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Drogas de Abuso

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Drogas de Abuso 
A fabricação, distribuição e uso das 
designer drugs está aumentando. Alguns fármacos 
muito familiares aos neurologistas estão sendo 
abusados ​​na população em geral em taxas 
crescentes para atingir níveis eufóricos e 
potencializar os efeitos dos opiáceos. Além disso, 
mesmo os narcóticos ilícitos bem conhecidos, 
como a heroína, apresentam perigos acima de sua 
linha de base por causa da “combinação” de 
aditivos ou substitutos como o fentanil e compostos 
relacionados. Esses agentes clandestinos 
aumentam a potência do que se pensa serem 
dosagens típicas para níveis letais, levando a mais 
mortes por overdose não intencionais. O abuso de 
drogas deve ser considerado no diagnóstico 
diferencial não apenas para alterações agudas e 
subagudas nas funções neurológicas, mas também 
para alterações crônicas. De acordo com o Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 
as características de um transtorno de abuso de 
substâncias incluem a tolerância de doses cada 
vez maiores para atingir o mesmo efeito, efeitos de 
abstinência após a cessação e comportamentos 
inadequados para satisfazer desejos. 
 
Opioides 
Intoxicação por opiáceos produz analgesia 
significativa e euforia. Exame físico inclui miose e 
supressão da tosse (ou diminuição da falta de ar 
em pessoas com insuficiência respiratória ativa) 
pela depressão central do impulso respiratório. 
Paciente pode sentir prurido, sudorese, diminuição 
da libido e constipação. Combinada a outras 
drogas, como heroína e outros opióides, injetados 
ou inalados, as pessoas têm uma sensação de 
"ímpeto" quase imediata, que é interpretada como 
uma sensação falsa, mas intensa, de calor, 
bem-estar e peso no corpo. Efeitos imediatos 
semelhantes podem ser observados com a 
cocaína e o crack. A overdose de opioides é 
caracterizada pela tríade característica de 
depressão respiratória, coma e miose. Tratamento 
é centrado no suporte ventilatório e na 
administração imediata de naloxona (um 
antagonista opioide). A duração do efeito da 
naloxona é curta. Tendências recentes mostram 
que as overdoses de heroína, cocaína e outras 
drogas de rua são agora cada vez mais mortais por 
causa do "laço" com opioides sintéticos. Esses 
compostos sintéticos não são detectados em 
ensaios convencionais de triagem de drogas e 
exigem métodos específicos — as chamadas telas 
opioides direcionadas (no caso do fentanil), que 
estão disponíveis em muitos hospitais, ou mesmo 
espectrometria de massa de alta resolução por 
cromatografia líquida. A abstinência de opióides é 
frequentemente descrita como um caso muito 
grave de gripe, caracterizada por mialgia 
significativa, hipertermia, calafrios, piloereção, 
rinorreia, vômitos, diarreia e irritabilidade — quase 
nunca mortal. A insuflação de heroína 
(perseguindo o dragão) foi associada a múltiplas 
sequelas neurológicas graves, como a 
leucoencefalopatia espongiforme tóxica 
progressiva. Uma apresentação típica é abulia 
progressiva, bradicinesia, ataxia e, eventualmente, 
espasticidade ao longo de 1 a 2 semanas após 
meses de exposição ao vapor de heroína. RM 
revela sinais importantes na substância branca do 
cérebro e cerebelo. Leucoencefalopatias fatais 
mais agudas também resultam de overdose de 
opióides, assim como edema cerebelar agudo que 
causa herniação e hidrocefalia e mielopatia aguda 
(podem possuir características clínicas e de 
imagem consistentes com infarto da medula 
espinhal). 
 
Gabapentinoides 
Gabapentina e a pregabalina são 
medicamentos usados para o tratamento de dores 
neuropáticas e, mais recentemente, também se 
tornaram drogas de abuso. Causam euforia e 
potencializam efeitos dos opioides. No entanto, a 
gabapentina sozinha, mesmo em doses 
excessivamente altas, geralmente não é letal. 
 
Sedativos/Hipnóticos 
Benzodiazepínicos (lorazepam, diazepam, 
clonazepam, temazepam e alprazolam), 
barbitúricos (fenobarbital, pentobarbital e butalbital) 
e algumas outras substâncias. Levam à sedação 
intensa. Promovem um efeito inibitório na 
neurotransmissão, por isso são usados 
convencionalmente como medicamentos 
anticonvulsivantes, ansiolíticos e sedativos para 
procedimentos. Intoxicação produz um estado de 
sonolência, euforia, amnésia de eventos recentes, 
depressão respiratória (podendo causar 
hipopneia/apneia com risco de coma ou morte). 
Estes medicamentos compartilham propriedades 
com o etanol, por isso a síndrome de abstinência é 
parecida: alucinações, diaforese, agitação e a 
consequência mais temida, convulsões. Uso 
prolongado: comprometimento cognitivo e também 
leva à tolerância e dependência física. Parada 
deve ser gradual. Hipnóticos incluem Zolpidem e o 
GHB (droga de clube) que era/é usado devido a 
seus poderes sedativos e amnésicos como uma 
droga de “estupro” que não seria detectada em 
exames de drogas convencionais. Usado 
concomitantemente com álcool potencializando 
seus efeitos. Pode levar a coma e, de repente, 
estado de alerta total. 
 
Psicoestimulantes 
Classe complexa (muitos componentes + 
novidades recentes) que inclui cocaína, 
metanfetamina, MDMA (ecstasy - droga de clubes 
pois melhora a experiência da festa, criando uma 
sensação de calor, maior vigilância, uma sensação 
de conexão interpessoal, experiência sexual 
aprimorada e desinibição) e a catinona e 
derivados. Principal composto: feniletilamina. 
Todos os medicamentos dessa classe aumentam a 
neurotransmissão, causando euforia e, facilmente, 
tornando-se vício. Por outro lado, a retirada, ou 
“queda”, produz aumento da fome, depressão e 
fadiga. Abstinência leva a desejos intensos, mas 
não fatal. Overdoses levam a um estado delirante 
com risco significativo de arritmia cardíaca, 
convulsões, hipertermia acentuada, emergência 
hipertensiva, rabdomiólise e características 
psicóticas. Nos derivados de catinona, os sinais de 
intoxicação são agitação, alucinações e 
taquicardia, podendo causar síndrome de delírio 
excitado que pode levar à violência, automutilação 
e eventos cardíacos adversos. Complicações 
neurológicas potenciais são diversas e incluem: 
cocaína ~ risco aumentado de convulsão e causa o 
fenômeno kindling, no qual a probabilidade de 
convulsões recorrentes continua a aumentar com o 
tempo, apesar de tomar doses não escalonadas da 
droga; MDMA/Ecstasy ~ convulsões, hipertermia, 
hipercinesia, diarreia, hiponatremia, 
hepatotoxicidade e até bruxismo. Impurezas do 
processo de fabricação ou reagentes usados ​​na 
síntese de drogas às vezes podem ter efeitos 
neurotóxicos. O uso de cocaína, anfetaminas, 
catinonas sintéticas e MDMA contribui 
potencialmente para a indução de hipertensão 
grave e vasoconstrição cerebral que pode levar a 
hemorragia intraparenquimatosa, acidente vascular 
cerebral isquêmico e síndrome de vasoconstrição 
cerebral reversível. Há comprometimento cognitivo 
com o abuso dessas substâncias, como prejuízo 
no aprendizado, mas ainda precisam ser 
estudados. 
 
Maconha 
Desenvolvida a partir da planta cannabis. A 
onda de maconha é comumente descrita como 
uma sensação de despreocupação, uma alteração 
no sentido da passagem e da percepção do tempo, 
despersonalização, vontade de rir das coisas e 
aumento do apetite. Paranóia,disforia ou intrusões 
psicóticas indesejáveis podem ocorrer. Sintomas 
de abstinência são incomuns, mas dependência 
psiquiátrica pode ocorrer. É mais comumente 
inalada, mas pode ser usada em doces, brownies e 
biscoitos. Derivados sintéticos são piores, com 
mais manifestações neurológicas e complexidade. 
Drogas “legais” pois não detectadas nos testes de 
triagem. Sintomas de canabinóides sintéticos 
incluem: neuropsiquiátricos ~ ansiedade, agitação, 
paranóia, delírios e psicose; e clínicos ~ 
taquicardia, diaforese, hipocalemia e um risco 
notável de convulsões. Contaminantes na 
produção caseira também oferecem inúmeros 
riscos. Maconha e canabinóides sintéticos foram 
associados ao derrame em jovens, AVC por 
vasoconstrição intracraniana multifocal e é um fator 
de risco para a síndrome de vasoconstrição 
cerebral reversível. Prejuízo cognitivo devido ao 
uso crônico de cannabis não está bem definido. 
 
Alucinógenos 
Podem ser feitos de plantas, cogumelos. 
Efeito primário dessas drogas é produzir uma 
percepção sensorial alterada (intensificação de 
sons, cheiros, cores) e alucinações francas. 
Sintomas somáticos como náuseas, vômitos e 
parestesia podem preceder os efeitos psicodélicos. 
As viagens podem ser boas ou ruins (alterações 
perceptivas desagradáveis ​​ou induzem à paranóia 
e ao pânico). Intoxicações graves e sobredosagem 
são tratadas com calmantes e medicamentos para 
reduzir a agitação prejudicial, se necessário. 
Síndrome de abstinência física não é comum. 
Causam flashbacks, LSD mais ainda, podendo 
causar distúrbio de percepção persistente 
alucinógeno quando flashbacks são frequentes e 
desagradáveis, chegando a afetar a vivência. 
 
Fenciclidina 
Conhecida como pó de anjo. Usuários 
podem apresentar manifestações psicóticas 
agudas profundas e pressão arterial elevada. 
Consciência varia de estados de agitação a retardo 
e até mesmo coma. Pode causar alucinações, 
delírios ou estado catatônico (incapacidade de se 
mover corretamente), convulsões e mioclonia. 
Tratamento para sobredosagem grave inclui 
benzodiazepínicos para convulsões e agitação e 
suporte cardiopulmonar. Paciente em recuperação 
da intoxicação por fenciclidina podem ter reação 
de emergência após a interrupção da exposição 
enquanto a eliminação da droga ainda está em 
andamento, manifestando-se com recorrência de 
psicose, mudança de comportamento e distúrbio 
do humor. 
 
Inalantes 
Agentes domésticos ou industriais contêm 
líquidos voláteis, cujos vapores podem ser inalados 
intencionalmente ou não, criando um estado de 
embriaguez semelhante ao convencional com 
álcool etílico. Euforia (curta duração) da 
embriaguez pode ser seguida por uma sensação 
de depressão e desapontamento. Níveis intensos: 
convulsões e alucinações. Derivados podem 
causar demência, leucoencefalopatia, neuropatias 
periféricas, deficiência funcional de vitamina B12 
(levando à degeneração da medula espinhal). 
 
Anticolinérgicos 
Encefalopatia, pupilas dilatadas, 
taquicardia, boca seca, constipação, anidrose e 
retenção urinária. Convulsões, mioclonia e coma = 
casos graves. Usados pela sedação eufórica. 
Abstinência física não é comum. 
 
Tabaco/Cigarros Eletrônicos 
Sequelas de abuso de tabaco são bem 
conhecidas, principalmente as decorrentes de 
doença cerebrovascular. Cigarros eletrônicos 
parecem ter associação a convulsão e morte 
cardíaca. Além da mais comum lesão pulmonar. 
 
Etanol 
Sintomas comuns incluem jocularidade, 
disartria atáxica, ataxia de membros, ataxia da 
marcha, desinibição e sonolência. Intoxicação 
grave: coma e depressão respiratória 
potencialmente fatal. Abusadores crônicos do 
álcool apresentam o estado de abstinência delirium 
tremens e é caracterizado por delirium agitado, 
taquicardia, hipertermia, alucinações e convulsões 
generalizadas. O abuso crônico de álcool é tóxico 
para o sistema nervoso de várias maneiras, 
incluindo toxicidade cerebelar, neuropatia periférica 
e comprometimento cognitivo crônico que pode ser 
irreversível. A encefalopatia hepática é uma 
característica fundamental da cirrose alcoólica. 
Abuso crônico pode desenvolver deficiências 
nutricionais que levam a lesões neurológicas, 
como na Encefalopatia de Wernicke que, se não 
tratado, pode evoluir para Síndrome de Korsakoff.

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