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CASTELLS,Manuel A Sociedade em Rede

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A SOCIEDADE
Manuel Castells
Prefac10 de Fernando Henrique Cardoso
お
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③
PAZ E TERRA
Manuel Castells
A SOCIEDADE EM REDE
Volume I
6a edi9ao totalmente revista e ampliada
ルαグ
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θf Roneide Venancio Mtter
com a colabora91o de Klauss Brandini Gerhardt
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“
αJjzαfαθ′αrα 6α ιグjgαθf Jussara Siln6es
PAZ E TERRA
◎ Manucl Castclls
TraduzidO do origina1 7乃′麻′グ励′″′初θル″ルク
CIP―Brasil.CatalogagttO na FOntc
(Sindicato Nacional dos Editorcs dc L市ros,RJ,BraSil)
Castells,Manucl,1942-
A sOcicdade cm rede/ManucI Castells tradu91o:Roncidc Vcmncio MづCち
atualizagttO para 6ユediclo:JuSSara Sim6cs
――lA era da infOrm霧五0:eCOnomia,sociedadc c cultural v.1)
Slo Paulo:Paz c Tcrra,1999.
ISBN 85-219-0329-4
Indui bibliOgrafla
C344s
l.Tccno10gia da infOrma910-―Aspcctos sociaiS.2.Tccn010gia da infOrma910__
AsPcctOS CCOn6nlicos.3.Socicdadc da inforinaclo.4.Rcdcs dc infOrinaglo。
5。Tccn010gia c civiliZa910。
99-0358 CDD-303.483
CDU-316.422.44
EDITORA PAZ E TERRA S/A
Rua do TriunfO,177
Santa EFlgenia,slo Pau10,SP―一CEP:01212-010
Tcl.:(011)3337-8399
Rua Gcncral Vcnancio Flores, 305,sala 904
RIo dc JancirO,RJ――CEP:22441-090
Tel.:(021)2512-8744
E―maiL vendas@Pazetcrraocomobr
HOmc Page: 
…
。Pazeterraocomobr
2002
・ ImprcssO no Brasi1/1り″κ〃ノ″Br品
6
O espa9o de fluxos
Π壺品Tttll脚l島剛胤モ1lm盤∬職鳳Ⅷ蠍
intuitiva desses conceitoso C五an9as elll idade escolar sabem quc o espa9o o o
a refletir sobre as formas sociais de tempo c espa9o que nlo se lilllitanl)s percep―
95eS Obtidas at6 agora com base nas estl■lturas sociot6cnicas,suplantadas pela
exper7:::電S:::::flll:llempo estao interligados na natureza e na sociedade,
tamb6m o estarao em nunha anllise,cmbora,para maior clareza,enfoquc se―
驚 鍵 ∬ ll晶現 観 濯 ξ淵 鵬 誌 蹴 ∬ 胤 :l∬::嵐
clissicas,que sup6enl o domfnio do espa9o pelo tempo,proponho a hip6tese de
蠍職磁∬胤l∫路朧胤 :1群淵雷肌営鳳撫
capltul‐■t。。espa9o quanto o tempo estao sendO transfo■11lados sob o efeito
combinado do paradigma da tecnologia da info■11la950 e das fo■11las e processos
sociais induzidos pelo processo atual de transfo■11la91o hiSt6rica, apresentado
neste livroo Contudo,o perfil real dessa transforma9ao 6 prOfundamente diverso
織
欄 I灘 撚 誇争 l難 熙 禰 鱗 鸞 :
comerciais centrals caros,congestionados e desagradiveis para instala95es per―
sonalizadas,elll bonitos lugares ao redor do rnundoo Por6■1,a anllise empf五ca de
Mitchell Moss sobre o impacto dastelecomunica95es nas empresas de Manhattan
nos anos 80 descobriu quc esses novos recursos de telecomunica95es avangadas
468 O espa9o de fluxos
estavam entre os fatores respons`veis pela lentidao da reloca9aO de empresas
para longe de Nova York,por razOes quc exporei poste五ollllente.Ou,utilizando
outro exemplo sObre unl domfnio sOcial diferente,supunha―se quc a comunica―
9aO eletronica domiciliar induziria o declfnio de formas urbanas densas e dilrli―
nuiria a intera9aO socia1 10calizada cspacialmente.No entanto,o primeiro siste―
ma de comunica95o lnediada por computadores difundido para a rnassa,o Minitel
frances descrito no cap■ulo anterior,originou―se na d6cada de 1980 em um am―
biente urbano intenso,ctta vitalidade e intera9ao por contato pessoal nao fOram
abaladas pe10 novO meio de comunica910。Na verdade,os estudantes franceses
usavanl o Minitel para organizar manifesta95es de r“α contra o govemo.No inf―
cio da d6cada de 1990,a telecolrluta9五o,Ou stta,O trabalho θ4-′jれ
`em casa,erapraticada por uma fra9aO muito pequena da for9a de trabalho dos EUA(entre l%
e2%em um dia dete■11linado),Europa ou Japao,se naO cOntamos a velha c
costumeira pr`tica de profissionais liberais trabalharenl en■casa ou organizarem
suas atividades em tempo c espa9o flexfveis,quando contalllcom tempo disponf―
vel para isso。2 Embora trabalhar meiO expediente enl casa pare9a estar se tornan―
do ulrl futuro modo de atividade profissional,essa modalidade desenvolve―se a
partir do surgilnento da empresa integrada enl rede e do processo de trabalho
flexfvel,conforme an`lise enl cap■ulos anteriores,e nao cOmo consequencia di_
翼農[∬:貯蹴轟:官lt就淵震駆驚驚ll淵T鵠樹i
sociedade e o espa9o quc abOrdarei nas p`ginas seguintes.
Para prosseguir nessa dire91o,cxanlinarei o lnaterial empfrico sObre a trans―
formagao dos padr6es de localiza9,O das principais atividades econOmicas sob O
novo sistema tecno16gico,tanto en■rela9ao a servi9os avan9ados comO a ind`s_
tna. Depois,tentarei avaliar as poucas informa95es sobre a interagao entre O
surgilnento da casa cletrOnica c a cvolu9五o da cidade,ben■como lne estenderei a
respeito da recente evolu95o das formas urbanas em vttios contextos. Entao,
resumirei as tendencias observadas sob uma nova 16gica espacial que chamo de
`平
フαgθ虎ノ″じθSo Em oposi9ao a essa 16gica,apresentarei a organizagao espacial
histo五camente ellraizada de nossa cxperiencia comunl:θ
`Qρ
αfθグιJ“gαr`s.E
mencionarei o reflexo dessa oposi9五o dia16tica entre o espa9o de fluxos e o espa―
90 de lugares nos debates atuais sobre arquitetura e prqeto urbano.00切etiVO
desse itinerttrio intelectua1 6 desenhar o perfil deste novo processo espacial,o
espa9o de■uxos,que se cst`tornando a manifesta9ao espacial predominante de
poder e fun9,o em nossas sociedades.Apesar de todos Os meus esfor9os para
ancorar a nova 16gica espacial no registro empmco,receio que saa ine宙t`vel,no
final do capttulo,apresentar ao lcitor alguns fundamentos de uma teoria social de
espa9o,cOmo forma de abordar a atualtransfOrma9五o da base material de nOssa
O espa9o de fluxos
expedenciao Mas minha capacidade de comunicar uma teoriza92o ullltanto abs―
trata das novas formas e processos espaciais certamente seri rnelhorada conl um
breve levantamento dos dados disponfveis sobre a recente padroniza91o espacial
das fun95es eCOn6111icas e das praticas sociais predominantes.3
Servi9os avan9ados,fluxos da informa9aO e a cidade global
A economia globa1/infomaciona16 organizada em tomo de centros de con―
trole e comando capazes de coordenar,inovar e gerenciar as atividades interliga…
das dasredes de empresas.4 serVi9os avan9ados,inclusive finangas,seguros,bens
imobilittios,conSultodas,ser宙9os de assessoriajurfdica,propaganda,praCtOs,
″zαrたθ′jれg,rela95es p`blicas,seguranga,coleta de informa95es e gerenciamento
de sistemas de informa91o,ben■como P8ι]D e inovagao cientffica,estao nO cerne
de todos os processos econOlrlicos,stta na ind`stria,agricultura,energia,saaem
seⅣi9os de diferentes tipos.5 Todos poden■ser reduzidos a gera91o de conheci―
mento e a fluxos da informagao。6 Portanto,os sistemas avan9adOS de telecomuni―
Ca96eS pode五am possibilitar sua localizagao dispersa pelo globoo Mais de uma
d6cada de estudos sobre o assunto,no entanto,estabeleceu ulrl lnodelo espacial
diferente,caracterizado pela dispersaO e cOncentragao simultaneas de servi9os
avan9ados。7 1De unl lado,os servi9os avan9adOS aumentaranl substancialmente
sua participa91o nos fndices de empregos e no PNB da maioria dos pafses,c
apresentam o malor crescilnento de empregos e as taxas mais altas de investi―
mento nas principaisを話eas lnetropolitanas do mundo.8 saO abrangentes e estao
localizados clrl toda a geografia do planeta,com exce91o dos``buracos negros''
de marginalidade.De outro,tem havido uma concentra9五〇espacial da camada
superior dessas atividades em alguns centros nodais de alguns pafses.9 Tal con―
centra91o segue uma hierarquia entre as camadas dos centros urbanos com as
fun95cs de nfvel lnais alto,tanto elrl termos de poder quanto de qualifica91o,c
estl localizada en■algumas ilnportantes 6reas rnetropolitanas.10 0 estudo cl`ssico
de Saskia Sassen sobre a cidade global mostrou o domfnio cottunto dC Nova
York,T6quio e Londres nas finan9as intemacionais e na rnaior parte dos servi9os
de consultoria c empresariais de ambito intemacional.1l Juntos,esses tres centros
cobrenl o espectro de fusos horarios no que diz respeito a transa95es financeiras
e funcionanl em grande partecomo uma unidade no mesmo sistema de transa―
95eS COntfnuas.Mas outros centros sao impOrtantes e at6 supe五ores em alguns
segmentos especfficos do com6rcio,por exemplo,Chicago e Cingapura enl con―
tratos de futuros(alilS,praticados pela p五meira vez em Chicago,em 1972)。Hong
Kong,Osaka,Fral」ごurt,Zuriquc,Pa五s,Los Angeles,Sao Francisco,Anlsterda c
470 O espa9o de fluttos
MilaO tamb6■l sao centros importantes tanto en■servi9os flnanceiros quanto cm
servi9os empresariais internacionais.12 E v丘dos“centros regionais''estao rapida_
mente aderindo a rede,enquanto“Inercados emergentes''se desenvolvem por
todo o lnundo:Madri,SaO Paulo,Bucnos Aires,M6xico,Taipei,Moscou,Buda―
peste,entre outros.
A medida quc a econonlia global sc expande e incorpora novos lnerCados,
tamb6m organiza a produ91o dos servi9os avan9adOS necessttios para o geren―
ciamento das novas unidades quc aderem ao sistema e das condi96es de suas
conex6es em mudan9a contfnua。131」nl bonl exemplo para ilustrar esse processo 6
Madri,relativamente atrasada en■rela91o)econonlia global at6 1986.Naqucle
ano,a Espanha aderiu a Comunidade Europ6ia,abrindo―se totalinente ao investi―
mento de capital estrangeiro nos inercados das bolsas de valores,em opera96eS
bancttrias e na aquisi95o de patrimOnio das empresas,benl como em bensim6-
veiso Como ficou demonstrado enl nosso estudo,14 nO perfodo de 1986-90,o in―
vestilnento estrangeiro direto na bolsa de valores dc Madri fortaleceu uma fase
de r`pido crescilnento regional ao lado de unlわοθ′っno setor imobilittrio e r`pida
expansao dos nfveis de emprego elrl servi9os empresariaiso A aquisi910 de a96es
por investidores estrangeiros enl Madtt entre 1982 e 1988 saltou de 4 bilh6es e
494 nlilh5es para 623 bilh6es e 445 1rlilh6es de pesetas.O investilnento estran―
geiro direto em Madri subiu de 8 bilh6es de pesetas em 1985 para quase 400
bilh6es de pesetas elr1 1988.Assinl,a constru950 de escrit6rios no centro dc Madri
e dc im6veis residenciais de alto nfvel,no final dos anos 80,cxperilnentou o
mesmo entusiasmo fren6tico oconrido cIII Nova York e Londres.A cidade foi
transformada de forma profunda pela satura91o do valioso espa9o na rnetr6pole c
tamb6nl por unl processo rnaci9o de suburbaniza9ao que,at6 entaO,fora uIIl fenO―
meno de certa forma lilrlitado enl Mad五.
Na mesma linha argumentativa,o estudo realizado por Cappelin sobre a
forma9ao de redes de servi9os nas cidades europ6ias mostra a crescente interde―
pendencia c complementarldade entre os centros urbanos de tamanho m6dio da
Unitto Europ6iao Cappelin concluiu que`つヽimportancia relativa das rela95es en―
tre cidades e regi5es parece dinlinuir quando comparada)importancia das rela―
96eS que interliganl vttrias cidades de regi6es e pafses diferentes.¨As novas ativi―
dades concentram―se em p61os especfficos, c isso implica um aumento das
disparidades entre os p61os urbanos e as respectivas hinterlandias''.15
Dessa forma,o fenOmeno da cidade global naO pode ser reduzido a alguns
n`cleos urbanos no topo da hierarquia。重un■prOcesso que conecta servi9os avan―
9adOS,Centros produtores e inercados enl uma rede global com intensidade dife―
rente c em diferente escala,dependendo da relativa importancia das atividades
localizadas em cada`reaッJs―a―ソJs a rede global.Ern cada pafs a arquitetura de
O espa9o de fluxos
foma91o de redes reproduz―se em centros locais e regionais,de forma que o
sistema todo fiquc interconectado en■ambito global.C)s tenrit6rios em torno des―
ses n6s desempenhanl uma fun91o cada vez rnais subordinada,)s vezes,perden―
do a importancia(Ou at6 mesmo a fun91o)。Um exemplo sao as θθJθれjαs ρ(η
“
Jα~
“
θs da Cidade do M6xico(Originallnente,assentamentos de posseiros)que repre―
sentan■cerca de tres ter9。s da popula91o das rnega16poles sem desempenhar ne―
nhunl papel distinto no funcionamento da Cidade do M6xico como centro inter―
nacional de neg6cios)。16 AdcIIlais,a globaliza9五o estillllula a regionaliza91oo Em
seus estudos sobre regi6es europ6ias na d6cada de 1990,utilizando os dados dis―
ponfveis,Philip Cooke mostrou quc a internacionaliza91o crescente das ativida―
des econOnlicas na Europa tornou as regi5es lnais dependentes dessas atividades。
θrigι
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Nova York
Los Angeles
Nova York
Washington
Los Angelcs
Nova York
Nova York
Boston
Nova York
Filad61fia
Atlanta
Sao Franclsco
Nova York
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Los Angeles
Nova York
Washington
Nova York
Sao Franclsco
Boston
Filad61fia
Nova York
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Nova York
Nova York
Nova York
Atlanta
Los Angeles
Los Angeles
脇Fgttχ霊棚 器∬磐器∬絆詰潔忠TW翫酬
Assiln,as regi6es, sob o impulso dos governos e elites empresariais,
estruturaram―se para competir na econonlia global e estabeleceram redes de coo―
wttrrttr:Tl観胤l∫肌覇脱認Xl潔ll縫鰍
nas redes internacionais que ligan■seus setores lnais dinanlicos。
17
O espa9o dc lluxos472
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O esptto de■uxos
Michelson e Wheeler,a pedido de uma das principais transportadoras,a
Federal Express Corporation,obtiveram uma aproxiina91o conl a arquitetura de
fluxos da informa9五o enl desenvolvilnento na econolllia global conl base enl anl―
lise de dados do trifego.18 Estudaram o movilnento de cartas,pacotes e caixas
enviados pelo sistema θッ
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れjgん′(entregas na manha seguinte)naS tteas metro―
politanas dos EUA,durante a d6cada de 1990,bem como entre os principais
centros remetentes norte―americanos e os destinos intemacionais.Os resultados
da anllisc,ilustrados nas figuras 6.le6.2 1nostram duas tendencias bisicas:(a)
domfnio de alguns n6s ou centros especiallnente Nova York, seguido de Los
Angeles,aumentando conl o tempo;(b)SeleCiOnados circuitos de conexaO nacio―
nais e internacionais.Segundo a conclusao:
粧オ漁緊∬aitti 撒驀
驚iyl照I鶴押Wi蓄撫脳1瀧1
薇l智椰littI弊掛害鵞鮮構
lttl榊11磐欄I鐵椰
hierarquia urbana intemacionalizada.19
De fato,a hierarquia na rede na0 6 de forma alguma garantida ou estivel:
籠 鑑 鼻 よ柵 農 T跳 ∬ 翼 :鰍 謂 鳳 ,lT:獄
em um dos estudos lnais abrangentes sobre o assunto,atribui o fracasso parcial
do grande practo deredesenvol宙mento urbano de Canary Wharf,nas Docklands
de Londres,a estrat6gia superampliada de sua empreendedora,a famosa empresa
canadense C)lympia&Yorko A empresa foi incapaz de absorver o excesso de
desenvolvilnento de esc」it6rios dos anos 90,na esteira da redu9五o do nfvel de
emprego elrl servi9os financciros de Londres e Nova York,Daniels conclui quc:
A expansao de seⅣ19os no mercado intemacional introduziu,portanto,um
grau maior que no passado em temos de flexibilidade e,em`ltima anttlise,
de concorrencia no sistema urbanO globalo Como a cxpedencia com canary
473
474 o espa9o de fluxos
Wharf demonstrou,essa ampliagao tamb6m fcz que o resultado do planaa¨
mento e redesenvolvilnento urbanos em larga cscala ficasse ref6111 de fatores
extemos intemacionais sobre os quais se pode ter apenas controle limitadO。20
Portanto,no infcio dos anos 90,enquanto,de ulrl lado, cidades como
Bangkok,Taipei,Xangai,M6xico lD.F:ou]Bogottt desfrutavam unl cresciinento
urbano explosivo fomentado pelos neg6cios,de outro,Mad五,Nova York,Lon―
dres c Paris experilnentavam uma queda que causou profunda dinlinui9aO nos
pre90S de im6veis e paralisou novas constru95eso E〕rn fins da d6cada de 1990,
cnta。,。sim6veis de Londres c Nova York passaram por substancialrevalo五za91o,
ao passo que os centros urbanosdas principais cidades asi`ticas foranl gravemen―
te atingidos por uma crise financeira,enl parte induzida pelo estouro da bolha de
seus mercados imobilittios(Ver v01ume ⅡI)。Essa montanha―mssa urbana,em
diferentes perfodos nas diversas 6reas do rnundo,ilustra a dependencia c a vulne―
rabilidade de qualquer local,inclusive das principais cidades,em rela9,o aOs
fluxos globais em transforma9ao.
Mas por quc esses sistemas de servi9os avan9ados ainda devem ficar de―
pendentes da aglomera9ao enl alguns grandes n6s ou centros rnetropolitanos?A
esse respeito,Saskia Sassen,novamente,coroando anos de pesquisa cm trabalho
de campo dela mesma e de outros pesquisadores em diferentes contextos,d`
respostas convincentes.Afirma quc:
A combinagao de dispersaO espacial e integra9五o g10bal c五ou novo papel
estrat6gico para as p五ncipais cidades.A16m de sualonga hist6ria como cen―
tros de com6rcio e atividades bancttias intemacionais,essas cidades agora
funcionan■en■quatro novas fomas:p五rneira,como pontos de comandO alta―
mente concentrados na organiza9五o da cconomia mundial;segunda,como
localiza96es―chave para empresas financeiras e de servi9os especializados.…
;
terceira,como locais de produ95o,inclusive a produ9五o de inovagao nesses
llnportantes setores;e quarta,como lnercados para os produtos e as inova―
95eS produzidas.21
Essas cidades,ou melhor,scus bail■os comerciais,saO cOmplexos de pro―
du9aO de valor conl base na infolllla9五0,Onde as sedes corporativas c as empresas
financeiras avan9adas podem encontrar tanto os fornecedores como a maO_de_
obra especializada altamente qualificada de que precisamo Sem d`vida,consti―
tuen■redes produtivas e de gerenciamento,ctta flexibilidade 77αθ precisa incor―
porar trabalhadores e fornecedores,Inas ser capaz de acess`-los quando fOr con―
veniente e quantas vezes forem necessttias enl cada situa9五o especffica.A flexi―
O espa9o de fluxos 475
bilidade c a adaptabilidade sao mais bem_seⅣidas por essa combina9ao entre a
aglomera91o de redes centrais e a participa91o dessas redes centrais e de suas
redes dispersas auxiliares enl redes globais,via telecomunica95es e transporte
a6reo.Outros fatores tamb6m parecenl contnbuir para fortalecer a concentra9ao
de atividades de alto nfvel enl alguns n6s:uma vez realizados,grandes investi―
躙 暫雀 鳳 駆 電器 i露∬ 鰍 Ⅷ 器 鳳 浜電l肥 奮
'器
重
cer as maiores oportunidades de aperfe19oamento pessoal,s′α
`ン
S SOCial e auto―
satisfa91o aos imprescindfveis profissionais liberais de nfvel superior一一de boas
escolas para seus filhos a uma adesaO simb61ica ao grande consumo,inclusive de
arte c entretenilnento.23
Contudo,os servi9os avangados e principallnente os servi9os em geral es―
椰 僻I : 漁
編 理 lSⅧ 藁 慰 翼 鱚 曽 蜻 藤
casos,surgiram novos c impOrtantes centros de servi9os)s margens de cidades
hist6五cas,sendo]La lD6fense dc Paris o exemplo mais famoso e bem―sucedido。
No entanto,enl quase todos os caSOS,a descentraliza9ao do trabalho de escrit6rio
afeta as“fun95es de apoio'',ou saa,o processamento em massa das transa96es
脱∫酬騰軍出毬Ⅷ篤fTH∫器器 謂TT輩胤:
∬』∬誂棚∬富瀾l馴1窯猫Isi湘穐脚鱚 ,1
medida quc a tecnologia evolui c a montanha―russa ccon6111ica continua.
senl d`vida,subordinada)geometria vari`vel do dinheiro e dos fluxos da infor―
476 O espa9o de fluxos
ma91oo Afinal,quem poderia prever no infcio da d6cada de 1980 que Taipei,
Mad五ou Buenos Aires poderianl emergir como importantes centros financeiros
e de neg6cios internacionais?Acredito quc a rnega16pole Hong Kong―Shenzhen―
Guangzhou―Zhuhai―Macau ser`uma das principais capitais financeiras e de ne―
g6cios no infcio dO s6culo XXI,assiln promovendo unl grande realinhamento da
geografia global de servi9os avan9adOS・26 MaS para a anllise espacial proposta
neste lrabalho,nao 6 importante fazer uma previsao acertada.Porquc,cmbora a
localiza91o real dos centros de alto ni障el eln cada perfodo saa decisiva para a
distribui95o da riqueza e do poder no mundo,sob a perspectiva da 16gica espa―
cial do novo sistema,o quc importa 6 a versatilidade de suas redes.A cidade
global nao 6 un.lugar,mas um processo. UIn processo por meio do qua1 0s
centros produtivos e de consumo de servi9os avan9ados e suas sociedades auxi―
liares locais estao cOnectados em uma rede global embora,ao mesmo tempo,
diminuanl a importancia das conex5es colrl suas hinterlandias,conl base em flu―
xos da lnforma9五o。
C)novo espa9o induStrial
O advento da ind`stria de alta tecnologia,ou stta,a ind`Stria com base na
nlicroeletrOnica c assistida por computadores,introduziu uma nOva 16gica de
localiza9aO industrialo As empresas eletrOnicas,produtoras dos novos dispositi―
vos da tecnologia da informa9aO,tamb6nl foranl as primeiras a utilizar a cstrat6-
gia de localiza9aO possibilitada c exigida pelo processo produtivO baseado na
info.11la9aOo Ao longo dos anos 80,v`rios estudos empfricos conduzidos por
estudantes universit`rios e p6s―graduandos no lnstituto de Desenvolvilnento
Urbano e Regional da Universidade da Calif6rnia,cm Berkeley,proporcionaram
uma id6ia consistente sobre o perfil do``novo espa9o industrial''。27 Esse espa9o
caracteriza―se pela capacidade organizacional e tecno16gica de separar o proces―
so produtivo em diferentes localiza96es,ao lnesmo tempo enl que reintegra sua
unidade por rneio de conex6es de telecomunica96es e da flexibilidade e precisao
resultante da rnicroeletrOnica na fabrica9五o de componenteso A16nl disso,devido
)singularidade da for9a de trabalho necess`ria para cada est`gio c)s diferentes
caracterfsticas sociais c ambientais pr6prias das condi96es de vida de segmentos
profundamente distintos dessa for9a de trabalho,recomenda―se especificidade
geogr`fica para cada fase do processo produtivo.Isso porquc a ind6stlna de alta
tecnologia apresenta uma composi91o ocupacional lnuito diferente da tradicio―
nal:organiza91o enl uma cstl■ltura bipolar em tOrno de dois grupos predominan―
O espa9o de fluxos 477
tes de tamanho aproximadamente silllilar;for9a de trabalho altamente qualifica―
da com base cientffica e tecno16gica,por um lado;uma massa de trabalhadores
naO_qualificados dedicados a montagem de rotina c as opera95es auxiliares,por
outro.I〕rnbora,cada vez mais,a automa910 possibilite a elilrlina91o da camada
inferior de trabalhadores,o aumento surpreendente do vOlume de produ91o ain―
da emprega,e continuar`empregando por algum tempo,unl n`mero considerl―
vel de trabalhadores naO_qualificados e senliqualificadoso No entanto,a localiza―
91o dessa maO_dc―obra na mesma`rea quc os cientistas e engenheiros nao 6
econonlicamente vi`vel nclrl sociallnente adequada no contexto soCial geral.I〕rn
posi91o intermedittria,operadores qualifiCados tamb6nl representam um grupo
distinto que pode ser separado dos altos nfveis da produ9五o de alta tecnologia.
Enlrazao do pOuco peso do produto flnal e das f`ceis conex5es de comunica91o
desenvolvidas pelas empresas em todo o globO,as do ramo eletrOnico,especial―
mente as norte―americanas,desenvolveranl desde as origens do setor G`na 10ca―
lizagao da fibrica de Fairchild em Hong Kong,em 1962)um mode10 de localiza―
9五O Caracterizado pela divisao espacialinternacional do trabalho.28 Grosso rnodo,
tanto para a lrlicroeletrOnica como para computadores,procuraram―se quatro tl―
pos diferentes de localiza9五o para cada uma das quatro opera95es diStintas do
processo produtivo:
(1)P&D,inova9ao e fabrica91o de prot6tipos foram concentrados em centros
industriais altamente inovadores nas principais 6ヒeas,gerallnente com boa
qualidade de vida antes que seu processo de desenvolvilnento,em certa
medida,degradasse o lneio ambiente;
(2)fabriCa91o qualificada em■liais,normalmente em`reas rec6m―industriali―
zadas do lnesmo pafs,quc,no caso dOs EUA,em geral significan■cidades
de tamanho ln6dio nos Estados do oeste;
(3)montagem semiqualiicada em larga escala c testes quc,desde o come9o,
apresentavanl uma grande propor9五o loCalizada no exte五or,en■especialno
Sudeste asi`tico,sendo Cingapura c Mal`sia as localidades pionciras do
movimento para atrair f`bricas de empresas eletrOnicas americanas;
(4) adequa910 de dispositivos e de manuten91o e suporte t6Cnico p6s―
venda
que foi organizada enl centros regionais em todo o globo,enl geral na`rea
dos principais rnercados eletrOnicos,originallnente nos EUA e na Europa
Ocidental,embora na d6cada de 1990 osrnercados asi`ticos conquistassem
o mesIIlo s′α′′S.
As empresas europ6ias,acostumadas a localiza95es aconchegantes em seus
protegidos feudos dom6sticos,foranl obrigadas a descentralizar os sistemas pro―
dutivos em uma cadeia global silrlilar,quando os mercados se abriranl,c elas
478 O espa9o de■uxos
come9aram a sentir a pressao da concorencia das opera95es localizadas na Asia
e da vantagem tecno16gica ame五cana cj町)onesa。29 As empresasjaponesas tenta―
ram resistir por muito tempo antes de abandonar a“fortalezajaponesa",tanto por
raz6es de nacionalismo(a pedidO de seu governo)como pOr causa de sua grande
dependencla das redes de fOrnecedores do tipo」i“s′zん′ι
“`。
Contudo,o cOngestio―
namento insuport`vel e os crescentes pre9os operacionais na ttca de T6quio e
Yokohama for9aranl prilneiro a descentraliza9ao regiOnal(auxiliada pelo progra―
ma Technopolis dO MITI)nasを計eas lnenos desenvolvidas do Japao,particular…
mente em Kyushu。30 Depois,a partir do inal dos anos 80,as empresasjaponesas
continuaranl a seguir o modelo de localiza9,o iniciado pelas concolentes norte―
americanas duas d6cadas antes: instala95es para produ9ao fOra do pafs―一no
Sudeste asi`tico,em busca de custos de maO_de_obra mais baixos a0 1ado de
menos restri95es ambientais―e dissemina91o de fib五cas por todOs os p五nci…
pais mercados dos EUA,Europa c Asia,como precau950 para c宙tar futuro prote―
cionismo.31 Dessa forma,o■m da excepcionalidadejaponesa conimlou a coHc―
9aO dO mOdelo de localiza91o proposto por nlillll e varios colegas para a cOm―
preenstto da nova 16gica espacial do setor de alta tecnologiao A figura 6。3 mostra
o esquema da 16gica espacial dessc lnodelo,desenvolvido conl basc em info.11la―
95es empfricas coletadas por vanos pesquisadores em diferentes contextos.32
Unl elemento―chave desse modelo de localizaga0 6 a importancia decisiva
dos complexos produtivos de inova95es tecno16gicas para todo O sistema.三
'0quc Peter Hall e cu,bem como o pioneiro neste campo de pesquisa,Philippe
Aydalot,chamamos de“meiOs de inova910''。33 Pe10 quc entendo,meio de inova―
9五〇6 um cottuntO especinco de rela95es de produ9ao e gerenciamento cOm base
cm uma organiza91o sOcial que,de modo geral,compartilha uma cultura de tra―
balho e rnetas instrumentais,visando gerar novos conheCilnentos,novos proces―
sos e novos produtos.I〕inbora o conceito de meio nao inclua necessanamente
uma dilnensao espacial,afi■11lo que no caso dasind`strias de tecnologia da infor―
ma9五0,pelo rnenos neste s6culo,a proxinlidade espacia1 6 uma condigaO rnate五al
necessaria para a existencia desse lneio devido a natureza da intera910 no proces―
so de inova9aO・O que define a especificidade de unl meio de inova9a0 6 sua
capacidade de gerar sinergia,isto 6,o valor agregado resultante nao do efeitO
cumulativo dos elementos presentes no lneio,Inas de sua intera910・OS Ineios de
inova9五〇saO as fOntes fundamentais de inova910 e de gera9aO de valor agregado
no processo de produ91o industrial da era da informa910。Durante v`rios anos,
Peter Hall e eu estudamos a formagao,a estrutura c a dinamica dos principais
meios de inova9ao tecn。16gica reais c imagin`veis em todo o lnundo.Os resulta―
dos de nossa investiga91o acrescentaram alguns elementos a compreensao do
modelo de localiza9五〇do setor de tecnologia da infoma9ao。34
PRODUTO VOLTADO PARA O PPRODUcÅO COM BASE NA INFORIIAcÅ0
l reprOdutor e auto―
l CXpansfvel
Dcscentraliza91o
segmentada das
difercntes fun95es
de produ9五o
Autonomia
funcionalProfunda divisao
t6cnica e social do
trabalho dcntro
do sctor
Nccessidadc
de acesso a
conhccimcnto
tecno16gico
Trabalho
lnovador
principal
fator de
O uso dc dispositivos
de proccssamento dc
inforlnacaO pCrrnite a
disJun9五o cSpacial do
proccsso produtivo
Ambientc
lnovador como
condi9ao geral
de produ91o
para que o
trabalho
inovador s●a
uma fo"a
produtiva
Rcla91o
direta
produto
do setor e
o processo
de scus
Descentralizacao
hierirquica dos
mclos secund`Hos
de inova9ao
DifusaO mundial de um
modelo segmcntado de
localizacaO indust五al
que segue a hierarquia
tccno16gica das fun95es
de produ9ユo
Modclo
■ex市el dc
localizagao
O espa9o de fluxos
Figura 6.3 Sistema de rel磐5es cntre as caracterstiCas da ind`st五a dc tecnologia da inforlna92o o o
modelo espacial do seto■
Fοれた「Elaborada por Castells(1989a).
479
480 O espa9o de fluxos
Enl prilneiro lugar,os rneios de inova91o industrial de alta tecnologia,quc
chamamos de“tecn6poles'',apresentam―se em vttrios formatos urbanoso Notada―
mente一―claro que na rnaioria dos pafses,conl as importantes exce96es dos Esta―
dos l」nidos e,enl certa medida,da Alemanha――as principais tecn6poles sem
d`vida ficanl nas`reas lnetropolitanas lnais destacadas:T6quio,Pa五s―Sud,cor―
redor M4 de Londres,Milao,Seul_Inchon,Moscou―Zelenograd e,a uma distan―
cia considerivel,Nicc―Sophia Antipolis,Taipei―Hsinchu,Cingapura,Xangai,S五o
Paulo,Barcelona ctco A excc950 parcial da Alemanha(afinal Munique 6 uma
importante ttrea lrletropolitana)est`diretalrlente relacionada)hist6五a pol■ica:a
destl■li91o de Berlim,o preeminente centro industrial e cientffico europeu,ca
transferencia da Siemens de Berlinl para Munique nos`ltimos rneses do Terceiro
Rcich,sob a prevista prote9,o das for9as de OCupa9ao nOrte_americanas e com o
apoio subseqiiente do partido CSU b`varo.Dessa lnaneira,contra as excessivas
fantasias das modernas tecn6poles,na verdade existe continuidade da hist6ria
espacial da tecnologia c industrializa91o na era da informagao:Os principais cen―
tros lnetropolitanos em todo o lnundo continuan■a acumular fatores indutores de
inova91o c a gerar sinergia na ind`stria e servi9os avan9adOS・
Contudo,alguns dos lnais importantes centros de inova91o para a fabrica―
95o de tecnologia da informa9五〇Sao realinente novos,en■especial,no lfder rnun―
dial em tecnologia,os Estados Unidoso C)Vale do Silfcio,a Route 128 de Boston
(renOVandO uma estrutura industrial antiga e lradicional),a TcCn6pole do sul da
Calif6mia,o Triangulo de Pesquisas da Carolina do Norte,Seattle e Austin,entre
outros,estavam de folllla geral ligados)onda mais recente de industrializa9,o
conl base na tecnologia da info■11la950。MOStramos que seu desenvolvilnento re―
sultou do agrupamento de varios dos fatores especf」Lcos habituais de produ91o:
capital,trabalho e rnat6五a―prilna reunidos por algum tipo de empreendedor insti―
tucional e constitufdos por uma folllla particular de organiza91o socialo Sua rna―
t6五a―p五rna era formada de novos conhecilnentos relacionados a campos de apli―
ca9五o estrategicamente importantes,produzidos pelos principais centros de ino―
va9aO cOmO al」niversidade de Stanford,CalTech ou as equipes de pesquisa das
faculdades dc engenharia do MIT e pelas redes construfdas elrltorno desses cen―
tros. Seu trabalho,a16m do fator conhecilnento,cxigia a concentragaO de um
grande n`mero de cientistas c engenheiros altamente qualificados de vttrias esco―
las locais,inclus市e asj`mencionadas,mas tamb6m de outras como Berkeley,
San Jose State ou Santa C〕lara,no caso do Vale do Silfcioo Seu capitaltamb6n■era
especffico, pronto a assulrlir os altos riscos inerentes ao investilrlento no
pioneirismo da alta tecnologia:ou devido ao imperativo do dcsempenho nlilitar
(gaStOS COm defesa),ou entaO pOr causa das altas apostas do capital de risco,
O espa9o de fluxos
acreditando nas recompensas extras desse tipo de investirrlentoo A articula9五o
desses fatores de produ91o foi o fato de,no infcio do processo,algunl ator insti―tucional,a exemplo da l」niversidade de Stanford,lan9ar o Parquc lndustnal de
Stanford quc inspirou o Vale do Silfcio;ou os comandantes da For9a A6rea quc,
confiando no progresso de]Los Angeles,ganharam para o sul da Calif6mia os
contratos de produtos b61icos quc tomarianl a nova inetr6pole ocidental o maior
complexo de ind`stria b61ica de alta tecnologia cm todo o lnundoo Finalinente,as
redes sociais de diferentes esp6cies contnbutam de fo■11la intensa para a conso―
盟::誂置乳Ⅷ篤ξf誌北躙 :l腑群:鴇淵:驚亀』:
e iniciat市as emprOsanais ttqadas.
Nossa pesquisa sobre os novos lneiOS de inova91o nOS EUA ou em outro
lugar demonstra quc,embora realmente htta continuidade espacial em dommios
lrletropolitanos,cla tamb6111 pode ser revertida caso as condi95es saalrl adequa―
das.I〕quc as condi95es adequadas dizelllrespeito a capacidade de concentra91o
胤 吼 驚 :ポ 誌塁 鮒 ::驚躍 棚 :翼I篇蹴 欝∫:絆 輩ぶ 釜監
marcado por descontinuidade fundamental:os lneios de inova91o nOVOS e anti―
総 翼 留 照 ぱl肌 iミ為 翼 思 鵬 i‖:鑑織 :路:譜:鮒
tufdos.UIna vez estabelecidos,os lneiOs de inova91o competenl e cooperanl em
diferentes regi5es,criando uma rede de intera91o quC OS re`ne em uma estrutura
industnal comunl,superando sua descontinuidade geogr`fica.A pesquisa reali―
zada por Camagni e pelas cquipes pesquisadoras organizadas em tomo da rede do
GREM135 mOStra a crescente interdependencia desses lneios de inova91o portodo
o globo e,ao rnesmo tempo,enfatiza quao decisiva para seu destino 6 a capacida―
de de cada lneio para intensificar sua sinergia.Finalmente,os lneios de inova91o
comandalrl as redes globais de produ91o e diStribui91o,quc estendem seu alcance
蹴盤:幣n肌胤1蹴£T:1∬徹1麗1%Hi鷲:H距
la"°
&di‖言ll臆lj茸i[1魁i:naclarodollovoeSpa9oindustrial∞nstitrdo
na era da infolllla910,devemos acrescentar algumas defini96es precisas.Porquc,
colrl inuita freqiiencia,a enfase da anllise recai na divisao espacial hierttquica
do trabalho entre as diferentes fun95es localizadas em te」rit6五os diversos.Isso 6
欄委‖l‖榊猛菫[驚椰
481
482 O espa9o de fluxos
ras,inclusive os pr6p五os meiOs de inovagao.Tamb6nl,meios secund沈dos de
inovagao sao constitufdos,)s vezes como sistemas descentralizados desmembrados
de centros p」irnanos,Inas frequentemente encontranl seus nichos na concottn…
cia com suas matnzes o五ginais,a exemplo do quc aconteceu com Scattle em
rela91o ao Vale do SiHbio e Boston em scヵνα″,Ou Austin,Texas,νJs―a―ッおNova
York ou Minneapolis enl computadoreso Ademais,na d6cada de 1990,O desen―
volvilllento da ind`st五a eletrOnica na Asia,principallrlente sob o impulso da con―
c。.enciajaponesa e norte―americana,complicou muito a geografia do setor em
sua matu五dade,como ficou demonstrado nas an`lises de Cohen e Boms e de
E)ieter Emst.37 Por um lado,houve inelhora substancial do potencial tecno16gico
das subsidi鹿das das multinacionais norte―americanas,cspeciallnente em C〕inga―
pura,na Mal`sia c em Tai、van,c essa inelhora difundiu―se por suas subsidi血Has
locais.POr outro,as empresas eletrOnicas japonesas,comoj`foi menciOnado,
descentralizaranl mac19amente sua produ9ao na Asia para exportar em ambit。
global e sup五r as inatrizes sediadas no Japao.I〕In ambos os casos,construiu―se
uma grande base de fomecimento na Asia,O que tomou obsoleta a velha divisao
espacial de lFabalho na qual as subsidi丘das do leste e sudeste asi`tic0 0cupavam
o nfvel infe五〇r da hierarquia.
Ade血ais,com base na revisao dos dadOs disponfveis at6 1994,inclusive
das pesquisas de sua cmpresa,Richard Gordon faz uma defesa convincente do
surgilnento de uma nova divisao espacial de lrabalho,caracte五zada por sua geo―
metna vanavel e conex6es de ida e volta cntre as empresas localizadas em dife―
rentes complexos tennto五ais,abrangendo os p五ncipais meios de inova91oo A
anllise lrlinuciosa dos desenvolvilnentOs da d6cada de 1990 no Vale do Silfcio
mostra a importancia das rela95es eXtra―regionais para as intera95es tecno16gicas
mais sofisticadas e com usO intensivo de transa95es,realizadas por empresas
regionais de alta tecnologiao Desse modo,ele argumenta quc:
Neste novo conteXto global,a aglomera9五o localizada,longe de constitu士
uma altemativa a dispersao espacial,toma―se a base p五ncipal para a partici¨
pagaO enl uma rede global de economias regionais.¨As regi6es e redes real―
mente constituem p61os interdependentes dentro do novo mosaico espacial
da inova9ao g10bal.A globaliza95o neste contexto nao env01ve o impactO
fomentador dos processos universais,mas,ao contr丘戯o,a sfntese calculada
da diversidade cultural sob a fOnna das 16gicas e das capacidades de inova―
9aO regiOnal diferenciada。38
C)novo espa9o industrial nao representa o finl das velhas tteas lnetropolita―
nasjtt estabelecidas e O intio de novas regi6es caracte五zadas por alta tecnologia。
O espa9o de fluxos 483
Nenl pode ser compreendido conl base na oposi91o simplista entre automa91o no
centro e fabrica9ao de baixo custo na perife五ao E〕organizado em uma hierarquia
de inova91o e fab五ca91o articuladas elll redes globaiso Mas a dtte91o c a arquite―
tura dessas redes estao suJeitas as constantes lnudan9as dos rnovilnentos de coo―
pera91o c COnCOrencia entre empresas e locais,algumas vezes hiSto五camente
cumulativos,outras,revertendo o modelo estabelecido mediante deliberada ini―
ciativa cmpreendedora institucional.O que resta como 16gica caracte」〔stica da
nOva localiza91o industria1 6 sua descontinuidade geogrifica,paradoxallnente
follllada por complexos tenntoriais de produ91o.C)novo espa9o industria1 6 orga―
nizado em tomo de fluxos da info■11la910 quc,ao lnesmo tempo,reinenl e sepa―
ram一一dependendo dos ciclos das empresas―一seus componentes tennto五ais.E,
a medida quc a 16gica da fab五ca92o da tecnologia da info■11la9五O Vai passando
dos produtores de equipamentos de tecnologia da info■11la91o para os usumos
desses dispositivos em toda a esfera da ind`stria,tamb6nl a nova 16gica cspacial
se expande c五ando uma muldplicidade de redes industriais globais,c可aS inter―
Se95eS e cxclus5es mudam o pr6prio conceito de localiza91o industnal de fib」i―
cas para fluxos industrials.
C)cotidiano do donlicnio eletrOnico:o finl das cidades?
C)desenvolvilnento da comunica91o eletrOnica e dos sistemas de infoma―
910 prOpicia uma crescente dissociagao entre a proximidade espacial e o desem―
penho das fun95es rOtineiras:trabalho,compras,entretenilllento,assistencia)
sa`de,educa9五o, Selwi9os p`bliCOs,governo c asSilrl por dianteo Por isso,os
futurologistas frequentemente predize■l o filFl da Cidade,ou pelo lnenos das cida―
des como as conhecemos at6 agora,visto quc estaO destituFdas de sua necessida―
de funcionalo Como mostra a hist6ria,os processos de transfOma91o espacial
saO,6 clarO,Inuito nlals complicados.Portanto,vale a pena analisar o parco re―
gistro empf五co sobre o tema。39
Uin aumento impressionante do teletrabalho 6 a suposi91o mais no■11lal
sobre o impacto da tecnologia da infolllla910 naS Cidades e representa a`ltilna
esperanga dos planaadores de transportes IIletropolitanos antes de se renderelll a
inevitabilidade de inegacongestionamentoso Mas,enl 1988,em importante pes―
quisa curop6ia sobre telecomuta910,diVulgou―se,nao en■tom de brincadeira,
que“Hl rnais pessoas fazendo pesquisas sobre teletrabalho do quc teletrabalha―
dores reais''。40 scIIl d`vida,colF10 fOi apontadё por QvOrtup,todo o debate 6
parcial devidoゝfalta de precisao na defini91o do te■11lo teletrabalho,levando a
O espa9o de fluxos
uma grande incerteza na avalia9五o do fenOmeno。41 Ap6s rever as info■11la95es
disponfveis,Qvortup faz uIIla distin91o aprop五ada cntre t長)s categorias:(a)
“Substituidores,aqueles que substituem o seⅣi9o efetuado em um ambiente de
trabalho tradicional pelo seⅣi9o feito enl casa"。Esses sao trabalhadores a dis―
tancia no sentido exato。(b)AutOnomos,trabalhando οκ―JJκι de suas casas。(C)
Complementadores``quc trazem para casa trabalho complementar do escrit6五o
convencional''。A16■l disso,enl alguns casos esse``trabalho complementar''tomaa rnaior parte da carga de trabalho como,segundo K■aut,42 aCOntece conl profes―
sores universit`独ios.De acordo conl a lnaio五a dos relatos confi`veis,ap」irneira
categoria,ou seJa,OS trabalhadores a distancia s′rJθ′ο sιれs“cOn■empregos regu―
lares para operar θルJjれι em casa,6 muito pequena no cottuntO e prOvavelmente
naO teri grande cresciinento em urrl futuro previsfvel.43 Nos Estados l」nidos,as
estimativas lnais altas avaliaranl cerca de 5,5 111ilh5es de lrabalhadores a distan_
cia instalados em casa cm 1991,mas deste total apenas 169らtrabalhavam 35
horas ou mals por semana,259ろtrabalhavanl menos quc um dia por semana,
sendo dois dias semanais o padrao lnais cOmumo Assinl,a percentagenl de traba―
lhadores quc em um dia detellllinado executam trabalhos a distancia vana,de―
pendendo das estilnativas,entre 19ろe2%do total da for9a de trabalho,c as
p五ncipais`壼eas rnetropolitanas da Calif6mia ostentanl as percentagens lnais al―
tas.44 Por Sua vez,o que parece estar surgindo 6 a telecomuta9ao em telecentrais,
isto 6,instala95es colrlcomputadores em rede espalhadas nos sub`rbios das ttas
metropolitanas para os trabalhadores atuarenl θκ―Jjκ
`colrl Suas empresas,45 com
a confilllla9五o dessas tendencias,as casas naO se tOrnarialr1 locais de trabalho,
mas a atividade de trabalho pode五a espalhar―se consideravellnente pela 6rea rnc_
tropolitana,intensificando a descentralizagao urbanao C)aumento do trabalho em
casa tamb6m poderi resultar de uma folllla de trabalho eletЮnico tercei]nzado
executado por lrabalhadores temporanos subcontratados mediante acordos in―
dividuais e pagos pelo volume do servi9o executado em processamento da
inforIIla9aO。46 Ё interessante notar quc,nos Estados Unidos,uIIla pesquisa
nacional de 1991 mostrou que menos da lnetade dos trabalhadores a distan_
cia instalados en■casa usavanl computadores:o restante trabalhava com tele―
fone,caneta e papel.47 Exemplos dessas atividades sa0 0s assistentes sociais
e os investigadores de fraudes na previdencia social do Condado de Los
Angeles.48(D quc certamente 6 significativo,c esti aumentando,6 o desen―
volvilnento do trabalho autOnomo e dos``complementadores'',quer enl hor`―
rio integral,qucr em meio exPedicnte,como parte da tendencia rnais ampla a
desagrega91o do trabalho c a forma910 de redes virtuais de neg6cios,confor―
me foi indicado nos capftulos anteriores.Isso nao implica o fim do escrit6-
O espa9o de fluxos 485
rio,Inas a diversifica9ao dos locais de trabalho para uma grande fra91o da
popula9ao e,cspeciallrlente,para o segmento lnais dinalFliCO de profissionais
liberais.Equipamentos de telecomputa91o cada vez maiS portiteis intensifi―
caraO essa tendencia para o escrit6rio m6vel,no sentido mais literal。
49
Como essas tendencias afetam as cidades?1)ados dispersos parecelll indi―
car quc oS problemas de transporte,cm vez de melhorar,piorarao pOrquc o au―
mento das atividades e a compresstto temporal possibilitados pela nova organiza―
910 CIIl rede transfollllam―se enm rnalor concentra91o dC Inercados enl certas areas
e elrl inaior mobilidade isica de uma for9a de trabalho,antes confinada a seus
locais de trabalho durante o expediente.50 0 tempo de deslocamento CIrlraztto do
trabalho mantttn―se em um nfvel constante nasをheas lnetropolitanas dos IEUA,
naO devido a inelhora da tecnologia,Inas por causa de ullrl inodelo mais descen―
tralizado de localiza9ao de empregos e residencias que pe■11lite fluxos de lF`fegO
mais ficil entre os sub`rbioso Nessas cidades,p五ncipallnente da Europa onde um
modelo radioconcentnco ainda predomina nos deslocamentos di歯dos(comO Pa_
五s,Madri ou Milao),O tempO de deslocamento para a ida ao trabalho e a volta a
casa 6 eno■11le,em especial para os ferenhos adeptos do autom6vel.51 QuantO)S
novas e sempre crescentes lnetr6poles asiiticas,sua cntrada na era da info■11la910
6 paralela a sua descoberta dos piores congestionamentos da hist6ria,de Bangkok
a Xangai.52
Astelecomprastamb6n■nao estavam se desenvolvendo)altura das expecta―
tivas,Inas acabaram impulsionadas pela concoHencia na lntemet.Mais comple―
mentavanl do que substituas`“cas comerciais.53 contudo,O Com6rcio eletrOnico,
conl bilh5es de d61ares de vendas θん―Jjκ`nos El」
A no natal de 1999,6 unl grande
acontecilnento novo(Ver capttulo 2)。N五o obstante,a importancia cada vez IIlalor
das transag6es θκ―Jjんι nao implica o desaparecimento doS Sんθppjκg θιれ′ιrs e das
l●aS VaraiStaso Na verdade,a tendencia 6 oposta:proliferam ttcas comerciais ao
redor da paisagem suburbana,com l●aS quc encarmnham os clientes a teminais
de pedidos θれ―Jjκ`para obter as lnercadorias,sempre entregues em domicnio。
54
Pode―se dizer o mesmo da maior parte dos SeⅣi90S θん―Jjκ`de atendilrlento ao
consunlidor.Por exemplo,o telebanco55 eSt`Se difundindo conl rapidez,espe―
ciallnente sob o impulso de bancos interessados enl eliminar agencias e substitui…
las por selwi9os οれ―ιjκι dc atendilnento ao COnsunudor e caixas eletrOnicos.Con―
tudo,as agencias bancarlas consolidadas continuan■como centrais de atendilnen―
to,para vender produtos flnanceiros aos clientes,Inediante unl relacionamento
personalizado.At6 οれ―Jjκι,as caracte」〔sticas culturais das localidades podelrl ser
importantes como fatores de localiza91o nas transa95es info■11latizadas.Assinl,a
First E)irect,teleagencia banc力na do Midland]Bank na Gra-lBretanha,situou―se
486 O espa9o de fluxos
em Lceds porque pesquisas“revelaram que o sotaque neutro de West Yorkshire
com dic9ao clara c aparente ausencia de caracte」〔stica indicativa de classe social
era o mais facilmente compreendido e acёito elrltodo o Reino Unido―unl ele―
mento vital em qualquer neg6cio com base enl comunica91o telefOnica''.561)eSSa
fo■11la,6 o sistema de agencias vendedoras,caixas autom`ticos,selvi9os de aten―
dimento ao cliente por telefonc e lransa95cs ο4-Jjんι que constitui o novo setor
bancano.
Os selwi9os de sa`de representam unl exeimplo ainda mais interessante da
dia16tica emergente entre a concentra9aO e a centraliza91o de atendimento de
usuarlos.Por ulrl lado,sistemas especializados,comunica96eS οκ―Jjれι e trans―
missaO de vfdeo de alta resolu9ao pe.11litenl a interconexao de assistencia rn6dica
≧distancia.Por exemplo,cm uma prttica quej`setomou comum,se nao rounei_
ra,enl 1995 cirurgi5es altamente qualificados supervisionaram por meio de
videoconfaCncia uma cilurgia realizada no outro lado do pa〔s ou dornundo,guian―
do literallnente a mao lnenos especializada de outro cilurgiao em unl corpo hu―
manoo Chιεた―
“
ρs regulares tamb6nl sao conduzidos via computador e telefone
com base cnn info■11la95es computadorizadas atualizadas dos pacientes.Centros
de assistencia m6dica de bailTos tem o apOio de sistemas de info.11la910 para
melhorar a qualidade c eficiencia de seu atendilnento de nfvel p」irn■doo Mas,por
outro lado,na maioria dos pafses os p五ncipais complexos in6dicos surgem em
locais especfficos,em geral,nas grandes tteas lnetropolitanaso Nollllalinente or―
ganizados em tottno dc unl grande hospital,com frequencia conectados a faculda―
des de inedicina c enfe.11lagenl,incluenl en■sua proxilrlldade ffsica clfnicas par―
ticulares chefiadas pelos ln6dicos lnais importantes do hospital,centros radio16-
gicos,laborat6五os para exalnes,fannaceuticos especializados e,nao raramente,
laas de presentes e funerttias para atender a toda a gama de possibilidadeso Na
verdade,esses complexos m6dicos representalrl importante fotta cultural e eco―
nOmica nas tteas e cidades em quc estao localizados e tendem a expandir―se
pelas vizinhan9as com o passar do tempo.QuandO for9ado a mudar de localiza―
910,Vaitodo o complexo.57
Escolas e universidades,paradoxallrlente,saO as institui96es lnenos afeta―
das pela 16gica vrtual embutida na tecnologia da infolllla9aO,apesar do uso pre…
visfvel quase universal de computadores nas salas de aula dos pafses desenvolvi―
doso Mas elas nao desaparecerao no espa90 virtualo No caso de escolasde ensino
fundamental e de ensino ln6dio,isso nao ocOFer`pOrque sao centrOs de atendi―
mento infantil e/ou reposit6五o dec五angas na inesma propor9ao em que saO ins…
titui95es educacionaiso No caso de universidades,porquc a qualidade da edu―
c"aO ainda cstl,c estarttporum longo tempo,associada)intensidade da intera91o
pessoalo Por conseguinte,as expe五encias en.larga escala de``universidades)
O esp"o de fluxos 487
distancia",independentemente de sua qualidadc(mi na Espanha,boa na Gra―
Bretanha),parecem posicion`―las como uma segunda op91o em fO■11las de edu…
Ca910,desempenhando papel significativo em ulrl futuro sistema aperfei9oado de
educagao de adultos,mas n五o como substitutas das atuais institui95es de edu―
ca9ao supeno■
C)quc esti surgindo,por6■1,nas universidades de qualidade 6 a combina―
91o do ensino ο4-Jjκ`)distancia conl o ensino jん
Jθεθ.Isso significa quc o futuro
da educagao supe五or nao ser`θれ¨Jjれ`,rnas enl redes entre n6s de infollllltica,
salas dc aula c o 10cal onde es"ja cada aluno.A comunica91o mediada por com―
putadores esti se difundindo em todo o mundo,cmbora apresente uma geografla
cxtremamente iregular como foi rnencionado no capttulo 5。Dessa maneira,al―
guns segmentos das sociedades de todo o globo,por ora concentrados nos estra―
tos proflssionais superiores,interagenl entre si,refor9ando a dilrlensaO sOcial do
espa9o de fluxos.58
N五o6necessmo esgotar a rela9五o de ilustra95es empf五cas dos impactos
reais da tecnologia da info■11la9五o sobre a dilnensaO espacial da vida cotidianao O
resultado de obselva95eS diVersas 6 um quadro similar de dispersao e concentra―
910 eSpacial simultaneas,via tecnologias da infoma91oo Cada vez mais,as pes―
soas lrabalham e administranl seⅣi9os de suas casas,como mostra a pesqulsa
realizadacm 1993 pelaFunda91o Europ6iapara aMelhoriada Qualidade de Vida
c Ambiente de rrrabalhO.59 Por Conseguinte,a``centralidade na casa"6 umaten―
dencia impOrtante da nova sociedadeo Poκlrl naO significa o filFl da Cidade,pois
locais de trabalho,escolas,complexos ln6diCos,postos de atendilnento ao consu―
nndoLをheas recreativas,rllas comerciais,sんoppjれgε`れ
′ικs,est`klios de esportes
e parques ainda existenl e continuarao existindoo E as pessoas deslocar―se-lo en―
tre todos esses lugares colrl rnobilidade crescente,exatamente devido a flexibili…
dade rec6m―conquistada pelos sistemas de trabalho e integra92o social elrl redes:
como o tempo fica inais flexfvel,os lugares tomam―se nlals singulares)inedida
quc as pessoas circulanl entre eles em um padrao cada vez mais m6vel。
Contudo,a intera91o entre a nova tecnologia da infolllla910 0 0S processos
atuais de transfo■11lagao social realmente tem um grande impacto nas cidades e
no espa9oo De um lado,o Jayθ
“
′da fo■11la urbana passa por grande transfo■11la―
950。Mas essa lFanSf0111la91o naO seguc um padrao`nico,universal:apresenta
varia92o conSiderivel que depende das caracte」〔sticas dos contextos hist6五cos,
tennto五ais e institucionais.De outro,a enfase na interatividade entre os lugares
rompe os padr5es espaciais de comportamento em uma rede fluida de intercam―
bios que fo■11la a base para o surgilnento de um novO tipo de espa9o,o espa9o de
fluxoso Elrn ambos os casos,devo fazer uma anllisc lnais五gorosa c elev`―la a um
nlvel mais te6rico.
488 O espa9o de fluxos
A transfo■11lagao da fO.11la urbana:a cidade info.11lacional
A era da infolllla9五〇esti introduzindo uma nova fo■11la urbana,a cidade
info.11lacionalo Contudo,como a cidade industrial nao foi uma r6plica rnundial de
Manchester9 a cidade info.11lacional emergente nao ser`uma c6pia do Vale do
Silfcio,muito menos de lLos Angeleso Por outro lado,como na era industrial,
apesar da diversidade extraordin歯Ha dos contextos ffsicos e culturais,h`algumas
caracte」〔sticas comuns fundamentais no desenvolvilnento transcultural da cidade
info.11lacionalo Defenderei quc,por causa da natureza da nova sociedade baseada
enl conhecimento,organizada elFl tOttno de redes e parcialmente fo■11lada de flu―
xos,a cidade infollllacional nao 6 uma fO■11la,mas um processo,um processo
caracteЁzado pelo predottnio estrutural do espa9o de fluxos.Antes de desenvol―
ver essa id6ia,penso que prilneiro 6 necessmo apresentar a diversidade das for―
mas urbanas emergentes no novo penodo hist6rico,para contrapor uma visao
tecno16gica p」irnitiva que ve o mundo atrav6s das lentes simplificadas de auto―
estradas inte■11liniveis e de redes de fibras 6ticas.
A ttJ″j″4α/raれたj“s“b“乃αんα Jθs Eslαグθsこ乃んjJθs
A imagen■de uIIlcresclnento homogeneo e intemin術el dos subttbios eをヒeas
metropolitanas como a cidade do futuro 6 aceita at'por scu relutante modelo,Los
Angeles,ctta COmple対dade contradi“五a6revelada pela maravihosa obra de Mike
Davis,αクげOIZ戒。ω Mas esta sugere uma tedencia pOderosa nas ondas conr
llllas de desenvolvimento suburbano da me晦ole nOrte―alnericana para o oeste c o
sul,benl como para o norte e o leste,aま
'o flm do IIllleni。
。Joel Ganeau captou as
semehan9as dessemodelo espacidnos EUA em seurelttojom」fsuco do desellvol―
vimento daEttι αク,COmO o面cleo do novo processo de urbaluz"お。Sua deini―
9おemptiCa de Edge City(Cidadc as Margens)cOmbina cinco criて五os:
Edge City 6 qualquerlugar que:a)tenha 465 mil rrletros quadrados ou lllais
de espa9o conl escttit6五os de aluguel――¨o local de lrabaho da era da infor―
magaO。b¨)tenha 56 mil metros quadrados ou mais de espa9o para Ser aluga―
do por l●as vareJistas.…c)tenha mais empregos que domit6五os.d)stta
percebido pela populagao comO um lug江..e)nao se parecesse com uma
“cidade''pelo menos tnnta anos atris.61
C)autor relata a prolifera910 desses lugares ao redor de Boston,Nova York,
Detroit,Atlanta,Phoenix,Texas,sul da Calif6mia,そ護ca da Bafa de Sao Francisco
O espa9o de fluxos
e Washington,I).Co Sao`reas de trabalho e centros de servi9os ao redor dos quais
qui10metros e qui10metros de unidades residenciais cada vez mais densas e de
uma s6 fanuqia organizam a vida particular``centrada na casa"。C)autor destaca
quc essas constela95es das 6壼eas lnetropolitanas:
sao ligadas,nao portrens e llletOs,mas porauto―estradas,corredores de acesso
a avi5es e antenas parab61icas de 9 metros de diametro nos terra9os dOS pr6-
dioso Seu rnonumentO CaracteゴstiCo nao 6 unlheま5ilnontado a cava10,mas OS
amos a c6u aberto quc abrigaln ttores sempre folhadas em sedes corpOrativas,
centros de condicionamento Fsico e sみθppJれg ειれ′θttSo Estas novasをヒeas ur¨
banas nao saO IIlarcadas pelas coberturas doS antigos五cos nem pelas casas
de cOmodos dos antigos pobres urbanos.Ern vez diSSO,o que caracte五za sua
estrutura 6 a famosa residencia independente para uma`nica famqia,a casa
suburbana cercada de gramado que fez dOS Estados Unidos a civiliza9ao
possuidora das lnelhores casas quc o mundojtt conheceu.62
Naturalmente,onde Gttcau ve o incans`vel espfl直to fronteilm9o da cultura
norte―ame五cana,que sempre c五a novas f0111las de vida c espa9o,James Howard
Kunstler ve o domfnio lastil■lvel da``geografia do lugar nenhun■",63 aSSiln
reacendendo un■debate existente hi dにcadas entre os defensores e os contestadores
da profunda separa9ao espacial dos I〕UA elllrelagaO a seu ancestral europeuo No
entanto,para o prop6sito de lrlinha anllise,deter―me―ei apenas em doiS pontos
principais desse debate.
P五rneiro,o desenvolvimento dessas constela95es livremente interelacio…
nadas nas`“eas inetropolitanas enfatiza a interdependencia funcional de unida¨
des e processos diferentes enl um dete」[unado sistema urbano porlongas dist`波1-
cias,nlinillllzand0 0 papel da contiguidade tettnto五al e rnaximizando as redes de
comunicagao em todas as suas dilnens5eso Fluxos de intercttbiO S五o os COmpO_
nentes essenciais da Edge City norte…ame五cana.64
Segundo,essa fo■11la espacia1 6 sem d`Vida muito especfica dos Estados
Unidos,pois,como Garreau adnlite,est`embutida en■unl padrao cllssico da his―
t6ria dos Estados Unidos,estilnuladorada busca continua de uma teFa prOmetida
cnl novos assentamentos.I〕rnbora o extraordin油do dinallnsmo quc isso represen―
ta,senl d`vida,tenha construFdo uma das na95eS Inais importantes da hist6五a,o
pre9o apagarfoi a gera91o de problemas sociais e ambientals assustadores ao longo
do tempoo Cada onda de cscapismo lsico e social(pOr exemplo,o abandono dos
centros das cidades,deixando as classes soCiais inferiores e as IIunorias 6tnicas
presas,encuraladas em suas mmas)叩rOfundou a c五se das cidades norte―ameri―
canas65 e dificultou ainda mais a administragao de uma infra―estrutura superam―
489
490 O espa9o de fluxos
pliada c uma sociedade superestressada.A menos quc o desenvolvilnento de“cc―
las particulares de aluguel''a oeste do Texas stta conSiderado um processo bem―
vindo para complementar o nao_investimento social e 3〔sico nas`ヒeas centrais das
cidades norte―ame五canas,aノ初カセιれαッακ′da cultura e do espa9o norte―alrle五ca―
nos parece ter alcan9ad0 0Slin五tes darecusade enfrentarrealidades desagrad`veis.
Dessa fo■11la,O perfil da C〕idade lnfo■11lacional norte―americana na0 6 tOtalinente
representado pelo fenOmeno da``Edge City",Inas pela relagao entre O desenvol―
vilnento r`pido dasを計cas lnetropolitanas,decadencia dos centros das cidades e
obsolescencia do ambiente constmfdo nos sub6rbios.66
As cidades europ6ias entraram na era da info■111"五〇de acordo com uma
linha diferente de reestrutura9ao espacial ligada)sua heran9a hiSt6五ca,embora
cncontrassenl quest6es novas,nelFI Sempre diversas daquelas surgidas no contex―
to norte―ame五cano。
6)θttαrttι ιναんι∫θθん″θ das θJdαグιs ι
"ヽ"ι
Jα∫
Vttdas tendencias constituenl a nova dinanlica urbana das p五ncipais`壼cas
metropolitanas europ6ias na d6cada de 1990。67
C)centro empresana1 6,como nos Estados Unidos,o motor econOnlico da
cidade em rede colFl a CCOnonlia global.O centro empresttnal consiste numa infra―
estrutura de telecomunica95es,comunica95es,seⅣi9os avan9ados e espa9os para
escrit6五os baseados enl centros geradores de tecnologia c institui95es educacio―
nais.Prospera em processamento de infolllla9aO e fun95es de controleo Geral―
mente 6 completado por instala95es de tu五smo e viagenso E um n6 da rede
inte■1lletropolitana.68 Portanto,o centro empresttnal nao existe por sirnesmo,rnas
pela sua conextto com outros locais equivalentes organizados em uma rede que
fo■11la a unidade real de gerenciamento,inova9五o e lrabalho.69
A nova clite pol■ica―empresarlal―tecnocratica reallnente cria espa9os ex―
clusivos taO segregados e distantes do cottuntO da cidade em geral,quanto os
bail■os burgueses da sociedade industrial,Inas,como a classe profissiona1 6 1naior,
em escala muito maio■Na maioda das cidades europ6ias(PanS,Roma,Madri,
Amsterda),aO cOntr`mo dos EUA一―sem considerar Nova York,a mais nao nor―
te―americana das cidades desse pafs一―as verdadeiras血℃as exclusivamente
residencials tendenl a aprop五ar a cultura c hist6五a urbanas,estabelecendo―se em
奮eas reabilitadas ou bem―preservadas da metr6poleo Colrl isso,enfatizam o fato
de que,quando a donuna910 6 estabelecida c imposta de fo■11la clara(diferente―
mente dos EUA dos novos五cos),a elite nao precisa cxilar―se no sub`rbio para
O espa9o de fluxos
escapar do populachoo Contudo,essa tendencia 6 1imitada no caso do Reino l」ni―
do,onde a nostalgia da vida da pequena nobreza do inte五or se transfo■11la cm
finas residencias 10calizadas enl sub`rbi6s selecionados das ttas metropolita―
nas,as vezes urbanizando chmoSas aldeias hist6ricas nas proximidades de uma
grande cidade.
O mundo Suburbano das cidades europ6ias 6 unl espa9o social diversifica―
do, segmentado em diferentes pe五fe五as nas viZinhan9as da metr6poleo Hl os
sub`rbios tradicionais das classes trabalhadoras,frequentemente organizados perto
de grandes cottuntOS habitacionais,desde recentemente conl o tttulo de propric―
dade do im6vel.Existenl as novas cidades,francesas,b」itanicas ou suecas,habi―
tadas por pessoas maisjovens e de classe m6dia,ctta idade difiCultou-lhes entrar
no mercado de moradias da metr6poleo E tamb6m hl oS guetos pedf6ricos de
COttuntOs habitacionais mais antigos,como o二α Cθ““
ι
“
ッι em Paris,onde po―
pula96es folllladas por novos imigrantes e famqias trabalhadoras pobres sentem
sua exclusaO dO``direito a cidade".Os sub`rbios tamb6m representanl o centro da
produ91o industrial das cidades europ6ias,tanto da ind`stna lradicional quanto
das novas ind`stnas de alta tecnologia,que se localizam nas perife五as rnais no―
vas e rnais cobi9adas elrl raztto do lneio ambiente das`績eas rnetropolitanas,sufi―
cientemente pr6ximos dos centros de comunicagao,pO“nl afastados dos antigos
ball■os lndustrials.
As metr6poles ainda sao rnarcadas por sua hist6五ao Assiin,os bail■os tradi―
cionais das classes trabalhadoras,cada vez mais povoados por trabalhadores do
setor de seⅣi9oS,constituem unl espa9o distinto,unl espa9o quc,por ser o mals
vulnerivel,se toma o campo de batalha cntre os esfor9os de redesenvolvilnento
por parte das empresas e da classe rn6dia alta c as tentativas invasoras das contra―
culturas(Amsterda,Copenhaguc,Berlim)quc tentam reapropriar o valor de uso
da cidadeo Consequentemente,tomam―se espa9os defensivos para trabalhadores
que桜)In apenas sua casa como motivo de luta,sendo ao meSmo tempo bail■os
populares significativos e prov`veis baluartes de xenofobia e localismo.
A nova classe in6dia de profissionais da ltturopa cst`dividida entre a atra―
9五o do confo●o pacffiCO dos sub`rbios desinteressantes e a mOVimenta910 de
uma vida urbana agitada c,freqtientemente,muito Carao C)equillD五〇entre os
modelos espaciais diferenciais de lrabalho das fam■ias com dOiS empregos com
frequencia dete」
「
unaalocalizagaOdelI:IIIIIn6。
foco dos guetos de imigran―A metr6pole,inclusive na Europa
teso Contudo,ao contrano dos guctos norte―ame五canos,a maioria dessas`薦cas
na0 6 taO carente enl tellllos eCOnOmicos porque os residentes imigrantes em
geral sao trabalhadores conl fortes la9os fanuliares.Desse modO,Contam com
492 O espa9o de fluxos
uma estrutura de apoio muito forte que lransfo■1■la os guetos curopeus en■comu―
nidades voltadas para a fam■ia, sem probabilidade de serem donlinados pela
c五rninalidade de mao Mais uma vez,a lnglatcra parece ser uma exce9ao a esse
respeito,pois alguns bai■os de mino五as 6tnicas em Londres(por eXemplo,Tower
Hamlets ou Hackney)ficam mais pr6ximos da expe五encia norte―americana quc
do La Goutte d'Or dc Paris.Paradoxalinente,6 nos p五ncipais bailTos adlrunistra―
tivos e de entretenimento das cidades europeias,seJa em Frankfurt,seJa cm Bar―
celona,que se encontra a Πlarginalidade urbanao Sua penetrante ocupa9五o das
mas lnais lnovilnentadas e dos pontos nodais de transporte p`blico 6 uma estrat6-
gia de sobrev市encia com o o可edVO de cstar presente,de fo■11la que possa recc―
ber a aten9aO p`blica ou fazer neg6cios particulares:assistencia da previdencia
social,lransa9五〇de drogas,neg6cios ligados a prostitui9五o ou aten9五o poliCial
costumeira。
Os p五ncipais centros metropolitanos europeus apresentam alguma varla―
910 na CStrutura urbana delineada,dependendo de seu papel diferencial na rede
europ6ia de cidades.Quant0 1nais baixa sua posi91o na nova rede infomacional,
maior seri a dificuldade na transi91o do est`gio industrial,e rnais tradicional ser`
sua estrutura urbana,conl antigos balrros e tteas comerciais desempenhando pa―
pel deteJttunante na dinanlica da cidade.Por outro lado,quanto mais alta sua
posi91o na estrutura competitiva da cconolrlia curop6ia,rnais significativo o pa―
pel de seus servi9os avan9ados no bailTo comercial, e mais intensa ser`a
reestrutura9五o do espa9o urbano.
O fator decisivo dos novos processos urbanos,na Europa c enl outrosluga―
res,6 o fato de o espa9o urbano ser cada vez mais diferenciado en■te■11los so―
ciais,cmbora estaa funcionalmente interelacionado a16m da proximidade isi―
ca.Acompanha a separa9五o entre significado simb61ico,localiza91ode fun95es
e a apropria91o soCial do espa9o na ttCa metropolitanao Esta 6 a tendencia quc
fundamenta a transfo■11la9五〇mais importante das fo■11las urbanas elFl tOd0 0
mundo,con■for9a especial nas tteas rec6m―industlnalizadas:o desenvolvilnento
de megacldades。
Urbαん姥αfαθ Jθ′ικιjァθ JηjJ∂んjθ′
“
ιgαεjグαごιs
A nova ccononlia global e a sociedade infollllacional emergente de fato
tenl uma nova fo■11la espacial que se desenvolve enl vttnos contextos geogrificos
e socials: as megacidades。70 Megacidades sao aglomera9ёes enolllles de seres
humanos,todas elas(13 na classifica9五o da ONU)com mais de dez milh5es de
O espa9o de fluxos
pessoas em 1992(ver tabela 6。l c igura 6。4),c quatrO praCtadas para ultrapassar
vinte lrulh5es em 2010,MaS O tamanho nao 6 sua qualidade definidorao Slo os
n6s da ccononua global e concentram tudO iStol as fung6es superiores direcionais,
produtivas e adnlinistrativas de todo O planeta;o COntrole da rnfdia;a verdadeira
pol■ica do poder;e a capacidade simb61ica de criar e difundir rnensagens.I〕las
tenl nomes,a rnaioria deles estranhos a rnatnz cultural europ6ia/norte―americana
ainda donlinante:rr6quio,Sao Paulo,Nova York,Cidade do M6XiCO,Xangai,
BOmbaim,Los Angeles,Buenos Aires,Seul,Pequim,Rio de Janeiro,Calcut`,
osaka.A161n dessas,MOSCou,Jacarta,Cairo,Nova Delhi,Londres,Paris,Lagos,
Dacca,Karachi,Tian〕ln e pOSSivellnente outras stto membros do clube.71 Nem
todas(por eXelrlplo,Dacca c Lagos)SaO centrOs influentes da ccononlia global,
mas conectanl enolllles segmentos da populagaO humana a esse sistema global。
Tamb6n■funcionanl como fmas para suas hinterlandias,isto 6,o paFs inteiro ou a
奮ea regional onde estao 10calizadaso As megacidades nao pOdenl ser vistas ape―
nas em te■11los de tamanho,rnas como uma fun9ao de seu poder gravitacional em
dire91o)sp五ncipais regi5es do mundO.Dessa folllla,HOng Kong na0 6 apenas
seus seis rnilh5es de habitantes,c GuangzhOu na0 6 s6 seus 6,511111h5cs de habi―
tantes:o quc esti surgindo 6 uma inegacidade com quarenta a cinqiienta milh5es
de pessoas,unindo Hong Kong,Shenzhen,Guangzhou,Zhuhai,Macau e pequc―
nas cidades em Pcarl River Delta,como ainda elucidareio As inegacidades articu―
lanl a ccononua global,ligaln as redes info■11lacionais e concentranl o poder rnun―
dialo Mas tamb6■■sao deposit慶das de todos esses segmentos da popula9ao quc
lutanl para sobreviver,benl como daqueles gmpos quc qucrem mostrar sua situa―
91o de abandono,para que n五o mOFam ignOrados em tteas negligenciadas pelas
redes de comunlca92o。
494 O espa90 de■uXOS
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R Rコ2い
(S09ЧIFШ ШЭ)SttI121Tq7Ч Op oN
O espa9o de fluxos
As lnegacidades concentram o melhOr e o pior―一dos inovadores e das
diferentes fo■11las de poder a pessoas sem importancia para a estrlltura,prontas a
vender sua irelevancia ou fazer quc``os outrOS''paguem por elao No entanto,o
quc 6 1nais significativo colrl rela9五o)s lnegacidades 6 quc elas estaO cOnectadas
extemamente a redes globais c a segmentos de seus pafses,embora intemamente
desconectadas das popula95es locais responsaveis por fung6es desnecessanas ou
pela mptura social.EIn lrllnha opiniaO,isso acontece com Nova York,ben■como
conl a Cidade do M6xico c em Jacarta.E ιstt εα″αθ′ιr脅′jθαグjs′jれたιグι ιS化じ′じ“
「
Sjεα ι SθθjαJ“
`κ
′ι εθκιθttααs cο″t θ gJοbο ιグι∫θοれιθttαα∫グθ JοθαJ 2“`′
οrrtα
αs“ιgαθjあルs“
“
α κOソα力r“α
“
乃ακα.Uma fo■11la caracte五zada pelas cone―
x5es funcionais por ela estabelecidas enl vastas extens5es de tennt6rios,Inas com
muita descontinuidade em padr6es de uso da terra.As hierarquias sociais e fun―
cionais das rnegacidades sao indistintas e rnisturadas em temos de espa9o,orga―
nizadas elrl acampamentos reduzidos e improvisadas de fo■1lla iregular por focos
inesperados de usos indes可
`veiSo As megacidades sao cOnstela95es descontmuasde fragmentos espaciais,pe9as funcionais e segmentos sociaiS.72
Para ilustrar a anllise citarei uma megacidade enl fo■11lagtto ainda ausente
do mapa,Inas quc,na lrlinha opiniaO,senl futurologia,ser`um dos principais
centros industnais,de neg6cios e culturais do s6culo XXI: o sistema regional
metropolitano fo■11lado por Hong Kong,Shenzhen,Cantao,Pcarl River l〕elta,
Macau c itthuhai。73 vamOS olhar o futuro megaurbano a partir dessa perspectiva
(Ver figura 6。5)。Em 1995,csse sistema cspacial,ainda senl nome,estendia―se por
50 mil kln2 conl uma popula91o total entre quarenta c cinqiienta nulh6es dc habi―
tantes,dependendo da dete」「
unagtto das fronteiraso Suas unidades,espalhadas
CIFl unl Centtno predominantemente lural,tinhanl conexao funcional dittda c co―
municavam―se por ineio de unl sistema de transporte multinodal composto de
estradas de fero,auto―estradas,estradas secundmas,vefculos anfleios,barcos c
avi5es,Havia novas superestradas enl constru9五o e o SiStema feHovi由直o estava
sendo totalinente eletnficado e rnunido de duas linhaso Havia um sistema de tele―
comunica95es por fibra 6tica em andamento para a conexlo intema de toda a
奮ea,benl como conl o mundo,p五ncipallrlente via csta95es terestres e telefonia
celul〔rt Estavaln sendo construFdos cinco acroportos novos em Hong Kong,Macau,
Shenzhen,Zhuhai c Guangzhou com capacidade de trifego praCtada para 150
Hlilh5es por ano.Tamb6nl estavam sendo construrdos.Ovos pOrtOs para a rnovl―
menta91o de cttgas ao norte de Lantau(Hong Kong),em Yiantian(Shenzhen),
Gaolan(Zhuhai),Huangpo(Guangzhou)c Macau,transfollllando―se na lllaior
capacidade portuana de uma dete■1llinada regitto en■todo o mundoo No centro
desse impressionante desenvolviinento metropolitano,encontram―se tres feno_
menos interligados:
495
496 O esptto de fluxos
Oingyuan
GuanOnin9 01
oo\Slhul
Taichen9
Zhongshan
Bao'an
Zhuhal shenzhen
cOnghuo
Nan3ha
)… _..._...・
・
/´
Cidadc p五ncipal
Cidadc lntcmedi血da
(I) centro urbano dc pcqueno portc
――ロー ーー ーー ー Concxao rodovlal■acln h
55
‐‐‐¨ ‐‐‐‐ Rodovias a serenl completadas
Figura 6.5 Representagao em diagrama dos p五ncipais n6s e elos na rcgiao urbana dc Pearl River
Delta
FοれたI Elaborada por Woo(1994)
?
?
O espa9o de fluxos
A transfo■11la9,o eCOnOnlica da China e sua vincula91o)economia global,
sendo Hong Kong unl dos pontos nodais dessa conexloo Assiin,cn■1981-
91,o PI]B da provfncia de Guandong cresceu 12,89らao ano em te■11los reais。
Investidores de Hong Kong aplicaram USS 40 bilh6es na China em 1993,o
que representou dois ter9os do total de investilnentos estrangeiros diretos.
Ao mesmo tempo,a China tamb6■l foi o maior investidor estrangeiro em
Hong Kong,com cerca de US$25 bilh6es por ano(em COmpara910 aos
USS 12,7 bilh6es do Japao)。(D gerenciamento desses fluxos de capital de―
pendia das transa95es cOmerciais operadas nas(c entre as)Vttrias unidades
deste sistema metropolitanoo Portanto,Guangzhou foi o verdadeiro ponto
de conexlo entre os neg6cios de Hong Kong e os govemos c empresas nao
s6da provfncia de Guandong,Inas tamb6m do inte五or da China.
A reestrutura91o da base econOmica de Hong Kong nos anos 90 1evou a um
encolhilrlento dristico de sua base industnal tradicional,a ser substitufda
por empregos enl servi9os avan9adoso Assinl,on`mero de trabalhadores
enl ind`stnas dessa cidade diminuiu de 837 11111 enl 1988 para 484 mil em
1993,enquanto o n`mero de empregados nos setores comerciais e de neg6-
cios aumentou de 947 nul para l,3 rnilh6es no lnesmo peゴodo.Hong Kong
desenvolveu suas fun95es de centro global de neg6cios.
Contudo,a capacidade de exportagaO de rnanufaturados de Hong Kong nao
desapareceu:simplesmente houve uma rnodifica91o de sua organiza9五o in―dustrial e da localiza91o espacial.I〕In cerca de dez anos,entre os lneados da
d6cada de 1980 c os meados dos anos 90,os industriais de Hong Kong
promoveranl um dos lnaiores processos de industnaliza91o em larga cscala
da hist6ria humana,nas pequenas cidades dc Pcarl River Delta.No final de
1994,os investidores de Hong Kong,usando freqtentemente rela95es fa―
miliares e locais,ha宙am estabelecido dez milブθj″ソιれ′
“
″S e Vinte rrul
fib五cas de processamento enl Pcarl River Delta,quc empregavam cerca de
seis milh6es de trabalhadores,dependendo das vanas estilnativas.A maior
parte dessa populagaO,ab五gada em al●amentOS de empresas em areas selrll―
mrais,vinha das provfncias vizinhas a16nl das fronteiras de Guandongo Esse
sistema industnal gigantesco estava sendo administrado diariamente a par―
tir de uma cstutura adlrllnistrativa de rnulticamadas baseada em Hong Kong,
VittandO regulattmente para Guangzhou,c o escoalllento da produ91o era
supelwisionado por adnunistradoreslocais em toda a`ヒea rllral.Hong Kong
e Shenzhen enviavam materiais,tecnologia c administradores,c os produ―
tos manufaturados,em geral,eram exportados de Hong Kong(realmente
ultrapassando o valor das exporta95es de Hong Kong),CmbOra a constru―
?
?
(3)
O espa9o de fluxos
9aO de nOvOs portos para movimenta950 de cargas elll Yiantian e Gaolan
visassenl a diversifica95o dOS 10Cais de exporta9ao。
Esse processo acelerado de industrializa91o direcionada para a exportagao
e de conex5es comerciais entre a China c a cconolFua g10ballevou a uma explo―
saO urbana senl precedenteso A Zona EconOmica Especial de Shenzhen,na fron―
teira de Hong Kong,cresceu de zero a l,5 11nlh6es de habitantes entre 1982 e
1995。Os govemoslocais de toda a`缶ea,abttotados de dinheiro dos investidores
chineses do exte五or9 embarcaram na construgao de grandes proJetOS de infra…
estmtura,dos quais o mais impressionante,ainda em fase de planttamentO na
фOCadaelaboragaOdestelivro,foi a decitto tomada pelo govemo local de Zhuhai
a respeito da constru910 de uma ponte de 60 km sobre o Mar do Sul da China para
ligar Zhuhai a Hong Kong por rodovia.
A Metr6pole do sul da China――ainda enl fo.11la950,Inas uma realidade
garantida一-6 uma novafo■1lla eSpacial.N五o6a Mega16pole tradicionalidentifi―
cada por Gottinan nos anos 60 na costa nordeste dos Estados I」nidoso Ao contr`―
rio desse caso cl`ssico,a regiao metropolitana de Hong Kong―Guandong nao 6
composta da conurbagao o〔sica de unidades urbanas/suburbanas colrl relativa au―
tonolrua funcional enl cada uma delas.Est`,rapidamente,se tomando uma uni―
dade econOlruca,funcional e sociallrlente interdependente, c ainda mais conl a
incorpora9,o fO.11lal de Hong Kong e Macau a chinao Mas h`descontinuidade
espacial consider`vel na tta,com povoados mrais,teras cultiv`veis e tteas
subdesenvolvidas separando os centros urbanos e,assinl,as fib五cas industriais
ficanl espalhadas por toda a regiaoo As conex6es intemas da`静ea c a indispensl―
vel conexao de tOdo o sistema conl a econonlia global via m`ltiplos elos de co―
munica9ao sao a verdadeira espinha dOrsal desta nova unidade espacial.Os flu―
xos definem a f0111la c os processos espaciais.Dentro de cada cidade,cnl cada
奮ea,ocorrem processos de segrega9五o e segmentagao cm um padrao sempre
vari`vel.Mas essa diversidade segmentada depende de uma unidade funcional
marcada pelas infra…estruturas gigantescas com uso intensivo de tecnologia,quc
naO parecenl conhecer nenhum outro lilrlite a nao ser a quantidade de`gua doce
quc a regiao ainda consegue recuperar da ttea do East Rive■重prOv`vel quc a
Metr6pole do sul da China,htte percebida apenas vagalrlente na lrlaior parte do
mundo,se tome a face urbana mais representativa do s6culo XXI.
As tendencias atuais apontam na dire9ao de Outra lnegacidade asi`tica em
escala ainda rnaior quando,noi≦cio do s6culo XXI,o cottdOr T6quio―Yokohama―
Nagoya G`ulrla unidade funcional)eStiVer unido a Osaka―Kobe―Kyoto,c五ando a
maior aglomera9五o metropolitana da hist6ria humana nao apenas elFl te■11los de
popula91o,Inas tamb6nl enl poder econOnlico e tecno16gico.
O espa9o de fluxos
des.Isso porquc as lnegacidades saO:
O centros de dinanlismo econOnlico,tecno16gico e social em seus plfSes e
憩ぶ誌譜盤:認ぶ猟:驚翼鶴rttT8躍種批£
do desempenho das megacidades,apesar de a ideologia da pequena
cidade ainda continuar difundida enl ambas as na95es;
。 centros de inova91o cultural e pol■ica;°
1脳滉罵驚:冨:峨譜::∬lぎ躙どIF為鯖殿:認
semdttidaalguns fatoКs diminuira0 0五tmo de cКscimento das megaci―
鷺鍮珊響鰍
盤盤 棚 謂 留訳器 L∴艦 龍艦 脚 基
:‖:撚驚欄掘滅驚驚聾i
∝m。量留∬1欝ふ:1釜:肥露::ir:肌霜T盟:篤麗L驚:
inevit`vel digressao pelas pistas incertas da teo五a de espa9o。
A teo五a social de espa9o c a teo五a do espa9o de fluxos
Espa9o 6 a expressaO da sOciedade.Uma vez que nossas sociedades estao
passando por transfolllla95es estruturais,6 razo`vel sugedr que atuallnente estao
500 O esptto de fluxos
surgindo novas fo■11las e processos espaciais.A finalidade desta anllise 6 identi―
ficar a nova 16gica que fundamenta essas fo■11las e processos。
N五o6uma tarefa ficil porquc o conhecimento,aparentemente simples,de
uma rela91o Significativa entre sociedade c espa9o esconde uma complexidade
fundamental,uma vez quc o espa9o na0 6 reflexo da sociedade,6 sua expressao.
EIn outras palavras:o espa9o nao 6 uma fOtOc6pia da sociedade,6 a sociedade。
As fo■1llas e processos espaciais saO cOnstitufdos pela dinanuca de toda a estrutu―
ra socialo H`inclusao de tendencias contradit6rias de五vadas de conflitos e estra―
t6gias entre atores sociais quc representan■interesses e valores opostoso Ade―
mais,os processos sociais exercelll influencia no espa9o,atuando no ambiente
construrdo,herdado das estl■lturas socioespacials ante五oreso Na verdade,ιQραgο
び′θη οθ′Js′αJJzαdO. Para abordar tal complexidade nos te.11los maiS Simples
possfveis,vamos prosseguir passo a passo. ′
C)que 6 espa9o?E〕In ffsica,espa9o nao pOde ser definido fora da dinalrllca
da mat6ria.Enl teoda social,cspa9o nao pode ser definido senl rcfe£ncia)s
prtticas sociaiso Como no passado j`me dediquei a este campo de teo五za9五o,
ainda abordo o tema adlrlltindo quc``espa9o 6 um produto lnate五al elFl rela9ao a
outros produtos materiais一―inclusive as pessoas一―as quais se envolvem em
rela95es sociais lhistO五Camente]dete.lllinadas que dtto ao espa9o uma fo■11la,
uma fun9五o c um sentido social''.74]Em fo■11lula91o conVergente e mais clara,
David Halvey,cm seu recente livro ttι Cοれ″′jοんび PθS′Zκιοグθ′ηj″,afima quc,
“sob uma perspectiva rnate五alista,podemos argumentar quc concep95es tempo―
rais c espaciais ottet市aS SaO necessariamente c五adas por meio de pr`ticas e pro―
cessos materials que selwem para reproduzir a vida social.¨lUm axioma funda―
mental de nlinha investiga9五o6quc o tempo c o espa9o nao pOden■ser entendi―
dos independentemente da a95o social''.75 1Dessa folllla,temos de definir9 em nf―
vel geral,o quc 6 espa9o dO ponto de vista das praticas sociais;depois,devere―
mos identificar a especificidadc hist6五ca das priticas socials,por exemplo,as da
sociedade infollllacional que 6 a base do surgilnento c consolida91o de novas
fo■11las e processos espaciais.
Do ponto de vista da teoria social,`ψαfο ιοs“ρθrte′πα″
`rjα
Jグ
`′
″宅,′jθαs
SOθjαJSグ
`′
ιη ο
`θ
η αr′jJλαdο.Imediatamente acrescento quc qualquer suporte
material tenl sempre sentido simb61ico.Por priticas sociais de tempo comparti―
lhado,refiro…me ao fato de quc o espa9o reine essas praticas que sao simultaneas
no tempo.E a articula9ao rnaterial dessa simultaneidade que di sentido ao espa9o
ッjs_aッ¨js a sociedadeo Tradicionallnente,essa id6ia foi assinlilada)contiguidade.
Mas 6 essencial que separemos o conceito bisico de suporte rnate五al de priticas
simultaneas da n。95o de contiguidade,a fim dejustificar a poss市el e対s∝ncia de
O espa9o de fluxos
職聞£電鳳 :it」鮒T:彙憮j肥!:盟辮ぷ∬棚脱翼1
info■11la9ao.
Afi■11lei,nos capttulos anteriores,que nossa sociedadc est`construfda

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