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DISTURBIOS DA APRENDIZAGEM IPEMIG

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DISTÚRBIOS DA 
APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenação Pedagógica – IPEMIG 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 03 
 
 
 
1 APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO .....................................................................05 
 
2 AS DIMENSÕES DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ................................09 
 
2.1 Dimensão biológica .........................................................................................09 
 
2.2 Dimensão cognitiva .........................................................................................10 
 
2.3 Dimensão social ..............................................................................................10 
 
2.4 Dimensão pedagógica.....................................................................................10 
 
3 OS FATORES QUE LEVAM AOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM .........12 
 
3.1 Orgânicos ........................................................................................................12 
 
3.2 Específicos ......................................................................................................12 
 
3.3 Psicógenos ......................................................................................................12 
 
3.4 Ambientais.......................................................................................................13 
 
4 OS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM ...........................................................14 
 
4.1 Dificuldades Escolares Globais de origem Afetiva ..........................................19 
 
4.2 Dificuldade da leitura .......................................................................................20 
 
4.3 Dificuldades de escrita ....................................................................................24 
 
4.4 Dificuldade no raciocínio Matemático ..............................................................26 
 
4.5 Outros déficits .................................................................................................26 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.............................................. 28 
 
ANEXOS .............................................................................................................. 30 
 
3 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta complementação pedagógica, procurando 
referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao 
curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e 
melhorar nosso trabalho. 
 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
 
Assim, a apostila em questão traz os seguintes conteúdos: aprendizagem e 
educação; as dimensões do processo de aprendizagem (biológica, cognitiva e 
social); os fatores que levam aos problemas de aprendizagem (orgânicos, 
específicos, psicógenos e ambientais); os distúrbios de aprendizagem e a legislação 
de apoio para atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem, 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
1 APRENDIZAGEM E EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria 
ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social 
conhece. Para que a criança aprenda, ela necessitará interagir com outros seres 
humanos, especialmente com os adultos e com outras crianças mais experientes. 
Nas inúmeras interações em que se envolve desde o nascimento, a criança vai 
gradativamente ampliando suas formas de lidar com o mundo e vai construindo 
significados para as suas ações e para as experiências que vive (DAVIS E 
OLIVEIRA, 1994). 
 
Sendo assim, pode-se definir mais claramente aprendizagem como um 
processo evolutivo e constante que implica uma sequência de modificações 
observáveis e reais no comportamento do indivíduo (físico e biológico e no meio que 
o rodeia) atuante e atuado. Este processo se traduz pelo aparecimento de formas 
realmente novas (POPPOVIC, 1968 apud CIASCA, 2008). 
 
Por isso, a aprendizagem é considerada um processo integrativo, supõe 
uma dinâmica interna, mental, ou seja, o indivíduo não acumula simplesmente 
conhecimentos, mas passa a entender com mais profundidade as novas 
descobertas. 
 
A aprendizagem está sempre se efetuando, é um processo que começa com 
o nascimento, ou até mesmo antes dele, e continua de uma forma ou de outra, 
durante toda a nossa vida e se acentua na escola, com o processo sistêmico de 
escolarização. 
 
A aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, envolvendo 
aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais. A 
aprendizagem é resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, 
bem como da transferência destes para novas situações (STACCIARINI e 
ESPERIDIÃO, 1999). 
 
O processo de aprendizagem é desencadeado a partir da motivação. 
 
Ao longo do desenvolvimento cognitivo e afetivo, a constituição do sujeito se 
faz pela resolução de conflitos de aquisições, sendo a aprendizagem produto da 
 
6 
 
 
 
 
interação das necessidades que vão se modificando e, assim, configurando novos 
conflitos, que influenciam a maneira como as etapas posteriores de desenvolvimento 
serão experimentadas. 
 
Nesse contexto, a aprendizagem constitui-se em um dos indicadores da 
capacidade de aprender, relacionado especialmente para as crianças, com o seu 
padrão de adaptação, com o nível de desenvolvimento cognitivo; a condição 
cognitiva refere-se às estruturas que permitem a organização dos estímulos e do 
conhecimento. Os aspectos afetivos, juntamente com os cognitivos e biológicos, são 
comumente identificados como fatores individuais e internos da criança que, 
isoladamente ou em interação, determinam as condições de aprendizagem 
(PORTO, 2009). 
 
Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto, intimamente 
ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio, principalmente 
escolar: seus professores e colegas. Nas situações escolares, o interesse é 
indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de apropriar-se do 
conhecimento (HUERTAS, 2001). 
 
No contexto do processo de escolarização inúmeros problemas são 
detectados: dificuldades de coordenação motora, agressividade, falta de atenção em 
sala de aula, dificuldade com ordenação e muitos outros. 
 
Alémdos inúmeros fatores que possibilitam o insucesso da criança, como 
fatores biológicos, sociais, emocionais, pedagógicos, etc. outros motivos que levam 
uma criança ao fracasso escolar seriam: 
 
 Não estar amadurecida o suficiente para aprender determinados conceitos; 
 
 Não estar motivadas, com a autoestima baixa; 
 
 Ter problemas fisiológicos; 
 
 Ter problemas sociais. A aceitação por parte do professor e dos colegas, o afeto 
que recebem dos pais e das pessoas em geral são objetivos muito caro às 
crianças. Muito do que elas fazem, se esclarece quando levamos isso em 
consideração; 
 
 Não ter tido experiências anteriores favoráveis, ou seja, o que elas estão 
aprendendo no momento depende de conhecimentos que não obtiveram; 
 
7 
 
 
 
 
 Ter dificuldade de concentração; 
 
 Podem estar numa escola onde a forma de ensinar não está de acordo com sua 
forma de aprender. 
 
É preciso ter sempre em mente que uma criança não aprende em função do 
professor, mas em função dela mesma, de sua autoestima, porém, tanto o professor 
quanto a família, são imprescindíveis para o sucesso da mesma. É necessário 
compreender para melhor educar. É necessário que o professor esteja atento as 
dificuldades que eventualmente possam surgir e se for preciso encaminhá-la a um 
especialista. 
 
Segundo Porto (2009) a aprendizagem é um processo tão importante para a 
sobrevivência do homem, que cada vez mais, as escolas e as tecnologias estão 
sempre se aperfeiçoando para tornarem a aprendizagem mais eficiente. À medida 
que se ascende na escala animal, o período da infância, a capacidade para 
aprender e a importância da aprendizagem na vida do organismo aumentam, 
regularmente, com um correspondente decréscimo dos comportamentos inatos, 
denominados instintivos. 
 
O psicopedagogo, neste contexto, tem o papel significativo de estimular ou 
facilitar o processo ensino-aprendizagem, e muitas vezes precisa apenas descobrir 
na criança o que ela já sabe. 
 
Até o momento discorremos sobre a importância da aprendizagem, pois 
bem, agora podemos falar das funções da educação que segundo Paín (1992) são 
quatro funções interdependentes, a saber: 
 
1. Função mantenedora – ela garante a continuidade da espécie humana ao 
reproduzir em cada indivíduo o conjunto de normas que regem a ação 
possível. 
 
2. Função socializadora – embora a educação não ensine a comer, a falar ou 
cumprimentar, ela ensina que são as modalidades destas ações, 
regulamentadas pelas normas do manejo, da sintaxe, os códigos gestuais da 
comunicação. Ela leva o indivíduo a transformar-se socialmente, a identificar- 
se com um grupo. 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
3. Função repressora – se de um lado a educação educa, de outro ela reprime 
no sentido de conservar e reproduzir as limitações que o poder destina a cada 
classe e grupo social, segundo o papel que lhes atribui na realização de seu 
projeto socioeconômico. 
 
4. Função transformadora – na medida em que as contradições do sistema 
produzem mobilizações primariamente emotivas, os diversos grupos se 
mobilizam e buscam por mudanças. São atitudes revolucionárias que também 
passam pela educação (PAÍN, 1992). 
 
 
 
Segundo Paín (1992), em função do caráter complexo na função educativa a 
aprendizagem se dá simultaneamente como instância alienante e como 
possibilidade libertadora. 
 
A alfabetização, por exemplo, que sustenta um sistema opressivo baseado 
na eficiência e no consumo, se transforma na via necessária da conscientização e 
da doutrinação rebelde. 
 
Desta forma, o sujeito que não aprende não realiza nenhuma das funções 
sociais da educação, acusando sem dúvida o fracasso da mesma, mas sucumbindo 
a esse fracasso. 
Para Sara Paín, o problema de aprendizagem mais grave não é o daquele 
sujeito que não cumpre a norma estatística, mas sim daquele que constitui a 
oligotimia1 social, que produz sujeitos cuja atividade cognitiva pobre, mecânica e 
passiva, se desenvolve muito aquém daquilo que lhe é estruturalmente possível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Palavra usada para diferenciar a oligofrenia (relacionada com o retardo mental) enquanto a primeira 
 
refere-se a carência afetiva sem apresentar nenhum problema mental. 
 
 
9 
 
 
 
 
2 AS DIMENSÕES DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
Na prática diagnóstica é necessário levar em consideração alguns aspectos 
ou dimensões ligados às três perspectivas2 de abordagem do fracasso escolar. Essa 
interligação ajudará a construir uma visão gestáltica da pluricausalidade desse 
fenômeno, possibilitando uma abordagem global do sujeito em suas múltiplas 
facetas. 
 
 
 
2.1 Dimensão biológica 
 
 
 
 
Os aspectos orgânicos estão relacionados à construção bifisiológica do 
sujeito que aprende. Alterações nos órgãos sensoriais impedirão ou dificultarão o 
acesso aos sinais do conhecimento. A construção das estruturas cognoscitivas se 
processa num ritmo diferente entre indivíduos normais e os portadores de 
deficiências sensoriais, pois existirão diferenças nas experiências físicas e sociais 
vividas. 
 
Diferentes problemas do sistema nervoso central acarretarão alterações, 
como, por exemplo, disfasias e afasias que comprometem a linguagem e poderão ou 
não causar problemas de leitura e escrita. 
Na realidade, crianças portadoras de alterações orgânicas recebem, na 
maioria das vezes, uma educação diferenciada por parte da família, o que pode 
levar à formação de problemas emocionais em diversos níveis, gerando dificuldades 
na aprendizagem escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
1 – Tipo de cultura, condições e relações político-sociais e econômicas vigentes, o tipo de estrutura 
social, as ideologias dominantes e as relações explícitas ou implícitas desses aspectos com a 
educação escolar. 
 
2 – Análise da instituição escola 
 
3 – Aluno enquanto aprendente (WEISS, 1992, p. 2-5) 
 
 
10 
 
 
 
 
2.2 Dimensão cognitiva 
 
 
 
 
Os aspectos cognitivos estão basicamente ligados ao desenvolvimento e 
funcionamento das estruturas cognoscitivas em seus diferentes domínios. Weiss 
(1992) inclui nessa grande área também aspectos ligados à memória, atenção, 
antecipação, etc., anteriormente agrupados nos chamados fatores intelectuais. 
 
Numa visão piagetiana, o desenvolvimento cognitivo é um processo de 
construção que se dá na interação entre o organismo e o meio. Se esse organismo 
apresenta problemas desde o nascimento, o processo de construção do sujeito 
sofrerá alterações em seu ritmo. 
 
 
 
2.3 Dimensão social 
 
 
 
 
Os aspectos sociais estão ligados à perspectiva da sociedade em que estão 
inseridas a família e a escola. Inclui, além da questão das oportunidades, as 
questões ligadas à formação da ideologia em diferentes classes sociais. 
 
A falsa democratização de algumas escolas em que se dá a mistura de 
crianças de classe média com ampla base cultural com crianças de camadas menos 
favorecidas da população, sendo essas últimas expelidas da escola por duas 
reprovações é outro exemplo do problema de dimensão social. 
 
Essa escola que finge aceitar a diversidade cultural constrói nessas crianças 
a baixa autoestima, o sentimento de inferioridade que carregam para outras escolas 
ditas mais fáceis. Isso acontece porque na realidade, não fazem dentro da escola 
modificações curriculares e pedagógicas que auxiliem a criança menos favorecida a 
ter uma ascensão no conhecimento e se igualar com as do 1º grupo (WEISS, 1992). 
 
 
 
2.4 Dimensão pedagógica 
 
 
 
 
Os aspectos pedagógicos contribuem muitas vezes para o aparecimento de 
uma formação reativa aos objetos da aprendizagem escolar. Tal quadro confunde-se 
 
11 
 
 
 
 
às vezes, com as dificuldades de aprendizagem originadas na história pessoal e 
familiar do aluno. 
 
Nesse conjunto de fatores estão incluídas as questões ligadas à metodologia 
doensino, à avaliação, à dosagem de informações, à estruturação de turmas, à 
organização geral, etc., que influindo na qualidade do ensino, interferem no processo 
ensino-aprendizagem. Segundo Weiss (1992, p. 9) ficam diminuídas assim, as 
condições de acesso do aluno ao conhecimento via escola. 
 
A escola boa deveria ser estimulante para aprender, por essa razão, a 
função básica dos profissionais da área de educação deveria ser: 
 
a)melhorar as condições de ensino para o crescimento constante do processo de 
ensino aprendizagem e assim prevenir dificuldades na produção escolar. 
 
b)fornecer meios, dentro da escola, para que o aluno possa superar dificuldades na 
busca de conhecimentos anteriores ao seu ingresso na escola. 
c)atenuar, ou no mínimo, contribuir para não agravar os problemas de aprendizagem 
nascidos ao longo da história pessoal do aluno e sua família (WEISS, 1992). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 OS FATORES QUE LEVAM AOS PROBLEMAS DE 
APRENDIZAGEM 
 
 
 
3.1 Orgânicos 
 
 
 
 
Refere-se ao crescimento orgânico, maturação neurofisiológica, a 
capacidade de manipulação de objetos, etc. Em outras palavras: 
 
 Integridade anatômica; 
 
 Investigação neurológica; 
 
 Funcionamento glandular. 
 
São exemplos de fatores orgânicos: a saúde física, a falta de integridade 
neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada, etc. 
 
 
 
3.2 Específicos 
 
 
 
 
Estão relacionados a transtornos na área da adequação perceptivo- 
motora.(veremos detalhes no tópico sobre distúrbios da aprendizagem). 
 
 
 
3.3 Psicógenos 
 
 
 
 
Estão relacionadas aos fatores psicogênicos três possibilidades para o fato 
do não aprender: Na primeira, este constitui um sintoma e, portanto, supõe a prévia 
repressão de um acontecimento que a operação de aprender de alguma maneira 
significa; na segunda, trata-se de uma retratação intelectual do ego. Tal retratação 
ocorre em três oportunidades: sexualização dos órgãos, evitação do erro ou 
compulsão ao fracasso diante do êxito, como castigo á ambição do ser; e a terceira, 
quando o ego está absorvido em outra tarefa psíquica que compromete toda a 
energia disponível. 
 
 
"
13 
 
 
 
 
São exemplos de fatores psicológicos: Inibição, fantasia, ansiedade, 
angustia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição. 
 
 
 
3.4 Ambientais 
 
 
 
 
Interessa neste momento as características de moradia, bairro, escola, lazer, 
acesso a jornais, rádio, etc. Este fator é determinante no diagnóstico, na medida em 
que nos permite compreender sua coincidência com a ideologia e os valores 
vigentes no grupo. O paciente deve ser avaliado através de seu nível de consciência 
e participação. 
São exemplos de fatores ambientais: o tipo de educação familiar, o grau de 
estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos 
meios de comunicação, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
4 OS DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
Segundo Nutti (2002) definir e distinguir distúrbio, transtorno e dificuldades 
e/ou problemas de aprendizagem é uma das mais inquietantes problemáticas para 
aqueles que atuam no diagnóstico, prevenção e reabilitação do processo de 
aprendizagem, pois envolve uma vasta literatura fundamentada em concepções nem 
sempre coincidentes ou convergentes. 
 
Etimologicamente, a palavra distúrbio compõe-se do radical turbare e do 
prefixo dis. O radical turbare significa “alteração violenta na ordem natural” e pode 
ser identificado também nas palavras turvo, turbilhão, perturbar e conturbar. O 
prefixo dis tem como significado “alteração com sentido anormal, patológico” e 
possui valor negativo. O prefixo dis é muito utilizado na terminologia médica (por 
exemplo: distensão, distrofia). Em síntese, do ponto de vista etimológico, a palavra 
distúrbio pode ser traduzida como “anormalidade patológica por alteração violenta 
na ordem natural” (COLLARES E MOYSES, 1992). 
 
Portanto, um distúrbio de aprendizagem obrigatoriamente remete a um 
problema ou a uma doença que acomete o aluno em nível individual e orgânico 
(NUTTI, 2002). 
 
De acordo com Carvalho (2009) na aprendizagem escolar, existem os 
seguintes elementos centrais, para que o desenvolvimento escolar ocorra com 
sucesso: o aluno, o professor e a situação de aprendizagem. As teorias de 
aprendizagem têm em comum o fato de assumirem que indivíduos são agentes 
ativos na busca e construção de conhecimento, dentro de um contexto significativo. 
 
O processo de aprender exige uma integração entre cognição, afetividade e 
a ação e, nas pessoas que não apresentam dificuldades, esta integração flui, 
permitindo a aprendizagem. 
 
Já aqueles que por algum motivo apresentam dificuldades, esta integração 
aparece obstaculizada, desorganizada, o que provoca muita tensão diante das 
situações de aprender. O não conseguir aprender por repetidas vezes faz com que o 
aprendiz forme de si uma imagem de fracasso e se iniba ou se afaste de novas 
situações de aprendizagem. 
 
 
15 
 
 
 
 
Barbosa (1999) assevera que “este afastamento vai impedindo a sua 
evolução cognitiva e inibindo o seu desejo de aprender, o que gera desconforto 
diante de novas aprendizagens, provocando por certo um novo fracasso”. 
 
Uma dificuldade de aprendizagem é um transtorno permanente que afeta a 
maneira pela qual, os indivíduos com inteligência normal e acima da média 
selecionam, retém e expressam informações. As informações que entram ou que 
saem podem ficar desordenadas conforme viajam entre os sentidos e o cérebro. 
 
As dificuldades de aprendizagem devem ser consideradas como uma causa 
possível se uma criança tem dificuldade em um ou mais dos seguintes aspectos: 
 
 Pensar claramente; 
 
 Escrever legivelmente; 
 Soletrar com exatidão; 
 Aprender a ler; 
 Aprender a calcular; 
 Copiar formas; 
 Recordar fatos 
 
 Seguir instruções; 
 
 Colocar coisas em sequência. 
 
 
 
 
Ou seja, ela frequentemente fica confusa, é impulsiva, hiperativa ou 
desorientada, tornando-se frustrada e rebelde, deprimida, retraída ou agressiva. 
 
O professor deve estar preparado para identificar possíveis 
distúrbios/dificuldades no processo de aprendizagem, enfocando aspectos 
orgânicos, afetivos e pedagógicos, durante todo o processo. 
 
Para Paín (1992) os Distúrbios, Dificuldades e Problemas de Aprendizagem, 
sem dúvida, são os mais inter e multidisciplinar dos temas, porque requer o 
envolvimento dos vários aspectos: psicológicos, orgânicos e sociais, e mescla, em 
seu atendimento, os conceitos das diversas áreas: Psicologia, Fonoaudiologia, 
Psicomotricidade e Sociologia. 
 
16 
 
 
 
 
O termo “transtorno” é usado por toda a classificação, de forma a evitar 
problemas ainda maiores inerentes ao uso de termos tais como “doença” ou 
“enfermidade”. “Transtorno” não é um termo exato, porém é usado para indicar a 
existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente 
reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com 
funções pessoais (CID - 10, 1993, p. 5). 
 
Dentre vários outros autores, Fernández (1991) também considera as 
dificuldades de aprendizagem como sintomas ou “fraturas” no processo de 
aprendizagem, onde necessariamente estão em jogo quatro níveis: o organismo, o 
corpo, a inteligência e o desejo. A dificuldade para aprender, segundo a autora, seria 
o resultado da anulação das capacidades e do bloqueamento das possibilidades de 
aprendizagem de um indivíduo e, a fim de ilustrar essa condição, utiliza o termo 
inteligência aprisionada. 
 
Reforçamos que a aprendizagem é um fenômeno extremamente complexo, 
envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais eculturais e 
resultante do desenvolvimento de aptidões e de conhecimentos, bem como da 
transferência destes para novas situações. 
 
A aprendizagem é o processo através do qual a criança se apropria 
ativamente do conteúdo da experiência humana, daquilo que o seu grupo social 
conhece. Para que a criança aprenda, ela necessitará interagir com outros seres 
humanos, especialmente com os adultos e com outras crianças mais experientes. 
 
Sobre a psicopedagogia, os distúrbios e dificuldades de aprendizagem 
constituem-se os objetos de estudos desse profissional, ou seja, é por causa deles 
que o profissional existe. Ao ser procurado pela escola, pelo professor ou pela 
família tendo conhecimento do problema, ele poderá analisar e refletir a respeito: 
 
a) Da aprendizagem e seu processo de escolarização; 
 
b) Dos fatores que influenciam na aprendizagem humana e as causas do 
fracasso escolar; 
c) Da diferença entre Distúrbios, Dificuldades e Problemas de Aprendizagem e 
finalmente; 
d) Da importância da Psicomotricidade como recurso de atendimento 
 
psicopedagógico. 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
É preciso ter sempre em mente que uma criança não aprende em função do 
professor, mas em função dela mesma, de sua autoestima, porém, tanto o professor 
quanto a família, são imprescindíveis para o sucesso da mesma. 
 
Enfim, a importância e aplicabilidade prática de conhecer os distúrbios de 
aprendizagem, reside justamente no fato da necessidade do professor estar atento 
as dificuldades que eventualmente possam surgir e se for preciso encaminhá-la a 
um especialista. E ao psicopedagogo, neste contexto, cabe o papel significativo de 
estimular ou facilitar o processo ensino-aprendizagem, e muitas vezes precisa 
apenas descobrir na criança o que ela já sabe. 
 
Pela intensidade com que apresentam os sintomas e comportamentos 
infantis, pela duração em que eles têm na vida escolar e pela participação do lar e 
da escola nos processos problemáticos, fica difícil para o professor identificar os 
problemas de aprendizagem de seu aluno. 
 
Na verdade quando o ato de aprender se apresenta problemático, é preciso 
uma avaliação muito mais abrangente e minuciosa, cabendo ao especialista 
Psicopedagogo realizá-la, a fim de identificar causas, e planejar possíveis correções. 
 
Quando falamos de aprendizagem estamos nos referindo a um processo 
global de crescimento, pois toda aprendizagem desencadeia, em algum sentido, 
crescimento individual ou grupal. 
 
A aprendizagem infantil, no que tange ao processo escolar em geral, está 
intimamente relacionada ao desenvolvimento da criança, às figuras representativas 
desta aprendizagem (escola, professores), ambiente de aprendizagem formal, 
condições orgânicas, condições emocionais e estrutura familiar. 
 
Qualquer intercorrência em um ou mais destes fatores, pode influenciar 
direta ou indiretamente o processo de aquisição da aprendizagem. 
 
Eis que agora precisamos definir linguagem para continuarmos nosso 
caminho sobre os distúrbios de aprendizagem. 
Podemos definir linguagem como um instrumento que, através de diversas 
formas, o ser humano utiliza para se comunicar. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
A comunicação ocorre através de gestos, expressões faciais, fala e escrita 
formal obedecendo as regras da comunidade linguística na qual está inserida. 
 
Diversas são as alterações que podem ser diagnosticadas durante o 
processo de aprendizagem e consequentemente, o processo educacional em geral, 
como desempenho e qualidade globais. 
 
O atraso na linguagem traduz-se pela ausência da mesma na idade em 
que, normalmente, ela se manifesta. 
 
Caracteriza-se pela permanência de certos padrões linguísticos além da fase 
da idade cronológica. 
 
No atraso simples ou moderado observa-se a redução de padrões 
fonológicos. No atraso grave de linguagem a criança apresenta todos os padrões 
fonológicos reduzidos e também os padrões morfossintáticos estão muito reduzidos 
com, praticamente, ausência dos elementos de ligação e estruturas frasais 
primitivas. 
 
Sendo o atraso propriamente dito, apresenta transtornos nas demais áreas 
de linguagem podendo estar implicados os mecanismos de memória imediata. 
 
Dificuldades oro-motoras acompanham o atraso de linguagem necessitando 
de um maior enriquecimento ou ajustamento das sensações proprioceptivas, 
facilitando a fixação dos padrões fonológicos corretos. 
 
São várias as classificações para os distúrbios de aprendizagem. 
Basicamente temos dificuldades nos planos da leitura, da escrita e da matemática. 
Outras mais globais seriam de origem afetiva. 
Falaremos um pouco de cada uma delas, salientando que inúmeros autores 
debruçam sobre o tema e são inúmeras as dicas ou maneiras de definir as 
dificuldades, mas isso requer tempo e experiência por parte do profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.1 Dificuldades Escolares Globais de origem Afetiva 
 
 
 
 
Os atrasos globais do desenvolvimento são caracterizados pelo atraso 
psicomotor, da linguagem oral e da comunicação em geral, estando a criança 
defasada em diversas áreas do desenvolvimento com ou sem problemas motores. 
 
Aspectos cognitivos e perceptivos também podem acompanhar o Atraso 
 
Global de Desenvolvimento. 
 
Os padrões esperados para cada faixa etária dependem, além da 
estimulação ambiental com qualidade, da maturação neurológica. 
 
No quadro de atraso da linguagem devemos ressaltar a disfasia onde 
existem, quase sempre, problemas de compreensão e sua evolução terapêutica é 
muito lenta. 
 
Os fatores emocionais permeiam toda e qualquer relação que o indivíduo 
faça ou venha a fazer consigo mesmo ou com o mundo exterior, o fator emocional e 
sua estrutura não devem ser desprezados. 
 
Levando-se em conta a estrutura familiar, social e as relações estabelecidas 
entre si e o meio e a forma com que estas relações são feitas, influenciam, sem 
dúvida, o desenvolvimento do processo de aprendizagem. 
 
A maneira de encarar novas informações, a relação com este “novo” e a 
disponibilidade da criança para permitir-se a aprender, estão intrinsecamente ligadas 
com suas condições psicológicas. 
 
A criança de seis anos que ingressa na escola básica acha-se bruscamente 
confrontada com uma situação nova à qual terá de adaptar-se rapidamente. Os 
problemas com os quais ela vai envolver-se implicam, em muitos casos, uma 
reconsideração dos hábitos e atitudes anteriores. Particularmente confrontava-se 
com o problema de sua própria eficácia, já que deve submeter-se às aprendizagens 
e ser bem sucedida de acordo com um ritmo que, na maioria dos casos não leva em 
conta suas possibilidades reais (LE BOULCH, 1983). 
Esta exigência de desempenho é exacerbada pelas comparações feitas de 
uma criança a outra e este ambiente competitivo passará, rapidamente, a ter para 
ela uma significação afetiva, e até mesmo moral, na medida em que as noções de 
 
20 
 
 
 
 
bons e maus alunos se desprenderão naturalmente do êxito ou do fracasso. A 
situação da criança torna-se ainda mais difícil pela exigência dos pais que se sentem 
pessoalmente implicados, e até traídos, quando seus filhos não chegam no nível das 
outras crianças (LE BOULCH, 1983). 
 
Esta análise sucinta põe em evidência o fato de que a aprendizagem escolar 
definida como conteúdo é inseparável das condições das relações dentro da quais 
ela é exercida. Compreende-se, então, que os problemas encontrados possa situar- 
se, conforme o caso, mais no polo afetivo ou mais no plano funcional (ATHAR, 
2004). 
 
Durante o período escolar, seria possível, apoiando-nos nas atividades de 
expressão espontânea realizadas em grupos, despistar entraves como inibição, a 
insegurança, as dificuldades de comunicação, os atrasos de linguagem. A 
exploração das situações lúdicas e do trabalho voltado para a imagemdo corpo num 
clima de segurança criado pela educadora, deveria permitir às crianças, vítimas de 
carências afetivas ou, ao contrário, superprotegidas, a recuperação de uma parte de 
seu atraso no plano funcional e, abordar o curso preparatório em melhores 
condições (ATHAR, 2004). 
 
 
 
4.2 Dificuldade da leitura 
 
 
 
 
A leitura é a possibilidade própria que cada uma das pessoas tem de dotar 
de sentido e de significado, seja ela textos escritos, desenhos, comportamentos, 
expressões e outros. 
 
É fato que os indivíduos não nascem sabendo ler, mas também é fato que 
não aprendem a fazê-lo apenas quando entram na escola (CHARTIER, 1998). 
 
Com as crianças não é em nada diferente, uma vez que desde muito cedo 
elas distinguem seus pertences dos de seus colegas, conhecem sua mãe e parentes 
mais próximos, dias de sol, dias de chuva, dentre muitas outras coisas de nada 
valerá se essas crianças não dominarem o saber ler e escrever. Ao não saberem 
lidar livremente com sua língua, sem dúvida alguma sofrerão exclusão social e ainda 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
pior, serão cidadãos privados de parte de seus direitos, e ainda de assumirem seus 
deveres, deixando então de lutar por seus desejos. 
 
O trabalho escolar não pode minimizar o conceito de leitura e nem a 
necessidade que cada criança tem de se relacionar com sua língua, de forma ampla, 
criativa e autônoma. Não se trata de só trabalhar para que as crianças aprendam a 
ler, mas sim trabalhar para que elas façam uso da linguagem em sua plenitude, 
riqueza e complexidade em espaços de interlocução permanente. 
 
 
 
Os aspectos funcionais do aprendizado da leitura 
 
 
 
 
Percebem-se três grandes causas funcionais nos problemas de leitura 
escrita: os déficits da função simbólica que podem ser observados nas debilidades, 
os atrasos ou os defeitos de linguagem e os problemas essencialmente 
psicomotores. 
 
Relacionar os problemas de orientação com a dificuldade de aprendizado da 
leitura é algo clássico e que sobressai da evidência. Da observação desta 
concordância, passa-se logo a fazer uma relação de causa e efeito. Na verdade, 
felizmente, não é necessário que uma criança tenha podido verbalizar sua direita ou 
sua esquerda para que possa ser confrontada com o aprendizado da leitura. 
 
O problema é muito mais profundo. Não concerne apenas ao papel 
perceptivo, mas surge de uma dificuldade muito mais fundamental que atinge a 
organização de seu corpo próprio. A dificuldade de orientação e o problema de 
leitura não passam de dois sintomas ligados à mesma causa: a dislateralidade. 
 
A lateralização é a tradução de uma assimetria funcional. Os espaços 
motores que correspondem ao lado direito a ao lado esquerdo do corpo não são 
homogêneos. Esta desigualdade vai particularizar-se no decorrer do 
desenvolvimento e consolidar-se quando os ajustamentos práxicos de natureza 
intencional. No maior número de casos, esta lateralização é homogênea e sem 
ambiguidade. Noutros, ao contrário, e particularmente no caso dos canhotos, 
podemos observar discordância. 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
As discordâncias que reterão aqui nossa atenção concorrem às que atingem 
a organização do olhar e a organização da prevalência manual. As nossas próprias 
observações nos permitem afirmar que em muitos casos de dislexia, constata-se 
uma dominância cruzada da mão e da visão. 
 
A leitura de um texto é feita graças a uma sucessão de movimentos oculares 
bruscos e ritmados, orientados obrigatoriamente da esquerda para a direita. A 
organização desta motricidade ocular é muito precoce. 
 
 
 
Distúrbio da leitura 
 
Dentro dos distúrbios da leitura temos: 
 
Dislexia: Neurologicamente conceituando, trata-se da incapacidade de 
compreensão do que se lê, devido à lesão no sistema nervoso central. Porém muitas 
vezes esta condição apresenta-se sem qualquer comprometimento neurológico, 
neste caso, dislexia poderá ser considerada a condição em que o aluno consegue 
ler, mas experimenta fadiga e sensações desagradáveis. 
 
As crianças disléxicas são maus leitores, uma vez que são capazes de ler, 
mas não de entender o que leram de maneira eficiente. 
 
Os disléxicos em geral são inteligentes, habilidosos, mas apresentam esse 
quadro de dificuldade desde muito cedo, quando ainda na Educação Infantil, onde 
deve ser trabalhado uma forma de melhorar esse quadro. 
 
Uma criança disléxica encontra dificuldade para ler, e essas frustrações 
acumuladas podem conduzir a criança a demonstrar comportamentos anti-sociais, 
agressivos, resultando então em uma situação de marginalização progressiva da 
criança (CASANOVA, 1997 apud MARTINS, 2006). 
 
Quando os educadores se deparam com crianças inteligentes, saudáveis, 
mas com dificuldades de ler e entender o que leram, devem investigar 
imediatamente se há algum caso de dislexia na família. Em geral, a história pessoal 
de uma criança dislexia, traz traços comuns, como o atraso de aquisição da 
linguagem, atraso de locomoção, problemas com lateralidade e outros. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
O diagnóstico da dislexia deve ser precoce, ou seja, já nos primeiros anos 
de escolaridade da criança, prevenindo assim, futuros problemas de fundo 
emocional. 
 
São muitas as dificuldades encontradas em crianças com dislexia. Segundo 
 
Martins (2002) temos: 
 
 Dificuldade para ler orações e palavras simples. 
 
 A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade 
evidente nos disléxicos. 
 As crianças ou adultos disléxicos invertem as palavras de maneira total ou 
parcial, por exemplo: “casa” é lida “saca”. Uma coisa é uma brincadeira ou um 
jogo de palavras, observando a produtividade morfológica ou sintagmática 
dos léxicos de uma língua, uma outra coisa é, sem intencionalidade, a criança 
ou adulto trocar a sequência de grafemas. 
 Invertem as letras ou números, por exemplo: /p/ por /b/, /d/ por /b/, /3/ por /5/ 
ou /8/, /6/ por /9/ especialmente quando na escrita minúscula ou em textos 
manuscritos escolares. Assim, é patente a confusão de letras de simetria 
oposta. 
 A ortografia é alterada, podendo estar ligada à chamada CONSCIÊNCIA 
FONOLÓGICA (alterações no processamento auditivo). 
 Copiam de forma errada as palavras, mesmo observando na lousa ou no livro 
como são escritas. Em geral, as professoras ficam desesperadas: como 
podem - pensam e reclamam - ela está vendo a forma correta e escreve 
exatamente o contrário? Ora, o processamento da informação léxica, que é 
de ordem cerebral, está invertida ou simplesmente deficiente. 
 As crianças disléxicas conhecem o texto ou a escrita, mas usam outras 
palavras, de maneira involuntária. Trocam as palavras quando lêem ou 
escrevem, por exemplo: “gato” por “casa”. 
 Têm as crianças disléxicas dificuldades em distinguir a esquerda e a direita. 
 Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e as palavras. 
 Confusão de palavras parecidas ou opostas em seu significado. Os 
homônimos, isto é, palavras semelhantes (seção, cessão e seção) são uma 
dificuldade nas crianças disléxicas. 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 Os erros na separação das palavras. 
 
 Os disléxicos sofrem com a falta de rapidez ao ler. A leitura é sem modulação 
e sem ritmo. Os disléxicos, às vezes, com muito sacrifício, decodificam as 
palavras, mas não conseguem ter compreensão. 
 Os disléxicos têm falhas na construção gramatical, especialmente na 
elaboração de orações complexas (coordenadas e subordinadas) na hora da 
redação espontânea (MARTINS, 2002, ESTILL, 2006). 
 
Em anexo temos uma lista de sintomas encontrados em disléxicos. 
 
 
 
 
4.3 Dificuldade da escrita 
 
 
 
 
A escrita é antes de qualquer coisa, um aprendizado motor. A aquisição 
desta prática específica, particularmente complexa, exige que se eduquea função 
de ajustamento. Antes que a criança aprenda a ler, o trabalho psicomotor terá como 
objetivo proporcionar-lhe uma motricidade espontânea, coordenada e rítmica, que 
será o melhor aval para evitar os problemas de escrita. 
 
A habilidade manual será desenvolvida, quer pela utilização da modelagem 
do recorte, da colagem, quer por exercício de dissociação ao nível da mão e dos 
dedos, que identificamos como exercícios de percepção do corpo próprio fazendo 
atuar a função de interiorização. O ritmo do traçado e sua orientação da esquerda 
para a direita serão melhorados pelos exercícios gráficos baseados nas formas da 
pré-escrita, como as diferentes hélices e guirlandas. O controle da velocidade e a 
manutenção de sua constância serão obtidos por exercícios em séries crescentes e 
decrescente. O trabalho que chamamos de controle tônico assume igualmente uma 
enorme importância. 
 
Portanto, é essencial para a criança dispor de uma motricidade espontânea, 
rítmica, liberada e controlada, sobre a qual o professor poderá apoiar-se. 
 
Aqui encontramos a disgrafia e a disortografia. 
 
Disgrafia: 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual ou a percepção da 
 
“coisa”. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, em geral são ilegíveis. 
 
Existem vários níveis da disgrafia, desde a incapacidade de segurar um lápis 
e traçar uma linha, até a apresentada por crianças que são capazes de fazer 
desenhos simples, mas não cópias de palavras do quadro. 
 
As principais características das crianças disgráficas são: 
 
 Apresentação desordenada do texto; 
 
 Margens mal feitas ou inexistentes; 
 
 Espaço irregular entre palavras, linhas e entrelinhas; 
 
 Traçado de má qualidade; 
 
 Distorção de formas de letra e, 
 
 Separação inadequada de letras. 
 
Obs.: Todas as crianças canhotas, como aquelas que ainda não aprenderam 
a dominância lateral definida, estão sujeitas à disgrafia, se não forem devidamente 
orientadas quanto à postura, posição do papel e a apreensão do lápis (MARTINS, 
2006). 
 
 
 
 
Disortografia 
 
Caracteriza-se pela incapacidade de transcrever corretamente a linguagem 
oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Essa dificuldade não implica 
na diminuição da qualidade do traçado das letras. 
 
As trocas ortográficas são normais nas séries iniciais, porque a relação entre 
palavra impressa e os sons ainda não estão totalmente dominadas. 
 
As principais características das crianças que apresentam disortografia 
costumam ser: 
 
 Confusão de letra (consoantes surdas por sonoras: f/v; p/b; ch/j); 
 
 Confusão de sílabas com tonicidades semelhantes; 
 
 Confusão de letras simétricas (b/d; q/p) e semelhantes (e/a; b/h; f/t). 
 
 
26 
 
 
 
 
4.4 Dificuldade no raciocínio Matemático 
 
 
 
 
Discalculia: 
 
Falha na aquisição da capacidade e na habilidade de lidar com conceitos e 
símbolos matemáticos. Basicamente, a dificuldade está no reconhecimento do 
número e do raciocínio matemático. Atinge de 5 a 6% da população com problemas 
de aprendizagem e envolve dificuldades na percepção, memória, abstração, leitura, 
funcionamento motor; combina atividades dos dois hemisférios. 
 
 
 
4.5 Outros déficits 
 
 
 
 
Os déficits cognitivos podem ser causados por lesões neurológicas ou por 
alterações perceptivas graves e não valorizadas precocemente que levem ao 
desenvolvimento aquém das possibilidades da criança. 
 
No caso das síndromes neurológicas podemos citar, por exemplo, 
aberrações cromossômicas: Síndrome do 21, Síndrome de Turner, Síndrome 
Klinefelter. 
 
Erros inatos ao metabolismo e transtornos endócrinos, também são 
responsáveis por desenvolvimento de déficits cognitivos. 
 
Também consideramos, como causa dos mesmos, transtornos endócrinos, 
patologias pré-natais (rubéola, sífilis, uso de medicamentos); peri-natais 
(prematuridade e imaturidade, sofrimento neo-natal); pós-natais (encefalites, 
meningites, etc.). 
 
Os déficits perceptivos - As capacidades de percepção visual e auditiva, 
permitem captação dos estímulos ambientais e sua decodificação. 
 
A linguagem vai se estruturando à medida em que esses fatores (visão e 
audição) se desenvolvem, juntamente com a maturação neurológica e as 
habilidades psicomotoras. 
 
Necessárias para um adequado desempenho da escrita e da leitura a visão 
e suas áreas perceptivas (coordenação viso-motora, posição no espaço, relação 
 
27 
 
 
 
 
espacial, constância de percepção e figura-fundo), bem como a audição e suas 
habilidades (atenção, localização e discriminação) formam e estruturam a base 
desta formalização da escrita e da leitura e interpretação da mesma. 
 
A síndrome TDAH - A Síndrome do Déficit de Atenção com Hiperatividade – 
 
TDAH, faz com que a criança apresente características como: 
 
 Dificuldade de concentração; 
 
 Impulsividade; 
 
 Dificuldade de manutenção de atenção mesmo durante as brincadeiras; 
 
 Parece não escutar quando é chamado; 
 
 Não termina as atividades; 
 
 Perde com facilidade os objetos; 
 
 Facilidade para distrair-se com estímulos externos; 
 
 Movimento frequente de mãos ou pés; 
 
 Dificuldade de permanecer sentado; 
 
 Dificuldade em se engajar em jogos ou atividades de leitura onde necessita 
permanecer sentado 
 
Para se obter um diagnóstico seguro desta Síndrome é necessário que a 
criança seja avaliada por uma equipe multidisciplinar que inclui neuropsicologia, 
fonoaudiologia, psicologia, neurologia e que estejam presentes ao menos em seis 
das características acima citadas. 
Certamente esta Síndrome influenciará na qualidade do desenvolvimento da 
aprendizagem escolar e muitas vezes defasagem em alguma área relacionada com 
a linguagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
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30 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
SINAIS ENCONTRADOS EM DISLÉXICOS 
 
 
 
 
 
 
A dislexia vai emergir, normalmente, nos momentos iniciais da 
aprendizagem da leitura e da escrita, usualmente não antes do final da primeira ou 
segunda série. Contudo, está se tornando progressivamente claro que precursores 
da dislexia estão presentes antes da idade escolar (ESTILL, 2006). 
 
Quando já na pré-escola apresenta alguns sinais e sintomas, embora não 
sejam suficientes para se fechar um diagnóstico, vale prestar atenção: 
 
 Fraco desenvolvimento da atenção. 
 
 Falta de capacidade para brincar com outras crianças. 
 Atraso no desenvolvimento da fala e escrita. 
 Atraso no desenvolvimento visual. 
 
 Falta de coordenação motora. 
 
 Dificuldade em aprender rimas/canções. 
 Falta de interesse em livros impressos. 
 Dificuldade em acompanhar histórias. 
 Dificuldade com a memória imediata e organização geral (ESTILL, 2006). 
 
 
 
Sintomas na primeira infância 
 
 
 Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar; 
 Atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de 
palavras; 
 
 Parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo; 
 Distúrbios do sono; 
 Enurese noturna; 
 
 Suscetibilidade à alergias e à infecções; 
 
 Tendência à hiper ou a hipo-atividade motora; 
 Chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência; 
 Dificuldades para aprender a andar de triciclo; 
"
31 
 
 
 
 
 Dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares. 
 
 
 
A partir dos 7 anos 
 
 
1. Pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres: 
 
2. Ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros; 
 
3. Copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que 
escreve; 
4. A fluência em leitura é inadequada para a idade; 
 
5. Inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever; 
 
6. Só faz leitura silenciosa; 
 
7. Ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o 
som da palavra; 
8. Sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as 
palavras entre si; 
9. Pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e 
sílabas; 
10. Esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou 
semanas; 
11. É mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames 
orais; 
12. Ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que 
sabe; 
13. Tem grande imaginação e criatividade; 
 
14. Desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua"; 
 
15. Tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias 
de prova; 
16. Porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só 
estímulo; 
17. Baixa autoimagem e autoestima; não gosta de ir para a escola; 
 
18. Esquiva-se de ler, especialmente em voz alta; 
19. Perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus 
pertences; 
 
 
 
32 
 
 
 
 
20. Tem mudanças bruscas de humor; 
 
21. É impulsivo e interrompe os demais para falar; 
 
22. Não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que 
ele fala; 
23. É muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que 
desejaria; 
24. Tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus 
olhos; 
25. Embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar 
uma bola; 
26. Confunde direita – esquerda, em cima – em baixo; na frente – atrás; 
 
27. É comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros 
ambidestros; 
28. Dificuldade para ler as horas, para sequências como dia, mês e estação do 
ano; 
29. Dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada; 
 
30. Depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular; 
 
31. Sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro; 
 
32. É capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou 
algébricos; 
33. Embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo 
aritmético; 
34. Tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, 
lugares e faces; 
35. Boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo; 
 
36. Pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas; 
 
37. Pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras; 
 
38. É extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e 
amassados; 
39. Não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado 
na escola; 
40. Pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como 
 
"palhaço"; 
 
 
 
33 
 
 
37 
 
 
 
41. Frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a 
escrita; 
42. Tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas; 
 
43. Tolerância muito alta ou muito baixa à dor; 
 
44. Forte senso de justiça; 
 
45. Muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir; 
 
46. Dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos 
sapatos; 
47. Manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos 
disléxicos; 
48. Com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se 
estivesse distraído; 
49. Sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do 
espaço na página; 
50. Cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura. 
 
 
 
 
Estill (2006) salientaque é preciso ter uma especial atenção com as crianças 
que gostam de conversar, são curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam 
desinteresse em ler e escrever. Segundo ela, seria interessante, no caso de crianças 
leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e oral, e comparar as 
respostas, pois, frequentemente encontramos respostas diferentes, corretas na 
questão oral e incorreta na mesma questão escrita. Isto é, a mesma criança que 
parece não saber resolver um problema matemático por escrito, poderá ter um 
desempenho surpreendente quando o mesmo problema lhe é apresentado 
oralmente. Esta situação exemplifica como podemos confundir os sinais - a 
dificuldade não é na aprendizagem da matemática, mas na leitura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
AVALIAÇÃO 
 
 
 
1) Segundo Paín, a escola possui quatro funções interdependentes. Qual das 
funções corresponde à seguinte fala: “ela garante a continuidade da 
espécie humana ao reproduzir em cada indivíduo o conjunto de normas que 
regem a ação possível”. 
 
A( )função mantenedora. 
B( )função socializadora. 
C( )função repressora. 
D( )função transformadora. 
 
 
2) ” A falsa democratização de algumas escolas em que se dá a mistura de crianças 
de classe média com ampla base cultural com crianças de camadas menos 
favorecidas da população, sendo essas últimas expelidas da escola por duas 
reprovações”. De qual dimensão estamos falando? Assinale a alternativa correta. 
 
A( )dimensão pedagógica. 
B( )dimensão social. 
C( )dimensão orgânica. 
D( )dimensão cognitiva. 
 
 
3) Estão relacionadas aos fatores psicogênicos três possibilidades para o fato do 
não aprender. A segunda possibilidade representa a retratação intelectual do ego. 
Essa retração acontece em três oportunidades. Quais são elas? Assinale a opção 
correta. 
 
A( )sexualização dos órgãos. 
B( )evitação do erro. 
C( )compulsão ao fracasso diante do êxito. 
D( )todas as alternativas acima estão corretas. 
 
 
4) Que tipo de transtorno são caracterizados pelo atraso psicomotor, da linguagem 
oral e da comunicação em geral, estando a criança defasada em diversas áreas do 
desenvolvimento com ou sem problemas motores? Assinale a alternativa correta. 
 
A( )transtornos invasivos do desenvolvimento. 
B( )transtornos globais do desenvolvimento. 
C( )transtornos de leitura. 
D( )transtornos de escrita. 
 
5) A leitura de um texto é feita graças a uma sucessão de movimentos oculares 
bruscos e ritmados, orientados obrigatoriamente da esquerda para a direita. A 
organização desta motricidade ocular é muito precoce. Qual das opções abaixo nos 
apresenta um distúrbio de leitura? 
 
39 
 
A( )discalculia 
B( )disgrafia 
C( )dislexia 
D( )disortografia 
 
6) A é a tradução de uma assimetria funcional. Os espaços 
motores que correspondem ao lado direito a ao lado esquerdo do corpo não são 
homogêneos. Esta desigualdade vai particularizar-se no decorrer do 
desenvolvimento e consolidar-se quando os ajustamentos práxicos de natureza 
intencional. 
 
a)lateralização 
b)centralização 
c)falta de coordenação motora fina 
d)n.r.a. 
 
7) Qual das opções abaixo representa a dificuldade em passar para a escrita o 
estímulo visual ou a percepção da “coisa” e caracteriza-se pelo lento traçado das 
letras, em geral são ilegíveis? 
 
a)dislexia 
b)disgrafia 
c)disortografia 
d)n.r.a. 
 
 
8) Qual das dificuldades abaixo atinge de 5 a 6% da população com problemas de 
aprendizagem e envolve dificuldades na percepção, memória, abstração, leitura, 
funcionamento motor; combina atividades dos dois hemisférios? 
 
a)metacalculia 
b)acalculia 
c)discalculia 
d)n.r.a. 
 
 
9) Os podem ser causados por lesões neurológicas ou por 
alterações perceptivas graves e não valorizadas precocemente que levem ao 
desenvolvimento aquém das possibilidades da criança. No caso das síndromes 
neurológicas podemos citar, por exemplo, aberrações cromossômicas: Síndrome do 
21, Síndrome de Turner, Síndrome Klinefelter. Qual das opções completa a lacuna 
acima? 
 
a)déficits cognitivos 
b)déficits de atenção 
c)déficits mentais 
d)n.r.a. 
 
10)Sobre os sinais encontrados em disléxicos, apresentamos inúmeros deles. Faça 
as devidas correspondências e assinale a alternativa correta: 
40 
 
 
(1) Na primeira infância 
(2) A partir dos 7 anos 
( ) Atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de 
palavras. 
( ) Frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a 
escrita. 
( ) Distúrbios do sono. 
( ) Tolerância muito alta ou muito baixa à dor. 
( ) Enurese noturna. 
 
a)2-1-1-2-1 
b)1-1-2-2-2 
c)1-2-1-2-1 
d)2-2-1-1-2

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