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Unidade II
FUNDAMENTOS DE FILOSOFIA
E EDUCAÇÃOE EDUCAÇÃO
Prof. Dr. Vladimir Fernandes
Conteúdos da segunda aula
U id d II d ã lt i d dUnidade II: educação, cultura e sociedade.
 Educação e sociedade: as teorias da 
educação. 
 Pressupostos epistemológicos da 
educação.
 Empirismo e a pedagogia diretiva.
 Apriorismo e a pedagogia não diretiva.
 Construtivismo e a pedagogia relacional.
 Cultura e educação.
 Kant - educação para autonomia: a saída 
da menoridade.
 Hannah Arendt: crise na 
educação; autoridade e 
educação.
Educação, política e sociedade:
as teorias da educação 
Qual o objetivo da educação em relação 
à sociedade?
Salvar?
Conservar?
Transformar?Transformar?
Dermeval Saviani - Escola e democracia 
Como a educação lida com o problema da 
marginalidade escolar e social?
As teorias não críticas da educação 
ou a tendência redentora
1º grupo: teorias não críticas
Concepção de sociedade:
Conjunto orgânico e harmonioso. 
A marginalidade é um acidente.
Relação escola/sociedade:
É autônoma em relação a sociedade.
Promove a coesão social e a correção dos 
desvios sociais.
As teorias não críticas da educação 
ou a tendência redentora
A educação é redentora da sociedade 
(Luckesi).
Escola tradicional, escola nova, escola 
tecnicista.
Concepção otimista ingênua.Concepção otimista ingênua.
Escola => Sociedade.
As teorias crítico-reprodutivistas
da educação ou a tendência 
reprodutivista 
2º grupo: crítico-reprodutivistas
Concepção de sociedade:
 Dividida em classes com interesses 
divergentes.
 A marginalidade é inerente a estrutura da A marginalidade é inerente a estrutura da 
sociedade.
Relação escola / sociedade: 
 É dependente da estrutura social.
 É reprodutora da ideologia e da p g
desigualdade social.
As teorias crítico-reprodutivistas
da educação ou a tendência 
reprodutivista 
A escola é um dos aparelhos ideológicos 
do Estado e reprodutora da ideologia 
(Athusser)
A escola realiza uma “violência simbólica” 
e beneficia os alunos que possuem maior 
“capital cultural”. (Bourdieu e Passeron)
As teorias crítico-reprodutivistas
da educação ou a tendência 
reprodutivista 
A educação é reprodutora da sociedade. 
(Luckesi)
Concepção crítico-reprodutivista.
Escola <= Sociedade
A teoria crítica ou a
tendência transformadora 
Outra possibilidade: Teoria crítica.
Concepção de sociedade:
 Dividida em classes com interesses 
divergentes.
 A marginalidade é produto da estrutura A marginalidade é produto da estrutura 
da sociedade.
Relação escola / sociedade: 
 A escola sofre influências histórico-
sociais.
 Pode atuar para reproduzir, mas também 
para transformar a sociedade.
A teoria crítica ou a 
tendência transformadora 
A teoria crítica:
 Recusa o otimismo ingênuo (tendência 
redentora).
 Não se limita ao pessimismo 
imobilizador (tendência crítico-imobilizador (tendência crítico
reprodutivista).
 A consciência das influências possibilita 
buscar caminhos para transformação 
social.
 A escola é mediadora de um projeto A escola é mediadora de um projeto 
social.
A teoria crítica ou a 
tendência transformadora
A educação é transformadora da sociedade 
(Luckesi)
Concepção crítica
Escola  Sociedade
Interatividade
Identifique qual é a tendência pedagógica 
da seguinte afirmação:
“A escola está condenada a reproduzir a 
ideologia e a desigualdade social e, dessa 
forma, manter as condições sociais 
vigentes”.
a) A tendência redentora.
b) A tendência reprodutora.
c) A tendência transformadora.
d) A tendência redentora e a 
tendência reprodutora.
e) A tendência reprodutora e a
tendência transformadora.
Pressupostos epistemológicos
da educação 
 Toda teoria pedagógica pressupõe uma 
teoria epistemológica? 
 Epistemologia – do grego epistéme = 
ciência = conhecimento.
 Teoria do conhecimento científico ouTeoria do conhecimento científico ou 
Teoria do conhecimento.
 Estuda: O que é? Como se processa o 
conhecimento?
 Conhecimento: 
 Como produto = já produzido. 
 Como processo = ato de conhecer.
Empirismo e a pedagogia diretiva 
 Empirismo do grego 
empeiría = experiência.
 Representante: John Locke.
 A alma é concebida como uma lousa 
sem inscrições.sem inscrições.
 O conhecimento começa após a 
experiência sensível.
 O sujeito é passivo na produção do 
conhecimento.
 Sujeito <= Objeto.
 Analogia: formiga.
John Locke (1632-1704)
“A alma é como uma tábula rasa”
Disponível em www.consciencia.org
Pedagogia diretiva 
(escola tradicional)
 O professor é o agente do conhecimento.
 É detentor e transmissor do 
conhecimento.
 O aluno é considerado como se fosse 
uma folha em branco.uma folha em branco.
 Não só quando chega à escola, mas ao 
início de cada conteúdo.
 O aluno é passivo na aquisição do 
conhecimento. 
 Aluno <= Professor.
 Analogia: balde vazio.
Apriorismo e a pedagogia
não-diretiva 
 A priori = anterior a experiência sensível. 
Inato = o que nasce com a pessoa.
 Valorização do sujeito no processo do 
conhecimento.
 Representante René Descartes.Representante René Descartes.
 Defende a existência de ideias inatas e 
verdadeiras.
 O sujeito é ativo na produção do 
conhecimento. 
 Sujeito => Objeto.
 Analogia: aranha.
René Descartes (1596 - 1650) 
“Penso, logo existo”
Disponível em www. pt.wikipedia.or
Pedagogia não diretiva 
 A educação desperta o que cada 
um tem de inato.
 O professor deve possibilitar que 
venham a tona os dons inatos.
 O aluno é o centro do processo deO aluno é o centro do processo de 
conhecimento.
 O professor é um facilitador da 
aprendizagem.
 Aluno => Professor.
 Analogia: semente.
Pedagogia não-diretiva 
(Escola Nova)
Críticas:
 A crítica ao autoritarismo levou a uma 
ausência de disciplina.
 A ênfase no processo (fazer) levou ao 
aligeiramento dos conteúdos.aligeiramento dos conteúdos.
 Justificação do sucesso ou do fracasso 
escolar como algo biológico inato.
Construtivismo e a
pedagogia relacional 
 Epistemologia construtivista;
 Representante Jean Piaget;
 O conhecimento não está no sujeito nem 
no objeto; 
 Resulta da interação entre ambos; Resulta da interação entre ambos;
 O ato de conhecer é um processo 
contínuo e dinâmico;
 Sujeito  Objeto;
 Analogia: abelha.g
Jean Piaget (1896-1980).
Um “antigo futuro filósofo”
Disponível em www.consciencia.org
Pedagogia relacional 
(construtivismo)
 O aluno não é concebido como tábula
rasa, mas dotado de conhecimentos 
prévios; 
 O professor não é detentor exclusivo do 
conhecimento; 
 Valoriza-se a experiência de vida do 
aluno e sua capacidade de conhecer;
 Valoriza-se o professor, sua autoridade, 
o conhecimento produzido;
 Aluno  Professor Aluno  Professor.
Interatividade
Nessa teoria pedagógica o professor é o 
centro do processo de conhecimento. Ele é 
o portador do conhecimento que deve ser 
transmitido aos alunos. O aluno é 
concebido como uma lousa em branco, 
como uma tabula rasa ou mesmo um baldecomo uma tabula rasa ou mesmo um balde 
vazio, que deverá ser preenchido com os 
conhecimentos transmitidos pelo 
professor. Trata-se da:
a) Pedagogia diretiva;
b) Pedagogia não diretiva;
c) Pedagogia relacional;
d) Pedagogia hipotética;
e) Antipedagogia.
Cultura e educação 
 Todo ser humano possui cultura?
 O que é cultura?
 Toda produção que o ser humano 
realiza ao construir a sua existência;
 Seja produção material ou Seja produção material ou 
produção imaterial;
 Dessa forma, todo ser humano 
possui cultura;
 É do interesse do grupo que a cultura 
seja preservada e transmitida;
 Tal tarefa é realizadapela educação.
Cultura e educação
“O existir humano não é natural, mas 
cultural”;
Atividade animal x ação humana;
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher” 
(Simone de Beauvoir).(Simone de Beauvoir).
Diversos tipos de cultura
 A cultura erudita. Acadêmica, centrada 
no sistema educacional; 
 Exige rigor na sua produção e fica 
restrita a poucos;
 Ciência, filosofia, literatura, artes;Ciência, filosofia, literatura, artes;
 A cultura popular. Anônima e 
identificada com o folclore;
 Lendas, provérbios, contos, 
festas populares.
Diversos tipos de cultura
 A cultura de massa. Decorre dos meios 
de comunicação de massa. Televisão, 
rádio, cinema, revistas;
 É produzida por equipes de profissionais 
e veiculada pela mídia;
 A cultura popular individualizada. 
Produzida por escritores, artistas 
plásticos, dramaturgos, intelectuais. 
Música do Caetano Veloso, Tom Zé,
Zeca Baleiro.
Diversos tipos de cultura
 Na nossa sociedade, os bens culturais 
são acessíveis a todos?
 Muitas pessoas não participam do 
saber da elite;
 Freqüentar uma escola ou universidade,Freqüentar uma escola ou universidade, 
teatros, cinemas, adquirir livros etc, 
custa dinheiro;
 É necessário democratizar o acesso 
a produção cultural.
Pluralidade cultural e educação
 A educação formal se faz de modo 
sistemático, intencional;
 Surge da necessidade de organizar a 
preservação e a transmissão dos 
conhecimentos e valores;
 Relação dialética: conservação x 
transformação;
 A etimologia latina da palavra educação 
remete a uma relação dialética;
 Derivado do latim educatio remete a dois Derivado do latim educatio remete a dois 
termos: educare e educere.
Pluralidade cultural e educação
 Educare: alimentar, criar – transmissão 
dos conhecimentos e valores;
 É uma ação externa que visa a 
preservação dos elementos da cultura;
 Educere: fazer sair, conduzir para fora –Educere: fazer sair, conduzir para fora 
instauração do novo;
 Visa estimular o interno para que cada 
um desenvolva sua singularidade;
“Torna-te o que és” (Píndaro).
Pluralidade cultural e educação
 Existem culturas superiores e inferiores?
 Diferentes povos criam distintas 
produções culturais;
 A diversidade do produzir cultural atesta 
a igualdade na capacidade humana dea igualdade na capacidade humana de 
produção;
“Cada qual considera bárbaro o que não se 
pratica em sua terra” (Montaigne).
Pluralidade cultural e educação
 Evitar o etnocentrismo que pode levar a 
xenofobia;
 Declaração Universal dos Direitos 
Humanos (DUDH) – 1948;
“Artigo I – Todos seres humanos nascemArtigo I – Todos seres humanos nascem 
livres e iguais em dignidade e direitos.”;
“Artigo 27 – Todo homem tem o direito de 
participar livremente da vida cultural da 
comunidade, de fruir as artes e de 
participar do progresso científico e dosparticipar do progresso científico e dos 
benefícios que dele resultem”;
 Mais importante que ter cultura
e ser capaz de produzir cultura.
Interatividade
A partir dos conteúdos estudados sobre 
cultura pode-se afirmar que:
a) A cultura grega é superior à cultura 
nhambiquara;
b) A cultura nhambiquara se encontra emb) A cultura nhambiquara se encontra em 
um estágio inferior em relação à 
cultura grega;
c) A cultura nhambiquara é semelhante 
à cultura grega;
d) A cultura é um elemento que diferenciad) A cultura é um elemento que diferencia 
um povo de outro;
e) Nem todos povos produzem cultura.
Immanuel Kant (1724-1804).
Filósofo alemão do século XVIII
 O século XVIII é conhecido como o século 
do Iluminismo ou do Esclarecimento.
 Kant é um representante do Iluminismo.
 Período de valorização da razão e do Período de valorização da razão e do 
conhecimento científico.
 Crença no poder da razão em produzir 
um mundo mais esclarecido, um 
mundo melhor.
 Vamos analisar parte do texto: Resposta à 
pergunta: Que é “Esclarecimento”?
Immanuel Kant (1724-1804).
Disponível em www.consciencia.org
Kant: Resposta à pergunta: Que é 
“Esclarecimento”?
“E l i t [A fklä ] é íd d“Esclarecimento [Aufklärung] é a saída do 
homem da sua menoridade, da qual ele 
próprio é culpado. A menoridade é a 
incapacidade de se servir do entendimento 
sem a direção de outro indivíduo. O homem 
é o próprio culpado dessa menoridade se aé o próprio culpado dessa menoridade se a 
sua causa não reside na falta de 
entendimento, mas na falta de decisão e de 
coragem em se servir de si mesmo sem a 
direção de outrem. Sapere aude! Tem a 
coragem de fazer uso de teu próprio g
entendimento, tal é o lema do 
esclarecimento [Aufklärung].”
(KANT, 2005, p. 64)
Kant - educação para autonomia:
a saída da menoridade
 Esclarecimento é a saída do homem de 
sua menoridade
 Menoridade é a condição de 
dependência
 Lema do esclarecimento: Ousa saber!Lema do esclarecimento: Ousa saber!
“Tem a coragem de fazer uso de teu próprio 
entendimento”
Kant - educação para autonomia:
a saída da menoridade
 O próprio homem é culpado por sua 
condição de dependência 
 Causas: a preguiça e a covardia 
“É tão cômodo ser menor”. 
 Os tutores incentivam a dependência: “É Os tutores incentivam a dependência: “É 
perigoso caminhar por conta própria”
 Para Kant esse perigo não é tão grande
 Analogia com a Alegoria da caverna
Kant - educação para autonomia:
a saída da menoridade
 Problema: a menoridade tornou-se 
quase uma natureza
 Criou-se amor por ela
 Condição para que um povo se 
esclareça: a liberdadeesclareça: a liberdade
 Poder fazer uso público de sua razão 
em todas as questões
 Propiciar essa condição
 Impedir o esclarecimento é ferir um 
direito da humanidade
Kant - educação para autonomia:
a saída da menoridade
 Liberdade pressupõe pensar, escolher, 
decidir etc. 
 Para muitos torna-se um problema e não 
um privilégio
 O filósofo Ernst Cassirer afirma queO filósofo Ernst Cassirer afirma que 
renunciar a liberdade é pior que aceitar 
o feitiço de Circe
Feiticeira Circe
Disponível em www.google.com
Hannah Arendt (1906-1975)
 Filósofa judia nascida na Alemanha
 Estudou filosofia com Martin Heidegger
 Com a ascensão do nazismo foi obrigada 
a deixar a Alemanha
 Vai para Paris em 1933 e depois vai Vai para Paris, em 1933, e depois vai 
para os EUA, em 1940.
 Naturalizou-se norte-americana em 1951.
 Algumas obras:
 Origens do totalitarismog
 Eichmann em Jerusalém: um relato 
sobre a banalidade do mal 
 A condição humana
 Entre o passado e o futuro
Hannah Arendt (1906-1975)
Disponível em www.consciencia.org
Hannah Arendt. Texto:
a crise na educação
 Texto escrito na década de 50
 Não permanece restrito a sua época
 Mote: ineficiência do sistema 
educacional dos EUA
 Questiona alguns fundamentos que Questiona alguns fundamentos que 
observa na educação dos EUA:
 Adultos abriram mão da autoridade
 Criou-se um mundo autônomo de 
crianças que se autogovernam
 A crise oferece oportunidade de reflexão
Hannah Arendt. Texto: 
a crise na educação
 Qual o papel da educação em relação à 
civilização?
 Problema que a educação enfrenta: 
crianças nascem
 São novas em um mundo já velhoj
 A escola não é o mundo
 É o espaço intermediário entre o lar e o 
mundo
 Educadores: são os representantes do 
mundomundo. 
 Fazem a ligação entre o passado e o 
presente
 Devem estar aptos para preparar 
as crianças para o mundo
Hannah Arendt. Autoridade
e educação
 Educadores devem possuir qualificação 
e autoridade
 Qualificação: conhecimento profundo em 
relação ao conteúdo ministrado
 Um professor não deve ministrar umaUm professor não deve ministrar uma 
disciplina que nãotenha formação
 Autoridade: diferente de autoritarismo
 Autoridade: assumir a responsabilidade 
enquanto representante do mundo
 A qualificação não gera por si só a 
autoridade
 Autoridade implica em assumir a 
responsabilidade pela educação
Hannah Arendt. Autoridade
e educação
 O professor é responsável em relação ao 
processo educacional
 Educadores e adultos devem assumir a 
responsabilidade pela preparação das 
novas gerações para que possam 
renovar o mundo. 
“Tudo o que vive, e não apenas a vida 
vegetativa, emerge das trevas, e, por mais 
forte que seja sua tendência natural a 
orientar-se para a luz, mesmo assim precisa 
da segurança da escuridão para poder 
crescer” (ARENDT, 2003).
Interatividade 
Segundo as concepções de Hannah Arendt
sobre a educação:
a) O educador deve ser autoritário;
b) O educador deve abrir mão da 
autoridade;autoridade;
c) O educador deve transferir sua 
autoridade para os alunos;
d) O educador deve ter autoridade;
e) Apenas os pais podem ter autoridade.
ATÉ A PRÓXIMA!

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