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Prévia do material em texto

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Carla Cristina Barbosa
Huagner Cardoso da Silva
Maria Cristina Freire Barbosa
Maria Nadurce Silva
Adaptação: Rosângela Silveira Rodrigues
Montes Claros - MG, 2010
2010
Proibida a reprodução total ou parcial.
Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
Caixa Postal: 126 - CEP: 39041-089 
Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38) 3229-8214
REITOR
Paulo César Gonçalves de Almeida
VICE-REITOR
João dos Reis Canela
DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES
Giulliano Vieira Mota
Andréia Santos Dias
Bárbara Cardoso Albuquerque
Clésio Robert Almeida Caldeira
Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Diego Wander Pereira Nobre
Gisele Lopes Soares
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Jéssica Luiza de Albuquerque
Osmar Pereira Oliva Karina Carvalho de Almeida
Rogério Santos Brant
REVISÃO TÉCNICA
Claúdia de Jesus Maia
IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO
Gráfica Yago
PROJETO GRÁFICO E CAPA
Alcino Franco de Moura Júnior
Andréia Santos Dias
EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO
Alcino Franco de Moura Júnior - Coordenação
CONSELHO EDITORIAL
Maria Cleonice Souto de Freitas
Rosivaldo Antônio Gonçalves
Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho
Wanderlino Arruda
Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros
Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes
Ficha Catalográfica: 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Coordenador Geral da Universidade Aberta do Brasil
Celso José da Costa 
Governador do Estado de Minas Gerais
Antônio Augusto Junho Anastasia
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Alberto Duque Portugal
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
Paulo César Gonçalves de Almeida
Vice-Reitor da Unimontes
João dos Reis Canela
Pró-Reitora de Ensino
Maria Ivete Soares de Almeida
Coordenadora da UAB/Unimontes
Fábia Magali Santos Vieira
Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes
Betânia Maria Araújo Passos
Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH
Mércio Coelho Antunes
Chefe do Departamento de Geociências
Coordenadora do Curso de Geografia a Distância
Janete Aparecida Gomes Zuba
Guilherme Augusto Guimarães de Oliveira
AUTORES
Carla Cristina Barbosa
Doutoranda em História da Ciência pela Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo - PUC-SP, mestre em Letras/Português pela Universidade Federal 
de Uberlândia - UFU, especialista em Docência para a Educação Profissional 
e graduada em História pela Universidade Estadual de Montes Claros - 
Unimontes. Atualmente, é professora do Departamento de História e 
coordenadora geral do Núcleo de História e Cultura Regional - Nuhicre 
desta Universidade.
Huagner Cardoso da Silva
Mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU, 
especialista em Docência para a Educação Profissional e graduado em 
Pedagogia pela Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. É 
professor do Departamento de Estágios e Práticas Escolares desta 
Universidade.
Maria Cristina Freire Barbosa
Mestre em Educação pelo Instituto Superior Enrique José Varona-
Cuba/Universidade de Brasília - UnB e graduada em Pedagogia pela 
Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. Docente da disciplina 
Estrutura e Funcionamento da Educação Básica pelo Departamento de 
Educação da Unimontes, coordenadora de Apoio ao Estudante e membro 
do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação na Diversidade e Saúde desta 
Universidade.
Maria Nadurce Silva
Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília - UCB e 
especialista em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais - 
UFMG. Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual 
de Montes Claros - Unimontes.
ADAPTAÇÃO
Rosângela Silveira Rodrigues
Doutora em Educação, área de História e Filosofia da Educação, na 
UNICAMP. Mestre em Educação na área de Docência do Ensino Superior 
pela PUC - Campinas. Graduada em Pedagogia pela FUNM. Professora de 
Didática do Departamento de Métodos e Técnicas educacionais - 
UNIMONTES. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa GEHES. Coordenadora 
da Pós-Graduação, especialização: Metodologia Científica e Epistemologia 
da Pesquisa. 
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
Unidade I: A educação antiga e medieval. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
1.2 Povos primitivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3 Educação egípcia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4 Educação grega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.5 Educação romana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.6 Educação medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.7 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Unidade II: A educação do renascimento ao surgimento dos sistemas 
escolares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.2 Educação a caminho da modernidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
2.3 A educação no período do renascimento . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.4 A educação, a reforma e a contra-reforma. . . . . . . . . . . . . . . 50
2.5 O iluminismo e a consolidação da educação moderna . . . . . 54
2.6 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
2.7 Vídeos sugeridos para debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Unidade III: A educação braslieira na colônia e no império . . . . . . . 62
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.2 Para um começo de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.3 Período jesuítico (1549 - 1759) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.4 A influência jesuítica na educação brasileira . . . . . . . . . . . . . 65
3.5 A educação no Brasil na era pombalina (1760-1808). . . . . . . 68
3.6 A educação no Brasil imperial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.7 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Unidade IV: A educação no Brasil: período republicano. . . . . . . . . . 79
4.1 A reforma educacional de Benjamim Constant . . . . . . . . . . . 81
4.2 A educação na 2ª República . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.3 A educação superior no Brasil pós ldben 9.394/1996 . . . . . . 97
4.4 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Referências básicas, complementares e suplementares . . . . . . . . . . 115
Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
APRESENTAÇÃO
07
Prezado(a) acadêmico(a), a disciplina HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO é 
obrigatória para os alunos dos diferentes cursos de licenciatura. O objetivo 
desta disciplina é contribuir para que os acadêmicos dos cursos de 
licenciatura compreendam os aspectos históricos da sociedade brasileira 
que fundamentam o atual sistema educacional.
Você iniciará, agora, seus estudos de História da Educação. Essa 
disciplina conduzirá você com o apoio dos autores clássicos da historiografia 
da história da educação, a uma análise das principais características dos 
processos educativos e sua interação com o contexto socioeconômico e 
cultural em diferentes períodos históricos da civilização, relacionando-os ao 
contextoeducativo brasileiro.
A disciplina tem como objetivos:
� Examinar a educação em diferentes contextos históricos;
conhecer a história da educação da civilização ocidental, para 
compreender a história da educação brasileira;
� compreender a influência das transformações ocorridas no 
período renascentista na definição do modelo da educação ocidental e a 
influência nas determinações do modelo da educação predominante na 
história da educação brasileira;
� analisar historicamente os vários aspectos da realidade 
educacional nos diferentes contextos históricos, com a finalidade de 
compreender as políticas determinantes da educação na atual sociedade 
brasileira;
� desvelar as políticas que delineiam a história da educação 
brasileira desde a sua implantação até a atualidade, para compreender os 
interesses que a impulsiona, no que se refere aos valores, ideias e 
organização nos diversos períodos da história desse país; e
� problematizar os determinantes históricos do papel da escola, 
do modelo de professor e do aluno que se pretende formar, assim como o 
enfoque dos conteúdos e da avaliação nos diferentes períodos da educação 
brasileira.
Esclarecemos a você a relevância em alcançar esses objetivos, pois 
esta disciplina é muito importante para sua formação ética-política e 
humana, de forma emancipada. 
08
Geografia Caderno Didático - 3º Período
EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM
Atividades e Fórum: os textos propõem leituras e atividades que 
devem ser desenvolvidas individualmente discutidas com o Tutor e 
socializadas com a turma, isto é, colocadas no FÓRUM para leitura e 
apreciação de todos os acadêmicos.
Momento de Interação: para discussão dos textos e das atividades, 
você contará com o apoio do tutor, e poderá recorrer a diferentes 
ferramentas.
As sugestões de textos, pesquisas e filmografias também são 
importantes, uma vez que ampliam os conhecimentos e discussões. 
Também serão apresentadas discussões fundamentadas nos estudos de 
outros autores que citaremos como referências complementares.
Para que haja aproveitamento nos seus estudos, é preciso que você 
realize as atividades propostas, ao longo dos textos, pois estas o(a) ajudarão a 
compreender e a fixar os conteúdos abordados.
Atenção! Não se esqueça de realizar as atividades sugeridas.
Esse caderno didático foi organizada em quatro unidades. Cada 
uma está dividida em subunidades, com o objetivo de facilitar a 
compreensão das discussões propostas.
Desejamos que sua caminhada nesta disciplina seja prazerosa e 
enriquecedora.
Os autores
09
1UNIDADE 1A EDUCAÇÃO ANTIGA E MEDIEVAL
1.1 INTRODUÇÃO
Esta é a primeira unidade da disciplina História da Educação.
O objetivo central é examinar a educação nos diferentes contextos 
históricos e compreender a história da educação antiga e medieval.
Ao ler o texto, você vai encontrar temáticas que são abordadas com 
base em uma perspectiva histórica, mostrando que tudo na Educação, dos 
conhecimentos às relações entre sujeitos escolares, espaços, metodologias e 
materiais foi inventado, produzido pelo ser humano em circunstâncias 
sociais e históricas determinadas.
Com base em autores como Maria Lúcia Aranha, Paul Monroe, 
Tomas Giles, Luciano Farias Filho e Mario Manacorda, buscaremos os 
fundamentos teóricos para que você compreenda a educação antiga e 
medieval. 
A História da Educação tem como uma das suas funções 
desnaturalizar as práticas educativas, estabelecendo uma relação com o 
contexto no qual estão inseridas. Para isso, esta unidade explicitará os 
elementos da história da educação ocidental.
Esta primeira unidade abordará a importância da história da 
educação e o processo sócio-histórico das práticas educativas no Egito, na 
Grécia, em Roma e nas Escolas Medievais. 
Para entendermos a História da Educação, é importante conhecer a 
educação no contexto histórico.
Na verdade, faz-se necessário compreender que o homem é 
resultante de sua prática social dentro de determinado contexto histórico, 
social.
É a partir das relações sociais que os homens criam padrões, 
instituições e saberes. Portanto, é a educação 
que mantém viva a memória de um povo e dá condições 
para sua sobrevivência. Por isso dizemos que a educação é 
uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade 
entre indivíduo e sociedade. (ARANHA, 1990, p.15).
A educação está envolvida nas relações sociais que os homens 
estabelecem e sofre influência ideológica por estar ligada com a política.
Portanto, o fenômeno educacional não é neutro, está ligado às 
questões culturais, políticas e sociais de seu tempo (FARIA FILHO, 2002).
A escola faz parte de um mundo marcado por desigualdades e lutas 
sociais; neste sentido, devemos refletir que a escola é um instrumento de 
10
Caderno Didático - 3º Período
transformação da sociedade, ao mesmo tempo em que as transformações 
políticas, econômicas e sociais contribuem para a constituição dos sistemas 
de ensino.
A educação está envolvida nas relações sociais que os homens 
estabelecem e sofre influência ideológica por estar ligada com a política.
Portanto, o fenômeno educacional não é neutro, está ligado às 
questões culturais, políticas e sociais de seu tempo (FARIA FILHO, 2002).
A escola faz parte de um mundo marcado por desigualdades e lutas 
sociais; neste sentido, devemos refletir que a escola é um instrumento de 
transformação da sociedade, ao mesmo tempo em que as transformações 
políticas, econômicas e sociais contribuem para a constituição dos sistemas 
de ensino.
1.2 POVOS PRIMITIVOS
A educação primitiva se caracteriza pela sua forma simples, onde a 
criança é inserida no meio social através da experiência de vida das gerações 
passadas.
Nesse período, a atividade educacional pode ser entendida pela 
educação prática e pela educação teórica.
A educação prática não é organizada, compreende a busca de 
alimentos, abrigo e vestuário, dividindo-se em dois estágios.
O primeiro estágio baseia-se na aquisição de conhecimento por 
imitação, ou seja, a criança imita inconscientemente as atividades dos 
adultos.
No segundo estágio da educação prática, a criança participa das 
atividades dos adultos, aprendendo conscientemente, por imitação. Nesse 
momento, passa-se a exigir das meninas e meninos o trabalho. A educação 
teórica consiste na transmissão dos adultos às gerações mais jovens os 
conhecimentos das cerimônias, danças e rituais que caracterizam o culto 
religioso dos povos primitivos.
Essas cerimônias tinham caráter educativo pois, por meio delas, as 
gerações mais jovens eram instruídas a partir da tradição do passado, isto é, 
da vida intelectual e espiritual desses povos.
Entre as cerimônias dessas comunidades, as cerimônias de 
iniciação tinham papel educativo especial por possuírem valor moral. As 
meninas eram orientadas pelas mulheres, e os meninos, pelos homens.
Foram essas danças que deram ao homem primitivo a explicação 
do universo, ou seja, é das crenças animistas que originaram as ciências, a 
filosofia e as religiões naturais (MONROE, 1976).
Podemos dizer que a educação primitiva caracterizou-se pelo seu 
caráter estacionário e imitativo, onde o processo educativo era o único meio 
de perpetuar os padrões culturais aos jovens que eram moldados para 
atuarem na manutenção do sistema vigente.
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Ideologia: Ciência que trata da 
formação das ideias e da sua 
origem; conjunto de ideias, 
crenças e doutrinas, próprias 
de uma sociedade, de uma 
época ou de uma
classe, e que são produto de 
uma situação histórica e das 
aspirações dos grupos que as 
apresentam como
imperativos da razão; sistema 
organizado e fechado de ideias 
que serve de base a uma luta 
política.
(Dicionário da Língua 
Portuguesa On Line. 
http://www.priberam.pt/%20DL
PO
DICAS
Para entender o significado 
educativo da vida primitiva, é 
preciso compreender o
animismo. É a interpretação do 
ambiente. Para os povos 
primitivos, nãoexistia diferença 
entre a sua existência e a 
existência das outras coisas 
animadas ou inanimadas.
Geografia
História da Educação UAB/Unimontes
1.2.1 A escrita
A educação baseada na linguagem escrita era ministrada pelo 
sacerdócio e compreende a instrução formal; o treino prático representa 
estágio avançado dos povos primitivos.
Assim Paul Monroe a descreve:
Do animismo provêm as religiões naturais, as primeiras 
filosofias e as ciências rudimentares. Com a formulação 
destas, criam-se as linguagens escritas e se desenvolve um 
corpo especial de conhecimento, acessível apenas a poucos. 
Isto constitui matéria para um estádio superior de educação. 
Juntamente desenvolve-se um sacerdócio especial que se 
diferencia dos curandeiros ou exorcistas, de um lado, e do 
povo comum do outro. O sacerdócio torna-se uma classe 
especial de professores para todos. Logo que se organizam 
para ensinar os futuros membros de sua própria ordem, 
surge a primeira escola. Com a formação de um currículo 
definido, de um magistério e da escola, encerra-se o estádio 
primitivo na educação, e atingem-se os primeiros estágios da 
civilização. (MONROE, 1976, p.11)
Neste estágio da invenção da escrita através de símbolos, aumenta a 
comunicação e informações disponíveis ao indivíduo e à sociedade, 
permitindo à sociedade o registro de sua história. A Mesopotâmia é 
considerada a primeira civilização a produzir a escrita. O deus escriba Nabu 
era o responsável pela escrita, tinha caráter místico (GILES, 1987).
Nesse momento, homens e mulheres utilizam figuras para 
representar cada objeto. Esta forma de expressão é chamada pictográfica. 
A fase pictórica apresenta uma escrita bem simplificada dos objetos 
da realidade, por meio de desenhos que podem ser vistos nas inscrições 
astecas presentes em cavernas, ou nas inscrições de cavernas do noroeste do 
Brasil. 
É importante ressaltar que primeiro surgiram os silabários, conjunto 
de sinais específicos para representar as sílabas, isto é, os sinais 
representavam sílabas inteiras em vez de letras individuais. 
Figura 1: Imagens de escritas pictográficas
Fonte: http://www.webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/modulo4/e1_assuntos_a1.html 
Acesso 10/09/2008 
ATIVIDADES
Acesse os sites: 
Google Earth -
http://www.earth.google.com
Cartographic - 
http://www.henrydavis.
com/MAPS/carto.html
Osshe Historic Atlas Resource 
Library -
http://www.uoregon.edu/~atlas
Geohistory -
http://www.geohistory.com
Atlas of the biosphere -
http://www.sage.wisc.edu/atlas
Maps of world -
http://www.mapsofworld.com
Procure nos sites os mapas
da localização e coordenadas 
geográficas do Egito. Copie as 
imagens
para seu trabalho.
Depois elabore um álbum, em 
texto ou virtual, utilizando 
imagens que
retratem as cidades do Egito.
Discuta com seus colegas no
Fórum. Fonte: 
http://www.mec.gov.br
11
Os fenícios inventaram um sistema reduzido de caracteres que 
representavam o som consonantal, característica das línguas semíticas 
encontrada hoje na escrita árabe e 
hebraica.
Em seguida, os gregos 
adaptaram o sistema de escrita 
fenícia agregando as vogais e criando 
assim a escrita alfabética. (Alfabeto, 
palavra derivada de alfa e beta, as 
duas primeiras letras do alfabeto 
grego.) Posteriormente, a escrita 
grega foi adaptada pelos romanos, 
constituindo-se o sistema alfabético 
greco-romano, que deu origem ao nosso alfabeto. 
Esse sistema representa o menor inventário de símbolos que 
permite a maior possibilidade combinatória de caracteres, isto é, 
representação dos sons da fala em unidades menores que a sílaba.
Com a invenção da escrita, o 
processo educativo é mais formalizado, 
exigindo uma classe de especialista, neste 
caso, a transmissão e a escrita ficam 
entregues à responsabilidade da casta 
sacerdotal.
Esta casta tem a função de 
transmitir a tradição coletiva, os 
costumes, os hábitos, valores e o estilo de 
vida da sociedade. Assim, a casta 
sacerdotal implantou o primeiro sistema 
de ensino formal para a formação do 
sacerdote escriba, que era considerado o 
guardião da ordem religiosa e responsável 
pela administração da sociedade.
Este período se caracteriza pela 
teocracia absolutista, onde não existia diferença entre a esfera política e 
religiosa. A formação era centrada nos rituais e tinha o templo como centro 
controlador da distribuição dos alimentos. O sacerdote era o mediador entre 
os deuses e o homem. Entretanto, o novo sistema escolar não era universal, 
destinava-se somente aos filhos dos detentores de poder. Neste contexto, 
surgem as primeiras bibliotecas com escritos de mitologia, história, 
astronomia, astrologia, magia, poesia e gramática.
Como o sacerdote era o mediador entre o homem e os deuses, a 
formação era centrada nos rituais. Portanto, o processo educativo se 
destinava à conservação e à continuidade do sistema político e social do 
período.
F i g u r a 2 : E s c r i t a A l f a b é t i c a
Fonte: http://www.webeduc.mec.gov.br/
midiaseducacao/modulo4/e1_assuntos_a1.
html acesso em 10/09/2008
Fi gu ra 3 : E s c r i t a A l f abé t i ca 
Fonte: http://www.webeduc.mec.gov.
br/midiaseducacao/modulo4/e1_
assuntos_a1.html acesso 10/09/2008
DICAS
Uma espécie de papel 
chamado papiro, que era 
produzido a partir de uma 
planta de mesmo nome, 
também era utilizado para 
registrar os textos.
A escrita egípcia também foi 
algo importante para este 
povo, pois permitiu a 
divulgação de ideias, 
comunicação e controle de 
impostos. 
Existiam duas formas de 
escrita: a demótica (mais 
simplificada) e a hieroglífica 
(mais complexa e formada por 
desenhos e símbolos). 
As paredes internas das 
pirâmides eram repletas de 
textos que falavam sobre a vida 
do faraó, rezas e mensagens 
para espantar possíveis 
saqueadores 
12
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
Assim, a base de todo o processo educativo era a escrita, 
destacando o ditado e a caligrafia. A aprendizagem era individual e o 
conteúdo do ensino era vocacional, moral e didático.
Nesse sentido, a base educativa foi a obediência, e o castigo físico 
foi um instrumento utilizado. Podemos dizer que a obediência era 
considerada uma virtude fundamental para conseguir sucesso social e 
econômico. Este sistema vigora desde o período dos sumérios, babilônios, 
assírios, caldeus e persas.
Entre os povos mesopotâmicos, o ensino dos caldeus era para os 
filhos das classes altas não sacerdotais, mas responsáveis pelo serviço 
administrativo burocrático.
Os persas se destacam por serem considerados entre os povos da 
mesopotâmia responsáveis pelo elo entre o arcaico e a evolução da 
civilização ocidental, isto se dá, principalmente, pela sistematização do 
processo educativo.
Desta forma, as classes que não se destinavam à carreira burocrática 
administrativa ou ao serviço militar tinham um processo educativo informal, 
herdados dos povos primitivos. A educação de massa era inexistente. A 
escola formal destinava-se aos filhos dos escribas e dos chefes religiosos. 
Somente no Egito a exclusividade de acesso à educação formal seria 
diferente.
1.3 EDUCAÇÃO EGÍPCIA
1.3.1 Um pouco de história do Egito
Para pensarmos a educação egípcia, é necessário conhecermos um 
pouco a civilização egípcia antiga; desenvolveu-se no nordeste africano 
(margens do rio Nilo) entre 3200 a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.c 
(domínio romano). Como a região é formada por um deserto (Saara), o rio 
Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era utilizado 
como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. 
As águas do rio Nilo também eram utilizadas para beber, pescar e 
fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a agricultura. 
Figura 4: Vista panorâmica das pirâmides egípcias.
Fonte: http://www.discoverybrasil.com/egito/brasil_dc_egito_home/index.shtml acesso 09/08
História da Educação UAB/Unimontes
13
A sociedade egípcia estava dividida em váriascamadas, sendo que 
o faraó era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na 
terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também 
ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e 
impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. 
Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, 
geralmente, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito e 
nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida. A economia egípcia 
era baseada principalmente na agricultura, que era realizada, 
principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. 
Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o 
artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo 
faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de 
irrigação, pirâmides, templos, diques). 
A religião dos egípcios era repleta de mitos e crenças interessantes. 
Acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo 
formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam 
na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram 
muito realizadas, acreditavam na vida após a morte, mumificavam os 
cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de 
preservar o corpo para a vida seguinte. 
A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. 
Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados 
na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de 
mumificação proporcionaram importantes conhecimentos sobre o 
funcionamento do corpo humano.
A educação egípcia não se limitava à elite, ao contrário da Babilônia 
e de outros povos em que somente a classe dos sacerdotes escribas era 
alfabetizada.
No Egito, existia a possibilidade de as classes inferiores aprenderem 
a ler e a escrever e inclusive poderiam subir de nível social. O processo 
educativo egípcio caracteriza-se pela palavra escrita. Assim, a capacidade de 
ler e de escrever conferiu aos que detinham esse saber certo mistério, pois, 
apoiada pela religião, a autoridade da palavra escrita se torna inviolável 
(GILES, 1987).
Figura 5: Alfabetização (escrita chamada hieroglífica)
Fonte: http://www.discoverybrasil.com/egito/alfabetizacao acesso em 10/09/2008
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Dialética: 
διαλεκτική)
era, na Grécia Antiga, a arte 
do diálogo, da contraposição e 
contradição de ideias. 
www.dicionarioonline.com.br 
(do grego 
14
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
A presença da religião configura-se também como uma 
característica marcante da educação e de todos os aspectos da vida egípcia. 
O faraó era o sumo sacerdote dos cultos oficiais e chefe de Estado. Este 
Estado apoiava-se na forma teocrática de governo, onde a administração 
burocrática era ligada à casta sacerdotal.
Pode-se observar que a flexibilidade da sociedade egípcia se deu, 
entre outros fatores, pelo fato de qualquer menino talentoso poder, se tornar 
um escriba.
No Egito, os sacerdotes eram responsáveis pela manutenção da 
cultura e sustentáculos da ordem política. A hierarquia social era assim 
constituída:
A integração da sociedade era o meio que a burocracia sacerdotal 
adotava, fornecendo administradores e funcionários para o governo. 
Giles relata que a escolarização era um mecanismo importante 
nessa sociedade. Em suas palavras:
Junto à tesouraria real sempre havia uma escola pública, 
equipada para a formação de escribas, cujos serviços eram 
indispensáveis para a manutenção de todo o aparato 
burocrático do Estado. Mesmo não conseguindo emprego 
junto ao governo, o escriba era sempre procurado para a 
administração das grandes fazendas e junto aos grandes 
comerciantes do reino. A instrução nessas escolas
era gratuita, custeada pelo próprio Estado. O instrumento de 
mobilidade e de estabilidade social é a escola. Trata-se de 
aprender a ler e escrever para subir socialmente. (GILES, 
1987, p. 54)
No Egito, no período depois de 3.000 a.c, observamos três tipos de 
escolas: as escolas do templo eram direcionadas para treinamento do clero; 
as escolas da corte eram destinadas à formação dos burocratas; e as escolas 
provinciais eram destinadas à formação de funcionários para o setor privado 
e para o governo.
Figura 6: Hierarquia social egípcia
Fonte: Acervo pessoal
DICAS
Expansão do povo grego 
(diáspora) Por volta dos séculos 
VII a.C e V a.C. acontecem 
várias migrações de povos 
gregos a vários pontos do Mar 
Mediterrâneo, como 
consequência do grande 
crescimento populacional, dos 
conflitos internos e da 
necessidade de novos 
territórios para a prática da 
agricultura. 
A economia grega baseava-se 
no cultivo de oliveiras, trigo e 
vinhedos. O artesanato grego, 
com destaque para a cerâmica, 
teve grande aceitação no Mar 
Mediterrâneo. Com o comércio 
marítimo, os gregos alcançaram 
grande desenvolvimento. 
moedas de metal. Os escravos, 
devedores ou prisioneiros de 
guerras foram utilizados como 
mão-de-obra na Grécia. 
Cada cidade-estado tinha sua 
própria forma político-
administrativa, organização 
social e deuses protetores. Foi 
na Grécia Antiga, na cidade de 
Olímpia, que surgiram os Jogos 
Olímpicos em homenagem aos 
deuses. 
Os gregos desenvolveram uma 
rica mitologia. Até os dias de 
hoje, a mitologia grega é 
referência para estudos e livros. 
A filosofia também atingiu um 
desenvolvimento 
surpreendente, principalmente 
em Atenas, no século V 
(Período Clássico da Grécia). 
Platão e Sócrates são os 
filósofos mais conhecidos deste 
período. 
A dramaturgia grega também 
pode ser destacada. A poesia, a 
história, as artes plásticas e a 
arquitetura foram muito 
importantes na cultura grega. A 
religião politeísta grega era 
marcada por uma forte marca 
humanista. Os deuses 
possuíam características 
humanas e de deuses. 
História da Educação UAB/Unimontes
15
Nesse período, observamos que há indícios da existência de escolas 
militares para a formação dos filhos da nobreza que pretendiam seguir a 
carreira de oficial do exército. Além disso, existiam os colégios sacerdotais de 
estudos superiores.
Aos cinco anos, iniciava-se a formação dos jovens nas escolas da 
aldeia, sob a orientação do templo local, onde podiam aprender os 
fundamentos de determinada profissão.
Aos dezessete anos, os jovens que se destacavam continuavam os 
estudos no templo central ou nas escolas superiores de instrução escribal, 
durante três ou quatro anos. A atividade principal dentro dessa escola era a 
memorização da hieroglífica e o domínio da escrita hierática cursiva, 
utilizada para fins comerciais.
A escola egípcia consistia na manutenção da literatura de inspiração 
divina. A técnica predominante no ensino era a memorização e a repetição.
As virtudes consideradas neste período eram o silêncio, a 
obediência, a abstinência e a reverência ao passado. A criatividade e a 
originalidade deveriam ser evitadas e o castigo era aplicado ao aluno como 
forma para conseguir as virtudes.
Evidentemente, para se tornar escriba, o aluno tinha que alcançar 
perfeição na reprodução dos textos antigos e modelos de escrita. Assim, 
poderia ter acesso à mobilidade social.
O processo educativo do Egito consistia na conservação das 
instituições existentes na sociedade sem que elas fossem modificadas. Essa 
educação que formava os guardiões funcionou durante 3000 anos.
1.4 EDUCAÇÃO GREGA
1.4.1 Um pouco da história da Grécia
Convidamos você para iniciarmos as nossas conversas a respeito da 
história da educação na Grécia, e para isto é interessante que você saiba que 
a civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por 
volta de 2000 a.C. e que esta formou-se após a migração de tribos nômades 
de origem indo-europeia, como, por exemplo, aqueus, jônios, eólios e 
dórios. 
Os heróis gregos (semi-deuses) 
eram os filhos de deuses com 
mortais. Zeus, deus dos deuses,comandava todos os demais do 
topo do monte Olimpo. 
Podemos destacar outros 
deuses gregos. A mitologia 
grega também era muito 
importante na vida desta 
civilização, pois através dos 
mitos e lendas os gregos 
transmitiam mensagens e 
ensinamentos importantes. Na 
arquitetura, os gregos ergueram 
palácios, templos e acrópoles 
de mármore no topo de 
montanhas. As decisões 
políticas, principalmente em 
Atenas, cidade onde surgiu a 
democracia grega, eram 
tomadas na Ágora (espaço 
público de debate político).
DICAS
Figura 7: Ruína grega
Fonte: http://www.suapesquisa.com/grecia/ acesso 10/09/08
16
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
Ressaltamos ainda que a Grécia era formada por um aglomerado de 
diversas cidades (polis). As polis (cidades-estado), forma que caracteriza a 
vida política dos gregos, surgiram por volta do século VIII a.C. As duas polis 
mais importantes da Grécia foram Esparta e Atenas.
A respeito do contexto grego onde foram constituídos marcos que 
configuram a educação do ocidente, Silveira Rodrigues (2006) afirma que:
[...] convém ponderar que, quando se refere à Grécia, não se 
fala em um único Estado, mas em um aglomerado de cidades 
(“pólis”), com suas características e, consequentemente, 
com suas diferenças econômicas e culturais, independentes 
e muitas vezes, até rivais. Considere-se, ainda, o processo de 
modificação dessas cidades, de acordo com a dinâmica das 
relações de poder, vigentes no período pré-socrático. Nesse 
período, conflitos de pensamentos foram vivenciados por 
pensadores como Tales de Mileto, (623-546 a.C.), além de 
Anaximandro e Anaxímenes, dedicados à busca de respostas 
para suas indagações no sentido de superarem o senso 
comum (doxa), tendo como base a razão e diferenciando-se 
das respostas encontradas nas explicações mitológicas que 
fundamentavam as concepções acerca da natureza, do 
sobrenatural, dos homens e da sociedade (SILVEIRA 
RODRIGUES, 2006, p. 6).
Figura 8: Mapa da Grécia
Fonte: http://www.suapesquisa.com/grecia/ acesso 10/09/08
PARA REFLETIR
O conceito grego do homem, 
da personalidade era tão amplo 
como os de hoje. Os gregos 
foram os primeiros a formular o 
conceito de liberdade política 
no Estado. Foi dos gregos que 
surgiu a ideia de que a 
educação é a preparação para 
a cidadania e também o 
primeiro esforço para assegurar 
o desenvolvimento intelectual 
da personalidade. (Paul 
Monroe, 1976)
Qual a relação que pode 
ser estabelecida entre o 
conceito grego de homem e o 
conceito de homem na atual 
democracia?
História da Educação UAB/Unimontes
17
Aqui, vale considerarmos que o modelo de governo que é 
estabelecido nesse contexto é o governo democrático. Porém, lembramos a 
você que, ao se tratar da democracia na Grécia, refere-se a uma 
“democracia escravista”, onde só são considerados cidadãos os homens 
livres: Atenas tinha cerca de meio milhão de habitantes, dos quais trezentos 
mil eram escravos e cinquenta mil metecos (estrangeiros). Excluídas ainda as 
mulheres e as crianças, apenas os 10% restantes tinham o direito de decidir 
por todos.
Atentando para o número de escravos, percebemos que, nesse 
período, a escravidão grega atingiu seu apogeu. Em todas as atividades 
artesanais, encontramos o braço escravo “libertando” o cidadão para as 
funções teóricas, políticas e de lazer, consideradas mais nobres.
E no que se refere à educação grega, podemos considerar que essa 
teve como particularidade a oportunidade do desenvolvimento individual. 
Os gregos atingiram um grau de consciência de si mesmo. As explicações 
religiosas são substituídas pelo reconhecimento da razão autônoma, pela 
inteligência crítica, pela personalidade livre, capaz de formular o ideal de 
formação do cidadão. Assim, Aranha relata que:
Uma nova concepção de cultura e do lugar do indivíduo na 
sociedade repercute na educação bem como nas teorias 
educacionais. De fato, os filósofos gregos refletiram a esse 
respeito, para que a educação pudesse desenvolver um 
processo de construção consciente de que o homem fosse 
constituído de modo correto e sem falha, nas mãos, nos pés e 
no espírito. (ARANHA, 1990).
A organização da sociedade grega fez florescer o progresso social, a 
liberdade estimulou o desenvolvimento de todos os aspectos e de todas as 
formas de expressão do valor individual. 
Assim surgiu o conceito de educação liberal, considerada digna do 
homem livre. A educação digna do homem livre, que possibilita tirar 
proveito de sua liberdade ou fazer uso dela. 
A Grécia tinha a missão de aplicar a inteligência a todas as fases da 
vida. O saber deixou de ser servo da teologia e a pesquisa não era privilégio 
especial do sacerdócio. Naquele contexto, existia uma contraposição de 
ideias, discutidas por meio de debates, de forma que provocasse um 
conflito. Nesses debates, defendiam-se ideais filosóficos que, ao serem 
estabelecidos, foram cristalizados de forma a influenciar o mundo ocidental, 
até a atualidade. De acordo com Chatelet (1973): 
[...] é incontestável que a concepção grega do homem e do 
mundo se secularizou ou laicizou progressivamente e que o 
universo dos deuses desapareceu pouco a pouco face às 
ações dos homens... Subministra-se aí um pensamento 
novo, que rejeita nos horizontes distantes do arcaísmo o 
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Paideia: o termo Paideia “foi 
criado por volta do século V 
a.c, que significava
“criação dos meninos” (pais 
paidós). Na educação 
intelectual, a noção de
paideia amplia de simples 
educação da criança para a 
contínua formação do
adulto, capaz ele mesmo de 
repensar a cultura do seu 
tempo. Para Aranha, a Grécia 
Clássica é o berço da 
pedagogia.
A palavra paidagogos significa 
aquele que conduz a criança, 
no caso o escravo que 
acompanha a criança à escola. 
Com o tempo, o sentido 
amplia
para designar a teoria da 
educação. Os gregos, ao 
discutirem o fim da Paideia, 
esboçam as primeiras linhas da 
ação pedagógica, que irão 
influenciar a cultura
ocidental.
18
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
excessivo interesse pelos deuses e, em consequência, o 
exclusivo interesse pelos homens. Nesta óptica, a 
regulamentação da continuidade já é significação de 
ruptura... Um estilo novo de discurso nela se impõe; define-
se uma ordem que será logo designada como lógica; 
determina-se nele uma política original. A novidade é 
evidente, não é mais a força dos hábitos ou do poder 
pseudo-real dos mantenedores da ordem que se impõe, mas 
a ordem da palavra controlada. (CHATELET, 1973, p.20).
É importante lembrar que, no período denominado como pré-
socrático, predominava o interesse em investigar a natureza (Physis) com a 
intenção de compreender o universo. E em meio a tal intenção, viveram 
pessoas como Heráclito de Éfeso, e Parmênedes de Eleia, cujas ideias se 
contrapunham. E no decorrer da história, ao serem defendidas tais ideias, 
estas foram configurando um modelo de cidade e, consequentemente, um 
modelo ideal de educação, necessária para formar as pessoas com o perfil 
adequado aos moldes estabelecidos para a cidade.
No que se refere às ideias do primeiro filósofo acima mencionado, 
estas defendiam o princípio de que as coisas que compõem o universo são 
móveis, e que nada permanece imóvel. Desta forma, concebe a vida como 
um constante devir. E o segundo, ou seja, Parmênides de Eleia, defendia que 
a realidade poderia se entendida de duas maneiras, sendo a primeira a 
filosofia da razão e da essência, e a segunda a da aparência da crendice da 
opinião pessoal. 
Podemos compreender, portanto, que as duas ideias se 
contrapunham. Uma afirmava que o ser é e o não ser não é, determinando o 
chamado princípio da identidade, consequentemente concluindo que o ser 
é único, imutável, eterno. E a outra afirmava o princípio da dialética, do 
devir.
Em meio ao contexto mencionado, posições contrárias originavam 
uma diversidade de ideias, que, por sua vez, provocavam conflitos deopiniões. Opiniões estas que despertavam os cidadãos mais ambiciosos a 
aprender a arte da argumentação pública para driblarem seus adversários 
através da argumentação. 
Nesse cenário, encontramos a influência de Sócrates, que se dá no 
método que enfatiza a análise crítico-dialética, o que se torna indispensável 
para a educação com vistas à formação do homem culto.
Já Isócrates (436-338 a.c) defende o ideal da retórica como 
principal conteúdo no processo educativo. Em 392 a.c, funda sua própria 
escola de oratória e retórica, tendo como objetivo do processo educativo a 
formação do homem total, onde sua conduta na vida como cidadão privado 
ou público seja baseada na virtude.
Nesse momento da história grega, por meio do pensamento de 
Sócrates (469-399 a.C), nasce a visão essencialista ou inatista, onde buscar o 
PARA REFLETIR
Para Sócrates, a aprendizagem 
é fruto de uma semente 
germinada e cultivada na alma. 
E assim, a educação deve 
ocorrer por meio de diálogos 
críticos, procurando 
demonstrar a necessidade de 
unir pensamento e vida, a fim 
de que o ser humano 
procurasse buscar o auto-
conhecimento.
Você percebe esse modelo de 
educação presente nas 
concepções ensino-
aprendizagem adotadas 
atualmente?
História da Educação UAB/Unimontes
19
conhecimento da identidade pressupõe buscar determinações apriorísticas. 
O que implica a defesa de que a aprendizagem é fruto de uma semente 
germinada e cultivada na alma. E assim, a educação deve ocorrer por meio 
de diálogos críticos, procurando demonstrar a necessidade de unir 
pensamento e vida, a fim de que o ser humano procurasse buscar o auto-
conhecimento. Para Sócrates, o professor deveria indagar os alunos, de 
forma a promover o desenvolvimento das virtudes, e alcançar o auto-
conhecimento, ou melhor, o conhecimento de sua essência.
Na sequência da história da educação grega, encontramos Platão 
(427-347), discípulo de Sócrates, pertencente a uma das famílias mais 
nobres atenienses, o qual criticava o ideal de Isócrates e defendia a 
aristocracia e contra a democracia como sistema político e como processo 
educativo. O filósofo defendia o ideal de Sócrates, onde insiste na existência 
de um bem superior à vontade popular; esse ideal que se manifesta na 
justiça. Para Platão, a retórica ofusca a visão e a procura do bem. No 
pensamento dele filósofo, o processo educativo depende da cronologia dos 
diálogos. A metodologia de inspiração socrática estava na procura do 
sentido essencial da realidade, a classificação de termos, a exposição de 
opiniões e os preceitos à luz de verdades e valores absolutos.
Ressaltamos que, para pensar a participação de Platão na História 
da Educação, é necessário esclarecer que esse filósofo grego defendia a ideia 
de que os homens que não eram considerados livres não conseguiam passar 
do mundo das sombras e aparências para o mundo das ideias e das essências 
– condição para sair do mundo inicial das sensações, das impressões, da 
opinião, e penetrar no mundo da razão.
Para refletirmos um pouco a respeito da história da educação no 
contexto onde vivia Platão, necessitamos lembrar que as ideias deste filósofo 
marcam dois momentos e dois modelos de educação, sendo que o primeiro 
momento representa as ideias de Platão enquanto jovem, que são expressas 
no livro A República. Platão aponta o modelo ideal de cidade, onde as 
pessoas são livres para se governar. Aqui fica clara a concepção de homem, 
que traz implícita uma concepção de educação e, consequentemente, uma 
visão de ensino e aprendizagem coerente com a moral e a política. Segundo 
Platão (1989): 
Um homem perfeito só pode ser um perfeito cidadão. E 
como é necessário conhecer o bem para ser um homem de 
bem ou um bom cidadão, se não o conhecer por si mesmo 
em todo o seu esplendor, convém pelo menos ser orientado 
por aqueles que se elevaram até este conhecimento, ou seja, 
os filósofos. Eis por que é necessário, para o bem de todos, 
que os filósofos sejam considerados os líderes da cidade 
(PLATÃO 1999, p.32)
Podemos observar aqui que, ao conceber o homem livre, a 
educação também é concebida de forma livre, pois é necessário formar o 
DICAS
Leia sobre a Grécia em obras 
de Sócrates, Isócrates, Platão e 
Aristóteles. Você encontra e-
books desses pensadores em 
sites como 
http://ateus.net/ebooks/ 
http://projetophronesis.wordpr
ess.com/2009/07/10/e-books-
socrates/ 
http://searchworks.stanford.edu
/view/4535727
20
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
homem que se ajuste a um modelo, onde cada pessoa tenha consciência de 
sua classe e, desta forma, irá desempenhar os seus papéis, cumprir 
obrigações, a fim de manter a harmonia entre a hierarquia, necessária a uma 
cidade justa, livre das desilusões, conveniências sociais e interesses 
individuais ou de uma minoria de aristocratas. No que se refere à educação 
proposta por Platão na República, Giles(1987) afirma que:
Em A República, Platão analisa demoradamente o processo 
educativo. Este visa, antes de tudo, à formação do guardião, 
que é quem deve exercer liderança e garantir a subsistência 
do Estado na sua forma ideal. Platão é menos explícito no 
que diz respeito à formação dos guerreiros e dos artesãos.
Porém, a escolha do candidato para cada tipo de educação 
será baseada no talento, ou seja, na capacidade natural. 
(GILES, 1987, p. 21)
Após termos pontuado a visão de mundo de homem e, 
consequentemente, de educação de Platão enquanto jovem, vamos 
abordar elementos referentes ao pensamento de Platão que demarcam 
decisivamente a história da educação ocidental. Sendo assim, enfatizamos 
que, após a sua juventude, já em um momento mais maduro de sua vida, 
Platão apresenta uma visão de mundo diferenciada da que apresentava em 
sua juventude. A respeito da influência do pensamento de Platão na história 
ocidental, Suchodolski (1984), com a seguinte análise, afirma que a mesma é 
de extrema
[...] importância capital na história espiritual da Europa 
resulta não só de ter sido por diversas vezes ponto de partida 
de várias correntes filosóficas, desde a época helenística ao 
Renascimento, mas também de algumas das teses dessa 
filosofia terem entrado por vezes no domínio público quase 
geral, tornando-se expressão da posição idealista mais vulgar 
em relação à realidade. Isto se revelou particularmente fértil 
no campo da pedagogia. (SUCHODOLSKI, 1984, p. 19)
Diante do exposto, lembramos a você que a visão de mundo que 
Platão apresentava na república é negada, a favor da apresentação de outra, 
que é cristalizada no decorrer da história. Ou seja, é cristalizada a concepção 
de que a lei como criação humana enquanto a Paideia não é natural. Tal 
visão, a partir da obra As Leis, onde a visão idealista de Platão apresentada 
em A República é abandonada dando lugar a uma visão realista, 
consequentemente interfere na concepção de homem que passa a ter que 
agir sobre as instâncias da lei. De acordo com Chatelet: 
Constrói uma cidade de segunda ordem e propõe talvez um 
estado definit ivo do ensinamento polít ico do 
platonismo. Desde então, Atenas passa a ser governada 
PARA REFLETIR
As Universidades do mundo 
grego originaram-se das escolas 
filosóficas e retóricas. Mesmo 
com diversos grupos de 
escolas, somente duas 
receberam o título de 
Universidade: Universidade de
Atenas e Universidade de 
Alexandria.
A Universidade de Atenas 
originou-se da combinação de 
3 escolas; a Academia, a
Peripatética (fundada por 
Aristóteles) e a estóica. A 
Universidade de Alexandria
foi considerada como centro 
intelectual do mundo nos 
primeiros séculos cristãos
superando a Universidade de 
Atenas. O propósito de 
Alexandre de tornar Alexandria 
em um centro de influência
grega de poder e saber no 
Oriente foi efetivado sob a 
influência dos Ptoloneus (323- 
30 d.c). Foram fundados 
museu e
biblioteca, juntou-se uma 
extensa coleção de manuscritos 
gregos, hebreus, egípciose 
orientais. Alexandria foi a única 
instituição de ensino superior
que aplicou o método 
aristotélico de investigação, foi 
também a única que possuía 
manuscritos de Aristóteles.
Nesta Universidade, foram 
educados os primeiros Padres 
da Igreja e foi onde procedeu 
dos centros intelectuais do 
norte da África a formulação da 
doutrina cristã aceita até hoje 
como ortodoxa. (Paul Monroe, 
1976)
História da Educação UAB/Unimontes
21
pelas regras da boa proporcionalidade; as leis analisam o 
nascimento da sociedade política, demonstrando a 
necessidade de um legislador para criar leis e organizar a vida 
coletiva. (CHATELET, 1973, p. 12)
Nesse contexto, pensar a educação implica pensar no princípio 
pedagógico, a partir das instâncias da lei. Assim, consideramos que o 
processo educativo está ligado às leis, que, por sua vez, consideram a 
educação como a preparação do homem para viver corretamente, viver 
bem a vida, ou seja, ser um cidadão. 
De acordo com a ideia de educação conforme apresentado em 
Platão nas Leis, é indispensável lembrar que, nessas circunstâncias, as 
pessoas precisam seguir as leis, pois elas não se governam mais. E, para tal, é 
necessário que aprendam a agir conforme as circunstâncias da lei, pois as 
mesmas pertencem ao Estado, que é representado pelo legislador, o qual, 
por sua vez, também é educador que trabalha para manter o bem-estar da 
sociedade, por meio da formação do homem corajoso, ético, prudente, 
generoso, ágil, belo-político e, principalmente, obediente às leis, assim 
como afirmava Platão (1999):
[...] poderemos, sem hesitação e imediatamente formular a 
seguinte lei: todos os cidadãos que chegaram ao termo da 
vida depois de terem realizado pelo corpo ou a alma obras 
nobres e labores difíceis e terem sido obedientes às leis serão 
considerados como apropriados objetos de louvor. 
(PLATÃO, 1999, p. 293)
Nesta perspectiva, o processo educativo e sua eficácia dependem 
da constituição do Estado. Assim, a primeira finalidade do Estado é formular 
e executar o processo educativo que visa, antes de tudo, formar o bom 
cidadão. Trata-se, nesse contexto, de formar o cidadão ideal para uma 
sociedade ideal. O Estado é um organismo análogo do homem, onde, para 
poder desempenhar sua função política, o estado deve oferecer ao cidadão 
uma educação que corresponda à sua capacidade e função social. Silveira 
Rodrigues (2006) refere-se à história da educação grega sob a ótica 
estabelecida por Platão da seguinte maneira: 
Nesta direção, a lei, que na condição de criação humana, 
enquanto Paideia, não é natural, ou seja, é criada pelo 
homem, a serviço do bem-estar social público. Assim, nota-
se que é aberto o espaço para a obrigação do Estado em 
relação à educação. Ou seja, a educação pública. De acordo 
com as reflexões acima, entende-se que as instâncias da lei 
de responsabilidade do legislador são vistas como princípio 
pedagógico, que buscam socializar o corpo para atingir os 
objetivos. Nesse sentido, agindo sobre as instâncias da lei 
como um administrador da escola, o legislador do Estado 
DICAS
Os gregos adaptaram o sistema 
de escrita fenícia agregando as 
vogais e
criando assim a escrita 
alfabética.
(Alfabeto, palavra derivada de 
alfa e beta, as duas primeiras 
letras do alfabeto grego.)
Posteriormente, a escrita grega 
foi adaptada pelos romanos, 
constituindo-se o sistema 
alfabético greco-romano, que 
deu origem ao nosso alfabeto. 
Esse sistema representa o 
menor inventário de símbolos 
que permite a maior 
possibilidade combinatória de 
caracteres, isto é, 
representação dos sons da fala 
em unidades menores que a 
sílaba.
Com a invenção da escrita o 
processo educativo é mais 
formalizado, exigindo uma 
classe de especialista, neste 
caso, a transmissão e a escrita 
fica entregue à 
responsabilidade da casta 
sacerdotal.
22
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
tem de garantir uma unidade de educação. Propõe-se, 
então, que a educação inicial caiba às mulheres, tendo em 
vista que estas já educam os filhos, ainda quando fetos, em 
seu ventre, pois é por intermédio de seu corpo que os fetos 
alimentam e recebem saúde e vigor. (SILVEIRA RODRIGUES, 
2006, p. 33)
A autora supracitada ainda ressalta que, mesmo correndo o risco de 
ser ridicularizado, considerando a imagem atribuída às mulheres na época, 
Platão defende a ideia em questão, considerando, ainda, que quando se 
refere à mulher, não diz respeito apenas às mães. Diz respeito também às 
amas de leite, à mulher grávida, pois são elas que se relacionam diretamente 
com as crianças antes de nascer e nos primeiros anos de vida. São as pessoas 
que se relacionam inicialmente com as crianças no espaço privado, onde 
recebem a primeira educação, que diz respeito aos cuidados com o espaço 
privado. O que entendemos que, para Platão, pertencem ao público, 
considerando que as pessoas não pertencem a si mesmas, pertencem ao 
Estado. Segundo Platão (1999):
[...] não caberá a nenhum pai decidir enviar ou não seu filho 
à escola, a seu próprio critério. Todo homem e todo rapaz, na 
medida do possível, será obrigado a se educar já que, mais 
que filhos de seus pais, serão filhos do Estado. (PLATÃO, 
1999, p. 297)
Nesse contexto, marca a história a ligação que é estabelecida entre 
o público e o privado; a educação inicia-se no espaço privado e, após os seis 
anos, os homens são separados das mulheres e continua o processo 
educacional, que busca atender o corpo e a alma por meio da ginástica, da 
dança, da luta e da música. Sobre a obrigatoriedade da educação, Platão 
(1999) afirma que os professores de todas as disciplinas deverão ensinar a 
seus alunos. Deixamos claro que dizer ensinar a todos não significa dizer que 
a educação era igual para todos. A educação diferenciava de uns para outros 
considerando a seletividade social que tinha como parâmetro a natureza 
social dada a cada um. Assim, estabelece a seletividade no processo 
educacional grego, que aparece de forma explícita no pensamento de 
Platão, ao afirmar que:
[...] para os nascidos livres três ramos do aprendizado: 
destes, o primeiro é o cálculo e a aritmética, e o segundo a 
arte da medição das extensões, das superfícies e dos sólidos; 
e o terceiro diz respeito ao curso dos astros e à forma de 
trajeto natural um em relação ao outro. Todas essas ciências 
não deverão ser estudadas com minuciosa precisão pela 
maioria dos alunos, mas apenas por alguns selecionados, que 
diremos quais serão, quando estivermos próximo do fim 
[deste tratado as leis], visto que este será o lugar adequado 
para tal. (PLATÃO, 1999, p. 314)
DICAS
Na educação homérica, gregos 
homéricos eram em grande 
parte analfabetos. O processo 
educativo tinha por base a 
tradição oral, que se concretiza 
em duas epopeias,Ilíada e 
Odisseia, atribuídas a Homero, 
considerado por Platão 'o 
educador de toda a Grécia' 
(MANACORDA, 1988).
Essas obras dominaram todo o 
processo educativo na Grécia e 
depois irão fazer parte do 
patrimônio romano.
História da Educação UAB/Unimontes
23
Nesse sentido, precisamos ter claro que o modelo educacional 
presente no idealismo pedagógico encontra-se de acordo com a Paideia, ou 
o saber apresentado por Platão, que afirma a necessidade de produzir o 
homem conforme os moldes e os interesses da época, caracterizada pela 
sociedade patriarcal. Desta forma, a educação é vista como condição para 
materialização do fato de que não é possível construir o político sem 
educação ou manutenção da ordem vigente. O que, nesse caso, justifica o 
sistema educacional afirmar a desigualdade da divisão do trabalho e assim 
sustentar a divisão de classe social. Conforme afirma Manacorda:
Para as classes governantes, uma escola, isto é, um processo 
de educação separado visando preparar para as tarefas do 
poder que são o “pensar” ou o “falar” (isto é a política) e o 
“fazer” a esta inerente (isto é, as armas); para os produtoresgovernados nenhuma escola inicialmente, mas só um 
treinamento no trabalho, cujas modalidades, que foram 
mostradas por Platão, são destinadas a permanecer 
imutáveis durante milênios: observar e imitar as atividades 
dos adultos no trabalho, vivendo com eles. Para as classes 
excluídas e oprimidas, sem arte nem uma escola e nem um 
treinamento, mas em modo e em graus diferentes, a mesma 
aculturação que descende do alto para as classes 
subalternas. (MANACORDA, 1988, p. 41).
Após termos abordado um pouco a respeito da história da Grécia e 
os modelos teóricos que permearam a educação no contexto em questão, 
lembramos a você que a educação grega deve suas limitações, sobretudo na 
ética, costumes e privilégios. Podemos concluir que essa educação dividiu-
se entre antigo (Idade Homérica) e novo período (educação espartana e 
ateniense). Ressaltamos aqui que não podemos nos esquecer de que, na 
educação grega, o fator dominante que irá prevalecer em todos os períodos 
é o aspecto social, institucional e o aspecto individualista.
E lembramos também que a educação helenística pressupõe a 
observação física, a dedução lógica, as pesquisas matemáticas, de medicina, 
de física compõem estudos científicos importantes. E, A partir da educação 
elementar, a escola destina-se aos filhos dos cidadãos. Aliás, é obrigação dos 
pais mandar os filhos à escola. A cidade limita-se a nomear o diretor oficial 
do ensino, que é quem controla a programação e a execução do processo 
educativo.
O novo período compreende as ideias educacionais, religiosas e 
morais; nesse momento se desenvolvem o novo pensamento filosófico e as 
novas práticas educativas.
No segundo período estende-se desde a conquista da Macedônia, 
no IV século a.c até a fusão completa da cultura grega com a vida romana; 
compreende principalmente as escolas filosóficas e a vida intelectual 
cosmopolita.
O período clássico – séculos
V e IV a.c , considerado o 
apogeu da civilização grega. 
Observa-se na política o ideal 
grego de democracia 
representado por Péricles. 
Além disso, as artes, literatura e 
filosofia contribuíram 
definitivamente para a 
herança cultural do mundo 
ocidental. (ARANHA, 1990) 
DICAS
24
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
1.4.2 Educação homérica
A educação no período homérico se caracterizava pela falta de 
organização institucional específica, falta de método e de controle. A 
educação consistia no treino de atividades práticas, com pouco lugar para a 
instrução de caráter literário.
O treino voltado para atender às necessidades reais da vida 
acontecia no seio familiar. Para deveres superiores da vida, como serviço 
público, o treino era realizado pelo Conselho (aproximava de uma 
instituição educativa), na guerra e nas expedições de conquista. O ideal da 
educação homérica baseava-se na teoria do desenvolvimento da 
personalidade; compreendia o ideal do homem de ação e do homem de 
sabedoria.
A primeira virtude do homem de ação e do guerreiro era a bravura. 
Assim, Aquiles (o guerreiro) e Ulisses (oratória) foram o modelo de virtude e 
de honra. O menino aprendia as proezas dos heróis homéricos. Nesse 
período, o ensino formal não existia, o conteúdo desse ensino era a retórica 
ensinada para falar e a arte militar ensinada para agir.
1.4.3 Educação em Esparta
Para conversarmos a respeito da educação espartana, precisamos 
ressaltar que, com a formação da Cidade-Estado (unidades políticas 
maiores), faz aparecer a evolução da nova estrutura política acompanhada 
por modificações nas formas de governo, de sistema monárquico, depois 
ditadura e, por fim, a democracia republicana.
Entretanto, Esparta aparece como uma exceção a esse processo, 
pois o ideal homérico irá permanecer de maneira atuante e nitidamente 
militarista. O estado de guerra praticamente permanente impõe uma 
disciplina que subordina o indivíduo ao Estado.
Desta forma, você precisa ter claro que a educação espartana 
consistia em dar a cada indivíduo a perfeição física, coragem e hábito de 
obediência às leis para que esse indivíduo se tornasse um soldado ideal em 
bravura e verdadeiro cidadão.
O processo educativo é controlado pelas autoridades políticas, 
afinal as crianças nascem e são criadas para servir ao Estado. Aos sete anos de 
idade, o menino é entregue aos cuidados da escola oficial do Estado. Todo o 
ensino destinava-se a formar o soldado. Ao ingressar na escola:
O menino recebe uma cama de palha, sem cobertor, e uma 
camisola curta. Deve andar descalço. Para acostumar-se a 
passar fome em tempo de guerra, só recebe um mínimo de 
comida. (GILES, 1987, p.13).
História da Educação UAB/Unimontes
25
Desta maneira, o conteúdo da educação espartana era 
dominantemente físico e moral. A educação moral valorizava a obediência, 
a aceitação dos castigos e o respeito aos mais velhos. 
1.4.4 Educação em Atenas
A educação em Atenas contrastava com a adotada em Esparta. A 
inversão da formação física para a espiritual, isto se dará principalmente no 
ensino superior ministrado pelos filósofos. Os atenienses acreditavam que a 
cidade-estado se tornaria mais forte se cada menino desenvolvesse 
individualmente suas aptidões.
O governo não controlava os alunos e as escolas. O menino entrava 
na escola aos 6 anos e ficava sob a responsabilidade de um pedagogo. Todo 
cidadão ateniense enviava o filho a três tipos de escola elementar: a palestra 
ou escola de ginástica, a escola de música e a escola de escrita.
A música visava ao desenvolvimento do senso estético do menino e 
o sentido de participação em concursos, festivas e declamações de poesia; 
constituía a formação do caráter moral.
Na escola de escrita, o menino aprendia a escrever tanto a letra 
formal como a letra cursiva. Neste período (século V a.c) houve evolução do 
alfabeto em Atenas, isto foi de extrema importância para o processo 
educativo:
O aluno iniciava por copiar as letras individuais, para depois 
combiná-las em sílabas e, enfim, decorava palavras inteiras. 
A escrita era feita em tábuas de barro cozido com estilete. As 
tábuas eram cobertas com uma camada de cera. Mais tarde, 
escrevia-se em folhas de papiro. O aluno traçava as formas 
das letras, já preparadas pelo instrutor, até aprender a formá-
las ele próprio. (GILES, 1987, p. 15)
As leituras eram baseadas nas obras de Homero, Hesíodo, Esopo, 
Tucídides. Posteriormente, o desenhou e os elementos de geometria foram 
introduzidos nos estudos elementares.
Com relação ao nível superior, o ideal da formação do homem total 
é substituído pela formação do homem literário. Os estudos da gramática e 
da crítica literária ganham importância e os jovens de quatorze a dezoito 
anos de idade preferem estudar a nova tradição literária.
Porém, uma transformação maior acontece no ensino superior com 
os sofistas, que surgem para atender ao novo ideal social e cultural e ao novo 
processo educativo que garantisse a vantagem política e o êxito nos assuntos 
públicos.
Com os sofistas (primeiros mestres profissionais), o jovem ateniense 
podia alcançar a capacidade de persuadir e manipular as massas, afinal 
Atenas vivia a nova experiência política, a democracia.
26
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
O processo educativo estava associado às necessidades práticas, 
principalmente a eloquência perante a assembleia dos cidadãos.
A retórica é fundamental, pois é na argumentação, na força de 
dicção poética e na ornamentação e estilística que a opinião pública poderá, 
através da persuasão, ser manipulada. 
Assim, o processo educativo ateniense fundamentava-se na ideia 
de que o conhecimento é o modelo intelectual do mundo fenomenal.
As ciências aplicativas constituem a aplicação prática dos princípios 
aprendidos na ética, na política e na retórica. 
Atenas foi a “escola de toda a Grécia”, segundo Tucídides.
1.4.5 Educação Helenística
O helenismo representa a fase final da especulação filosófica, da 
atividade estética,de experiências sociais e políticas. Surge um novo padrão 
de civilização através da fusão da cultura da Grécia Antiga e das culturas do 
Oriente.
A astronomia e a geometria irão se destacar. A tradição ateniense, 
isto é, o método empírico-indutivo, é seguida tendo como objetivo a maior 
compreensão do mundo físico.
A observação física, a dedução lógica, as pesquisas matemáticas, de 
medicina, de física compõem estudos científicos importantes.
Segundo Cambi (1999 p.53 )
O Helenismo coincide com o período em que desenvolve a 
hegemonia da cultura grega no Mediterrâneo, em que se 
chega a construir uma verdadeira Koiné (uma língua comum) 
e afirmar um modelo de cultura baseado na humanista; isto 
é, na valorização da humanidade mais própria do homem 
posta em exercício pela assimilação da cultura que exalta seu 
caráter de universalidade; mas se trata também de uma 
época em que se delineia uma cultura cada vez mais 
científica, mais especializada, mais articulada em formas 
diferenciadas entre si tanto pelos objetos quanto pelos 
métodos. (CAMBI, 2003, p. 94)
Nesse contexto, o processo educativo é baseado em Atenas, ou 
seja, no modelo desenvolvido por Sócrates, Platão e Aristóteles. O que 
compreende cinco etapas: o lar, a escola elementar (dos quatorze aos 
dezoito anos), o ensino efébico (a cargo do Estado) e o ensino superior 
(retórica ou filosofia) a partir dos vinte e um anos. Assim, Giles (1987) 
escreve:
A partir da educação elementar, a escola destina-se aos filhos 
dos cidadãos. Aliás, é obrigação dos pais mandar os filhos à 
PARA REFLETIR
Pão e Circo
Com o crescimento urbano, 
vieram também os problemas 
sociais para Roma. A 
escravidão gerou muito 
desemprego na zona rural, pois 
muitos camponeses perderam 
seus empregos. Esta massa de 
desempregados migrou para as 
cidades romanas em busca de 
empregos e melhores 
condições de vida. Receoso de 
que pudesse acontecer alguma 
revolta de desempregados, o 
imperador criou a política do 
Pão e Circo. Esta consistia em 
oferecer aos romanos 
alimentação e diversão. Quase 
todos os dias ocorriam lutas de 
gladiadores nos estádios (o 
mais famoso foi o Coliseu de 
Roma), onde eram distribuídos 
alimentos. Desta forma, a 
população carente acabava 
esquecendo os problemas da 
vida, diminuindo as chances de 
revolta.
História da Educação UAB/Unimontes
27
escola. A cidade limita-se a nomear o diretor oficial do 
ensino, que é quem controla a programação e a execução do 
processo educativo. (GILES, 1987, p. 45)
Após abordarmos a respeito da educação helenística, vamos 
dialogar um pouco a respeito da educação Romana, e, para tal, precisamos 
considerar que, com a conquista romana, a cultura grega estende suas 
fronteiras, sem mudar seu caráter. Na realidade, a educação romana vai ser 
apenas um aspecto da educação da Grécia.
1.5 EDUCAÇÃO ROMANA
1.5.1 Um pouco da história de Roma
Reportarmos à história de Roma requer considerarmos que esta 
consistia em uma pequena cidade e se tornou um dos maiores impérios da 
antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. 
O direito romano, até os dias de hoje, está presente na cultura ocidental, 
assim como o latim, que deu origem à língua portuguesa, francesa, italiana e 
espanhola. Origens de Roma: explicação histórica e Monarquia Romana 
(753 a.C a 509 a.C).
Esclarecemos para você que, de acordo com os historiadores, a 
fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a 
região da península itálica: gregos, etruscos e italiotas. Alertamos-lhe que 
esses povos desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura 
e nas atividades pastoris. Lembramos-lhe, também, que a sociedade, nessa 
época, era formada por patrícios (pobres proprietários de terras) e plebeus 
(comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a 
monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia. A 
religião nesse período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos 
gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes, destacava-se a pintura de 
afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas. República 
Romana (509 a.C. a 27 a.C).
Ressaltamos ainda que, durante o período republicano, o senado 
Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, 
cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As 
atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da 
plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por 
uma maior participação política e melhores condições de vida. Em 367 a.C, 
foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no 
Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei 
também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos 
romanos). Formação e Expansão do Império Romano. 
DICAS
A Educação Superior em Roma 
era a imitação da educação da 
Grécia. Em 167
a.c Paulus e Sila trouxeram as
primeiras bibliotecas (tomadas 
dos gregos), depois Augusto 
fundou duas
bibliotecas públicas. Durante a 
idade de ouro da literatura 
latina, os livros e as bibliotecas 
se multiplicaram. A partir da 
biblioteca fundada por 
Vespasiano surge a 
Universidade de Roma no 
Templo da Paz. Priorizava-se 
mais o direito e a medicina do 
que a filosofia. As artes
liberais, neste caso, a gramática 
e a retórica, estavam presentes 
na língua
latina e grega. O trabalho da
universidade era direcionado 
para a arquitetura, a 
matemática e a mecânica;
toda a instrução consistia em 
uma disciplina formal, não 
existia a investigação ou o 
estímulo criativo. A
exposição do assunto era como 
acontecia nas escolas 
inferiores. Diferentemente das 
escolas de gramáticas e 
retóricas que estavam
espalhadas pelas províncias.
Fora das localidades, nos 
centros de cultura grega, não 
havia outras universidades sob 
o domínio romano.
(Paul Monroe)
28
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
Todavia, esclarecemos-lhe que, após dominar toda a península 
itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um 
exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas 
Guerras Púnicas (século III a.C). Essa vitória foi muito importante, pois 
garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Após dominar 
Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a 
Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina. Com as 
conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas 
mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que 
agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar 
impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) 
renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano 
enriqueceu e a vida dos romanos mudou.
Você precisa ter claro também que, no ano de 395, o imperador 
Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com 
capital em Roma, e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com 
capital em Constantinopla. Em 476, chega ao fim o Império Romano do 
Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, 
vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Nesse 
contexto, podemos afirmar que ocorria o fim da Antiguidade e início de uma 
nova época chamada de Idade Média.
1.5.2 A Educação
Agora, dedicaremos nossa atenção à reflexão acerca da educação 
romana; historiadores afirmam que, na antiga Roma, o pai de família é o 
primeiro educador. Esse modelo de educação se caracteriza pela 
mentalidade prática dos romanos, enquanto na Grécia os sofistas foram os 
instrumentos para a introdução de novas práticas educativas. 
Para podermos discutir a respeito da educação em Roma, você 
precisa saber que os filósofos gregos, particularmente Sócrates, Platão e 
Aristóteles tentaram conciliar o conflito existenteentre a educação 
institucional e a nova educação individualista, o que resultou na formulação 
de um problema da educação atual. As discussões de fins, métodos e 
conteúdo educacionais tinham sofrido influência dessa época até o 
presente, assim a organização educacional sugerida pelos filósofos gregos 
não teve impacto imediato.
Dessa forma, ponderamos que a tendência individualista 
permaneceu até que fosse reprimida politicamente pelo Império Romano e 
moralmente pelo cristianismo. O ideal romano de educação era baseado na 
concepção de direitos e deveres. Assim:
Todos os deveres de pai e de cidadão reclamavam uma 
educação definida, durante os anos da meninice, a fim de se 
DICAS
http://www.suapesquisa.com/
imperioromano/www.discovery
brasil.com/gu%20iaroma/alfabe
tizacao/index.s%20html
História da Educação UAB/Unimontes
29
desenvolverem as aptidões ou virtudes adequadas. Mesmo 
nos últimos períodos, esta educação, apenas em pequena 
parte, era ministrada na escola. O lar é que ministrava uma 
educação definida, de caráter positivo e de grande valor. 
(GILES, 1987, p. 37)
Esclarecemos a você que o processo educativo romano tinha a 
finalidade de formar os filhos para servirem à Pátria. A aprendizagem 
consistia nas artes mais necessárias para o Estado.
Com o ideal prático, os romanos orientavam-se para a lei e a ordem, 
o dever ao Estado, as tradições passadas e a dignidade auto-suficiente.
Lembramos também que na sociedade romana a família é a 
instituição mais importante e o principal agente educativo. O processo 
educativo é a formação do caráter moral. Assim, as escolas formais tinham 
menor relevância, em comparação com o lar.
A educação é responsabilidade dos pais, que devem dar disciplina 
severa, autoritária e moral. Thomas Giles (1987) revela que:
Completados os oito ou nove dias do nascimento, o filho é 
inspecionado para ver se merece viver ou não. Sendo 
aprovado, a família festeja a ocasião com cerimônia religiosa, 
dando-se nome ao filho. Só então a família assume a sagrada 
tarefa de cuidar da criança, educando-a para o 
cumprimento da futura tarefa de assumir os deveres de 
cidadão. (GILES, 1987, p.78) 
A partir dessa fase, a criança aprende a referendar as divindades 
ancestrais, a obedecer às leis e aos pais, na realidade aprendem a ser 
guerreiro e cidadão. Segundo Cambi, (1999) as crianças na Roma antiga são 
marginalizadas, são 
[...] totalmente fechadas no âmbito da vida familiar, sujeitas a 
doenças e à morte precoce, às vezes mimadas e cuidadas, 
em geral, porém brutalizadas e violentadas, submetidas ao 
duplo regime do “medo de pai” e da orientação ética da 
mãe, além da vigilância dos pedagogos e do autoritarismo 
dos mestres. Pajeadas por amas, amedrontadas pelas bruxas 
(as lâminas), nutridas de exempla (sobretudo dos maiores: os 
ancestrais), as crianças romanas, através de sua educação 
familiar, entram em contato com os valores e os princípios da 
vida civil, incorporando-os como valores comuns e modelos 
de comportamento. (CAMBI, 1999, p.106)
Quanto ao processo educativo fundamental dos romanos, é a 
tradição, o jovem aprende a ser um homem bom e piedoso a partir da 
observação dos mais velhos, assim a força do exemplo é o instrumento 
crucial da educação romana. Para Manacorda (1999), a transição do estado 
tribal à monarquia aconteceu em apenas 300 anos:
30
Caderno Didático - 3º PeríodoGeografia
Em Roma a educação moral, cívica e religiosa, aquela 
que chamamos de inculturação às tradições pátrias, tem 
uma história com características próprias, ao passo que a 
instrução escolar no sentido técnico, especialmente das 
letras, é quase totalmente grega. Com as palavras de Cícero 
podemos dizer que “As virtudes (virtutes) têm sua origem nos 
romanos, a cultura (doctrinae) nos gregos.” (MANACORDA, 
1988, p. 73).
Os ritos da iniciação começam aos dezesseis anos, quando o 
adolescente passa para a condição de adulto, aí troca de veste e confirma o 
nome.
A educação então é entregue a parentes ou amigos que ensinarão a 
arte guerreira e agrícola. O adolescente aprende também a ginástica, o 
manejo de armas e a ler e escrever e a história da pátria como sinal de 
identidade nacional.
O ensino literário limitava-se à transmissão oral de hinos religiosos e 
cantos militares. O filho era moldado pelo pai para formar uma sociedade de 
soldados e aristocratas, pois o objetivo dessa educação era moral e prática, e 
não intelectual e literária.
Entretanto, a anexação da Grécia, da Macedônia e de outras 
províncias transforma Roma em uma cidade bilíngue, destacando a língua 
grega, que se torna a segunda língua para os diplomatas e aristocratas.
Assim, as mudanças em Roma são irreversíveis. Inicia-se o ideal 
pragmático utilitário de aceitação e adaptação dos estudos helenistas por 
parte de Roma. Somente na segunda metade do século II surge um curso de 
instrução formal que tem o ideal humanista, correspondente à Paideia.
A organização sistemática do ensino se baseia no programa de 
estudos dominados pela gramática, filologia e retórica, e não pela literatura, 
estética e filosofia.
Os estudos dividiam-se em três etapas; a primeira consistia na 
leitura, na escrita do grego e do latim; a segunda, gramática, filologia e 
literatura; a última etapa compreendia o nível superior, ou seja, o estudo 
técnico da filosofia, da dialética e da retórica.
Porém, o elemento comum nessas três etapas é a dimensão prática 
(aplicabilidade à vida do que se ensina e se aprende). A estrutura escolar 
helenista é implantada no sistema escolar romano vigente. O ensino de 
literatura, da lógica e da oratória continua, e nesse momento o menino era 
entregue aos cuidados do pedagogo.
O pedagogo romano tinha como objetivo servir de guardião, 
companheiro e orientador moral. Esse pedagogo era escolhido com muito 
critério, sendo observado principalmente o seu caráter moral.
Aos sete anos, o menino aprendia a escrever copiando as palavras 
ditadas pelo mestre ou traçando as letras sobre as tábuas de cera. Na leitura, 
C
F
E
A
B G
GLOSSÁRIO
Pragmatismo:
Doutrina que toma como 
critério de verdade o valor 
prático.
ATIVIDADES
Assista aos filmes:
O Império Romano- SBJ
Produções Ou Roma Antiga – 3 
filmes/ Videopeia Britânica
Ou A Queda do Império 
Romano Ou Ben- Hur.
Faça um debate no Fórum com 
seus colegas sobre o cotidiano, 
a política, a
educação, a cultura dos 
romanos.
História da Educação UAB/Unimontes
31
utilizava-se a tradução latina da Odisseia. Assim, a escola elementar romana 
foi substituída pelo modelo grego.
O mestre providenciava as instalações para as aulas, normalmente 
eram barracas, tendas ao ar livre. Já no nível superior, as salas eram 
espaçosas, com bancos e cátedra para o mestre. Com doze anos de idade, o 
aluno vai para a escola gramatical, que se dividia no estudo de língua e de 
literatura grega e no estudo do latim e da literatura romana. 
Observa-se nessa escola uma réplica das escolas helenistas e a 
tentativa de salvaguardar as tradições romanas. Essas escolas gramaticais 
tinham a finalidade de dar ao aluno uma instrução geral e mínima e prepará-
los para os estudos superiores profissionais.
Em 140 a.c existiam mais de 20 escolas, que estudavam Virgílio, 
Horácio, Salusto, Cícero e a tradição latina, através do texto gramatical de 
Dionísio.
A Retórica latina adaptada do grego ganha importância, estudava-
se também Letras/Português, música, matemática, geometria e astronomia. 
Entretanto, somente os meninos estudavam na escola gramatical, as meninas 
estudavam no lar.
O processo educativo romano caracterizava–se pela 
independência do Estado e a falta de controle. Entretanto, a necessidade de 
formar uma burocracia fez com que o Estado se envolvesse gradativamente 
no processo educativo, fazendo com que as escolas assumissem a forma do 
sistema estatal.
A organização dos estudos e métodos de ensino utilizados em 
Roma provinha

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