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Aula 05 - Estrutura das Demonstrações Contábeis - Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos (DOAR)

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Análise das demonstrações contábeis I
5º Aula
Estrutura das demonstrações contábeis 
- Demonstração das Origens e 
Aplicações de Recursos (DOAR) 
Nesta aula, veremos que a DOAR (Demonstração 
das Origens e Aplicações de Recursos) é de elaboração e 
publicação obrigatória para as sociedades anônimas. 
Desse modo, o § 6°, do art. 176, da Lei das Sociedades 
por Ações dispensa de sua elaboração as companhias 
fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço, não 
superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). 
Compreenderemos as variações no Capital Circulante 
Líquido.
Por fim, estudaremos a estrutura da Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos.
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
• Reconheceremos e fundamentaremos a DOAR. 
• Identificaremos as variações no Capital Circulante Líquido.
33
1 - Conceito da DOAR.
2 - Variações no Capital Circulante Líquido. 
3 - Estrutura da DOAR.
Seções de estudo
Durante o estudo de cada Seção de nossas aulas, é importante que 
façamos resumos, utilizemos planilhas ou esquemas para condensar 
os conteúdos, reclassifi cando-os mentalmente. Essas estratégias 
podem facilitar a compreensão, bem como o link dos conteúdos 
com os conhecimentos adquiridos em outras disciplinas ou mesmo 
contextualizá-los na prática.
Fica a dica! 
Durante o estudo de cada Seção de nossas aulas é importante que 
façamos resumos, utilizemos planilhas ou esquemas para condensar 
os conteúdos, reclassifi cando-os mentalmente. Essas estratégias 
podem facilitar a compreensão, bem como o link dos conteúdos 
com os conhecimentos adquiridos em outras disciplinas ou mesmo 
contextualizá-los na prática.
Fica a dica! 
2 - Variações no capital circulante 
líquido
1 - Conceito da DOAR 
A DOAR (Demonstração das Origens e Aplicações 
de Recursos) é de elaboração e publicação obrigatória para 
as sociedades anônimas. Desse modo, o § 6°, do art. 176, da 
Lei das Sociedades por Ações dispensa de sua elaboração as 
companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do 
balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) 
(FERREIRA, 2012, p. 1).
Nesse sentido, a DOAR evidencia as variações 
ocorridas no capital circulante líquido durante 
o exercício, permitindo ao analista das 
demonstrações contábeis o entendimento da 
situação de curto prazo da companhia. 
Para tanto, isso torna possível a avaliação 
da capacidade de pagamento das obrigações 
circulantes da empresa. A DOAR também 
expõe a política de fi nanciamentos e 
investimentos de recursos não circulantes da 
companhia (FERREIRA, 2012, p. 1).
Fiquem ligados(as)! A partir das nomenclaturas relacionadas a DOAR, as 
quais acabamos de estudar, será possível uma maior fundamentação 
para a compreensão da atuação profi ssional nesta área.
1.1 Forma de apresentação
A DOAR indicará as modificações na posição financeira 
da companhia, discriminando:
a) as origens dos recursos, agrupadas em:
• lucro do exercício, acrescido de depreciação, 
amortização ou exaustão e ajustado pela 
variação nos resultados de exercícios futuros;
• realização do capital social e contribuições 
para reservas de capital;
• recursos de terceiros, originários do aumento 
do passivo exigível a longo prazo, da redução do 
ativo realizável a longo prazo e da alienação de 
investimentos e direitos do ativo imobilizado;
b) as aplicações de recursos agrupadas em:
• dividendos distribuídos;
• aquisição de direitos do ativo imobilizado;
• aumento do ativo realizável a longo prazo, 
dos investimentos e do ativo diferido;
• redução do passivo exigível a longo prazo;
c) o excesso ou insufi ciência das origens 
de recursos em relação às aplicações, 
representando aumento ou redução do capital 
circulante líquido;
d) os saldos no início e no fi m do exercício, 
do ativo e passivo circulantes, o montante do 
capital circulante líquido e o seu aumento ou 
redução durante o exercício (PORTAL DE 
CONTABILIDADE, 2012, p. 1).
Vale salientar ainda que, a DOAR, ainda segundo o site 
Portal de Contabilidade (2012, p. 1), a partir de 01.01.2008 
“foi extinta, por força da Lei 11.638/2007”. Agora, tornou-se 
obrigatória apenas para a apresentação das “demonstrações 
contábeis encerradas somente até 31.12.2007”.
1.2 Origens de recursos
 As origens de recursos são representadas pelos aumentos 
no Capital Circulante Líquido, e as mais comuns são:
a) das próprias operações, quando as receitas (que 
geram ingressos de capital circulante líquido) do exercício são 
maiores que as despesas, ou seja, resultam do lucro líquido 
apurado exclusivamente das operações regulares da empresa.
 Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, 
se houver prejuízo, teremos uma aplicação de recursos;
b) dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados 
pelos mesmos no exercício, já que tais recursos aumentaram 
as disponibilidades da empresa e, conseqüentemente, seu 
capital circulante líquido;
c) de terceiros, por empréstimos obtidos pela empresa, 
pagáveis a longo prazo, bem como dos recursos oriundos 
da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou 
de transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo 
Circulante.
Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não 
são considerados como origem de recursos para fins dessa 
demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido. 
Nesse caso, há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo 
tempo, do Passivo Circulante.
 
A depreciação, amortização ou exaustão, por 
representarem uma recuperação de fundos, 
devem ser adicionadas ao lucro líquido 
apurado no exercício, para efeito de elaboração 
da demonstração das origens e aplicações de 
recursos (PORTAL DA CONTABILIDADE, 
2012, p. 1).
Para realizar as refl exões referentes a aula 5, iremos conhecer as 
regras gerais da DOAR.
Análise das demonstrações contábeis I 34
Esse conhecimento é muito relevante, uma vez que, ao partirmos 
dele, poderemos saber, de forma específi ca, a forma prática de como 
elaborar uma demonstração do resultado do exercício.
Bons estudos! 
Pode-se dizer que o capital circulante líquido, ou 
capital de giro líquido, corresponde à diferença entre o ativo 
circulante e o passivo circulante: CCL = AC - PC.
O capital circulante líquido não se confunde com o 
capital circulante (ou capital de giro), que é representado pelo 
ativo circulante. Desse modo, “quando o capital circulante 
líquido é positivo, também recebe o nome de capital circulante 
próprio” (FERREIRA, 2012, p. 1). 
Nesse sentido, é a análise das variações ocorridas 
no capital circulante líquido que serve como base para a 
elaboração da demonstração das origens e aplicações de 
recursos.
Assim, ainda segundo Ferreira (2012, p. 1), podemos 
considerar a fórmula CCL = AC - PC, o capital circulante 
líquido pode ser aumentado de duas formas:
a) pelo aumento do ativo circulante;
b) pela redução do passivo circulante.
Podemos exemplificar pensando que se houver o aumento 
do capital social em dinheiro, a conta Caixa será debitada, 
provocando o aumento do ativo circulante e o aumento do 
capital circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 1).
Dessa forma, se a companhia renegociar com um credor 
a transferência de uma dívida do curto para o longo prazo 
ocorrerá a redução do passivo circulante e o aumento do 
capital circulante líquido.
O capital circulante líquido pode ser diminuído de duas 
formas:
a) pela redução do ativo circulante;
b) pelo aumento do passivo circulante.
Diante disso,
Na compra à vista de bens para o imobilizado, 
a conta Caixa é creditada e o ativo circulante 
e o capital circulante líquido sofrem redução. 
Porém, se a compra dos bens para o 
imobilizado for fi nanciada para pagamento 
a curto prazo, haverá aumento do passivo 
circulante e diminuição do capital circulante 
líquido (FERREIRA, 2012, p. 1).
Assim, como nos apresenta Ferreira (2012, p. 2), 
no entanto, podemos observar que a variação no capital 
circulante líquido só ocorrerá se a transação, envolvendo o 
ativo circulante ouo passivo circulante, tiver reflexo, também, 
em um grupo não circulante. Nesse sentido, se tivermos 
uma transação envolvendo exclusivamente os dois grupos 
circulantes, o capital circulante líquido não sofrerá alterações. 
Observemos, agora, um exemplo: a compra de 
mercadorias para pagamento a curto prazo provoca o 
aumento do ativo circulante, na conta Mercadorias, mas 
também aumenta o passivo circulante, na conta Fornecedores. 
Desse modo, o capital circulante líquido é, simultaneamente, 
aumentado, pelo aumento do ativo circulante, e reduzido, 
pelo aumento do passivo circulante (FERREIRA, 2012, p. 2). 
O pagamento de dívida de curto prazo ao 
fornecedor reduzirá o passivo circulante e 
aumentará o capital circulante líquido, mas 
diminuirá o ativo circulante, diminuindo o 
capital circulante líquido. 
Para tanto, o capital circulante líquido sofrerá 
variação apenas quando a transação envolver, 
simultaneamente, um grupo circulante (ativo 
circulante ou passivo circulante) e um grupo 
não-circulante (os demais grupos do balanço 
patrimonial).
Assim, uma grande difi culdade no estudo 
da DOAR se deve ao não entendimento dos 
conceitos de origens e aplicações (FERREIRA, 
2012, p. 2). 
Geralmente, aprendemos que o ativo representa as 
aplicações de recursos e que o passivo exigível e o patrimônio 
líquido representam as origens de recursos. Dessa forma, 
Esses conceitos nos acompanham durante 
todo o estudo da matéria contábil. Porém, 
o conceito de origens e aplicações na 
demonstração das origens e aplicações de 
recursos é mais restritivo. A DOAR trata 
das origens e aplicações do capital circulante 
líquido (FERREIRA, 2012, p. 2). 
Ainda com base nas considerações de Ferreira (2012, p. 
2), o passo inicial para entender a demonstração das origens e 
aplicações pode ser o de “se restringir o significado de origens 
e aplicações, aplicando-o apenas às transações que afetam o 
capital circulante líquido”. 
Desse modo, podemos afirmar que “a DOAR tem por 
objeto as origens e aplicações do capital circulante líquido” 
(FERREIRA, 2012, p. 2).
Além disso, “assim como origens do capital circulante 
líquido, devemos entender todas as operações que aumentem 
o capital circulante líquido, o que pode dar-se” (FERREIRA, 
2012, p. 2):
a) pelo aumento do ativo circulante;
b) pela redução do passivo circulante.
Diante disso, é importante entendermos que “a realização 
do capital social em dinheiro aumenta o saldo da conta Caixa, o 
que aumenta o ativo circulante e provoca o aumento do capital 
circulante líquido”. Podemos observar que essa transação 
representa uma origem, ou seja, um aumento do capital 
circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 2).
Isso implica afirmar, ainda com base nas ideais de Ferreira 
(2012, p. 2), que a análise das variações no capital circulante 
líquido precisa ser feita em relação às contas do ativo circulante 
envolvidas na operação considerada. Com isso, quando 
tratamos do “aumento de capital”, nossa avaliação foi realizada 
com base na variação ocorrida no circulante, em função do 
débito na conta Caixa, “muito embora essa variação só tenha 
sido possível em razão de a contrapartida no registro da 
transação envolver uma conta do não circulante”. 
Dessa forma, “o estudo da alteração no capital circulante 
líquido não foi efetuado em relação ao crédito na conta 
35
Capital Social, mas sim em relação ao débito na conta Caixa” 
(FERREIRA, 2012, p. 2).
Podemos ainda afirmar, que:
[...] quando a companhia obtém um empréstimo 
bancário para pagamento a longo prazo, o 
ativo circulante é aumentado, pelo débito na 
conta Bancos Conta Movimento, e o capital 
circulante líquido também aumenta. Assim, 
há uma origem do capital circulante líquido. 
A conta Empréstimos Bancários, do passivo 
exigível a longo prazo, é creditada. Porém, 
não é o crédito nesta conta que altera o capital 
circulante líquido (FERREIRA, 2012, p. 2).
Considerando como aplicações do capital circulante 
líquido, temos todas as operações que reduzam o capital 
circulante líquido, o que pode se dar (FERREIRA, 2012, p. 2):
a) pela redução do ativo circulante;
b) pelo aumento do passivo circulante.
Assim, se a companhia compra bens para o imobilizado 
mediante financiamento de curto prazo, “há o aumento do 
saldo da conta Fornecedores, com o aumento do passivo 
circulante e a redução do capital circulante líquido”. Portanto, 
“a análise não levou em consideração o débito feito na conta 
do imobilizado” (FERREIRA, 2012, p. 2).
Para iniciar nossas refl exões, na próxima Seção, vamos buscar 
compreender melhor a estrutura da DOAR, sua importância e seus 
principais objetivos.
3 - Estrutura da DOAR
Vamos conhecer nesta Seção, a estrutura da demonstração 
das origens e aplicações de recursos.
3.1 Origens de recursos
Para darmos continuidade aos nossos estudos, iremos nos 
apoiar ainda no artigo “Demonstração das origens e aplicações 
de recursos” do estudioso Ricardo Ferreira (2012, p. 3), 
disponível para consulta em nosso material de apoio para tratar 
sobre a origem de recursos, a qual possui a seguinte estrutura:
Lucro líquido do exercício
+ Despesas com depreciação, amortização e exaustão
+ ou ( - ) Outras despesas e receitas que não afetam o CCL
+ ou ( - ) Variações nos resultados de exercícios futuros
Ajustes de exercícios anteriores que afetam o CCL
Total das origens geradas pelas operações da companhia
+ Realização do capital social
+ Contribuições para reservas de capital
+ Recursos de terceiros, originários:
do aumento do passivo exigível a longo prazo;
da redução do ativo realizável a longo prazo;
da alienação de investimentos permanentes;
da alienação de direitos do ativo imobilizado.
Total das origens de recursos.
Aplicações de recursos
Dividendos distribuídos
+ Aquisição de direitos do imobilizado
+ Aumento do ativo realizável a longo prazo
+ Aumento dos investimentos permanentes
+ Aumento do ativo diferido
+ Redução do passivo exigível a longo prazo
Total das aplicações de recursos (FERREIRA, 2012, p. 3).
É importante observar que esta trata-se, portanto, de uma 
estrutura que precisa ser seguida da forma como se apresenta. 
3.2 Excesso ou insuficiência das 
origens sobre as aplicações (art. 188, 
Iii):
Trataremos agora sobre o excesso, bem como a 
insuficiência das origens sobre as aplicações, cujos temas 
tratam de questões bastante técnicas.
Para reconhecê-la é preciso aplicar a fórmula:
Total das origens de recursos
( - ) Total das aplicações de recursos
( = ) Aumento ou redução do CCL
Como menciona Ferreira (2012, p. 1), os “saldos, no 
início e no fim do exercício, do ativo e do passivo circulantes, 
montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou 
redução durante o exercício (art. 188, IV)”.
Dessa forma, temos:
Quadro 5.1 Exemplificação sobre o excesso ou 
insuficiência das origens sobre as aplicações (Art. 188, III).
Saldo Inicial Saldo Final Variação
Ativo Circulante 1.000 1.500 500
Passivo Circulante 700 1.100 400
Capital Circulante 
Líquido
300 400 100
Fonte: FERREIRA, RICARDO J. Demonstração das origens e aplicações de recursos. 
Disponível em: <http://www.vemconcursos.com/arquivos/aulas/Ricardo_ferreira_
contab_cap29.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2012, p. 3. 
3.3 Origens do capital circulante 
líquido
Com base no pensamento de Ferreira (2012, p. 3), nas 
origens do capital circulante líquido, temos os aumentos do ativo 
circulante e as reduções do passivo circulante em transações que 
envolvem, simultaneamente, os grupos não circulantes. 
3.4 Lucro líquido do exercício como 
origem de recursos
O lucro líquido do exercício, geralmente, é a principal 
origem do capital circulante líquido, pois é resultante do 
confronto entre as receitas e despesas, registradas de acordo 
com o Princípio da Competência.
Assim, na DOAR, o lucro líquido do exercício deve ser 
ajustado, de forma que nela seja apresentada a parte do lucro 
que afetou o capital circulante (FERREIRA, 2012, p. 4).
3.5 Receitas e despesas que não 
afetam o ccl
Análise das demonstraçõescontábeis I 36
Você saberia dizer o que exatamente temos no Lucro líquido do 
exercício?
Para construir conhecimentos sobre as receitas e 
despesas que não afetam o CCL, é relevante saber que: 
Na elaboração da DOAR, é necessário se 
analisar a composição do lucro líquido do 
exercício e eliminar dele as receitas e despesas 
que não tiveram como contrapartida contas 
do ativo circulante ou do passivo circulante. 
Deve ser considerada na DOAR apenas a 
parcela do lucro líquido do exercício que 
tenha provocado variação no capital circulante 
líquido (FERREIRA, 2012, p. 4).
Vejamos um exemplo: imaginemos que as receitas fossem 
divididas em dois grupos: as que afetam e as que não afetam 
o capital circulante líquido. Com base nisso, consideremos a 
seguinte apuração resumida do resultado do exercício:
Receitas que afetam o capital circulante líquido
 800
Receitas que não afetam o capital circulante 
líquido 
 100
Despesas totais (300)
Lucro líquido do exercício
 600
A eliminação das receitas que não afetam o 
capital circulante líquido seria feita da seguinte 
forma:
Lucro líquido do exercício
 600
Receitas que não afetam o capital circulante 
líquido (100)
Lucro líquido do exercício ajustado 
 500 (FERREIRA, 2012, p. 4).
Com base no exemplo acima, trazido no bojo do texto de 
Ferreira (2012), compreendemos que, assim, o lucro líquido 
ajustado nada mais é que o lucro líquido do exercício após 
a eliminação das receitas que não afetam o capital circulante 
líquido. 
Dessa forma, chegaremos ao mesmo resultado se 
fizermos a apuração do lucro líquido do exercício sem 
computar as receitas que não afetam o capital circulante 
líquido:
Receitas que afetam o capital circulante líquido
 800
Despesas totais
 (300)
Lucro líquido do exercício ajustado
 500 (FERREIRA, 2012, p. 4).
Nesse sentido, para eliminar as despesas que não afetam 
o capital circulante líquido, os valores a elas correspondentes 
são somados ao lucro líquido do exercício.
Vejamos um exemplo, quando do registro da depreciação, 
lançamos:
D - Despesa de Depreciação
C - Depreciação Acumulada (FERREIRA, 2012, p. 4).
Dessa forma, “a conta Despesa de Depreciação é 
computada no lucro líquido do exercício, pois, a conta 
Depreciação Acumulada não é do ativo circulante, nem do 
passivo circulante, o capital circulante líquido não foi afetado” 
(FERREIRA, 2012, p. 4). 
Portanto, a despesa de depreciação é somada ao lucro 
líquido do exercício na DOAR. Podemos dizer também que é 
aplicável às despesas de amortização e exaustão (FERREIRA, 
2012, p. 4).
Assim, ainda com referência nas proposições de Ferreira 
(2012, p. 4), “a origem correspondente aos bens sujeitos à 
depreciação ocorre quando da aquisição deles”.
Dessa forma, apesar de a Lei n° 6.404/76 mencionar 
apenas as despesas com depreciação, amortização e exaustão, 
a eliminação é extensiva às demais despesas ou resultados 
negativos que não afetam o capital circulante líquido 
(FERREIRA, 2012, p. 4).
Para tanto, “ao fim do exercício social, certa companhia 
apresentou a seguinte demonstração de resultados” 
(FERREIRA, 2012, p. 4):
Receitas de vendas 
 50.000
Custo da mercadoria vendida
 (20.000)
Lucro operacional bruto 
 30.000
Despesas fi nanceiras
 (5.000)
 Despesas de vendas
 (3.000)
Amortização de gastos pré-operacionais
 (1.500)
Devedores duvidosos
 (1.000)
Depreciação de máquinas 
 (1.500) (FERREIRA, 2012, p. 5).
 
Passemos, agora, ao estudo de outro tema muito relevante 
no contexto desta aula: o lucro líquido do exercício. 
3.6 Lucro líquido do exercício 
Segundo Ferreira (2012, p. 5) no lucro líquido do exercício 
temos o valor efetivo do que representa a origem do capital 
circulante líquido. 
Ele é calculado da seguinte forma:
Lucro líquido do exercício 
 18.000
Amortização de gastos pré-operacionais 
 1.500
Depreciação de máquinas 
 1.500
Lucro líquido ajustado
 21.000 (FERREIRA, 2012, p. 5).
Portanto, “esse lucro líquido ajustado representa a parcela 
do lucro líquido do exercício que afetou o CCL” (FERREIRA, 
2012, p. 5). 
37
O que é a realização do capital?
Ainda segundo Ferreira (2012, p. 5), “o mesmo resultado 
será obtido se apurarmos novamente o resultado sem 
considerar as contas Amortização de Gastos Pré-Operacionais 
e Depreciação de Máquinas”:
Receitas de vendas 50.000
Custo da mercadoria vendida (20.000)
Lucro operacional bruto 30.000
Despesas financeiras (5.000)
Despesas de vendas (3.000)
Devedores duvidosos (1.000)
Lucro líquido do exercício 21.000
Temos, no entanto, outras despesas e receitas que não 
afetam o CCL como a depreciação, amortização e exaustão, há 
outros itens do resultado que não afetam o capital circulante 
líquido. São eles:
a) o resultado na equivalência patrimonial;
b) as variações monetárias de longo prazo;
c) a despesa com provisões de longo prazo (FERREIRA, 
2012, p. 5).
Vejamos, agora, os resultados de exercícios futuros e 
como contabilizá-lo!
3.7 Resultados de exercícios futuros
Segundo Ferreira (2012, p. 5), de acordo com a Lei das 
Sociedades por Ações, o lucro líquido do exercício deve ser 
ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros, seja 
a variação positiva ou negativa. 
Assim, “a variação positiva deve ser somada ao lucro 
líquido do exercício e a negativa, diminuída” (FERREIRA, 
2012, p. 5). 
Para compreender melhor, consideremos que o 
recebimento antecipado de receita de aluguel tenha sido 
lançado da seguinte forma (FERREIRA, 2012, p. 5):
D - Caixa
C - Receitas de Exercícios Futuros
Nesse contexto, de acordo com Ferreira (2012, p. 6), 
“o débito na conta Caixa aumenta o ativo circulante, o que 
aumenta o capital circulante líquido”.
Note que “temos uma variação positiva nos resultados de 
exercícios futuros, que deve ser indicada como uma origem de 
recursos” (FERREIRA, 2012, p. 6). 
“Por determinação da Lei n° 6.404/76, essa origem do 
capital circulante líquido deve ser somada ao lucro líquido 
na DOAR, apesar de não representar uma receita realizada” 
(FERREIRA, 2012, p. 6).
Nesse sentido, com base nas proposições de Ferreira 
(2012, p. 6), o ideal “seria que a Lei citada indicasse essa origem 
como um item autônomo da DOAR, em vez de determinar a 
sua adição ao lucro líquido do exercício”. 
Dessa forma, “no exercício em que haja a realização 
da receita de aluguel que foi recebida antecipadamente, 
lançaremos” (FERREIRA, 2012, p. 6):
D - Receitas de Exercícios Futuros
C - Receita de Aluguel
Diante disso, “a conta Receita de Aluguel tem o seu saldo 
computado no lucro líquido do exercício, mas não houve 
alteração no capital circulante líquido”. Para tanto, “a receita 
deve, então, ser eliminada, pela sua subtração do lucro líquido 
do exercício” (FERREIRA, 2012, p. 6).
3.8 Realização de capital
Conforme sugere Ferreira (2012, p. 6), a realização do 
capital trata-se de um item que afetará o capital circulante 
líquido quando for efetuado em dinheiro, créditos ou outros 
bens classificáveis no ativo circulante. Dessa forma, também é 
possível o aumento do capital circulante líquido pela conversão 
de dívidas de curto prazo em capital, com a redução do passivo 
circulante, passando o credor à condição de acionista.
Assim, se o aumento de capital se der por meio de 
bens não circulantes, o capital circulante líquido não sofrerá 
alteração. “É o caso da realização de capital com a entrega de 
bens para o imobilizado” (FERREIRA, 2012, p. 6). 
3.9 Contribuições para reservas de 
capital
As contribuições para reservas de capital, se forem 
realizadas em dinheiro, créditos ou outros bens classificáveis 
no ativo circulante, as contribuições para reservas de capital 
modificarão o capital circulante líquido. 
Assim, “as reservas de capital que podem ter como 
contrapartida o ativo circulante são” (FERREIRA, 2012, p. 6):
a) o ágio na emissão de ações;
b) o produto da alienação de partes 
beneficiárias e bônus de subscrição;
c) o prêmio recebido na emissão de debêntures;
d) as doações recebidas do Poder Público e as 
subvenções parainvestimentos (FERREIRA, 
2012, p. 6).
Nesse sentido, “as contribuições para reservas de capital 
na forma de bens não circulantes não alteram o capital 
circulante líquido”. Portanto, “é o caso de um terreno para 
uso recebido em doação do Poder Público, classificado no 
ativo permanente imobilizado” (FERREIRA, 2012, p. 6).
Com isso, passemos aos estudos sobre os recursos de 
terceiros! Salientamos a importância de consultar as referências 
de material de apoio, acessar e ler o artigo de Ferreira (2012) 
para ampliar seus conhecimentos sobre os temas aqui tratados. 
3.10 Recursos de terceiros
Para finalizar nossos estudos, trataremos sobre os 
recursos de terceiros, “que configuram na DOAR como 
origens podem ser originários” (FERREIRA, 2012, p. 6):
a) do aumento do passivo exigível a longo 
prazo;
b) da redução do ativo realizável a longo prazo;
c) da alienação de investimentos permanentes;
d) da alienação de direitos do ativo imobilizado 
(FERREIRA, 2012, p. 6).
Como vocês podem supor, a partir das colocações 
de Ferreira (2012), tais recursos precisam ser buscados e 
adquiridos com cuidado e responsabilidade, uma vez que na 
maioria dos casos estão associados a questões delicadas que 
podem trazer várias questões complicadas para a empresa. 
Análise das demonstrações contábeis I 38
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar 
esse tópico, vamos recordar algumas questões de 
suma importância para nossa caminhada:
1 - Conceito da DOAR.
Iniciamos nossos estudos compreendendo que a 
elaboração e publicação da DOAR (Demonstração das 
Origens e Aplicações de Recursos) é obrigatória para as 
sociedades anônimas. Desse modo, o § 6°, do art. 176, da 
Lei das Sociedades por Ações dispensa de sua elaboração as 
companhias fechadas com patrimônio líquido, na data do 
balanço, não superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
2 - Variações no Capital Circulante Líquido.
Por meio das leitura efetuadas na Seção 2, podemos dizer 
que o capital circulante líquido, ou capital de giro líquido, 
corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo 
circulante: CCL = AC - PC. Entendemos ainda, que o capital 
circulante líquido não se confunde com o capital circulante 
(ou capital de giro), que é representado pelo ativo circulante.
3 - Estrutura da DOAR.
Para finalizarmos nossos estudos foi analisado na Seção 
3, a estrutura da demonstração das origens e aplicações de 
recursos.
Nossa! Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, não acham? 
Adquirimos conhecimentos essenciais para a nossa formação. 
Para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa construção de 
conhecimentos é importante que realizemos as atividades propostas 
no ambiente virtual! 
ANTHONY, Robert N. Contabilidade gerencial. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2008.
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um 
enforque econômico-financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades por ações. 
6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
GROPELLI A. A; EHSAN, N. Administração financeira. 
3. ed. São Paulo: Saraiva, 1998.
HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma 
abordagem prática: matemática financeira aplicada, estratégias 
financeiras, análise, planejamento e controle financeiro. 5. 
ed. São Paulo: Atlas, 2004.
IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade introdutória. 8. ed. São 
Paulo: Atlas, 1996.
IUDÍCIBUS, Sérgio. Teoria da contabilidade. São Paulo: 
Atlas, 2000.
ADMINISTRADORONLINE. Capital de giro: conceito. 
Disponível em: <http://administrando-online.blogspot.
com.br/2011/09/capital-de-giro-conceito.html>. Acesso 
em: 03 jul. 2012.
FERREIRA, RICARDO J. Demonstração das Origens 
e Aplicações de Recursos. Disponível em: <http://www.
vemconcursos.com/arquivos/aulas/Ricardo_ferreira_
contab_cap29.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2012. 
PORTAL DE CONTABILIDADE. Demonstração 
das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Disponível 
em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/
demonstorigaplirecursos.htm>. Acesso em: 03 jul. 2012. 
Vale a pena
Vale a pena ler
Vale a pena acessar
YOU TUBE. Substituição da DOAR pela DFC: Sevilha 
Contabilidade Vicente Sevilha Junior. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=Edd7edSpLQQ>. 
Acesso em: 03 jul. 2012.
Vale a pena assistir
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: 
abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
REIS, Arnaldo. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 
2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
SÁ, Antonio Lopes de. Teoria da contabilidade. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2002.
SANVICENTE, A. Z; SANTOS, C. C. Administração 
financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Minhas anotações

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