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1 Curso Constitucional A a Z Teorias Legitimadoras da Jurisdição Constitucional: Hans Kelsen - Positivismo Jurídico 2 Positivismo Jurídico Constituição se define por sua superioridade (advinda da rigidez, que é um conjunto de óbices procedimentais para alteração da constituição) em relação às demais normas. Constituição e demais leis são ontologicamente iguais, diferenciando-se apenas quanto à hierarquia Realça a constituição formal, uma vez que ignora o seu conteúdo material (limitação do poder e proteção de direitos individuais). Positivismo Jurídico Assim, a interpretação constitucional deve seguir os mesmos critérios clássicos das demais normas (histórico, gramatical, sistemático e teleológico). A interpretação constitucional é meramente subsuntiva, cabendo-lhe, tão somente, revelar o conteúdo da norma. 3 Positivismo Jurídico Síntese do raciocínio silogístico do positivismo: i.A constituição é norma jurídica superior às demais. ii.Ao Judiciário cabe aplicar as normas jurídicas, zelando por sua imperatividade. iii.Conclusão, ao Judiciário cabe aplicar diretamente as normas constitucionais, velando por sua prevalência sobre as demais normas jurídicas. Positivismo Jurídico Segundo o positivismo, a jurisdição constitucional não afeta a separação de poderes, uma vez que retira da própria constituição a sua autoridade, constituição mesma que consagra o sistema de freios e contrapesos. 4 Positivismo Jurídico Quanto ao princípio democrático: Juiz constitucional deve atuar de forma rigorosamente neutra, fazendo prevalecer a vontade da maioria constituinte sobre a vontade das maiorias ocasionais. A neutralidade do juiz e o formalismo hermenêutico caracterizam, então, o positivismo. Teoria do escalonamento do ordenamento jurídico: A norma inferior busca o seu fundamento de validade na norma imediatamente superior, então, por exemplo, a decisão judicial (norma para o caso concreto) se fundamentaria na lei (norma geral), e esta na constituição. Esta concepção influencia, sobremodo, a ideia de Tribunal Constitucional na Áustria. Positivismo Jurídico 5 Positivismo de Kelsen A norma fundamental, fundamento de validade último de todo o ordenamento, seria norma pressuposta e não norma posta, vez que esta é advinda de uma autoridade, cuja competência se funda em norma mais elevada. Então, a norma fundamental não pode ser norma posta, antes, pressuposta. A norma fundamental é o fundamento subentendido da legitimidade de todo o sistema jurídico (Norberto Bobbio). Para Kelsen seria o preceito pelo qual as normas compatíveis com a constituição devem ser cumpridas. A questão da legitimidade do ordenamento ou da sua justificação moral, para o positivismo, é externa à Ciência do Direito, não se entendendo apto a analisar tal questão. Para Kelsen o direito apresenta uma moldura, um quadro de soluções viáveis. Positivismo de Kelsen 6 Dessa forma, tanto o legislador quanto o juiz criam o direito, pois teriam uma margem de conformação, a daquele, por óbvio, maior do que a deste, por estarem baseados, respectivamente, na constituição e na lei. A decisão do juiz é ato cognitivo (conhecer a norma), mas é também ato volitivo (ao optar por uma das soluções possíveis). Positivismo de Kelsen A atividade volitiva na interpretação constitucional (reconhecida por Kelsen) e que, por certo, influencia a jurisdição constitucional, constitui-se um problema teórico não resolvido pelo positivismo. O próprio Kelsen enquadra tal atividade no campo da Política do Direito e não na Teoria do Direito. Positivismo de Kelsen 7 O Tribunal Constitucional surge, nesse contexto, como órgão distinto dos três poderes, exatamente por que estes, principalmente o Parlamento e o Governo, teriam razões políticas na interpretação. Positivismo de Kelsen Positivismo Jurídico Críticas Gerais i.A completude e coerência sistêmica são ideais, nem sempre reais. ii.Concepção formal iii.Aplicação mecânica da lei iv.Não se concebe uma interpretação que não sofra influência das impressões pessoais do intérprete. v.Legitimação incondicional do direito 8 Positivismo Jurídico Críticas Gerais: As normas constitucionais têm características que as particularizam em relação às demais normas, o que certamente determina a interpretação, a saber, superioridade hierárquica, natureza da linguagem, conteúdo específico e caráter político O normativismo jurídico de Kelsen representou a radicalização do positivismo e, simultaneamente, o seu esgotamento. Críticas de Carl Schmitt ao Tribunal Constitucional: i.O controle de constitucionalidade sempre exibe uma feição política, fazendo uma avaliação discricionária da lei. ii.Na verdade o Tribunal Constitucional não simplesmente diz o direito, antes, o faz. iii.A Jurisdição Constitucional não é a juridicização da política, mas sim a politização da justiça, o que é indesejável. iv.Para Schmitt o zelo da constituição cabia ao Presidente do Reich, que exerceria uma espécie de função moderadora. Positivismo de Kelsen 9
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