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DPP_-_Inquérito_Policial_II_-_Carlos_Alfama_e_Paulo_Igor

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INQUÉRITO 
POLICIAL
PARTE II
Professores Carlos 
Alfama e Paulo Igor
SUMÁRIO
10. Características do Inquérito Policial ......................................................... 3
10.1 Procedimento Escrito (Formal) ............................................................. 3
10.1.1 Possibilidade de Gravação das Diligências Investigativas através de Recursos 
Audiovisuais ............................................................................................. 3
10.2 Peça Sigilosa ..................................................................................... 4
10.4 Oficialidade ....................................................................................... 11
10.5 Peça Indisponível ............................................................................... 11
10.6 Procedimento Discricionário ................................................................. 12
10.6.1 Requisição de Diligência pelo MP ....................................................... 13
10.7 Oficiosidade ....................................................................................... 14
10.8 Procedimento Inquisitorial ................................................................... 14
10.9 Procedimento Unidirecional .................................................................. 16
10.10 Procedimento Sistemático .................................................................. 17
10.11 Procedimento Temporário .................................................................. 17
11. Formas de Instauração do Inquérito Policial ............................................. 18
11.1 Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada ......................................... 18
11.1.1 De Ofício ........................................................................................ 18
11.1.2 Por Requisição do Juiz ou do Ministério Público ................................... 19
11.1.3 Por Requerimento da Vítima ou Representante Legal ............................ 20
11.1.4 Notícia Oferecida por Qualquer do Povo (Delatio Criminis Simples) ......... 20
11.1.5 Auto de Prisão em Flagrante ............................................................. 22
11.2 Crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação ou
 à Requisição do Ministro da Justiça ............................................................. 22
11.3 Crimes de Ação Penal de Iniciativa Privada ............................................ 23
12. Notitia Criminis .................................................................................... 24
12.1 Espécies de Notitia Criminis ................................................................. 24
Questões de Provas Anteriores – Lista I ....................................................... 28
Gabarito – Lista I ..................................................................................... 41
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito Policial – parte II
Professores Carlos Alfama e Paulo Igor
 www.zeroumconcursos.com.br 3
10. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
10.1 Procedimento Escrito (Formal)
De nada serviria um inquérito policial que não tivesse suas diligências 
registradas por escrito, visto que sua finalidade é a de subsidiar a propositura de 
uma ação penal. 
Nesse sentido, o art. 9º do CPP determina que 
todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, 
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas 
pela autoridade.
Do dispositivo se extrai a informação de que todas as diligências 
investigativas devem ser registradas por escrito, para que seja possível levar 
as informações apuradas aos titulares da ação penal. 
10.1.1 Possibilidade de Gravação das Diligências Investigativas 
através de Recursos Audiovisuais
Apesar do que determina o art. 9º do CPP, é possível a utilização de recursos 
audiovisuais para a gravação de diligências investigativas realizadas no curso do 
inquérito policial.
INQUÉRITO POLICIAL
PARTE II
Direito Processual Penal 
Professores Carlos Alfama e Paulo Igor
http://zeroumconcursos.com.br
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito Policial – parte II
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Aliás, não é somente possível, como é recomendável que a autoridade policial o 
faça quando for possível, por força de determinação expressa do CPP, art. 405, § 1º:
Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, 
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou 
recursos de gravação magnética, este-notipia, digital ou técnica 
similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade 
das informações (alterado pela Lei nº 11.719/2008)
Apesar de o supracitado dispositivo legal estar previsto no Título do Código de 
Processo Penal que trata dos processos judiciais em espécie, ele se aplica também 
na fase de investigação preliminar, tanto é que utilizou os termos investigado e 
indiciado.
Assim, verifica-se que o inquérito policial não é um procedimento 
exclusivamente escrito, pois é possível o registro de suas diligências também 
através de recursos audiovisuais.
10.2 Peça Sigilosa
O inquérito policial, em regra, é um procedimento sigiloso. Nesse 
sentido, o Código de Processo Penal, art. 20, dispõe:
A autoridade assegurará no inquérito policial o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Esse dispositivo constitui uma limitação ao direito de obter informações de 
órgãos públicos, assegurado no art. 5°, XXXIII, da CF/1988. Tem como finalidades 
garantir a eficácia do inquérito policial e garantir a intimidade do investigado.
Pode-se dizer, ainda, que o sigilo do inquérito policial consubstancia verdadeira 
exceção à regra que vige no processo penal, no qual vigora o princípio da publicidade 
(CF/1988, art. 5º, LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem).
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É POSSÍVEL A DIVULGAÇÃO DE UMA DILIGÊNCIA 
DO INQUÉRITO POLICIAL? 
Não obstante o sigilo do inquérito policial, é possível, em hipóteses excepcionais, 
que seja dada publicidade (total ou parcial) a ele, desde que haja interesse público 
e que da divulgação não resulte em prejuízo para as investigações. 
Exemplo: divulgação de retrato falado para localização de 
investigado.
A QUEM O SIGILO DO INQUÉRITO POLICIAL NÃO SE ESTENDE? 
O sigilo do inquérito policial não se estende:
• ao Ministério Público; 
• ao juiz da causa; 
• ao advogado do investigado.
Os sujeitos acima têm direito de acesso aos autos do inquérito policial, mesmo 
diante de sua sigilosidade.
Em relação ao advogado do defensor, era tão comum que lhe fosse negado 
o acesso aos autos do inquérito policial que o Supremo Tribunal Federal editou uma 
súmula vinculante:
Súmula Vinculante n° 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter amplo acesso aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado 
por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa.
 SÚMULA
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O direito de acesso aos autos do inquérito policial pelo advogado independe 
de autorização judicial. Exceção: a nova Lei das Organizações Criminosas (Lei 
nº 12.850/2013), em seu art. 23, exige autorização judicial para acesso do 
advogado aos autos do inquérito policial quando o juiz houver decretado o sigilo 
do procedimento. É importante notar que não se trata de exceção ao direito 
de acesso do advogado aos autos do IP. O que a Lei do Crime Organizado faz 
é apenas criar um requisito para o exercício desse direito, qual seja, a autorização 
do magistradoque acompanha o feito.
a) Limite de acesso do advogado aos autos do inquérito policial
A pergunta mais frequente em provas de concurso sobre o acesso do 
advogado aos autos do inquérito policial é a seguinte: considerando que o sigilo 
do IP não pode ser oposto ao defensor, como a autoridade policial fará para 
garantir a eficácia de diligências que dependem do segredo?
No caso de uma determinação judicial de interceptação das comunicações 
telefônicas, por exemplo. O conhecimento dessa decisão por parte do advogado 
antes da conclusão dos trabalhos de captação das conversas certamente impediria 
o sucesso das investigações (o investigado jamais revelaria em uma conversa 
telefônica qualquer informação sobre o esquema criminoso sabendo que suas 
ligações estão sendo interceptadas pela polícia).
Nesse sentido, pensando em munir a autoridade policial de meios legítimos 
para evitar o conhecimento pelo indiciado e seu defensor de diligências ainda em 
trâmite, percebam que a Súmula Vinculante nº 14 apenas garantiu acesso do defensor 
às informações já introduzidas nos autos do inquérito (as diligências investigativas 
apenas são documentadas quando concluídas).
ATENÇÃO
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Em outras palavras, podemos dizer que o direito do advogado de acesso 
aos autos do inquérito policial não abrange as diligências investigativas 
ainda em curso (STF, HC nº 82.354).
No caso da interceptação telefônica, por exemplo, o advogado apenas teria 
acesso após o fim do procedimento, com a juntada da transcrição das escutas aos 
autos.
HÁ ALGUMA LIBERDADE POR PARTE DA AUTORIDADE
POLICIAL EM RELAÇÃO AO MOMENTO DE JUNTAR A 
DILIGÊNCIA JÁ CONCLUÍDA AOS AUTOS DO INQUÉRITO? 
Em regra, a diligência deve ser documentada no inquérito policial assim que 
concluída. No entanto, se houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia 
ou da finalidade das diligências, é possível que a autoridade policial não realize a 
imediata juntada aos autos do inquérito policial. Nesse sentido, a interpretação do 
art. 7º, § 11, do Estatuto da OAB:
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá 
delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados 
a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, 
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia 
ou da finalidade das diligências.
Exemplo: em investigação de tráfico de drogas, testemunha 
aponta localização do depósito da droga. A juntada imediata 
do depoimento pode frustrar a busca e a apreensão (a ser feita 
em um momento posterior), pois permitiria que o advogado do 
investigado tivesse acesso a informação.
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b) Negativa de acesso e instrumentos jurídicos para impugnação
Negar ao advogado o exercício do seu direito de acesso aos autos do inquérito 
policial configura crime de abuso de autoridade (art. 3º, j, da Lei nº 4.898/1965). 
Ademais, diante da negativa de acesso do advogado aos autos do inquérito policial, 
é possível a utilização de três instrumentos jurídicos distintos para a impugnação 
desse ato:
• Habeas corpus: o primeiro instrumento jurídico que pode ser utilizado 
para fazer valer o direito de o defensor, no interesse do representado, ter 
amplo acesso aos autos do inquérito policial é o remédio heroico (habeas 
corpus), sob a alegação de que a negativa de acesso do advogado aos autos 
poderá refletir-se em prejuízo a defesa, o que pode gerar, consequentemente, 
constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção. O paciente do 
habeas corpus, nessa hipótese, será o investigado.
• Mandado de segurança: diante da negativa de acesso do advogado aos 
autos do inquérito policial, é possível, também, a impetração de mandado 
de segurança, tendo em vista que houve violação a direito líquido e certo 
do advogado, previsto no Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/1994, art. 7º, 
XIV). Nessa hipótese, o impetrante do mandado de segurança será 
o próprio advogado, pois o remédio constitucional busca assegurar o 
exercício de seu direito
• Reclamação ao Supremo Tribunal Federal: o art. 103-A, § 3º, da 
CF/1988, dispõe que do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar 
a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao 
STF, que – julgando-a procedente – anulará o ato administrativo ou cassará 
a decisão judicial reclamada e determinará que outra seja proferida com 
ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. O disposto somente é 
aplicável em relação às súmulas vinculantes. Portanto, a reclamação ao STF 
é instrumento também cabível diante da negativa de acesso do advogado 
aos autos do inquérito policial.
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c) Possibilidade de a autoridade policial exigir procuração do 
advogado para conceder a vista dos autos
O Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/1994) dispõe:
Art. 7º São direitos do advogado: (...) 
XIV – examinar em qualquer instituição responsável por conduzir 
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de 
inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou 
digital;
A análise do dispositivo isolado leva ao entendimento de que qualquer 
advogado, ainda que sem procuração, pode ter acesso a qualquer inquérito policial, 
ainda que sigiloso, independentemente de instrumento de procuração do investigado. 
Todavia, a Lei nº 13.245/2016 alterou o Estatuto da OAB e incluiu no art. 
7º, § 10, determinando que, havendo informações sigilosas nos autos do inquérito 
policial, não é qualquer advogado que pode ter acesso aos autos, mas somente o 
advogado que detém procuração do investigado.
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar 
procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV.
De acordo com a maioria da doutrina, o sigilo a que se refere o dispositivo 
não é o sigilo encontrado ordinariamente em qualquer inquérito policial. Em 
verdade, trata-se da situação em que o juiz decreta fundamentadamente o segredo 
de justiça (medida excepcional).
Conclusão: Em regra, o acesso do advogado aos autos do 
inquérito policial não depende da apresentação de procuração. No 
entanto, caso haja segredo de justiça decretado, será necessária 
a apresentação do instrumento de mandato.
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d) Atestados de antecedentes e inquéritos policiais anteriormente 
instaurados 
Trata-se de alteração legislativa, realizada pela Lei nº 12.681/2012, que 
inseriu, no parágrafo único do art. 20 do CPP, a seguinte disposição:
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem 
solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer 
anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.
De acordo com esse dispositivo, os atestados de antecedentes criminais não 
mais poderão mencionar a instauração de inquéritos policiais contra os requerentes. 
O objetivo dessa alteração legislativa é o de dar efetividade ao princípio 
constitucional da presunção de inocência, evitando que a mera instauração de 
investigação criminal contra pessoa possa gerar prejuízo a sua imagem e reputação. 
Além disso, esse dispositivo também preserva o sigilo do inquérito policial, 
evitando a divulgação indevida da existência de um procedimento investigativo 
contra alguém.
10.3 Peça Dispensável/Prescindível
O inquérito policial é um procedimento dispensável, ou seja,não é 
obrigatório. Isso significa que o titular da ação penal pode propô-la independentemente 
da instauração de inquérito policial, desde que conte com elementos de informação 
suficientes (ou seja, desde que conte com um lastro probatório mínimo).
Fundamento legal da dispensabilidade do inquérito: art. 39, § 5º, do CPP:
O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a 
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no 
prazo de quinze dias.
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OBSERVAÇÃO
A ação penal proposta, sem um mínimo de elementos de informação que 
apontem para a fidedignidade da acusação proposta em juízo, constitui ação penal 
sem justa causa. Equivale a dizer que a ação penal sem justa causa é aquela que não 
foi embasada em um lastro probatório mínimo. Diante da ausência de justa causa 
para a ação penal, o juiz deve rejeitar a acusação, nos termos do art. 397 do CPP.
10.4 Oficialidade
O inquérito policial não pode ficar a cargo de particulares, mesmo nos crimes 
de ação penal privada. Apenas órgãos oficiais podem conduzir um inquérito policial.
Isso porque, no inquérito, deve ser observado todo um plexo de direitos aos 
investigados e demais envolvidos, como, por exemplo, a inviolabilidade da intimidade, 
das correspondências e comunicações e o direito de não produzir provas contra si 
mesmo, o que apenas pode ser assegurado por meio de uma investigação conduzida 
por órgão oficial do Estado, sob o controle dos órgãos fiscalizatórios competentes.
10.5 Peça Indisponível
A indisponibilidade do inquérito policial é figura repetida nas questões de 
concurso público. É importantíssimo saber que o inquérito é um procedimento 
indisponível.
Isso significa que, não obstante a discricionariedade na realização de 
diligências, depois de instaurado, a autoridade policial não pode mandar 
arquivar os autos do inquérito policial (art. 17 do CPP), nem mesmo requerer 
o arquivamento ao juiz, já que o titular da ação penal é o Ministério Público.
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A única conclusão possível do inquérito policial por parte do Delegado de 
Polícia é o relatório previsto no art. 10, § 1°, do CPP: 
A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e 
enviará autos ao juiz competente.
Trata-se aqui de uma regra sem exceção. Em hipótese alguma o delegado de 
polícia pode arquivar por decisão própria o inquérito policial.
10.6 Procedimento Discricionário
O inquérito policial é um procedimento administrativo pautado pela 
discricionariedade.
Isso significa que, em regra, a autoridade policial pode proceder às diligências 
investigativas que julgar convenientes no momento que achar mais oportuno para 
a investigação da infração penal, obedecendo sempre aos requisitos legais de cada 
caso.
A autoridade policial pode, por exemplo, optar por fazer a reprodução simulada 
dos fatos (reconstituição do crime) ou deixar de fazê-los, por considerar irrelevante 
para a apuração da infração penal.
Ademais, em razão da discricionariedade do IP, o delegado não é obrigado a 
seguir uma sequência preestabelecida de atos no seu desenvolvimento. Assim, 
diferente do que ocorre no procedimento judicial, o interrogatório do investigado não 
necessariamente será a última diligência do procedimento. 
Como decorrência da discricionariedade do inquérito policial, o CPP assim 
dispõe:
 CUIDADO!
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Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão 
requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da 
autoridade.
Segundo o dispositivo, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado 
podem requerer a realização de ações de investigação à autoridade que conduz o 
inquérito policial, mas cabe a essa última avaliar se a diligência requerida pode ou 
não auxiliar no esclarecimento do fato investigado. Caso a autoridade policial entenda 
que se trata de diligência meramente protelatória, poderá indeferir o requerimento.
10.6.1 Requisição de diligência pelo MP
É função institucional do MP requisitar diligências investigativas (art. 129, 
VIII). Assim, diante da requisição do órgão ministerial, a autoridade policial é 
obrigada a realizar a diligência, salvo quando manifestamente ilegal.
Na Lei nº 12.830/2013 (art. 2º, § 3º), o projeto aprovado pelo Congresso 
Nacional previa o seguinte:
O delegado de polícia conduzirá a investigação criminal de acordo 
com seu livre convencimento técnico-jurídico, com isenção e 
imparcialidade. 
o entanto, o dispositivo acima foi vetado para evitar conflitos com a 
atribuição de outras autoridades da persecução penal. Em outras palavras, entendeu-
se que o dispositivo poderia levar ao entendimento de que o delegado não precisaria 
atender à requisição de diligência do MP.
ATENÇÃO
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A discricionariedade não se confunde com arbitrariedade. Enquanto a 
discricionariedade é a atuação nos limites da lei, a arbitrariedade é a atuação que 
extrapola os limites legais. 
Exemplo: nos crimes que deixam vestígios, a lei determina que “é indispensável 
a realização do exame de corpo de delito” (art. 158, CPP), não cabendo à autoridade 
policial, nesse caso, a discricionariedade de realizar ou não a diligência, sob pena de 
agir fora dos limites da lei (arbitrariamente). (STJ, HC nº 69.405)
10.7 Oficiosidade
A instauração do inquérito policial pela autoridade policial, em regra, é 
obrigatória diante da notícia da ocorrência de uma infração penal e independe de 
requerimento.
As exceções são para crimes de ação penal pública condicionada (a instauração 
do inquérito policial depende de representação) e crimes de ação penal privada (a 
instauração depende de requerimento).
10.8 Procedimento Inquisitorial
Prevalece o entendimento de que não há necessidade de observância 
do contraditório e da ampla defesa no inquérito policial. Ademais, em razão da 
inquisitoriedade do IP, não é obrigatório o seu acompanhamento por advogado.
O único inquérito em que é assegurado o contraditório é o instaurado pela 
Polícia Federal, a pedido do Ministro da Justiça, visando à expulsão de estrangeiro 
(Decreto nº 86.715/1981).
 CUIDADO!
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Atuação do advogado na fase inquisitiva (Lei nº 13.245/2016): essa 
lei alterou o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (Lei nº 
8.906/1994) e incluiu nele vários direitos aos advogados na fase inquisitiva:
• direito de examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir 
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de 
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital (art. 7º, XIV, 
da Lei nº 8.906/1994).
• direito de assistir seus clientes durante investigação, sob pena de nulidade 
absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos 
os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados (art. 7º, 
XXI, da Lei nº 8.906/1994).
• direito de apresentar razões e quesitos (art. 7º, XXI, a, da Lei nº 8.906/1994).
Apesar de haver doutrina entendendo que, com essa alteração, passou a 
ser assegurado ocontraditório e a ampla defesa no inquérito policial, não é essa a 
posição que prevalece.
O entendimento que deve ser levado para provas de concurso é no 
sentido de que o inquérito policial continua sendo inquisitivo, ou seja, que 
continua não sendo assegurado o contraditório e a ampla defesa no inquérito 
policial.
Isso porque o fato de não ser assegurado o contraditório e a ampla defesa 
não afasta o plexo de outros direitos a que faz jus o investigado e seu advogado na 
fase inquisitiva (direito ao silêncio, direito de acesso aos autos etc.).
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Reforça esse entendimento o fato de que o advogado já tinha outros direitos 
assegurados, inclusive na fase inquisitiva, dentre eles:
• direito de ingressar livremente nas salas e dependências de audiências, 
secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso 
de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da 
presença de seus titulares (art. 7º, VI, b, da Lei nº 8.906/1994);
• direito de permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais 
indicados no item anterior, independentemente de licença (art. 7º, VII, da Lei nº 
8.906/1994);
• direito de reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, 
tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou 
regimento (art. 7º, XI, da Lei nº 8.906/1994).
10.9 Procedimento Unidirecional
Há doutrina que aponta que o inquérito policial se destina a uma única 
finalidade: a apuração dos fatos que são objeto de investigação. Para esses autores, 
não caberia à autoridade policial emitir juízo de valor na apuração dos fatos. Assim, 
não caberia ao delegado afirmar no relatório que o investigado deve ser processado 
e condenado pelo crime “X” ou pelo crime “Y”. 
Para essa corrente doutrinária, exceção ficaria por conta da Lei de Drogas, 
que prevê que a autoridade deve justificar as razões que a levaram à classificação 
do delito (art. 52 da Lei de Drogas).
Devemos registrar, no entanto, que essa doutrina perdeu força com a vigência 
da Lei nº 12.830/2013, que prevê expressamente que o delegado de polícia deve 
realizar a análise técnico-jurídica do fato no curso do inquérito policial (por ocasião 
do indiciamento).
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10.10 Procedimento sistemático
A documentação das diligências do inquérito policial deve ser feita de forma 
lógica, para se possibilitar a compreensão da sequência da apuração dos fatos.
Exemplo: o delegado de polícia recebeu notícia de um furto em 
estacionamento. Requisitou as imagens do circuito de câmeras. 
Identificou testemunha do fato e a ouviu.
Nesse exemplo, as diligências realizadas devem ser documentadas nos autos 
do inquérito em sequência: primeiro, a notícia; segundo, o relatório de análise das 
câmeras; e; por último, a oitiva da testemunha.
10.11 Procedimento Temporário
O inquérito policial não pode se prolongar por prazo desarrazoado, sob pena 
de causar constrangimento ilegal ao investigado.
O fundamento jurídico dessa característica é a garantia constitucional 
da razoável duração do processo. Tal direito individual também se aplica à fase 
inquisitorial da persecução penal. 
Nesse sentido, o STJ concedeu ordem de habeas corpus para determinar o 
trancamento de inquérito policial que tramitava há mais de sete anos em sucessivas 
prorrogações de prazo (STJ, HC nº 96.666). 
No caso, passados mais de sete anos desde a instauração do Inquérito pela 
Polícia Federal do Maranhão, não houve o oferecimento de denúncia contra os 
pacientes. É certo que existe jurisprudência, inclusive desta Corte, que afirma
 JURISPRUDÊNCIA
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 inexistir constrangimento ilegal pela simples instauração de inquérito policial, 
mormente quando o investigado está solto, diante da ausência de constrição em sua 
liberdade de locomoção (HC nº 44.649/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, DJU 8/10/2007); 
entretanto, não se pode admitir que alguém seja objeto de investigação eterna, 
porque essa situação, por si só, enseja evidente constrangimento, abalo moral e, 
muitas vezes, econômico e financeiro, principalmente quando se trata de grandes 
empresas e empresários e os fatos já foram objeto de inquérito policial arquivado a 
pedido do Parquet Federal.
11. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
11.1 Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o inquérito policial pode ser 
instaurado por diversas formas, previstas no art. 5º do CPP.
11.1.1 De Ofício
Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o inquérito policial pode 
ser instaurado independentemente de qualquer requerimento ou manifestação de 
vontade da vítima.
• Ato inaugural: portaria da autoridade policial. 
• Eventual habeas corpus terá como autoridade coatora o próprio 
delegado de polícia e será impetrado perante o juiz competente.
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11.1.2 Por Requisição do Juiz ou do Ministério Público 
• Ato inaugural: a própria requisição ou uma portaria da autoridade 
policial que faça constar a requisição.
• Eventual habeas corpus terá como autoridade coatora o juiz ou MP que 
requisitou o procedimento e será impetrado perante o Tribunal de Justiça 
ou Tribunal Regional Federal (a depender se a autoridade requisitante é 
estadual ou federal, respectivamente).
A REQUISIÇÃO DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
PELO MINISTÉRIO PÚBLICO OBRIGA 
A AUTORIDADE POLICIAL? 
Prevalece o entendimento de que a requisição do Ministério Público obriga a 
autoridade a instaurar o inquérito policial, salvo quando manifestamente ilegal. Isso 
porque é função constitucional do Ministério Público a requisição do inquérito policial 
e de diligências investigativas (art. 129, VIII, CF/1988).
ATENÇÃO
Divergência doutrinária: apesar da previsão legal da possibilidade de o juiz 
requisitar a instauração de inquérito policial – possibilidade que é aceita por parte 
da doutrina (Nestor Távora, por exemplo) –, há doutrina que entende que essa 
possibilidade não foi recepcionada pela atual ordem constitucional (Renato Brasileiro 
de Lima, por exemplo).
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Essa segunda corrente fundamenta seu posicionamento na adoção pela CF/1988 (art. 
129, I) do sistema acusatório na sistemática processualista penal pátria, modelo em 
que há nítida separação entre as funções de investigar, acusar e as funções de julgar, 
não podendo o juiz, em regra, intervir de ofício na fase investigatória sob pena de ter 
violada sua imparcialidade. Apesar da divergência existente, em provas objetivas de 
concursos públicos, deve ser levada a informação de que o juiz pode, sim, requisitar 
a instauração do inquérito policial nos crimes de ação penal pública incondicionada, 
conforme previsto no CPP. Em provas discursivas, todavia, o candidato deverá explicar 
a divergência existente
11.1.3 Por Requerimento da Vítima Ou Representante Legal
Diante do requerimento da vítima ou de seu representante legal, cabe à 
autoridade policial analisar se o inquérito policial deve ou não ser instaurado. Se 
a autoridade policial entender que não há razão para a instauração do inquérito 
policial, deverá indeferir o requerimento. 
Recurso inominado: nessecaso, do despacho que indeferir o requerimento de 
abertura de inquérito, caberá recurso para o chefe de polícia (art. 5°, § 2°, do CPP).
• Ato inaugural: portaria da autoridade policial. 
• Eventual habeas corpus terá como autoridade coatora o próprio delegado 
de polícia e será impetrado perante o juiz competente.
11.1.4 Notícia Oferecida por Qualquer Do Povo (Delatio Criminis 
Simples)
O art. 5°, § 3º, do CPP, dispõe que:
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qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de 
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou 
por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a 
procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
ATENÇÃO
Diante da notícia de qualquer do povo, a autoridade policial não deve 
instaurar o inquérito policial imediatamente. Deve, antes, verificar a procedência 
das informações. Essa verificação preliminar das investigações (VPI) busca evitar 
a instauração de um processo investigativo contra uma pessoa unicamente com 
base na notícia de alguém, sem confrontar essa notícia com outros elementos de 
informação.
Notícia Anônima (Delatio Criminis Inqualificada) 
A questão que repetidamente cai em provas de concursos é o efeito da notícia 
anônima, também denominada de “delatio criminis” inqualificada. O tema já foi 
pacificado na jurisprudência.
Diante da vedação ao anonimato na Constituição Federal e diante da 
impossibilidade de responsabilização do falso delator no caso de notícia anônima, 
entende-se que não é possível a instauração do inquérito policial com base, 
exclusivamente, em uma notícia anônima.
Todavia, isso não significa que a notícia anônima não seja admitida. A notícia 
anônima é, sim, admitida em nosso ordenamento jurídico. 
Diante de uma notícia anônima (delatio criminis inqualificada), a autoridade 
policial deve verificar a procedência das informações por meio das diligências 
cabíveis, e, caso seja constatada a veracidade da notícia, é perfeitamente possível a 
instauração do inquérito policial.
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Exceção! Será possível a instauração de inquérito policial 
unicamente com base em notícia anônima quando ela for 
recebida através de um documento apócrifo que constitua 
o próprio corpo de delito, ou seja, que constitua o vestígio 
material que demonstra a materialidade do crime (STF, Inq. nº 
1.957/PR). 
Exemplo: carta contendo injúria racial sem identificação do 
signatário.
11.1.5 Auto de Prisão em Flagrante
A prisão em flagrante também inicia um inquérito policial para apuração da 
infração penal que a motivou. 
• Ato inaugural: auto de prisão em flagrante. 
• Eventual habeas corpus terá como autoridade coatora o próprio 
delegado de polícia e será impetrado perante o juiz competente.
11.2 Crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação ou 
à Requisição do Ministro da Justiça
Trata-se de exceção à regra da oficiosidade. Conforme preceitua o art. 5°, § 
4º, do CPP:
O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
Assim, a representação do ofendido não é apenas condição de procedibilidade 
da ação penal, como, também, é requisito de instauração do inquérito policial nos 
crimes de ação penal pública condicionada. 
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O mesmo entendimento aplica-se aos crimes de ação penal pública condicionada 
à requisição do Ministro da Justiça (crimes contra a honra do Presidente da República, 
por exemplo), em que o inquérito não pode ser instaurado sem tal condição.
A representação do ofendido é classificada como delatio criminis 
postulatória.
DELATIO CRIMINIS 
SIMPLES
DELATIO CRIMINIS 
POSTULATÓRIA
A notícia de qualquer do povo é uma 
“delatio criminis” simples.
A representação do ofendido é uma 
“delatio criminis” postulatória.
Apenas leva a notícia do crime à 
autoridade policial.
Leva a notícia do crime à autoridade 
policial e requer providências.
Não é condição para instauração de 
inquérito policial.
É condição para instauração de 
inquérito policial e para início da 
ação penal nos crimes de ação penal 
pública condicionada.
11.3 Crimes de Ação Penal de Iniciativa Privada
Trata-se também de exceção à regra da oficiosidade. Isso porque, nos 
crimes de ação penal privada, a autoridade policial não pode instaurar o inquérito 
de ofício ao tomar conhecimento da prática de infração penal. Conforme preceitua 
o art. 5°, § 5º, do CPP:
nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá 
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para 
intentá-la.
ATENÇÃO
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12. NOTITIA CRIMINIS
“Notitia criminis” é a notícia do crime. Trata-se do conhecimento, espontâneo 
ou provocado, pela autoridade da prática de um delito.
12.1 Espécies de notitia criminis
 a) Notitia criminis de cognição imediata (espontânea ou direta) 
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato delituoso 
por meio de suas atividades rotineiras. Exemplo é a situação em que, no curso de 
uma interceptação telefônica destinada a apurar um crime de homicídio, o delegado 
de polícia toma ciência da ocorrência de um latrocínio por pessoa que sequer era 
investigada inicialmente.
ATENÇÃO
Conforme estudamos, quando há uma delatio criminis inqualificada (notícia 
anônima), só se instaurará o inquérito policial se verificada, por meio de diligências 
policiais preliminares, a veracidade das informações. Em razão disso, a delatio criminis 
inqualificada é considerada pela doutrina como notitia criminis de cognição imediata.
b) Notitia criminis de cognição mediata (provocada ou indireta)
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da prática da infração 
penal por meio de um documento escrito. 
Exemplo: requisição do MP.
c) Notitia criminis de cognição coercitiva
Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento da infração penal por 
meio da apresentação de pessoa presa em flagrante.
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1. É correto afirmar que o inquérito policial é um procedimento pautado pela 
oralidade?
2. É possível a utilização de recursos audiovisuais para registro das diligências do 
inquérito policial?
3. No inquérito policial aplica-se o princípio da publicidade dos atos processuais? As 
diligências investigativas do inquérito policial podem ser divulgadas?
4. O sigilo do inquérito pode ser oposto ao advogado do investigado?
5. O direito de acesso do advogado aos autos do inquérito depende de prévia 
autorização judicial ou deve ser concedido pela autoridade policial?
6. O direito de acesso do advogado aos autos abrange as diligências investigativas 
ainda não concluídas?
7. Diante da negativa de acesso do advogado aos autos do inquérito policial, quais 
os instrumentos jurídicos podem ser utilizados para garantir o exercício desse 
direito?
8. A autoridade policial pode exigir procuração para conceder o acesso do advogado 
aos autos?
9. Nos atestados de antecedentes criminais podem constar informações sobre 
inquéritos policiais?
10. A ação penal pode ser iniciada sem o inquérito policial?
11. A ação penal pode ser iniciada sem um lastro probatório mínimo?
12. A autoridade policial pode delegar a condução do inquérito policial a um detetive 
particular?
ESTUDODIRIGIDO
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13. O que significa dizer que o inquérito policial é indisponível?
14. Se, no curso das investigações, a autoridade perceber que o fato investigado 
evidentemente não é crime, poderá arquivar por conta própria o inquérito policial?
15. A autoridade policial é obrigada a realizar todas as diligências investigativas 
previstas no Código de Processo Penal?
16. É correto afirmar que a autoridade policial deve realizar as diligências investigativas 
em uma ordem determinada?
17. O ofendido e o indiciado podem requerer diligências à autoridade policial?
18. A autoridade policial pode indeferir requerimento de diligências feito pelo ofendido 
ou pelo indiciado?
19. A autoridade policial pode indeferir requisição de diligências feita pelo Ministério 
Público?
20. Qual a diferença entre discricionariedade e arbitrariedade?
21. Existe alguma diligência investigativa que a autoridade policial é obrigada a 
realizar no curso do inquérito policial?
22. Devem ser observados o contraditório e a ampla defesa no inquérito policial?
23. Quais são as formas de instauração do inquérito policial nos crimes de ação penal 
pública incondicionada?
24. A requisição de instauração do inquérito policial obriga a autoridade policial?
25. O juiz pode requisitar a instauração do inquérito policial?
26. O que é a “delatio criminis inqualificada”?
27. A notícia anônima é admitida?
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28. A autoridade policial pode instaurar inquérito policial unicamente com base em 
notícia anônima? Existe alguma exceção a regra?
29. Qual a providência da autoridade policial diante de uma notícia anônima?
30. Quais são as formas de instauração do inquérito policial nos crimes de ação penal 
pública condicionada a representação?
31. O que é a “delatio criminis postulatória”?
32. Quais são as formas de instauração do inquérito policial nos crimes de ação penal 
privada?
33. O que é a “notitia criminis”? Quais são suas espécies?
34. A notícia anônima enquadra-se em qual espécie de “notitia criminis”?
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QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES – LISTA I
Características do inquérito: escrito
1. (FGV/TJRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) O inquérito policial tem como 
algumas de suas principais características a oralidade, a oficialidade e oficiosidade.
2. (MPE-SP/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2015) O inquérito policial, na 
atual sistemática processual, é exclusivamente escrito, nos termos dos arts. 9º e 
405, § 1º, ambos do Código de Processo Penal.
Características do inquérito: inquisitoriedade
3. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/AGENTE DE POLÍCIA 
LEGISLATIVA/2014) Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam 
observados durante a realização do inquérito policial, não serão inválidas a investigação 
criminal e a ação penal subsequente.
4. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Tanto o 
acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus requerimentos ao 
delegado caracterizam a observância do direito ao contraditório e à ampla defesa, 
obrigatórios na fase inquisitorial e durante a ação penal.
Características do inquérito: indisponibilidade
5. (FGV/TJRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) O inquérito policial é disponível, 
de modo que a autoridade policial poderá determinar seu arquivamento diretamente.
6. (FUNIVERSA/PC-DF/PAPILOSCOPISTA/2015) Caso se convença de que 
o autor do crime agiu em legítima defesa, o delegado de polícia poderá mandar 
arquivar os autos do inquérito policial.
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7. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/AGENTE DE POLÍCIA 
LEGISLATIVA/2014) A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se 
verificar que o fato criminoso não ocorreu.
Características do inquérito: sigilosidade
8. (CESPE/PC-MT/DELEGADO DE POLÍCIA/2017) Conforme súmula do STF, 
é direito do advogado do investigado o acesso aos autos do inquérito policial. Nesse 
sentido, o advogado do investigado
a) deverá obrigatoriamente participar do interrogatório policial do investigado, sob 
pena de nulidade absoluta do procedimento.
b) erá acesso às informações concernentes à representação e decretação, ainda 
pendentes de conclusão, de medidas cautelares pessoais que digam respeito ao 
investigado, excluindo-se aquelas que alcancem terceiros eventualmente envolvidos.
c) erá direito ao pleno conhecimento, sem restrições, de todas as peças e atos da 
investigação.
d) deverá ser comunicado previamente de todas as intimações e diligências 
investigativas que digam respeito ao exercício do direito de defesa no interesse do 
representado.
e) terá acesso amplo aos elementos constantes em procedimento investigatório que 
digam respeito ao indiciado e que já se encontrem documentados nos autos.
9. (CESPE/TRE-BA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) Indiciado em determinado 
inquérito policial, Pedro requereu, por meio de seu advogado, acesso aos autos da 
investigação. O requerimento foi negado pelo delegado de polícia. Nessa situação 
hipotética, a decisão da autoridade policial está
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a) correta, pois, sendo procedimento inquisitório, não há de se falar em assistência 
de advogado no curso do inquérito policial.
b) incorreta, pois o exercício do direito de defesa e contraditório são plenamente 
aplicáveis ao inquérito policial.
c) incorreta, pois afronta o princípio da publicidade, igualmente aplicável às ações 
penais em curso e aos inquéritos policiais.
d) correta, pois o inquérito policial, sendo procedimento inquisitório, deve ser mantido 
em sigilo até o ajuizamento da ação penal.
e) incorreta, pois o acesso do indiciado, por meio de seu advogado, aos autos do 
procedimento investigatório é garantia de seu direito de defesa.
10. (FUNIVERSA/SAPEJUS-GO/AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL/2015) 
Uma das características do inquérito é a sua publicidade, uma vez que a Constituição 
Federal assegura a publicidade dos procedimentos realizados por autoridades públicas.
11. (FGV/TJRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) Uma das características do 
inquérito policial é o sigilo, razão pela qual não poderá o defensor do indiciado ter 
acesso aos autos, ainda que em relação àquilo já documentado.
12. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) O advogado tem direito 
de vista aos autos do IP, salvo nos casos de decretação de sigilo.
13. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) O acesso aos autos do 
inquérito policial por advogado do indiciado se estende, sem restrição, a todos os 
documentos da investigação.
14. (CESPE/PC-AL/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2012) Apesar do sigilo do 
inquérito policial, é assegurado o seu amplo acesso ao investigado e a seu 
advogado, em qualquer circunstância, ainda que haja diligências em curso.
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15. (CESPE/PC-ES/DELEGADO DE POLÍCIA/2011) Sinval foi indiciado pelo 
crime de dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei em 
relação a órgão da administração federal. Durante a fase do inquérito, a defesa de 
Sinval pleiteou o direito de acesso amplo aos elementos de prova documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão dotado de competência de polícia 
judiciária.Tal pedido não foi integralmente atendido pelo órgão competente, sob o 
argumento de que deveria ser ressalvado o acesso da defesa às diligências policiais 
que, ao momento do requerimento, ainda estavam em tramitação ou ainda não 
tinham sido encerradas. Nessa situação, com base na jurisprudência prevalecente 
no STF, é adequada a aplicação conferida pelo órgão dotado de competência de 
polícia judiciária.
16. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/AGENTE DE POLÍCIA 
LEGISLATIVA/2014) O indiciamento no inquérito policial, por ser uma indicação 
de culpa do agente, poderá ser anotado em atestado de antecedentes criminais. 
A partir do indiciamento, poderá ser divulgado o andamento das investigações, 
com a identificação do provável autor dos fatos.
17. (CESPE/TJAC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) A fim de assegurar o sigilo 
necessário à elucidação de um fato, a autoridade policial não poderá mencionar 
quaisquer anotações referentes à instauração de inquérito contra os requerentes nos 
atestados de antecedentes que lhe forem solicitados.
Características do inquérito: dispensável
18. (CESPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2013) O Ministério 
Público pode oferecer a denúncia ainda que não disponha do inquérito relatado pela 
autoridade policial.
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19. (CESPE/TRE-ES/ANALISTA JUDICIÁRIO/2011) O inquérito policial não 
é indispensável à propositura de ação penal, mas denúncia desacompanhada de um 
mínimo de prova do fato e da autoria é denúncia sem justa causa.
20. (CESPE/PC-PB/AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E AGENTE DE 
POLÍCIA/2009) Por não ser uma peça obrigatória, o IP poderá não acompanhar a 
denúncia ou a queixa, mesmo que sirva de base para uma ou outra.
Características do inquérito: oficiosidade e oficialidade
21. (FGV/TJRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) O inquérito policial tem como 
algumas de suas principais características a oralidade, a oficialidade e oficiosidade.
Características do inquérito: discricionariedade
22. (CESPE/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2011) O desenvolvimento da 
investigação no IP deverá seguir, necessariamente, todas as diligências previstas 
de forma taxativa no Código de Processo Penal, sob pena de ofender o princípio do 
devido processo legal.
23. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL/2012) 
O Código de Processo Penal determina expressamente que o interrogatório do 
investigado seja o último ato da investigação criminal antes do relatório da autoridade 
policial, de modo que seja possível sanar eventuais vícios decorrentes dos elementos 
informativos colhidos até então bem como indicar outros elementos relevantes para 
o esclarecimento dos fatos.
24. (FUNIVERSA/PC-DF/PAPILOSCOPISTA/2015) Veda-se à vítima requerer 
ao delegado realização de diligências na fase do inquérito policial.
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25. (FUNCAB/PC-AC/PERITO CRIMINAL/2015) Considerando que no inquérito 
policial não vigora o princípio do contraditório, o advogado do indiciado não poderá, 
nesta fase, requerer diligências.
26. (CESPE/PC-PE/AGENTE DE POLÍCIA/2016) O delegado de polícia, por deter 
a prerrogativa de condução do inquérito policial, pode se negar a cumprir diligências 
requisitadas pelo Ministério Público se entender que elas não são pertinentes.
Características do inquérito: unidirecional e sistemático
27. (FUNCAB/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2013) São características do 
inquérito policial: 
a) Procedimento preparatório, formal, escrito, inquisitorial e instrutor, sigiloso, 
dispensável, sistemático, unidirecional.
b) Processo preparatório, material, escrito ou verbal, inquisitorial, sigiloso com 
exceções , indispensável, sistêmico, bidirecional.
c) Procedimento preparatório, material, instrutor, sigiloso mitigado, dispensável, 
sistemático, bidirecional.
d) Processo preparatório, formal, escrito, inquisitorial, sigiloso, dispensável, sistêmico, 
bidirecional.
e) Procedimento preparatório, informal, escrito, inquisitorial e instrutor, sigiloso, 
dispensável, sistemático, bidirecional.
28. (NUCEPE/SEJUS-PI/AGENTE PENITENCIÁRIO/2010) O inquérito policial 
é unidirecional, não cabendo à autoridade policial emitir juízo de valor acerca do fato 
delituoso.
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Características do inquérito: informativo
29. (IBADE/PC-AC/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/2017) Sobre as características 
do inquérito pode se dizer que ele é: 
a) inquisitório e informativo. 
b) inquisitivo e público.
c) sigiloso e acusatório.
d) sigiloso e contraditório.
e) acusatório e informativo.
Atuação do advogado na fase inquisitiva
30. (VUNESP/TJSP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Durante o inquérito, o advogado:
a) pode assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena 
de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, 
de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, 
direta ou indiretamente, mas não pode apresentar razões e quesitos.
b) não precisa apresentar procuração para examinar autos sujeitos a sigilo, desde 
que ainda não conclusos à autoridade.
c) pode ter delimitado, pela autoridade competente, o acesso aos elementos de 
prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentadas nos 
autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da 
finalidade das diligências.
d) pode examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir a investigação, 
mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, 
findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, mas não pode copiar 
peças e tomar apontamentos por meio digital.
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Formas de instauração do inquérito policial
Crimes de ação penal pública incondicionada
31. (MPE-RS/MPE-RS/AGENTE ADMINISTRATIVO/2016) Qualquer pessoa 
do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público fornecendo-lhe, por escrito, 
informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de 
convicção, nos casos em que caiba a ação penal:
a) popular.
b) pública condicionada a requisição do Ministro da Justiça.
c) pública condicionada a representação do ofendido.
d) de iniciativa privada.
e) pública incondicionada.
32. (FUNCAB/PC-ES/PSICÓLOGO/2013) O inquérito policial não poderá ser 
instaurado de ofício, sob pena de suspeição da autoridade policial.
33. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) Qualquer pessoa do povo 
que tiver conhecimento de qualquer infração penal poderá comunicá-la à autoridade 
policial, que, então, deverá reduzi-la a termo e, caso verifique a procedência das 
informações, instaurar inquérito.
34. (FMP/MPE-MA/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2015) Qualquer pessoa do povo 
que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública 
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, de 
imediato, deverá mandar instaurar inquérito.
35. (CESPE/TJAC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2013) A comunicação de uma 
ocorrência policial só deve ser realizada por escrito.
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36. (CS-UFG/TJGO/JUIZ LEIGO/2017) Nos termos do Código de Processo 
Penal, do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá 
recurso para o
a) escrivão de polícia. 
b) chefe de polícia.
c) juiz leigo.d) juiz de direito.
e) ribunal de Justiça.
Requisição do MP/juiz obriga a instauração do inquérito policial?
37. (CESPE/JUIZ SUBSTITUTO/2006) A requisição do MP para instauração 
do IP tem a natureza de ordem, razão pela qual não pode ser descumprida pela 
autoridade policial, ainda que, no entender desta, seja descabida a investigação.
38. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2015) O inquérito policial poderá 
ser instaurado por requisição judicial, a depender da análise de conveniência e 
oportunidade do delegado de polícia.
Notícia anônima (delatio criminis inqualificada)
39. (CESPE/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA/2016) Em consonância com o 
dispositivo constitucional que trata da vedação ao anonimato, é vedada a instauração 
de inquérito policial com base unicamente em denúncia anônima, salvo quando 
constituírem, elas próprias, o corpo de delito.
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40. (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) Ao receber uma denúncia 
anônima por telefone, a autoridade policial realizou diligências investigatórias 
prévias à instauração do inquérito policial com a finalidade de obter elementos que 
confirmassem a veracidade da informação. Confirmados os indícios da ocorrência de 
crime de extorsão, o inquérito foi instaurado, tendo o delegado requerido à companhia 
telefônica o envio de lista com o registro de ligações telefônicas efetuadas pelo 
suspeito para a vítima. Prosseguindo na investigação, o delegado, sem autorização 
judicial, determinou a instalação de grampo telefônico no telefone do suspeito, o 
que revelou, sem nenhuma dúvida, a materialidade e a autoria delitivas. O inquérito 
foi relatado, com o indiciamento do suspeito, e enviado ao MP. Nessa situação 
hipotética, considerando as normas relativas à investigação criminal, são nulos os 
atos de investigação realizados antes da instauração do inquérito policial, pois violam 
o princípio da publicidade do procedimento investigatório, bem como a obrigação de 
documentação dos atos policiais.
41. (CESPE/TRF 2ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL/2013) Nos crimes hediondos, 
o IP pode ser instaurado com base apenas em denúncia anônima encaminhada a 
delegado de polícia, a membro do MP ou a juiz, por constituir indício da prática de 
crime.
42. (CESPE/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2013) Conforme o STF, 
considerando-se a vedação constitucional ao anonimato, não é possível a instauração 
de inquérito policial com base unicamente em delação anônima, dada a ausência de 
elementos idôneos sobre a existência da infração penal.
43. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) O delegado de polícia não 
pode determinar a instauração de inquérito policial exclusivamente com base na 
denúncia anônima recebida.
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Crimes de ação penal privada e pública condicionada a representação
44. (CESPE/PC-DF/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2013) Nos crimes de ação pública 
condicionada, o IP somente poderá ser instaurado se houver representação do 
ofendido ou de seu representante legal; nos crimes de iniciativa privada, se houver 
requerimento de quem tenha qualidade para oferecer queixa.
45. (CESPE/TRE-MS/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2013) 
Por força do dever de persecução penal do Estado, assim que tiver conhecimento da 
prática de crime – seja de ação pública, seja de ação privada –, a autoridade policial 
terá o dever de instaurar inquérito policial.
46. (FGV/TJRO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) A natureza de ação pública 
condicionada à representação do crime de estupro exige que a representação seja 
ofertada para fins de propositura da ação penal, mas não para instauração de 
inquérito.
47. (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2015) O inquérito policial nos casos 
de ação penal privada e ação penal pública condicionada poderá ser instaurado 
mesmo sem a representação da vítima ou seu representante legal, desde que se 
trate de crime hediondo.
48. (CESPE/TJDF/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS 
– REMOÇÃO/2014) O inquérito policial nos crimes em que a ação pública for 
condicionada à representação, poderá ser instaurado sem esta, desde que mediante 
ato de ofício da autoridade policial competente.
49. (CESPE/TJRR/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/2013) 
Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial só poderá ser instaurado a 
requerimento da vítima ou do MP.
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Espécies de delatio criminis
50. (CESPE/MPE-RO/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2013) O gênero delatio 
criminis engloba as espécies da delação simples, definida como a comunicação de 
crime feita por qualquer do povo, e da delação postulatória, que consiste na requisição 
de inquérito policial pelo MP.
Investigação de autoridades com foro por prerrogativa de função
51. (CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO 
MUNICÍPIO/2017) De acordo com o STJ, é exigida prévia autorização do Poder 
Judiciário para a instauração de inquérito ou procedimento investigatório criminal 
contra prefeito, já que prefeitos detêm foro por prerrogativa de função e devem ser 
julgados pelo respectivo tribunal de justiça, TRF ou TRE, conforme a natureza da 
infração imputada.
52. (CESPE/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2013 – ADAPTADA) De acordo 
com o STF, a instauração de inquérito policial para apuração de infrações penais, 
de competência da justiça estadual, imputadas a prefeito municipal condiciona-se 
à autorização do Tribunal de Justiça, órgão responsável pelo controle dos atos de 
investigação depois de instaurado o procedimento apuratório.
53. (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Um delegado 
da Polícia Federal instaurou inquérito policial, mediante portaria, para investigar a 
conduta de deputado federal suspeito da prática de crimes contra a administração 
pública. Intimado para oitiva nos autos, o parlamentar impetrou habeas corpus 
contra o ato da autoridade policial, sob o argumento de usurpação de competência 
originária do STF. Nessa situação hipotética, assiste razão ao impetrante, visto que, 
para a instauração do procedimento policial, é necessário que a autoridade policial 
obtenha prévia autorização da Câmara dos Deputados ou do STF.
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Notitia criminis
54. (FUNCAB/PC-ES/PERITO/2013) A ciência da ocorrência de um fato 
criminoso pela autoridade policial é denominada:
a) abolitio criminis.
b) notitia criminis.
c) prevenção.
d) inquérito policial.
e) prescrição.
(Cespe/PC-PB/2009) Quanto à notitia criminis, julgue os itens. 
55. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de requerimento 
da vítima denomina-se notitia criminis de cognição imediata.
56. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio de suas 
atividades rotineiras denomina-se notitia criminis de cognição mediata.
57. O conhecimento pela autoridade policial da infração penal por meio da prisão em 
flagrante do acusado denomina-se notitia criminis de cognição coercitiva.
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GABARITO – LISTA I
1. E
2. E
3. C
4. E
5. E
6. E
7. E
8. e
9. e
10. E
11. E
12. E
13. E
14. E
15. C
16. E
17. C
18. C
19. C
20. E
21. E
22. E
23. E
24. E
25. E
26. E
27. a
28. C
29. a
30. c
31. e
32. E
33. E
34. E
35. E
36. b
37. C
38. E
39. C
40. E
41. E
42. C
43. C
44. E
45. E
46. E
47. E
48. E
49. E
50.E
51. E
52. C
53. e
54. C
55. E
56. E
57. C
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	10. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
	10.1 Procedimento Escrito (Formal)
	10.1.1 Possibilidade de Gravação das Diligências Investigativas através de Recursos Audiovisuais
	10.2 Peça Sigilosa
	10.4 Oficialidade
	10.5 Peça Indisponível
	10.6 Procedimento Discricionário
	10.6.1 Requisição de diligência pelo MP
	10.7 Oficiosidade
	10.8 Procedimento Inquisitorial
	10.9 Procedimento Unidirecional
	10.10 Procedimento sistemático
	10.11 Procedimento Temporário
	11. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
	11.1 Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada
	11.1.1 De Ofício
	11.1.2 Por Requisição do Juiz ou do Ministério Público 
	11.1.3 Por Requerimento da Vítima Ou Representante Legal
	11.1.4 Notícia Oferecida por Qualquer Do Povo (Delatio Criminis Simples)
	11.1.5 Auto de Prisão em Flagrante
	11.2 Crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação ou à Requisição do Ministro da Justiça
	11.3 Crimes de Ação Penal de Iniciativa Privada
	12. NOTITIA CRIMINIS
	12.1 Espécies de notitia criminis
	QUESTÕES de provas ANTERIORES – lista i
	Gabarito – LISTA I

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