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MÓDULO II - PERÍCIA JUDICIAL

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AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
PERÍCIA JUDICIAL 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
 
MÓDULO II 
 
 
7 PROVA PERICIAL 
 
 
7.1 CONCEITOS 
 
 
Prova significa formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de 
fatos relevantes no processo, isto é, o conjunto de motivos produtores da 
certeza, é a demonstração legal da verdade de um fato. Prova vem do latim 
proba, de probare (demonstração, reconhecer, formar juízo de). Segundo De 
Plácido e Silva (1995), “a prova consiste na demonstração de existência ou de 
veracidade daquilo que se alega como fundamento do direito que se defende 
ou se contesta”. 
Prova é o convencimento de fatos e a convicção de alguém, são os 
fatos da causa, ou seja, os fatos deduzidos pelas partes como fundamentos da 
ação ou execução (prova judiciária). Dessa forma, é todo e qualquer meio de 
percepção empregado pelo homem com a finalidade de se comprovar a 
veracidade de uma alegação. Isto é, um instrumento por meio do qual se forma 
a convicção do juiz (finalidade) a respeito da ocorrência de fatos controvertidos 
(objeto) no processo. 
No sentido processual, designa os meios, indicados em lei, para a 
realização dessa demonstração, isto é, a soma de meios para a constituição da 
própria prova, ou seja, para conclusão ou produção da certeza. Provar é 
demonstrar a verdade de uma proposição. Podemos dizer que a prova judicial 
é a confrontação da versão de cada parte, com os meios produzidos para 
aboná-la. 
O juiz procura reconstituir os fatos valendo-se dos dados que lhe são 
oferecidos e dos que pode procurar por si mesmo nos casos em que está 
autorizado a proceder de ofício. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
7.2 FINALIDADE 
 
 
A prova tem a finalidade de transportar, para o processo judicial, a 
realidade externa dos fatos que geraram a demanda, traduzindo-os, para que 
possam ser conhecidos pelo juiz e para que sirvam de base para os debates 
entre as partes. Como meio destinado a levar para o processo a reconstituição 
dos fatos, poderá ter falhas e não cumprir com exatidão esse fim, situação na 
qual haverá a verdade real (concreta), diferente da realidade formal 
(imaginária), e esta prevalecerá. De nada adianta ter ocorrido ou não um fato 
se não pode ser provado. 
Assim, finalidade da prova judiciária é a formação da convicção quanto 
à existência dos fatos da causa. Em primeiro lugar, verifica-se a correção dos 
fatos afirmados, ou seja, cria-se a natureza quanto à sua existência. O 
destinatário da prova é o juiz. Para esse fim é que se produz a prova, pela qual 
o juiz virá a formar sua convicção. Na convicção que formar o juiz, assentará a 
sentença. 
Desse modo, a importância da prova e da sua análise pelas partes e 
pelo juiz é fundamental para que o processo possa cumprir os seus fins. 
 
 
7.3 PRINCÍPIOS DA PROVA 
 
 
No processo penal, os princípios gerais da prova, segundo Paulo Lúcio 
Nogueira (2000), são: 
 
 Princípio da autorresponsabilidade das partes está relacionado com o 
ônus da prova, cabendo a cada uma apresentar as provas que lhe 
pareçam necessárias. 
 Princípio da comunhão da prova, pelo qual toda prova produzida na 
esfera penal teria interesse comum, portanto, mesmo que fosse a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 28 
testemunha arrolada pela acusação, não poderia ser dispensada sem 
concordância da defesa, ou vice-versa. Mas tal princípio não pode ser 
levado a extremo, pois permitiria um aumento do número máximo de 
testemunhas de cada parte. 
 
 Princípio da oralidade implica a realização de todas as provas em uma 
só audiência de instrução e julgamento, exceto nas perícias. 
 
 Princípio da concentração consiste na realização da instrução e do 
julgamento em uma só audiência. Tal princípio já está implícito na 
oralidade. 
 
 Princípio do livre convencimento motivado exige decisão fundamentada 
do julgador, em face da relatividade das provas e do princípio da 
verdade real. 
 
Já a prova, em processo trabalhista, submete-se aos seguintes 
princípios: 
 
 Princípio da necessidade da prova, em que os fatos de interesse das 
partes devem ser demonstrados em juízo. A prova deve ser a base e a 
fonte da sentença. O juiz deve julgar de acordo com o alegado e 
provado. 
 
 Princípio da unidade da prova, que, embora constituída de diversas 
modalidades, forma uma só unidade a ser apreciada em conjunto, 
globalmente. 
 
 Princípio da contradição, porque a parte contra a qual é apresentada 
uma prova deve gozar da oportunidade processual de conhecê-la e 
discuti-la, inclusive impugná-la, pelos meios processuais adequados. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 29 
 Princípio da igualdade de oportunidade de prova, garantindo-se às 
partes idêntica oportunidade para pedir a realização de uma prova ou de 
exercitá-la. 
 
 Princípio da legalidade, em decorrência do qual, se a lei prevê uma 
forma específica para a produção da prova, ela não pode ser produzida 
de outra maneira. 
 
 Princípio da imediação, significando não só a direção da prova pelo juiz, 
mas a sua intervenção direta na instrução probatória, mais facilitada 
quando o processo é fundado na oralidade, como no caso trabalhista. 
 
 Princípio da obrigatoriedade de prova, segundo o qual, sendo a prova de 
interesse não só das partes, mas também do Estado, que quer o 
esclarecimento da verdade, as partes podem ser compelidas pelo juiz a 
apresentar no processo determinada prova, sofrendo sanções no caso 
de omissão, especialmente as presunções que passam a militar contra 
aquele que se omitiu e a favor de quem solicitou. 
 
 
7.4 ÔNUS DA PROVA 
 
 
A palavra ônus vem do latim “onus, oneris”, que significa carga, peso 
fardo, encargo, aquilo que sobrepesa. Existe ônus da prova quando um 
determinado comportamento é exigido da parte para alcançar um fim jurídico 
desejado. O ônus é aquilo que implica uma sobrecarga, que se tornou uma 
incumbência ou compromisso de alguém, um dever. Daí pode-se concluir que o 
ônus da prova é a incumbência que a parte possui de demonstrar a verdade de 
um fato ou de uma alegação feita no processo penal, por exemplo. 
A regra do CPP é a de que o ônus da prova incumbe a quem o alega: 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 30 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, 
porém, facultado ao juiz de ofício: 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, 
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da 
medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, 
a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
 
Desse modo, as provas possuem a finalidade de convencer o julgador 
a respeito de determinado fato que se apura no processo, podendo ser 
produzida de forma ampla e irrestrita, observado o disposto no art. 155, 
parágrafo único do CPP. Assim, no processo penal, toda vez que o fato a ser 
demonstrado estiver vinculado ao estado das pessoas, o código impõe a 
produção da prova de acordo com a prescrição da lei civil, por exemplo: se 
determinado indivíduo alega ser casado, a prova contundente será a certidão 
de casamento. 
Ônus da prova é a responsabilidade atribuídaà parte para produzir 
uma prova e que, uma vez não desempenhada satisfatoriamente, traz, como 
consequência, o não reconhecimento, pelo órgão jurisdicional da existência do 
fato que a prova se destina a demonstrar. 
Segundo o art. 818 da CLT: “o ônus da prova é atribuído a quem alega 
a existência de um fato: a prova das alegações incumbe à parte que as faz”. 
Desta forma, compete ao empregador que despede por justa causa a prova 
desta. Os pagamentos efetuados ao empregado têm de ser provados pelo 
empregador, o que abrange salários, remuneração das férias, do repouso 
semanal, verbas rescisórias, etc. 
Nem sempre a igual distribuição do ônus da prova atende às 
necessidades do processo trabalhista, porque sobrecarrega o empregado, que 
não tem as mesmas condições e facilidades do empregador. Outras vezes, 
acarreta cômoda posição para o empregador. Basta negar todos os fatos e o 
empregado tem de prová-los, o que não é fácil. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 31 
8 PRINCIPAIS MEIOS DE PROVA 
 
 
Meio de prova é expressão de duplo significado. Tanto pode designar a 
atividade do juiz ou das partes para a produção das provas, como também os 
instrumentos ministrados ao juiz no processo para formar o seu 
convencimento. De acordo com o art. 332 do CPC, “todos os meios legais, bem 
como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são 
hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. 
(verdade formal)”. 
Dessa forma, o compromisso do juiz é com a verdade formal, revelada 
pela prova. O CPC admite todos os meios legais, entretanto, especifica em seu 
art. 342 a 443 diversos tipos de provas, assim como o Código de Processo 
Penal, nos artigos 158 a 250. De acordo com o art. 332 do CPC, existem 
provas consideradas moralmente legítimas, que embora não previstas em lei, 
não ferem os princípios éticos de captação, tais como: escuta telefônica, 
gravação em meio magnético, filmagens, dentre outras. 
 
 
8.1 PROVA DOCUMENTAL 
 
 
Documento é todo objeto, produto de um ato humano, que representa 
outro fato ou um objeto, uma pessoa ou uma cena natural ou humana. O 
documento pode conter uma simples declaração de ciência ou um ato de 
vontade, como também uma confissão extrajudicial, uma declaração de 
terceiros e, quando a lei o exige, deve ter forma especial. 
Prova documental abrange os instrumentos e documentos, públicos e 
privados. Os instrumentos são documentos confeccionados com o objetivo de 
servir de prova e documentos são gêneros a que pertencem todos os registros 
materiais de fatos jurídicos. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 32 
De acordo com o art. 365 do CPC, na prova documental fazem os 
originais a mesma prova que: 
 
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das 
audiências, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por 
ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas; 
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de 
instrumentos ou documentos lançados em suas notas; 
III - as reproduções dos documentos públicos, desde que 
autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório, com os 
respectivos originais; 
IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial 
declaradas autênticas pelo próprio advogado sob sua 
responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade; 
(Acrescentado pela L-011.382-2006). 
V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, 
desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as 
informações conferem com o que consta na origem; (Acrescentado 
pela L-011.419-2006). 
VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou 
particular, quando juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus 
auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas 
procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados 
públicos ou privados, ressalvada a alegação motivada e 
fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de 
digitalização. (Acrescentado pela L-011.419-2006). 
 
Vimos acima que a Lei 11.419/2006 incluiu ao art. 365 novos incisos e 
dois parágrafos. Prova documental não se trata apenas de documento escrito, 
mas são coisas que transmitem diretamente um registro físico a respeito de um 
fato, como por exemplo: tela, pedra, fotos, contratos, desenhos, fita de vídeo, 
etc. Os documentos podem ser apresentados como originais e cópias, salvo 
em casos específicos. 
Algumas legislações só admitem como prova os instrumentos, outras, 
os documentos em geral, como discos, radiografias, plantas, quadros, etc. 
como no processo trabalhista. A prova documental apresenta vantagens e 
defeitos. Do mesmo modo que pode trazer maior segurança quanto à 
existência do fato que produz, pode, de outro lado, ser uma falsa atestação de 
ato a que não corresponde. 
Nessas condições, o documento, em especial no processo trabalhista, 
deve ser recebido com reservas e o seu valor apreciado em conjunto com as 
demais provas. 
 
 
 
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 33 
8.2 PROVA TESTEMUNHAL 
 
 
Testemunho é um meio de prova que consiste na declaração 
representativa que uma pessoa, que não é a parte no processo, faz ao juiz, 
com fins processuais, sobre o que sabe a respeito de um fato de qualquer 
natureza. E testemunha é a pessoa capaz, estranha ao processo, que é 
chamada a declarar sobre os fatos que caíram sob o domínio dos seus 
sentidos. 
A prova testemunhal é tão velha quanto à humanidade e a mais antiga 
de todas. É a que se obtém por meio do relato prestado em juízo, por pessoas 
que conhecem o fato litigioso. A condição de testemunha impõe deveres como 
os de comparecimento, depoimento e veracidade, podendo inclusive incorrer 
em tipo penal se faltar intencionalmente com a verdade. 
A testemunha deve comparecer quando intimada ou pode comparecer 
quando a parte que a arrolou se comprometer a levar independentemente de 
intimação. Essa testemunha não pode ter interesse na causa. Ela não é 
obrigada a depor sobre fatos que acarretem grave dano para si, seu cônjuge, 
parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colaterais até o 2° grau, 
conforme dispõe o art. 406 do CPC. 
Com relação a esta prova, não podem depor os incapazes, os 
impedidos e os suspeitos. Se for necessário, o juiz ouvirá testemunhas 
impedidas ou suspeitas, mas os seus depoimentos serão prestados 
independentemente de compromisso, conforme o art. 415 do CPC. Prova 
testemunhal seria a prova mais frágil, mais sujeita às fraquezas humanas. Há 
inclusive o crime de falso testemunho. 
No processo trabalhista, o testemunho é de largo uso à prova principal. 
A prova testemunhal continua sendo básica no processo trabalhista, mesmo 
porque o documento também apresenta riscos. São inúmeros os processos 
nos quais se discute a autenticidade ideológica de documentos e não são raras 
as questões nas quais fica evidenciado o preenchimento de documentos pelo 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
empregador, assinados em branco pelo empregado por ocasião da sua 
admissão. 
 
 
8.3 DEPOIMENTO PESSOAL 
 
 
Um dos meios de prova é o depoimento pessoal das partes do 
processo, que é uma declaração, prestada pelo autor ou pelo réu, sobre os 
fatos objetos do litígio, perante o juiz. Equipara-se ao interrogatório do 
processo penal, de modo que é possível falar em interrogatório recíproco das 
partes. 
O depoimento pessoal é ato personalíssimo, isto é, o meio de prova 
destinado a realizar o interrogatório das partes no curso do processo. Aplica-se 
tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer 
em juízo e responder ao que lhe for interrogado pelo juiz (art. 340, I do CPC). 
As diferenças entre interrogatório judicial e depoimento pessoal são as 
seguintes: o depoimento pessoal é requerido pela parte, é meio de prova, há 
pena de confesso, é realizado apenas uma vez e emaudiência de instrução. Já 
o interrogatório é determinado de ofício, é meio de convencimento, não há 
pena de confesso, pode ser realizado a qualquer tempo e no curso do 
processo. Isto é, consiste em um meio de defesa e de prova. O silêncio do 
acusado não importará confissão e não poderá ser interpretado em juízo da 
defesa. 
 
 
8.4 CONFISSÃO 
 
 
A confissão é quando a parte admite a verdade do fato, pode ser 
simples, complexa, qualificada, judicial ou extrajudicial. É um meio de prova 
judicial que consiste em uma declaração de ciência ou conhecimento, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
expressa, terminante e séria, feita conscientemente, sem coações que 
destruam a voluntariedade do ato por quem é parte no processo em que ocorre 
ou é aduzida, sobre fatos pessoais ou sobre o conhecimento de outros fatos 
prejudiciais a quem a faz ou ao seu representante, conforme o caso, ou 
simplesmente favoráveis à sua contraparte no processo. 
Ocorre a confissão quando a parte admite a verdade de um fato 
contrário ao seu interesse e favorável ao adversário (art. 348 do CPC). É uma 
declaração judicial ou extrajudicial, que pode ser provocada ou espontânea, em 
que os litigantes, capazes e com ânimo de se obrigar, fazem da verdade 
(integral ou parcial) dos fatos alegados pela parte contrária, como fundamentais 
na ação. 
Confissão é uma prova que pesa sobre quem a faz e em favor da parte 
contrária, mera confirmação das alegações do adversário. Observa-se, em 
consequência, que o depoimento pessoal e a confissão não são a mesma 
coisa. Pode haver depoimento sem confissão. Como também pode haver 
confissão extrajudicial, esta admitida com muita reserva no processo 
trabalhista. Mas pode haver confissão, no processo trabalhista, fora do 
depoimento pessoal na contestação, desde que haja o reconhecimento parcial 
ou total de fatos alegados pelo autor. 
Da mesma forma, também por petição nada impede que o autor admita 
fatos alegados na contestação. Confissão é, portanto, a aceitação dos fatos 
apontados pela parte como verdadeiros, produzida quer no depoimento 
pessoal, como é mais comum, quer em outros atos processuais e mesmo 
extrajudicialmente. 
A confissão, de acordo com o art. 352 do CPC, será revogável quando: 
“emanar de erro, dolo ou coação”. O meio é a ação anulatória, se pendente o 
processo em que foi feita, ou a ação rescisória, depois de transitada em julgado 
a sentença. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
8.5 INSPEÇÃO JUDICIAL 
 
 
É o meio de prova em que o próprio juiz comparece no local para 
verificar coisas ou pessoas relacionadas ao litígio, consiste na percepção 
sensorial e direta do juiz. Seu objeto pode ser pessoas, coisas ou lugares. A 
inspeção judicial ocorrerá quando o juiz entender necessário. Durante essa 
inspeção o magistrado pode ser assistido de um ou mais peritos; às partes 
também é assegurado o direito de assistir a inspeção. 
Assim, podem ser objeto da inspeção judicial: 
 
 Pessoas vivas - inspeção judicial de pessoas (ad personam) ou subtipo 
inspectio corporis (no corpo da pessoa) ou mortas – os cadáveres. 
 Coisas - inspeção judicial real (ad rem). 
 
Por fim, a inspeção judicial é simplesmente um reconhecimento ou uma 
diligência processual com a função de obter provas, mediante uma verificação 
direta. Tem por finalidade permitir ao juiz esclarecimento sobre fatos de 
interesse da causa, de acordo com o art. 440 do CPC. 
O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do 
processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que 
interesse à decisão da causa. 
 
 
8.6 PROVA PERICIAL 
 
 
Por meio da prova pericial colhem-se percepções e fazem-se 
apreciações, não só para a direta demonstração ou constatação dos fatos que 
interessam a lide, das causas ou consequências desses fatos, como também 
para o esclarecimento dos mesmos. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
Prova pericial é aquela que surge para apurar fatos que envolvem 
matéria técnica e científica. Vimos que a prova pericial não é a única prova 
válida admitida, existem outras, como as testemunhais e as documentais, que 
também devem ser levadas em consideração. Segundo Humberto Theodoro 
Junior (2002), a prova pericial “é o meio de suprir a carência de conhecimentos 
técnicos de que se ressente o juiz para apuração dos fatos litigiosos”. 
De acordo com o art. 420 do CPC, a prova pericial consiste em exame, 
vistoria ou avaliação: 
 
§ único. O juiz indeferirá a perícia quando: 
I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de 
técnico; 
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
III - a verificação for impraticável. 
 
Assim, o exame é relativo à pessoa, às coisas móveis e semoventes 
(animais). A vistoria é a mesma inspeção só que aplicada a imóveis. Quando o 
assunto é valor ou obrigações, chama-se arbitramento. E a avaliação é estimar 
valores para coisas, direitos e obrigações. A função da prova pericial é 
subministrar a experiência técnica ao processo, para que seja empregada na 
dedução judicial. 
 
 
9 PROVA EMPRESTADA E PROVAS INADMISSÍVEIS 
 
 
A prova de um fato, produzida em um processo, seja por documentos, 
testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame policial, pode ser 
transladada para outro, por meio de certidão extraída daquele. A essa prova, 
assim transferida de um processo para outro, a doutrina e a jurisprudência dão 
o nome de prova emprestada. 
Segundo a doutrina, são também inadmissíveis as provas que sejam 
incompatíveis com os princípios do respeito ao direito de defesa e à dignidade 
humana, os meios cuja utilização se opõe às normas reguladoras do direito 
que, em caráter geral, regem a vida social de um povo. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
Nesse caso, estaremos diante de provas inadmissíveis, ou seja, provas 
ilegais, quando ocorrer violação do ordenamento jurídico, quer seja material 
(prova ilícita) ou processual (prova ilegítima). 
 
 
10 PROVAS ILÍCITAS E PROVAS ILEGÍTIMAS 
 
 
As provas ilícitas são aquelas obtidas com violação às normas de 
direito material. Na área do Processo Penal temos os exemplos da confissão 
obtida mediante a tortura, provas adquiridas com violação de 
correspondências, etc. Tais provas são ilícitas por ferirem o direito material, 
pois tanto a tortura como a violação de correspondência são condutas 
tipificadas no direito material, conforme o art. 5°, XII da CF de 1988. 
Assim, não pode o juiz fundamentar sua decisão em prova obtida 
ilicitamente. Não são ilícitas as provas, entretanto, quando o interessado 
consente na violação de seus direitos assegurados constitucionalmente ou pela 
legislação ordinária, desde que sejam bens ou direitos disponíveis. Nessas 
hipóteses a conduta do autor da prova deixa de ter a ilicitude exigida na 
Constituição para a sua proibição. 
Assim, há entendimento na doutrina nacional e estrangeira de que é 
possível a utilização de prova favorável ao acusado, ainda que colhida com 
infringência a direitos fundamentais seus ou de terceiros, quando 
indispensáveis e quando produzida pelo próprio interessado, como a de 
gravação de conversa telefônica em caso de extorsão, por exemplo, que traduz 
hipótese de legítima defesa, excluindo a ilicitude. 
Já as provas ilegítimas são aquelas produzidas ou apresentadas em 
infringência às normas de direito processual (formal). É prova obtida 
ilegitimamente, afrontando preceitos do direito processual, tanto na produção 
quanto na introdução da prova no processo. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
Como exemplo de prova ilegítima temos a prova emprestada, “aquela 
produzida num processo para nele gerar efeitos, sendo depois transportada 
documentalmente para outro, com fim de gerar efeitos neste”. Para sua 
admissibilidade no processo é necessário que tenha sido produzida em 
processo formado entre as mesmas partes e, portanto,submetida ao 
contraditório. 
 O compromisso do juiz é com a verdade formal, revelada pela prova, 
contudo, a verdade real é a sua busca permanente, podendo, nesta busca 
ideal, determinar provas. Temos como ideal a verdade real, ou seja, a realidade 
dos fatos, não pode o julgador afastar-se da prova. Pode ele, inclusive, 
determinar diligências, contudo, não lhe é permitido presumir verdades. 
 Assim, o fundamental para o julgador é a prova que os autos encerram, 
não lhe cabendo procurar a verdade fora dos autos. As verdades processuais 
se estabelecem pelas várias formas de prova em direito permitidas, como 
documentos, perícias, testemunhas e constituem pequenas parcelas de 
verdade que, combinadas e analisadas, se ajustam e se encaixam de modo a 
formar uma verdade maior. O juiz deve analisar cada um destes fragmentos 
isoladamente, antes de fazê-las integrar ao todo. 
 
 
11 FOTOGRAFIA FORENSE NA PROVA PERICIAL 
 
 
 Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, cinematográfica, 
fonográfica ou de qualquer espécie, faz prova dos fatos ou das coisas 
representadas se aquele contra quem foi produzida lhe admite conformidade. 
Impugnada a autenticidade da reprodução mecânica, o juiz ordena a realização 
de exame pericial. 
 Segundo o Conselho Nacional dos Peritos Judiciais (CONPEJ): 
 
 
 
 
 
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A fotografia forense, que é também conhecida como fotografia de 
evidências, tem o seu destaque como prova pericial, sendo 
necessária para todos os peritos judiciais e criminais independentes 
de sua especialidade pericial, pois constitui uma excelente ferramenta 
de produção de prova, enriquecendo o laudo pericial e os pareceres 
técnicos elaborados pelos peritos. 
 
Havia certa desconfiança ao se utilizar fotos digitais como meio de 
produção de prova pericial, devido à qualidade das fotos e também à 
autenticidade das mesmas. Hoje, com o avanço tecnológico, foi superado pela 
credibilidade e qualidade das imagens obtidas por meios digitais. Dentre as 
dezenas de aplicações para a fotografia forense podemos citar: fotografia 
grafotécnica, fotografia papiloscópica, de local de crime, de acidentes, 
cadáveres, etc. 
Para a realização de uma boa fotografia forense o perito deve 
primeiramente se preocupar com o tipo de câmera que irá utilizar, pois a 
escolha do equipamento apropriado será fundamental para o sucesso da 
obtenção de prova. Importante frisar que o perito deve ter em mente que o 
objetivo da fotografia forense será sempre produzir provas, ajudando assim a 
esclarecer as possíveis dúvidas que possam existir e enriquecer o laudo 
pericial. 
 
 
12 FOTOGRAMETRIA COMPUTADORIZADA (FERRAMENTA PARA 
DIAGNÓSTICO FUNCIONAL) 
 
 
 A fotogrametria pode ser realizada em qualquer lugar, porém é ideal 
que se tenha um lugar apropriado e específico. Esse espaço pode ser 
chamado de laboratório de fotogrametria, sendo instalado dentro do consultório 
do perito, de algum consultório que seja específico para a perícia ou mesmo 
posto de trabalho, para a análise da atividade laboral. 
 Nas perícias, a importância e responsabilidade do exame físico pericial 
são de grande amplitude, devido à grande quantia financeira que está em jogo 
e porque o resultado da perícia pode definir o ganhador dessa questão. De 
 
 
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acordo com cada perícia para a realização da fotogrametria computadorizada 
postural, o exame físico inicia-se com a colocação de marcadores de pele em 
pontos ósseos predeterminados. Após a fotogrametria computadorizada são 
realizados os testes palpatórios específicos para o exame pericial. Esse exame 
tem como objetivo verificar a extensão da lesão para chegar a um parecer final 
quanto à capacidade funcional. 
 
 
13 PERÍCIA CALIGRÁFICA E/OU DOCUMENTOSCOPIA NA PROVA 
PERICIAL 
 
 
 A perícia caligráfica e/ou documentoscópica é um dos objetos de prova 
mais importantes e também dos mais usuais com que conta a justiça. Com 
relação ao exame escrito ou perícia caligráfica, prevê o art. 174 do CPP que as 
diligências para o exame de reconhecimento de escritos, por comparação de 
letra, destinam-se a autenticar documento, ou então, proclamar sua falsidade. 
As regras previstas no art. 174, que se referem à perícia de escritos, podem ser 
estendidas, como orientação, às perícias datilográficas. 
 De acordo com o art. 339 do CPC, “ninguém pode se eximir, sem justo 
motivo, do dever de colaborar com a justiça para o descobrimento da verdade”. 
A perícia caligráfica judicial conta hoje com muitos recursos para poder 
detectar qualquer falsificação ou alteração que se tenha produzido. 
 A documentoscopia ajuda na prova pericial, pois se aplicam técnicas e 
métodos óticos e computacionais para identificação dos meios utilizados para 
adulterar ou falsificar um documento. Ou seja, é a ciência que estuda, analisa e 
identifica os diversos tipos de falsificações e adulterações em documentos, 
moedas, selos, cartões de crédito, cheques, contratos, procurações, certidões 
de nascimento, óbito etc.. 
 Desta forma, os processos que envolvem as questões acima serão 
solucionados por meio de um perito em documentoscopia forense, que tem 
 
 
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como objetivo desvendar falsificações em diversos tipos de documentos. Para 
ser perito dessa especialização, é necessário: 
 
 Uso de equipamentos; 
 Ser um grande estudioso da matéria, conhecendo profundamente os 
dispositivos gráficos de segurança (talho-doce, microletras, fundos 
numismáticos, rosáceas, imagens latentes, etc.); 
 Tintas especiais, sem contar no notório conhecimento das fases de 
produção gráfica e fotografia. 
 
 
14 PERÍCIA NO CRIME DE LESÃO CORPORAL E MOMENTO PARA A 
REALIZAÇÃO DO EXAME 
 
 
 Como vimos anteriormente, a perícia é o exame realizado por pessoa 
que tem determinados conhecimentos técnicos, científicos, artísticos ou 
práticos acerca dos fatos, circunstâncias objetivas ou condições pessoais 
inerentes ao fato punível, a fim de comprová-los. No caso de crime de lesão 
corporal, dispõe o art. 168 do CPP que: 
 
Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido 
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação 
da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do 
Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 
 
Na ausência ou deficiência do exame complementar, ele é suprido pela 
prova testemunhal, mas esta só é possível quando, comprovadamente, 
desapareceram os vestígios, o que impossibilita o exame direto. Havendo 
divergências dos peritos nas conclusões ou mesmo em aspectos 
circunstanciais do exame, o laudo deve registrar a opinião e as respostas de 
cada um deles. Por escolha deles também podem redigir laudos isolados. 
Havendo tal divergência, o juiz deve nomear perito desempatador, 
conforme o art. 180 do CPP. Divergindo este da conclusão dos primeiros, o juiz 
 
 
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pode ordenar novo exame por outros peritos. Pode, porém, optar por uma das 
opiniões emitidas. 
No momento da realização da prova pericial em uma perícia contábil, 
por exemplo, verifica-se a eficácia de uma contabilidade com registros 
atualizados e se os mesmos encontram-se de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade. Os livros comerciais e fiscais que preencham 
os requisitos exigidos por lei são prova, contra ou a favor, do seu autor. Isto é, 
todos os meios legais e moralmente legítimos podem ser apresentados ao 
perito para a apuração dos fatos. 
Já as perícias, especialmente o exame de corpo de delito direto, devem 
ser realizadas logo que o fato se torna conhecido da autoridade policial, pois 
mais perfeita será a perícia quanto mais próxima do delito for realizada. Além 
disso, sempre há o risco de desaparecerem os vestígios, obrigando a 
realização do corpo de delito indireto. Por isso, o código permite que sejaele 
realizado em qualquer dia e a qualquer hora, ou seja, inclusive aos domingos e 
feriados e à noite. 
O exame de corpo de delito pode ser direto ou indireto e será feito em 
pessoas ou em coisas, sempre em que a infração penal deixar vestígios. 
Deixando o crime vestígios materiais é indispensável o exame de corpo de 
delito direto, elaborado por peritos para se comprovar a materialidade do crime, 
sob pena de nulidade. 
O exame destina-se à comprovação, por perícia, dos elementos 
objetivos do tipo, que diz respeito, principalmente, ao evento produzido pela 
conduta delituosa, ou seja, do resultado de que depende a existência do crime. 
Por vezes, as infrações não deixam vestígios materiais ou estes não são 
encontrados, impossibilitando o exame direto. 
Assim, dispensa-se a perícia, fazendo-se então a prova do crime por 
outros meios, em regra por testemunhas, conforme o art. 167 do CPP. Forma-
se, então, o corpo de delito indireto, que também não pode ser suprido apenas 
pela confissão do réu. Desse modo, não sendo possível o exame de corpo de 
delito direto – por terem desaparecido os vestígios –, dispensa-se a perícia, 
 
 
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fazendo-se a prova do crime inclusive pelo depoimento de testemunhas. Deve 
haver, porém, uma prova testemunhal cabal sobre a materialidade do delito. 
O exame de corpo de delito é obrigatório, mas quanto às demais 
perícias há uma faculdade da autoridade policial ou judiciária na sua 
realização. Requerida pela parte, cabe à autoridade deferi-la ou não, conforme 
a considera ou não necessária para a elucidação dos fatos ou de suas 
circunstâncias; evitando-se, assim, a realização de perícias desnecessárias. 
Permanece indispensável o exame de corpo de delito, direto ou 
indireto, nas infrações que deixam vestígios, conforme o art. 158 do CPP. 
Contudo, pela nova redação do art. 159 do CPP, a perícia pode ser feita por 
apenas um perito oficial. Nesse aspecto, a prova pericial foi simplificada e 
tornou-se mais ágil. Nos locais em que não houver perito oficial permanecem 
as regras do art.159, § 1º e § 2º do CPP. 
 
 
15 QUESITOS DA PERÍCIA 
 
 
 Determinada a realização do exame, a autoridade policial ou judiciária 
e as partes podem formular quesitos, ou seja, perguntas pertinentes à perícia e 
que versem sobre pontos a serem esclarecidos. Tais quesitos podem ser 
formulados até o ato da diligência, consequentemente não podem ser 
propostos durante sua realização. Cabe o oferecimento tempestivo de quesitos 
em qualquer espécie de perícia. 
 No caso de perícia judicial, constitui o indeferimento do pedido 
ilegalidade e restrição ao direito das partes, que importa nulidade da decisão e 
da perícia que assim se realizar. Não cabe quesito do acusado quando se trata 
de perícia realizada em inquérito policial. 
Quesitos são os elaborados pelas partes para obtiverem respostas, 
esclarecimentos sobre o laudo pericial. Isto é, a parte requer ao juiz que mande 
intimar o perito e o assistente técnico para comparecerem à audiência, 
formulando desde logo as perguntas, sob forma de quesitos. Compete ao juiz 
 
 
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indeferir quesitos impertinentes e formular os que entender necessários ao 
esclarecimento da causa. 
Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte 
contrária, conforme o art. 425 CPC, que poderá impugnar quesitos do 
adversário, apontando-os para o juiz, quando os entender incabíveis. É 
fundamental que ao formular os quesitos nos autos o profissional operador do 
direito tenha como escopo que há uma linha que dirige as indagações, e que 
dela não deve se afastar, por que assim fazendo estará desvirtuando o objeto 
da perícia. Os quesitos são essenciais, pois é por ele que o perito irá se guiar 
para aduzir aos autos um documento que auxiliará o juízo na decisão a ser 
tomada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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