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Nivelamento em anatomia

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NIVELAMENTO 
ANATOMIA
PROFESSOR
Dr. Felipe Natali Almeida
NIVELAMENTO ANATOMIA 
2 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, 
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos 
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento 
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência 
de Produção de Contéudo Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila 
de Almeida Toledo, Supervisão de projetos especiais Daniel F. Hey, Coordenador(a) de Contéudo 
Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia, José 
Jhonny Coelho, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão Textual Meyre Barbosa da Silva, Ilustração 
Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
ALMEIDA, Felipe Natali.
 Nivelamento Anatomia. Felipe Natali Almeida.
 Maringá - PR.:UniCesumar, 2017.
 106 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Anatomia. 2. Nivelamento EaD. I. Título.
CDD - 22ª Ed. 611 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande 
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, 
informação, conhecimento de qualidade, novas 
habilidades para liderança e solução de problemas 
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência 
no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: 
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará 
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume 
o compromisso de democratizar o conhecimento por 
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar 
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com 
as demandas institucionais e sociais; a realização 
de uma prática acadêmica que contribua para o 
desenvolvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento acadêmico 
com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja 
ser reconhecida como uma instituição universitária 
de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de 
competências institucionais para o desenvolvimento 
de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos 
presencial e a distância; bem-estar e satisfação da 
comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica 
e administrativa; compromisso social de inclusão; 
processos de cooperação e parceria com o mundo 
do trabalho, como também pelo compromisso 
e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA 
– Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
6 
autor
Professor Doutor
Felipe Natali Almeida
Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2006), mes-
trado em Ciências Biológicas pela mesma instituição, no ano de 2008 e doutorado 
em Fisiologia Humana pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de 
São Paulo (2012). Professor de Fisiologia Humana e do Exercício, Bioquímica e 
Anatomia Humana, atuando em cursos de graduação e pós-graduação nas diversas 
áreas da saúde e biológicas. 
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisase 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir: <http://busca-
textual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4504393Z8>.
apresentação
NIVELAMENTO ANATOMIA
Prezado(a) aluno(a), a disciplina de anatomia humana é de fundamental im-
portância para a formação do futuro profissional de Educação Física. Conforme 
identificarão ao longo do curso, o movimento humano, em sua totalidade, faz 
parte de seu aprendizado e inclui o estudo das estruturas anatômicas que reali-
zam esta atividade e todas as demais que dão suporte para que ele possa ocorrer. 
Sabendo da importância deste conteúdo mas também reconhecendo o quão 
difícil é este assunto, elaboramos este material de Nivelamento em Anatomia que 
permitirá a você, que se preocupa em melhorar a sua formação, encontrar uma 
base que sustente seus estudos futuros na unidade de Anatomia Humana aplica-
da à Educação Física e demais disciplinas. 
Desta forma, você está diante de uma material que buscou agrupar conhe-
cimentos iniciais em Anatomia em sua Unidade I, fazendo referência à ideia de 
normalidade e variação anatômica, posição anatômica, nomenclatura anatômica 
e as divisões gerais do corpo humano. Somado a isto, realizamos uma discussão 
sobre os elementos do sistema tegumentar (pele e anexos) assim como os três 
sistemas diretamente envolvidos no movimento humano, o sistema esquelético, 
o sistema muscular e o sistema articular.
Dando continuidade, nos próximos estudos, você, inicialmente, será levado 
a conhecer os elementos formadores do sistema cardiovascular, analisará a sua 
bomba propulsora, ou seja, o coração, que tem por função produzir a força que 
impulsionará o sangue através de todas as estruturas do organismo, o sistema de 
tubulação, ou seja, os vasos sanguíneos, por onde o sangue (elemento chave que 
levará oxigênio e nutrientes aos tecidos) circula, e os elementos formadores do 
próprio sangue. 
Em seguida, passaremos a estudar os elementos formadores do sistema res-
piratório, que permite ao organismo direcionar o oxigênio da atmosfera para o 
interior do corpo, assim como eliminar o gás carbônico. Encerrando esta uni-
dade, trabalharemos com os constituintes do sistema urogenital, envolvido na 
purificação do organismo (auxiliando na regulação dos níveis de sais minerais, 
remoção de impurezas, controle do volume de líquido no corpo, entre outros) e 
na reprodução humana.
Por fim, estudaremos, num primeiro momento, dois sistemas fundamentais 
para comandar e controlar o organismo humano, o sistema nervoso e o endó-
crino. No sistema nervoso trabalharemos com seus elementos denominados de 
Sistema Nervoso Central (envolto pelo crânio e medula espinal) e periférico (res-
ponsáveis por levar informações até o sistema nervoso central e/ou enviar co-
mandos para estruturas corporais que estão fora do sistema nervoso central). Já 
o estudo do sistema endócrino envolverá a discussão sobre suas principais glân-
dulas, ou seja, os principais tecidos produtores de hormônios no corpo humano. 
Encerrando, trataremos do sistema digestório, de fundamental importância para 
a obtenção de energia proveniente dos alimentos.
Sendo assim, abordaremos elementos-chave a respeito de todos os principais 
sistemas do organismo humano e esperamos que você, aluno(a), possa aproveitar 
ao máximo este conteúdo e se dedicar aos seus estudos a fim de que possamos 
formar um profissional apto para atuar nos diversos seguimentos que a Educação 
Física engloba.
Bons estudos!
sumário
UNIDADE I
PROTEÇÃO, SUPORTE
E MOVIMENTO
14 Introdução ao estudo da Anatomia
20 Proteção, suporte e movimento
UNIDADE II
SISTEMA CARDIOVASCULAR, 
RESPIRATÓRIO E UROGENITAL
42 Sistema Cardiovascular
50 Sistema Respiratório
56 Sistema Urogenital
UNIDADE III
SISTEMA NERVOSO, ENDÓCRINO 
E DIGESTÓRIO
76 Sistema Nervoso
86 Sistema Endócrino 
92 Sistema Digestório
Professor Dr. Felipe Natali Almeida
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Introdução ao estudo da Anatomia.
• Proteção, suporte e movimentação.
Objetivos de Aprendizagem
• Introduzir conceitos básicos em Anatomia.
• Abordar elementos envolvidos na proteção, suporte e 
movimento humano.
PROTEÇÃO, SUPORTE E MOVIMENTO
I
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, alunos(as), estamos iniciando o estudo do Nivelamen-to em Anatomia Humana, em que nos depararemos com vários sistemas corporais. Particularmente, neste estudo, selecionei dois assuntos de grande importância para traba-
lharmos. Procuraremos ter como foco os conceitos básicos em anato-
mia, incluindo, aqui, as diferenças entre variações anatômicas, anoma-
lias e monstruosidade, conceitos sobre nomenclatura anatômica (que é 
padronizado para evitar que cada pessoa e/ou país tenha nomenclatura 
própria para determinadas regiões do organismo (assim, no Brasil ou em 
qualquer outra região do globo terrestre, estômago é estômago), posição 
anatômica (posição que imaginamos ser como a peça anatômica se en-
contra) e a divisão do corpo humano em variadas regiões/partes.
Logo em seguida, entraremos no tópico proteção, suporte e movi-
mento e nos depararemos primeiro com o estudo da pele. Conforme 
veremos, a pele é formada por duas camadas denominadas epiderme 
e derme (logo abaixo dela encontra-se a hipoderme, onde fica o tecido 
gorduroso, porém não faz parte da constituição da pele), cada qual com 
características próprias que darão à pele a resistência e a elasticidade ne-
cessárias para que realize suas funções, incluindo, aqui, servir como uma 
barreira contra a entrada de patógenos.
Após o estudo da pele, veremos o conceito de sustentação e movi-
mento, sendo necessário o estudo de outros três sistemas corporais: o 
esquelético, o articular e o muscular. O sistema esquelético é o responsá-
vel principal pela manutenção da sustentação corporal, e recebe a força 
produzida pelos músculos que chegaram até ele por meio dos tendões e 
ligamentos (sistema articular) e responde com movimento. Logo, per-
ceberemos que para o movimento ocorrer, necessitamos da integridade 
destas três estruturas. 
Assim, espero que aproveitem a jornada em nossos estudos. 
Um abraço.
NIVELAMENTO ANATOMIA 
14 
O termo anatomia deriva de duas palavras gregas: 
ana (em partes) e temmein (cortar), demonstran-
do a característica geral desta disciplina que é o 
estudo das partes que compõem o organismo hu-
mano. Importante salientar que, na Anatomia, es-
tudamos o corpo humano considerado normal já 
que a patologia (doença) apresentada pelas estru-
turas corporais é estudada por outras disciplinas 
(BARBOSA, 2017).
Introdução ao estudo da 
Anatomia
Importante salientar que o normal em anatomia 
provém de dois conceitos básicos: o Estatístico, signifi-
cando que o normal é o que a maioria apresenta (como 
a maioria das pessoas tem cinco dedos nas mãos) e o 
Idealístico, que considera normal aquilo que facilita a 
realização de determinada função em uma estrutura 
anatômica (como ter cinco dedos nas mãos, que facili-
ta a realização do movimento de pinça dos dedos para 
pegar alguma coisa) (WATANABE, 2000).
 15
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Porém, apesar da ideia: a maioria das pessoas apre-
senta, é claro que existem diferenças morfológicas 
entre elas (por exemplo, a mão de todos os indiví-
duos não são todas do mesmo tamanho, e seus de-
dos também não), mas quando tais diferenças não 
prejudicam a realização da função da estrutura ana-
tômica (ou seja, mesmo tendo uma mão grande ou 
uma mão pequena eles conseguem carregar, escre-
ver, entre outras funções realizadas pela mão), nós 
denominamos estas diferenças de Variações Ana-
tômicas. Agora, se estas diferenças atrapalharem o 
desenvolvimento da função da estrutura (como um 
indivíduo que nasceu com 3 dedos em cada mão e 
que não consegue segurar uma bola com a mesma 
força que um indivíduo que nasceu com os 5 dedos), 
chamamos esta variação de Anomalia. E por mais 
que atrapalhem, ainda permitem que o indivíduo 
permaneça vivo. Porém, caso esta variação sejain-
compatível com a vida, ou seja, impede aqueles que a 
apresentam de permanecer vivo, denominamos esta 
variação de Monstruosidade (WATANABE, 2000).
NOMENCLATURA ANATÔMICA
Cientistas e profissionais da área da saúde usam 
uma linguagem própria ao se referirem às estrutu-
ras do corpo humano e à forma como a dissecção 
é feita. Se você notar, independentemente da lite-
ratura adotada e da língua, a nomenclatura para 
as estruturas corporais serão as mesmas, impe-
dindo que estruturas do corpo humano recebam 
denominações diferentes de acordo com o centro 
de estudo específico. Por isso, estar atualizado em 
relação à nomenclatura utilizada é fundamental. 
Na anatomia, essa nomenclatura engloba termos 
gerais e especiais originados da língua grega, lati-
na e outras. (DI DIO, 2002).
Considerada um documento oficial que deve 
ser obedecido por professores e alunos da disciplina 
de Anatomia Humana, a terminologia anatômica é 
constituída por cerca de 6000 termos, esporadica-
mente revisados e atualizados, os quais são tradu-
zidos pelas sociedades de anatomia de cada país. 
No Brasil, a terminologia é traduzida pela Comis-
são de Terminologia Anatômica da Sociedade Bra-
sileira de Anatomia (Barbosa, 2017). Logo, apesar 
de inúmeras partes que compõem o corpo humano 
apresentarem terminologia popular (como bucha-
da, banha, batata da perna, bucho, entre outros), a 
partir do momento que adentramos no universo da 
ciência (e isso inclui todos vocês que estão cursan-
do o Ensino Superior), obrigatoriamente, devemos 
passar a adotar a nomenclatura correta, pois isto é 
um dos quesitos que nos diferenciam do público 
leigo em geral. Desta forma, especialmente nesta 
etapa de nivelamento e na disciplina de Anatomia, 
atente-se para a nomenclatura científica correta das 
estruturas corporais.
NIVELAMENTO ANATOMIA 
16 
POSIÇÃO ANATÔMICA
Antes de iniciarmos o estudo das denominações de 
partes específicas do organismo humano devemos 
aprender o conceito de posição anatômica que é a 
posição pela qual nos baseamos para determinar 
nomenclatura e posicionamento corporal e, assim, 
facilitar a identificação do momento em que a visão 
de uma estrutura é posterior ou anterior, mais late-
A partir da posição anatômica, as várias regiões do corpo são denominadas 
como: cabeça, pescoço, tronco, membros superiores e membros inferiores con-
forme Figura 1:
Membro Inferior
Cabeça
Pescoço
Tronco
Membro Superior
Figura 1: Posição anatômica
ral ou mais medial, e assim sucessivamente. Logo, 
temos como a posição anatômica a visão de um ca-
dáver ereto, com a cabeça em nível horizontal, olhos 
voltados para frente, pés plantados no chão e dire-
cionados para frente, membros superiores ao lado 
do corpo com as palmas das mãos voltadas para 
frente (MOORE et al., 2014).
 17
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
A cabeça é dividida em crânio facial (região anterior, menor, responsável por 
abrigar os órgãos dos sentidos e possibilitar fonação e a mastigação) e crânio 
neural (posterior, maior, diretamente relacionados à proteção do sistema nervoso 
localizado em seu interior), conforme Figura 2: 
Figura 2 - Subdivisão do crânio: crânio facial (à esquerda) e crânio neural (à direita)
O pescoço também é dividido em pescoço anterior e posterior, também chamado 
de nuca, como apresentado na Figura 3:
Figura 3 - Subdivisão do pescoço: pescoço anterior (à esquerda) e pescoço posterior-nuca (à direita)
NIVELAMENTO ANATOMIA 
18 
O tronco também se subdivide em tórax (limi-
tado, superiormente, pela clavícula e, inferiormente, 
pelo diafragma), abdome (limitado, superiormente, 
pelo diafragma e, inferiormente, pela abertura supe-
rior da pelve) e pelve (localizada entre os ossos do 
quadril), conforme apresentado na Figura 4:
Já os membros superiores e inferiores apresen-
tam uma parte fixa (denominada de cíngulo do 
membro superior e cíngulo do membro inferior, 
respectivamente) e uma parte livre. O cíngulo do 
membro superior é a cintura escapular, e a parte li-
vre engloba o braço, antebraço e mão (com sua parte 
da frente conhecida como palma da mão e sua parte 
posterior como dorso da mão), como apresentado 
na Figura 5: 
Torax
Abdome
Pelve
Figura 4 - Tronco: tórax (superior), abdome (meio) e pelve (inferior) Figura 5 - Representação do membro superior (cíngulo e porção livre)
Cingulo do membro
Livre
 19
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Cingulo do
membro
Livre
O cíngulo do membro inferior é a cintura pél-
vica, e sua parte livre inclui coxa, perna e pé (sendo 
sua parte superior denominada dorso e sua parte in-
ferior planta). Veja na Figura 6:
As articulações são as responsáveis por conectar 
as variadas partes corporais, e temos como exemplo 
as articulações do tornozelo, do ombro, do quadril, 
do pé, entre outras. Veja na Figura 7:
Figura 6 - Representação do membro inferior (cíngulo e porção livre) Figura 7 - Exemplos de articulações no corpo humano
NIVELAMENTO ANATOMIA 
20 
Neste primeiro momento, iniciaremos nossos es-
tudos com os tecidos envolvidos em nossa barreira 
primária de proteção, a pele (ou tegumento), segui-
do de estruturas de fundamental importância para a 
manutenção da nossa postura bípede e para realiza-
ção do ato de se locomover, que englobam os ossos, 
os músculos e as articulações.
REVESTIMENTO CORPORAL: TEGUMENTO
O ser humano apresenta um revestimento corpo-
ral que tem por função chave proteger o organis-
mo contra a entrada de corpos estranhos: o tegu-
mento (pele). 
A pele dos vertebrados é formada por duas por-
ções diferentes que estão firmemente unidas entre si. 
Proteção, suporte e 
movimento
O tecido mais externo, epitelial, é a epiderme. O mais 
interno, conjuntivo, é a derme, conforme Figura 8:
Epiderme
Derme
Tecido 
Subcutâneo
Figura 8 - Pele: estrutura formada pela epiderme 
(camada mais superficial) e a derme (camada mais profunda)
 21
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
A epiderme é formada por várias camadas, como 
mostra a Figura 9, de células agrupadas umas sobre 
as outras. A camada epidérmica mais interna é a ca-
mada basal, formada por células que se multiplicam 
continuamente, de modo que as células recém-ge-
radas empurram as mais velhas para cima, em dire-
Figura 9 - Camadas da epiderme
ção à superfície do corpo. Conforme vão envelhe-
cendo, as células epidérmicas tornam-se achatadas 
e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma 
proteína resistente, a queratina, que auxilia na resis-
tência ao atrito a na alta impermeabilidade da água 
apresentada pela pele (AMABIS; MARTHO, 2007).
NIVELAMENTO ANATOMIA 
22 
Já a derme, que se encontra logo abaixo da 
epiderme, é um tecido conjuntivo que contém 
fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações 
nervosas, órgãos sensoriais e glândula, conforme 
apresentado na Figura 10. As principais células da 
derme são os fibroblastos, responsáveis pela pro-
dução de fibras que conferem resistência e elasti-
cidade à pele. Os vasos sanguíneos da derme são 
responsáveis pela nutrição e oxigenação tanto das 
células dérmicas quanto das células epidérmicas. 
Nesta camada, também estão inseridos os vasos 
sanguíneos e as terminações nervosas responsá-
veis pelas variadas percepções corporais (AMA-
BIS; MARTHO, 2007).
Figura 10 - Derme: observar elementos presentes nesta camada da pele
Abaixo da pele há uma camada de tecido conjun-
tivo frouxo – o tecido subcutâneo – rico em fibras 
e em células que armazenam gordura (células adi-
posas). A camada subcutânea, às vezes chamada 
impropriamente de hipoderme, não faz parte da 
pele (podemos observar a localização da hipoder-
me, na Figura 10, abaixo da derme). A gordura ar-
mazenada no tecido subcutâneo constitui reserva 
de energia e atua como isolante térmico (AMA-
BIS; MARTHO, 2007).
 23
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
SISTEMA ESQUELÉTICO
Certos grupos de animais multicelulares desenvolve-
ram, ao longo da evolução, sistemas de sustentação 
para seus tecidos e órgãos. A sustentação do corpo 
humano está a cargo do esqueleto, que também for-
nece, em certos casos, proteçãoaos órgãos internos e 
ponto de apoio para a fixação dos músculos.
Ossos
Com exceção dos condrictes (uma classe de animais 
que não apresentam esqueleto ósseo), o esqueleto 
ósseo está presente em todos os adultos dos demais 
grupos de vertebrados. Ossos são peças rígidas, com 
formatos variados (AMABIS;MARTHO, 2007). 
A criança apresenta um total de 350 ossos, mas o 
indivíduo adulto tem este número reduzido para 
206. Isto ocorre, pois há uma fusão de vários ossos 
do corpo ao longo do processo de envelhecimento 
(BARBOSA, 2017).
Além da sustentação corporal, o esqueleto ós-
seo desempenha outras duas importantes funções: 
reserva de minerais e formação das células do san-
gue (AMABIS; MARTHO, 2007). Os ossos contêm 
reservas de sais minerais, principalmente, de cálcio e 
fósforo. Esses elementos químicos são fundamentais 
ao funcionamento das células e devem estar presen-
tes no sangue. Quando o nível de cálcio diminui no 
sangue, sais de cálcio são mobilizados dos ossos para 
suprir a deficiência.
No interior de muitos ossos há cavidades pre-
enchidas por um tecido macio, a medula óssea ver-
melha, conforme Figura 11, onde são produzidas as 
células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. 
Determinados ossos ainda possuem medula amare-
la, conhecida popularmente por tutano, constituída, 
principalmente, por células adiposas, que acumu-
lam gorduras como material de reserva.
Figura 11 - Medula óssea e sua capacidade de produzir diferentes células do sangue
NIVELAMENTO ANATOMIA 
24 
Divisão do esqueleto
O esqueleto pode ser dividido em duas partes fun-
damentais, porém interligadas: o esqueleto axial e o 
apendicular. O esqueleto axial é formado pelos ossos 
localizados na região central do corpo, como aqueles 
da cabeça (ossos do crânio), pescoço (osso hioideo 
e das vértebras cervicais) e no tronco (demais vér-
tebras da coluna, esterno e costelas). Já o esqueleto 
apendicular é formado pelos ossos localizados nas 
extremidades do corpo, ou seja, nos membros su-
periores e inferiores incluindo aqueles que formam 
os cíngulos (escápula, clavícula e ossos do quadril). 
Veja na Figura 12:
2. Ossos laminares ou planos: são largos e com 
pouca espessura, normalmente com função 
de proteção. Temos como exemplo dessa clas-
se os ossos planos do crânio (parietal, frontal, 
temporal, occipital), segundo Figura 14:
Figura 12 - Esqueleto axial (em azul) e apendicular (em amarelo)
Tipos de ossos quanto à forma
Ao avaliar o comprimento, a largura e a espessura dos 
ossos, podemos agrupá-los em seis tipos principais:
1. Ossos longos: tem predomínio do compri-
mento em relação à largura e à espessura, 
com uma cavidade central que abriga a me-
dula óssea. Além disso, sua parte central é 
chamada de diáfise e suas extremidades são 
as epífises. Temos como exemplo desse grupo 
o fêmur, osso localizado na coxa (figura 13):
Figura 13 - Exemplo de osso longo: fêmur (destacado em vermelho)
Figura 14 - Exemplo de osso laminar: osso temporal (destacado em amarelo) 
 25
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
4. Ossos irregulares: como o próprio nome in-
dica, não apresenta predomínio específico 
de nenhuma dimensão sobre a outra. Temos 
como exemplo as vertebras. Veja na Figura 16:
Figura 17 - Exemplo de osso sesamoide: patela
Figura 18 - Exemplo de osso pneumático: osso maxilar (destacado em verde)
Figura 15 - Exemplo de osso curto: osso cuboide (destacado em azul)
5. Ossos sesamoides: desenvolvem-se em alguns 
tendões e são encontrados onde os tendões 
cruzam as extremidades dos ossos longos. 
Assim, eles protegem os tendões contra des-
gastes. A patela é um exemplo. Acompanhe 
pela Figura 17:
Figura 16. Exemplo de osso irregular: vértebra
3. Ossos curtos: têm os três diâmetros (com-
primento, largura e espessura) semelhantes, 
apresentando uma forma cuboide. É o que 
ocorre com os ossos da mão e do pé, por 
exemplo, como na Figura 15:
6. Ossos pneumáticos: apresentam cavidades 
contendo ar em seu interior. Localizam-se no 
crânio, como o osso etmoide, esfenoide e ma-
xilar. Observe na Figura 18:
NIVELAMENTO ANATOMIA 
26 
Constituição dos ossos
O tecido ósseo, ao contrário do que parece, é vivo, 
dinâmico, desenvolve-se e cresce por meio de um 
metabolismo muito ativo. Para se ter uma ideia, os 
ossos são renováveis, em média, a cada dois anos. 
Isto significa que o fêmur ou o crânio que você tem 
hoje, não são os mesmos que você tinha há dois anos 
nem serão os mesmos que você terá daqui a dois 
anos (BARBOSA, 2017).
A constituição do tecido ósseo envolve três com-
ponentes principais: água, matriz óssea orgânica e 
matriz óssea inorgânica. A água representa, aproxi-
madamente, 25% da estrutura óssea. A matriz or-
gânica também representa mais ou menos 25% da 
estrutura óssea, é constituída por dois elementos de-
nominados de proteoglicanos e colágeno e tem um 
papel na maleabilidade óssea. Já a matriz inorgânica, 
perfazendo os demais 50% restantes, é constituída 
por sais minerais (principalmente fosfato de cálcio e 
carbonato de cálcio) os quais formam a hidroxiapa-
tita, que dá ao osso resistência a compressão (DAN-
GELO; FATTINI, 2011).
O tecido ósseo pode se organizar em dois tipos 
principais de ossos: os compactos/corticais e os es-
ponjosos/trabeculares, conforme apresentado na 
Figura 19. No osso compacto, observamos uma es-
trutura pouco porosa e com alta capacidade de resis-
tência para sustentação de peso. Em contrapartida, 
no osso esponjoso, nota-se “espaços” entre elemen-
tos ósseos que são preenchidos por ar, originando 
uma estrutura altamente porosa e adaptada à absor-
ção de impacto (BARBOSA, 2017).
Arquitetura do esqueleto humano
O esqueleto humano pode ser, simplificadamente, 
dividido em três partes principais: cabeça, tronco e 
membros.
Cabeça
A cabeça humana apresenta a parte posterior arre-
dondada e oca, o crânio, e uma parte anterior acha-
tada, a face. O crânio é uma sólida caixa, formada 
por ossos achatados e curvos, firmemente encaixa-
dos entre si. Seu papel é abrigar e proteger o encéfalo 
(AMABIS; MARTHO, 2007).
Figura 19 - Osso compacto e esponjoso
 27
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Os ossos da face, como os do crânio, também es-
tão firmemente encaixados. O osso do queixo, deno-
minado mandíbula, é o único osso móvel da cabeça e 
se prende à base do crânio por meio de articulações 
que permitem abrir e fechar a boca. Veja Figura 20:
A caixa torácica é comparável a uma gaiola de 
ossos e protege o coração, os pulmões e os princi-
pais vasos sanguíneos. Além disso, a musculatura 
da caixa torácica é responsável, juntamente com o 
diafragma, pelos movimentos respiratórios. A caixa 
torácica é formada pelas costelas, ossos achatados e 
curvos que se unem, dorsalmente, à coluna vertebral 
e, ventralmente, ao osso esterno, no meio do peito. 
A maioria das pessoas possui 12 pares de costelas. 
Algumas, porém, têm uma costela extra, fenômeno 
três vezes mais comum em homens que em mulhe-
res. Os dois últimos pares de costelas são ligados 
apenas à coluna vertebral, ou seja, não se ligam ao 
esterno. São, por isso, chamados costelas flutuantes 
(AMABIS;MARTHO, 2007).Veja Figura 22:
Figura 20 - Na visão anterior observamos os ossos da face e, na visão 
lateral, os demais ossos do crânio. Em destaque (amarelo), a mandíbula
Tronco
O tronco representa o eixo corporal, onde se articu-
lam a cabeça e os membros. Ele é formado pela coluna 
vertebral, pelas costelas e pelo osso esterno. O tronco 
e a cabeça formam o esqueleto axial. Veja Figura 21:
Figura 21 - Ossos do esqueleto axial
Figura 22 - Costelas
co
nt
el
a
Es
te
rn
o
Coluna
Vertebral
NIVELAMENTO ANATOMIA 
28 
A coluna vertebral, popularmente chamada de 
espinha dorsal, é constituída por 33 ossos, chama-
dos vértebras, que se articulam em sequência e estão 
unidos por diversos ligamentos, de modo a formar 
um eixo ósseo firme e flexível. A sobreposição dos 
orifícios presentes nas vértebras forma um tubo in-
terno ao longo da coluna vertebral, onde se localiza a 
medula nervosa (BARBOSA, 2017). VejaFigura 23:
osso curvo, situado na parte superior do peito, e a 
escápula, um osso grande e chato, localizado na par-
te superior das costas, conforme Figura 24:
Figura 23 - Coluna vertebral
Figura 24 - Osso do cíngulo do membro superior: clavícula e escápula
Membros superiores e inferiores 
Os ossos dos membros superiores e inferiores li-
gam-se ao esqueleto axial por meio de cíngulos. A 
cintura articular dos membros superiores é cíngu-
lo do membro superior; a dos membros inferiores é 
cíngulo do membro inferior. O cíngulo do membro 
superior é formado por dois ossos: a clavícula, um 
O membro superior é composto por braço, ante-
braço, pulso e mão. O osso do braço é o úmero e se 
articula, no cotovelo, com os ossos do antebraço, o 
rádio e a ulna. O pulso é formado por ossos peque-
nos e maciços, os carpos. A palma da mão é forma-
da pelos metacarpos, e os dedos, pelas falanges. Veja 
Figura 25:
Figura 25 - Ossos do membro superior
 29
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
O cíngulo do membro inferior, popularmente 
conhecida como bacia, é a parte do esqueleto que 
conecta os membros inferiores ao tronco. A cintura 
pélvica é formada pelo sacro, osso volumoso resul-
tante da fusão de cinco vértebras, por um par de os-
sos ilíacos e pelo cóccix, osso formado por quatro 
a seis vértebras rudimentares fundidas. Esqueletos 
de homens e de mulheres podem ser distinguidos 
pela forma de cintura pélvica. Nas mulheres, esta 
é mais larga, o que representa uma adaptação ao 
parto. Veja Figura 26:
ARTICULAÇÕES
Quem nunca reclamou ou escutou alguém reclamar 
de dor na junta? Junta é a nomenclatura leiga para 
o que denominamos articulações, ou seja, o ponto 
de encontro entre duas ou mais estruturas ósseas. Se 
a articulação ocorrer entre apenas dois ossos, ela é 
classificada como Simples, mas se acontecer entre 
mais de dois ossos, é chamada de Composta (WA-
TANABE, 2000). As articulações podem ser de di-
versos tipos. Nos ombros, por exemplo, elas são do 
tipo bola-soquete e possibilitam movimentos girató-
rios dos braços. Nos joelhos e cotovelos, as articula-
ções são do tipo dobradiça e permitem movimentos 
de dobramento em um único plano.
Na articulação, os ossos têm de deslizar um so-
bre o outro suavemente, sem atrito, ou se desgasta-
riam. O perfeito funcionamento das articulações de-
pende da proteção garantida por cartilagens macias 
e lisas existentes nas pontas dos ossos e também por 
uma lubrificação constante, garantida por líquidos 
viscosos, chamados sinoviais. Os ossos da articula-
Figura 26 - Osso do cíngulo do membro inferior 
O membro inferior é composto por coxa, per-
na, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais 
longo do corpo e possui uma extremidade arredon-
dada, que se encaixa ao osso ilíaco. No joelho, o fê-
mur articula-se com os dois ossos da perna, a tíbia 
e a fíbula. A região frontal do joelho é protegida 
por um pequeno osso circular, a patela. O torno-
zelo é formado por ossos pequenos e maciços, os 
tarsos. A planta do pé é formada pelos metatarsos, 
os artelhos (ou “dedos dos pés”) e pelas falanges, 
conforme Figura 27:
Figura 27 - Ossos do membro inferior
NIVELAMENTO ANATOMIA 
30 
ção são mantidos em seus devidos lugares por meio 
de cordões resistentes, constituídos por tecido con-
juntivo fibroso: os ligamentos, que estão firmemente 
aderidos às membranas que revestem os ossos.
A maioria das articulações relaciona-se à produ-
ção de movimentos uma vez que as peças ósseas são 
tracionadas pelos músculos (durante a contração) e se 
movem ao redor dos pontos de junturas entre os ossos. 
Todavia algumas articulações não são muito móveis, 
mas dão estabilidade às zonas de união entre os vários 
segmentos do esqueleto, ou seja, estão mais relaciona-
das à postura e ao equilíbrio (BARBOSA, 2017).
SISTEMA MUSCULAR
O sistema muscular é formado pelos músculos, ór-
gãos constituídos, principalmente, por tecido mus-
cular, especializado em se contrair e realizar mo-
vimentos. É graças à contração muscular que os 
animais podem nadar, voar, andar, respirar, mover 
o alimento na cavidade digestiva, bombear o sangue 
dentro dos vasos sanguíneos entre outras funções. 
Em adição, os músculos dão forma ao corpo e são 
fonte de calor.
Os músculos podem ser classificados considerando 
diferenças relacionadas ao controle voluntário e à 
presença de estrias em suas fibras ao microscópio. 
Quanto ao controle voluntário, o músculo pode ser 
voluntário, se sua contração ocorrer de acordo com a 
vontade do indivíduo (tal qual a contração dos mús-
culos dos membros inferiores quando você decide 
andar) ou involuntário, se sua contração não depen-
der do controle do indivíduo (tal qual o batimento 
do seu coração, que é dependente de contração mus-
cular, mas independe de sua vontade). Quanto à apa-
rência estriada, o músculo pode ser do tipo estriado 
(aquele que apresenta estrias transversais) ou liso 
(sem estrias transversais) (BARBOSA, 2017).
Logo, com base nestes dois critérios, os músculos 
podem ser de 3 tipos: estriado esquelético, liso e es-
triado cardíaco, conforme Figura 28: 
Músculo cardíaco
(controle involuntário)
Músculo estriado esquelético
(controle voluntário)
músculo liso
(controle involuntário)
Músculo cardíaco
(controle involuntário)
Músculo estriado esquelético
(controle voluntário)
músculo liso
(controle involuntário)
Músculo cardíaco
(controle involuntário)
Músculo estriado esquelético
(controle voluntário)
músculo liso
(controle involuntário)
Figura 28 - Tipos de tecidos musculares no corpo humano
 31
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Musculatura lisa
O tecido muscular liso está presente em diversos ór-
gãos internos (tubo digestivo, bexiga, útero etc.) e 
também nas paredes dos vasos sanguíneos. As célu-
las musculares lisas são uninucleadas e os filamentos 
de actina e miosina se dispõem em hélice em seu 
interior, sem formar padrão estriado, como no te-
cido muscular esquelético. A contração dos múscu-
los lisos é, geralmente, involuntária, ao contrário da 
contração dos músculos esqueléticos, que está sob o 
controle da vontade.
Musculatura estriada esquelética
O tecido muscular estriado esquelético apresen-
ta, sob observação microscópica, faixas alternadas 
transversais, claras e escuras. Essa estriação resulta 
do arranjo regular de microfilamentos formados 
pelas proteínas actina e miosina, responsáveis pela 
contração muscular. A célula muscular estriada, 
também chamada fibra muscular, possui inúmeros 
núcleos e pode atingir comprimentos que vão de 1 
mm a 60 cm.
Apesar de a grande maioria dos indivíduos 
acreditar que a involuntariedade do coração 
é proveniente do controle deste pelo sistema 
nervoso, saiba que este conceito está equivo-
cado. A capacidade de se contrair de forma 
involuntária do coração resulta da atividade 
de um conjunto de células especializadas 
presentes no coração, chamadas células au-
torritmicas, que têm a capacidade de gerar 
o impulso elétrico que estimulará a contra-
ção de todas as demais células do coração, 
fazendo com que ele bata cerca de 70 vezes 
por minuto. O papel do sistema nervoso é 
apenas acelerar ou desacelerar a produção 
de estímulo por estas células. 
Fonte: Hall (2011).
SAIBA MAIS
Os músculos são formados por proteínas, 
especificamente as proteínas contráteis. Logo, 
ao aumentar o diâmetro transverso da fibra 
muscular, significa que aumentou a quanti-
dade destas proteínas. 
ATENÇÃO
Musculatura estriada cardíaca
O tecido muscular cardíaco está presente apenas no 
coração dos vertebrados. Ao microscópio, o tecido 
muscular cardíaco apresenta estriação transversal, e 
suas células são uninucleadas, com contração invo-
luntária.
32 
considerações finais
O
lá, aluno(a), chegamos ao fim de nossa primeira unidade e tivemos 
como meta a introdução de conceitos gerais sobre anatomia e a apre-
sentação de quatro porções importantes que fazem parte do organis-
mo humano: pele, ossos, músculos e articulações. Aprendemos que 
o sistema esquelético tem um papel importante na sustentaçãocorporal, possi-
bilitando-nos a manutenção da postura bípede. Somado a isto, tem um papel na 
proteção de algumas vísceras (como o pulmão e o coração protegidos pela caixa 
torácica). Em adição, notamos que juntamente com o sistema muscular e esque-
lético atuará na movimentação do corpo humano. 
Lembre-se de que este assunto é de fundamental importância para todos da 
área da Educação Física por trabalharem com o movimento humano. O correto 
conhecimento dos ossos do esqueleto humano faz-se necessário. Conforme re-
latado anteriormente, os ossos requerem a conexão com o sistema muscular por 
meio do sistema articular para conseguir realizar o movimento. As articulações 
são as grandes responsáveis por fazer esta conexão. Conhecida popularmente 
como junta, devemos saber que até podemos usar esta terminologia quando es-
tamos conversando com pessoas leigas, mas por sermos profissionais da área, a 
terminologia correta faz-se necessária. 
Ao estudarmos o músculo esquelético, devemos nos atentar ao seu papel 
(produzir força que será transmitida para os ossos) no processo de geração do 
movimento. Entramos em contato com uma grande quantidade de nomes de va-
riados músculos (somados ao nome dos vários ossos que vimos também) que 
devem ser constantemente revisados para serem fixados. A leitura única reflete 
a grande chance de falha no aprendizado. A repetição, neste ponto, faz-se neces-
sária. Também descobrimos que, somado ao músculo presente sobre os ossos 
(músculo esquelético), existem também os músculos lisos (nas vísceras) e o car-
díaco (no coração). 
Portanto, aluno(a), espero que aproveite bem a leitura, que se dedique, revise, 
para, assim, ter êxito. Um abraço.
 33
atividades de estudo
1. A pele é um elemento fundamental que, entre 
outras funções, realiza a proteção externa, atu-
ando como uma barreira contra a entrada de 
patógenos. Sobre a pele, assinale a alternati-
va que apresenta as suas camadas:
a. Somente a derme.
b. Somente a epiderme.
c. Somente a hipoderme.
d. Epiderme e derme.
e. Epiderme, derme e hipoderme.
2. Os ossos são estruturas fundamentais para a 
manutenção da postura humana, devido à sua 
capacidade de sustentação do peso. Sobre os 
ossos, indique a alternativa que representa 
uma das formas de agrupá-los para seu es-
tudo:
a. Cabeça e cíngulos.
b. Cabeça e tronco.
c. Cabeça e membros.
d. Cabeça, tronco e membros.
e. Membros e tronco.
3. Sabemos que o crânio é uma estrutura óssea 
de grande importância, visto que seu interior 
abriga um tecido nobre: o encéfalo. Dentre os 
variados ossos que o compõe, um deles apre-
senta grande mobilidade. Assinale a alterna-
tiva que indica a nomenclatura deste osso:
a. Maxilar.
b. Mandíbula.
c. Nasal.
d. Frontal.
e. Temporal.
4. As articulações têm o papel de unir estruturas 
ósseas, favorecendo o movimento entre elas. 
Sabemos que esta união pode ocorrer entre 
dois ou mais ossos. Baseado nesta colocação, 
assinale a resposta correta:
a. Articulações Simples são aquelas que unem 
mais de dois ossos.
b. Articulações Compostas são aquelas que 
unem dois ossos.
c. Articulações Simples são aquelas que unem 
apenas dois ossos.
d. Articulações Simples são aquelas que unem 
até três ossos.
e. Articulações Compostas são aquelas que 
unem dois ou mais ossos. 
5. Sabemos que, com base em características, 
como a presença de estrias e a contração vo-
luntária ou involuntária, observamos três tipos 
de músculos em nosso organismo: músculo 
liso, músculo cardíaco e músculo esquelético. 
Sobre o músculo esquelético, assinale a alter-
nativa correta:
a. É caracterizado por ser involuntário e apre-
sentar estrias.
b. É caracterizado por ser voluntário e não apre-
sentar estrias.
c. É caracterizado por ser involuntário e não 
apresentar estrias.
d. É caracterizado por ser involuntário ou volun-
tário (depende da região) e apresentar estrias.
e. É caracterizado por ser voluntário e apresen-
tar estrias.
34 
LEITURA
COMPLEMENTAR
A atrofia muscular é a debilitação da musculatura, mais frequentemente encontrada na 
musculatura esquelética. Sabemos que as fibras musculares individuais diminuem de 
tamanho como resultado da perda progressiva de miofibrilas, um filamento formado 
pela junção de vários sarcômeros. Já estes compreendem a forma como as proteínas 
musculares estão agrupadas no citoplasma da célula. Logo, a atrofia representa uma 
redução na quantidade de proteínas musculares, fato este que pode ser decorrente de 
vários aspectos. 
A atrofia que ocorre por inatividade dos músculos é denominada atrofia por desuso. 
Esta modalidade de atrofia é muito comum ocorrer em indivíduos acamados ou enges-
sados, porque a quantidade de impulsos elétricos (potenciais de ação induzidos por 
neurônios pela acetilcolina) que atingem o músculo esquelético inativo é muito redu-
zido em relação ao que ainda se encontra em atividade. Importante é o fato de esta 
atrofia ser uma condição reversível, ou seja, basta novamente estimular a musculatura 
esquelética com movimentos novamente que a tendência é que a musculatura volte a 
aumentar seu teor proteico.
Já as condições em que a atividade neural deixa de atingir o músculo em decorrência de 
uma lesão no nervo temos uma atrofia por desnervação, observada em indivíduos que 
tiveram lesão na medula, por exemplo. Sabe-se que, durante um período de 6 meses 
a 2 anos, o músculo diminui, aproximadamente, um quarto de seu tamanho original, e 
as fibras musculares são substituídas irreversivelmente por tecido conjuntivo fibroso. 
O oposto da atrofia é a hipertrofia muscular, ou seja, uma condição caracterizada pelo 
aumento no tamanho das fibras musculares como consequência do aumento na pro-
dução de miofibrilas, mitocôndrias, retículo sarcoplasmático e outras organelas. Re-
sulta da atividade muscular muito vigorosa e repetitiva, como a musculação. Em de-
corrência desta quantidade aumentada de miofibrilas, logo, teremos uma quantidade 
aumentada de sarcômeros e de proteínas musculares. Pelo fato de a força produzida 
ser, entre outros aspectos, resultante da quantidade de proteínas presentes no mús-
culo esquelético, podemos esperar mais capacidade produtora de força deste tecido. 
Fonte: adaptado de Hall (2011).
 35
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Sobotta: atlas de anatomia humana
Paulsen F. e Waschke J. 
Editora: Guanabara koogan
Sinopse: em sua última edição, o atlas traz uma gama variada 
de ilustrações sobre os mais variados sistemas, porém chamo 
atenção especial para os detalhes na apresentação dos siste-
mas muscular, esquelético e articular. Em adição, melhorou sua 
parte teórica.
36 
referências
AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Fundamentos da biologia moderna. São Paulo: 
Moderna, 2007.
BARBOSA, C.P. Anatomia humana aplicada à educação física. 1. ed. Maringá: 
EAD Unicesumar, 2017.
DANGELO, J.G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. 
ed. São Paulo: Atheneu, 2011.
DI DIO, L. J. A. Tratado de anatomia sistêmica aplicada: princípios básicos e 
sistêmicos, esquelético, articular e muscular. 2. ed. Atheneu: São Paulo, 2002.
HALL, J.E. Guyton: tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2011.
MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R.; ARAÚJO, C.L.C. Anatomia 
orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 2014.
WATANABE, L. Erhart: elementos de anatomia humana. 9. ed. São Paulo: Athe-
neu, 2000. 
Referência On-Line#
¹ Em: <https://br.pinterest.com/pin/101964379043637217/>. Acesso em: 02 out. 
2017.
 37
gabarito
1. D. 
2. D.
3. B.
4. C.
5. .E
Professor Dr. Felipe Natali Almeida
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Sistema cardiovascular
• Sistema respiratório
• Sistema urogenitário
Objetivos de Aprendizagem
• Prover noções básicas sobre o estudo do sistema 
cardiovascular.
• Introduzir conceitos sobre o sistema respiratório.
• Prover noções básicas sobre o estudo do sistema 
urogenitário.
SISTEMA CARDIOVASCULAR, 
RESPIRATÓRIO EUROGENITAL
II
unidade
INTRODUÇÃO
Olá alunos, estamos diante da Unidade II de nosso nivelamento em ana-
tomia, onde iremos abordar os seguintes tópicos: sistema cardiovascular, 
sistema respiratório e sistema urogenital. 
Iniciando com o sistema cardiovascular, você entrará em contato 
com seus elementos formadores e deverá, ao final desta unidade, ser ca-
paz de diferencia-los e descrever seus respectivos papéis. Como órgão 
mais nobre desse sistema, temos o coração, dotado de uma parede mus-
cular (miocárdio) que deve produzir força suficiente para impulsionar o 
sangue (responsável, entre outras coisas, por levar oxigênio e nutrientes 
para as células do corpo) ao longo de um sistema de tubos (os vasos san-
guíneos) até seu destino final. 
Funcionando praticamente em conjunto com o sistema cardiovascu-
lar, temos o sistema respiratório, constituído de um sistema de elementos 
responsáveis por canalizar o ar ambiente para dentro de seu principal 
componente, os pulmões, para que este possa utilizar o ar para oxige-
nar o sangue, ao mesmo tempo que retira o gás carbônico do sangue 
por meio de um sistema denominado de trocas gasosas. Essa etapa, que 
ocorre durante a ida do sangue do ventrículo direito para o pulmão, é de 
suma importância para que você possa suprir adequadamente as deman-
das por oxigênio de seu corpo, além de eliminar o gás carbônico, que em 
grandes quantidades, pode ser nocivo.
E fechando nossa unidade, entraremos em contato com o sistema 
urogenital, um sistema que podemos “fragmentar” em dois grandes con-
juntos: o sistema urinário e o sistema genital/reprodutor, ambos com 
funções específicas, porém podem se inter-relacionar em tarefas espe-
cíficas. Ao abordarmos o assunto em sua porção urinária, devemos nos 
lembrar dos rins, ureteres, bexiga e uretra, e finalizamos com os consti-
tuintes do sistema genital masculino e feminino.
Espero que aproveite ao máximo esta unidade, visto que é um tópico 
que instiga muitas perguntas do público leigo em geral.
NIVELAMENTO ANATOMIA 
42 
Sistema 
Cardiovascular
 43
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Os animais têm de realizar, ininterruptamente, tro-
cas de substâncias com o ambiente, pois todas as 
suas células precisam receber nutrientes e gás oxigê-
nio e eliminar gás carbônico e outros resíduos tóxi-
cos produzidos no metabolismo. Nos animais mais 
simples, como os celenterados e os platelmintos, as 
trocas de substâncias ocorrem diretamente entre 
as células do corpo e o ambiente. Isso só é possível 
porque todas as células do organismo se encontram 
relativamente próximas, tanto da cavidade gastro-
vascular, de onde absorvem nutrientes, quanto da 
superfície corporal, onde ocorrem as trocas gasosas.
Já nos animais mais complexos (como nós, seres 
humanos), há órgãos especializados na absorção e 
excreção de substâncias, as quais são conduzidas a 
todas as células corporais por meio de um sistema 
de transporte: o sistema cardiovascular.
Além de funcionar para o transporte de substân-
cias, o sistema cardiovascular também apresenta ou-
tro papel de grande valia: a regulação térmica. Note 
que, em geral, no local onde temos mais sangue se 
apresenta mais quente.
COMPONENTES DO SISTEMA CARDIO-
VASCULAR
O sistema cardiovascular consiste de três partes fun-
damentais:
a. Sangue: fluido formado por células disper-
sas em um líquido.
b. Vasos sanguíneos: tubos por onde o sangue 
circula, atingindo todas as partes do corpo.
c. Coração: órgão musculoso, cuja contração 
impulsiona o sangue, fazendo-o circular no 
interior dos vasos sanguíneos.
O Sangue Humano
O sangue humano é constituído por um líquido, 
o plasma, e por três tipos de elementos celulares, 
as hemácias (células vermelhas), os leucócitos 
(células brancas) e as plaquetas. Cerca de 55% do 
volume do sangue é devido ao plasma, sendo o 
restante às células. No corpo de uma pessoa de 
mais ou menos 70 kg, há cerca de, aproximada-
mente, 5,6 litros de sangue (Figura 1) (AMABIS; 
MARTHO, 2007).
No plasma sanguíneo, a água é responsável por 
92% de seu peso, sendo o restante devido à pre-
sença de proteínas (albuminas, globulinas, entre 
outras), sais e substâncias diversas, tais como nu-
trientes, gases, excreções e hormônios (AMABIS; 
MARTHO, 2007).
Figura 1 - Células sanguíneas presentes na constituição do sangue
células
brancas
células vermelhas
ou hemácias.
plaquetas
NIVELAMENTO ANATOMIA 
44 
As hemácias, também conhecidas por glóbulos 
vermelhos ou eritrócitos, são células especializadas 
no transporte de gás oxigênio. Por meio dos vasos 
que irrigam a medula óssea, os eritrócitos maduros 
entram na circulação sanguínea. Uma hemácia per-
manece cerca de 120 dias em circulação. Ao fim des-
se período, perde sua capacidade funcional e é fago-
citada e digerida por células do fígado ou do baço 
(AMABIS; MARTHO, 2007).
Os leucócitos ou glóbulos brancos são células 
especializadas na defesa do organismo; combate 
vírus, bactérias e outros agentes invasores que pe-
netrem em nosso corpo. Em condições normais, há 
entre 5 e 10 mil leucócitos por milímetro cúbico de 
sangue (BARBOSA, 2017).
Já as plaquetas são fragmentos esféricos ou 
achatados de células chamadas megacariócitos, 
formadas, originalmente, na medula óssea. Há, em 
média, 300 mil plaquetas por milímetro cúbico de 
sangue humano. Elas participam ativamente do 
processo de coagulação do sangue dos vertebrados 
(BARBOSA, 2017).
Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos são habilitados ao transporte 
de sangue, sendo os principais as artérias e as veias, 
mas podemos incluir aqui as arteríolas, os capilares 
e as vênulas (Figura 2).
As artérias são vasos que levam sangue do co-
ração para os órgãos e tecidos do corpo, sendo que 
todas as artérias se originam direta ou indiretamen-
te da aorta ou do tronco pulmonar. A parede das ar-
térias é espessa e contém três camadas de tecidos. A 
camada mais interna é o endotélio, um tecido epite-
lial formado por um único estrato de células acha-
tadas. A camada mediana é constituída por tecido 
muscular liso e a camada mais externa é constituída 
por tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas (MO-
ORE et al., 2014).
Quando a musculatura da parede de uma arté-
ria se contrai, seu diâmetro interno diminui; o re-
laxamento da musculatura arterial, por outro lado, 
leva ao aumento do diâmetro interno da artéria. A 
contração e o relaxamento das artérias permitem 
controlar a pressão sanguínea e o volume de sangue 
circula em determinada região do corpo.
As artérias apresentam uma luz do vaso menor, 
são menos numerosas, têm uma parede mais espes-
sa, têm pulsação e estão localizadas mais profunda-
mente do que as veias (BARBOSA, 2017) (Figura 3).
Veia
Vênulas Vênulas
Arteríola
Artéria
Figura 2 - Vasos sanguíneos
Figura 3 - Artérias e veias
 45
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Em geral, as artérias começam com grande ca-
libre e vão diminuindo conforme vão se ramifican-
do e se afastando do coração. Em relação ao seu 
calibre, podemos dividi-las em artérias de grande, 
médio e pequeno calibre, sendo esta última emitin-
do ramificações denominadas de arteríolas - vasos 
sanguíneos utilizados para direcionar o fluxo san-
guíneo para as áreas que mais necessitam de san-
gue (BARBOSA, 2017).
Os capilares sanguíneos são vasos muito finos 
que ligam as arteríolas às vênulas. A parede dos capi-
lares é constituída por uma única camada de células, 
correspondente ao endotélio de artérias e veias. As 
células que formam a parede dos capilares deixam 
pequeníssimos espaços entre si, por onde extrava-
sa o líquido sanguíneo. O líquido sanguíneo extra-
vaso, denominado fluido tissular, banha as células 
próximas aos capilares que, por sua vez, eliminam 
gás carbônico e outras excreções no fluido tissular 
(AMABIS; MARTHO, 2007).
A maior parte do líquido que abandonou os va-
sos e banhou os tecidos é reabsorvida pelos próprios 
capilares, reincorporando-se ao sangue. Assim, ao 
passar pelos capilares dos tecidos, o sangue torna-se 
mais pobre em nutrientes e em gás oxigênio,e mais 
rico em gás carbônico e em outras excreções.
As veias são vasos que levam sangue dos órgãos 
e tecidos de volta ao coração. A parede das veias é 
formada por três camadas, equivalentes às das arté-
rias. Entretanto, as camadas mediana e externa das 
veias são menos espessas que suas correspondentes 
arteriais. As veias de maior calibre, no homem e 
em muitos animais, possuem válvulas em seu inte-
rior que impedem o refluxo de sangue e garantem 
sua circulação em um único sentido (BARBOSA, 
2017) (Figura 4).
O coração
O coração é um órgão musculoso, do tamanho 
próximo de um punho fechado e com peso apro-
ximado de 400 g. Ele se localiza no meio do peito, 
sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a 
esquerda (Figura 5). 
Figura 4 - Veias normais e veias varicosas (notar que a válvula não segu-
ra o retorno do sangue)
veia normal veia com varicose
Figura 5 - Localização do coração
NIVELAMENTO ANATOMIA 
46 
O coração é constituído por três camadas cha-
madas paredes ou túnicas: a interna (ou endocár-
dio), a média (ou miocárdio) e a externa (pericár-
dio) (AMABIS; MARTHO, 2007) (Figura 6).
monar, localizada entre o ventrículo direito e a 
artéria que deixa essa câmara; e a valva aórtica, 
localizada entre o ventrículo esquerdo e a arté-
ria que deixa essa câmara, denominada de aorta 
(MOORE et al., 2014). 
As câmaras do coração se contraem e se dilatam 
alternadamente, em média, 70 vezes por minuto. 
A contração de uma câmara cardíaca é denomina-
da sístole e seu relaxamento, diástole. A frequência 
de movimentos do coração, ou seja, a frequência 
cardíaca, varia de acordo com a atividade e situa-
ção emocional em que nos encontramos. Durante o 
sono, por exemplo, o coração de uma pessoa pode 
bater entre 35 e 50 vezes por minuto; já durante um 
exercício físico intenso, a frequência cardíaca pode 
ultrapassar 180 batimentos por minuto (AMABIS; 
MARTHO, 2007).
MIOCÁRDIO
PERICÁRDIO
ENDOCÁRDIO
Figura 6 - Paredes do coração
O coração apresenta quatro cavidades internas, ge-
nericamente denominadas câmaras cardíacas. As 
duas câmaras superiores são os átrios e as duas infe-
riores, os ventrículos.
O átrio direito se comunica com o ventrículo 
direito por meio de uma valva denominada de valva 
atrioventricular direita. O átrio esquerdo, por sua 
vez, se comunica com o ventrículo esquerdo por 
intermédio da valva atrioventricular esquerda. A 
função dessas válvulas atrioventriculares é garantir 
a circulação do sangue no coração em um único sen-
tido, sempre dos átrios para os ventrículos. 
Além dessas duas valvas, podemos observar 
a presença de mais duas: a valva do tronco pul-
Figura 7 - Sístole e diástole
Fonte: Momento Fisioex ([2017], on-line)1.
 47
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
A frequência de batimentos cardíacos é controla-
da por uma região especial do coração denominada 
nódulo sinoatrial ou marca-passo. O nódulo sino-
atrial é um aglomerado de células musculares espe-
cializadas, localizado perto da junção entre o átrio 
direito e a veia cava superior. Aproximadamente, 
a cada segundo, as células do marca-passo emitem 
um sinal elétrico que se propaga diretamente para a 
musculatura dos átrios, provocando sua contração 
(AMABIS; MARTHO, 2007).
CIRCULAÇÃO DO SANGUE NO ORGA-
NISMO
O sangue bombeado pelos ventrículos penetra nas 
artérias sob alta pressão. Imediatamente, as paredes 
arteriais se relaxam, aumentando de volume, dimi-
nuindo a pressão interna. Se as artérias não relaxa-
rem o suficiente, a pressão do sangue em seu interior 
pode subir a níveis perigosos, com possível ruptura 
nas paredes arteriais (AMABIS; MARTHO, 2007).
A pressão exercida pelo sangue contra a parede 
das artérias é denominada pressão arterial. Em uma 
pessoa jovem e com boa saúde, a pressão nas arté-
rias durante a sístole ventricular - a pressão sistólica 
ou máxima - é da ordem de 120 mmHg (120 milí-
metros de mercúrio). Durante a diástole, a pressão 
diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a 
pressão diastólica ou mínima.
Depois de passar por milhões de arteríolas e 
capilares, a pressão sanguínea cai muito, atingindo 
valores muito baixos no interior das veias. O retor-
no do sangue ao coração deve-se, em grande parte, 
às contrações dos músculos esqueléticos. As veias se 
situam entre feixes de músculos, de modo que a con-
tração muscular as comprime, fazendo com que o 
sangue se desloque em seu interior. Devido às válvu-
las, o sangue que se desloca nas veias somente pode 
seguir rumo ao coração (MOORE et al., 2014).
Ao se deslocar pelo corpo humano, o sangue 
passa duas vezes pelo coração. Impulsionado pelo 
ventrículo direito, o sangue vai aos pulmões, de onde 
retorna ao coração. Por isso se diz que nossa circu-
lação é dupla, sendo o trajeto coração → pulmões 
→ coração denominado circulação pulmonar (ou 
pequena circulação) e o trajeto coração → sistemas 
corporais → coração denominado circulação sistê-
mica (ou grande circulação) (BARBOSA, 2017).
NIVELAMENTO ANATOMIA 
48 
Circulação sistêmica
Dos pulmões, o sangue, agora oxigenado, retorna 
ao coração pelas veias cavas pulmonares e penetra 
no átrio esquerdo, onde passa para o ventrículo es-
querdo, que o bombeia para a artéria aorta. Esta se 
divide em vários ramos, que levam o sangue oxige-
nado a todos os sistemas do corpo (Figura 8).
Existe uma teoria de que quanto mais san-
gue chega ao coração, mais sangue sai do 
coração. Logo, indivíduos obesos, por terem 
um retorno venoso prejudicado, podem ter 
menos sangue saindo de seu coração. 
REFLITA
Circulação pulmonar
O sangue chega ao átrio direito do coração por duas 
grandes veias, a veia cava superior, que coleta san-
gue da cabeça, dos braços e da parte superior do 
tronco, e a veia cava inferior, que coleta sangue das 
pernas e da parte inferior do tronco. Do átrio direi-
to, o sangue passa para o ventrículo direito, que o 
bombeia para a artéria pulmonar. Esta se divide em 
duas (direita e esquerda), que levam sangue aos pul-
mões. Lá, o sangue adquire gás oxigênio e libera gás 
carbônico (Figura 8).
Figura 8 - Circulação pulmonar e sistêmica
 49
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
NIVELAMENTO ANATOMIA 
50 
O sistema respiratório é constituído por um conjun-
to de estruturas anatômicas que, em conjunto, são 
responsáveis pela captação do ar do meio ambiente 
e transporte dele até o órgão respiratório para que a 
hematose seja possível. 
A hematose é um processo que implica em trocas 
gasosas entre o ar atmosférico e o meio interno. Nesse 
Sistema 
Respiratório
processo, o CO2, resultante do metabolismo celular, 
é trazido pelo sangue aos pulmões e se difunde dos 
capilares teciduais para os alvéolos para ser eliminado 
juntamente com o ar expirado. Ao mesmo tempo, o 
O2 do ar inspirado difunde-se dos alvéolos para os 
capilares alveolares, onde se combina com a hemoglo-
bina, originando o sangue arterial (BARBOSA, 2017). 
 51
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Narina
Boca
Laringe
Traqueia
Faringe
Brônquio
O SISTEMA RESPIRATÓRIO 
O sistema respiratório humano é constituído por 
um par de pulmões e por vários órgãos que con-
duzem o ar para dentro e para fora das cavidades 
pulmonares. Esses órgãos são o nariz, a boca, a 
faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os 
bronquíolos (Figura 9).
Figura 9 - Elementos do sistema respiratório
SISTEMA RESPIRATÓRIO
Nariz
É a primeira estrutura do sistema respiratório cuja 
principal função é captar o ar ambiente. Contudo, 
ele também filtra, aquece e umidifica o ar inspira-
do, recebe e elimina secreções dos seios paranasais 
e do ducto lacrimonasal e permite o olfato (BAR-
BOSA, 2017).
O nariz é subdividido em: raiz (superior, onde 
inicia), ápice (ponta do nariz), dorso (entre ápice e 
raiz), asa e narina (aberturas) (Figura 10) (MOO-
RE et al., 2014).
Figura 10 - Nariz
NIVELAMENTO ANATOMIA 
52 
Faringe
A faringe é um canal comum aos sistemas digestivo 
e respiratório e se comunica com o nariz, com a boca 
e com a laringe. O ar inspirado pelas narinas ou pela 
boca passa, necessariamente, pelafaringe, condu-
zindo até a laringe (Figura 11).
Laringe
A laringe é um tubo sustentado por peças de cartila-
gem articuladas, situado na parte superior do pesco-
ço, em continuação à faringe em direção à traqueia 
(pois a faringe pode continuar com o esôfago e se 
direcionar para o sistema digestório). A entrada da 
laringe é chamada glote. Acima dela existe uma espé-
cie de “lingueta” de cartilagem, denominada epiglo-
te, que funciona como válvula. Quando engolimos, a 
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote, de 
modo a impedir que o alimento engolido penetre nas 
vias respiratórias (AMABIS; MARTHO, 2007). 
Figura 11 - Faringe e laringe
Figura 12 - Laringe
Em adição, por abrigar as cordas vocais, a passagem de 
ar pela laringe pode produzir sons (BARBOSA, 2017).
Faringe
Laringe
 53
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Traqueia, brônquios e bronquíolos
A traqueia é um tubo de, aproximadamente, 1,5 cm 
de diâmetro e 10 cm de comprimento, cujas paredes 
são reforçadas por anéis cartilaginosos em formato 
de “C” em sua região anterior (Figura 13).
Podem-se sentir os reforços cartilaginosos da 
traqueia tocando, com os dedos, a região anterior da 
garganta, logo abaixo do pomo de adão (AMABIS; 
MARTHO, 2007).
Figura 13 - Traqueia, brônquios e bronquíolos
bronquíolos
bronquíolos
terminais
traqueia
brônquios
NIVELAMENTO ANATOMIA 
54 
Na região superior do peito, a traqueia se bifurca, 
dando origem aos brônquios (Figura 13). Estes são 
dois tubos curtos, também reforçados por anéis de 
cartilagem, que conduzem o ar aos pulmões (BAR-
BOSA, 2017).
Tanto a traqueia quanto os brônquios são inter-
namente revestidos por um epitélio ciliado, rico em 
células produtoras de muco. Dessa forma, as partí-
culas de poeira e bactérias em suspensão no ar ina-
lado aderem ao muco, sendo “varridas” em direção 
à garganta graças ao batimento dos cílios. Ao chegar 
à faringe, o muco e as partículas aderidas são engoli-
dos com a saliva (MOORE et al., 2014).
Nos pulmões, os brônquios se ramificam profu-
samente, dando origem a tubos cada vez mais finos, 
os bronquíolos (Figura 13). O conjunto altamente 
ramificado de bronquíolos tem o aspecto de uma ár-
vore, denominada árvore respiratória. Cada bron-
quíolo termina em pequenas bolsas denominadas 
alvéolos pulmonares (BARBOSA, 2017).
Pulmões
Um pulmão humano (Figura 14) é um órgão es-
ponjoso, com, aproximadamente, 25 cm de com-
primento e 700 g. O pulmão direito é ligeiramente 
maior que o esquerdo e está dividido em três lóbu-
los; já o pulmão esquerdo tem apenas dois lóbulos. 
Na face interna de ambos os pulmões, existe uma 
abertura por onde passam os brônquios, as arté-
rias pulmonares e as veias pulmonares (AMABIS E 
MARTHO, 2007).
O pulmão é envolto por duas membranas deno-
minadas pleuras (Figura 15). A pleura interna está 
aderida à superfície pulmonar, enquanto a pleura 
externa está aderida à parede da caixa torácica. En-
tre as pleuras, há um estreito espaço preenchido por 
líquido. A tensão superficial desse líquido mantém 
unidas as duas pleuras, mas permite que elas desli-
zem uma sobre a outra, durante os movimentos res-
piratórios (BARBOSA, 2017).
A entrada de ar para os pulmões é depen-
dente de uma diferença de pressão existente 
entre a atmosfera e o interior dos pulmões, 
com o ar entrando pelo sistema de tubos 
disponível (nariz ou boca, chegando até os 
pulmões pela traqueia). Porém, mediado por 
uma lesão, podemos abrir um furo na caixa 
torácica e, se este tiver um diâmetro de ao 
menos ⅔ do da traqueia, o ar dará preferência 
por entrar por essa perfuração, resultando 
numa enfermidade denominada de pneu-
motórax.
Fonte: adaptado de Hall (2011).
SAIBA MAIS
Figura 14 - Pulmão humano
 55
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Pulmões de pessoas jovens têm cor rosada, escure-
cendo com a idade, devido ao acúmulo de impure-
zas presentes no ar e que não foram removidas pe-
los mecanismos de limpeza do sistema respiratório 
(AMABIS E MARTHO, 2007).
A base de cada pulmão se apoia no diafragma, 
uma membrana espessa e resistente formada por di-
versas camadas musculares. O diafragma, presente 
apenas nos mamíferos, separa a cavidade torácica da 
cavidade abdominal (Figura 16).
Traqueia
Brônquio principal esquerdo
Pleura parietal
Pleura visceral
Cavidade pleural
esquerda
Músculo
diafragma
Mediastino
Pleura visceral
Pulmão
Parede do tórax
Pleura parietal
Cavidade pleural
Cavidade pleural
direita
Brônquio principal
direito
Pulmão
esquerdo
Pulmão
direito
Figura 15 - Pleura parietal e visceral
Figura 16 - Diafragma e seus movimentos durante a ventilação pulmonar
Inspiração
Expiração
NIVELAMENTO ANATOMIA 
56 
Sistema 
Urogenital
 57
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
O sistema urogenital envolve a associação de dois 
grandes sistemas: o sistema urinário e o sistema ge-
nital/reprodutor. O sistema urinário, além de sua 
função de formador de urina, também apresenta pa-
pel chave na regulação dos sais minerais e pH, além 
de secretar hormônios importantes para o correto 
funcionamento do organismo. Já o sistema genital 
tem como função chave a produção de gametas, pro-
porcionando a cópula e reprodução, assim como a 
produção de hormônios esteroides sexuais femini-
nos e masculinos. 
Órgãos do sistema urinário
O sistema urinário humano é constituído por um 
par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária 
e pela uretra (Figura 17).
Rins
Os rins têm cor vermelho-escura, forma de grão 
de feijão e cada um mede pouco mais de 10 cm de 
comprimento. Localizam-se na parte posterior do 
abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado 
da coluna vertebral. Nessa posição, estão protegidos 
pelas últimas costelas e, também, por uma camada 
de gordura (AMABIS; MARTHO, 2007).
O rim possui uma cápsula fibrosa, que protege 
o córtex, mais externo, e a medula, mais interna (Fi-
gura 18). Na região do córtex renal, estão os néfrons 
- estruturas microscópicas responsáveis pela filtra-
ção do sangue e remoção das excreções. Cada rim 
apresenta mais de um milhão de néfrons. Na porção 
renal mais interna, localizam-se tubos coletores de 
urina (Figura 19).
Rim
Bexiga
urinária
Uretra
Ureter
Figura 17 - Visão geral do sistema urinário
O néfron é uma longa estrutura tubular que possui, 
em uma das extremidades, uma expansão em for-
ma de taça, denominada cápsula de Bowman. Esta 
se conecta com o túbulo contorcido proximal, que 
continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorci-
do distal. Este desemboca em um ducto coletor.
 Figura 18 - Rim e sua visão interior
NIVELAMENTO ANATOMIA 
58 
Conforme mencionado previamente, uma das fun-
ções dos rins é filtrar o sangue, removendo os re-
síduos nitrogenados produzidos pelas células e, 
também, sais e outras substâncias em excesso. Além 
dessa função excretora, os rins são responsáveis pela 
osmorregulação em nosso organismo. Controlando 
a eliminação de água e sais na urina, esses órgãos 
mantêm a tonicidade do sangue adequada às neces-
sidades de nossas células. Essas funções são depen-
dentes de três processos que ocorrem nos néfrons, 
denominadas de filtração, reabsorção e secreção. Ao 
final dessas três etapas, o que não for mais necessá-
rio ao organismo humano irá constituir a urina, que 
será encaminhada dos rins até a bexiga por meio dos 
ureteres e, posteriormente, será eliminada por meio 
da uretra (BARBOSA, 2017).
Ureteres
Os néfrons desembocam em dutos coletores de urina, 
que se unem para formar canais cada vez mais grossos. 
A fusão desses dutos origina um canal único, denomi-
nado ureter, que sai do rim em direção à bexiga uriná-
ria (no adulto, apresenta cerca de 25 a 30 cm de com-
primento) (Figura 20) (AMABIS; MARTHO, 2007).
Artéria renal
Veia renal
Artéria interlobar
Veia interlobar
Veia
arqueada
Artéria 
arqueada
Rim
Medula
Córtex
Néfron
Glomérulo Túbulo distal
Artéria
arqueada
Veia
arqueada
Túbulo
proximal
Duto coletor
Direção do
�uxo sanguíneo
Arteríola eferente
Arteríola aferente
Cápsula glomerular
Capilares peritubulares
Túbulos renais (néfrons)Figura 19 - Néfron
Rins
Ureter
esquerdo
Ureter
direito
Bexiga
Uretra
Figura 20 - Ureteres
Bexiga urinária
A bexiga urinária (Figura 21) é uma bolsa de parede 
elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é 
acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, 
a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml) de 
urina. Esta é eliminada periodicamente por meio da 
uretra (AMABIS; MARTHO, 2007).
Cérvix
Ovário
Reto
ÂnusVagina
Uretra
Bexiga urinária
Útero
Tuba uterina
Figura 21 - Bexiga urinária
 59
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Pênis
O pênis (Figura 22) é o órgão copulador masculino. 
É constituído por três cilindros de tecido esponjoso, 
os dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso, 
além de vasos sanguíneos e linfáticos, tecido nervo-
so e conjuntivo revestidos por uma pele. A região 
anterior do pênis forma a glande (a “cabeça” do pê-
nis), onde a pele é fina e apresenta muitas termina-
ções nervosas, o que determina grande sensibilidade 
à estimulação sexual. A glande é recoberta por uma 
prega protetora de pele, prepúcio, às vezes, removi-
da cirurgicamente por meio da circuncisão. Além da 
glande, podemos dividir o pênis em mais duas por-
ções, o corpo e a raiz (AMABIS; MARTGO, 2007).
Uretra
A uretra (Figura 22) é um tubo que parte da bexi-
ga e que termina, na mulher, na região vulvar e, no 
homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação 
com a bexiga se mantém fechada por anéis muscula-
res (esfíncteres). Quando a musculatura desses anéis 
relaxa e a musculatura da parede da bexiga se con-
trai, ocorre a micção (AMABIS; MARTHO, 2007).
Figura 21 - Uretra
Há diferenças entre a uretra masculina e femini-
na. A feminina é muito curta e se destina a passagem 
apenas da urina. Em contrapartida, a uretra mascu-
lina é mais longa e se destina a passagem da urina e 
de sêmen durante a ejaculação (sendo dividida em 
quatro partes, uretra intramural, prostática, mem-
branácea e esponjosa) (BARBOSA, 2017). 
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
O sistema reprodutor masculino humano compreende 
os órgãos genitais externos (genitália externa) e órgãos 
localizados no interior do corpo. A genitália externa é 
formada pelo pênis e pelo saco ou bolsa escrotal. Os 
órgãos reprodutores internos são os testículos, os duc-
tos condutores de espermatozoides (ductos deferentes, 
ducto ejaculatório e uretra) e as glândulas acessórias 
(vesículas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais). Figura 22 - Pênis
Glande
NIVELAMENTO ANATOMIA 
60 
Saco escrotal
O saco escrotal, ou escroto, é uma bolsa de pele situ-
ada abaixo do pênis, dentro da qual se aloja o par de 
testículos, que são as gônadas masculinas (Figura 23).
Epidídimo
O epidídimo (Figura 25) é um enovelado de túbulos 
localizado sobre o testículo, em comunicação direta 
com os túbulos seminíferos. Os espermatozoides re-
cém-formados passam para o epidídimo, onde termi-
nam sua maturação e ficam armazenados até sua eli-
minação durante o ato sexual (MOORE et al., 2014).
Figura 23 - Testículos e saco escrotal (escroto)
Os testículos humanos, por estarem localizados 
no saco escrotal, permanecem a uma temperatura 
cerca de 2 a 3° C inferior à temperatura corporal, 
o que é necessário para que os espermatozoides se 
formem normalmente (BARBOSA, 2017).
Testículo
O testículo é o órgão onde se formam os esperma-
tozoides. É constituído por tubos finos e enovelados, 
os túbulos seminíferos, e por camadas envoltórias 
de tecido conjuntivo. Além de produzir os esper-
matozoides, também é responsável por produzir a 
testosterona - o hormônio sexual masculino (Figura 
24) (MOORE et al., 2014).
Anatomia do testículo
Plexo pampiniforme
Ducto deferente
Testículo
Epidídimo
Artéria testícular
Figura 24 – Testículo
Figura 25 - Epidídimo
 61
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Ducto deferente
O ducto deferente é um tubo musculoso que parte 
do epidídimo e sobe para o abdome, contornando 
a bexiga urinária. Sob a bexiga, os vasos deferentes 
provenientes de cada testículo se fundem em um 
tubo único, o ducto ejaculatório, que desemboca na 
uretra (AMABIS; MARTHO, 2007) (Figura 26).
Próstata
A próstata (Figura 28), localizada sob a bexiga uri-
nária, é a maior glândula acessória do sistema repro-
dutor masculino. Sua secreção é viscosa e alcalina; 
tem por função neutralizar a acidez da urina resi-
dual acumulada na uretra e, também, a acidez na-
tural da vagina. A próstata envolve a porção inicial 
da uretra, onde lança sua secreção por meio de uma 
série de pequenos dutos.
Glândulas bulbouretrais
As glândulas bulbouretrais, localizadas sob a prós-
tata, desembocam na uretra. Durante a excitação 
sexual, elas liberam um líquido, cuja função acredi-
ta-se que contribua para a limpeza do canal uretral 
antes da passagem dos espermatozoides (AMABIS; 
MARTHO, 2007).
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
O sistema reprodutor feminino se compõe, como o 
masculino, de órgãos genitais externos e internos. A 
genitália externa feminina é composta pelos peque-
nos e grandes lábios vaginais e pelo clitóris que, em 
conjunto, formam a vulva. Os órgãos reprodutores 
femininos internos são os ovários, as tubas uterinas, 
o útero e a vagina.
Ovários
Os dois ovários (Figura 29) da mulher se localizam 
na cavidade abdominal, na região das virilhas, um 
em cada lado do corpo. Têm forma de uma peque-
Figura 26 - Ducto deferente, ducto ejaculatório, vesículas seminais e próstata
Vesículas seminais
As vesículas seminais (Figura 27) são duas glându-
las, localizadas atrás e sob a bexiga urinária. Elas 
produzem um líquido nutritivo, o fluido seminal, 
que contém o açúcar frutose e cuja função é nutrir 
os espermatozoides. A secreção das vesículas semi-
nais é lançada no ducto ejaculatório e constitui cerca 
de 60% do volume total do fluido eliminado durante 
o ato sexual (BARBOSA, 2017).
Testículo
Vesícula
seminal
Próstata
Ducto
ejaculatório
Ducto
deferente
Epidídimo
NIVELAMENTO ANATOMIA 
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na azeitona, com cerca de 3 centímetros de compri-
mento, e apresentam, em sua porção mais externa 
(córtex ovariano), as células que darão origem aos 
óvulos. Em adição, também produzem os hormô-
nios esteroides sexuais femininos (estrogênio e pro-
gesterona) (BARBOSA, 2017).
Útero
O útero (Figura 30) é um órgão musculoso e oco, de 
tamanho e forma aproximados aos de uma pera. Em 
uma mulher que nunca engravidou, o útero tem cerca 
de 7,5 centímetros de comprimento por 5 centíme-
tros de largura em sua porção mais ampla. O arran-
jo dos músculos na parede uterina permite grande 
expansão do órgão durante a gravidez (o bebê pode 
atingir mais de 4 quilos). A porção superior do útero 
é larga e está conectada às tubas uterinas. Sua porção 
inferior, denominada colo uterino, é estreita e se co-
munica com a vagina (AMABIS; MARTHO, 2007).
Figura 29 - Ovários, tubas uterinas, útero e vagina.
Tubas uterinas
As tubas uterinas (Figura 29) são dois tubos curvos 
ligados ao útero. A extremidade livre de cada tuba, 
alargada e franjada, situa-se junto a cada um dos 
ovários. É dividida em 4 porções: infundíbulo, am-
pola, istmo e uterina (MOORE et al., 2014).
O interior dos tubos é revestido por células ci-
liadas. O batimento dos cílios cria uma forma de 
sucção que o óvulo, liberado nas proximidades da 
abertura de uma trompa, é sugado para seu interior, 
juntamente com líquido presente na cavidade abdo-
minal. No interior da tuba, o óvulo se desloca até 
a cavidade uterina, impulsionado pelos batimentos 
ciliares (AMABIS; MARTHO, 2007).
Cérvix
Ovário
Reto
ÂnusVagina
Uretra
Bexiga urinária
Útero
Tuba uterina
Figura 30 - Útero e vagina
O interior do útero é revestido por um tecido 
ricamente vascularizado, chamado endométrio. A 
partir da puberdade, todos os meses o endométrio 
se torna mais espesso e rico em vasos sanguíneos, 
como preparação para uma possível gravidez. Essa 
preparação só deixa de ocorrer por volta dos 50 
anos, com a chegada da menopausa. Se a gravidez 
não ocorre, a parte do endométrio que se desen-
volveu se destaca e é eliminada, juntamente com 
sangue,

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