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Inflamaçao e Hipertensão - Imunologia

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Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
1 Ana Luiza Azevedo de Paula Imunologia 
 IMUNOLOGIA 
CASO 05 – SISTEMA IMUNE E 
HIPERTENSÃO 
 
A inflamação é definida como uma reação dos 
tecidos vascularizados a um agente agressor 
caracterizada morfologicamente pela saída de 
líquidos e de células do sangue para o interstício, 
sendo a resposta inflamatória uma das 
principais tipos de reação da imunidade inata, 
além dos mecanismos imunes antivirais. 
 
Os Agentes inflamatórios promovem a síntese de 
moléculas sinalizadoras que induzem os 
mediadores inflamatórios, resultando em saída 
de plasma e leucócitos dos vasos e em estímulos 
para reparar os danos produzidos pelas 
agressões. 
 
 
É dividida em aguda e crônica.A aguda é a 
resposta inicial alesão celular e tecidual, 
predominando fenômenos de aumento de 
permeabilidade vascular e migração de 
leucócitos, particularmente neutrófilos. 
Localmente caracteriza-se pelos sinais cardinais 
da inflamação e o exemplo mais claro é o 
abscesso. 
 
Se a reação for intensa, pode haver 
envolvimento regional dos linfonodos e resposta 
sistêmica na forma de neutrofilia e febre, 
caracterizando a reação da fase aguda da 
inflamação. 
Neutrofilia - é a condição na qual uma pessoa 
possui no sangue um número aumentado de 
granulócitos neutrófilos. 
 
Todas estas respostas são mediadas por 
substâncias oriundas do plasma, das células do 
conjuntivo, do endotélio, dos leucócitos e 
plaquetas, que regulam a inflamação e são 
chamados de mediadores químicos da 
inflamação. 
 
A inflamação aguda tem como objetivo principal 
a eliminação do agente agressor, ocorrendo 
frequentemente destruição tecidual. Os 
fenômenos agudos, como o próprio nome diz, 
são transitórios, havendo posteriormente a 
regeneração ou cicatrização da área envolvida, 
ou cronicidade do processo se o agente agressor 
não for eliminado. 
COMPONENTES DO PROCESSO 
INFLAMATÓRIO 
Embora os processos de resposta inflamatória 
dependam da natureza precisa do estímulo 
inicial e de sua localização no corpo, todos 
compartilham um mecanismo comum, que pode 
ser resumido da seguinte forma: 
 
▪ Receptores de Padrões Moleculares (PRRs) 
 
São moléculas fundamentais para respostas 
imunes inatas ao reconhecerem danos celulares 
e patógenos, e que são expressos na superfície 
celular, em vesículas (endossomos) e no 
citoplasma. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
2 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
Eles podem ser: 
• Transmembrânico: alocados na membrana 
celular. 
Ex.: TLRs (Toll –Like Receptors); 
 
• Citoplasmáticos: alocados no citosol. 
Ex.: NLRs (NOD – Like Receptors) e RLRs (RIG-
Like Receptors). 
 
 
PRRS E APOPTOSE 
 
A Apoptose ou Morte Celular Programada é um 
tipo de "autodestruição celular" que requer 
energia e síntese protéica para a sua execução. 
Está relacionado com a homeostase na 
regulação fisiológica do tamanho dos tecidos, 
exercendo um papel oposto ao da mitose. 
A ativação das proteases endógenas 
compromete a integridade do citoesqueleto, 
provocando verdadeiro colapso da estrutura 
celular. Em resposta à contração do volume 
citoplasmático, a membrana celular forma bolhas 
e se altera o posicionamento de seus lipídios 
constituintes. 
 
A necrose difere da apoptose por representar um 
fenômeno degenerativo irreversível, causado por 
um agressão intensa. Trata-se pois da 
degradação progressiva das estruturas celulares 
sempre que existam agressões ambientais 
severas. 
 
Diferentes insultos patológicos como isquemia, 
hipoxia, hipertermia, irradiação e metabólitos 
tóxicos podem levar à perda abrupta da 
integridade da membrana plasmática (citólise) e 
à alteração de seus gradientes eletroquímicos. 
Ademais, a liberação dos constituintes 
intracelulares para o meio extracelular estimulam 
a resposta inflamatória e ampliam a lesão 
tecidual. 
 
 
CLASSES DE FAMÍLIAS DE PRRS 
INCLUEM: 
 
• Receptores Toll (TLRs) 
 
Os receptores Toll-Like são moléculas de 
superfície, presentes nas células de defesa do 
hospedeiro, responsáveis pelo reconhecimento 
de estruturas microbianas e na geração de 
sinais, que levam à produção de citocinas 
proinflamatórias essenciais para a ativação das 
respostas imunes inatas. 
 
Embora os receptores Toll-Like desempenhem 
um papel primordial na defesa do hospedeiro 
contra os processos infecciosos e inflamatórios, 
deve haver um equilíbrio entre a ativação e 
inativação destes receptores para evitar uma 
resposta inflamatória ou imunológica excessiva, 
como ocorre nas doenças crônicas inflamatórias 
e autoimunes sistêmicas, como o lúpus 
eritematoso sistêmico e a artrite reumatóide. 
 
O fator de diferenciação mieloide 88 (MyD88) e 
o fator de macrófago associado ao tumor (TAM) 
medeiam a transmissão de sinais, após 
reconhecimento de PAMPs e DAMPs por 
receptores TLRs. 
TLRs ativam cascatas de sinalização 
intracelulares que levam à translocação nuclear 
de AP-1 e NF-κB ou IRF3, que regula a resposta 
inflamatória. 
 
• Ativam fagócitos. 
• Induzem a liberação de citocinas e 
quimiocinas. 
• Reconhecem padrões moleculares, 
geralmente, por interação direta com as 
moléculas de superfície. 
 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
3 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
Ex. TLR4 macrofágico + CD14 = reconhecimento 
de LPS→ via NFkB→produção sistêmica de 
TNF-α. 
 
Os receptores Toll-Like 1, 2, 4, 5, 6 estão 
presentes na membrana plasmática, de modo 
que eles contêm domínios intracelular, devido à 
presença de proteínas do tipo TIR (MyD88, 
TIRAP, TRIF e TRAM) e extracelular (repetições 
ricas em leucina - LRR), enquanto que os 
receptores Toll-Like 3, 7, 8, 9 e 10 estão 
localizados intracelularmente, ou seja, nos 
endossomos e não possuem domínio 
extracelular. 
O domínio TIR é 
requerido para 
iniciar a geração 
dos sinais 
intracelulares, visto 
que a proteína 
MyD88 está 
presente em todos 
os receptores, 
exceto no TLR3. 
Cada receptor Toll-Like tem sua própria via de 
sinalização intrínseca e induz respostas 
biológicas específicas contra micro-organismos. 
Quando algum PAMP é reconhecido por algum 
receptor Toll-Like específico, a proteína MyD88 
recruta as cinases associadas ao receptor da 
interleucina-1(IRAK-1 e IRAK-4) para ativar o 
fator associado ao receptor do fator de necrose 
tumoral (TRAF6). Este ativa o fator de 
crescimento β associado à cinase 1 (TAK1), que, 
por sua vez, promove a ativação do complexo 
IKK formado por duas subunidades catalíticas 
(IKKα e IKKβ) e por uma subunidade regulatória 
(NEMO/ IKKγ). Este complexo promove a 
fosforilação do IκB e a sua degradação resulta 
no fator de transcrição nuclear (NF-κB), que será 
translocado ao núcleo para induzir a expressão 
das citocinas inflamatórias e das moléculas de 
adesão. 
As citocinas liberadas em resposta à ativação 
dos receptores Toll-Like pelos micro-
organismos, como exemplo a IL-1 produzida 
pelos macrófagos e células epiteliais, promovem 
o recrutamento de leucócitos e outros 
macrófagos para o local da infecção. A IL-2 
liberada pelos linfócitos Th1 promove a ativação 
dos linfócitos B e a proliferação de células T. As 
IL-4 e IL-5 produzidas pelos linfócitos Th2 
induzem a produção da IgE (permite a 
degranulação de mastócitos e basófilos, com a 
liberação de histamina, fatores quimiotáticos 
para eosinófilos e neutrófilos, além de induzir 
reações de hipersensibilidade imediata). A IgA 
(permite a opsonização de parasitas facilitando a 
fagocitose pelo macrófago e ativação do 
complemento) respectivamente pelos linfócitos 
B. A IL-12 produzida por macrófagos e células 
dendríticas, promove a diferenciação dos 
linfócitos T em Th1 e a ativação das células NK, 
ambas responsáveis em secretar o interferon-γ 
(IFN-γ), que atua na ativação de macrófagos e 
dos linfócitos TCD8+. 
•Lectina do tipo C (CLRs) 
 
A lectina tipo C é um tipo de domínio proteico de 
ligação a carboidratos de proteínas lectinas.A 
designação tipo C refere-se ao seu requisito de 
cálcio para ligar-se. As proteínas que contêm 
domínios de lectina tipo C apresentam uma 
gama diversificada de funções incluindo a 
adesão célula a célula, resposta imune a 
patógenos e apoptose. 
 
• Receptores do tipo I do gene induzível pelo 
ácido retinóico (RIG) (RLRs 
 
Os receptores do tipo RIG (RLRs) são sensores 
citosólicos do RNA viral que respondem aos 
ácidos nucleicos virais induzindo a produção de 
interferons tipo I antivirais. 
 
 
• Receptores do tipo NOD (NLRs). 
 
Complexo multiproteico citoplasmático que ativa 
caspase. São capazes de reconhecer produtos 
de células mortas (ATP extracelular, ácido úrico, 
cristais exógenos, ERO etc.), além de produtos 
microbianos. 
 
1. Inflamassoma ativado→ 
2. Ativa caspase-1→ 
3. Clivagem de precursor da IL-1β→ 
4. IL-1β ativada recruta leucócitos na resposta 
aguda. 
 
Quando esses receptores de reconhecimento de 
padrão associados a células se ligam a PAMPs, 
ativam vias de transdução de sinal que 
promovem as funções antimicrobianas e pró-
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
4 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
inflamatórias das células na quais estão 
expressos. 
 
• Moléculas do Complemento 
▪ Vias inflamatórias ativadas 
•Marcadores (mediadores) inflamatórios 
liberados 
 
CÉLULAS INFLAMATÓRIAS 
RECRUTADAS 
 
As primeiras células atraídas para um local de 
lesão são neutrófilos, seguidas por monócitos, 
linfócitos e mastócitos. 
 
Macrófagos ativados 
✓ São fundamentais no início, manutenção e 
resolução da inflamação. Apresentam antígenos, 
fagocitam e modulam a resposta imune através 
de citocinas e fatores de crescimento. 
 
Monócitos 
✓ Recrutados por fatores quimiotáticos a tecidos 
lesados, diferenciam-se em macrófagos ou DCs 
 
Neutrófilos 
✓ Mediadores chave na resposta inflamatória, 
estimulam APCs a ativarem células T, liberam 
quimioatratores para monócitos e células 
dendríticas. 
 
Mastócitos ativados 
✓Iniciam respostas inflamatórias liberando 
diversos mediadores inflamatórios (citocinas, 
quimiocinas, histamina, proteases, 
prostaglandinas, leucotrienos etc. 
 
Células epiteliais e endoteliais 
✓ Liberam fatores estimuladores de cascatas 
inflamatórias, junto com quimiocinas e fatores de 
crescimento que atraem neutrófilos e monócitos. 
 
 
 
As Proteínas de fase aguda são uma classe de 
proteínas cuja concentração plasmática 
aumenta ( proteínas de fase aguda positivas) ou 
diminui (proteínas de fase aguda negativas) em 
resposta à inflamação. Essa resposta é chamada 
de resposta de fase aguda. 
As proteínas de fase aguda positivas servem 
a diversas funções fisiológicas do sistema imune. 
Algumas agem destruindo ou inibindo o 
crescimento de micóbios. 
Ex:Proteína C-reactiva , proteína ligadora de 
manose (MBP), fatores do complemento, 
ferritina, ceruloplasmina, amilóide A sérico e 
haptoglobina. 
As proteínas de fase aguda negativas tem sua 
concentração diminuída pela inflamação. 
Exemplos incluem albumina, transferrina, 
transtiretina, proteína ligadora de retinol, 
antitrombina e transcortina. A diminuição de tais 
proteínas pode ser usada como marcadores de 
inflamação . 
O papel fisiológico da diminuição da síntese de 
tais proteínas é geralmente a economia de 
aminoácidos para a produção mais efetiva de 
proteínas de fase aguda; Teoricamente, uma 
diminuição em transferrina poderia também ser 
desencadeada por uma regulação positiva dos 
receptores de transferrina, mas esses 
aparentemente não mudam com a inflamação. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
5 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
PROCESSO INFLAMATÓRIO 
Toda inflamação começa com uma irritação 
1) Agente biológico (PAMP – pathogen 
associated molecular pattern) – bactérias, virus, 
parasitas, etc. 
2) Do próprio organismo, e induz os tecidos 
agredidos a liberar moléculas que indicam a 
presença de agressão (DAMP – damage 
associated molecular pattern) – subprodutos da 
necrose celular 
 
A intensidade e o tipo de agressão irá direcionar 
a resposta inflamatória Alguns mediadores são 
mais universais 
 
A inflamação inicia-se com a liberação de 
substâncias vasoativas que provocam a 
vasodilatação dos pequenos vasos locais. Esta 
vasodilatação é precedida de uma vaso 
constrição passageira de origem nervosa, que é 
fugaz e sem maiores conseqüências. Além de 
determinar a vaso dilatação, os mediadores 
químicos modificam o revestimento endotelial 
provocando aumento de permeabilidade. 
 
As células endoteliais se contraem, abrindo as 
junções intercelulares. Os vasos ficam dilatados, 
hiperemiados e com circulação mais lenta. A 
hiperemia é importante na intensidade da 
permeabilidade vascular. É a razão principal de 
se usar gelo após traumatismos, para diminuir o 
edema. Anestésicos com vaso constritor, não só 
prolongam o tempo de anestesia, como também 
diminuem a hemorragia e edema 
 MIGRAÇÃO CELULAR 
Os leucócitos que se acumulam num foco 
inflamatório migram seletivamente dos vasos 
sangüíneos. As células migram através de 
movimentos ativos, com formação de 
pseudópodos e ativação de filamentos de actina 
e miosina, através do aumento do gradiente de 
Ca++ intracelular, através da participação da 
fosfolipase C, fosfoinositol e calmodulina. 
O estímulo para a migração é variável para cada 
leucócito. A injeção de 0,1% de glicogênio na 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
6 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
cavidade peritonial, causa após 4h o acúmulo 
quase que exclusivamente de neutrófilos. A 
passagem ocorre através das junções 
intercelulares abertas, sendo mediada por 
substâncias químicas que atuam nos leucócitos, 
células endoteliais e tecido conjuntivo. 
A saída de hemácias ocorre por processo 
passivo, em vasos que sofreram ruptura, por 
gradiente de pressão positiva em direção ao 
espaço extravascular. 
Embora possa ocorrer concomitantemente, a 
migração leucocitária pode ocorrer 
independentemente do extravasamento de 
líquido plasmático (edema). 
Moléculas de adesão são expressas nas 
superfícies dos leucócitos e do endotélio, 
facilitando a adesão posterior migração. 
Admite-se que os leucócitos inicialmente rolam 
sobre a superfície do endotélio (rolagem), 
posteriormente aderem e migram. Moléculas de 
adesão do endotélio- Seletinas- têm estrutura 
similar a lecitinas, ligando-se a açúcares. 
TIPOS DE EXSUDATO 
INFLAMATÓRIO: 
O exsudato inflamatório é composto de proteínas 
plasmáticas e leucócitos que extravasam dos 
vasos e se acumulam no local inflamado. Tem a 
função de destruir o agente agressor, degradar 
e remover o tecido necrosado. 
 A drenagem linfática fica aumentada, levando 
mais facilmente antígenos aos linfonodos 
regionais. Dependendo do local, da intensidade 
da reação e do agente injuriante, o exsudato 
pode ter diferentes características. Segundo o 
tipo de exsudato a inflamação será classificada 
em: 
 
• Exsudação plasmática 
Possibita a saída de anticorpos e sistema 
complemento . 
Fibrinogênio polimeriza, facilitando migração de 
leucócitos e formando uma barreira contra 
invasão de microorganismos. 
Saída de proteínas com potencial de remover 
proteases e radicais livres (ex.: proteínas de fase 
aguda). 
 
• Exsudação celular 
É um processo ativo que independe da 
permeabilidade vascular. 
Saída de plaquetas e hemácias é passiva, por 
lesões no endotélio. 
 
Células predominantes no exsudato nas 
primeiras 24 horas: 
 
Macrófagos → citocinas → Neutrófilos PMN → 
citocinas → Monócitos 
 
Neutrófilos exsudados produzem quimiocinas 
(CCL 2, 3, 4, 8, 9, 20 e 23) e atraem os monócitos 
que passam a ser predominantes em 48 h. 
Presença decertas citocinas aumenta a meia 
vida dos neutrófilos e monócitos 
 
 
SEROSA 
 
O líquido extravasado tem alto teor aquoso, 
apresentando pouca quantidade de moléculas 
protéicas. Este líquido pobre em proteínas além 
da origem vascular, pode ser produzido também 
pelas células mesoteliais que recobrem a 
cavidade pleural, peritoneal e pericárdica. 
Devido ao seu baixo conteúdo protéico, o 
exsudato seroso não é detectado 
histologicamente deixando apenas espaços 
entre os elementos tissulares. 
O caso mais comum de inflamação serosa é a 
queimadura da pele com formação de “bolhas”. 
Ocorre nas doenças vesículo-bolhosas. 
 
FIBRINOSA 
Quando a lesão vascular é mais intensa 
permitindo a saída de moléculas grandes, o 
líquido extravasado será rico em proteínas, 
especialmente fibrinogênio, formando uma rede 
de fibrina no território inflamado e é chamado de 
exsudato fibrinoso. 
Pode ocorrer na cavidade pericárdica em certas 
doenças reumáticas ficando o espaço 
pericárdico preenchido por uma massa de 
fibrina. Nos pulmões em casos de pneumonia 
pneumocóccica, os alvéolos podem estar 
ocupados por uma rede de fibrina com grande 
quantidade de leucócitos. 
 O exsudato fibrinoso é mais comum nas 
membranas serosas do pericárdio, pulmão e 
peritônio. A rede de fibrina pode ser invadida por 
fibroblastos, substituindo o exsudato fibrinoso 
por tecido fibroso, que pode interferir nas 
funções do pulmão e coração. 
 
CATARRAL 
Quando a inflamação ocorre nas superfícies 
mucosas, há a formação de grande quantidade 
de muco sendo então chamada de catarral. É 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
7 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
encontrada, portanto, apenas quando o tecido 
inflamado é capaz de secretar muco como a 
nasofaringe, pulmões, trato intestinal, útero e 
glândulas secretoras de muco. Exemplos 
comuns de inflamação catarral são a gripe e o 
resfriado. 
HEMORRÁGICA 
 Quando há o rompimento da parede vascular, 
grandes quantidades de hemácias estão 
presentes no território inflamado. É uma 
classificação pouco usada. 
 
PSEUDOMEMBRANOSA 
 Se caracteriza pela formação de uma falsa 
membrana composta de fibrina, epitélio 
necrosado e leucócitos. Resulta da descamação 
do epitélio juntamente com um exsudato 
fibrinopurulento. Ocorre apenas nas superfícies 
mucosas, mais comumente na faringe, laringe, 
trato respiratório e intestinal. Na difteria ocorre 
este tipo de inflamação. 
 
PURULENTO 
O exsudato purulento é formado pelo acúmulo de 
grande quantidade de neutrófilos, que interagem 
com o agente agressor, geralmente bactérias, 
provocando a destruição tecidual. 
A viscosidade do pus é devida em grande parte 
ao conteúdo de DNA, oriundo dos próprios 
neutrófilos. Devido a viscosidade, o abscesso é 
difícil de ser reabsorvido, devendo quando 
possível ser drenado naturalmente ou 
cirurgicamente. 
O pus pode ser formado por agentes químicos, 
como terebentina e nitrato de prata, mostrando 
que não é dependente de bactérias. 
A celulite ou flegmão é uma infecção supurativa 
disseminada causada pelos estreptococos 
hemolíticos do grupo A de Lancefield. 
 
Deve-se ressaltar que nem sempre há a 
predominância de um tipo de exsudato, existindo 
então os tipos mistos que poderão ser chamados 
de serofibrinosos, fibrinopurulentos, 
mucopurulentos e assim por diante. 
REAÇÃO DA FASE AGUDA DA 
INFLAMAÇÃO 
Na fase aguda das inflamações, particularmente 
das mais intensas, há formação de mediadores 
químicos sistêmicos cujos alvos principais são o 
fígado e hipotálamo. 
As citocinas IL-1, IL-6, TNF, IL-8 são os 
principais mediadores sistêmicos. As ações 
sistêmicas destas citocinas são mediadas pelas 
PG e portanto inibidas por anti-inflamatórios não 
esteroidais. 
O fígado produz proteínas que são lançadas no 
sangue e a ação no hipotálamo provoca febre. 
 
 Reações associadas a febre ou a fase aguda - 
sonolência, astenia, mialgia, artralgia, cefaléia, 
anorexia. São os sintomas da gripe. 
 
Proteínas hepáticas sofrem aumento como 
amilóide, PCR (Proteína C Reativa), fibrinogênio 
e diminuição da albumina. Proteínas da fase 
aguda também sofrem alteração plasmática 
após trauma, isquemia, neoplasia e reações de 
hipersensibilidade. 
 
SÍNDROME DA LIBERAÇÃO DE 
CITOCINAS 
A liberação maciça de citocinas (IL-1, IL-2, IFN e 
TNF) tem efeito de cascata produzindo muitas 
repercussões clínicas graves, podendo levar ao 
óbito. O melhor exemplo é o choque circulatório 
provocado por LPS (lipopolissacrídeos) (choque 
séptico). Pode ocorrer também após traumas 
graves, grandes cirurgias, queimaduras e 
pancreatite aguda. 
 
As citocinas são liberadas principalmente por 
células imunes. São classificadas como ILs, 
fatores estimuladores de colônias (CSF), IFNs, 
TNFs, TGFs e quimiocinas. 
 
A produção excessiva de citocinas inflamatórias 
pode induzir a danos teciduais, alterações 
hemodinâmicas, falência de órgãos e, 
finalmente, morte. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
8 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
SISTEMA IMUNE X HIPERTENSÃO 
 
A hipertensão arterial é um dos maiores fatores 
de risco a eventos cérebro e cardiovasculares, 
com alta prevalência na população mundial. 
Diversos fatores podem conduzir à elevação da 
pressão arterial; no entanto, estudos recentes 
têm demonstrado o papel do sistema imune na 
modulação da pressão e no surgimento da 
hipertensão. 
A infiltração de células imunes nos rins provoca 
uma inflamação crônica que, por sua vez, altera 
o sistema de controle da pressão arterial. Além 
disso, outros estudos revelam que o sistema 
imune pode provocar mudanças no sistema 
nervoso central que podem alterar o controle da 
pressão arterial. Diferentes subtipos de linfócitos 
estão relacionados à modulação da pressão 
arterial, bem como à resposta humoral a 
antígenos que possuem a capacidade de alterar 
o endotélio. 
 A resposta autoimune também se apresenta 
como um possível fator causador da hipertensão. 
Este manuscrito teve por objetivo abordar os 
mecanismos pelos quais os linfócitos e as 
respostas humorais contribuem para a 
modulação da pressão arterial. 
Evidências apontam que o sistema nervoso 
simpático, as glândulas suprarrenais, o sistema 
cardiovascular e diversos hormônios vasoativos 
contribuem para a patogênese da hipertensão 
arterial. 
No passar da última década observou-se que a 
infiltração de células T (linfócitos T) nos rins e 
nas artérias é responsável pelas mudanças nos 
níveis de pressão arterial,e que a inflamação tem 
um importante componente na patogênese da 
hipertensão. 
 
OS LINFÓCITOS T E HIPERTENSÃO 
Com os avanços da imunologia e da tecnologia 
genética nos últi- mos anos, o papel das células 
T na patogênese da hipertensão passou a fazer 
parte de diferentes frentes de estudos.11 
Diversos subtipos de linfócitos T podem 
influenciar a pressão arterial por meio da ação 
das citocinas liberadas pelas células T e outras 
células que podem ser ativadas pelo sistema 
imune. As célu- las T se originam a partir de 
células-tronco hematopoiéticas na medula óssea 
e amadurecem no timo antes de migrarem para 
os tecidos. Com base na expressão de proteínas 
marcadoras de superfície, os linfócitos T podem 
ser classificados em diferentes subtipos, 
apresentando funções distintas com base nas 
proteí- nas que serão expressas. Em termos 
simplificados, as células T CD4+ são 
reconhecidas como T auxiliar (células Th) e as 
células T CD8+ são consideradas células T 
citotóxicas.1 
 
 
Em pacientes hipertensos observa-se a 
infiltração de linfócitos nos rins, associada com o 
aumento dos níveis circulantes de citocinas 
(TNF- α, IL-6, IL-4 e IFN-γ). Além disso, em 
condições inflamatórias crônicas, como no lúpus 
eritematoso ativo, em que ocorre alta atividade 
linfocítica, observa-se que em pacientes que não 
apresentam insuficiência renal ocorre maior 
prevalência dehipertensão arterial, quando 
comparada aos pacientes com lupos controlado 
 
Pacientes em estágios precoces da hipertensão 
arterial apre- sentam anticorpos IgG e IgM contra 
células endoteliais, revelando um possível papel 
da resposta humoral na patofisiologia da hiper- 
tensão.As células endoteliais, em seus 
processos de apoptose, liberam micropartículas 
que também podem ser reconhecidas pela 
resposta humoral, e especialmente por 
anticorpos IgM que têm uma maior afinidade por 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
9 Imunologia – Inflamação e Hipertensão 
lípides oxidados de membranas que são 
componentes abundantes nas micropartículas e 
em células senescentes. 
O processo de liberação de micropartículas está 
implicado na elevação crônica da pressão 
arterial e na senescência das células endoteliais, 
que são mecanismos importantes para o 
estabelecimento da hipertensão arterial. 
 Dessa forma, os anticorpos naturais realizam o 
“clearence” do material derivado do processo 
apoptótico das células endoteliais e seus títulos 
elevados podem refletir a disfunção endotelial e 
também o grau da hipertensão arterial. 
O processo oxidativo que contribui para o 
estabelecimento da hipertensão arterial também 
contribui para a oxidação das partículas de LDL, 
que, adentrando a íntima vascular, recrutarão 
células imunes, iniciando o processo de 
aterosclerose. 
O sistema humoral pode reconhecer essas 
partículas de LDL oxidadas de forma semelhante 
às células apoptóticas discutidas acima, 
iniciando uma resposta por anticorpos anti-
oxLDL dos tipos IgG e IgM, mais 
especificamente contra os epítopos formados 
durante o processo de oxidação. 
A redução da pressão arterial pode modular a 
resposta humoral por IgGanti-oxLDL e que 
fatores metabólicos associados à obesidade 
podem também modificar a resposta imune de 
pacientes com maior grau de hipertensão. 
 
 
 
 
Fontes: 
https://w2.fop.unicamp.br/ddo/patologia/downloads/db301_
un4_InflamAguda.pdf 
 
http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881234/rbh_v22n
3_93-97.pdf 
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S1981-86372011000400019&lng=en&nrm=iso

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