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1 CURSO EAD DE COSMETOLOGIA ESTÉTICA EBOOK1: INTRODUÇÃO A COSMETOLOGIA 2 EPIDERME, DERME E TECIDO SUBCUTÂNEO | PH | PERMEABILIDADE CUTÂNEA Você já se perguntou, alguma vez, até onde o cosmético penetra através de nossa pele? Pois é, assim como nós, nossas clientes, parentes e consumidores em geral podem ter esta pertinente dúvida acerca de seus produtos ou mesmo para tomada de decisão sobre qual produto comprar. Desta forma, é imprescindível trabalharmos os conceitos e o tema propriamente dito. Não dá para falarmos de permeabilidade de princípios ativos através da pele sem falar dela, claro! E por isso, iniciaremos nosso material com a revisão (para quem já tem este conhecimento) ou apresentação da pele. Fo nt e: S hu tte rs to ck 01. APLICAÇÃO DE MÁSCARA FACIAL PELE A pele é o maior órgão do nosso corpo, possui cerca de 18.000 a 25.000 cm2 em um adulto e peso de 2 a 4kg (é o órgão mais pesado e o mais extenso do corpo humano). Representa 16% do peso corporal e possui espessura variada, podendo ter menos de 1mm nas pálpebras e ter 3mm ou mais (plantas dos pés e palmas das mãos). A sua pilosidade é diferente, conforme a região do corpo, funcionalidade, aspecto, quantidade, e alguns casos são inexistentes. Como um órgão complexo que envolve e reveste externamente o corpo, constitui antes de tudo, a primeira linha de defesa contra as agressões do meio ambiente, protegendo os órgãos internos e determinando seu limite com o meio externo, não sendo de maneira nenhuma uma barreira intransponível. Atrelada a esta importante característica, inúmeras funções são desenvolvidas pela pele: • Proteção contra agentes externos através da formação de uma barreira física • Proteção contra a desidratação da pele funcionando como uma barreira à prova d’agua • Barreira antimicrobiana devido manto ácido formado pelas secreções sebáceas e o suor, com função bacteriostática • Absorção da radiação ultravioleta para proteção contra os danos solares 3 • Funções sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato) • Controle térmico através de sinalizações sobre a temperatura externa • Manutenção da integridade intrínseca e sua propriamente dita • Metabolização da vitamina D • Função estética e sensorial A pele é dividida em duas camadas chamadas epiderme (a mais superficial e em contato com o meio) e derme (mais interna). Além destas, algumas literaturas apresentam o tecido adiposo como parte da pele, ainda que apresentem funções e metabolismo muito diferentes. EPIDERME Sua classificação histológica é um tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado, ou seja, é um tecido de revestimento constituído de múltiplas camadas com diferenciação celular composto basicamente por queratinócitos (células da epiderme). A epiderme não é vascularizada. A sua nutrição é feita por difusão da derme (segunda camada da pele) para a epiderme (primeira camada da pele). Pode ser dividida em duas partes: A primeira parte (aquela que forma a camada córnea e fica exposta ao meio ambiente), é formada por células completamente mortas, secas e queratinizadas (sem os seus componentes habituais). A segunda parte é aquela que forma a junção dermoepidérmica, onde ocorre a separação dos tecidos da epiderme (tecido epitelial) e da derme (tecido conjuntivo). É na junção dermoepidérmica que ocorre a formação da camada germinativa que dará origem às células da epiderme. A camada germinativa apresenta ondulações em forma de cones que são chamados de papilas dérmicas, importantes para manter a coesão entre as camadas epidérmicas e dérmicas. Como características, a epiderme apresenta as seguintes: Recobrem a superfície corporal e envolvem as cavidades do organismo. Sua espessura varia segundo a sua localização, idade, fototipo e agressão sofrida pelo meio ambiente, mas em média, podemos considerar as seguintes espessuras: pálpebras = 0,04mm; palma das mãos e nas plantas dos pés = 1 a 1,5mm; demais regiões do corpo = 0,06 a 1mm. A epiderme dá origem aos anexos cutâneos: unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. Na epiderme vamos encontrar quatro tipos de células diferenciadas estrutural e funcionalmente: os queratinócitos, melanócitos, células Langherans e células de Merkel. QUERATINÓCITOS A epiderme é constituída predominantemente de queratinócitos (cerca de 80% de sua composição). Estão organizadas em camadas estratificadas que vão se diferenciando de dentro para fora com objetivo de se transformar em queratina. Esta queratina constitui a camada córnea, a mais externa, a qual tem papel importante na proteção da pele. De dentro para fora as camadas da epiderme se organizam em estratos de células justapostas formando as camadas: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea, as quais estão fortemente unidas por junções intercelulares chamadas desmossomos. CAMADA BASAL OU GERMINATIVA É a camada mais profunda da epiderme. A camada basal é constituída de células germinativa, ou seja, são células que possuem grande atividade mitótica que dão luz a células filhas. As células basais formam um estrato em uma única fileira de células cúbicas ou cilíndricas que se situam em cima da membrana basal (membrana situada no limite da derme com a epiderme), sendo unidas por junções chamadas hemidesmossomos. A atividade mitótica é responsável pela renovação celular, gerando reepitelização em caso 4 de perda tecidual. Calcula-se que a epiderme se renova entre 28 a 40 dias (conforme a idade), ocorrendo modificações sucessivas na sua fisiologia que vão dar origem a outras camadas sobrepostas e diferenciadas, formando as camadas seguintes. CAMADA ESPINHOSA A camada espinhosa possui em torno de 5 até 8 estratos. As células dos primeiros estratos desta camada possuem a forma de um polígono e vão se aplainando cada vez que atingem os estratos mais externos. No citoplasma das células que se encontram entre os três primeiros estratos observa-se “grãos” de melanina, que dá a coloração da pele e responsável pelas discromias da pele (manchas). CAMADA GRANULOSA A camada granulosa está superior em relação à camada espinhosa e é constituída por 3 a 5 estratos de células que já estão praticamente achatadas. As estruturas citoplasmáticas da célula encontram-se consideravelmente modificadas e a membrana celular torna-se mais espessa. CAMADA LÚCIDA A camada lúcida é mais abundante nas regiões das palmas das mãos e na planta dos pés. Nessa região, acredita-se que os queratinócitos apresentem uma função mecânica de absorção de força e impacto. CAMADA CÓRNEA É a camada mais superficial da epiderme, tem espessura muito variável e é constituída por células achatadas completamente planas, sem as estruturas citoplasmáticas, inclusive sem o núcleo e os desmossomos, ou seja, são células mortas. Em média, podemos observar de 4 a 8 camadas, mas em algumas regiões como, por exemplo, nas costas e no abdome podemos observar de 15 a 20 camadas. MELANÓCITOS São células responsáveis por produzir pigmentos, as melaninas, que vão dar cor à pele. Representam aproximadamente 13% das células da epiderme. O melanócito é uma célula idêntica a todas as células, pois como todas as células dos tecidos do nosso corpo, possuem as suas organelas banhadas pelo citoplasma dentro de uma membrana fluida. O que a difere das outras células é que o melanócito é uma célula especializada em sintetizar (produzir) melanina e distribuí-la às células da epiderme, ou seja, os queratinócitos que estão próximos a ele. A melanina é o principal pigmento que da cor a nossa pele, nossos pelos (cabelos) e íris dos nossos olhos. Os melanócitos se distribuem na nossa pele de forma não uniforme, pois eles se concentram em maior quantidade em regiões mais expostas a agentes externos, como por exemplo, regiões que sofrem mais atrito e principalmente as que se submetem com maior incidência a irradiações, principalmente a luz ultravioleta. Eles se localizam também em maior concentração nas regiões próximas aos órgãos genitais, eis queentão se faz valer a sua função biológica de proteção. Esta quantidade de melanina é estabelecida pela herança genética do indivíduo e a relativa quantidade de estímulo a qual a pele é submetida, seja hormonal, alimentar, exposição à radiação ultravioleta, calor, atrito ou outros. Com a idade, além da diminuição da capacidade de síntese da melanina, há redução de melanócitos, em média 10% a 20% a cada década, principalmente no folículo piloso quando nossos pelos e cabelos vão nascendo brancos. 5 CÉLULAS DE MERKEL São células sensitivas e funcionam como receptoras do tato, ou seja, mediadoras da sensação do tato fino. São encontradas em extremidades distais dos dedos, lábios, gengiva e bainha externa do folículo piloso. CÉLULAS DE LANGHERANS As células Langherans estão localizadas na parte média e profunda da epiderme. São células consideradas livres, isto é, sem desmossomos. Sendo células móveis que realizam fagocitose, executam parte do mecanismo de defesa da pele, participando inclusive nos processos alérgicos. Estão em renovação constante e a sua origem é na medula óssea. Representam em torno de 4% na epiderme e desempenham um papel importante na imunidade, já que são consideradas as “sentinelas” da pele do sistema imunológico do organismo. NUTRIÇÃO DA EPIDERME A epiderme não é vascularizada. Sua nutrição acontece através dos cones papilares por difusão do tecido conjuntivo (derme). DERME É um tecido conjuntivo, que possui uma parte mais externa, classificada como conjuntivo frouxo ou derme papilar, e uma mais profunda, classificada como conjuntivo denso ou derme reticular, que delimita a derme e a tela subcutânea (também chamada tecido adiposo). A derme possui diversas funções, sendo que uma delas é proporcionar a resistência mecânica da pele e outra é atuar como recuperadora da pele, sintetizando novo tecido conjuntivo para remodelá-lo em casos de lesões, promovendo a cicatrização. A derme é um tecido conjuntivo constituído por várias células e componentes estruturais como fibras colágenas elásticas, substância fundamental amorfa (composta por elementos extracelulares), vasos sanguíneos, linfáticos e anexos cutâneos como as glândulas sudoríparas e sebáceas. ESTRUTURAS PRESENTES NA DERME HISTIÓCITOS, MASTÓCITOS E MACRÓFAGOS: possuem a função de defesa da pele realizando a fagocitose. LINFÓCITOS E PLASMÓCITOS: são células sanguíneas presentes na derme que realizam a resposta imunológica. FIBROBLASTOS: são células presentes nos tecidos conjuntivos, sendo responsáveis pela produção de fibras colágenas e fibras de elastina. Os fibroblastos também são responsáveis pela produção da substância amorfa (substância fundamental amorfa) encontrada no espaço entre as células e estruturas ou componentes da derme relacionadas a seguir: FIBRAS DE COLÁGENO O colágeno é uma molécula de proteína sintetizada pelo fibroblasto, que se organiza para formar as fibras colágenas ao chegar ao espaço intersticial. Todas as proteínas são constituídas por uma sequência de aminoácidos, sendo que o colágeno tem uma estrutura primária incomum no aspecto referente a sequência dos aminoácidos glicina, prolina e hidroxiprolina ou hidroxilisina. As fibras colágenas predominam em 70% na derme, compondo uma estrutura de suporte e resistência à derme e epiderme. Na pele, há predominância de colágeno tipo I dispostas paralelamente e organizadas em feixes, em maior quantidade que o colágeno tipo III. O colágeno tipo III predomina nas fibras colágenas reticulares. Estas são mais finas e diferentemente organizadas em nossa pele, mais especificamente emaranhadas entre os 6 feixes de colágeno tipo I na derme reticular. As fibras reticulares são também encontradas envolvendo os vasos, glândulas e folículos pilosos. No decorrer dos anos, as fibras de colágeno sofrem alterações de sua estrutura e há diminuição na quantidade, alterando a consistência da pele e ainda, é um alvo importante dos radicais livres, acarretando colagenases. FIBRAS ELÁSTICAS As fibras elásticas são constituídas de moléculas de elastina, também proteínas compostas por aminoácidos e sintetizadas pelo fibroblasto, porém em menor quantidade (4%) e mais finas, formando uma rede elástica da pele. SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA É um material amorfo (sem forma) constituído por elementos produzidos pelos fibroblastos como glicoproteínas e proteoglicanos. Destaca-se o ácido hialurônico como um importante proteoglicano. Ele preenche os espaços entre as células, especificamente entre as fibras colágenas e elásticas da derme, sendo também responsável pela retenção de água na pele e substâncias como nutrientes, água, hormônios etc., que chegam através da corrente sanguínea. Observação: as fibras colágenas, elásticas e a substância fundamental amorfa formam um sistema elástico da pele. VASOS SANGUÍNEOS (CAPILARES ARTERIAIS E VENOSOS) Os vasos sanguíneos localizados na derme são responsáveis pela nutrição das células localizadas nessa região e das células que compõem a epiderme. Na derme, são observados o plexo vascular superficial e o plexo vascular profundo, como veremos na sequência: PLEXO VASCULAR SUPERFICIAL: localiza-se nos cones papilares fornecendo nutrientes para as células da epiderme. É constituído por arteríolas, capilares e vênulas. PLEXO VASCULAR PROFUNDO: situa-se na parte mais profunda da derme onde ela entra em contato com o tecido adiposo. As suas arteríolas, capilares e vênulas são de calibre um pouco maior do que o plexo vascular superficial. VASOS LINFÁTICOS (CAPILARES LINFÁTICOS) Os vasos linfáticos encontram-se na derme, formando uma rede que se iniciam por túbulos de fundo cego denominados capilares linfáticos. Este se situa entre as células com a função de drenar o excesso de líquido tissular que não retornou aos capilares do sistema de retorno sanguíneo, além de fazer a eliminação de macro partículas prejudiciais ao organismo. NERVOS SENSITIVOS (RECEPTORES SENSORIAIS) É na pele que vamos encontrar várias terminações sensitivas responsáveis pela comunicação entre o meio interno e externo da pele. Podemos classificá-los como mecanoceptores (receptores de movimento), termoceptores (receptores térmicos), quimioceptores (receptores químicos), nociceptores (percepção de dor), etc..., como acompanharemos a seguir: Corpúsculos de Vater-Pacini: são responsáveis pela sensibilidade à pressão e são mais concentrados nas palmas das mãos e na planta dos pés. Corpúsculos de Meissner: são responsáveis pela sensibilidade tátil de pressão e encontrados em grande número nas pontas dos dedos. Corpúsculos de Krause: são responsáveis pela percepção do frio e estão em maior número nas mucosas, lábios, clitóris e glande. Corpúsculos de Merkel-Ranvier: estão localizados na ponta dos dedos e são responsáveis pela sensibilidade tátil. 7 A seguir aprenderemos sobre estruturas consideradas anexas da pele que apesar de se originarem na epiderme, possuem sua parte profunda na derme. São as glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas, os folículos pilosos e as unhas. GLÂNDULAS SEBÁCEAS São encontradas praticamente em todo o corpo, exceto na palma das mãos e na planta dos pés. Sua distribuição não é uniforme por todo o corpo, sendo que a maior densidade é encontrada no couro cabeludo, na região medial da face, na parte superior do dorso e no peito (colo). A maioria das glândulas sebáceas está anexa ao folículo piloso e elimina a sua secreção através de ductos até a superfície da pele. GLÂNDULAS SUDORÍPARAS São responsáveis pela secreção do suor, sendo chamadas glândulas exócrinas. Uma das suas extremidades está localizada na derme reticular, a outra na superfície cutânea, onde elimina a produção de suas substâncias através de um canal (poro). Há duas variedades destas glândulas: Glândulas sudoríparas apócrinas: são encontradas nas axilas e nas regiões anogenitais e aréola mamária. Está sempre associada a um folículo pilossebáceo. A sua secreção apresenta os seguintes aspectos: viscoso,leitoso, esbranquiçado ou amarelado. O seu odor é específico a cada indivíduo. Glândulas sudoríparas écrinas: é uma glândula exócrina presente em toda a superfície do corpo da espécie humana, exceto nas unhas e nos lábios. Sua função principal é controlar a temperatura corporal. FOLÍCULO PILOSO É uma evaginação da epiderme local onde se desenvolve o pelo (cabelo). É muito comum dar-se uma atenção diferenciada para o cabelo e outra para o pelo, mas a sua origem e seu desenvolvimento são iguais. A epiderme e a derme são formadas por células distintas e cada uma delas possui diferente capacidade de reagir à frente dos cosméticos. 8 PERMEABILIDADE CUTÂNEA O termo “permeabilidade cutânea” é utilizado para determinar a capacidade que a pele tem de deixar passar, seletivamente, certas substâncias em função de sua natureza química ou de determinados fatores. Existem duas formas de permeação cutânea: VIA TRANSEPIDÉRMICA É a principal via de penetração. O produto passa pelo estrato córneo (intracelular ou intercelular). Fo nt e: S hu tte rs to ck 02. A PELE 1 – EPIDERME; 2 – JUNÇÃO DERMOEPIDÉRMICA; 3 – DERME; 4 – HIPODERME 9 VIA TRANSANEXIAL OU TRANSFOLICULAR É considerada uma via de acesso transitório, onde a penetração do produto na unidade pilossebácea vai depender da saturação do estrato córneo e da epiderme, assim como das características físicas e químicas do produto em contato com a pele. Fo nt e: S hu tte rs to ck 03. PERMEABILIDADE TRANSEPIDÉRMICA Fo nt e: S hu tte rs to ck 04. PERMEABILIDADE TRANSANEXIAL OU TRANSFOLICULAR 10 Quanto à permeabilidade, a pele classifica-se em: Permeável: gases verdadeiros e substâncias voláteis. Relativamente permeável: substâncias lipossolúveis como hormônios, esteroides, vitaminas D e A, resorcina, hidroquinona e fenol. Praticamente impermeável: eletrólitos, proteínas e carboidratos. Essa dificuldade pode ser contornada através de reações de hidrólise e subsequente ionização. A membrana celular é semipermeável e seletiva. Sua dupla camada lipídica (dita como bicamada lipídica) é parcialmente impermeável à água e as substâncias hidrossolúveis, mas é permeável às substâncias lipossolúveis. FATORES QUE FACILITAM A PERMEAÇÃO CUTÂNEA FATORES BIOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS • Espessura da epiderme: menos espessa, maior penetração • Fluxo sanguíneo: pele hiperêmica é mais permeável (massagem) • Região com grande número de orifícios pilosebáceos ou muito vascularizada e mucosas são mais permeáveis • Capacidade de associação: substâncias que a pele já possui penetram mais facil- mente • Pele hidratada FATORES FÍSICOS E QUÍMICOS • Moléculas pequenas • Ionização do produto • Concentração do ativo VEÍCULOS • Lipossomas e nanosferas • Poder lipossolvente: o desengorduramento da pele melhora a penetração, pois retira a barreira lipídica. 11 Fo nt e: S hu tte rs to ck Fo nt e: S hu tte rs to ck 05. MÃOS CONTAMINADAS MICROBIOLOGIA APLICADA À COSMETOLOGIA Um dos grandes desafios da Cosmetologia está em produzir formulações resistentes às diversas formas de contaminação a qual estão suscetíveis. As frequentes manipulações humanas sobre os produtos visando seu consumo, abertura das embalagens para utilização dos cosméticos e as possíveis alterações do meio, como variáveis na temperatura, radiação de luz sobre os produtos ou outros diversos fatores, conhecidos ou não, pelo qual um cosmético está propenso, contribuem para sua contaminação, proliferação de microrganismos, alterações de sua formulação original, perda de eficácia e até desencadeamento de reações negativas sobre a pele. A indústria cosmética conta com os aditivos em suas formulações, para controlar estas indesejáveis ações, mas o conhecimento acerca do tema Microbiologia para Cosmetologia também nos auxilia no reconhecimento das possíveis formas de contaminação, cabendo ao profissional, grande parte de responsabilidade pela saúde de seus cosméticos. CONHECENDO OS COSMÉTICOS Os produtos cosméticos não são estéreis, ou seja, possuem contaminantes microbianos previstos por não se tratar de um sistema esterilizado e fechado. A quantidade destes contaminantes deve ser controlada e é regulada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que determina os limites de aceitabilidade para as diferentes classificações de produtos. Os padrões brasileiros estão em conformidade com a legislação europeia, fornecidos pela COLIPA. Existem duas especificações referentes aos cosméticos: Quantitativa: determina a quantidade máxima de determinados contaminantes permitida no produto. Qualitativa: determina os contaminantes que não podem estar presentes no produto, em nenhuma quantidade. Em ambos os casos, os produtos não devem conter microrganismos patogênicos, ou seja, aqueles que podem gerar e transmitir doenças. 12 FATORES DE CONTAMINAÇÃO COSMÉTICA Os principais fatores envolvidos na contaminação dos produtos cosméticos são relativos à qualidade dos compostos e composição dos produtos, condições de fabricação e acondicionamento em estoques, transporte para revenda e manuseio do produto pelo profissional. Existe uma escala de risco biológico de matérias primas previsto, classificados com valores de 0 a 4, conforme veremos a seguir: Risco 0: são matérias primas incompatíveis com microrganismos, como por exemplo ácidos, álcalis etc. Desta forma, é improvável a proliferação de agentes nocivos. Risco 1: são matérias primas que possuem baixa carga microbiana, contendo cerca de 100 microrganismos/g como os óleos minerais, por exemplo. Risco 2: estas matérias primas possuem carga microbiana moderada com valores menores ou iguais à 100/g como a glicerina, por exemplo. Risco 3: estas matérias primas, como as proteínas, por exemplo, permitem o desenvolvimento microbiano e precisam de conservantes na formulação para melhor conservação. Risco 4: são altamente suscetíveis à contaminação microbiana como água deionizada, por exemplo. OCORRÊNCIA DE CONTAMINAÇÃO NA FABRICAÇÃO A contaminação dos cosméticos nas formulações se deve a diversos fatores como veremos a seguir: • Contaminação da água. • Má qualidade sanitária dos cosméticos (ausência de controle de qualidade por parte dos fabricantes e farmácias de manipulação). • Ausência das boas práticas de fabricação. • Ineficácia do sistema de conservação. ÁGUA É considerada uma das principais causas de contaminação microbiológica de produtos. As fontes de contaminação diferem de acordo com o método de purificação da água, como veremos a seguir: • Água deionizada: resinas regeneradas inadequadamente podem facilitar o desenvolvimento microbiano. •Água osmose-reversa: os compostos orgânicos e inorgânicos, retidos em seus filtros, podem tornar-se base de nutriente para as bactérias também retidas, fortalecendo o sistema de contaminação. •Água destilada: pode conter microrganismos contaminantes, pois contém traços de matéria orgânica, sais e metais provenientes do sistema de destilação. MATÉRIAS-PRIMAS O grau de contaminação depende de sua natureza química, processamento, suscetibilidade e outros fatores, sendo que a incidência segue: • Matérias-primas de origem mineral: possuem nível de contaminantes mínimo. • Matérias-prima de origem animal: merecem atenção, pois podem estar contaminadas por bactérias da flora intestinal e bacilos gram-negativos. • Matérias-primas de origem sintética ou semi-sintética: possuem baixa carga contaminante. COMPOSIÇÃO DO PRODUTO Alguns produtos estão mais suscetíveis à contaminação devida sua composição, a qual pode conter mais nutrientes para microrganismos como carboidratos, açucares alcoólicos, ácidos graxos, proteínas, aminoácidos, glicosídeos, álcoois graxos, esteroides, peptídeos e vitaminas. Os ingredientes de plantas ou gomas naturais também favorecem a contaminação, pois contém fontes orgânicas de energia (carbono, hidrogênio, oxigênio). 13 LOCAL DE FABRICAÇÃO Este fator está diretamente relacionado às contaminações, pois alguns tiposde contaminantes decorrem das características e materiais utilizados na construção da fábrica ou laboratório de produção do cosmético. Além disso, a área em que está situada o fabricante é de grande importância, pois muitos agentes patógenos se disseminam pelo ar ou água e por isso, o saneamento básico do bairro e atividades das redondezas desta fábrica ou laboratório não devem ser desconsiderados. A ventilação do local também é um fator de fundamental atenção devido alta incidência de contaminantes presentes nos aparelhos de ar condicionado e ventiladores. Além destes fatores, as práticas de limpeza e sanitização são fundamentais para a prevenção e controle de contaminação microbiana no ambiente. É recomendável que haja uma identificação de todas as matérias primas, produtos e processos operacionais quanto ao grau de risco microbiológico apresentado, além de seguir as boas regras de controle para produção cosmética. ACONDICIONAMENTO Integram este quesito, as embalagens dos cosméticos, transporte e a estocagem dos produtos. Em relação às embalagens, podem contribuir para a contaminação do produto devido seu material de composição. O tipo de frasco tem influência na conservação do produto. Frascos plásticos são mais porosos que os de vidro, portanto mais suscetíveis à multiplicação microbiana. Alguns tipos de plástico podem absorver conservantes, diminuindo sua eficácia, ou seja, reduz a ação de proteção destes aditivos. As bisnagas de alumínio são mais seguras por conter pouco oxigênio, o que limita a incidência de microrganismos aeróbicos. Uma forma de contaminação em potencial, além da descrição acima, está relacionada à forma de extração deste cosmético de sua embalagem. Os potes que permitem o contato do produto com o meio ou com a manipulação humana estão mais suscetíveis à contaminação do que os produtos acondicionados nas embalagens e protegidos mesmo no momento de retirada do produto, como ocorre com os cosméticos que contêm válvula pump ou spray. O transporte de cosméticos não necessita de refrigeração, mas é ideal que a temperatura seja ambiente, o local esteja seco e seja de pouca ou nenhuma luminosidade. Tão importante quanto os processos de acondicionamento nas embalagens, é o ambiente de estoque destes produtos, pois a contaminação e proliferação de microrganismos podem acontecer neste momento. Os cosméticos devem manter-se acomodados em superfície estável, evitando quedas ou batidas na embalagem. O local deve ser seco, sem umidade de infiltrações ou próximo de ralos ou pias, não deve permitir grande luminosidade e manter- se em temperatura ambiente, amena, frequentemente. TIPO DE VEÍCULO O veículo tem papel importante na contaminação dos produtos, sendo que as bases alcoólicas (contendo acima de 20%) impedem a proliferação de microrganismos devido propriedades desinfetantes e antissépticas. Já os veículos aquosos são os mais suscetíveis ao desenvolvimento microbiano. pH O pH do produto cosméticos é um fator importante para a multiplicação dos microrganismos e para a ação do conservante. Os fungos crescem melhor em meio levemente ácido, já as bactérias em meio levemente alcalino. As pseudomonas são exceções e sobrevivem em faixas de pH 3 a 11. PRAZO DE VALIDADE De modo geral, o prazo de validade varia de dois a três anos para produtos industrializados 14 e de alguns meses para produtos formulados com compostos naturais e conservantes não tradicionais. É imprescindível verificar o prazo de validade dos produtos cosméticos, sendo que o produto que não for estocado adequadamente poderá ter este prazo antecipado. MANIPULAÇÃO A manipulação de cosméticos pelo usuário pode implicar em contaminação quando houver: • Manuseio e estocagem profissional inadequados. • Utilização de um mesmo aplicador para várias pessoas. • Exposição do produto a altas temperaturas ou à luz solar. • Fechamento inadequado do frasco. • Exposição à umidade. • Alterações visíveis em produtos contaminados. • É possível identificar os sinais de contaminação denotados no cosmético, conforme veremos na sequência: • Coloração: pode ocorrer mudança da cor do produto devido alterações do pH, com a formação de metabólitos ou devido à formação de pigmentos. Observação: pseudomonas produzem pigmentos azul-esverdeados. • Produção de gás: presença de bolhas, espuma e aumento da pressão interna. • Perda de homogeneidade: separação das fases aquosas, oleosas e/ou sólidas pela quebra das emulsões. • Odor: presença de odor não característico do produto, geralmente mais forte e fétido. • Alteração na viscosidade: produto com grumos, arenoso ou muito fluido. • Perda do efeito terapêutico: o princípio ativo pode ser degradado por microrganismos ou pela alteração do pH causada por eles. De qualquer maneira, a molécula se quebra e o produto perde o efeito. CUIDADOS NO MANUSEIO DE PRODUTOS COSMÉTICOS O profissional de estética tem a responsabilidade de estar atento às várias recomendações para evitar a contaminação de seus produtos cosméticos, sendo importante que suas clientes tenham este mesmo conhecimento para que possam se proteger de microrganismos em seus produtos home care: • Utilizar produtos industrializados conhecidos, para os quais se supõe ter sido feitos todos os estudos e testes pertinentes. • Estocar os produtos longe de temperaturas altas, luminosidade intensa e umidade. • Verificar sempre o prazo de validade. • Manter as embalagens bem fechadas após o uso. • Verificar sempre a aparência geral do produto, descartando-o se houver um dos sinais de contaminação. • Utilizar um aplicador (espátula) exclusivo para cada cliente. • Nunca adicionar água ou outro líquido ao produto que apresente ressecamento, por dois motivos principais: ressecamento também é sinal de contaminação e adicionando água você pode estar introduzindo bactérias. Produtos ressecados devem ser desprezados. CONSEQUÊNCIAS DA CONTAMINAÇÃO Existem dois tipos de consequências inerentes à utilização de cosméticos contaminados: uma refere-se a alterações da estabilidade do produto, que podem apresentar uma ação farmacológica indesejável ao organismo humano ou não apresentar nenhuma eficácia em sua utilização; e outra, relativa aos problemas clínicos decorrentes de sua utilização como alergias e irritações no local de aplicação do cosmético contaminado. A contaminação microbiológica pode ser causada por bactérias, leveduras ou fungos, que são extremamente versáteis em suas atividades metabólicas. Um crescimento descontrolado de microrganismos pode produzir toxinas ou outros metabólitos com atividade farmacológica. Além de ocorrer alteração das 15 propriedades terapêuticas do cosmético, portanto, há também o risco para a saúde do consumidor, principalmente em se tratando de microrganismos patogênicos. RESISTÊNCIA DA PELE HUMANA SAUDÁVEL A pele sadia funciona como uma eficiente barreira física contra infecções, já que a microflora normal lhe oferece considerável proteção. A pele humana tem uma fl ora microbiana constante, que garante proteção contra microrganismos invasores e, portanto, é muito resistente ao ataque bacteriano, sendo que sua simples exposição a microrganismos patogênicos não a conduz, obrigatoriamente, à doença. As condições ótimas para o crescimento de microrganismos se encontram em locais úmidos e quentes do corpo, como por exemplo, nas axilas. O risco também aparece quando a pele ou os olhos apresentam alguma lesão ou alteração causada por tratamento médico com antibióticos, corticosteroides ou drogas imunossupressoras e em pessoas portadoras de diabetes. Estes fatores modificam a resistência natural, criando uma suscetibilidade particular e, desse modo, abre a possibilidade de que o indivíduo em questão realmente desenvolva uma doença devido a um produto cosmético contaminado. INTRODUÇÃO A COSMETOLOGIA Você tem reparado que ao longo dos anos e sobretudo décadas de vida, a pele começa a sofrer alterações com o aparecimento de rugas, diminuição da hidratação e consequenteressecamento, além da diminuição da espessura da derme, aspecto caracterizado pelo envelhecimento cutâneo? Como consequência disso, nossos clientes buscam a beleza e juventude exigindo cada vez mais o desenvolvimento de novos procedimentos estéticos e fórmulas cosméticas que possam retardar o envelhecimento e tratar suas afecções. Com os avanços tecnológicos, a atual legislação sanitária e as crescentes exigências por parte dos consumidores desafiam aqueles que atuam no desenvolvimento de produtos cosméticos. É também um desafio para os profissionais da Estética, que assim como você, buscam a escolha dos melhores produtos! A etimologia da palavra “cosmético” vem do grego “kosmetike”, que significa deixar belo. A cosmetologia é uma ciência destinada ao estudo das boas práticas de fabricação, controle de qualidade, manipulação (magistral ou industrial), estocagem e aplicação cosmética bem como da legislação que organiza as atividades correlatas. Cosméticos, produtos de higiene e perfumes são, portanto, preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano (pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral), com o objetivo exclusivo ou principal de limpa-las, perfumá-las, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los e mantê-los em bom estado conforme declarado pela Anvisa, Resolução RDC n.79, de 28 de agosto de 2000.Os cosméticos trazem em sua composição alguns elementos básicos como princípios ativos, veículo ou base e os aditivos (conservantes, espessantes, corantes, aromas ou essências). Todos esses ingredientes que fazem parte de uma formulação cosmética serão abordados em nosso curso de Cosmetologia, fazendo com que você saiba associar todos esses recursos técnicos em prol da saúde e qualidade da pele do seu cliente, com atendimento personalizado de forma corretiva e preventiva, adequando a melhor fórmula cosmética e o melhor tratamento estético. 16 Fo nt e: S hu tte rs to ck Fo nt e: S hu tte rs to ck 06. MANIPULAÇÃO DE COSMÉTICOS Convido você a compreender os conceitos fundamentais da cosmetologia aplicada à estética. Através disso, iremos decidir os critérios usados nos tratamentos específicos como por exemplo, saber aplicar um produto hipoalergênico quando seu paciente apresentar hipersensibilidade a fórmulas cosméticas, ou um produto cosmético não comedogênico quando seu tipo de pele for considerado muito lipídica ou acneica, e ainda um produto cosmecêuticos para as necessidades específicas em um determinado protocolo. DEFINIÇÃO E HISTÓRICO Segundo o Michaelis, moderno dicionário da língua portuguesa (editora Melhoramentos), cosmetologia é “a arte da preservação, melhoramento ou restauração da beleza do corpo humano e especialmente do rosto. Trata-se de criar uma aparência cuidada, retardar o aparecimento dos sinais de envelhecimento e compensar ou ocultar os desvios do ideal normal da beleza mediante o tratamento cosmético da pele, cabelo e unhas”. A cosmetologia estuda os cosméticos, abrangendo desde a concepção de matérias- primas até a venda e aplicação dos produtos elaborados. É uma atividade multidisciplinar envolvendo conhecimentos de física, química, biologia, e algumas áreas da humanística. A Cosmetologia trabalha com beleza, correção, fantasia e sonho. Mistura real com o imaginário. Não tem finalidade curativa, pois não é um medicamento, mas sim a prevenção e a melhora de alterações inestéticas na pele e cabelo. 17 Fo nt e: S hu tte rs to ck Fo nt e: S hu tte rs to ck 07. TRATAMENTO FACIAL HISTÓRIA DA COSMETOLOGIA Apesar das propriedades medicinais de determinados extratos botânicos terem sido descobertas a mais de 4000 a.C. pelos chineses, as evidências sugerem que foram os egípcios, os primeiros a utilizarem os cosméticos e produtos com larga escala para fins estéticos; desde extratos botânicos de henna, minerais utilizados como sombras de olhos, banhos com leite de cabra da famosa rainha Cleópatra, incorporada na cultura egípcia como modelo de beleza e higiene, e até sarcófagos que mantinham a beleza por toda a eternidade, mesmo após a morte, como o do conhecido jovem rei egípcio, Tutankamon. A partir do avanço da cultura greco-romana sobre a Europa, era possível notar a tendência científica da utilização dos cosméticos, sobretudo pelas evidências contidas em manuscritos de Hipócrates, considerado por alguns filósofos contemporâneos como o pai da medicina, sobre dicas de higiene, atividade física e culto a beleza feminina de Vênus. Contudo, a cosmetologia como ciência teve início com os estudos do médico grego Claudius Galeno sobre a manipulação de cosméticos, inaugurando a chamada Era Galênica da farmacotécnica, com repercussões atuais como a criação da famosa base cremosa de hidratação externa da pele, cold-cream (Unguentum Refrigerans), feita com cera de abelha e bórax. Na mesma época a influência do ocultismo promoveu a criação da alquimia, ciência que contribuiu para o desenvolvimento de formulações cosméticas ainda que sob o olhar oculto da magia. Já na Idade Média, a influência da religião, sobretudo do cristianismo, causou repressão ao crescimento da ciência cosmética, que somente com a chegada do século XIX pós Revolução Industrial Europeia voltou a progredir por meio de receitas caseiras passadas ao longo das gerações, e que um século depois influenciaram o advento de indústrias de matérias-primas para cosméticos e produtos de higiene. Com o crescimento industrial e o surgimento das primeiras indústrias farmacêuticas, os cosméticos foram diferenciados dos medicamentos, e cada vez mais passaram a atender padrões de qualidade e boas práticas de fabricação, atendendo as necessidades de consumidores que foram aumentando em número e exigência. Nos anos 80, com a revolução industrial e feminista, os cosméticos ganharam papel de destaque com conceitos científicos, efetuando assim, em tratamentos mais específicos, 18 surgindo assim os “Cosmecêuticos” – Dermocosméticos. Atualmente, com o aumento da expectativa de vida e maior grau de acesso à informação, as pessoas buscam envelhecer com mais qualidade de vida e melhor aparência possível, buscando a beleza pela confiança nos cosméticos e dermocosméticos nas mãos de profissionais que realmente sabem como “deixar belo”. Principais funções de um produto cosmético: • Higiene (sabonetes, xampus e desodorantes) • Proteção: foto protetores (barreira, como nos casos dos filtros solares que minimizam a ação dos raios ultravioleta e evitam o câncer de pele) • Decorativa: quando usado para esconder imperfeições ou realçar a beleza • Prevenção: quando atua minimizando o envelhecimento precoce • Tratamento: quando recupera uma pele desidratada, manchada ou acneica. • Silicones para limpeza - demaquilantes (neutros, com poder de retirar a maquiagem) • Loções e cremes (hidratação; limpeza da pele) • Talco e pós (absorve umidade e isola a pele de agressões externas) • Perfumação (através de fragrâncias, aromas e essências) • Reparação (quanto está associado nas formulações, ativos funcionais para diferentes técnicas estéticas e equipamentos profissionais). COSMÉTICOS X COSMECÊUTICOS – DERMOCOSMÉTICOS Segundo a RDC 011/2005 do anexo 1 - cosméticos são definidos: “produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado”. A categoria dos dermocosméticos ou cosmecêuticos foi definida por Albert Klingman da Faculdade de Medicina de Pensilvânia, EUA, no início dos anos 90. Nesta época, a melhor definição erade séruns anti-aging contendo alfa hidroxi ácidos (AHA). Embora a categoria tenha nascido desde os anos 80, ainda não existe uma definição oficial para ela. Os dermocosméticos são conhecidos por estar em uma escala entre os cosméticos e os medicamentos. São formulações especiais e específicas, utilizadas sempre para uma determinada função, como por exemplo: gel anti-acne, creme anti-rugas, loção anti- estrias, etc. Segundo a legislação sanitária (ANVISA), não existe o termo cosmecêutico validado através de uma resolução. Esses produtos são de venda livre assim como os cosméticos, ou seja, podem ser adquiridos sem receituário médico; entretanto, necessita de uma indicação profissional quanto a sua ação, eficácia e segurança, pois contém princípios ativos que foram previamente testados e aprovados, indicados para uma determinada função na pele em virtude de um tratamento específico. São conhecidos por estarem em uma escala entre os cosméticos e os medicamentos. Principais características dos cosmecêuticos | dermocosméticos: • Modificam estruturas celulares, melhorando a aparência, e a saúde da pele • Tratam sem serem medicamentos • Não são absorvidos pela corrente sanguínea • Sem ação farmacológica • São específicos • São de uso tópico e melhoram a aparência e a fisiologia da pele • Eficácia comprovada • Registrados na ANVISA • Podem ser prescritos por dermatologias ou indicados por demais profissionais da saúde especialistas na área da estética 19 • Vendas em pontos específicos (drogarias e farmácias) • Produtos de tratamento específico • Ideais para peles sensíveis • Assemelham-se as formulações profissionais de cabine estética em consultório médico Na tabela abaixo, evidencie os principais exemplos de ativos considerados cosmecêuticos de acordo com seu mecanismo de ação: CATEGORIA EXEMPLO DE PRINCÍPIO ATIVO RETINOÍDE Adapaleno, tazaroteno, retinaldeido AGENTES DESPIGMENTANTES Ácido azeláico, ácido fítico, ácido kójico, hidroquinona FILTROS SOLARES Ácido paramino benzóico, dióxido de titânio, óxido de zinco, tinosorb, mexoril VITAMINAS Vitamina A – ácido retinóico, vitamina B, vitamina C, niacinamida, ubiquinona ANTIOXIDANTES Ácido alfa- lipóico, idebenona MINERAIS Cobre, selênio, zinco HIDROXIÁCIDOS Alfa-hidroxiácidos, beta-hidroxiácidos, poliidroxiácidos FATORES DE CRESCIMENTO Fator de Crescimento Epidérmico PROTEÍNAS Oligopeptídeos PAL-KTTKS, Pentapeptídeos HIDRATANTES Ácido Linoléico, colesterol, petrolatum BOTÂNICOS Arnica, cera de abelha, camomila, chá preto, chá verde, chá branco, ginseng, ginkgo bilola, romã, extrato de semente de uva Tabela: Ativos classificados cosmecêuticos 20 Conclui-se que para tratar as imperfeições estéticas como rugas, manchas, acne, celulite etc., iremos sempre utilizar um produto que contenham princípios ativos de apelo funcional, sendo assim, considerados cosmecêuticos ou dermocosméticos. COSMÉTICOS HIPOALERGÊNICOS Os produtos hipoalergênicos estão disponíveis no mercado estético através de linhas e marcas específicas para você. O objetivo dessas formulações é tratar as imperfeiçoes estéticas, limpar, higienizar ou ainda proteger e decorar contendo fórmulas exclusivas para peles reativas, sensíveis ou que devem ser usadas em clientes com histórico de hipersensibilidade cosmética. Produtos hipoalergênicos são formulações que provocam menores índices de dermatites de contato, irritações, reações alérgicas e formações de acne e comedões. Sendo produtos apropriados para pessoas com peles sensíveis, em sua elaboração, recebem todos os cuidados possíveis contendo matérias primas extremamente puras e suas fórmulas, muito simples. São neutros quanto ao odor e contêm o mínimo de conservantes, corantes, filtros solares, óleos vegetais e derivados de lanolina. Para ser colocado no mercado, deve ser feita uma avaliação. Se não houver nenhum caso de dermatite, o produto pode ser lançado no mercado. Cosméticos que causam alergia com maior frequência: • Tintura capilar, esmaltes para unhas e depilatórios em cremes. • Desodorante aplicado após a depilação. • Aplicação de adstringentes em peles secas. • Esfoliantes usados durante o dia. • Tratamentos clareadores sem uso de filtro solar. • Produtos de maquilagem. • Filtros solares em concentrações muito altas, em peles sensíveis. • Produtos oleosos, em peles irritadas. COSMÉTICOS NÃO COMEDOGÊNICOS A comedogenicidade da pele inicia-se com a variação da composição química dos ácidos graxos livres, secretados pela glândula sebácea, assim, o espessamento e a solidificação do sebo, características comumente apresentadas em pele do tipo oleosa e com acne. Esses fatores impedem a saída do sebo secretado pelo canal folicular formando o comedão. Cosméticos não comedogênicos são produtos que provocam menor índice de formação de acne e comedões por não estimular a solidificação do sebo. A principal característica desse tipo de produto é não apresentar altas concentrações de alguns ácidos graxos, de lanolinas e derivados, de óleos vegetais e minerais e de alguns ésteres. Sendo assim, é a escolha ideal para ser utilizado em peles lipídicas ou com histórico clínico de acne, já que não oferecem ingredientes oleosos e oclusivos para esse tipo de cliente. LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE COSMÉTICOS NO BRASIL A produção e a comercialização de produtos cosméticos são submetidas ao controle da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, órgão criado em 1999 para zelar pela proteção da saúde da população. A área da cosmetologia segue uma legislação específica que estabelece normas para nomenclatura, fabricação e comercialização de produtos cosméticos. NORMAS DE ROTULAGEM Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra em contato direto com os produtos. Embalagem Secundária: é o envoltório destinado a conter a embalagem primária. Rótulo: identificação impressa ou litografada, bem como dizeres pintados ou gravados, 21 decalco sob pressão, aplicados diretamente sobre recipientes, vasilhames, invólucros, envoltórios ou qualquer outro protetor das embalagens. Folheto de Instruções: texto impresso que acompanha o produto, contendo informações complementares (bula). Nome/Grupo/Tipo: designação do produto para distingui-lo de outros, ainda que da mesma empresa ou fabricante, da mesma espécie, qualidade ou natureza. Marca: elemento que identifica um ou vários produtos da mesma empresa ou fabricante e que os distingue de produtos de outras empresas ou fabricantes, segundo a legislação de propriedade industrial. Procedência/ Origem: lugar de produção ou industrialização do produto. Lote ou Partida: quantidade de um produto em um ciclo de fabricação, devidamente identificado, cuja característica principal é a homogeneidade. Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suas propriedades, quando conservado na embalagem original e sem avarias, em condições adequadas de armazenamento e utilização. Fabricante/Importador: pessoa jurídica que, segundo as leis vigentes, explore uma atividade econômica ou industrialize produtos abrangidos pela legislação. Composição/Ingredientes: descrição qualitativa dos componentes da fórmula através de sua designação genérica, utilizando nomenclatura internacional em vernáculo. Advertências e Restrições de uso: são as estabelecidas nas listas de substâncias quando exigem a obrigatoriedade de informar a presença das mesmas no rótulo. Categoria: agrupamento de produtos classificados de acordo com sua finalidade de uso. Grau de Risco: é o nível de efeitos adversos que cada tipo de produto pode ou não oferecer, considerando sua composição, finalidade e modo de uso. CONTROLE DE QUALIDADE O laboratório de controle de qualidade é responsável pela análise tanto das matérias primas, quanto dos produtos fabricados pela indústria. Os produtos analisados passam por avaliações de: • Cor: análise visual por comparação com um padrão do produto. • Odor: avaliação olfativa da amostra, comparada a um padrão. • Viscosidade:determinada através de aparelhos denominados viscosímetros. Mede a resistência de escoamento do produto. • Densidade: a densidade do produto é a razão da massa pelo volume. • Controle Químico: realização de reações químicas para determinar a concentração de ativos da formulação. • Ph: determinado através de aparelhos denominados phmetros. TESTES PARA AVALIAR UMA NOVA FORMULAÇÃO São testes realizados na criação de um produto cosmético com o objetivo de aprovar o produto, determinar o prazo de validade dos mesmos e sua eficácia. • Teste de Estabilidade: comprova a ausência de alterações nas propriedades físico- químicas do produto. • Teste de Compatibilidade: verifica se não houve interação entre o produto e a embalagem. • Teste de Desafio Microbiano: analisa a resistência do produto ao ataque e proliferação de microrganismos. • Teste de Irritação Primária: verifica se o produto produz irritação dérmica ou alergias. • Teste de Irritação Ocular: verifica se o produto causa irritação ocular. • Teste de Comprovação de Eficácia: comprova a eficácia dos produtos classificados na categoria 2. DEFINIÇÃO DE COSMÉTICOS E CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS Cosméticos, produtos de higiene e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema 22 capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes, membranas e mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. Os grupos de produtos estão enquadrados em 4 categorias e classificados quanto ao grau de risco a que oferecem, dado a sua finalidade de uso. CATEGORIAS 1. Produtos de higiene: destinada aos produtos de limpeza da pele e anexos como unhas e cabelos. 2. Cosméticos: estão inseridos os demais produtos de ação complementar como hidratantes e nutritivos. 3. Perfume: destinada aos produtos de ação perfumante como colônias, loções e perfumes. 4. Produto de uso infantil: caracterizada pelos produtos destinados aos cuidados cosméticos de bebês e crianças. GRAU DE RISCO GRAU 1 – produtos isentos de registro no Ministério da Saúde pois oferecem o mínimo risco à saúde de seus usuários. Segue abaixo, a relação de produtos descritos como grau I (texto extraído do portal da ANVISA http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Cosmeticos/ Assuntos+de+Int eresse/O+que+e+cosmetico/ed92e7004fb5dd5094ecb5efc83eca1f): 1. Água de colônia, Água Perfumada, Perfume e Extrato Aromático. 2. Amolecedor de cutícula (não cáustico). 3. Aromatizante bucal. 4. Base facial/corporal (sem finalidade fotoprotetora). 5. Batom labial e brilho labial (sem finalidade fotoprotetora). 6. Blush/Rouge (sem finalidade fotoprotetora). 7. Condicionador/Creme rinse/Enxaguatório capilar (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia). 8. Corretivo facial (sem finalidade fotoprotetora). 9. Creme, loção e gel para o rosto (sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade exclusiva de hidratação). 10. Creme, loção, gel e óleo esfoliante (“peeling”) mecânico, corporal e/ou facial. 11. Creme, loção, gel e óleo para as mãos (sem ação fotoprotetora, sem indicação de ação protetora individual para o trabalho, como equipamento de proteção individual - EPI - e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 12. Creme, loção, gel e óleos para as pernas (com finalidade exclusiva de hidratação e/ ou refrescância). 13. Creme, loção, gel e óleo para limpeza facial (exceto para pele acnéica). 14. Creme, loção, gel e óleo para o corpo (exceto os com finalidade específica de ação antiestrias, ou anticelulite, sem ação fotoprotetora da pele e com finalidade exclusiva de hidratação e/ou refrescância). 15. Creme, loção, gel e óleo para os pés (com finalidade exclusiva de hidratação e/ ou refrescância). 16. Delineador para lábios, olhos e sobrancelhas. 17. Demaquilante. 18. Dentifrício (exceto os com flúor, os com ação antiplaca, anticárie, antitártaro, com indicação para dentes sensíveis e os clareadores químicos). 19. Depilatório mecânico/epilatório. 20. Desodorante axilar (exceto os com ação antitranspirante). 21. Desodorante colônia. 22. Desodorante corporal (exceto desodorante íntimo). 23. Desodorante pédico (exceto os com ação antitranspirante). 23 24. Enxaguatório bucal aromatizante (exceto os com flúor, ação anti-séptica e antiplaca). 25. Esmalte, verniz, brilho para unhas. 26. Fitas para remoção mecânica de impureza da pele. 27. Fortalecedor de unhas. 28. Kajal. 29. Lápis para lábios, olhos e sobrancelhas. 30. Lenço umedecido (exceto os com ação anti-séptica e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 31. Loção tônica facial (exceto para pele acneica). 32. Máscara para cílios. 33. Máscara corporal (com finalidade exclusiva de limpeza e/ou hidratação). 34. Máscara facial (exceto para pele acneica, peeling químico e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 35. Modelador/fixador para sombrancelhas. 36. Neutralizante para permanente e alisante. 37. Pó facial (sem finalidade fotoprotetora). 38. Produtos para banho/imersão: sais, óleos, cápsulas gelatinosas e banho de espuma. 39. Produtos para barbear (exceto os com ação anti-séptica). 40. Produtos para fixar, modelar e/ou embelezar os cabelos: fixadores, laquês, reparadores de pontas, óleo capilar, brilhantinas, mousses, cremes e géis para modelar e assentar os cabelos, restaurador capilar, máscara capilar e umidificador capilar. 41. Produtos para pré-barbear (exceto os com ação anti-séptica). 42. Produtos pós-barbear (exceto os com ação anti-séptica). 43. Protetor labial sem fotoprotetor. 44. Removedor de esmalte. 45. Sabonete abrasivo/esfoliante mecânico (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante químico). 46. Sabonete facial /ou corporal (exceto os com ação anti-séptica ou esfoliante químico). 47. Sabonete desodorante (exceto os com ação anti-séptica). 48. Secante de esmalte. 49. Sombra para as pálpebras. 50. Talco/pó (exceto os com ação anti-séptica). 51. Xampu (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem a comprovação prévia). 52. Xampu condicionador (exceto os com ação antiqueda, anticaspa e/ou outros benefícios específicos que justifiquem comprovação prévia). Observação: As exceções mencionadas no item “I) Lista de Tipo de Produtos de Grau 1” caracterizam os produtos de Grau 2. GRAU 2– são produtos com risco potencial e por isso, devem apresentar os testes de eficácia comprovada e registro no Ministério da Saúde. São exemplos de produtos grau II de risco (fonte: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Cosmeticos/ Assuntos+de+Int eresse/O+que+e+cosmetico/ed92e7004fb5dd5094ecb5efc83eca1f): 1. Água oxigenada 10 a 40 volumes (incluídas as cremosas exceto os produtos de uso medicinal). 2. Antitranspirante axilar. 3. Antitranspirante pédico. 4. Ativador/ acelerador de bronzeado. 5. Batom labial e brilho labial infantil. 6. Bloqueador Solar/anti-solar. 7. Blush/ rouge infantil. 8. Bronzeador. 24 9. Bronzeador simulatório. 10. Clareador da pele. 12. Clareador para as unhas químico. 12. Clareador para cabelos e pêlos do corpo. 13. Colônia infantil. 14. Condicionador anticaspa/antiqueda. 15. Condicionador infantil. 16. Dentifrício anticárie. 17. Dentifrício antiplaca. 18. Dentifrício antitártaro. 19. Dentifrício clareador/ clareador dental químico. 20. Dentrifrício para dentes sensíveis. 21. Dentifrício infantil. 22. Depilatório químico. 23. Descolorante capilar. 24. Desodorante antitranspirante axilar. 25. Desodorante antitranspirante pédico. 26. Desodorante de uso íntimo. 27. Enxaguatório bucal antiplaca. 28. Enxaguatório bucal anti-séptico. 29. Enxaguatório bucal infantil. 30. Enxaguatório capilar anticaspa/antiqueda. 31. Enxaguatóriocapilar infantil. 32. Enxaguatório capilar colorante / tonalizante. 33. Esfoliante “peeling” químico. 34. Esmalte para unhas infantil. 35. Fixador de cabelo infantil. 36. Lenços Umedecidos para Higiene infantil. 37. Maquiagem com fotoprotetor. 38. Produto de limpeza/ higienização infantil. 39. Produto para alisar e/ ou tingir os cabelos. 40. Produto para área dos olhos (exceto os de maquiagem e/ou ação hidratante e/ou demaquilante). 41. Produto para evitar roer unhas. 42. Produto para ondular os cabelos. 43. Produto para pele acneica. 44. Produto para rugas. 45. Produto protetor da pele infantil. 46. Protetor labial com fotoprotetor. 47. Protetor solar. 48. Protetor solar infantil. 49. Removedor de cutícula. 50. Removedor de mancha de nicotina químico. 51. Repelente de insetos. 52. Sabonete anti-séptico. 53. Sabonete infantil. 54. Sabonete de uso íntimo. 55. Talco/amido infantil. 56. Talco/pó anti-séptico. 57. Tintura capilar temporária/progressiva/permanente. 58. Tônico/loção Capilar. 59. Xampu anticaspa/antiqueda. 60. Xampu colorante. 25 ESTADO FÍSICO CARACTERÍSTICAS SÓLIDO • Forma constante • Volume constante • Partículas sem liberdade de movimento LÍQUIDO • Forma variável • Volume constante • Partículas com certa liberdade de movimento GASOSO • Forma variável • Volume variável • Partículas com grande liberdade de movimento 61. Xampu condicionador anticaspa/antiqueda. 62. Xampu condicionador infantil. 63. Xampu infantil. QUÍMICA E BIOQUÍMICA EM COSMETOLOGIA A química, como uma parte do conhecimento humano, é uma ciência que está voltada para o estudo da composição dos materiais e da forma pela qual uma substância de origem animal, vegetal ou mineral se transforma em outra. É importante na área da Cosmetologia, pois toda produção deste setor está pautada nos conhecimentos da química dos componentes de uma formulação, sendo possível criar uma infinidade de produtos estáveis, permeáveis, com características agradáveis ao visual, sensorial e olfato, além de funcionais. Especificamente esta última função necessita dos conceitos trazidos pela bioquímica, para análise das respostas celulares, teciduais e orgânicas frente à utilização de um produto em suas diferentes formas cosméticas. CONCEITOS BÁSICOS Matéria: é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço como, por exemplo, ar, água, madeira etc. Pode ser encontrada em três estados fundamentais: sólido, líquido e gasoso. Tabela: Estados Fundamentais da Matéria ÁTOMO: é a menor parte da matéria, sendo constituído por duas estruturas distintas: Uma região central denominada de núcleo, constituído por prótons, que são partículas de carga positiva e nêutrons, partículas sem carga. Uma região periférica que envolve o núcleo, denominada eletrosfera, constituída pelos elétrons, que são partículas negativas. Os átomos são considerados um sistema eletricamente neutro, isto é, o total de cargas positivas (prótons) é igual às cargas negativas (elétrons), já que os nêutrons não possuem carga elétrica. MOLÉCULA: é a associação de dois ou mais átomos resultando estruturas mais complexas. Exemplo: uma molécula de água é formada da combinação de 2 átomos de hidrogênio (H) e 1 átomo de oxigênio (O) = H2O. Íon: é o átomo com carga elétrica devido ao recebimento de elétrons (torna-se mais negativo) ou doação (torna-se menos negativo). Desta forma, o átomo não neutro que 26 possui carga elétrica positiva (ou seja, tornou-se um íon menos negativo), é chamado de cátion e o átomo que possui carga elétrica negativa (ou seja, tornou-se um íon mais negativo), é chamado de ânion. LIGAÇÃO QUÍMICA: os átomos das substâncias se unem, por forças de atração, para atingir a estabilidade. Essa ligação pode ser: • Iônica: quando existe a transferência de elétrons de um átomo para outro (formação de íons) • Covalente: quando dois átomos compartilham o mesmo elétron. RADICAL LIVRE: é qualquer substância de tempo de vida curta caracterizada por elétrons desemparelhados, o que a torna muito instável e reativa. ELEMENTOS QUÍMICOS: é um conjunto de átomos com a mesma propriedade química. Exemplos: Hidrogênio (H+) e Cálcio (Ca++). Substância pura: é um tipo de matéria que apresenta a mesma composição em toda extensão, constituída por unidades químicas iguais, sejam moléculas ou átomos isolados. As substâncias puras podem ser classificadas em dois grupos: substâncias simples e substâncias compostas. SUBSTÂNCIA SIMPLES: são formadas por um único elemento químico, ou seja, por um único tipo de átomo. Exemplos: gás hidrogênio - H2 | gás cloro – Cl2 | gás oxigênio – O2. SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS: apresentam mais de um elemento químico, ou seja, mais de um tipo de átomo. Exemplos: água (H2O) – é formada pela união de dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. MISTURAS: são formadas por duas ou mais substâncias puras, não podendo ser representadas por uma única fórmula. Exemplos: vinagre – formado por ácido acético (C2H4O2) e água (H2O) | aço – formado basicamente por ferro (Fe) e carbono (C) | aço inox - formado por ferro (Fe), carbono (C) e cromo (Cr). PH: o potencial hidrogeniônico mede a quantidade de H+ e OH- existente em um meio, indicando se o meio é ácido ou alcalino (também chamado de básico). Para quantificar o pH, utiliza-se uma escala numérica de 0 a 14. Fo nt e: F re eP ik Escala numérica de pH de 0 a 14: de 0 a 6,9 = ácido | 7 = neutro | acima de 7 = alcalino O pH da pele está entre 5,4 – 5,6 e é chamado de pH fisiológico. Esta informação é imprescindível dentro da Cosmetologia, já que as formulações cosméticas contam com este parâmetro para produzir produtos mais permeáveis, esfoliantes ou emolientes. Resumindo, as alterações produzidas no pH da pele trarão respostas diferenciadas, que quando bem conhecidas, só irão favorecer o bom tratamento estético. Por exemplo: produtos de pH inferiores aos da pele produzem um efeito mais esfoliativo, além de estimular o fechamento dos poros e trazer uniformidade à superfície cutânea. Em contrapartida, um produto contendo pH superior à 7 estimulará abertura dos poros para agilizar a limpeza diária domiciliar ou profissional, além de permitir que haja extração facilitada do sebo durante a limpeza de pele. 08. ESCALA DE PH 27 GLICÍDEOS: também chamados de carboidratos, fazem parte de vários tecidos, inclusive do tecido conjuntivo. São ótimos hidratantes (mucilagem, lactose) e alguns têm propriedades espessantes (celulose e derivados). LIPÍDEOS: são substâncias insolúveis em água, representadas pelos óleos, gorduras e ceras. São usados em produtos para a pele e cabelo como emolientes. AMINOÁCIDOS: são as unidades formadoras das proteínas. Existem cerca de vinte aminoácidos e a sua combinação variada origina um enorme número de proteínas diferentes. Os aminoácidos essenciais fazem parte do NMF (Fator Natural de Hidratação) e são: lisina, histidina, triptofano, fenilalanina, isoleucina, treonina, metionina, valina e arginina. São utilizados como hidratantes. PROTEÍNAS: são compostos formados por aminoácidos através de ligações peptídicas. Uma proteína é formada por aproximadamente 200 aminoácidos, sendo classificados como macromoléculas. ENZIMAS: são substâncias macromoleculares de natureza proteica que catalisam (= aceleram) reações bioquímicas. VITAMINAS: como as enzimas, representam autênticos biocatalizadores (= estimuladores naturais), que intervém em funções básicas dos seres vivos como o metabolismo, equilíbrio mineral do organismo e a conservação de certas estruturas e tecidos. As vitaminas podem ser hidrossolúveis (complexo B e vitamina C) e lipossolúveis (vit. A, D, E e K). São adicionadas aos produtos cosméticos como estimulantes da proliferação celular e antioxidantes. Fo nt e: S hu tte rs to ck 09. FORMAS COSMÉTICAS FORMAS COSMÉTICAS Você já notou que os diversos tipos de cosméticos, como por exemplo os higienizantes, tônicos e hidratantes, possuem texturas diferentes entre um e outro? A decisão pela forma cosméticaé baseada tanto na função do produto quanto pelo tipo de pele que irá recebê-lo. Por exemplo, produtos para limpeza da pele não precisam permanecer nela, pois apenas servem para emulsionar a gordura superficial para remoção, diferente de um hidratante, que deve permanecer em contato com a pele da cliente, gerando benefícios sem alterações indesejáveis como acne ou irritação, por exemplo. No primeiro Fo nt e: Sh ut te rs to ck 28 caso (produtos para limpeza da pele), a forma cosmética deve ser leve e de fácil remoção, ao passo que no segundo (hidratante), deve ser consistente para permanecer na pele por mais tempo a fim de garantir um efeito prolongado. Mas antes de falarmos das características entre as diversas formas cosméticas, vamos aprender e/ou revisar os biótipos cutâneos para melhor entendimento da necessidade de cada uma. Biotipos Cutâneos Segundo a cosmetóloga Helena Rubinstein, que descreveu os tipos clássicos de pele, ela pode ser: normal, seca, oleosa e mista. PELE NORMAL Também conhecida como pele eudérmica, é assim chamada devido ao perfeito equilíbrio entre água e óleo, proveniente do manto hidrolipídico, com textura aveludada e uniforme. A pele de bebê e crianças são exemplos deste tipo de pele. O equilíbrio entre “água” e “óleo” é obtido através da adequada liberação de suor, pelas glândulas sudoríparas (poros) e sebo, pelas glândulas sebáceas (óstios), formando uma camada superficial de proteção contra a desidratação e agentes externos. Ao aproximarmos nossas observações sobre a pele de uma criança (ou bebê), é possível notar que a superfície da pele se apresenta lisa e uniforme devido ausência de folículos dilatados. Como este tipo de pele não possui excreção aumentada de suor ou sebo, não há estímulo para a permanente dilatação dos folículos, conhecido popularmente como “poros dilatados”. A partir da puberdade, devido fatores hormonais, a pele normal, sofre grandes alterações modificando a ação das glândulas sudoríparas e sebáceas, podendo haver maior ou menor liberação de suor e sebo. Fo nt e: S hu tte rs to ck Fo nt e: S hu tte rs to ck 10. PELE EUDÉRMICA 29 PELE SECA Neste tipo de pele, há diminuição da produção e excreção de sebo, reduzindo o manto hidro lipídico e a lubrificação superficial da pele. Como consequência, haverá desidratação da pele denotada por descamação, aspereza e/ou repuxamento tecidual. Este tipo de pele é mais comum em peles ditas maduras, ou seja, em pessoas mais velhas, pois esta pele esteve mais suscetível às ações do cronoenvelhecimento (envelhecimento programado do nosso organismo) e foto envelhecimento (envelhecimento ocasionado pelo sol). Em algumas épocas do ano e em algumas regiões do mundo, a pele seca é predominante devido ao frio e a baixa umidade do ambiente, o que pode levar à redução da excreção de sebo e hidratação cutânea também. Para este tipo de pele, a forma cosmética mais recomendada é a emulsão cremosa ou creme. PELE OLEOSA Oposto à pele seca, a oleosa possui excreção aumentada de sebo pelo folículo pilossebáceo devido fatores intrínsecos e extrínsecos como hormonais e calor excessivo, respectivamente, dentre outros. O canal folicular torna-se dilatado para extravasar o excedente de sebo e desta forma, acarreta os incômodos e inestéticos óstios dilatados (dito popularmente “poros dilatados”). Comumente, além da eliminação de sebo e dilatação folicular, há espessamento da camada córnea (mais superficial da pele) e formação de comedões (popularmente chamados “cravos”), pápulas (“espinhas vermelhas”) e pústulas (“espinhas brancas”). A presença persistente e/ou evolutiva destas lesões elementares (comedões, pápulas e pústulas), constituem a peles acneica. Esta pele requer uma forma cosmética mais leve como um gel. Fo nt e: S hu tte rs to ck 11. PELE SECA 30 PELE MISTA Este tipo de pele é caracterizado pela presença de dois ou mais tipos em toda a área facial, sendo que a forma mais comum é a existência de óstios dilatados e maior oleosidade na zona T da face (formada pela testa, nariz e queixo) e ausência de oleosidade nas laterais do rosto, ou seja, pele oleosa na zona T e pele seca ou normal, nas laterais. Para a pele mista, recomenda-se a utilização de forma cosmética em gel-creme. FORMAS COSMÉTICAS Os produtos cosméticos são fabricados com uma grande diversidade de matérias primas e são constituídos, basicamente, por veículo e princípios ativos. Os veículos ou formas cosméticas são substâncias que determinam a consistência, ou seja, o corpo que o produto terá ao final de sua produção. São os responsáveis por dar forma ao produto e carregar os princípios ativos até o sítio de atuação. Existem vários tipos de formas cosméticas: EMULSÃO São formas cosméticas compostas por agentes imiscíveis, ou seja, que não se misturam como a água e o óleo. Para possibilitar a homogeneização da fórmula, neste tipo de cosmético, há necessidade da presença de um tensoativo. Tensoativos são capazes de reduzir a repulsão entre as fases imiscíveis, a chamada tensão interfacial, devido sua formulação anfifílica, ou seja, possuem afinidade por água e óleo, como podemos verificar na imagem ao lado. É possível notar que a molécula do tensoativo possui a parte lipofílica, ou seja, com afinidade por óleo; e a parte hidrofílica, ou seja, com afinidade por água. Sabemos que água e óleo não se misturam, mas na presença de um tensoativo, isso é possível. As emulsões podem ser do tipo: A/O (ÁGUA EM ÓLEO): estas formulações são compostas por maior quantidade de óleo Fo nt e: S hu tte rs to ck 12. PELE OLEOSA 31 e menor, de água. É o veículo ideal para formulação de demaquilantes e higienizantes cremosos. Além disso, devido a forma final do produto conter característica mais cremosa, possui melhor recomendação para peles secas. O/A (ÓLEO EM ÁGUA): possuem maior quantidade de água em sua composição e menor concentração de óleo. Esta formulação terá uma forma mais leve e de fácil remoção. Devida baixa concentração de oleosidade, é indicada para peles normais, mistas e pouco oleosas. Além destas, ainda podemos encontrar as emulsões múltiplas, classificadas como A/O/A ou O/A/O. Na forma A/O/A, uma gotícula de óleo pode conter diversas gotículas de água ao seu redor, ambos diluídos em um meio aquoso. Na forma O/A/O, a fase aquosa está dispersa entre gotículas de óleo em um meio oleoso. As emulsões são recomendadas para demaquilagem, limpeza da pele, hidratação ou nutrição da pele, ou seja, são produtos versáteis para produção de uma série de cosméticos. Os principais tipos de emulsões são: CREME É um tipo de emulsão A/O, muito utilizadas em peles secas faciais ou de regiões específicas como cotovelos e joelhos. Também possui grande procura em períodos frios ou secos, quando a hidratação cutânea diminui. Podem ser de origem sintética ou natural derivado animal, vegetal ou mineral. Possuem características singulares como excelente deslizamento sobre a pele (seca ou úmida), cobertura uniforme da pele com manutenção da permeabilidade cutânea, facilidade de remoção, emolientes e deslizantes. São formas cosméticas de filtros solares, cremes corporais, hidratantes e nutritivos, sendo que podem conter ação higroscópica e devem ter pH neutro ou no máximo, 7,5 (levemente alcalinos). É possível encontrar no mercado atual, a loção cremosa, uma referência à emulsão O/A, que reduz a oleosidade do creme com a presença de água. LEITE São emulsões de consistência fluídica, ideais para peles normais, secas, pouco oleosas e mistas. Existem os leites muito fluídos, chamados extreme fluido, que também são recomendados para as peles com acne. Esta forma cosmética é muito comum em produtos de limpeza facial ou corporal, contendo o tensoativo, material graxo e base sódica, basicamente, capaz de emulsionar, remover e decompor a oleosidade da pele. LOÇÃO É representado basicamente por água. De característica muito fluída, apresenta ação limitada à superfíciee aplicação específica com o auxílio de algodões ou borrifadas sobre a superfície a ser tratada. É o veículo utilizado nas diversas loções tônicas, sendo que, em comum, contém basicamente água e ativos de funções específicas, que determinam a ação do tônico. Mais usualmente, temos os tônicos adstringentes (geralmente contem álcool em sua composição), calmantes (aplicados pós-peelings e extração) e antissépticas. As famosas loções oil-free são livres de óleo, havendo silicone em seu lugar, o que traz mais leveza ao produto mantendo suas características. GEL Forma cosmética viscosa obtida pela dispersão de partículas hidrófilas sólidas em uma fase líquida (água, propilenoglicol, álcool), transparentes ou não, que ao secar, deixam uma película invisível sobre a pele. Pode ser gel-aquoso, quando contém um aspecto mais fluído; ou gel-creme, contendo aparência mais oleosa, ainda que suave. Estas características e a função do produto são determinadas pela fase líquida do produto. 32 Por não conter material graxo, os géis são indicados para peles lipídicas. ÓLEO É uma matéria prima imprescindível na indústria devido suas características hidratantes, emolientes e carreadoras. Pode ser de origem sintética como os ésteres de ácidos graxos e álcoois graxos ou natural, proveniente animal como lanolina e esqualeno; ou vegetal, como óleo de abacate e amêndoas. SUSPENSÃO É um tipo de mistura formada por duas ou mais fases, formando uma mistura heterogênea. A fase interna, contém partículas sólidas insolúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível com a pele, geralmente água (também chamado de fluido dispersante), obtendo uma apresentação muito fluída. Para não ocorrer separação de fases, pode ser usado tensoativos ou outro agente para estabilizar o produto. PÓ Substâncias no estado seco sem nenhuma umidade como o talco, pó facial e argilas em pó. Na cosmetologia, estes compostos são hidratados para formação de máscaras, peelings e agentes hidratantes e nutritivos. Quando umedecidos, alteram sua forma para um composto denso ou fluído, dependendo da quantidade de produto líquido (água, loção...), acrescido ao pó. SABONETE Cosmético espumógeno destinado à higiene da pele e anexos. Pode ser: Sólido: produto em barra, com pH em torno de 10, ou seja, alcalino (pH acima de 7 é considerado alcalino). Devido esta característica, é comum causar ressecamento excessivo e aspereza à pele. Líquido e cremoso: sua principal característica é a suavidade, sendo possível obter formulações com pH controlado, o que evita o repuxamento causado pela alcalinidade dos produtos em barra. AEROSSOL São soluções de ingredientes ativos e gases liquefeitos (propelentes), em um recipiente pressurizado munido de uma válvula, que ao ser pressionada, descarrega o produto. Neste momento, ele é expandido pela ação do propelente (agente que expulsa o produto para o meio), convertendo-o em uma névoa fina denominada de aerossol. A mistura pode conter álcool, fragrância, água e outros elementos. TIPO DE PELE X FORMAS COSMÉTICAS Agora que já conhecemos os tipos de pele e as formas cosméticas disponíveis no mercado atual, vamos fazer um estudo mais preciso sobre esta relação: Indicações para peles normais: limpeza com um sabonete suave (creme ou gel) e adstringente (soluções faciais como tônicos). É recomendável hidratante e protetor solar para pele normal (loções O/A ou loções oil-free). Indicações para peles secas: os sabonetes usados para limpar esta pele devem ser suaves como cremes A/O e os tônicos (soluções faciais), sem álcool. Recomendam-se hidratantes e protetores poderosos (creme e loções A/O), com ativos como ureia ou lactato de amônia. Indicações para peles oleosas: pode ficar desidratada no inverno, mesmo mantendo a oleosidade natural. Esfoliar uma vez por semana (gel esfoliante), usar sabonetes líquidos de ácido salicílico, tônicos (soluções faciais) adstringentes e protetor e hidratante oil free (loções sem óleos ou gel- creme). Indicações para peles mistas: produtos específicos para pele oleosa na hora da limpeza 33 (gel de limpeza), e tônicos (soluções faciais) adstringentes. Para hidratar e proteger do sol, é recomendável produtos específicos para peles normais (cremes O/A ou loções oil-free). MATÉRIA-PRIMA DOS PRODUTOS COSMÉTICOS Matéria prima é toda substância pura ou mistura de substâncias que fazem parte de uma formulação de um produto cosmético e podem ser: • orgânicas - extraídas do reino animal e vegetal • inorgânicas – extraídas do reino mineral A mistura dessas matérias-primas e desses ingredientes que vão determinar a forma física do produto, o modo de liberação de ativos, a facilidade de aplicação, o tempo de duração do cosmético e o efeito que se deseja obter. A formulação de um cosmético envolve três partes fundamentais: veículo, princípios ativos e aditivos. O veículo, também chamado excipiente ou base, geralmente constitui a maior parte da formulação e é o responsável por determinar a forma física do cosmético Já aos princípios ativos ou simplesmente ativos, cabe a maior responsabilidade de um cosmético, pois são eles que definem o efeito que se deseja obter com a formulação. Os aditivos são as adições acrescidas nas formulações para torná-la mais atrativa ao público consumidor como odor agradável, cor atraente ou outros elementos. Os produtos hipoalergênicos não contêm estes elementos ou os tem em menor fração e por isso, correm menor risco de apresentarem uma reação negativa quando aplicados sobre a pele. COMPONENTES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO 1. ÁGUA A água é um ingrediente fundamental das formulações cosméticas e deve passar por uma Fo nt e: S hu tte rs to ck 13. MATÉRIA PRIMA PARA FORMULAÇÃO COSMÉTICA 34 série de tratamentos para tornar-se adequada à fabricação de cosméticos como veremos a seguir. • Filtros de areia: retém os sólidos presentes na água. • Filtros de carvão: retém cloro e matéria orgânica presente na água. • Desmineralizadores: eliminam íons presentes na água. Desta forma, podemos verificar dois tipos de água disponíveis nos produtos cosméticos: • Água destilada: não contém elementos orgânicos. A parte inorgânica fica no resíduo da destilação, quase sempre é pura. • Água deionizada: remoção de íons (cátions/ânions) através de um sistema de resinas trocadoras de íons. A água termal, muito famosa na Cosmetologia, apresenta características únicas e em geral, são utilizadas como tônicos faciais. São extraídas diretamente da fonte e para manter seus atributos inerentes, deve ser envasada em embalagem metálica (lata) e dispersa como aerossol, evitando o contato com a luz, calor e manipulação humana com o produto. São ricas em sais minerais como zinco, magnésio, ferro e cálcio, de ação refrescante, hidratante, suavizante e cicatrizante, ou seja, excelentes para pós-extração, pós-peelings e lasers e pós-operatório. 2. UMECTANTES São matérias primas capazes de absorver água do meio ambiente e são adicionados aos cosméticos para evitar o ressecamento do produto. Algumas vezes, podem ser utilizados como hidratantes da pele. Os umectantes mais utilizados são: propilenoglicol, glicerina, d-pantenol, ácido hialurônico, dentre outros. 3. EMOLIENTES São substâncias responsáveis por propriedades como espalhamento, absorção, viscosidade, sensação na pele e outras, como por exemplo, para amolecimento superficial otimizando manobras de massagem. Tem a propriedade de tornar a pele macia e suave, evitando e atenuando o seu ressecamento Os exemplos comumente encontrados nos cosméticos são: óleo mineral, vaselina, parafina, óleos vegetais etc. 4. ESPESSANTES Matérias primas utilizadas para corrigir a viscosidade do cosmético tornando-o de fácil manuseio e agradável ao recebimento pela pele. São exemplos de espessantes, os derivados da celulose e carbômeros. 5. PRESERVATIVOS OU CONSERVANTES São matérias primas utilizadas em cosméticos com o objetivo de preservá-los de deteriorações causadas por microrganismos durante
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