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MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Juliano Uecker 2MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Leonardo Ribeiro Revisora Luana Reis NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS 3 Cenário contemporâneo no desenvolvimento de produtos e serviços 4 Inovação: prontidão para tecnologia e os cinco tipos de clientes de tecnologia 6 Inovação 9 Iniciativas para oportunizar inovações 11 Barreiras à inovação 14 NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS 21 Matriz Produto X Mercado como suporte à inovação 22 Posição presente no mercado 25 Variáveis de influência no mercado 27 CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS 35 Prazos para desenvolvimento de produtos 36 As fases da vida de um produto 36 Ciclo de vida do novo produto 37 Estratégias mercadológicas para as fases dos produtos 40 PRODUTO E DIMENSÕES DO PRODUTO 53 Produto 54 Marca e Embalagem do Produto 62 Estratégias de Marcas para Produtos 63 Qualidade 67 Qualidade Percebida 67 SERVIÇOS E SUA LÓGICA ORIENTADA 73 Características específicas do serviço 79 Categorias do serviço: 91 EXCELÊNCIA EM MARKETING DE SERVIÇOS 92 Composto CIUME em serviços 93 O ciclo de serviços: os momentos da verdade 94 Diferenciação em serviços 96 QUALIDADE EM SERVIÇOS 102 Qualidade em serviços: SERVQUAL (Service Quality) 105 Gestão da qualidade em serviços 107 Composto mercadológico de serviços 110 MODELO DE NEGÓCIO PARA NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS 117 Gabarito 130 Referências 131 3MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS Nesta unidade abordaremos os conceitos sobre novos produtos e serviços. Boa leitura! O motor do desenvolvimento econômico de uma nação é a inovação. O empreendedor é responsável por perceber novas oportunidades no mercado, tomar decisões diante de uma incerteza, quebrar paradigmas e implementar a inovação, tor- nando-a economicamente viável e socialmente aceita. Assim, o desenvolvimento de novos produtos e serviços acontece pa- ralelamente a inovação. Neste primeiro capítulo abordaremos os conceitos centrais de inovação e como implementá-la em um mercado dinâmico e complexo, com base nas capacidades da empresa. Vamos lá! Mesmo que você esteja no caminho correto, você será atropelado se ficar parado nele. 4MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Cenário contemporâneo no desenvolvimento de produtos e serviços Aaker (2009) comenta que todos os mercados atuais são extremamente dinâmicos. Mudanças estão no ar por toda a parte e toda a mudança afeta o desenvolvimento de novos produtos e serviços. Um produto ou serviço vencedor hoje, não garante o sucesso de amanhã, pois pode não ser mais relevante. A tarefa é árdua, os profissionais de Marketing necessitam de perspectivas refinadas e relevantes, ferramentas e conceitos. Em particular, é necessário desenvolver competências ao redor de cinco atividades gerenciais: análise estratégica, inovação, controle de diversas unidades de negócios, desenvolvimento de vantagens competitivas sustentáveis e desenvolvimento de plataformas voltadas ao crescimento. Como início, a análise estratégica com a necessidade de informações sobre consumidores em potencial, concorrentes e tendências irão afetar o mercado. Esta informação deve ser contínua, não apenas em períodos de planejamento estratégico, isto porque a precisa detecção de uma ameaça ou oportunidade no tempo correto pode ser crucial para obter uma resposta do mercado. No que tange a inovação, esta habilidade é a chave para vitórias de sucesso em marcados dinâmicos. Inovação, no en- tanto, remete a uma série de dimensões. Neste caso, existe a organização que deve criar um contexto que suporte a inovação, ou seja, o desafio da execução da inovação, tornando a inovação em ofertas disponíveis ao mercado consumidor. Existem diver- sos exemplos de empresas que possuem a inovação e deixam outras empresas levarem até o mercado. O desejo por um número crescente de novidades tem ge- rado uma diminuição na fidelidade dos consumidores em relação as marcas e produtos. Estes fatores, direcionam para mercados com maior nível de competição e, consequentemente, a redução do ciclo de vida dos produtos, fazendo com que as 5MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS empresas devam ser mais ágeis na gestão da inovação de suas ofertas. Por isso, os profissionais de marketing desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de novos produtos e serviços, identificando e avaliando ideias, além de atuar em conjunto com o departamento de pesquisa e outras áreas em todas as etapas do desenvolvimento. No entanto, a constante inovação em produtos e serviços conforme declarado por Schumpeter (1934) é o motivo do processo de expansão da economia, pois causa um desequilí- brio no mercado e é introduzida por um empreendedor. Este desequilíbrio é chamado de destruição criativa, onde o novo não é apenas melhor do que o velho, mas de certa forma, o novo evolui a partir do velho (Nelson e Winter, 2005). O que entende-se desta declaração, é que para que uma inovação aconteça, algo precisa envelhecer, ou ser abandonada. Não há como algo novo coexistir com o antigo e basta observar as inovações que ocorreram ao longo da história. Quando os computadores apareceram no mercado, grande parte das em- presas que possuíam como linha de produção as máquinas de escrever, não conseguiram entender aquele acontecimento como uma grande ameaça à sobrevivência do negócio. A sequência da história já é conhecida e todos sabem qual foi o destino das máquinas de escrever. Na foto vemos o exemplo claro da destruição criativa. Algo somente se torna novo se o velho for deixado para trás. 6MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Parasuraman e Colby (2002), o conceito de prontidão para tecnologia, ou Technology Readiness (TR), refere-se ao quanto os indivíduos estão propensos a adotarem novas tecnologias. A prontidão para tecnologia apresenta algumas características específicas: • Varia de um indivíduo para outro, ou seja, o caminho entre o conhecimento até a adoção da nova tecnologia depende do perfil de cada pessoa. Isto resultará em prontidões para tecnologia com estágios de manifestação diversos. • O grau da disposição para tecnologia de uma pessoa é es- tabelecido de acordo com a mistura de diferentes crenças, hábitos, valores e costumes. • A disposição para tecnologia presume e esclarece a resposta do consumidor de novas tecnologias, isto é, busca antever e explicar o percentual de adoção de tecnologia, assim como a forma que será usada. Cabe também entender e analisar que, os aspectos negati- vos e positivos inf luenciam para a atitude do consumidor em relação a produtos tecnológicos. Estes aspectos são referentes aos sentimentos positivos, negativos e/ou neutros, referentes à adoção de tecnologia. Segundo Rita et al. (2010) cabe salientar que os sentimentos que envolvem o ser humano rumo à adoção, ou não, de tecnologia, as quais são: otimismo, caráter inovador, desconforto e insegurança. Aqui se descreve cada dimensão detalhadamente: Inovação: prontidão para tecnologia e os cinco tipos de clientes de tecnologia 7MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS • Otimismo: define-se como uma visão positiva da tecnologia e a crença de que ela propicia às pessoas maior controle, flexibilidade e eficiência nas suas vidas. • Caráter inovador: tendência de um indivíduo ser pioneiro em tecnologia e líder de pensamento. • Desconforto: falta de controle percebida sobre a tecnologia e o sentimento de ser oprimido por ela. • Insegurança: refere-se a desconfiança e a falta de crença a respeito da capacidade da tecnologiafuncionar corretamente. O modelo de dimensões, organizado por Parasuraman e Colby (2002), foi construído sob a consideração de dois tipos distintos de classificação: fatores inibidores (desconforto e in- segurança) e fatores contribuintes (otimismo e caráter inovador) para a inovação, como pode ser observado na figura: Contribuintes Disposição para tecnologia Inibidores Otimismo Caráter Inovador InsegurançaDesconforto Fatores Inibidores e Contribuintes para a Adoção da Tecnologia. Fonte: Parasuraman e Colby (2002). 8MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS A figura a seguir demonstra a curva de adoção de tecno- logias baseados nos 5 tipos de clientes tecnológicos. O que podemos perceber no gráfico de adoção dos produtos de tecnologia? O primeiro ponto é que o número de consu- midores considerados exploradores é muito menor, quando comparado aos demais perfis. Isso remete ao fato de que pro- dutos ligados a alta tecnologia demoram a atingir a massa de consumidores. Também se percebe que os adotantes iniciais são responsáveis por pagar os custos de desenvolvimento da inovação, ou seja, o preço de venda maior. Na figura abaixo, nota-se a existência de um número expressivo de consumidores céticos, paranoicos e retardatários, que são avessos ao risco em Assim, Parasuraman e Colby (2002) classificaram os in- divíduos segundo seus hábitos de consumo dentro do universo de tecnologia, conforme tabela: Tipos Características Exploradores Exploradores são as primeiras pessoas a chegar, altamente motivados e sem medo. Pioneiros Desejam os benefícios da nova terra, mas são mais práticos a respeito das dificuldades e dos perigos. Céticos Precisam ser convencidos dos benefícios dessa nova fronteira. Paranóicos Estão convencidos dos benefícios, mas são extraordinariamente preocupados com os riscos de se viver neste novo conceito. Retardatários Pode nunca vir, a menos que seja forçado a isso. Fonte: Parasuraman e Colby (2002). Fonte: Parasuraman e Colby (2002). TardeCedo Pr im eir os Us uá rio s Exploradores Pioneiros Céticos Paranóicos Retardatários 9MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 0 5 10 15 16 27 21 20 1420 25 30 Po rc en ta ge m d a Po pu la çã o Ad ul ta Exploradores Pioneiros Céticos Paranóicos Retardatários adquirir algo que não desempenhe a função prometida, devido a recursos financeiros escassos ou por questões de aceitação social. Já esta próxima figura, os autores representam através da crença, a distribuição por segmento relativa à adoção de tecno- logia de cada segmento, em comparação com a população geral: Inovação Ao iniciar o processo de inovação, há possibilidade de optar por alternativas distintas, com base naquilo que ela sabe fazer de melhor. Uma das alternativas é padronizar um produto, visando oferecê-lo a um custo mais baixo que a concorrência. Para atingir este custo baixo, deve-se pensar em economia de escala, visando um grande volume de produção, ou uma estrutura de custos bastante enxuta, que permita a empresa praticar um preço mais baixo. Desta maneira, com o aumento do volume de produção, a mão de obra é substituída por pro- cessos automatizados de produção, elevando a especialização das tarefas, onde se garante a redução do tempo de produção e, consequentemente, os custos. Vale lembrar também que, a competição por preço irá ocorrer com países como Índia e Chi- na. Estes países possuem um contexto econômico que permite uma composição de custos inferiores do que as praticadas no Brasil e, desta forma, operar no mercado com a estratégia do 10MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS preço mais baixo pode não ser sustentável no longo prazo e comprometer a sobrevivência da empresa. Por outro lado, a outra alternativa é a criação de valor superior ao mercado-alvo, que justifiquem um pagamento maior pela aquisição daquele pro- duto. Esta diferenciação pode ser obtida pelo nível de serviço ofertado ao cliente, marca, experiência no processo de compra, design, desempenho, du- rabilidade, especificação na utilização, etc. O que se percebe neste caso é que a padronização é uma estratégia quase exclusiva às grandes empresas, já que as empresas de menor porte não possuem estru- tura e capital para o investimento na larga escala de produção. A opção da diferenciação, com a inovação em produtos já existentes ou o desenvolvimento de novos, com a correta identificação de uma oportu- nidade no mercado é a saída para o aprimoramento da competitividade dos pequenos negócios. Somente aquele que se desloca dos padrões impostos pelo mercado poderá aproveitar os benefícios em ser pioneiro da inovação. 11MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Para que o processo de inovação ocorra nas empresas, um conjunto de competências são necessárias para uma empresa desenvolver seu diferencial competitivo. Estas competências são definidas por Prahalad e Hamel (1998) como as competências essências, que são recursos intangíveis de difícil imitação pelos concorrentes e, consequentemente, primordiais para a diferen- ciação de produtos e serviços, os quais garantem a evolução da empresa. Estas competências estão ligadas ao acesso a tecnolo- gias, marketing, capacidades do time de gestão e dos recursos humanos, facilidades logísticas e também ao conhecimento presente na empresa. Aqui é importante lembrar que sem este conjunto, ou alguma destas competências, raramente uma organização conseguirá aprimorar um diferencial competitivo. Iniciativas para oportunizar inovações O processo de benchmarking, que visa comparar a perfor- mance de um produto, componente de produto ou modelo de serviço com outros presentes no mercado, também pode ser uma fonte de inovação. O objetivo é gerar ideias específicas para melhoramento e também definir os padrões para alcançar melhorias. Um alvo para realizar o benchmarking pode ser os concorrentes, por exemplo: Qual o custo e níveis de performan- ce eles estão atingindo, e como? Tendo conhecimento de suas debilidades, comparando-os com os concorrentes, é o primeiro passo para desenvolver programas e promover melhorias. Em- presas que apresentam as melhores práticas no mercado podem ser outro alvo. Além disso, muitos benchmarkings contra a Disney, com relação a entrega de serviços consistentes em todos os parques temáticos, ou a Amazon como padrão para operações em comércio eletrônico e serviços de suporte ao consumidor. Ao olhar fora do setor de atuação da empresa, é muitas vezes o caminho para quebrar certas barreiras estabelecidas, e assim, criar uma real vantagem competitiva. (AAKER, 2009). Para inovar de maneira mais eficiente, pode-se pensar na formação de parcerias, que podem ajudar a suprir necessidades financeiras, técnicas e gerenciais, além de contribuir no auxílio 12MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS de acesso aos novos mercados. Desenvolver inovação, que possa ser integrada aos produtos e serviços da empresa, só pode ser realizado por meio das competências internas da empresa, as quais nem sempre são suficientes. Deste modo, as parcerias de sucesso são essenciais. Segundo Todeva (2006) as redes de cooperação possuem características em transações repetitivas e fundamentadas em uma estruturação de relação entre elementos interconectados, quer sejam eles atores, recursos ou mesmo atividades. Assim, despertam um ambiente de compartilhamento entre os envol- vidos, reforçando por meio de compromisso e confiança. Para Leon (1998) inicialmente as redes de cooperação são constituídas visando minimizar riscos e incertezas, adquirir poder de barganha e coordenar atividades econômicas entre as empresas, por meio da cooperação. Redes podem também ser compreendidas como agrupamento de organizações, geralmente de pequeno porte, que individualmente não teriam condições de se manterem competitivas no mercado, em contraponto, re- quer a existência de uma forte confiança entre seus integrantes (RIBAULT; MARTINET; LEBIDOIS, 1995). Assim, a cooperação entre pequenase médias permite um desenvolvimento eficiente das empresas e, consequentemente, a sobrevivência em um ambiente altamente competitivo. Por meio de uma ação conjunta, em especial, pequenas empresas aliadas, favorece o desenvolvimento de vantagens competitivas com a análise e estruturação dos processos. Por sua vez, Bales- tro (2004, p. 52) salienta que “redes são consideradas arranjos inter-organizacionais, que formam uma estrutura própria mais do que uma forma híbrida de organização entre hierarquia e mercado”. 13MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Aspectos como interação, objetivos comuns e gestão eficiente configuram-se como imprescindíveis para o estabelecimento de redes de cooperação para a aquisição de vantagem competitiva (BALESTRIN; VERSCHOORE, 2008). Nesse sentido, observa-se que as redes possibilitam que empreendimentos pe- quenos sejam capazes de, em um ambiente de “coom- petição” (cooperação + competição) adquirir poder de barganha, negociação de prazo e otimização de recursos, e, desse modo, desenvolver suas atividades de forma eficiente. Devido a característica das redes de cooperação existirem principalmente em peque- nas empresas, existe a facilidade para definição de políticas setoriais. 14MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Barreiras à inovação De qualquer forma, a inovação em produtos e serviços, até mesmo daqueles já existentes, é uma atividade que necessita de decisões estratégicas. Somente na inovação garante a permanên- cia da empresa em um mercado competitivo. Como o objetivo da disciplina é abordar o desenvolvimento de novos produtos e serviços, cabe uma investigação com algumas perguntas, onde as empresas devem estar preparadas para respondê-las. Na visão de Czinkota (2001), o êxito de um produto pode ser mensurado considerando três grandes dimensões: a. o sucesso financeiro gerado, ou seja, como consegue-se ve- rificar o lucro gerado por meio daquele novo produto ou serviço, b. a performance do desempenho técnico, verificando os di- ferenciais pertinentes àquele produto ou serviço e que são percebidos pelo consumidor, através do desempenho do produto e c. o quanto de sucesso gerado sob a ótica do cliente, mensurando a participação no mercado daquele produto ou serviços e a satisfação dos clientes que compram e utilizam. Diante destas afirmações, estudos e iniciativas levaram ao desenvolvimento de diversos modelos, mais e menos complexos, onde direcionaram-se a explicar a satisfação do consumidor. Isto orientou as empresas a adotarem inúmeras ferramentas de marketing pensadas para dar a garantia desta satisfação. Pode-se tomar como exemplo, os sistemas de coleta de recla- mações e sugestões, criação da função de ouvidoria, pesquisas 15MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS periódicas de satisfação de clientes, análise e ações para re- cuperar clientes perdidos, compras simuladas, além de outras atividades (Kotler, 2000). Apesar de todos estes esforços, ainda hoje verifica-se que as organizações continuam apresentando um elevado índice de insucesso no momento do lançamento de novos produtos e serviços. No entanto, o constante lançamento e inovações em produtos e serviços é uma atividade mandatória à sobrevivência do negócio de uma empresa. Levantamentos recentes estimam que cerca de 80% dos produtos lançados não completam 2 anos de vida no mercado (Kotler, 2012). Os motivos que apontam para o fracasso são diversos e vão desde assuntos gerenciais, como uma condução indevida dos executivos responsáveis pela empresa, produto mal proje- tado e inadequado ao mercado-alvo. A falta de sincronia dos trabalhos entre as equipes da empresa, miopia mercadológica, com foco no produto e seus atributos técnicos, esquecendo o consumidor, além de assuntos relacionados a restrições ligadas ao macroambiente, remetem até mesmo a questões pertinentes a própria capacidade criativa da empresa. De qualquer forma, existe um entendimento comum de que o fator principal no insucesso de um produto ou serviço, recai na pouca compreensão por parte da empresa sobre as necessidades dos consumidores ou, até mesmo, na incapacidade de adequar o produto a atual demanda do consumidor, conseguindo despertar o desejo e a necessidade daquele produto. (Kotler, 2000; Ghemevath, 2000; Czinkota, 2001; Churchill e Peter, 2000). 16MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Síntese Nesta primeira unidade estudamos a inovação no contexto do Marketing de produtos e serviços. É im- portante salientar que o processo de inovação deve ser permanente em empresas que queiram manter-se competitivas nos mercados aonde atuam. Sendo assim, torna-se necessário entender o perfil dos consumidores dispostos a adotar as novas tecnologias e também as capacidades e limitações da empresa, buscando parcerias e apoio externo para a viabilidade da inovação. 17MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Exercícios 1. Leia o texto a seguir, retirado do concurso da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo para o cargo de oficial administrativo (Vunesp, 2011), e responda às questões a seguir: A TV é o principal veículo de comunicação do país, presente em praticamente 100% do território e dos domicílios brasileiros, porque acertou no modelo: gratuita para o telespectador, financiada pela pu- blicidade e com conteúdo adequado à audiência. Mas nenhum meio de comunicação passou ileso às mudanças que as tecnologias digitais provocaram e vêm provocando nos últimos 15 anos. A internet, por exemplo, revolucionou a imprensa escrita, a telefonia e o consumo de música e vídeo, mas o impacto sobre a televisão ainda é relativamente restrito. Apostar que o modelo da TV deixará de existir em curto ou médio prazo seria um erro. Mas também é um erro apostar que ela passará ilesa à revolução digital. Primeiro, porque ela mesma já se digitalizou, ganhou alta definição e, sobretudo, tornou-se móvel. Essa mudança não é pequena: ao ganhar mobilidade, ganha novas audiências e pode, no futuro, ganhar novos formatos. Mas a mudança tecnológica mais importante que começa a se desenhar é a convergência da internet com os televisores. Os aparelhos deixaram de ser uma janela apenas àquilo que a televisão tradicional distribui, pois passaram também a veicular conteúdos em rede. Se a internet mudou o comportamento das pessoas no trabalho e nas relações pessoais, poderá mudar também o hábito das pessoas na frente do televisor. Nos próximos anos, a TV vai se transformar porque o telespectador vai mudar. Mas, para isso, é preciso que a internet se torne presente em todos os lares, como fez a televisão. E isso ainda levará um bom tempo. Adaptado de Samuel Possebon, Folha de São Paulo, 18.09.2010 Pergunta: Quais são as principais competências necessárias ao desenvolvimento de novas ofertas para os consumidores desse veículo de comunicação? Liste todas as presentes no texto. 18MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 2. Algumas organizações deslocam a atividade de marketing exclusiva- mente para as ações de venda, sendo que as organizações que agem dessa forma terão dificuldades em competir em economias mais competitivas. PORQUE Em economias mais competitivas, o mercado tem muitas opções e se divide em diversos mercados menores, cada um com desejos espe- cíficos, percepções particulares e preferências e critérios de compra característicos. A esse respeito, conclui-se que: a. as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b. as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c. a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d. a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. e. as duas afirmações são falsas. 3. Além das empresas e de suas atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o conjunto de institui- ções que contribui para a inovação e a ligação entre elas compreende o Sistema Nacional de Inovação. Com relação ao ciclo da inovação: a. a introdução de uma inovação associadaa um pro- cesso de invenção dá origem ao que se denomina inovação incremental. b. a introdução de inovações permite a introdução de outras variações denominadas imitação. c. o processo de imitação com introdução de melhorias é denominado introdução de inovações radicais. d. as invenções, quando associadas às patentes, são lan- çadas no mercado com sucesso comercial. e. as patentes, quando empresariais, transformam-se em inovações. 19MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 4. Um grupo de pesquisadores americanos da Universidade de Auburn desenvolveu um produto inovador: trata-se de um apare- lho que utiliza a tecnologia GPS para controlar remotamente cães farejadores de bombas e drogas, aumentando as habilidades desses animais. Os pesquisadores criaram um colete equipado com GPS, sensores espaciais, um processador e um modem, que pode ser acessado sem fio. Através da emissão de vibrações no lado esquerdo ou direito do cão, o animal pode ser direcionado por espaços apertados sem a necessidade de que haja um manipulador por perto. Usando a nova tecnologia, um único mani- pulador pode orientar vários cães via controle remoto em um aeroporto, por exemplo. Fonte disponível em: http://revistapegn.globo.com/revista/common/0,,emi204637-17180,00-pesquisadores+desenvolvem+tecnologia+que+transforma+caes+farejadores+em+sup.html Usando como referência o gráfico de Ambiente de Negócios, assinale qual a vigilância mais relevante no exemplo citado no texto: a. Vigilância em concorrentes. b. Vigilância Tecnológica. c. Vigilância em novos entrantes. d. Vigilância em fatores políticos. e. Vigilância nas mudanças demográficas. 5. O desenvolvimento externo de novos produtos, para que seja bem-sucedido, requer o domínio das tecnologias necessárias. Com essa finalidade, as empresas costumam adotar estratégias de... 20MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS NOVOS PRODUTOS E SERVIÇOS Novos produtos e serviços exigem pensamentos arrojados e de um entendimento profundo do amplo mercado onde estarão inseridos. Neste segundo capítulo veremos como a empresa pode encontrar alternativas no mercado para novos produtos e ser- viços. A Matriz produto x mercado (Matriz Ansoff), entender o contexto do segmento de atuação e o posicionamento no mercado, são fundamentais à viabilidade mercadológica de um novo produto ou serviço. Ainda, para complementar, você entenderá que todo este contexto é impactado pelo ambiente que a empresa atua, o macroambiente, e quais as forças atuantes neste ambiente. 21MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Matriz Produto X Mercado como suporte à inovação Por isso o desenvolvimento de novos produtos está ligado com a correta identificação destas necessidades e desejos ain- da não atendidos em sua totalidade, para que a oportunidade detectada possa ser explorada. Isso aponta que o papel do Marketing quando o desenvolvimento de novos produtos está diretamente ligado aos atributos que podem ser oferecidos e as preocupações relacionadas a inovação, o que permite que a empresa se mantenha competitiva no seu mercado de atuação. Uma interessante classificação que pode ser utilizada para os tipos de novos produtos, pode ser divida desta forma (Griffin e Page 1996): • produtos novos para novos mercados; • nova linha de produtos, o que permite a empresa entrar em novos mercados. Ao observar estes dois primeiros tópicos, deve-se anali- sar a sinergia do negócio da empresa para a entrada em um novo mercado. Esta análise envolve a marca da empresa e o posicionamento ao mercado-alvo, acesso aos canais de venda, capacidades internas e competências da empresa. • Novos produtos em substituição aos produtos atuais da empresa. Neste caso, existe o abandono de algum produto atual do portfólio de produtos da empresa para o lançamento de um novo produto. • Produtos existentes com inovações incrementais adiciona- das. Inovações incrementais podem ser entendidas como pequenas melhorias no produto atual. Um exemplo é o telefone convencional, que passou por diversas inovações incrementais ao longo dos anos, do telefone com disco, te- lefone com teclado, telefone sem fio, etc.. No entanto, todos eles permaneceram com o conceito do telefone por meio de uma linha telefônica. 22MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Em análise a matriz, este modelo ajuda a em- presa na escolha de estratégias mercadológicas de acordo com o perfil de mercado que a mesma atua, em relação aos produtos ofertados. No entanto, para que estas estratégias resultem em resultados finan- ceiros positivos, é fundamental analisar a escolha do mercado por meio da segmentação de mercado, onde criam-se estratégias específicas para cada segmento. Matriz de Ansoff Produtos Existentes Novos M er ca do s E xi ste nt es Penetração de Mercado Desenvolvimento de Produtos N ov os Desenvolvimento de Mercado Diversificação “A segmentação de mercado divide um mercado em fatias bem definidas. Um segmento de mercado consiste em um grupo de clientes que compartilham um conjunto semelhante de necessidades e desejos. A tarefa dos profissionais de marketing consiste em identificar o número apropriado e a natureza dos segmentos de mercado e selecionar como alvo um ou mais deles.” (Kotler, 2012 pag 228). 23MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Este segmento, também reconhecido como alvo ou target (Kotler, 2012) pode ser analisado sob quatro aspectos: • Segmentação geográfica: sugere-se a divisão do mercado por diferentes unidades geográficas, como países, estados, regiões, cidades ou mesmo bairros. A empresa pode atuar em uma ou mais áreas geográficas, pode até mesmo atuar em todas, desde que permaneça atenta as variações locais, como questões climáticas, por exemplo. O chamado marketing local, concentra-se em tornar o mais próximo e pessoalmente relevante possível a relação com cada cliente. • Segmentação demográfica: sugere-se a divisão do mercado em variáveis como gênero, idade, renda, ocupação, grau de instrução tamanho da família, ciclo de vida da família ou de vida, religião, raça, geração (baby boomers, X, Y, etc). As questões relacionadas a segmentação demográfica, são tão populares entre os profissionais de marketing que costumam estar associadas a expressões claras das necessidades e aos desejos dos consumidores. • Segmentação psicográfica: sugere-se que os consumidores estejam divididos em vários grupos com base em traços psicológicos ou de personalidade, estilo de vida ou valores pessoais. Vale lembrar que pessoas de um mesmo grupo demográfico ou geográfico, podem apresentar diferentes perfis psicográficos. • Segmentação comportamental: sugere-se que os consu- midores sejam divididos de acordo com o conhecimento que possuem, atitude ou hábitos de uso com relação a um produto. Este princípio de segmentação pode estar relacio- nado as necessidades e benefícios de uso, papéis de decisão no processo de compra, usuário e ocasiões de uso, nível de lealdade e fidelidade à marca e produto e status do usuário (novo, antigo ou em potencial). A finalidade é definir um perfil genérico do mercado planejado e dirigir as ações mercadológicas. Assim, a segmenta- ção é uma etapa dentro do processo de marketing de produtos e serviços que possibilita que a empresa ajuste a estrutura funcio- 24MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS nal (processo da empresa) ao comportamento e às expectativas do mercado-alvo, para que alcance seus objetivos estratégicos. Em resumo, na visão dos autores Lilien e Rangaswamy (2002) a segmentação deve respeitar as cinco etapas abaixo: 1. A empresa deve estabelecer suas capacidades de desenvol- vimento de produtos para os segmentos em análise. 2. Determinar as bases de segmentação conforme as necessi- dades latentes dos consumidores. 3. Reunir os consumidores potenciais com o uso de métodos estatísticos, com vistas a quantificar o tamanho do segmento. 4. Tratar e analisar detalhada dos segmentos. 5. Definir os segmentos-alvo dasestratégias da empresa. Posição presente no mercado Ao expandir o escopo de negócios da empresa, gera também alguns riscos. Ao longo do tempo que expansão foge do escopo do negócio central da empresa, haverá o aumento do risco para que a ofertada da empresa não seja distinta o suficiente para o mercado-alvo. Um exemplo foi a Baush & Lomb, fabricante de soluções para lentes de contato e produtos relacionados a visão. Na tentativa de mover-se de produtos para cuidados oculares para enxaguantes bucais, foi um fracasso em termos de produto e prejudicial a imagem da marca da empresa. Um esforço feito pelos fabricantes dos equipamentos da empresa falhou no momento onde não conseguiram criar ou adquirir a tecnologia necessária para a produção, além da diversificação do negócio central da empresa, o que causou um enfraquecimento da linha de produtos atual (AAKER, 2009). 25MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Neste caso, para que o novo produto ou serviço tenha su- cesso, o processo de desenvolvimento deve ser planejado. Este planejamento está relacionado a capacidade da empresa em colocar o consumidor em primeiro plano (Prahalad e Hamel, 1995). Tanto na indústria, varejo ou em empresas prestadoras de serviços, essa avaliação ajuda a reduzir riscos. Na visão de autores, estas capacidades estão relacionadas as competências essenciais da organização, que por sua vez, são capazes de gerar vantagem competitiva.A empresa Baush & Lomb é famosa por produzir uma variada gama de produtos ópticos, como as lentes solares para os óculos Ray Ban, modelo aviador. Devido a isso, este modelo de óculos é popularmente conhecido como “BL”. 26MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Assim, a empresa deve conhecer a posi- ção atual ocupada no mercado, no qual está inserida. A participação de mercado (Market share) é a parte do mercado que uma empresa detém. Para chegar ao resultado do cálculo de participação de mercado, utiliza-se o número total de unidades vendidas do produto vendido pela empresa e divide-se pelo número total de unidades vendidas no segmento que a empresa atua. No caso de serviços, recomenda-se cal- cular o valor total das vendas do serviço pelo total das vendas naquele segmento. Sendo as- sim, para aumentar a participação de mercado, a empresa deve manter seus clientes atuais e acompanhar um crescimento orgânico do mercado, que depende de variáveis incontro- láveis pela empresa (momento da economia, nível de empregos, perfil de consumidores, etc.) e também conquistar novos clientes. Variáveis de influência no mercado As inf luências externas são variáveis que podem gerar impactos positivos e negativos, tanto no mercado quanto no consumidor. Vale reforçar que a empresa não possui controle para alterar estas variáveis, cabendo apenas pesquisá-las e monitorá-las constantemente, observando quais destas gerarão maior ou menor impacto no ambiente de negócios da empresa. Aaker, 2009 elenca algumas variáveis relevantes para observação: Social/Cultural Econômico Político/Jurídico População Constituição Etária Concentração Cultura Religião Avaliação do cenário: Monetário Fiscal Cambial Preços Salarial Tarifário Constituição Normas Leis Estatutos Segurança Regras de conduta Institucional Político Internacional Governos Sindicatos Forças militares Igrejas Associações Federações Fundações Autarquias Congresso Nacional Câmaras Partidos Representações União Europeia, ONU USA, OTAN Ásia, Japão China Mercosul, ALCA, NAFTA Macroambiente Grandes ambientes 27MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Análise setorial, a partir da metodologia de Michael Porter – As 5 forças competitivas (Porter, 1986). É modelo de análise que explica os fatores que influenciam o mercado e que afetam o comportamento de compra. Tem como principais objetivos entender o ambiente competitivo e identificar ações e estratégias futuras para se obter vantagem no mercado: 1. Avaliação da intensidade da rivalidade entre os concorrentes atuais Concorrentes: objetiva a compreensão da rivalidade exis- tente entre os “players” do setor. Como resultado, pode-se concluir a existência de um ambiente de grande antagonismo, chegando a situações de guerra. Pontos para avaliação: • Crescimento lento/rápido do setor. • Concorrentes numerosos e bem equilibrados. • Disponibilidade de capital / investimentos. • Tecnologia detida. • Capacidade de inovação/retaliação. Poder de barganha do comprador Entrantes potenciais Ameaças de novos entrantes Poder de negociação dos compradores Poder de negociação dos fornecedores Ameaça de produtos ou serviços substituídos Concorrentes na Indústria Rivalidade entre as empresas existentes Ameaça de produtos substitutos Poder de barganha do fornecedor 28MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS • Altos custos de saída do negócio. • Qualidade dos recursos humanos. • Economia de escala. • Market-share. • Vendas. • Restrições governamentais. • Patentes. • Parcerias estratégicas. 2. Avaliação do poder de barganha dos clientes Aqui se compara o poder de barganha da empresa junto aos seus clientes, relativamente ao poder de barganha dos seus principais concorrentes junto a esses mesmos clientes. A empresa deve ref litir a respeito, considerando na sua análise os seguintes pontos: • Participação em nossas vendas. • Participação em suas compras. • Custos de mudança são baixos? • Orientado para custo? • Os produtos são commodities? • O comprador é bem informado? 3. Avaliação do poder de barganha dos fornecedores Qual o poder de barganha da empresa junto a seus for- necedores? Deve-se compará-lo ao poder de barganha de seus principais concorrentes junto a estes mesmos fornecedores. 29MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Na ref lexão, considera-se os seguintes pontos: • Peso em nossas compras. • Peso nas vendas do fornecedor. • Poucos fornecedores ou monopólio. • Custos de mudança. • Existência de produtos substitutos. • Grau de diferenciação dos insumos fornecidos. • Parcerias com fornecedores. Qual a viabilidade para a empresa realizar algum tipo de aliança estratégica (promoção anual de compras, atividade compartilhada de distribuição, etc..) com os seus fornecedores? Vale a empresa ref letir sobre a forma que pode agregar valores a cadeia de atividades dos seus fornecedores e de seus clientes. 30MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 4. Avaliação de entrantes potenciais A avaliação dos tipos de barreiras de entrada apresentados: • Economias de Escala. • Diferenciação do Produto. • Necessidades de Capital. • Custos de Mudança. • Acesso aos canais de distribuição. • Política Governamental. • Retaliações. • Tempo para entrada e adaptação no mercado. 5. Avaliação dos produtos substitutos (os itens apresentados não pretendem esgotar o assunto) Os produtos substitutos devem ser avaliação sob o prisma da existência e a importância dos mesmos, levando em con- sideração: • Relação preço/rendimento (desempenho). • Custo de Mudança. • Propensão do comprador para aquisição de novos produtos. 31MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 1. Considerando a matriz de expansão de produto x mercado de Ansoff, marque a alternativa que apresenta a estratégia a ser aplicada em um cenário de NOVOS PRODUTOS e NOVOS MERCADOS: a. Estratégia de penetração de mercado. b. Estratégia de desenvolvimento de mercado. c. Estratégia de diversificação. d. Estratégia de desenvolvimento de produto. e. Estratégia de inovação e incrementação. 2. Na matriz produto x mercado (ou matriz de Ansoff ), as estratégias: I. de crescimento pela venda de uma maior quantidade dos produtos existentes para os clientes existentes; II. de crescimento pelo atendimento a novos clientes por meio da oferta de novos produtos. São respectivamente, estratégias com foco em: a. Penetração de mercado e desenvolvimento de mercado. b. Desenvolvimento de produto e diversificação. c. Desenvolvimento de mercado e desenvolvimento de produto. d. Penetração no mercado e diversificação.e. Diversificação e desenvolvimento de mercado. Exercícios 32MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 3. A alternativa que NÃO corresponde à segmentação psicográfica é: a. Personalidade e crenças pessoais. b. Atitudes e opinões. c. Valores e estilos de vida. d. Benefícios e status do usuário. e. Estilo de vida e personalidade. 4. O vinho brasileiro, apesar de sua crescente qualidade, ainda enfrenta dificuldades em seu mercado doméstico. Isso ocorre devido a dois fatores principais. Em primeiro lugar, os brasileiros ainda não desenvolveram o hábito de beber vinho rotineiramente, o que faz com o país tenha um dos menores consumos per capita do mundo. Como se não bastasse, acordos realizados entre os países do Mercosul fazem com que a tributação brasileira sobre vinhos produzidos na Argentina e no Chile sejam menor que a do próprio vinho brasileiro, o que pressiona o preço do produto nacional, deixando-o menos competitivo. Que ambientes de marketing caracterizam essa situação? a. Demográfico e econômico. b. Sociocultural e político-jurídico. c. Econômico e Sociocultural. d. Sociocultural e Demográfico. e. Econômico e político-jurídico. 33MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 5. Ao assumir a gestão de marketing de uma organização, Paulo, um profissional de marketing, observou que as estratégias eram idênticas para todos os clientes e consumidores. “Isso está errado”, disse ele em reunião com a alta direção. “Nem todos os compradores possuem as mesmas necessidades e respondem de modo semelhante às ações de marketing. Precisamos estudá-los melhor e dividir o mercado em grupos distintos para avaliar quais merecem maior atenção e quais estratégias são mais adequa- das para cada um deles.” Para justificar as recomendações, Paulo utilizou, dentre os conceitos do planejamento em marketing, a análise: a. SWOT. b. do posicionamento da oferta. c. da segmentação do mercado. d. das cadeias de valor. e. do Brand Equity. 6. Considerando que os livros de um famoso escritor são transformados em filmes, muitas pessoas decidem não comprar o livro, mas apenas esperar para ver o filme. Isso exemplifica o seguinte tipo de competição: a. poder de barganha dos fornecedores. b. rivalidade entre concorrentes existentes. c. ameaça a novos ingressantes. d. ameaça de produtos substitutos. e. poder de barganha dos compradores 34MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS Nesta unidade abordaremos os conceitos sobre ciclo de vida dos produtos. Boa leitura! Estamos na etapa 3! Será o momento de entender os ciclos de vida dos produtos, tipos de ciclos de vida de produtos e estratégias ao longo de cada fase. 35MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Prazos para desenvolvimento de produtos Diante de um ciclo de vida de produtos e serviços cada vez menor, a obsolescência tornou-se mais acelerada, ou seja, o nascimento e a morte de um produto ou serviço ocorre em menor tempo que no passado. Assim, uma inovação deve ocorrer no momento que uma oportunidade ou ameaça é percebida no mercado de atuação da empresa. Ao observar a evolução do contexto das empresas, desde a Revolução Industrial, nota-se esta rapidez. O surgimento de novas tecnologias, escassez de algumas matérias-primas, a velocidade dos fluxos de informação no mercado e demanda do mercado, por prazos cada vez mais curtos, são elementos que registram essa evolução. Isso mostra que é o mercado que determina quais organizações conseguirão acompanhar este ritmo e obter sucesso a longo prazo. Bill Gates, fundador da Microsoft, já comentava que a em- presa deixa os seus produtos obsoletos antes que os concorrentes o façam. Esta declaração somente confirma claramente que as empresas de qualquer porte devem estar aptas e preparadas para a constante inovação. As fases da vida de um produto • Introdução – um período de baixo crescimento em vendas, por estar sendo introduzido no mercado, não há lucros devido às pesadas despesas com a introdução do produto. • Crescimento – período de rápida aceitação do mercado e grande melhoria dos lucros. • Maturidade – período de baixa no crescimento das vendas, produto já conquistou a aceitação da maioria dos compra- dores potenciais, os lucros estabilizam ou declinam, devido à competição acirrada. • Declínio – período que as vendas caem vertiginosamente e os lucros desaparecem. 36MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Modelo tradicional do ciclo de vida do produto • Pré-lançamento: pesquisa, inovação, vendas zero, lucro negativo, objetivo de ocupar espaço no portfólio. • Lançamento (fase I): produto básico, preço alto/novo, baixo/ fazer público experimentar. • Crescimento (fase II): ampliação do produto, preço mais competitivo, ganho com volume maior, foco mais amplo. • Maturidade (fase III): maximização de lucros, protegendo share, preço concorrente direto, marcas diversificadas. • Declínio (fase IV): avaliação de portfólio, preços diferen- ciados, inovação. Ciclo de vida do novo produto Ciclo de vida é um termo que os pesquisadores de gestão se baseiam no campo da biologia para a progressão sistemática dos produtos ao longo do tempo, através de fases que introdução, crescimento, maturidade e declínio (Hofer, 1975; Anderson e Zeithaml, 1984; Birou Et al., 1997). O conceito de ciclo de vida do produto atrai um interesse considerável das empresas baseadas na premissa básica de que as estratégias e práticas das empresas no mercado estão associadas à fase do ciclo de vida de um produto (Vernon, 1966, 1979, Hambrick e Lei, 1985). O ciclo de vida do produto é útil para criar uma estrutura an- tecipativa em torno da vida dos produtos que ajuda a facilitar a Lucro Custos Variáveis Custos Fixos Breakeven Point Vendas Tempo I II$ III IV 37MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS coordenação adequada das estratégias e práticas das empresas (Birou et al. 1997). Nos últimos 30 anos, a investigação em estratégia, marketing e pesquisa e desenvolvimento aplicou o ciclo de vida do produto como auxílio na decisão para antecipar mudanças na prática e ações de um produto desde a introdução até o declínio (Hofer, 1975; Thietart e Vivas, 1984; Wong, 1992; Hill, 1994; Klepper, 1996). O processo de desenvolvimento de novos produtos assu- me-se que: 1. Os produtos têm vida limitada. 2. As vendas dos produtos atravessam estágios diferentes, cada qual com desafios, oportunidades e problemas distintos para o vendedor. 3. Os lucros sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de vida do produto. 4. Os produtos exigem estratégias de marketing, finanças, produção, compras e recursos humanos específicas para cada estágio de seu ciclo de vida. A maioria das curvas do ciclo de vida assume a forma de sino. Essa curva normalmente é dividida em quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Modelo padrão de ciclo de vida do produto Maturidade Crescimento $ t Introdução Declínio 38MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS O conceito de ciclo de vida do produto pode ser utilizado para analisar uma categoria de produtos ou (ex. bebidas), a forma de um produto (ex. bebidas com e sem gás), um produto específico ou uma marca. Nem todos os ciclos de vida exibem uma curva em formato de sino. Conforme Kotler (2012) existem outros três padrões comuns, conforme figura abaixo: O padrão de crescimento-queda-maturidade característico de pequenos produtos para aplicações específicas. As vendas se elevam rapidamente, logo que o produto é lançado no mercado e, na sequência, caem para um nível estabilizado, apoiado por consumidores que decidem comprar o produto pela primeira vez mais tarde ou por aqueles que o compraram no início e precisam substituí-lo. O padrão ciclo-novo ciclo pode ser observado em vendas de medicamentos. As empresas do setor farmacêutico promo- vem agressivamente o novo produto no mercado, e origina-se o primeiro ciclo. Mais tarde, as vendas começam a reduzir, assim, a empresa faz uma nova campanha, o que gera um novo ciclo, na maior partedos casos, com duração e menor impacto no mercado consumidor. Um último padrão comum de ciclo de vida é o escalonado. Assim, as vendas passam por uma série de ciclos de vida de acordo com as des- cobertas de novas característi- cas do produto, novos usuários ou novas utilizações para o produto. Por exemplo, o náilon, mostra um padrão escalonado pelo fato das diversas aplicações, tais como: tapetes, paraque- das, velas de barcos, vestuário, indústria automobilista, etc. que foram e continuam sendo descobertas ao longo do tempo. 39MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Padrões de ciclo de vida de produtos Estratégias mercadológicas para as fases dos produtos Estratégias para produtos: estágio de introdução O início da venda de um novo produto no mercado é, na maioria dos casos, um processo lento. Solucionar problemas técnicos, abastecer revendedores com estoques ou produzir lotes para a nova demanda e conquistar a aceitação do novo consumidor, são alguns dos principais desafios que a empresa enfrentará neste estágio do ciclo de vida. Os lucros são negativos (prejuízos) ou muito baixos, e as despesas promocionais superam as vendas devido a necessidade de: Tempo Vo lu m e de ve nd as Vo lu m e de ve nd as Vo lu m e de ve nd as (a) Padrão de crescimento-queda-maturidade Tempo Primeiro ciclo Novo ciclo (b) Padrão de ciclo-novo ciclo Tempo (c) Padrão escalonado Fonte: KOTLER, Philip. Administração de marketing/Philip Kotler, Kevin Lane Keller; tradução Sônia Midori Yamamoto; revisão técnica Edson Crescitelli.–. 2012. – p. 331 40MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 1. Informar os consumidores potenciais. 2. Induzi-los a experimentar o produto. 3. Assegurar a distribuição nos pontos de venda. Assim, a empresa concentra-se nos consumidores mais propensos a comprar. Geralmente os preços são mais altos porque os custos envolvidos no início do ciclo de vida também são. Custos estes, que envolvem a pesquisa com o novo produto, testes, estruturação da produção, etc. As empresas que planejam o lançamento de um novo pro- duto devem decidir o momento ideal para ingressar no mercado. Se fizer pioneiro, geralmente é recompensador, no entanto, envolve uma série de custos e riscos. No sentido oposto, ser uma empresa retardatária ao entrar em um mercado só fará sentido se conseguir oferecer uma tecnologia superior, qualidade ou uma marca forte para construir uma vantagem competitiva frente a concorrência já existente. Nota-se que acelerar o processo de inovação é fundamental para uma época de ciclos de vida de produtos cada vez mais curtos, e a antecipação compensa os resultados. Kotler (2012) afirma em estudo, que produtos lançados com atraso de seis meses – embora dentro do orçamento da empresa e cronogra- ma proposto – renderam uma média de 33% menos lucros nos primeiros cinco anos; os produtos lançados dentro do prazo, mas que ultrapassaram os orçamentos em 50%, tiveram seus lucros de venda reduzidos em apenas 4%. A vantagem em ser pioneira faz com que os usuários iniciais lembrem o nome da marca, desde que satisfeitos com o produto. A empresa pioneira também pode definir os atributos iniciais que a classe de produtos deve possuir. Também, cabe ressaltar, que a pioneira direciona seus esforços mercadológi- 41MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS cos para a parcela intermediária do mercado, ou seja, onde se concentra a maior fatia de usuários. As vantagens da empresa direcionam-se a economia de escala, liderança tecnológica, patentes, propriedades de ativos e outras barreiras à entrada de empresas no setor. Isso direciona que as empresas pioneiras podem ter um investimento em marketing realizado com maior eficácia, além de aproveitar índices mais altos de recompra. Esta empresa pioneira no mercado, se conseguir manter o foco no mercado e nas mudanças que serão apresentadas pelo mesmo, conseguirá manter a liderança indefinidamente, seguindo di- versas estratégias empresariais e mercadológicas. Kotler (2012) identifica cinco fatores que são os alicerces para a liderança de mercado de longo prazo: 1. Visão do mercado de massa: sair do foco no produto e perma- necer na vigília das mudanças referentes ao macroambiente e comportamento do consumidor. 2. Persistência: manter a estratégia da empresa. 3. Inovação incansável: relacionada ao primeiro tópico, a cons- tante renovação dos produtos e linhas de produtos ofertadas pela empresa ao mercado. 4. Responsabilidade financeira: controle de custos e margens de lucros, visa garantir a sustentabilidade econômica e per- petuação dos negócios da empresa. 5. Alavancagem de ativos: com recursos disponíveis para exe- cução da operação atual e inovação para sobrevivência do negócio em um mercado futuro. Estratégias para produtos: estágio de crescimento Em análise do ciclo de vida do produto, o estágio do cres- cimento é marcado pelo rápido incremento nas vendas. Os usuários pioneiros gostam do produto e acabam por inf luen- ciar os novos consumidores, que vem em seguida e começam a comprar o produto. O ingresso de novos concorrentes no 42MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS mercado, atraídos pela oportunidade e, consequentemente, novas características do produto são desenvolvidas, assim como a expansão da distribuição. A manutenção dos investimentos promocionais ou um pequeno aumento serve para acompanhar a concorrência ou continuar a informar o mercado. As vendas aumentam com maior rapidez, quando comparadas aos investimentos promo- cionais, ocasionando uma redução na proporção promoção / vendas. Com isso, os lucros crescem à medida que os inves- timentos em promoção se diluem sobre um volume maior de vendas e, devido a curva de aprendizagem, os custos unitários de manufatura diminuem com maior velocidade do que o preço ofertado ao mercado consumidor. Diante disso, as empresas devem observar caso exista uma redução na taxa de crescimento, a fim de elaborar novas estra- tégias para o produto. Como exemplo, cita-se: • Melhora significativa na qualidade percebida pelo cliente , acrescentar novas características ou um novo estilo. • Adicionar novas opções de modelos de produtos (tamanho, cores, sabores). • Entrar em outros segmentos de mercado. • Ampliar pontos de venda e formas de entrega do produto. • Comunicar o novo produto de forma a criar preferência de uso e não somente conscientização para experimentação. • Pode-se estudar uma redução de preço para atrair uma par- cela de consumidores sensíveis a preço. A redução de preços deve ser avaliada com cautela, sob o ponto de vista do po- sicionamento da marca no mercado. 43MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Diante destes pontos, o investimento monetário no desen- volvimento de melhorias do produto, bem como, na comuni- cação ao mercado e distribuição, pode garantir a empresa uma posição dominante. Abre-se mão do lucro máximo imediato, uma vez que, os pontos listados acima necessitam de investi- mentos financeiros. No entanto, com o objetivo de garantir a alta participação no mercado, espera-se obter maiores lucros no próximo estágio do ciclo de vida. Estratégias para produtos: estágio de maturidade Em certo tempo, após o lançamento, o aumento das vendas torna-se lento, o que se entende pelo estágio de maturidade do ciclo de vida. Grande parte dos produtos presentes no mercado está nesse estágio. De modo geral, este estágio dura mais tempo do que os anteriores. O ritmo de queda nas vendas direciona para o excesso de capacidade produtiva, o que aumenta a concorrência. Assim, os 44MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS concorrentes mais fracos acabam por sair do mercado e poucas empresas, geralmente as maiores, dominam. Ao redor destas empresas dominantes, existe uma multidão de outras empresas que ocupam pequenos nichos de mercado. A grande questão que permeia a empresa inserida com um produto em estágio de maturidade é batalhar para se tornar uma das maiores. Isto poderá direcionar a obtençãode lucros por meio de grandes volumes de produção e venda a custos baixos de produção. Pode-se pensar também em perseguir uma estratégia de nicho de mercado, onde se obtém altas margens de lucro com pequenos volumes de venda. Como exemplo de um caso de sucesso nesta fase do ciclo de vida, cita-se a Electrolux. Por volta do ano de 2002, a empresa enfrentava uma concorrência acirrada. De um lado, empresas asiáticas como LG e Samsung pressionavam o mer- cado para reduções de custos, de outro lado, os fabricantes tradicionais, como Bosch e outra marcas premium, expandiam seus negócios com outras marcas, para atacar mercados sensí- veis a preço e produtos mais simples. Com a entrada do novo CEO, Hans Straberg, a Electrolux repensou seus principais segmentos de consumidores, de acordo com o estilo de vida e padrões de consumo, criando cerca de 20 perfis diferentes. Desta forma, a empresa passou a comercializar seus fornos a vapor para pessoas preocupadas com a saúde e as lava-louças compactas, para um público que reside sozinho ou casais que lavam pratos com frequência, porém sem grandes quantidades. O CEO comenta que uma empresa que deseja reorientar a sua estratégia de produtos na fase de maturidade, deve primeiro focar nos consumidores e entender quais são as necessidades ainda não atendidas. Com isso, a empresa perceberá quais são os problemas que vivenciam e assim, descobrirá o que os consumidores realmente querem. Kotler (2012) orienta as empresas para prolongar a fase de maturidade no ciclo de vida. No quadro abaixo, resume-se algumas das ações que podem ser implementadas: 45MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Formas alternativas de aumentar o volume de vendas Expandir o número de usuários Aumentar a taxa de uso entre os usuários Converter não usuários: a empresa deve buscar consumidores que ainda não expe- rimentaram o produto ou serviço, como exemplo da companhia área GOL, ao ingressar no mercado brasileiro. Fazer com que os consumidores usem o produto em mais ocasiões: educar os consumidores sobre o consumo em di- versas ocasiões. Ingressar em novos segmentos de merca- do: ofertar o produto em diversos canais de venda, como exemplo, a venda de pneus Goodyear em lojas especializadas, inter- net e hipermercados. Fazer com que os consumidores usem mais do produto em cada ocasião: desenvolver programas de comunicação direcionada ao mercado consumidor, demonstrando o uso do produto em maior quantidade, como exemplo de shampoos e cremes dentais. Atrair clientes dos concorrentes: ofertar pequenas melhorias em relação ao con- corrente-alvo do produto. Fazer com que os consumidores usem o produto de novas maneiras: educar os consumidores sobre usos alternativos para o produto. Além das possíveis ações listadas no quadro acima, pequena melhoria nos atributos de produto também pode ser utilizada. Melhoria nos atributos pode afetar questões de tamanho, peso, materiais, etc. Veja no quadro as diferenças entre atributos, vantagens e benefícios. Entenda a diferença entre atributo, vantagem e benefício Atributos são as qualidades de um produto que o distinguem dos concorrentes (o atributo do iPod é armazenar milhares de músicas em um pequeno aparelho com acesso quase instantâneo). Vantagens: descrevem a conexão entre os atributos e benefícios que ele confere ao seu proprietário (a vantagem do iPod é ter a biblioteca musical sempre à mão). Benefícios: diz respeito ao que o comprador acha que aproveitará quando tiver o produto (o benefício do iPod é a possibilidade de ouvir música a qualquer hora em qualquer lugar). Um exemplo para os carros híbridos (motor elétrico e combustão), próximo novo produto da indústria automobilística: o atributo mais óbvio é usar tanto a gasolina como eletricidade; a vantagem é a economia por quilômetro rodado; e o benefício para o consumidor resulta em menor custo para abastecer. Em geral, enquanto a empresa ressalta as vantagens do produto, o consumidor apenas quer ouvir os benefícios. O caminho entre atributo, vantagem e benefício nem sempre flui conforme o planejado e pode ser desafiador segui- lo. Em retomada ao assunto sobre carros, imagine lançar um veículo cujo atributo principal é o motor, o qual, com 50 cavalos de potência consegue ir de zero a 80 km/h em menos de 5 segundos. Um atributo impressionante! No entanto, qual é o benefício disso e quem ele atrairia? Muitas pessoas podem considerar o carro um tanto perigoso para dirigir. Fonte: Kotler, 2012 p. 335 46MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Estratégias para produtos: estágio de declínio As vendas de um produto chegam ao estágio final de seu ciclo de vida, o declínio. Inúmeros fatores contribuem para acelerar a velocidade da chegada nesta última fase: mudanças tecnológicas, alterações nos gostos dos consumidores, aumento da concorrência direta e indireta, dentre outros. Todos os fatores podem ter mais ou menos inf luência no produto. De qualquer forma, todos podem provocar excesso de capacidade, redução de preços e destruição dos lucros. Ao passo que as vendas e lucros caem, no decorrer de um período de tempo, algumas empresas iniciam a retirada do mercado. As empresas restantes podem reduzir o número de produtos ofertados, sair dos segmentos de mercado menores e dos canais de venda mais fracos, reduzir o orçamento de comunicação em marketing e, por fim, reduzir ainda mais os preços. Salvo em casos estratégicos para manter um produto fraco, a decisão de saída custa muito caro à empresa. Na maioria dos casos, os produtos no final do ciclo de vida consomem uma quantidade de tempo de administração, exigem ajustes de preços e estoques, envolvem instalações caras para produção de pequenas quantidades e exigem esforço e atenção dos profissionais de marketing e vendas da empresa. Este esforço poderia ser direcionado para o desenvolvimento de novos produtos e mercados, além de tornar os produtos saudáveis da empresa ainda mais competitivos. Cabe ressaltar que em alguns casos, o produto no estágio de declínio compõe o portfólio de produtos de uma empresa e, no momento de uma negociação, este produto pode ser o fator decisivo para a compra de todo pacote ou não. Entenda a diferenciação entre concorrentes diretos e indiretos: Concorrentes diretos: são aqueles que entregam ao mercado produtos e serviços com os mesmos atributos que os entregues pela empresa. Concorrentes indiretos: são aqueles produtos e serviços que não possuem os mesmos atributos da empresa, no entanto, podem resolver o mesmo problema apresentado por um cliente. Como exemplo pode-se tomar os tablets x notebooks.Na unidade 2, onde foi abordado sobre as forças de Porter, os concorrentes indiretos podem ser nomeados como os produtos substitutos. 47MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Algumas empresas abandonam mercados em declínio mais cedo que outras. Isso depende das barreiras de saída do setor. Quanto menores, mais fácil será a retirada do mercado. Ainda vale analisar a atratividade do setor, bem como, a força competitiva da empresa. Uma empresa atuante em um setor não atrativo, mas que possui um valioso poder de competir no mercado, deve utilizar uma redução seletiva da sua linha de produtos em estágio de declínio. Por outro lado, uma empresa presente em um setor atrativo, e que possui poder competitivo, deve pensar em investir cada vez mais. Para reposicionar ou renovar um produto em um mercado maduro (em declínio), as empresas costumam fazer isso agregando valor a ele. Vale observar que o conceito de ciclo de vida de produto é variável em relação a forma e a duração, e não pode ser generalizado. Os profissionais de marketing dificilmente conseguirão afirmar com precisão em qual estágio um produto se encontra. Ele pode parecer maduro, quando na verdade, atingiu um estágio anterior. Comenta-se também que o ciclo de vida origina-se de estratégias mercadológicas, não de um destino inevitável a qualquer produto lançado. O marketingeficaz poderá direcionar a um crescimento por maior período de tempo. WASSON, Chester R. Dynamic competitive strategy & product life cycles. Austin Press, 1978. Resumo das características, objetivos, e das estratégias de marketing referentes ao ciclo de vida do produto Introdução Crescimento Maturidade Declínio Características Vendas Baixas Rápido crescimento Pico Declínio Custo por cliente Alto Médio Baixo Baixo Lucros Negativos Crescentes Elevados Em declínio Clientes Inovadores Adotantes imediatos Maioria imediata Retardatários Concorrentes Poucos Número crescente Número estável, começando a declinar Em declínio Objetivos no mercado Criar cons- ciência de produto e experimen- tação Maximizar a participação de mercado Maximizar os lucros, defendendo participação de mercado Reduzir gastos e tirar o máximo da marca 48MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Síntese Como foi estudado na unidade 2, o ambiente externo influencia os produtos e serviços da empresa de forma positiva ou negativa, de acordo com a capacidade de reação da empresa. Agora, ao fim da unidade 3, nota-se que todos os produtos seguem um ciclo de vida, eles são introduzidos no mercado, passam por uma etapa de crescimento, atingem a maturidade no mercado e, caso a empresa não revitalize-o, entrarão em declínio, atingindo a etapa final do ciclo de vida. Desta forma, existem estratégias distintas que devem ser trabalhadas em casa fase. 49MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 1. Os produtos têm vida limitada e sua venda passa por estágios distintos, gerando lucros que crescem ou diminuem, requerendo estratégias diferentes. O ciclo de vida do produto (CVP) divide-se em quatro estágios. São eles, exceto: a. Declínio b. Introdução c. Crescimento d. Massificação e. Maturidade 2. O Ciclo de vida do produto possui quatro fases: introdução, crescimento, maturidade e declínio. De acordo com isso, analise as afirmativas abaixo e assinale a opção correta: a. Na fase de declínio, a demanda pelo produto diminui consideravelmente, e, por isso, as empresas precisam dar foco às estratégias voltadas à promoção e melhoria da qualidade do produto. b. Na fase de crescimento, as vendas e a concorrência aumentam rapidamente, portanto não se faz necessário buscar estratégias que criem novas vantagens competitivas para o produto a fim de diferenciá-lo. c. Na fase de introdução, a empresa deve priorizar estratégias voltadas para a distribuição e promoção do produto. d. Na fase de maturidade, o volume das vendas tende a se estabilizar, por isso as empresas devem desenvolver estratégias voltadas para melhoria do produto sem preocupar-se com os custos. e. NDA (Nenhuma das alternativas) Exercícios 50MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 3. De uma forma genérica, produtos e serviços têm um ciclo de vida composto das fases: crescimento, maturidade e declínio. A esse respeito, assinale a alternativa correta. a. Na fase de crescimento, a empresa investe no desenvol- vimento e melhorias do produto com vistas à conquista de maiores mercados. b. O período de maturidade indica que deve ser feito um investimento em produção. c. O declínio de um produto demonstra que as ações de co- municação da empresa são pouco eficazes. Neste sentido, o incentivo ao patrocínio de eventos é uma alternativa ao incremento das vendas. d. Quando o produto está na fase de crescimento, a empresa deve reduzir o investimento no composto de promo- ção (comunicação) do Marketing Mix, uma vez que a demanda do mercado é suficiente para a realização das metas de vendas. e. A empresa deve aguardar o final da vida do produto para decidir sobre a revitalização do produto no mercado. 4. Algumas organizações deslocam a atividade de marketing exclusivamente para as ações de venda, sendo que as organi- zações que agem dessa forma terão dificuldades em competir em economias mais competitivas. PORQUE Em economias mais competitivas, o mercado tem muitas opções e se divide em diversos mercados menores, cada um com desejos específicos, percepções particulares e preferências e critérios de compra característicos. A esse respeito, conclui-se que: a. as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b. as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c. a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d. a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. e. as duas afirmações são falsas. 51MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS 5. Leia o caso retirado da revista HSM – Havaianas: Um mundo aos seus pés. Contextualize o caso com as etapas do ciclo de vida da sandália havaianas ao longo de sua história. 6. Período de baixa no crescimento das vendas porque o produto já alcançou a aceitação da maio- ria dos compradores potenciais e os lucros se estabilizam ou declinam em face do aumento da concorrência são características do ciclo de vida de um produto correspondente APENAS: a. às fases III e IV. b. à fase III. c. à fase I. d. às fases II e III. e. às fases II e IV. 52MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Produtos compreendem dimensões físicas, características racionais e também emocionais. PRODUTO E DIMENSÕES DO PRODUTO Nesta unidade abordaremos os conceitos sobre produtos e suas características. Boa leitura! O produto é a unidade tangível (física) da troca no mer- cado. No entanto, o produto não é composto apenas pela sua parte física, mas sim, por todas as variáveis que o compõem, sejam elas tangíveis, como a embalagem, ou intangíveis como a marca e serviços agregados ao produto. Outro ponto bastante relevante que será discutido, é o conceito da qualidade no con- texto de produto. Qualidade atualmente não é mais argumento de diferenciação no mercado, mas sim, condição mínima para permanecer no mercado. 53MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Produto Pensa-se que o produto é apenas a oferta na forma tangível, no entanto, o produto é composto de várias dimensões que po- dem ser ofertadas ao mercado para satisfazer uma necessidade latente do consumidor ou um desejo. Inclui-se neste leque de ofertas produtos físicos, serviços, pessoas, eventos, lugares, etc. Níveis de produto: Na concepção do plano de abordagem do mercado, o pro- cesso de marketing deve entender os cinco níveis de produto (Kotler, 2012). Assim, cada nível do produto soma maior valor para o cliente. Todos os níveis compreendem a hierarquia de valor para o cliente. 1. O nível essencial é o benefício central, ou seja, o que o cliente está realmente comprando. Por exemplo, o comprador de um carro está comprando locomoção, o comprador de uma furadeira, está comprando furos. Entende-se que todo o processo de marketing deve prover ao mercado o forneci- mento de benefícios. 2. Na sequência, deve-se converter o benefício central em um produto básico. Desta forma, um carro inclui bancos, motor, pneus, lataria, etc.., ou seja, o que é essência para fazer a entrega do benefício central. 3. No terceiro nível, deve-se pensar no produto esperado, com- posto de um conjunto de atributos e situações que os con- sumidores minimamente esperam ao adquirir tal produto. Aqui vale considerar que ao comprar um carro, deseja-se que o carro funcione, não acorram panes mecânicas, etc. 4. No quarto nível, direciona-se para o produto ampliado, onde as expectativas do cliente são superadas. Em mercado mais maduro, com produtos desenvolvidos, como Europa e EUA, a competição das empresas por um espaço no mercado ocorre 54MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS neste nível. Considera-se neste caso que a diferenciação de um produto no mercado ocorre a partir deste nível, ou seja, até o terceiro nível é obrigação de todas as empresas aten- derem as questões relacionadas aos níveis um, dois e três. 5. No último nível, o produto potencial tende a englobar to- dos os níveis anteriores (benefício central, produto básico, produto esperado, produto ampliado e produto potencial). Neste nível,inclui-se todos os fatores relacionados as trans- formações da oferta com a entrega de valor superior, com vistas a fidelização dos clientes. Neste nível, a diferenciação tão almejada pelo marketing, torna-se reconhecida pelo consumidor. A diferenciação direciona-se para um exame detalhado do sistema de consumo do produto em questão. Assim, deve- -se entender a forma pela qual o usuário realiza as atividades para obter e utilizar os produtos e serviços. No entanto, cabe reforçar o pensamento que toda a ampliação para o próximo nível de produto agregará em custo financeiro na operação. Este custo superior deve ser percebido como benefício recebi- do pelo consumidor, caso contrário, não existirá a entrega de valor percebido. Vale reforçar, que ao ampliar os níveis de um produto no mercado, aquilo era considerado no passado como produto potencial, atualmente é regra básica para permanecer vivo no mercado. Neste posicionamento do autor, a liderança do mercado só poderá ser obtida por meio da oferta de bens e serviços de qualidade superior percebida pelo cliente e que ofereçam um valor insubstituível para o mesmo. Para a construção de uma identidade, os produtos devem ser diferenciados. Esta diferenciação deve ser percebida pelo mercado-alvo. Em um lado encontra-se produtos com pouca variação: frango, aço, sal, etc. Até mesmo nestes casos pode-se pensar em alguma diferenciação: os frangos de criação orgâ- nica, aço de alta resistência e o sal rosa do Himalaia. Em um outro lado, existem produtos com uma grande diferenciação, como carros, prédios, móveis, etc. 55MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Diante disso, a empresa enfrenta uma vasta variedade de parâme- tros, onde se inclui a forma, características, customização, desempenho, conformidade, durabilidade, confiabilidade, facilidade de reparo e estilo. De certo modo, o design torna-se um elemento fundamental de diferenciação, que será abordado logo abaixo. Forma: produtos podem ser diferenciados quanto à forma – tamanho formato ou estrutura física. Considere as muitas formas possíveis de um medicamento. Embora seja essencialmente um pro- duto básico, com pouco valor agregado a ele, a diferenciação entre as opções do produto pode ocorrer por meio da posologia, formato, cor, tempo de ação, etc. Características: alguns produtos podem ser oferecidos com al- gumas características variáveis, as quais acrescentam em sua função básica. A indústria de carros produz carros com variados níveis de acabamento, o que reduz custos de produção e de estoque. Assim, cada empresa precisa optar entre oferecer características específicas a um preço mais elevado ou alguns pacotes-padrão a um preço mais baixo. 56MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Customização: ao passo que as empresas ganham expe- riência em obter informações sobre cada cliente e parceiros de negócios (fornecedores, distribuidores, varejistas), as fábricas começam a ter capacidades para individualizar as ofertas no mercado. Assim, uma customização em massa deve ser pensada para atender as necessidades individualizadas de cada cliente. No entanto, vale lembrar que para expressar as preferências pessoais de produtos ou ter auxílio para que a personalização ocorra da melhor forma possível. Qualidade de desempenho e conformidade: trata-se do nível onde as características básicas do produto operam. A qua- lidade é um fator cada vez mais relevante para a diferenciação, em um tempo que as empresas adotam um modelo de valor e ofertam ao mercado maior qualidade e menor preço, por meio da eficiência produtiva e inovações tecnológicas. O produtor deve projetar um nível de qualidade que seja adequado para o mercado-alvo e a concorrência-alvo. Ao mesmo tempo em que o mercado exige maior qualidade, a conformidade as especi- ficações prometidas também passam a ser uma exigência do mercado. Um produto com baixa qualidade de conformidade às especificações prometidas ao mercado, certamente desapontará os compradores. Durabilidade: é o indicador da vida operacional de um produto sob as condições naturais ou excepcionais de uso. É um atributo de extremo valor para bens duráveis, como geladeiras, veículos, etc. No entanto, esta durabilidade não deve gerar um preço adicional no produto e também não estar vulnerável a rápida obsolescência, como foi visto no capítulo sobre o ciclo de vida do produto. Confiabilidade: o nível de confiabilidade geralmente gera valor superior, pois é um indicador de probabilidade de um produto não quebrar ou apresentar defeitos durante o período. Facilidade de reparo: é o indicador da facilidade de con- sertar o produto, caso funcione mal ou deixe de funcionar. O 57MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS ideal é que os próprios usuários pudessem consertar os produtos com rapidez, a um custo baixo. Para promover a facilidade de reparo, muitas empresas oferecem assistência remota nos produtos, como por meio do telefone ou internet. Estilo: o aspecto visual do produto e a sensação que ele transmite ao comprador. O estilo cria uma diferenciação de difícil imitação. Vale lembrar que um estilo marcante não demonstra um desempenho superior. Design: com o crescimento da concorrência, o design auxilia a empresa a posicionar e diferenciar seus produtos no mercado. O design visa desenhar o projeto de produto, considerando as características em relação ao mercado consumidor. Um design adequado leva em consideração o produto, mercado, o consumidor, os objetivos de marketing, enfim, todo o processo, desde a geração de ideais, planejamento e construção, que engloba ao produto final, os atributos fundamentais para a viabilidade mercadológica. Assim, o design é o conjunto de características que dizem respeito a aparência, sensa- ção e ao funcionamento do produto, diante da perspectiva do consumidor. O design oferece benefícios funcionais e estéticos, apelando tanto para o lado racional, quanto para o emocional. Para o cliente, um produto com design eficaz é aquele com visual agradável, fácil de abrir, instalar, utilizar, consertar e descartar (CHITTURI; RA- 58MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS GHUNATHAN; MAHAJAN, 2008). O designer do produto deve levar em conta todos estes fatores ao projetar um novo produto (ORTH, MALKEWITZ, 2007). Forma, cor, tamanho e demais características físicas con- tribuem para que a empresa possa atrair clientes pela ima- gem do produto e a rentabilizar a embalagem durante todo o processo de produção e logística, ou seja, auxiliar a atividade de transporte da indústria até o consumidor final, reduzindo perdas e prejuízos. Design também está fundamentado em funcionalidades e estilo, podendo ser gráfico (quando projeta marcas, papelaria da empresa e visual da embalagem) ou do produto em si (quando desenvolve-se o projeto do produto). Classificação de Produtos Os produtos podem ser classificados conforme as caracte- rísticas de durabilidade, tangibilidade e utilização (consumo – voltado ao mercado consumidor ou industriais – voltado as empresas). Aqui destaca-se que cada produto necessita de uma estratégia especifica dentro dos programas de marketing. Produtos duráveis: que resistem por muito tempo a inúme- ras utilizações, por exemplo, um eletrodoméstico. Estes bens tradicionalmente operam com margens de lucro mais altas e necessitam de maiores garantias dos fabricantes. Produtos não duráveis: que tem uma durabilidade limita- da, que corresponde a alguns poucos usos, como a maioria dos alimentos e produtos de higiene e limpeza. Estes produtos são consumidos rapidamente e comprados com frequência. Serviços: que não tem sequer durabilidade, pois extin- guem-se no momento em que são executados, por exemplo, um corte de cabelo. Serviços não intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Geralmente exigem maior controle de qualidade, credibilidade do prestador e adaptação de acordo com o consumidor que receberá o serviço. 59MARKETING DE PRODUTOS E SERVIÇOS Bens de Consumo Ao
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