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CENTRAL DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÃO PROF: Enf. Rayani OLIVEIRA CONCEITOS A Central de Material e Esterilização (CME) é a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É na CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos materiais hospitalares. O ambiente da CME deve existir quando houver CC, CO, e/ou ambulatorial, hemodinâmica, emergência de alta complexidade e urgência. Dinâmica e fluxo no CME: Deve estar próxima dos centros fornecedores (almoxarifado e lavanderia) e fácil acesso às unidades consumidoras (CC, CO, UTI, PS, e outras). OBJETIVOS Fornecimento de artigos livres de contaminantes, o que garante a segurança do usuário, para prevenção e controle de Infecção relacionada a assistência à saúde, através de medidas preventivas que reduzem o risco de contaminação. CME é responsável pelo processamento dos artigos, como instrumental, roupas cirúrgicas, etc. .Esse processamento envolve: a limpeza, o preparo do artigo, o preparo da carga de esterilização, a esterilização, a guarda e distribuição dos artigos a todas as unidades consumidoras da instituição. O quadro de pessoal de uma CME deve ser composto por enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e auxiliares administrativos CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Material crítico: entra em contato com vasos sanguíneos ou tecidos livres de microorganismos Ex: instrumental Material semi-crítico: entra em contato com mucosa ou pele não íntegra. Ex: inaladores Material não crítico: entra em contato com pele íntegra. Ex: comadre Esterilização Desinfecção Limpeza ENFERMEIRO SUPERVISOR Atua na coordenação do setor; Prever os materiais necessários para proveras unidades consumidoras; Elaborar relatórios mensais estatísticos, tanto de custo quanto de produtividade; Planejar e fazer anualmente o orçamento do CME com antecedência de 04 a 6 meses ; Elaborar e manter atualizado o manual de normas, rotinas e procedimentos do CME, que deve estar disponível para a consulta dos colaboradores; Desenvolver pesquisas e trabalhos científicos que contribuam para o crescimento e as boas praticas de Enfermagem. Manter-se atualizado acerca das tendências técnicas e científicas relacionadas com o controle de infecção hospitalar e com o uso de tecnologias avançadas nos procedimentos que englobem artigos processados pelo CME. Participar de comissões institucionais que interfiram na dinâmica de trabalho do CME. OBJETIVOS DA ENFERMAGEM Fornecer o material esterilizado a todo hospital. Promover a interação entre as áreas: expurgo, preparo e montagem de instrumental; Adequar as condições ambientais às necessidades do trabalho na área; Planejar e implementar programas de treinamento e reciclagem que atendam às necessidades da área junto à Educação Continuada; Promover o envolvimento e compromisso de toda a equipe com os objetivos e finalidades do serviço; Favorecer o bom relacionamento interpessoal; Prover materiais e equipamentos que atendam às necessidades do trabalho na área. ATIVIDADES BÁSICAS DA CME Receber, desinfetar e separar os produtos para saúde; Lavar os produtos para saúde; Receber as roupas vindas da lavanderia; Preparar os produtos para saúde e roupas (pacotes); Esterilizar os produtos para saúde, roupas por meio de métodos físicos, químicos ou físico-químicos; Realizar o controle microbiológico e prazo da validade de esterilização dos produtos esterilizados; Armazenar e distribuir os produtos para saúde e as roupas esterilizadas; ESTRUTURA FÍSICA Expurgo Preparo de Materiais Preparo de Instrumentais Cirúrgicos Esterilização Montagem de carros para cirurgia Distribuição de materiais esterilizados EXPURGO Setor responsável por receber, conferir , lavar e secar os materiais provenientes do Centro Cirúrgico e Unidades de Internação. Os funcionários desta área utilizam EPIs (Equipamentos de proteção individual) para se protegerem de se contaminarem com sangue e fluidos corpóreos, quando lavam os instrumentais. As lavadoras ultrassônicas auxiliam na lavagem dos instrumentais através da vibração do som adicionado com solução desincrostante, promovendo uma limpeza mais eficaz e maior segurança para o funcionário. PREPARO DE MATERIAIS Setor responsável por preparar e acondicionar os materiais. São utilizados invólucros especiais que permitam a passagem do agente esterilizante e impeçam a passagem dos microorganismos. PREPARO DE INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Setor responsável por conferir, preparar e acondicionar caixas para as diversas especialidades cirúrgicas. ESTERILIZAÇÃO O setor de esterilização da Central de Material e Esterilização (CME) é responsável pela esterilização dos materiais. Esta área destina-se à instalação dos equipamentos utilizados para a esterilização de materiais pelos métodos físicos e químicos. DEFINIÇÃO DE ESTERILIZAÇÃO Esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus, bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que utiliza agentes químicos ou físicos. MONTAGEM DE CARROS PARA CIRURGIA Setor responsável por separar os materiais a serem utilizados em uma cirurgia. DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS ESTERILIZADOS Setor responsável por distribuir materiais esterilizados para as Unidades de Internação e Ambulatórios. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA Tipos de CME: Centralizada: quando os materiais do hospital são processados no mesmo local. Descentralizada: quando cada unidade é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza. Semi-centralizada: prepara seus materiais, mas os encaminha para serem esterilizados em um único local. POTENCIAL DE INFECÇÃO Independente de suas dimensões, deve ser separado em: ÁREA CONTAMINADA: destinada a receber os artigos sujos e realizar o processo de limpeza. ÁREA LIMPA: onde os artigos são secos, preparados, acondicionados, esterilizados, guardados e distribuídos AREAS DA CME Área para recepção, desinfecção e separação de materiais; Área para lavagem de materiais; Área para recepção de roupas limpas; Área para preparo de materiais e roupas; Área para esterilização; Sala para armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizadas; Sala administrativa; Sanitários com vestiário para funcionários; Depósito de material de limpeza. PARTICULARIDADES FORRO: acústico, para minimizar os ruídos JANELAS: amplas altas e teladas / condicionadores de ar PORTAS: material lavável, durável e de boa qualidade ILUMINAÇÃO: iluminação geral e direta nas mesas e nos balcões de preparo de artigos SISTEMA DE EXAUSTÃO DE CALOR: na área onde ficam os autoclaves VENTILAÇÃO: temperaturas adequadas TIPO DE LIMPEZA A limpeza concorrente: deve ser realizada diariamente no piso, nas pias, nas mesas e nos balcões Pelo menos uma vez por semana, a limpeza terminal (incluindo os itens limpos diariamente), além das paredes, dos armários, dos vidros e das janelas CONTROLE DO AR Na área de lavagem e descontaminação-sistema de ventilação realizado por exaustão com pressão negativa de forma a evitar a disseminação dos microorganismos para as demais áreas. Nas áreas de preparo, esterilização, armazenagem e distribuição-sistema de ar condicionado, com pressão positiva e controle de temperatura e umidade. MONITORAMENTO DE ESTERELIZAÇÃO Para garantir as fases do processo faz-se necessário controlar e monitorar os ciclos de esterilização por meio de métodos físicos, químicos e biológicos. MONITORAMENTO FÍSICO Medem tempo, temperatura e pressão que devem ser registrados durante todo o processo de esterilização. Verificação dos parâmetros do ciclo de esterilização Fornecimento de informações reais do ciclo -Avaliação do ciclo -Problemas de funcionamento Fornecimento de registros Geralmente o monitor é acoplado ao esterilizador Calibração periódica INDICADORES QUÍMICO Os testes químicos indicam falhas do processo de esterilização por meio da mudança na sua coloração. É realizadopor meio de indicadores e integradores químicos. Avaliam as condições em todos os pacotes e se os parâmetros de esterilização foram atingidos. O mercado dispõe na forma tiras de papel, ou outro suporte, impregnadas com tinta termocrômica, resultando em mudança de cor após o processo de esterilização. CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES QUÍMICOS Classe 1: Indicador de Processo Consiste de uma fita adesiva impregnada com tinta termocrômica que apresentam alteração de cor quando submetidas ao processo de esterilização. NÃO PROCESSADOS PROCESSADOS Classe 2: Indicador de Teste Específico Utilizado para testar a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré- vácuo, a fim de observar a remoção de ar do equipamento e garantir a penetração uniforme do vapor em todos os artigos. Reconhecido como teste de Bowie&Dick. TESTE OK Classe 3: Indicador de Parâmetro Único Consiste de um indicador designado a reagir a um parâmetro específico do processo de esterilização, temperatura. RDC nº 15 não recomenda sua utilização Classe 4: Indicador de Multiparamétrico controla a temperatura e o tempo necessário para o processo. Classe 5: Indicador Integrador Reage a todos os parâmetros críticos do processo de esterilização (qualidade do vapor, tempo e temperatura). Monitora a qualidade do vapor – 95% umidade. Desempenho comparado aos indicadores biológicos Classe 6: Indicador de Simulação/ Emulador Designados para reagir com todos os parâmetros críticos de um ciclo, específico de esterilização. É conhecido como de alta sensibilidade e especificidade, pois o mesmo não reagirá até que aproximadamente 95% da fase de esterilização do ciclo estejam concluídos. Para utilização deste indicador químico, é importante o usuário associar os parâmetros do seu esterilizador à especificação do indicador químico classe 6, pois o mercado oferece variadas opções para um mesmo método . Por exemplo: para uma mesma temperatura de 134oC para autoclaves com pré-vácuo, há opções de Indicadores Químicos classe 6 para 3, 7, 12 e 18 minutos para monitorar os ciclos específicos - mínimos ou expandidos - definidos pela CME. INDICADORES BIOLÓGICOS São preparações padronizadas de microorganismos, numa concentração do inóculo em torno de 106, comprovadamente resistentes e específicos para um particular processo de esterilização para demonstrar a efetividade do processo. Primeira geração: São tiras de papel com esporos, contidos em um envelope ou ampola. O IB é colocado no meio do pacote, este é esterilizado e encaminhado ao laboratório, sua retirada deve ser de forma asséptica para meio de incubação. Resposta em 7 dias Segunda Geração: Autocontidos, onde a tira com os esporos é acondicionada em uma ampola separada do meio de cultura. Após a esterilização a ampola com meio de cultura é quebrada e este entra em contato com os esporos. Leitura em 48 horas. Mudança de cor visual. Terceira Geração: São IB auto-contidos. O método é baseado na interação de uma enzima que é associada ao esporo, com um substrato no meio de cultura. O IB é incubado entre 1 a 3 horas e em seguida é exposto a luz ultravioleta. A ausência da fluorescência indica que o esporo foi destruído. INDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS Os materiais devem conter o nome do material, tipo de esterilização, lote da esterilização, a data de validade da esterilização, nome do responsável pelo empacotamento; Cada ciclo de esterilização deve manter um registro com o lote, o conteúdo do lote, temperatura e tempo de esterilização, nome do operador, resultado do teste biológico e do indicador químico obtido e qualquer intercorrência. REGISTRO Fazem parte do monitoramento do processo de esterilização. Todas as atividades envolvidas no reprocessamento de materiais devem estar devidamente registradas. Finalidade: viabilizar a rastreabilidade nos casos de intercorrências. Registros de Carga do esterilizador - Data e lote do ciclo - Conteúdo da Carga - Exposição de Tempo e Temperatura - Identificação do Operador - Resultados dos Indicadores Biológicos - Resultados dos Indicadores Químicos. • Registros de Manutenção, Calibração, Validação e manutenções do esterilizador. FALHAS NO PROCESSO DE ESTERELIZAÇÃO Repetir o teste para assegurar de que não houve falhas; Se o resultado do teste persistir insatisfatório, interromper a utilização da autoclave; Solicitar a Engenharia Clínica ou serviço de manutenção; Revalidar o equipamento de acordo com as recomendações. CONSIDERAÇÕES FINAIS Todos os indicadores físicos, químicos e biológicos fornecem alguma informação sobre o ciclo de esterilização. Os profissionais da CME devem avaliar a amplitude dos monitores disponíveis e desenvolver um programa de garantia de esterilização que melhor atenda às necessidades para o controle de infecção e principalmente que atenda as necessidades do paciente. Quando o jogo e a estratégia mudam rapidamente, não basta se contentar com o possível. É preciso fazer o seu melhor”. Mario Sergio Cortella
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