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Sangramento Uterino Anormal e SUD

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​Sangramento Uterino 
Anormal (SUA)    
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
Introdução 
 
O ​Sangramento Uterino Anormal (SUA) é o             
sangramento que acontece na fase         
reprodutiva, que pode começar no início da             
vida reprodutiva, na menacme até a fase de               
pré-menopausa. São sangramentos fora do         
padrão menstrual normal da mulher. Desse           
modo, existem várias causas e vários tipos,             
sendo assim, deve-se diferenciar um         
sangramento uterino anormal de um         
Sangramento Uterino Disfuncional (SUD). 
 
A definição de ​SUA diz que esse sangramento               
é um sintoma e não um diagnóstico. O               
estabelecimento de sua causa é o que orienta               
a conduta terapêutica, ou seja, pode estar             
relacionado a vários fatores, como gravidez,           
alteração de coagulação da paciente,         
alterações anatômicas uterinas (mioma,       
sinéquia, espessamento endometrial) e ​SUD         
(que é um sangramento uterino anormal). 
 
O ​SUD​, por definição é o sangramento de               
origem exclusivamente uterina, na ausência de           
qualquer outra causa orgânica. Ou seja,           
depois que se investigou tudo e não achou               
nada orgânico, aí se classifica o sangramento             
como Disfuncional. Ele é característico dos           
ciclos anovulatórios, sendo nos extremos de           
vida, desde quando a menina começa a             
menstruar com os sangramentos irregulares         
até no final da vida reprodutiva dela, quando               
também já está tudo desregulado. Lembrando           
que o  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUD é um diagnóstico de exclusão. Quando             
não se achar nada, nem uma causa orgânica,               
se fala que é SUD. 
 
SANGRAMENTO MENSTRUAL NORMAL 
 
No padrão menstrual normal, quando a mulher             
já está com a menacme estabelecida, ou seja,               
quando já se menstrua normalmente, depois           
dos 14/15 anos em que o padrão menstrual é                 
mais regular. Lembrando que antes de 14/15             
anos, quando começa a menacme, a           
menstruação da menina pode ser irregular. 
 
DURAÇÃO DO CICLO MENSTRUAL 
 
- 21 a 35 dias; 
- Média: 28 dias. 
 
DURAÇÃO DA MENSTRUAÇÃO 
- 2 a 6 dias; 
 
PERDA SANGUÍNEA 
- 20 a 60 ml; 
 
FASES DO CICLO OVARIANO 
 
- Folicular; 
- Lútea. 
 
FASES DO CICLO UTERINO 
 
- Proliferativa; 
- Secretora; 
- Menstrual. 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
Termos a serem utilizados  
(curiosidade): 
 
• Polimenorréia: quando o ciclo é menor que               
21 dias, sendo aquela mulher que menstrua             
menos do que 3 em 3 semanas. (Intervalo < 21                   
dias). 
• Oligomenorréia: são as mulheres que           
menstruam em um período mais espaçado,           
acima de 35 dias. (Intervalo > 35 dias). 
• Espaniomenorréia: é a mulher que menstrua             
de 45 a 45 dias ou até 50 dias. (Intervalo > 45                       
dias). 
• Menorragia: é o intervalo regular, mas com               
fluxo aumentado. É a mulher que menstrua             
todo mês na data certa, mas tem o fluxo de                   
sangue muito aumentado. (Não confundir com           
metrorragia, em que o intervalo é irregular). 
• Metrorragia: intervalos irregulares, duração         
prolongada, fluxo normal. 
• Hipermenorréia: Intervalos regulares,       
duração normal, fluxo aumentado. 
• Hipomenorréia: : Intervalos regulares,         
duração normal, fluxo reduzido. 
DE DURAÇÃO: 
• Opsomenorreia​: intervalos de 35 a 45 dias. 
• Espaniomenorreia​: Intervalos > 45 dias. 
 
Obs.: essas nomenclaturas são de extrema           
importância para serem usadas na anamnese           
quando estiver no ambulatório. 
 
 
 
COMO A PACIENTE VAI SABER SE SEU             
CICLO É ALTERADO OU NÃO? 
 
Marcando no calendário ou em aplicativos.           
Sempre marcando o intervalo e a duração             
entre os ciclos. Em relação ao volume pode-se               
perguntar se é uma paciente que troca de               
absorvente em menos de 1/1h (ou usa vários               
absorventes noturnos durante o dia ou até             
mesmo fralda), se tem coágulo relativamente           
grande (> 3cm); e se no exame a ferritina 
estiver baixa, é uma paciente que está com               
um quadro de anemia ferropriva, que é o tipo                 
de anemia mais comum em mulher na             
menacme, que ocorre pelo sangramento         
mensal excessivo. 
 
Definição 
 
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL (SUA): é         
um sintoma e não um diagnóstico. O             
estabelecimento de sua causa é o que orienta               
a conduta terapêutica (gravidez, pólipos,         
miomas, adenomiose, câncer, SUD...). Acomete         
qualquer faixa etária. 
 
SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL     
(SUD): é o sangramento de origem uterina, na               
ausência de causas orgânicas, atribuído às           
alterações nos mecanismos endocrinológicos       
que controlam a menstruação. Característico         
dos ciclos anovulatórios (extremos da vida). O             
SUD é um diagnóstico de exclusão. 
 
“ Todo SUD é um SUA, mas nem todo SUA é um                       
SUD”. 
 
Consequências do sangramento anormal na         
mulher: 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
Etiologia 
 
O SUD sempre é um SUA, mas um SUA não é                     
disfuncional. 
 
CAUSAS ORGÂNICAS 
 
- Ginecológicas​: gravidez, trauma,     
doença pélvica, mioma, pólipo,       
câncer... 
- Não-ginecológicas​: doença sistêmica,     
endócrinas, medicamentos.... 
 
DISFUNCIONAL 
 
- Sangramento Uterino Anormal sem       
causa orgânica 
⇓ 
DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO 
 
 
Causas (sua) por faixa etária 
 
PERÍODO NEONATAL 
 
Pequeno sangramento nos primeiros dias de           
vida = ↑ estrogênio materno na gravidez –               
estimulação endometrial do feto –         
interrupção após nascimento – descamação         
endometrial. 
 
Obs.: pode ocorrer em meninas que nasceram             
e após 2 dias de nascidas, a mãe encontra                 
sangue na fralda, isso é comum porque             
durante a gravidez o bebê é exposto ao               
estrógeno materno. Assim, esse estrogênio vai           
estimular o crescimento do endométrio no           
útero do bebê, porém quando a menina nasce               
o estímulo é cortado, desse modo, o             
endométrio que foi estimulado descama e           
causa o sangramento que dura de 1 a 2 dias                   
no máximo. 
 
 
INFÂNCIA 
 
Causas: 
 
CORPO ESTRANHO: crianças com       
vulvovaginites, corrimento com odor fétido         
persistente, profuso, pode ter pus ou sangue. 
 
TRAUMA / ABUSO SEXUAL: ​queda em           
cavaleiro x lesões penetrantes com lesões           
fúrcula vaginal, anel himenal. 
 
IRRITAÇÃO VULVAR / INFECÇÃO:       
vulvovaginites → prurido → coçadura →           
escoriações → sangramento. 
 
PROLAPSO URETRAL: eversão da mucosa         
uretral, exteriorizando pelo meato da uretra,           
formando uma massa. Sangramento variável.         
Pode haver dor, disúria e retenção urinária.             
Comum em negras. Tratamento geralmente         
clínico com estrogênio tópico. 
 
SARCOMA BOTRIÓIDE: tumor mais comum em           
meninas <10 anos. 
Massa semelhante à cacho de uvas +             
hemorragia vaginal. Principal neoplasia que         
causa sangramento na infância. 
 
 
 
TUMOR OVARIANO: tumores produtores de         
hormônios, causa proliferação endometrial =         
hemorragia. 
 
PUBERDADE PRECOCE: aparecimento de       
caracteres sexuais secundários < 8 anos.           
(telarca / pubarca / menarca)  
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
 
ADOLESCENTES 
 
ANOVULAÇÃO: ​imaturidade do eixo H-H-O (           
Hipotálamo – Hipófise – Ovariano) ​= principal             
causa de anovulação em adolescentes ​= ​SUD             
é a principal causa de SUA na adolescência.  
 
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS:PTI, Doença de         
Von Willebrand (17%) – fluxo menstrual           
excessivo e duração prolongada,       
principalmente logo após a menarca =           
rastreio de anomalias coagulação. 
 
GRAVIDEZ / ABORTOS / PRENHEZ ECTÓPICA /             
GESTAÇÃO MOLAR 
 
USO DE ANTICONCEPCIONAIS: qualquer       
método pode causar sangramento por atrofia           
endometrial / ​uso incorreto / sangramento           
intermenstrual nos primeiros meses (30 a           
40%). 
 
Pode ocorrer sangramento nos primeiros 3           
meses, quando no meio da cartela. A baixa               
adesão ao ACO pode piorar o quadro, ou seja,                 
é aquela menina que toma o medicamento em               
horários variados. 
 
DOENÇAS ENDÓCRINAS / SISTÊMICAS​:       
doenças da tireoide, disfunção hepática, SOP           
(síndrome do ovário policístico)... 
 
INFECÇÕES: DST – sangramento pós-coito ou           
irregular – infecção por clamídia. 
 
CAUSAS ANATÔMICAS: septos vaginais, útero         
didelfo – hematocolpo, hematométrio –         
corrimento marrom persistente. 
 
 
 
 
 
 
ADULTAS - IDADE REPRODUTIVA (MENACME) 
 
GRAVIDEZ / ABORTOS / PRENHEZ ECTÓPICA /             
GESTAÇÃO MOLAR 
 
CAUSAS UTERINAS BENIGNAS: pólipos, miomas,         
adenomiose. 
 
Pólipos (é como se fosse um cogumelo que               
cresce dentro do útero, na cavidade           
endometrial causando sangramento), ​miomas       
(tumores benignos que ocorrem do útero, o             
mais comum que causa sangramento é o mioma               
submucoso, ele cresce para dentro da           
cavidade, empurrando o endométrio. O         
intramural que é na parede do útero, não               
sangra normalmente, a não ser que ele tenha               
um componente submucoso. E existe também o             
subseroso), ​adenomiose (ocorre quando tem         
células endometriais na parede do útero, que             
Ana Carolina Picanço 
 
 
sangram na cavidade uterina, aumentando o           
fluxo de sangue da mulher). 
 
DOENÇAS ENDÓCRINAS / SISTÊMICAS:       
doenças da tireoide, disfunção hepática, SOP,           
diabetes mellitus. 
 
ANORMALIDADES HEMATOLÓGICAS: causam     
distúrbios da coagulação – leucemias agudas,           
PTI, hiperesplenismo, IRC, doença de Von           
Willebrand. 
 
Hipotireoidismo em que é comum a mulher             
fazer um quadro de menorragia; ​SOP           
(Sindrome de ovário policístico) em que fica             
muito tempo sem menstruar, e quando           
menstrua, o fluxo é muito aumentado, pois o               
endométrio está muito espessado. 
 
Medicamentos / hormônios exógenos:  
 
- ACO: sangramento de escape       
(spotting): até 40% das mulheres nos           
primeiros 3 meses / uso irregular.           
Tratamento: expectante, com     
resolução espontânea e corrigir o uso. 
 
- Progesterona / injetável / Implanon /           
Mirena:​ alta taxa de spotting 
 
- DIU cobre: resposta inflamatória no         
endométrio – hipertrofia endometrial       
= sangramento intermenstrual. 
Tratamento: orientações / conduta       
expectante / troca do método ou via             
de administração / uso de estrogênio           
VO / AINES 
 
- Infecções: DST – sangramento       
pós-coito ou irregular – infecção por           
clamídia. 
 
- Neoplasias​: ​câncer de colo invaso​r:         
sangramento anormal é o principal         
sintoma / câncer de endométrio /           
hiperplasia endometrial / câncer de         
vagina. 
 
 
 
 
PERIMENOPAUSA 
 
- ANOVULAÇÃO 
 
Ciclos anovulatórios (ocorre quando a mulher           
começa a menstruar e quando está chegando             
ao final do período reprodutivo, ela pode             
fazer ciclos anovulatórios). 
 
- CAUSAS UTERINAS BENIGNAS: pólipos,       
miomas, adenomiose. 
 
- NEOPLASIAS: ovário, colo, endométrio 
 
PÓS-MENOPAUSA (a mulher que tem mais de             
1 ano sem menstruar) 
 
- Atrofia endometrial (30%). 
 
É a causa mais comum, pois não tem               
estrogênio circulante mais, o ovário tem uma             
produção mínima de estrogênio, desse modo,           
o estrogênio não vai manter o endométrio             
trófico, ou seja, o endométrio vai descamar e               
ficar muito fino, fazendo um quadro atrófico,             
em que descama todo mês, como se fosse uma                 
casquinha. 
 
- TRH / Estrogênio exógeno (30%). 
 
Na terapia, o endométrio pode crescer e             
sangrar, causando o SUA 
  
- CA endométrio (15%). 
 
- Pólipos endometriais / cervicais (10%). 
 
- Hiperplasia endometrial (5%). 
 
- Outros tumores (CA de colo, CA de             
vulva, Sarcomas...) (10%). 
 
 OBS: DEVE SEMPRE DESCARTAR NEOPLASIAS 
 
 
Classificação “PALM-COEIN”​ (FIGO 2011) 
 
A FIGO criou esse quadro para estabelecer             
as causas de SUA. 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
PALM: afecções estruturais identificadas por         
métodos de imagem e/ou histopatológico 
 
COEIN: afecções ​não estruturais que não           
podem ser identificadas por estes métodos. 
 
 
 
Diagnóstico de sua 
 
De onde vem o sangramento? Útero, colo,             
vagina 
Quantos anos tem a paciente? 
Ela é sexualmente ativa? 
Pode estar grávida? 
Como é seu ciclo menstrual? 
Tem sinais de anovulação? 
Como é o sangramento (frequência, duração,           
fluxo) e em que período ocorre?           
(menstruação, intermenstrual? Pós-coito?) 
Apresenta algum sintoma associado? 
Possui alguma doença crônica? 
Houve alguma alteração do peso (distúrbio           
alimentar, atividade física, doença, estresse? 
Usa alguma medicação? 
 
Investigação de SUA no MENACME 
 
 
Primeiramente ver se a paciente está           
grávida, ​se sim leva ao obstetra, ​se não​,               
verifica se ela está usando alguma medicação             
ou se fez algum procedimento, ​se sim​, ajusta o                 
medicamento, ​se não pensar em causas           
sistêmicas, como distúrbio de coagulação,         
disfunção ovariana, ​se sim trata a causa, ​se               
não​ pensar em doença ginecológica. 
Se for uma doença ginecológica, investigar as             
causas de acordo com o PALM-COEIN, ​se não               
for nenhuma dessas causas, pensar em SUD.             
Pois o SUD é diagnóstico de exclusão. 
 
Investigação de SUD no MENACME  
   
 
   
Verificar os fatores de risco como anovulação             
crônica em que a paciente que fica meses sem                 
menstruar. Obesa. Nulípara (nunca teve         
filhos). ​Se sim, investigar o endométrio           
através de biópsia, histeroscopia, biopsia as           
cegas ou curetagem. ​Se não​, faz o tratamento               
clínico. 
 
Lembrando que pode ter paciente com CA de               
endométrio sem esses fatores de risco, porém             
é mais raro. Por isso, deve-se investigar CA se                 
o sangramento persistir. E se a paciente tem               
os fatores risco, deve-se investigar o           
endométrio através de biópsia.   
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
 
É muito discutido hoje em dia na clínica de                 
GO, se vale a pena pedir USG endovaginal de                 
rastreio para pacientes na pós-menopausa         
para ver o endométrio somente. Tem estudos             
que mostram que não tem diferença, porque             
quando é algo mais grave, tende a ser um CA                   
e geralmente a paciente já sangra. Outros             
estudos falam que vale a pena rastrear uma               
vez por ano tanto para ver endométrio,             
quanto pra ver CA de ovário que é mais                 
comum na pós-menopausa, porque na paciente           
em pós-menopausa o endométrio está mais           
fino, então se considera o ponto de corte               
4mm. Ou seja, a espessura endometrial da             
mulher pós-menopausa tem que ser de 4mm no               
máximo. Acima disso deve-se ficar         
preocupado. Sendo esse parâmetro quando a           
mulher nãotem reposição hormonal. Se a             
mulher tem reposição hormonal se considera -             
acima de 8mm. 
 
 ​Exames 
 
EXAME FÍSICO: 
 
- Exame físico minucioso; 
- Ectoscopia; 
- Palpação abdominal; 
- Exame especular; 
- Toque vaginal bimanual. 
 
 
 
 
TESTE DE GRAVIDEZ 
 
Solicitar para todas pacientes no menacme           
que não façam uso de método contraceptivo             
(?) qualquer que seja sua declaração sobre             
atividade sexual. 
 
COAGULOGRAMA 
 
- 5 a 20% pacientes com SUA           
apresentam distúrbio da coagulação       
história de sangramento menstrual       
desde a menarca, história familiar de           
distúrbio de coagulação, sangramentos       
frequente (equimose, gengivorragia,     
epistaxe) ou hemorragia pós-parto. 
 
- Hemograma, plaquetas, TAP e PTT.         
Encaminhar ao hematologista se       
exames alterados. 
 
HEMOGRAMA x FERRITINA 
 
- Sangramentos > 80ml / ciclo = anemia 
- Dosagem de ferritina é mais fidedigna,           
porém não fornece mais informações         
que o eritrograma, por isso não deve             
ser avaliado de rotina. 
 
ULTRASSONOGRAFIA PÉLVICA OU     
TRANSVAGINAL 
 
- Amplamente solicitado, não invasivo,       
baixo-custo; 
- Espessura endometrial, miométrio,     
forma e volume uterino, anexos. 
- Mulheres menopausa: avaliar     
espessura endometrial – normal: até         
5mm / ​com TRH​, até 8mm – se               
espessado prosseguir investigação     
(histeroscopia + biópsia endométrio). 
 
HISTEROSSONOGRAFIA 
 
Método de boa acurácia para avaliar           
anomalias uterinas; 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
 
 
 
 
MIOMAS 
HISTEROSCOPIA: 
 
Exame ​padrão ouro​ para avaliar endométrio 
Visualização direta da cavidade uterina +           
biópsia dirigida 
 
Terapêutico: retirada de pólipos, miomas         
submucosos, sinéquias, ablação endometrial. 
Utilizado quando USTV for inconclusivo 
 
 
 
RNM PELVE 
 
Não deve ser utilizada de rotina, apenas             
quando USTV for inconclusiva. 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
BIÓPSIA DE ENDOMÉTRIO 
 
- Exame histopatológico para     
diagnóstico de neoplasia / hiperplasia         
atípica. 
 
- Indicações: alterações exames de       
imagem, sangramento intermenstrual     
persistente, SUA > 45 anos ou falha no               
tratamento. 
 
- Geralmente é realizado as cegas =           
pode não curetar a lesão. 
 
Padrão ouro: biópsia guiada por         
histeroscopia. 
 
CURETAGEM UTERINA: 
 
- não é o ideal; 
- Grande amostra de endométrio em         
relação biópsia às cegas; 
- Último recurso terapêutico para       
sangramentos volumoso e agudos 
 
DOSAGEM HORMONAL 
 
Dosagem hormônios tireoidianos:     
recomendado em pacientes com sintomas e           
sinais de disfunção tireoidiana. 
 
Hormônios sexuais: estudos mostram que não           
há relação com SUA 
 
Tratamento SUA - causas estruturais 
(palm) 
 
OBJETIVOS 
- Controlar o sangramento; 
- Prevenir recorrências; 
- Preservar a fertilidade; 
- Corrigir anemia 
 
 
 
MIOMAS 
 
Sangramentos excessivos: miomas submucosos       
ou intramurais que deformam a cavidade           
uterina. 
 
Tratamento específico 
 
Medicamentoso / Miomectomia (é a retirada           
do mioma com histeroscopia também) /           
Histerectomia (quando for de grande tamanho           
e a localização dele é muito ruim, muito perto                 
do colo, por exemplo). A maioria das vezes se                 
o paciente não responde ao tratamento           
medicamentoso e continua sangrando, é feito           
a histerectomia. 
 
PÓLIPOS 
 
- Pediculados ou sésseis 
- Incidência: > 40 anos / maioria           
assintomático 
- Polipectomia por histeroscopia 
 
Polipectomia ambulatorial quando menor que         
<5mm, em que se faz um estímulo com               
progesterona e o endométrio descama todo           
de uma vez e geralmente o pólipo sai na                 
própria descamação do endométrio. Ou         
histeroscópica (se faz com a câmera,           
levando-a até cavidade uterina e retirando o             
pólipo). 
 
ADENOMIOSE 
 
- Sangramento e dismenorréia; 
- Tratamento definitivo: histerectomia; 
- Tratamentos alternativos: hormonal /       
retorno dos sintomas após parar o           
tratamento. 
 
Associada a sangramento e a dismenorreia. A             
maioria é em pacientes mais idosas. 
 
- ACO, Progesterona, DIU progesterona       
(SIU-LNG) (na mulher que tem desejo           
de manter a fertilidade/reprodução). 
 
- Histerectomia (frequente). 
 
Ana Carolina Picanço 
 
 
NEOPLASIA: 
 
Tratamento específico. 
 
 
Sangramento uterino disfuncional 
 
Etiologia 
 
- Acomete mulheres nos extremos da         
vida reprodutiva; 
- 20% adolescentes; 
- 50% entre 40-50 anos; 
- Pode ser ​ovulatório (15% / menacme)           
ou ​anovulatório​ (85%). 
 
É UM DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO 
 
- SUA onde a origem é exclusivamente           
de uma ação hormonal irregular sobre           
o endométrio. 
 
SUD - OVULATÓRIO 
 
SANGRAMENTO DA OVULAÇÃO: 
 
- Geralmente no final da vida         
reprodutiva; 
- É pequena quantidade, dura 1 a 3 dias,               
coincide com a ovulação. 
 
Fisiopatologia: secundário a formação de         
pequenos trombos no vasos endometriais         
devido ↑ estrogênio / sangramento da rotura             
folicular que é captado pelos óstios tubários. 
 
POLIMENORRÉIA: 
 
- Ciclo ovulatório com menos 21 dias. 
 
Fisiopatologia: encurtamento da fase folicular         
ou lútea. 
 
DESCAMAÇÃO IRREGULAR: 
 
- Sangramento prolongado e abundante       
com intervalos regulares. 
 
Fisiopatologia: regressão lenta do corpo lúteo           
= coexistência áreas sob ação da           
progesterona do ciclo anterior + áreas de             
proliferação estrogênica do ciclo atual. 
 
SANGRAMENTO PRÉ-MENSTRUAL: 
 
- Sangramento escuro, tipo     
borra-de-café que antecede em alguns         
dias a menstruação. 
- Mais comum mulheres > 35 anos (fim da               
vida reprodutiva. 
 
Fisiopatologia: produção deficiente de       
progesterona 
 
SUD - ANOVULATÓRIO 
 
- 85% casos 
 
- Não tem sintomas como: TPM,         
dismenorréia, retenção hídrica 
 
- Ocorre geralmente nos extremos da         
vida reprodutiva (após menarca e         
perimenopausa). 
 
 
PUBERDADE: imaturidade do eixo H-H-O →           
níveis insuficientes de FSH → não amadurece o               
folículo recrutado → produção irregulares de           
estrogênio → não produz o pico de LH →                 
anovulação 
 
MENACME: feedback inapropriado → resulta         
em ovários policísticos. 
 
CLIMATÉRIO: falência ovariana → ainda tem           
produção de estrogênio, porém não ovulam →             
não produz progesterona. 
 
Mecanismo 
 
QUEDA TRANSITÓRIA DOS NÍVEIS DE         
ESTROGÊNIO: 
 
- Ocorre descamação superficial do       
endométrio 
 
ESTÍMULO CONTÍNUO DE ESTROGÊNIO: 
 
- Causa supercrescimento e fragilidade       
endometrial 
Ana Carolina Picanço 
 
 
- Sangramentos irregulares em vários       
pontos da cavidade uterina. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
- Afastar causas orgânicas; 
 
- Diferenciar SUD ovulatório x       
anovulatório. 
 
“O DIAGNÓSTICO DE SUD É ESSENCIALMENTE           
CLÍNICO, POIS ELE SÓ É CORRIGIDO COM             
HORMONIOTERAPIA. SE NÃO FOR CORRIGIDO,         
CERTAMENTE NÃO É DISFUNCIONAL.” 
 
TRATAMENTO SUD OVULATÓRIO 
 
Variável do ciclo menstrual, sem         
consequências clínicas. 
 
Orientações 
 
Se ciclo muito curto que incomoda a paciente               
ou sangramento abundante = tratamento 
 
- Progesterona na 2ª fase do ciclo; 
- ACO; 
- Pode associar AINES ou ácido         
tranexâmico (Transamin) em casos de         
sangramento intenso. 
 
TRATAMENTO SUD ANOVULATÓRIO 
 
PUBERDADE: 
 
Conduta expectante: sangramento raramente       
é intenso / orientações / observação /             
autolimitado / aguardar amadurecimento do         
eixo HHO. 
 
Progesterona:caso de sangramento       
prolongado, com perda sanguínea maior. A           
ação da progesterona interrompe o efeito           
proliferativo do estrogênio sobre o         
endométrio. 
 
Progesterona VO 10 dias. – curetagem           
farmacológica: 3 a 4 dias após término da               
medicação ocorre descamação fisiológica da         
camada funcional do endométrio. 
- 3 a 4 ciclos de tratamento. 
 
Estrogênio + progesterona: 
 
Quadro hemorrágico: uso de estrogênio         
isolado ou associado a progesterona. 
 
- Níveis de estrogênio baixo →         
sangramento  
 
Estrogênio exógeno → rápida reepitelização         
do endométrio → parada do sangramento →             
uso contínuo do estrogênio isolado →           
espessamento do endométrio → hemorragia         
com interrupção do tratamento. MAS... 
 
- Estrogênio conjugado – cessa a         
hemorragia em 48h. 
 
Após hemostasia: iniciar tratamento       
conjugado com progesterona (transformar o         
endométrio proliferativo → secretor →         
descamação fisiológica após interrupção do         
tratamento). 
 
- Manter estrogênio + progesterona por         
10 dias; 
- Repor ferro; 
- Sangramento excessivo: AINEs,     
transamin; 
- Não realizar tratamento com       
curetagem. 
 
MENACME:  
 
Tratamento é basicamente o mesmo da           
puberdade. 
 
- Paciente desenvolvem ovários     
policísticos 
 
Deve realizar tratamento das manifestações         
associadas: hirsutismo, obesidade,     
hiperinsulinismo, infertilidade. 
 
CLIMATÉRIO: 
 
Afastar câncer de endométrio 
 
- USTV ≤ 5 mm (normal) / ausência de               
fatores de risco para câncer de           
endométrio. 
Ana Carolina Picanço 
 
 
 
- Avaliar necessidade de biópsia       
endometrial; 
 
Geralmente o endométrio está espessado nos           
casos de SUD devido ação predominante do             
estrogênio sem antagonismo da progesterona. 
 
Uso da progesterona cíclica até surgir           
sintomas de deficiência de estrogênio – inicia             
terapia conjugada (TRH). 
 
- Curetagem uterina – fornece material         
para análise histopatológica, porém       
não trata o problema. 
 
- Casos refratários: reinvestigar causa       
orgânica 
 
- Histerectomia ou ablação por       
histeroscopia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Carolina Picanço

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