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Análise das demonstrações contábeis I 5º Aula Estrutura das demonstrações contábeis - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) Nesta aula, veremos que a DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) é de elaboração e publicação obrigatória para as sociedades anônimas. Desse modo, o § 6°, do art. 176, da Lei das Sociedades por Ações dispensa de sua elaboração as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Compreenderemos as variações no Capital Circulante Líquido. Por fim, estudaremos a estrutura da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, vocês serão capazes de: • Reconheceremos e fundamentaremos a DOAR. • Identificaremos as variações no Capital Circulante Líquido. 33 1 - Conceito da DOAR. 2 - Variações no Capital Circulante Líquido. 3 - Estrutura da DOAR. Seções de estudo Durante o estudo de cada Seção de nossas aulas, é importante que façamos resumos, utilizemos planilhas ou esquemas para condensar os conteúdos, reclassifi cando-os mentalmente. Essas estratégias podem facilitar a compreensão, bem como o link dos conteúdos com os conhecimentos adquiridos em outras disciplinas ou mesmo contextualizá-los na prática. Fica a dica! Durante o estudo de cada Seção de nossas aulas é importante que façamos resumos, utilizemos planilhas ou esquemas para condensar os conteúdos, reclassifi cando-os mentalmente. Essas estratégias podem facilitar a compreensão, bem como o link dos conteúdos com os conhecimentos adquiridos em outras disciplinas ou mesmo contextualizá-los na prática. Fica a dica! 2 - Variações no capital circulante líquido 1 - Conceito da DOAR A DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) é de elaboração e publicação obrigatória para as sociedades anônimas. Desse modo, o § 6°, do art. 176, da Lei das Sociedades por Ações dispensa de sua elaboração as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) (FERREIRA, 2012, p. 1). Nesse sentido, a DOAR evidencia as variações ocorridas no capital circulante líquido durante o exercício, permitindo ao analista das demonstrações contábeis o entendimento da situação de curto prazo da companhia. Para tanto, isso torna possível a avaliação da capacidade de pagamento das obrigações circulantes da empresa. A DOAR também expõe a política de fi nanciamentos e investimentos de recursos não circulantes da companhia (FERREIRA, 2012, p. 1). Fiquem ligados(as)! A partir das nomenclaturas relacionadas a DOAR, as quais acabamos de estudar, será possível uma maior fundamentação para a compreensão da atuação profi ssional nesta área. 1.1 Forma de apresentação A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: a) as origens dos recursos, agrupadas em: • lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; • realização do capital social e contribuições para reservas de capital; • recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado; b) as aplicações de recursos agrupadas em: • dividendos distribuídos; • aquisição de direitos do ativo imobilizado; • aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; • redução do passivo exigível a longo prazo; c) o excesso ou insufi ciência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido; d) os saldos no início e no fi m do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício (PORTAL DE CONTABILIDADE, 2012, p. 1). Vale salientar ainda que, a DOAR, ainda segundo o site Portal de Contabilidade (2012, p. 1), a partir de 01.01.2008 “foi extinta, por força da Lei 11.638/2007”. Agora, tornou-se obrigatória apenas para a apresentação das “demonstrações contábeis encerradas somente até 31.12.2007”. 1.2 Origens de recursos As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são: a) das próprias operações, quando as receitas (que geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas, ou seja, resultam do lucro líquido apurado exclusivamente das operações regulares da empresa. Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos; b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu capital circulante líquido; c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante. Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem de recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido. Nesse caso, há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo Circulante. A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de fundos, devem ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos (PORTAL DA CONTABILIDADE, 2012, p. 1). Para realizar as refl exões referentes a aula 5, iremos conhecer as regras gerais da DOAR. Análise das demonstrações contábeis I 34 Esse conhecimento é muito relevante, uma vez que, ao partirmos dele, poderemos saber, de forma específi ca, a forma prática de como elaborar uma demonstração do resultado do exercício. Bons estudos! Pode-se dizer que o capital circulante líquido, ou capital de giro líquido, corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante: CCL = AC - PC. O capital circulante líquido não se confunde com o capital circulante (ou capital de giro), que é representado pelo ativo circulante. Desse modo, “quando o capital circulante líquido é positivo, também recebe o nome de capital circulante próprio” (FERREIRA, 2012, p. 1). Nesse sentido, é a análise das variações ocorridas no capital circulante líquido que serve como base para a elaboração da demonstração das origens e aplicações de recursos. Assim, ainda segundo Ferreira (2012, p. 1), podemos considerar a fórmula CCL = AC - PC, o capital circulante líquido pode ser aumentado de duas formas: a) pelo aumento do ativo circulante; b) pela redução do passivo circulante. Podemos exemplificar pensando que se houver o aumento do capital social em dinheiro, a conta Caixa será debitada, provocando o aumento do ativo circulante e o aumento do capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 1). Dessa forma, se a companhia renegociar com um credor a transferência de uma dívida do curto para o longo prazo ocorrerá a redução do passivo circulante e o aumento do capital circulante líquido. O capital circulante líquido pode ser diminuído de duas formas: a) pela redução do ativo circulante; b) pelo aumento do passivo circulante. Diante disso, Na compra à vista de bens para o imobilizado, a conta Caixa é creditada e o ativo circulante e o capital circulante líquido sofrem redução. Porém, se a compra dos bens para o imobilizado for fi nanciada para pagamento a curto prazo, haverá aumento do passivo circulante e diminuição do capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 1). Assim, como nos apresenta Ferreira (2012, p. 2), no entanto, podemos observar que a variação no capital circulante líquido só ocorrerá se a transação, envolvendo o ativo circulante ouo passivo circulante, tiver reflexo, também, em um grupo não circulante. Nesse sentido, se tivermos uma transação envolvendo exclusivamente os dois grupos circulantes, o capital circulante líquido não sofrerá alterações. Observemos, agora, um exemplo: a compra de mercadorias para pagamento a curto prazo provoca o aumento do ativo circulante, na conta Mercadorias, mas também aumenta o passivo circulante, na conta Fornecedores. Desse modo, o capital circulante líquido é, simultaneamente, aumentado, pelo aumento do ativo circulante, e reduzido, pelo aumento do passivo circulante (FERREIRA, 2012, p. 2). O pagamento de dívida de curto prazo ao fornecedor reduzirá o passivo circulante e aumentará o capital circulante líquido, mas diminuirá o ativo circulante, diminuindo o capital circulante líquido. Para tanto, o capital circulante líquido sofrerá variação apenas quando a transação envolver, simultaneamente, um grupo circulante (ativo circulante ou passivo circulante) e um grupo não-circulante (os demais grupos do balanço patrimonial). Assim, uma grande difi culdade no estudo da DOAR se deve ao não entendimento dos conceitos de origens e aplicações (FERREIRA, 2012, p. 2). Geralmente, aprendemos que o ativo representa as aplicações de recursos e que o passivo exigível e o patrimônio líquido representam as origens de recursos. Dessa forma, Esses conceitos nos acompanham durante todo o estudo da matéria contábil. Porém, o conceito de origens e aplicações na demonstração das origens e aplicações de recursos é mais restritivo. A DOAR trata das origens e aplicações do capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 2). Ainda com base nas considerações de Ferreira (2012, p. 2), o passo inicial para entender a demonstração das origens e aplicações pode ser o de “se restringir o significado de origens e aplicações, aplicando-o apenas às transações que afetam o capital circulante líquido”. Desse modo, podemos afirmar que “a DOAR tem por objeto as origens e aplicações do capital circulante líquido” (FERREIRA, 2012, p. 2). Além disso, “assim como origens do capital circulante líquido, devemos entender todas as operações que aumentem o capital circulante líquido, o que pode dar-se” (FERREIRA, 2012, p. 2): a) pelo aumento do ativo circulante; b) pela redução do passivo circulante. Diante disso, é importante entendermos que “a realização do capital social em dinheiro aumenta o saldo da conta Caixa, o que aumenta o ativo circulante e provoca o aumento do capital circulante líquido”. Podemos observar que essa transação representa uma origem, ou seja, um aumento do capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 2). Isso implica afirmar, ainda com base nas ideais de Ferreira (2012, p. 2), que a análise das variações no capital circulante líquido precisa ser feita em relação às contas do ativo circulante envolvidas na operação considerada. Com isso, quando tratamos do “aumento de capital”, nossa avaliação foi realizada com base na variação ocorrida no circulante, em função do débito na conta Caixa, “muito embora essa variação só tenha sido possível em razão de a contrapartida no registro da transação envolver uma conta do não circulante”. Dessa forma, “o estudo da alteração no capital circulante líquido não foi efetuado em relação ao crédito na conta 35 Capital Social, mas sim em relação ao débito na conta Caixa” (FERREIRA, 2012, p. 2). Podemos ainda afirmar, que: [...] quando a companhia obtém um empréstimo bancário para pagamento a longo prazo, o ativo circulante é aumentado, pelo débito na conta Bancos Conta Movimento, e o capital circulante líquido também aumenta. Assim, há uma origem do capital circulante líquido. A conta Empréstimos Bancários, do passivo exigível a longo prazo, é creditada. Porém, não é o crédito nesta conta que altera o capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 2). Considerando como aplicações do capital circulante líquido, temos todas as operações que reduzam o capital circulante líquido, o que pode se dar (FERREIRA, 2012, p. 2): a) pela redução do ativo circulante; b) pelo aumento do passivo circulante. Assim, se a companhia compra bens para o imobilizado mediante financiamento de curto prazo, “há o aumento do saldo da conta Fornecedores, com o aumento do passivo circulante e a redução do capital circulante líquido”. Portanto, “a análise não levou em consideração o débito feito na conta do imobilizado” (FERREIRA, 2012, p. 2). Para iniciar nossas refl exões, na próxima Seção, vamos buscar compreender melhor a estrutura da DOAR, sua importância e seus principais objetivos. 3 - Estrutura da DOAR Vamos conhecer nesta Seção, a estrutura da demonstração das origens e aplicações de recursos. 3.1 Origens de recursos Para darmos continuidade aos nossos estudos, iremos nos apoiar ainda no artigo “Demonstração das origens e aplicações de recursos” do estudioso Ricardo Ferreira (2012, p. 3), disponível para consulta em nosso material de apoio para tratar sobre a origem de recursos, a qual possui a seguinte estrutura: Lucro líquido do exercício + Despesas com depreciação, amortização e exaustão + ou ( - ) Outras despesas e receitas que não afetam o CCL + ou ( - ) Variações nos resultados de exercícios futuros Ajustes de exercícios anteriores que afetam o CCL Total das origens geradas pelas operações da companhia + Realização do capital social + Contribuições para reservas de capital + Recursos de terceiros, originários: do aumento do passivo exigível a longo prazo; da redução do ativo realizável a longo prazo; da alienação de investimentos permanentes; da alienação de direitos do ativo imobilizado. Total das origens de recursos. Aplicações de recursos Dividendos distribuídos + Aquisição de direitos do imobilizado + Aumento do ativo realizável a longo prazo + Aumento dos investimentos permanentes + Aumento do ativo diferido + Redução do passivo exigível a longo prazo Total das aplicações de recursos (FERREIRA, 2012, p. 3). É importante observar que esta trata-se, portanto, de uma estrutura que precisa ser seguida da forma como se apresenta. 3.2 Excesso ou insuficiência das origens sobre as aplicações (art. 188, Iii): Trataremos agora sobre o excesso, bem como a insuficiência das origens sobre as aplicações, cujos temas tratam de questões bastante técnicas. Para reconhecê-la é preciso aplicar a fórmula: Total das origens de recursos ( - ) Total das aplicações de recursos ( = ) Aumento ou redução do CCL Como menciona Ferreira (2012, p. 1), os “saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e do passivo circulantes, montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício (art. 188, IV)”. Dessa forma, temos: Quadro 5.1 Exemplificação sobre o excesso ou insuficiência das origens sobre as aplicações (Art. 188, III). Saldo Inicial Saldo Final Variação Ativo Circulante 1.000 1.500 500 Passivo Circulante 700 1.100 400 Capital Circulante Líquido 300 400 100 Fonte: FERREIRA, RICARDO J. Demonstração das origens e aplicações de recursos. Disponível em: <http://www.vemconcursos.com/arquivos/aulas/Ricardo_ferreira_ contab_cap29.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2012, p. 3. 3.3 Origens do capital circulante líquido Com base no pensamento de Ferreira (2012, p. 3), nas origens do capital circulante líquido, temos os aumentos do ativo circulante e as reduções do passivo circulante em transações que envolvem, simultaneamente, os grupos não circulantes. 3.4 Lucro líquido do exercício como origem de recursos O lucro líquido do exercício, geralmente, é a principal origem do capital circulante líquido, pois é resultante do confronto entre as receitas e despesas, registradas de acordo com o Princípio da Competência. Assim, na DOAR, o lucro líquido do exercício deve ser ajustado, de forma que nela seja apresentada a parte do lucro que afetou o capital circulante (FERREIRA, 2012, p. 4). 3.5 Receitas e despesas que não afetam o ccl Análise das demonstraçõescontábeis I 36 Você saberia dizer o que exatamente temos no Lucro líquido do exercício? Para construir conhecimentos sobre as receitas e despesas que não afetam o CCL, é relevante saber que: Na elaboração da DOAR, é necessário se analisar a composição do lucro líquido do exercício e eliminar dele as receitas e despesas que não tiveram como contrapartida contas do ativo circulante ou do passivo circulante. Deve ser considerada na DOAR apenas a parcela do lucro líquido do exercício que tenha provocado variação no capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 4). Vejamos um exemplo: imaginemos que as receitas fossem divididas em dois grupos: as que afetam e as que não afetam o capital circulante líquido. Com base nisso, consideremos a seguinte apuração resumida do resultado do exercício: Receitas que afetam o capital circulante líquido 800 Receitas que não afetam o capital circulante líquido 100 Despesas totais (300) Lucro líquido do exercício 600 A eliminação das receitas que não afetam o capital circulante líquido seria feita da seguinte forma: Lucro líquido do exercício 600 Receitas que não afetam o capital circulante líquido (100) Lucro líquido do exercício ajustado 500 (FERREIRA, 2012, p. 4). Com base no exemplo acima, trazido no bojo do texto de Ferreira (2012), compreendemos que, assim, o lucro líquido ajustado nada mais é que o lucro líquido do exercício após a eliminação das receitas que não afetam o capital circulante líquido. Dessa forma, chegaremos ao mesmo resultado se fizermos a apuração do lucro líquido do exercício sem computar as receitas que não afetam o capital circulante líquido: Receitas que afetam o capital circulante líquido 800 Despesas totais (300) Lucro líquido do exercício ajustado 500 (FERREIRA, 2012, p. 4). Nesse sentido, para eliminar as despesas que não afetam o capital circulante líquido, os valores a elas correspondentes são somados ao lucro líquido do exercício. Vejamos um exemplo, quando do registro da depreciação, lançamos: D - Despesa de Depreciação C - Depreciação Acumulada (FERREIRA, 2012, p. 4). Dessa forma, “a conta Despesa de Depreciação é computada no lucro líquido do exercício, pois, a conta Depreciação Acumulada não é do ativo circulante, nem do passivo circulante, o capital circulante líquido não foi afetado” (FERREIRA, 2012, p. 4). Portanto, a despesa de depreciação é somada ao lucro líquido do exercício na DOAR. Podemos dizer também que é aplicável às despesas de amortização e exaustão (FERREIRA, 2012, p. 4). Assim, ainda com referência nas proposições de Ferreira (2012, p. 4), “a origem correspondente aos bens sujeitos à depreciação ocorre quando da aquisição deles”. Dessa forma, apesar de a Lei n° 6.404/76 mencionar apenas as despesas com depreciação, amortização e exaustão, a eliminação é extensiva às demais despesas ou resultados negativos que não afetam o capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 4). Para tanto, “ao fim do exercício social, certa companhia apresentou a seguinte demonstração de resultados” (FERREIRA, 2012, p. 4): Receitas de vendas 50.000 Custo da mercadoria vendida (20.000) Lucro operacional bruto 30.000 Despesas fi nanceiras (5.000) Despesas de vendas (3.000) Amortização de gastos pré-operacionais (1.500) Devedores duvidosos (1.000) Depreciação de máquinas (1.500) (FERREIRA, 2012, p. 5). Passemos, agora, ao estudo de outro tema muito relevante no contexto desta aula: o lucro líquido do exercício. 3.6 Lucro líquido do exercício Segundo Ferreira (2012, p. 5) no lucro líquido do exercício temos o valor efetivo do que representa a origem do capital circulante líquido. Ele é calculado da seguinte forma: Lucro líquido do exercício 18.000 Amortização de gastos pré-operacionais 1.500 Depreciação de máquinas 1.500 Lucro líquido ajustado 21.000 (FERREIRA, 2012, p. 5). Portanto, “esse lucro líquido ajustado representa a parcela do lucro líquido do exercício que afetou o CCL” (FERREIRA, 2012, p. 5). 37 O que é a realização do capital? Ainda segundo Ferreira (2012, p. 5), “o mesmo resultado será obtido se apurarmos novamente o resultado sem considerar as contas Amortização de Gastos Pré-Operacionais e Depreciação de Máquinas”: Receitas de vendas 50.000 Custo da mercadoria vendida (20.000) Lucro operacional bruto 30.000 Despesas financeiras (5.000) Despesas de vendas (3.000) Devedores duvidosos (1.000) Lucro líquido do exercício 21.000 Temos, no entanto, outras despesas e receitas que não afetam o CCL como a depreciação, amortização e exaustão, há outros itens do resultado que não afetam o capital circulante líquido. São eles: a) o resultado na equivalência patrimonial; b) as variações monetárias de longo prazo; c) a despesa com provisões de longo prazo (FERREIRA, 2012, p. 5). Vejamos, agora, os resultados de exercícios futuros e como contabilizá-lo! 3.7 Resultados de exercícios futuros Segundo Ferreira (2012, p. 5), de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, o lucro líquido do exercício deve ser ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros, seja a variação positiva ou negativa. Assim, “a variação positiva deve ser somada ao lucro líquido do exercício e a negativa, diminuída” (FERREIRA, 2012, p. 5). Para compreender melhor, consideremos que o recebimento antecipado de receita de aluguel tenha sido lançado da seguinte forma (FERREIRA, 2012, p. 5): D - Caixa C - Receitas de Exercícios Futuros Nesse contexto, de acordo com Ferreira (2012, p. 6), “o débito na conta Caixa aumenta o ativo circulante, o que aumenta o capital circulante líquido”. Note que “temos uma variação positiva nos resultados de exercícios futuros, que deve ser indicada como uma origem de recursos” (FERREIRA, 2012, p. 6). “Por determinação da Lei n° 6.404/76, essa origem do capital circulante líquido deve ser somada ao lucro líquido na DOAR, apesar de não representar uma receita realizada” (FERREIRA, 2012, p. 6). Nesse sentido, com base nas proposições de Ferreira (2012, p. 6), o ideal “seria que a Lei citada indicasse essa origem como um item autônomo da DOAR, em vez de determinar a sua adição ao lucro líquido do exercício”. Dessa forma, “no exercício em que haja a realização da receita de aluguel que foi recebida antecipadamente, lançaremos” (FERREIRA, 2012, p. 6): D - Receitas de Exercícios Futuros C - Receita de Aluguel Diante disso, “a conta Receita de Aluguel tem o seu saldo computado no lucro líquido do exercício, mas não houve alteração no capital circulante líquido”. Para tanto, “a receita deve, então, ser eliminada, pela sua subtração do lucro líquido do exercício” (FERREIRA, 2012, p. 6). 3.8 Realização de capital Conforme sugere Ferreira (2012, p. 6), a realização do capital trata-se de um item que afetará o capital circulante líquido quando for efetuado em dinheiro, créditos ou outros bens classificáveis no ativo circulante. Dessa forma, também é possível o aumento do capital circulante líquido pela conversão de dívidas de curto prazo em capital, com a redução do passivo circulante, passando o credor à condição de acionista. Assim, se o aumento de capital se der por meio de bens não circulantes, o capital circulante líquido não sofrerá alteração. “É o caso da realização de capital com a entrega de bens para o imobilizado” (FERREIRA, 2012, p. 6). 3.9 Contribuições para reservas de capital As contribuições para reservas de capital, se forem realizadas em dinheiro, créditos ou outros bens classificáveis no ativo circulante, as contribuições para reservas de capital modificarão o capital circulante líquido. Assim, “as reservas de capital que podem ter como contrapartida o ativo circulante são” (FERREIRA, 2012, p. 6): a) o ágio na emissão de ações; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; c) o prêmio recebido na emissão de debêntures; d) as doações recebidas do Poder Público e as subvenções parainvestimentos (FERREIRA, 2012, p. 6). Nesse sentido, “as contribuições para reservas de capital na forma de bens não circulantes não alteram o capital circulante líquido”. Portanto, “é o caso de um terreno para uso recebido em doação do Poder Público, classificado no ativo permanente imobilizado” (FERREIRA, 2012, p. 6). Com isso, passemos aos estudos sobre os recursos de terceiros! Salientamos a importância de consultar as referências de material de apoio, acessar e ler o artigo de Ferreira (2012) para ampliar seus conhecimentos sobre os temas aqui tratados. 3.10 Recursos de terceiros Para finalizar nossos estudos, trataremos sobre os recursos de terceiros, “que configuram na DOAR como origens podem ser originários” (FERREIRA, 2012, p. 6): a) do aumento do passivo exigível a longo prazo; b) da redução do ativo realizável a longo prazo; c) da alienação de investimentos permanentes; d) da alienação de direitos do ativo imobilizado (FERREIRA, 2012, p. 6). Como vocês podem supor, a partir das colocações de Ferreira (2012), tais recursos precisam ser buscados e adquiridos com cuidado e responsabilidade, uma vez que na maioria dos casos estão associados a questões delicadas que podem trazer várias questões complicadas para a empresa. Análise das demonstrações contábeis I 38 Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar esse tópico, vamos recordar algumas questões de suma importância para nossa caminhada: 1 - Conceito da DOAR. Iniciamos nossos estudos compreendendo que a elaboração e publicação da DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos) é obrigatória para as sociedades anônimas. Desse modo, o § 6°, do art. 176, da Lei das Sociedades por Ações dispensa de sua elaboração as companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). 2 - Variações no Capital Circulante Líquido. Por meio das leitura efetuadas na Seção 2, podemos dizer que o capital circulante líquido, ou capital de giro líquido, corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante: CCL = AC - PC. Entendemos ainda, que o capital circulante líquido não se confunde com o capital circulante (ou capital de giro), que é representado pelo ativo circulante. 3 - Estrutura da DOAR. Para finalizarmos nossos estudos foi analisado na Seção 3, a estrutura da demonstração das origens e aplicações de recursos. Nossa! Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, não acham? Adquirimos conhecimentos essenciais para a nossa formação. Para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa construção de conhecimentos é importante que realizemos as atividades propostas no ambiente virtual! ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enforque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006. GROPELLI A. A; EHSAN, N. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1998. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004. IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade introdutória. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1996. IUDÍCIBUS, Sérgio. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2000. ADMINISTRADORONLINE. Capital de giro: conceito. Disponível em: <http://administrando-online.blogspot. com.br/2011/09/capital-de-giro-conceito.html>. Acesso em: 03 jul. 2012. FERREIRA, RICARDO J. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos. Disponível em: <http://www. vemconcursos.com/arquivos/aulas/Ricardo_ferreira_ contab_cap29.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2012. PORTAL DE CONTABILIDADE. Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/ demonstorigaplirecursos.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar YOU TUBE. Substituição da DOAR pela DFC: Sevilha Contabilidade Vicente Sevilha Junior. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=Edd7edSpLQQ>. Acesso em: 03 jul. 2012. Vale a pena assistir MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. REIS, Arnaldo. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. SANVICENTE, A. Z; SANTOS, C. C. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Minhas anotações
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