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Psiquiatria - Esquizofrenia

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Introdução 
Ocorre, predominantemente, em adultos 
jovens, entre 20-30 anos. 
De acordo com Bleuler, existem sintomas 
fundamentais ou específicos da doença, 
como embotamento afetivo, autismo e 
ambivalência, enquanto outros são 
sintomas acessórios ou não específicos, 
que poderiam incidir em outros 
transtornos, como delírios e 
alucinações. 
Em 1959, Schneider definiu alguns desses 
sintomas como essenciais ou de primeira 
ordem para o diagnóstico, como escutar 
vozes na terceira pessoa ou ter a 
sensação de que os pensamentos são 
transmitidos, roubados ou influenciados. 
A manifestação da esquizofrenia na 
infância é mais rara e pode ser 
subdividida em esquizofrenia de início 
precoce (antes dos 18 anos) e 
esquizofrenia de início muito precoce 
(antes dos 12 anos), que é ainda mais 
rara. E, a esquizofrenia após os 40 anos, 
é definida como de início tardio e a de 
início muito tardio, após os 60 anos. 
Fatores de risco 
® Gênero: Masculino (maior risco de EIP 
e no adulto) e feminino (maior risco 
para EIT) 
® Períodos pré e perinatal: 
Complicações na gestação (infecção 
materna, hemorragias, diabetes 
materna, estresse materno, 
desnutrição, incompatibilidade Rh, 
IG < 37s e hipóxia, traumatismos, 
baixo peso ao nascer e cesárea de 
emergência. 
® Desenvolvimento infantil: Retardo no 
desenvolvimento neuropsicomotor, 
abuso físico e sexual, TCE 
® Adolescência: Uso de drogas, 
dificuldade na socialização, 
dificuldade no desempenho do papel 
sexual, isolamento social 
® Outros fatores: Anomalias físicas e 
cerebrais, urbanidade, migração, 
condição socioeconômica, adversidade 
social, eventos vitais e etnia. 
Fases da esquizofrenia 
® Pré mórbida: Precede o início da 
doença. Podem ser observadas 
alterações no desenvolvimento motor 
e retardo na aquisição da fala – 
demora para ficar em pé, anda com 1,5 
anos, fala aos 2 anos, poucas 
amizades, dificuldades escolares. 
® Prodrômica: Alterações de 
personalidade, de pensamento e do 
humor. Pode aparecer sintomas 
depressivos – não há evidências de 
eficácia da psicoterapia nessa fase. 
Culmina, muitas vezes, com o primeiro 
episódio psicótico. 
Piora no desempenho escolar, 
agressividade com os colegas e a 
família, isolamento social e 
sintomas de depressão. 
® Fase progressiva do transtorno: Mais 
ou menos entre 18-25 anos. Delírios 
e alucinações, embotamento afetivo-
volitivo, tratamento com 
antipsicóticos. 
® Estabilidade ou crônica: Disfunção 
sócio-ocupacional. Sujeita a 
recaídas. 
Os sintomas negativos são, muitas vezes, 
detectados desde o principio, e os 
positivos ou psicóticos ocorrem durante 
os surtos. 
 
ANA CAROLINA BAETAS – UNIFAMAZ 9 MED 
 
Neuroimagem 
 
Em crianças, indicam cérebros menores, 
aumento do sistema ventricular e redução 
dos lobos frontais. Além disso, com o 
tempo, há perda progressiva da 
substância cinzenta. 
Em adultos, tem-se alterações 
estruturais cerebrais, como dilatação 
ventricular e atrofia cortical. O 
principal é o alargamento do sistema 
ventricular, principalmente do terceiro 
ventrículo e laterais. 
Pode existir, também, reduções de volume 
em córtex frontal, amigdala, cíngulo, 
hipocampo e giro para-hipocampal. 
Já na neuroimagem funcional: 
® Diminuição do fluxo no córtex pré-
frontal esquerdo e medial 
(relacionado com a gravidade da 
síndrome negativa e diminuição da 
atividade dopaminérgica, com 
prejuízo em função executiva, 
memoria e atenção sustentada 
® Aumento do fluxo na região medial pré 
frontal direita e diminuição na área 
de broca (relacionado com gravidade 
da síndrome de desorganização) 
® Aumento do fluxo em áreas límbicas 
(gravidade dos sintomas psicóticos) 
Fisiopatologia 
1. A alteração da regulação 
dopaminérgica é uma via final comum 
2. A alteração da regulação 
dopaminérgica ocorre em nível pré-
sináptico dos receptores D2 
3. A alteração da regulação 
dopaminérgica está associada à 
psicose e não somente a esquizofrenia 
4. A alteração da regulação 
dopaminérgica modifica a percepção 
dos estímulos pelo mecanismo da 
saliência aberrante 
5. Hipótese glutamatérgica 
Quadro clínico 
Predominância em mulheres 
Início mais ou menos aos 25 anos, com 
predominância de homens e aos 45 anos, 
com predominância em mulheres 
(estrógenos possuem efeito protetor para 
a doença) 
Sintomas de primeira ordem: 
1. Percepção delirante (percepção 
normal recebe um significado 
delirante, como uma espécie de 
revelação) 
2. Alucinações auditivas (vozes que 
comentam e/ou comandam) 
3. Eco do pensamento ou sonorização do 
pensamento (o paciente escuta seus 
pacientes) 
4. Difusão do pensamento (sensação de 
que seus pensamentos são ouvidos) 
5. Roubo do pensamento (sensação que o 
pensamento é roubado da mente) 
6. Vivências de influência corporal 
(sente que uma força ou ser externo 
age sobre seu corpo ou órgãos, 
emitindo raios, influenciando as 
funções corporais) 
7. Vivências de influência sobre o 
pensamento (o paciente acha que 
recebe pensamentos impostos de fora, 
feitos, que foram postos em seu 
cérebro) 
Sintomas de segunda ordem: Perplexidade, 
alterações da sensopercepção, vivências 
de influência no campo dos sentimentos, 
impulsos ou vontade, vivência de 
empobrecimento afetivo, intuição 
delirante e alterações do ânimo de 
colorido depressivo ou maniatiforme. 
Tipos de esquizofrenia: 
® Forma paranoide: Alucinações e 
ideias delirantes, principalmente de 
conteúdo persecutório. 
® Forma catatônica: Alterações 
motoras, hipertonia, flexibilidade 
cerácea (o individuo ou uma parte do 
seu corpo, é colocada em determinada 
posição e permanece como se fosse um 
homem de cera) e alterações da 
vontade, como negativismo, mutismo e 
impulsividade 
® Forma hebefrênica: Pensamento 
desorganizado, comportamento bizarro 
e afeto pueril (conduta tola) 
® Simples: Lento e progressivo 
empobrecimento psíquico e 
comportamental, com negligencia 
quanto aos cuidados de si, 
embotamento afetivo e distanciamento 
social) 
 
Subtipos de esquizofrenia: 
® Síndrome negativa: Distanciamento 
afetivo (até embotamento – autismo do 
esquizofrênico); retração social; 
empobrecimento da linguagem e do 
pensamento; diminuição da fluência 
verbal; diminuição da vontade e 
hipopragmatismo (dificuldade para 
realização de tarefas); negligência 
quanto a si mesmo; lentificação e 
empobrecimento psicomotor. 
® Síndrome positiva: Alucinações, 
ideias delirantes, comportamento 
bizarro, agitação psicomotora, 
ideias bizarras e neologismos e 
parafasias. 
® Síndrome desorganizada: Pensamento 
progressivamente desorganizado, 
comportamentos desorganizados e 
incompreensíveis (comportamentos 
sociais e sexuais inadequados), 
afeto inadequado, afeto pueril 
 
Transtorno esquizofreniforme: Quadro 
muito semelhante ao da esquizofrenia 
diferindo quanto ao tempo de duração, 
entre 1-6 meses de sintoma. Quadros até 
1 mês são transtornos psicóticos breves 
e maiores que 6 meses, são 
esquizofrenias. 
Diagnóstico diferencial 
® Crianças: Transtorno afetivo bipolar 
(FAB) e transtorno invasivo do 
desenvolvimento (TID) 
® Adultos: Antivirais, antibióticos, 
antiparkinsonianos, ansiolíticos, 
antidepressivos, anticonvulsivantes, 
corticoides, digitálicos e 
psicoestimulantes. 
® EIT: Transtornos delirantes 
Tratamento 
® Forma paranoide: Recomenda-se a 
monoterapia com antipsicótico, 
escolhendo um de acordo com as 
características do paciente. 
Normalmente, inicia-se com um típico 
de alta potencia por questão de 
tolerabilidade, segurança e custo 
Antipsicóticos típicos de alta 
potência: 
• Haloperidol: 5-15mg/dia. 
Inicial: 2-5mg/dia 
• Decanotato de haloperidol (forma 
de depósito): 50-
400mg/4semanas. Dose oral diária 
em mg x 20 
• Flufenazina: 2,5-20mg/dia. 
Inicial de 2,5-10mg/dia. 
• Pimozida: 2-12mg/dia. Inicial 
2mg/dia 
• Trifluoperazina: 2-30mg/dia. 
Inicial de 2mg/dia. 
Antipsicóticos típicos de baixa 
potência: 
• Clorpromazina: 50-1.200mg/dia. 
Inicial de 100mg/dia 
• Levomepromazina: 400-
1.000mg/dia.Inicial de 
100mg/dia. 
• Tioridazina: 300-800mg/dia. 
Inicial de 100mg/dia. 
Anticolinérgicos centrais: 
• Prometazina: 25-100mg/dia. 
Inicial de 25mg de 12/12h. 
• Biperideno: 2-16mg/dia. Inicial 
de 2mg de 12/12h 
Antipsicóticos atípicos (sintomas 
extrapiramidais): 
• Risperidona: 2-8mg/dia. Inicial 
de 1mg/dia. 
• Olanzapina: 5-20mg/dia. Inicial 
de 2,5mg/dia. 
• Quetiapina: 400-800mg/dia. 
Incicial de 25mg de 12/12h 
• Ziprasidona: 80-160mg/dia. 
Inicial de 40mg de 12/12h 
• Clozapina: 200-500mg/dia. 
Inicial de 12,5-25mg/dia. 
• Aripiprazol 
® Forma catatônica: O que difere da 
forma paranoide é o tratamento 
durante o episodio catatônico, que é 
baseado em: 
• Dieta oral supervisionada ou 
dieta enteral 
• Hidratação 
• Enoxaparina 40mg SC 1x/dia por 
mínimo de 6 dias, até a 
deambulação total do paciente. 
Maximo de 14 dias. 
• Lorazepam: Dose incicial de 1-
2mg VO de 8/8h. Aumentar em 
3mg/dia a cada 1-2 dias até 
resposta ótima. Dose máxima de 
30mg/dia. Tratamento por 4-10 
dias. 
• Refratariedade: 
Eletroconvulsoterapia. 
As outras formas possuem tratamentos 
iguais ao da forma paranoide. 
Antipsicóticos típicos de alta potência: 
Haloperidol: Efeitos colaterais – 
efeitos extrapiramidais e 
pseudoparkinsonismo, tonturas, cefaleia, 
visão borrada, discinesia tardia, 
síndrome neuroléptica maligna, aumento 
risco de convulsões, boca seca, 
constipação, náusea, vômitos, diarreia, 
dispepsia, colestase,hepatotoxicidade, 
hipotensão, taquixardia, alergias, 
retenção urinaria, priapismo, 
galactorreia, ginecomastia, disfunção 
sexual, anemia, leucopenia ou 
leucocitose. 
Contraindicações: Depressão grave do 
SNC, cardiopatia e hepatopatia grave, 
depressão medular, glaucoma de ângulo 
fechado. 
Flufenazina: Efeitos colaterais – 
sonolência, confusão, agitação, 
acatisia, parkinsonismo, cefaleia, 
letargia, inquietação, tontura, 
hiperreflexia, visão borrada, reações 
extrapiramidais, asma, retenção 
urinaria, impotência, enurese, 
leucopenia. 
Contraindicações: Depressão neurológica 
grave ou coma, lesão subcortical, 
hepatopatia grave. 
Pimozida: Efeitos colaterais – tremor, 
rigidez, distonia, bradicinesia e morte 
súbita com doses >10mg/dia. 
Contraindicações: Depressão e Parkinson, 
arritimias cardíacas, QT longo 
Antipsicóticos típicos de baixa 
potência: 
Clorpromazina: Efeitos colaterais – 
sedação, sonolência, tontura, vertigem, 
febre, ansiedade, inquietação, sintomas 
extrapiramidais, fraqueza, convulsão, 
distúrbio de controle da temperatura, 
intenso efeito anticolinérgico (boca 
seca, visão borrada, constipação, 
retenção urinaria refluxo etc), rubor 
facial, ginecomastia, galactorreia, 
impotência, dificuldade para o orgasmo, 
pigmentação da retina 
Contraindicações: Depressão medular, 
psíquica e hepatopatias, coma, glaucoma 
de ângulo agudo. 
Antipsicóticos atípicos (sintomas 
extrapiramidais): 
Risperidona: Efeitos colaterais – 
cefaleia, ansiedade, agitação, insônia 
ou sonolência, dificuldade de 
concentração, distração e risco de 
transito, sintomas extrapiramidais, 
aumento do apetite, erupção cutânea, 
retenção hídrica, edema, amenorreia, 
distúrbios menstruais, redução da 
libido, galactorreia, ginecomastia, 
hipotensão, taquicardia reflexa. 
Contraindicações: Disfunção hepática ou 
renal, epilepsia, parkinson

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