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CURSO DE PEDAGOGIA PROJETOS E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 PROJETO DE INTERVENÇÃO DIDÁTICA DESENVOLVIMENTO DA IDENTIDADE E AUTOESTIMA NA ED. INFANTIL Regina Helena Machado de Toledo Ferreira RA 1924663 Unip Campinas Taquaral 2020 Identidade e Autoestima na Infância Introdução Vivemos em um mundo cada vez mais plural, porém, bastante individualista. A vida pós-globalizada, que é regida pelo modelo socioeconômico neoliberalista permeia toda a nossa vivência. Um sistema que permite uma ampla pluralidade cultural e social relativas ao nosso existir, e que ainda nos permite uma infinidade de possibilidades e escolhas que fazem parte da nossa vida. Por este e outros motivos, que serão melhor explicitados adiante, nesse documento, a escolha da temática de Identidade e Autonomia na Educação Infantil. Esse projeto de intervenção pedagógica está sendo finamente redigido no mês de Maio de 2.020, em meio a uma pandemia global, onde tudo que nos foi ensinado até então, está em transição ou adaptação. Atualmente, sou estagiária nos anos iniciais do ensino fundamental, através do programa PNAIC, (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa), em uma escola administrada pela prefeitura. Foi a partir da minha vivência nessa instituição, no início do ano letivo, antes da suspensão das aulas presenciais, que surgiu o tema norteador que trago para este projeto. Em um mundo onde o professor passou a ser o mediador do conhecimento, e não seu retensor, o desenvolvimento de identidade e autonomia se mostram ainda mais urgentes e emergentes. No momento atual, estamos vivenciando, pela primeira vez na história, em ordem emergencial e inédita devido a pandemia. O ensino à distância, (EAD), em amplitude global como “única opção possível”. No Brasil, até o momento, apenas as escolas particulares estão mantendo aulas e tarefas diárias. O setor de educação pública, pelo menos no estado de São Paulo, ainda não iniciou suas atividades à distância, em detrimento da educação das camadas menos privilegiadas. Os docentes de escolas públicas e estaduais passaram o último mês se preparando e se adaptando ao Google Sala de aula. Dentro desse contexto atual de mundo e ensino, não apenas devido a pandemia e ao EAD, mas sim à progressão da educação nas últimas décadas, em 1 sincronia ao momento sócio-econômico, senti a necessidade de elaborar um projeto com o tema Identidade e Autonomia para a Educação Infantil. Na pedagogia atual, onde o aluno é centralizado em seu esquema de apropriação de conhecimento e o professor é seu mediador, sua estrutura e formato mudaram significativamente - o que se desdobrou em mudanças das competências desejadas em ambas as partes do processo. Dessa forma, aumenta a necessidade de um bom desenvolvimento de identidade e autonomia do aluno, o tema gerador desse projeto, entendendo e valorizando o quão ínfima é a importância do pleno desenvolvimento de identidade e autonomia desde os primeiros anos da infância. Vale adicionar que as competências necessárias pelos educadores-docentes também necessitam passar por reciclagens e aprofundamentos para melhor conduzir o desenvolvimento de identidade, autoestima positiva e autonomia em seus educandos. Ressalto que, mesmo tendo mencionado o momento vivido, por vias de contextualização, esse projeto não pretende ser inicialmente aplicado em modalidade EAD. No momento, ele foi idealizado para se desenrolar em um espaço físico de uma instituição de educação infantil, dentro de um grupo, pois até então, exige bastante interação social entre os alunos e uma condução pedagógica orientadora preparada, ativa, analítica e flexível, para conseguir adaptar às necessidades demonstradas nas reações dos alunos aos objetivos gerais e específicos deste projeto. 2 Situação-problema: O desenvolvimento insuficiente de identidade e autonomia nos anos iniciais da vida pode se estender de maneira significativa por todos os estágios de desenvolvimento, psicológicos, sociais e cognitivos do aluno, impedindo que o mesmo atinja seu pleno potencial individual e coletivo. E até mesmo resultando em problemas de desenvolvimento acadêmico e sócio-emocional, chegando a fazê-lo perder o interesse na escola e a criar sentimentos de não pertencimento no ambiente socioescolar. Também pode desencadear outros sérios problemas, que podem influenciar em todas as camadas de sua vida em um grau maior ou menor, uma vez que as novas pedagogias enfatizam o quão essencial é uma auto estima positiva para a cognição de informações e um bom desenvolvimento pessoal. Ao estagiar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, me deparei com turmas de alunos extremamente díspares em diversos aspectos de seus desenvolvimentos. Alguns com muitas dificuldades de alfabetização e letramento e, em contrapartida, alunos que liam e escreviam como alunos mais avançados. Encontrei também uma gritante falta de identidade própria, autonomia e autoimagem positiva nos mesmos. A maioria dos alunos, entre 7 e 8 anos não sabia sua idade ou data de aniversário ao certo, não sabiam comparar medidas de altura própria e tamanho ao se compararem com os amigos e ainda vinham carregados de outras ações e maneirismos, o que demonstra pouco ou nenhum trabalho relacionado à identidade e autoestima. Isso contradiz as orientações do Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil, o RCNEI, que dedica seu segundo volume à Formação Pessoal e Social do aluno, e reforça a necessidade de uma maior atenção aos processos de construção de identidade e autonomia na Educação Infantil. Além de pouco desenvolvidos, a maioria dos alunos chega à escola com bagagens emocionais confusas e rótulos criados por familiares ou até mesmo profissionais da educação. Ao cuidar e educar crianças simultaneamente, considerando que o RCNEI, estabelece indissociáveis esses dois conceitos, devemos manter em mente que, crianças são pequenos seres humanos em pleno desenvolvimento cognitivo e social. Possuem diferentes histórias e contexto de vida e por consequência, percepções e sensibilidades emocionais complexas e 3 diferentes dos adultos. E ao educá-los, mais especificamente nos momentos de disciplinamento, precisamos manter em mente formas comunicativas “não agressivas”, pois gritos e rótulos podem ser tão traumáticos e significativos quanto agressões físicas para as crianças. Os profissionais da Educação Infantil no Brasil, atualmente, são marcados por um grande despreparo acadêmico. Cerca de 40% deles não possui ensino superior. Estes adultos responsáveis pelo desenvolvimento de crianças também são marcados por dificuldades pessoais-emocionais ao lidar com as temáticas de identidade e autonomia, e momentos de resolução de conflitos e disciplinamento positivo. Isso são resquícios lógicos de seus próprios desenvolvimentos pessoais durante sua educação básica inicial, que até 1996 não incluía o ensino infantil. A maioria dosprofissionais da educação no momento passaram pela educação infantil antes disso, de acordo com a média de idade dos profissionais atuantes nessa área. Mais de 50% do professorado na educação infantil apresenta idades que variam entre 25 a 40 anos de idade, conforme Estudo divulgado sobre professores no Brasil (GATTI; BARRETO, 2009), mostrando também que, no âmbito da educação básica, a educação infantil concentra os professores mais jovens, não brancos e com menor escolaridade. Uma realidade bastante visível e gritante no ensino brasileiro. A partir da promulgação da LDB, em 1996, onde a Educação Infantil passou a ser parte integrante da Educação Básica, situando-se no mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, e de uma modificação introduzida na LDB em 2006, que antecipou o acesso ao Ensino Fundamental para os 6 anos de idade, a Educação Infantil passou a atender a faixa etária de zero a 5 anos. Antes disso, as instituições infantis eram majoritariamente assistencialistas, e não se preocupavam com o desenvolvimento cognitivo, social ou emocional de suas crianças. Assim, criou-se uma geração de adultos com sérias dificuldades em autoconhecimento e controle emocional, entre outras dificuldades e disfunções que têm sido cada vez mais expostas por pesquisas, teses e artigos científicos de cognição, psicologia, etc. As crianças precisam de auxílio para lidar com os conflitos internos e sociais, e os profissionais que trabalham na área da educação necessitam desenvolver habilidades para melhor lidar com os próprios sentimentos e educar as futuras gerações de acordo com os valores sobre os quais a sociedade atual se estrutura, 4 como igualdade entre gêneros, diversidade, educação cidadã, social e afetiva. Vivemos em mundo rápido, múltiplo, plural e individualista que vem exigindo cada vez mais uma autonomia maior de seus alunos sem valorizar o desenvolvimentos das capacidades que a constroem. Uma problemática bastante emergente no ensino atual, e uma temática na qual que eu gostaria de me aprofundar e me apropriar através desse projeto. 5 Justificativa e embasamento teórico A Educação Infantil no Brasil ainda é muito marcada pelo seu histórico assistencialista, o que gera impacto na realidade educacional atual, especialmente no pleno desenvolvimento de identidade e autonomia infantil. Segundo a Professora Doutora Vera Maria Silvério do Vale, em sua tese Tecer para não ter de remendar O desenvolvimento socioemocional em idade pré-escolar: (VALE, 2012) “É durante os primeiros anos de vida que se alicerçam as competências socioemocionais manifestadas em empatia, regulação emocional, resolução de problemas, competên- cias estas essenciais para a prontidão escolar.” Portanto, uma educação voltada à construção de independência e autoestima dos educandos se faz imprescindível. Ademais, a tese da Profª. Drª. do Vale também se desdobrou em treinamento capacitador para os professores envolvidos no estudo. Similarmente, nessa proposta de projeto pedagógico, o treinamento docente anda em paralelo com a aplicação em sala de aula, uma vez que um não pode existir sem o outro. No segundo volume do Referencial Nacional Curricular de Educação Infantil, RCNEI, dedicado à formação pessoal e social da criança, explicita- se que: “...O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias.” “O ambiente social da criança codetermina a sua existência e fornece o primeiro meio de satisfação das suas necessidades.” Segundo Henri Wallon e muitos outros teóricos da área pedagógica que reforçam em seus trabalhos a necessidade de um ensino mais cuidadoso, de afirmações positivas e que trabalhe a autonomia e noções de identidade desde os primeiros anos da educação infantil. Em texto sobre Educação Positiva, Priscila Griner escreve que “A ideia é educar com base no respeito, na empatia, no exemplo, na gentileza e na promoção 6 da autonomia, sem deixar de estabelecer limites.” (GRINER, 2019). Também esta é a essência dessa proposta: a construção de uma educação que promova alunos pensantes, empáticos e independentes, sem deixar de exercer os limites e a disciplina positiva, tão necessários à formação das crianças. “O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas.” Como Piaget defendeu em suas obras e nos propomos a trabalhar a partir desses conceitos na aplicação desse projeto de intervenção didática. 7 Público-alvo A criança é considerada um “sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura” (BRASIL, 2009). Portanto, faz-se necessária a priorização dos alunos como público alvo direto desse projeto, e de forma secundária, porém simbiótica e integral, seus docentes e equipe escolar que tiver contato presencial com as crianças, essa última sendo ofertado o treinamento de forma opcional. Todas as etapas desse projeto de intervenção exigem um grande autoconhecimento, inteligência emocional bem desenvolvida e uma articulação excelente por parte desses profissionais. Isso os torna um público-alvo secundário e simbiótico ao desenvolvimento pleno deste projeto e seus objetivos. O público-alvo deste projeto de intervenção didática são crianças durante o pleno desenvolvimento da segunda infância, na faixa etária dos 4 aos 6 anos. Porém não se limitando apenas aos alunos da Educação Infantil, ao se desdobrar de forma direta aos educadores, estagiários, monitores e assistentes de docência dessa etapa do ensino básico regular. Como responsáveis pela execução do mesmo, eles deverão ser treinados previamente para a melhor aplicabilidade e desempenho. Para otimizar o desenvolvimento de um assunto tão holístico como identidade, autoestima e autonomia, é necessário treinar a equipe, que tem o importante papel de conduzir e executar as atividades do projeto de acordo com o cronograma e direcionamentos metodológicos. A eles também cabe o papel de ativamente engajar os alunos ao elicitar sua participação no processo, bem como de fomentar e mediar as discussões relacionadas ao tema a serem realizadas pelos alunos, em ambiente acolhedor e socializador. 8 Objetivos Os objetivos gerais, deste projeto de intervenção pedagógica se baseiam em promover e ampliar resultados efetivos na construção de identidade, autonomia e autoestima positiva dos alunos. Os objetivos específicos, se desdobram em; - Promover o treinamento da equipe docente nas competênciasteóricas, que serão desenvolvidas junto ao público alvo secundário, em forma de treinamento-oficina coletiva, para habilitar a mesma à alcançar os objetivos estabelecidos com excelência; - Promover o treinamento da equipe docente em educação positiva. Ou seja, não apenas em teorias pedagógicas, didáticas e epistemológicas, mas desenvolvimento capacidades em abordagens comportamentais humanas e eficazes ao desenvolvimento infantil em forma de palestra-oficina. - Possibilitar uma melhor construção individual e positiva de identidade e autoestima para os alunos, através de atividades lúdicas e sócio-construtivas, desenvolvidas especificamente para atingir os objetivos gerais desse projeto. - Desenvolver desde cedo uma cultura de autoconhecimento, autoestima positiva e aceitação dos alunos. 9 Percurso Metodológico O projeto será dividido em 5 fases, que podem vir a se interseccionar e serem trabalhadas de forma paralela ou conjunta em um momento ou outro do projeto; 1. Primeira Fase: Apresentação do projeto e engajamento da equipe docente. A primeira fase é composta por duas oficinas educativas desenvolvida para o público alvo secundário. Ela se inicia no treinamento dos docentes que participarão deste projeto. O corpo docentes pode incluir desde professores, à coordenação pedagógica, educadores, estagiários, assistentes-monitoras, e se estender até a equipe de alimentação, segurança e limpeza. Os conteúdos são de fácil assimilação, e relacionados a diversos níveis e tipos de relacionamentos com as crianças, de forma dinâmico e relacional. Esse projeto considera uma visão holística de escola, pois se constitui de um ambiente rico em relacionamentos interpessoais do público alvo principal com sua equipe de forma total e absoluta, promovendo dinamismo e construção social. De acordo com o RCNEI, é o primeiro ambiente de relacionamentos sociais e interpessoais independentes do relacionamento familiar experimentados pelas crianças. Assim, torna-se uma excelente ferramenta para um espaço de prática das capacidades de autonomia, relacionamentos interpessoais, auto estima positiva. Os dois treinamentos estabelecidos por esse projeto, que deverão ser aplicados na equipe docente, são relacionados às competências teóricas e empíricas a serem trabalhadas.Darão-se em forma de treinamento-oficina coletiva, onde serão trabalhados alguns dos autores utilizados como embasamento teórico nesse projeto, assim como o mesmo, de forma resumida, com apresentações em power point objetivas e didáticas para que a equipe entenda a importância da pedagogia construtiva e também das definições de criança e ênfase em formação pessoal e social o RCNEI coloca 10 nesse tema. Está previsto aproximadamente 4 horas-letivas para cobrir esse assunto como primeiro treinamento com a equipe. O segundo treinamento é relacionado à educação positiva e desenvolvimento de capacidades em abordagens comportamentais em forma de palestra-oficina ao longo de 2 horas, somando 6 horas de formação docente para aplicação do projeto em sala de aula no período de 1 trimestre. 2. Segunda Fase; Introdução e início em sala de aula. Eixo - Linguagem Oral. A introdução do tema deverá ser gentil, lúdica, sincera e aberta com os educandos. O projeto será introduzido aos alunos através da contação de historinhas infantis temáticas, selecionadas especialmente de acordo com os assuntos a serem desenvolvidos. Após a leitura, os temas serão debatidos dentro de rodas de conversas com os alunos, mediadas pelo educador responsável. É necessário, também, realizar-se uma roda de conversa pré-leitura, pelo menos 5 minutos antes do início da primeira historinha com a temática proposta desse projeto. O objetivo é explicar aos alunos que o professor irá contar histórias muito especiais nesse mês, que tratam sobre autoconhecimento, e a partir disso, elicitar o que acham que essa palavra significa. Após a participação dos alunos, explicar, de forma acessível, o seu real significado. É aconselhável que a/o professora-contadora utilize-se de rotinas de contação de historinhas infantis, como a música para indicar os inícios da história, teatralidades e objetos de auxílio para criar sons e ruídos durante os monólogos. As historinhas devem ser expostas de forma lúdica e engajante ao público infantil. Executadas, de preferência por uma educadora experiente e confortável em conduzir leituras em formato de contação de histórias infantis. Para que a atividade ocorra tranquilamente, também devem ser pré-combinadas coletivamente as regras de comportamento, para que as crianças entendam que existirá o momento certo para conversar sobre a história, e o momento de silêncio para ouvi-la e compreendê-la. Essas histórias foram cuidadosamente selecionadas para serem trabalhadas através do eixo de Linguagem Oral em veres de se atingir os objetivos deste projeto 11 e estão especificadas no item Recursos deste documento. Através do auto-reconhecimento e empatia que serão despertados pela leitura, a intenção é levar o assunto até os alunos de forma natural e espontânea. Durante a conversa em roda, a educadora-contadora de histórias deve utilizar-se de perguntas-chaves, trabalhando os temas norteadores do projeto, identidade e autonomia, dentro de cada assunto específico das literaturas infantis pré-selecionadas. Também cabe ao mediador ajustar algumas perguntas de acordo com as reações imediatas e comentários dos alunos no momento da roda para fomentar ainda mais a conversa através da participação dos alunos. 3. Terceira Fase: Apropriação de sua própria história. Linguagem Escrita & Artes Visuais. Esta será uma atividade de criação de historinhas feitas pelos alunos com a possibilidade de desenhos, ilustrações e colagens. Essa etapa deve se iniciar aproximadamente 10 dias depois da etapa anterior, quando os alunos já tiverem sido expostos a algumas histórias.Dessa forma, já terão adquirido de forma natural a temática e a proposta a ser aplicada na produção de suas próprias histórias. Os alunos irão trabalhar de forma paralela essa atividade, durante a contínua contação de narrativas temáticas, com o objetivo de confeccionarem a “História de quem sou eu”. Devem ser oferecidos diversos materiais aos alunos para que criem sua própria narrativa. O professor deverá trabalhar essa parte durante os momentos designados de arte e linguagem escrita, pois nessa idade pré-alfabetização, os alunos ainda escreverão suas historinhas através de desenhos e gravuras. O formato da narrativa pode ser decidido coletivamente, na reunião de apresentação docente do projeto, ou pelo professor. Algumas sugestões são: mini livrinho, livro, cartaz, coletânea de desenhos, entre outras opções que podem melhor adequar-se ao grupo em específico. O importante é que exista um registro dessa jornada e das reflexões experimentadas pelos alunos nesse momento de autodescobrimento. 12 4. Quarta Fase: Exposição dos trabalhos criados pelos alunos. Após os trabalhos desenvolvidos na segunda e terceira etapa,esse momento tem o intuito de mostrar e fomentar novas reflexões nos alunos sobre o que foi pensado, sentido, vivenciado e criado durante essa jornada, compartilhado no primeiro coletivo social das crianças, a escola. A exposição deverá ser feita a partir do início do terceiro mês do projeto. A ideia de criar uma exposição dos trabalhos produzidos pelos alunos para os eles mesmos tem a ver com esse momento de socialização e auto descoberta dentro de seu próprio coletivo social. Também tem o intuito de promover uma leve reflexão sobre o processo todo realizado. É interessante, nesse momento, a troca entre eles e os outros alunos, mas também com a equipe docente, pois esses relacionamentos são bastante importantes para o desenvolvimento dos objetivos estabelecidos no projeto. 5. Quinta Fase: Auto-avaliação docente. A dar-se após o projeto, é um momento de reflexão e autoavaliação do corpo docente, referente ao processo vivenciado. A partir de algumas perguntas reflexivas, idealmente durante uma reunião presencial, mas que também pode ser adaptada em uma virtual, o importante é que as partes envolvidas diretamente no projeto troquem informações, saberes e olhares sobre o que foi desenvolvido no período. Será necessário a disponibilização de 3 horas letivas docentes para a realização dessa fase, e que, seja registrado de alguma forma. Isso pode ser feito através de um questionário virtual, com ênfase na execução e nos novos conhecimentos adquiridos dentro do processo completo desse projeto de intervenção pedagógica, ou através de um registro detalhado realizado coletivamente durante a reunião final. 13 É importante que esse relatório final seja registrado para se avaliar o impacto, desempenho e possíveis ajustes que o projeto precise, para ser adaptado e melhor aplicados em futuras ocasiões. 14 Recursos; Os recursos que serão utilizados nesse projeto de intervenção pedagógica estão divididos em 3 categorias, de acordo com as necessidades estabelecidas no percurso metodológico (item anterior): 1) Recursos docentes; Equipe docente, disponibilizada para treinamento, implementação e execução do projeto dentro de um grupo de alunos na faixa etária definida no item público alvo. Será necessário, para execução das atividades em período letivo, uma professora titular e, se possível, de uma a três estagiárias- monitores-assistentes, dependendo da quantidade de alunos por turma, visando o melhor atendimento e desenvolvimento das atividades. 2) Recursos Didáticos-pedagógicos; Livros Infantis e materiais compostos por aqueles encontrados comumente no ambiente escolar: - Papel sulfite reciclado, papel kraft, recortes de revistas e mídias impressas, cola, giz de cera colorido, cola colorida, glitter ecológico e outros materiais de papelaria; - Recursos tecnológicos para o treinamento docente; computador e datashow. - Seleção da lista de livros infantis indicados abaixo, selecionadas especificamente para esse projeto de acordo as temáticas pré-estabelecidas de identidade e auto estima a serem trabalhadas com o grupo. Existe a possibilidade de serem em versão física ou digital; no segundo caso, deve ser providenciado um aparelho eletrônico para tornar a leitura possível. Segue a lista com autor e editora: - “Eu sou assim e vou te mostrar”, de Heinz Janisch - Editora Brinque-Book - “A incrível sombra de Jack” de Tom Percival - Editora Caramelo - “Como um Trapalhão Virou Sabidão” de Kaline Aragão - Editora Minifoco - “A Parte que Falta” de Shel Silverstein Editora: Cosac Naify - “O Pato que Descobriu Quem Era” de Ana Paula Sefton. Editora Pólen Livros 15 - “Espelho Espelho Meu Quem Sou Eu”, de Maria Salette, Wilma Ruggeri e Eliana Ricco - Editora Verus - “Sou especial porque sou eu”, de Sarah Massini - Editora Edições Gailivro - “O Mundo no Black Power de Tayo”, de Kiusam de Oliveira - Editora Peirópolis - “O Sonho de Lu Shzu”, vários autores - Editora Mov Palavras - “A menina que perdeu as cores”, de Marcelo Moutinho - Editora Pallas - “Os invisíveis”, de Tino Freitas e Renato Moriconi - Editora Casa da Palavra - “Ernesto”, de Blandina Franco - Editora Companhia das Letrinhas - “Elefante”, de Bartolomeu Campos de Queirós - Editora Cosac & Naify - “Mania de Explicação” de Adriana Falcão - Editora Salamandra - “Bisa Bia, Bisa Bel”, de Ana Maria Machado - Editora Moderna - “Chapeuzinho Amarelo”, de Chico Buarque - Editora Autêntica - “Ou Isto Ou Aquilo”, de Cecília Meireles - Editora Global Editora - “Marcelo, Marmelo, Martelo”, de Ruth Rocha - Editora Salamandra - “O Meu Pé de Laranja Lima”, de José Mauro de Vasconcelos - Editora Melhoramentos - “Hoje É Amanhã?”, de Anna Claudia de Moraes Ramos - Editora Nova Fronteira - “O menino que tinha medo de ERRAR”, de Andrea Viviana Taubman - Editora Zit - “Quem tem medo do ridículo?”, de Ruth Rocha - Editora Global - “ Ser Amigo”, de Arianna Papini - Editora Kalandraka - “As coisas que a gente fala”, de Ruth Rocha - Editora Rocco 3) Recurso de espaços físicos; Serão necessários alguns espaços físicos regulares de uma instituição de ensino infantil, como: - Sala de aula com espaço de leitura infantil. - Sala ou espaço de artes - para os alunos usarem tinta e cola livremente. - Sala adequada para o treinamento da equipe docente. 16 Esses recursos podem ser adaptados de acordo com as estruturas disponíveis na instituição de ensino, a fim de viabilizar o projeto, ou apenas se adequar apropriadamente à cultura, estruturas e público da mesma. 17 Cronograma O projeto se desenrolará pela extensão de um trimestre letivo, podendo ser aplicado no trimestre inicial, intermediário ou final, desde que haja pelo menos 6h letivas previamente disponibilizadas para treinamento dos docentes antes da implementação do projeto, e 3h após a execução para encerramento do mesmo. Assim sendo, o cronograma divide-se em três fases: - Pré Implementação: Reuniões em formatos de palestras para treinamento docente por um total de 6 horas, a dar-se antes do início da aplicação do projeto em sala de aula. - Implementação: Execução em sala de aula; distribuída durante 1 trimestre, ou 3 meses letivos sendo; - 1° mês: Contação lúdica de histórias pré-selecionadas de acordo com os objetivos estabelecidos, a fim de introduzir a temática. Será uma história por dia, pelo menos 3 vezes por semana durante o primeiro mês. - 2° mês: Inicio da confecção da narrativa pessoal do aluno com atividades de artes visuais e linguagem escrita, em paralelo com a contínua contação de historinhas pelo educador. - 3° mês: conversas em roda com os alunos sobre suas historinhas, o processo de construção e descobertas durante essa jornada. Culminando no encerramento, no final do mês, em uma exposição e apresentação dos alunos para seus colegas de sala e de escola, de seus trabalhos artísticos desenvolvidos no eixo de linguagem escrita e artes realizados a partir da execução do projeto. Sugere-se uma exposição pelo período de uma semana, se permitido o espaço de 18 sala de aula, e o registro da exposição e dos alunos em fotos e vídeos medianteautorização dos pais e da escola. - Pós implementação: Reunião de Encerramento e autoavaliação docente por um período de até 3 horas, a dar-se após o fim da exposição do projeto em sala de aula, em momento que melhor se adequar à equipe e a instituição de ensino. 19 Produto final e Avaliação O Produto Final, além da pequena exposição dos trabalhos de linguagem escrita e artes, em sala de aula, onde é incentivado o momento de socialização-encerramento do mesmo para os alunos, também se constitui dos registros feitos dos trabalhos dos alunos. Que dependendo de permissão da direção pedagógica e dos pais podem ser digitalizados e reunidos em um e-book para os próprios alunos e suas famílias, mas primeiramente como registro de produto final desse projeto. O registro pessoal da historinha feita pelos alunos também será avaliada de forma acadêmica, em forma de suporte ao registro-relatório elaborado pelo professor responsável sobre os alunos de forma pessoal e individual. A Avaliação, ou as avaliações serão divididas em dois tipos; a diagnóstica, baseada em constante observação durante todas as fases do projeto, em registros do desenvolvimento pessoal e individual de cada aluno feitos pelo professor-educador responsável pela aplicação do projeto, e em uma autoavaliativa, que será desenvolvida na reunião de encerramento docente do projeto. 20 Referências Bibliográficas - BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998. - BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 1996. - BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. - LISAUSKAS, Rita - Gritar com a criança tem o mesmo efeito de bater - Revista Crescer, Abril de 2019. Seção; Crianças. Disponível em: <URL>https://revistacrescer.globo.com/Criancas/noticia/2019/03/voce-grita-c om-o-seu-filho.html Acesso em: 05/03/2020. - Maus-tratos na infância: Síntese. Em: Tremblay RE, Boivin M, Peters RDeV, eds. MacMillan HL, ed. tema. Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância. Disponível em: <URL>http://www.enciclopedia-crianca.com/maus-tratos-na-infancia/sintese. Atualizada em Julho 2011. 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