2 e 3-3. Para O2B=0.1 m, O2O4=0,25 m e 2=10 ⁄ no sentido anti-horário (constante), calcule a velocidade angular 4 e a aceleração angular α4 da manivela da direita para o mecanismo da Figura 3-2. Considere a posição angular da manivela 2 de 50o. 3 Para O2B=0.1 m, O2O4=0,25 m e 2=10 ⁄ no sentido anti-horário (constante), calcule a velocidade angular 4 e a aceleração angular α4 da manivela da direita do mecanismo da Figura 3-3 para inclinações da manivela 2 de 30o. Pontos Mortos (Figura 3-4) – Ponto morto superior é representado pela posição O2B’C’O4 do mecanismo e o ponto morto inferior pela posição O2B’’C’’O4. Retorno Rápido (Figura 3-4) – O mecanismo de quatro barras descrito na Figura 3-4 consiste no que é chamado de mecanismo de retorno rápido pois, θ1 ≠ θ2. Razão angular ou razão temporal (RT) do mecanismo de retorno rápido (quando a rotação da manivela acionadora 2 for constante). RT= (1) Exercício 2 – Determine a razão temporal para o mecanismo de quatro barras apresentado na Figura 3-4. Para 2=10 ⁄ (constante), determine o tempo que a manivela movida 4 leva para sair do ponto morto superior e chegar ao ponto morto inferior. Determine também o tempo que a manivela movida 4 gasta para sair do ponto morto inferior e chegar ao ponto morto superior. 2.2 Critério de Grashoff Consiste na classificação do tipo de movimento do mecanismo de quatro barras de acordo com o comprimento de suas barras. 4 S: denota o comprimento da menor barra do mecanismo de quatro barras, L: denota o comprimento da maior barra do mecanismo, P e Q: denotam os comprimento das barras de tamanho intermediários. Caso 1: Se L+S < P+Q 1. O mecanismo é do tipo MANIVELA – BALANCIM (CRANK AND ROKER) quando a barra de menor comprimento for manivela (girando uma volta completa) e qualquer uma das barras adjacentes a barra de menor comprimento for fixa. Vide Figura 3-4. A barra 2 gira completamente e a barra 4 oscila. 2. O mecanismo é do tipo DUPLA MANIVELA (DRAG LINK) quando a barra de menor comprimento for fixa. Vide Figura 3-5. As barras 2 e 4 giram completamente. 3. O mecanismo é do tipo DUPLO BALANCIM quando a barra oposta a barra de menor comprimento for fixa. As barras 2 e 4 simplesmente oscilam. Caso 2: Se L+S > P+Q Neste caso, qualquer barra que for fixada, sempre resultará em mecanismos do tipo DUPLO BALANCIM. 5 Exercício 3 – Usando o programa computacional abaixo, verifique o critério de Grashoff para mecanismos de quatro barras. Construa esses mecanismos usando papel e taxinhas para verificação prática do critério de Grashoff. grashoff.m % implementaçao do criterio de grashof com base na figura 1.11 de % Wilson, C.E. and Sadler, J.P., 'Kinematics and Dynamics of Machinery' clear all clc disp('criterio de grashof para mecanismos de quatro barras') disp('entre com os comprimetos das barras do mecanismo conforme FIG. 1.11 Wilson e Sadler') disp('sendo que as barras 0, 1 ,2 e 3 denotam o seguinte:') disp('Barra 0: BASE') disp('Barra 1: MANIVELA DA ESQUERDA') disp('Barra 2: ACOPLADOR') disp('Barra 3: MANIVELA DA DIREITA') L0=input('de o comprimento da barra 0: '); L1=input('de o comprimento da barra 1: '); L2=input('de o comprimento da barra 2: '); L3=input('de o comprimento da barra 3: '); L=sort([L0 L1 L2 L3]); Lmax=L(4); Lmin=L(1); La=L(2); Lb=L(3); if Lmax >= Lmin+La+Lb disp('Mecanismo impossivel') else if Lmax+Lmin <= La+Lb disp('mecanismo Grashof') if L1==Lmin disp('mecanismo manivela-balancim') else if L3==Lmin 6 disp('mecanismo manivela-balancim') else if L0==Lmin disp('mecanismo dupla manivela') else disp('mecanismo duplo-balancim') end end end else disp('Mecanismo nao Grashof') disp('Todos mecanismos sao duplo-balancim') end end 2.3 Mecanismo Biela – Manivela Transforma rotação da manivela em translação do cursor ou vice-versa. Vide Figura 3-6. Muito usado na prática. Por exemplo, motor a combustão interna, compressores, máquinas ferramenta, rodagem de trens, portas e janelas, etc. Peça 1 – Base Peça 2 – Manivela Peça 3 – Biela Peça 4 – Pistão ou cursor Mecanismo excêntrico, vide Figura (3-7). Funciona como um mecanismo biela manivela. 7 2.4 – Garfo Escocês Transforma rotação da manivela (2) em translação do cursor (4). Vide Figura 3-8. Exercício 4 – Mostre que, para uma rotação constante da manivela (2), o movimento desenvolvido pelo cursor (4) do mecanismo garfo escocês é do tipo movimento harmônico simples. 2.5 Mecanismos de Retorno Rápido Razão Temporal (RT). RT= Crank – Sharper. Mecanismo usado na plaina limadora. Figura 3-9 8 Whitworth. Figura 3-10 Drag Link. Figura 3-11 9 Mecanismo Biela-Manivela com pistão descentrado do eixo da manivela. Usado na máquina de serrar. Figura 3-12. Exercício 5 – Determine a razão temporal dos quatro mecanismos de retorno rápido mostrados acima. 2.6 Mecanismos que Traçam Linha Retas Mecanismos apresentam simetria. Mecanismo de Watt. O ponto P do acoplador traça uma linha reta aproximada. Vide Figura 3-13. = (2) 10 Mecanismo de Scott-Russel – O ponto P traça uma linha reta. Vide Figuras 3-14 e 3-15. AC=BC=CP Mecanismo de Robert. Uma porção da trajetória do ponto P traça uma linha reta. Vide Figura 3-16. 11 AC=CP=PD=DB e CD=AP=PB Mecanismo de Tchebysheff. Uma porção da trajetória do ponto P traça uma linha reta. Vide Figura 3-17. AB=CD=1,25 AD e AD=2 CB Mecanismo de Peaucellier. Uma porção da trajetória do ponto P traça uma linha reta. Vide Figura 3-18. AB=AE BC=BD PC=PD=CE=DE 12 Exercício 6 – Demonstre matematicamente que o ponto P do mecanismo de Peaucellier traça uma linha reta. Dica: vide livro do Martin pg. 53. Exercício 7 – Demonstre matematicamente que o ponto P dos mecanismos acima traçam uma linha reta exata. 2.7 Mecanismos Paralelos Pantógrafo 13 Régua T - mecanismo de quatro barras é usado como base. 2.8 Mecanismo de Alavanca Grande vantagem mecânica Exercício 8 – Demonstre que a vantagem mecânica do mecanismo mostrado na Figura 3-21 é, = 1 2 tan onde P é a componente vertical da força exercida da peça 3 sobre o pino C. 14 2.9Junta de Oldham Usada para conexão entre dois eixos para minimizar efeitos de desalinhamento. 15 2.10 Juntas Universais Usadas para transmitir movimento em eixos inclinados que se interseptam em um ponto comum. A Figura 3-26 mostra uma junta cardânica. A relação de transmissão entre os eixos 2 e 3 é, = cos 1 − (sin sin ) Note que relação de transmissão variável que depende de e , sendo que denota a posição angular do eixo 3. A figura abaixo mostra os valores das relações de transmissão entra os eixos de uma junta universal para 5 valores de (5o, 10o, 15o, 20o e 30o). A listagem do programa usado é mostrada abaixo. % analise cinematica da junta universal cardanica clear all clc N=input('de o numero de pontos para uma volta completa do eixo 3 '); dtteta3=2*pi/N; for i=1:N teta3(i)=dtteta3*(i-1); teta3x(i)=-pi+dtteta3*(i-1); end Ndelta=input('de a quantidade de valores a serem adotados para delta '); 16 for i=1:Ndelta i delta(i)=input('de o valor de delta em graus '); end delta=delta*pi/180; for j=1:Ndelta for i=1:N teta2(i,j)=atan2(sin(teta3x(i)),cos(teta3x(i))*cos(delta(j))); % (eq. 3.1) w2sw3(i,j)=cos(delta(j))/(1-(sin(teta3(i)))^2*(sin(delta(j)))^2); % (eq. 3.2) end end figure(1) plot(teta3x*180/pi,teta2*180/pi) xlabel('teta3') ylabel('teta2') figure(2) plot(teta3*180/pi,w2sw3) xlabel('teta3') ylabel('w2/w3') Martin demonstra a equação acima usando as Figuras 3-27 (a) e (b). 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0.85 0.9 0.95 1 1.05 1.1 1.15 1.2 1.25 teta3 w 2/ w 3 17 A relação de transmissão variável acima pode causar vibrações indesejáveis devido as acelerações que ela acarreta. Uma solução para o problema consiste na montagem mostrada na Figura 3-28, fazendo = . Nesse caso, = 1 Esse mecanismo é usado na transmissão de rotação da caixa de marcha para o diferencial de caminhões e automóveis. 18 Vários tipos de juntas universais foram desenvolvidos para dar uma relação de transmissão constante entre os eixos motor e movido. A Figura 3-29 mostra uma construção bem simples delas e é usada em brinquedos e consiste em uma junta homocinética. Junta homocinética é uma junta universal que produz relação de transmissão unitária e constante. Observe na Figura 3-29 que os eixos se interceptam no ponto O. Da simetria da montagem e quando R2=R3, o ponto P (ponto de contato) sempre estará sobre o plano mostrado na figura (homokinetic plane – plano homocinético), resultando em uma relação de transmissão sempre unitária. Esse plano é chamado plano homocinético. E esse tipo de junta é chamado de junta homocinética. Uma condição necessária para uma junta homocinética é ela possuir um plano homocinético. 19 A junta de Bendix – Wiess,é um exemplo de junta homocinética usada, por exemplo, para transmissão do diferencial para as rodas de automóveis. A Figura 3-30 mostra uma junta universal do tipo Bendix – Wiess e a Figura 3-31 mostra seu plano homocinético. Nesse tipo de junta os garfos são projetados de tal mineira que suas ranhuras permitam que os centros das esferas fiquem sempre alinhados formando um plano homocinético. O movimento entre os eixos é transmitido pelas esperas. 20 2.11 Mecanismos Intermitentes Roda de Genebra. Transforma rotação da peça 2 em rotação intermitente da peça 3. Vide Figura 3-32. Para uma volta completa da peça 2 a peça 3 desloca 90o. 21 Exercício 9 – Projete uma roda de Genebra com seis entradas. Catracas. Vide Figuras 3-33, 3-34, 3-35 e 3-36. A catraca da Figura 3-33 transforma rotação da peça 4 em rotação intermitente da peça 2. A catraca do mecanismo da Figura 3-34 é equipado de um mecanismo de quatro barras com manivela 6 ajustável. As catracas mostradas nas Figuras 3-35 e 3-36 não possui dentes na peça 2 permitido um funcionamento bem mais silencioso. O funcionamento da catraca mostrada na Figura 3-36 é ilustrado pelo link abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=H4SiM5Dcblg 22 23 2.12 Mecanismo Dupla Corrediça As corrediças 2 e 4 são ligadas pela peça 3. Figura 3-37. Exercício 10 – Mostre que a trajetória do ponto P é elíptica. Mostre também que a trajetória do ponto C=AB/2 é circular. 24 Mobilidade dos mecanismos planos Junta (ou par cinemático) – conecçao entre duas ou mais peças. Par cinemático inferior (L) – possuem uma superfície de contato. Exemplos: pino envolvido em um furo, hélice envolvida em um parafuso, peça prismática envolvida em uma superfície, etc.). Par cinemático superior (H) – possuem uma linha ou um ponto de contato. Exemplos – vide tabela abaixo. Tabela de Pares Cinemáticos (Wilson and Sadler) 25 Equação de Gruebler para mecanismos planos, M=3(n-1) – 2 f1 – f2 M – mobilidade do mecanismo n – número de peças f1 – número de pares cinemáticos que restringem 2 graus de liberdade f2 – número de pares cinemáticos que restringem 1 grau de liberdade 26 Algumas Aplicações de Mecanismos Articulados Entre com simple mechanisms animations e procure por vídeos http://www.mrbillington.com/linkages.html 27 28 Mecanismo de Watt impõe que a carroceria se movimente na vertical 29 30 31 32 33 Juntas de Oldham 34
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