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Livro- Texto - Unidade I

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Autor: Prof. Cassio Marcos Vilicev
Colaboradores: Prof. Thiago Macrini
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Anatomia Básica 
dos Sistemas
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Professor conteudista: Cassio Marcos Vilicev
Cassio Marcos Vilicev é graduado em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes e em Fisioterapia pela 
Universidade Bandeirante de São Paulo. É doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia 
da Universidade de São Paulo e mestre em Ciências pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de 
São Paulo. Possui especialização em Educação a Distância pela UNIP e em Didática do Ensino Superior pela Universidade 
Sant’Anna (1999). Atualmente, cursa Formação Pedagógica em História pela UNIP (EaD).
Foi professor de Educação Física em escolas e clubes desportivos de São Paulo e no curso de graduação em 
Educação Física e Enfermagem do Centro Universitário Santa Rita e das disciplinas Anatomia Humana, Cinesiologia 
e Semiologia na UNIP. Atualmente, é professor titular da UNIP nos cursos presenciais de Fisioterapia, Enfermagem, 
Nutrição, Farmácia, Biomedicina, Estética e Cosmética e Educação Física na modalidade presencial, de Educação Física, 
Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição, Farmácia e Biomedicina na modalidade EaD e de pós‑graduação.
Foi consultor na elaboração de questões para o Serviço Nacional do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de 
Aprendizagem do Transporte (Senat), de Educação Física, junto à Empresa EGaion.
Tem publicado vários trabalhos em diversas áreas das ciências biomédicas, como Anatomia dos Sistemas: Educação 
Física e Anatomia dos Sistemas: Enfermagem, entre outros.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
U503.03 – 19
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V586a Vilicev, Cassio Marcos.
Anatomia Básica dos Sistemas / Cassio Marcos Vilicev. – São 
Paulo: Editora Sol, 2019.
268 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXV, n. 2‑212/19, ISSN 1517‑9230.
1. Morfologia. 2. Coração. 3. Aparelho respiratório. I. Título.
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Juliana Muscovick
 Lucas Ricardi
 Vitor Andrade
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Sumário
Anatomia Básica dos Sistemas
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA ................................................................................................................... 13
1.1 Período pré‑científico ......................................................................................................................... 14
1.2 Período científico ................................................................................................................................. 15
1.2.1 Mesopotâmia e Egito ............................................................................................................................ 15
1.2.2 Grécia Antiga ............................................................................................................................................ 16
1.2.3 Roma ............................................................................................................................................................ 21
1.2.4 A contribuição do povo islame ......................................................................................................... 25
1.2.5 O Renascimento ...................................................................................................................................... 26
1.2.6 As ciências contemporâneas .............................................................................................................. 32
1.3 Bases gerais da anatomia ................................................................................................................. 34
1.3.1 Divisão da anatomia: estudos............................................................................................................ 35
1.4 Anatomia sistêmica e topográfica ................................................................................................ 41
1.4.1 Anatomia sistêmica................................................................................................................................ 41
1.4.2 Anatomia topográfica ........................................................................................................................... 44
1.5 Terminologia anatômica .................................................................................................................... 44
1.6 Conceito de normal e variações anatômicas ............................................................................ 45
1.6.1 Fatores gerais de variação anatômica ............................................................................................ 46
1.7 Anomalias ................................................................................................................................................ 53
1.8 Monstruosidade .................................................................................................................................... 58
1.9 Divisão do organismo humano ....................................................................................................... 60
1.10 Posição anatômica............................................................................................................................. 61
1.11 Planos de delimitação do organismo humano ...................................................................... 61
1.12 Planos de secção do organismo humano ................................................................................ 62
1.13 Termos de posição e direção ......................................................................................................... 65
1.14 Eixos de movimento ......................................................................................................................... 67
1.15 Cavidades corporais .......................................................................................................................... 68
1.16 Princípios gerais de construção do organismo humano ................................................... 70
1.16.1 Antimeria ................................................................................................................................................. 70
1.16.2 Metameria ...............................................................................................................................................71
1.16.3 Paquimeria .............................................................................................................................................. 71
1.16.4 Segmentação ......................................................................................................................................... 71
1.16.5 Estratimeria ou estratificação ......................................................................................................... 72
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2 OSTEOLOGIA ...................................................................................................................................................... 73
2.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos ......................................................................... 76
2.2 Arquitetura óssea ................................................................................................................................. 79
2.3 Periósteo e endósteo ........................................................................................................................... 81
2.4 Vascularização óssea ........................................................................................................................... 82
2.5 Inervação óssea ..................................................................................................................................... 83
2.6 Morfologia óssea .................................................................................................................................. 83
2.7 Características anatômicas de superfície dos ossos ............................................................... 88
2.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos ............................................................ 92
2.9 Divisão do esqueleto ........................................................................................................................... 93
2.9.1 Esqueleto da cabeça .............................................................................................................................. 94
2.9.2 Ossos do neurocrânio ............................................................................................................................ 97
2.9.3 Ossos da face ............................................................................................................................................ 97
2.9.4 Ossos do esqueleto da cabeça em conjunto ................................................................................ 98
2.9.5 Esqueleto do pescoço ............................................................................................................................ 98
2.9.6 Esqueleto do tronco ............................................................................................................................... 99
2.9.7 Esterno ......................................................................................................................................................100
2.9.8 Costelas .....................................................................................................................................................100
2.9.9 Coluna vertebral ....................................................................................................................................102
2.9.10 Cintura escapular ...............................................................................................................................103
2.9.11 Membro superior ................................................................................................................................104
2.9.12 Cintura pélvica ....................................................................................................................................106
2.9.13 Membro inferior..................................................................................................................................109
Unidade II
3 ARTROLOGIA ...................................................................................................................................................115
3.1 Articulações fibrosas .........................................................................................................................116
3.1.1 Suturas ...................................................................................................................................................... 116
3.1.2 Sindesmoses ............................................................................................................................................118
3.1.3 Gonfoses ...................................................................................................................................................118
3.1.4 Esquindilese .............................................................................................................................................119
3.2 Articulações cartilagíneas ...............................................................................................................120
3.3 Articulações sinoviais .......................................................................................................................121
4 MIOLOGIA .........................................................................................................................................................126
4.1 Tipos de músculos ..............................................................................................................................127
4.2 Papéis dos músculos .........................................................................................................................129
4.3 Componentes macroscópicos dos músculos estriados esqueléticos.............................129
4.4 Nomenclatura dos músculos estriados esqueléticos ...........................................................132
4.4.1 Localização ............................................................................................................................................. 132
4.4.2 Tamanho relativo ................................................................................................................................. 132
4.4.3 Forma ........................................................................................................................................................ 132
4.4.4 Disposição das fibras musculares .................................................................................................. 133
4.4.5 Número de origens .............................................................................................................................. 136
4.4.6 Número de inserções .......................................................................................................................... 137
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4.4.7 Localização de suas fixações ........................................................................................................... 137
4.4.8 Número de ventres .............................................................................................................................. 138
4.4.9 Embriologia ............................................................................................................................................ 140
4.4.10 Ação ........................................................................................................................................................ 140
Unidade III
5 CORAÇÃO .........................................................................................................................................................145
5.1 Volumes e pesos do coração ..........................................................................................................148
5.2 Localização do coração....................................................................................................................148
5.3 Limites do coração .............................................................................................................................149
5.4 Configuração externa do coração ...............................................................................................150
5.5 Configuração interna do coração ................................................................................................153
5.6 Características morfofuncionais do átrio direito ..................................................................154
5.7 Características morfofuncionais do átrio esquerdo .............................................................156
5.8 Características morfofuncionais do ventrículo direito .......................................................156
5.9 Características morfofuncionais do ventrículo esquerdo ..................................................157
5.10 Tipos de circulação do sangue ....................................................................................................159
5.10.1 Circulação sistêmica e pulmonar ................................................................................................ 159
5.10.2 Circulação portal ................................................................................................................................161
5.10.3 Circulação cardíaca ............................................................................................................................161
5.10.4 Circulação fetal .................................................................................................................................. 163
5.10.5 Circulação colateral .......................................................................................................................... 164
5.11 Aparelho valvar do coração .........................................................................................................164
5.12 Microanatomia .................................................................................................................................168
5.13 Pericárdio ............................................................................................................................................169
5.14 Complexo estimulador do coração ...........................................................................................170
6 VASOS DE SANGUE E LINFÁTICOS ..........................................................................................................171
6.1 Circuito sistêmico ...............................................................................................................................176
6.2 Aorta e seus ramos ............................................................................................................................177
6.3 Tronco pulmonar ................................................................................................................................183
6.3.1 Artérias pulmonares ........................................................................................................................... 183
6.4 Irrigação da cabeça e do pescoço................................................................................................183
6.5 Irrigação dos membros superiores ..............................................................................................185
6.6 Irrigação da região pélvica .............................................................................................................188
6.7 Irrigação dos membros inferiores ................................................................................................189
6.8 Sistema linfático .................................................................................................................................191
6.8.1 Anatomia ............................................................................................................................................... 192
Unidade IV
7 SISTEMA RESPIRATÓRIO: NARIZ, FARINGE E LARINGE ..................................................................205
7.1 Nariz.........................................................................................................................................................206
7.2 Cavidade nasal .....................................................................................................................................207
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7.3 Seios paranasais ..................................................................................................................................210
7.3.1 Seios frontais ..........................................................................................................................................210
7.3.2 Seios maxilares .......................................................................................................................................210
7.3.3 Seios esfenoidais ................................................................................................................................... 211
7.3.4 Células etmoidais .................................................................................................................................. 211
7.4 Faringe ....................................................................................................................................................212
7.4.1 Dimensões ................................................................................................................................................212
7.4.2 Cavidades da faringe ...........................................................................................................................212
7.4.3 Parte nasal da faringe .........................................................................................................................212
7.4.4 Parte oral da faringe ............................................................................................................................213
7.4.5 Parte laríngea da faringe ...................................................................................................................214
7.4.6 Músculos da faringe ............................................................................................................................214
7.5 Laringe ....................................................................................................................................................215
7.5.1 Papéis da laringe ...................................................................................................................................215
7.5.2 Esqueleto da laringe ............................................................................................................................216
8 SISTEMA RESPIRATÓRIO: TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÕES .................................................221
8.1 Brônquios ..............................................................................................................................................222
8.2 Pulmões ..................................................................................................................................................223
8.3 Segmentação broncopulmonar ....................................................................................................225
8.4 Pleura ......................................................................................................................................................225
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APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Esta disciplina tem como objetivo servir de alicerce e recurso aos alunos que buscam profissões 
relacionadas à área da saúde, entre elasa Estética e Cosmética. Preparado para enriquecer os cursos 
que abordam anatomia humana, este livro‑texto traz uma introdução indispensável a esse assunto. 
O objetivo é beneficiar as informações aplicadas das estruturas anatômicas do organismo humano 
e as noções sobre as bases para o aproveitamento de outras disciplinas básicas. Aqui são retratadas 
experiências práticas que permitem aos universitários da área da saúde a utilização de episódios 
referentes às situações fidedignas nas quais eles poderão se deparar na profissão que optaram.
Inicialmente, é contada a história da anatomia e suas bases gerais e, em seguida, são abordadas 
generalidades do esqueleto e dos ossos. Posteriormente, são estudadas as articulações, como as sinartoses, 
anfiatroses e diartorses, os músculos e os principais grupos musculares. Por fim, são explorados os 
aspectos anatômicos, funcionais e clínicos do sistema cardiovascular, linfático e do sistema respiratório. 
Todas as unidades são acompanhadas de exemplos de aplicação, saiba mais, lembretes e observações, 
destaques que facilitam a memorização dos assuntos centrais deste livro. As figuras apresentadas 
também auxiliam no esclarecimento das características de cada tema, complementando o aprendizado.
Além disso, está presente uma revisão terminológica, relevante em um livro dessa natureza, que 
compreende a versão dos epônimos mais utilizados na clínica médica, protegida tecnicamente pela 
terminologia anatômica. Há, ainda, notas explicativas com termos e expressões definidas, o que facilita a 
compreensão do texto, mesmo para os principiantes ainda não familiarizados com a terminologia da área.
Escrever um livro demanda não só concentração, mas também uma análise crítica permanente sobre 
a filosofia e o conteúdo de anatomia. Portanto, ele foi destinado a facilitar o estudo da anatomia para 
alunos da área de saúde.
A ciência moderna traz consigo um conjunto de particularidades que pode ser muito bem figurado 
no conhecimento metodológico abordado pelas ciências da natureza, tais como a ideia de neutralidade 
científica, o afastamento radical entre sujeito e objeto, a ideia de objetividade e a fragmentação do 
saber. Alguns campos de saber concentram como alicerce para seus estudos e influências as teorias 
e metodologias tanto das ciências naturais como das ciências humanas. Essa é a conjuntura atual de 
cursos da área da saúde, campo multi ou interdisciplinar do saber, que se distingue pelo estudo e pesquisa 
com fins de intercessão pedagógica. Portanto, tal área une as teorias e metodologias de diversas outras 
ciências que podem ser denominadas disciplinas‑mãe.
INTRODUÇÃO
Os conhecimentos anatômicos são indispensáveis para o profissional da área de saúde, que lida 
durante toda sua carreira com o corpo humano. A anatomia humana é o alicerce para a compreensão 
de outras disciplinas essenciais, como, por exemplo, a fisiologia, a patologia e a clínica.
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O aprendizado da anatomia envolve, na maioria das vezes, trabalho árduo, pois os alunos devem 
se habituar à terminologia anatômica, bem como às peças anatômicas, que diversas vezes não se 
assemelham aos impressos nos atlas de anatomia.
A anatomia humana desde sempre foi influenciada por fatores sociais, políticos, econômicos, religiosos 
e por tendências e modismos educacionais. Sua incorporação no estudo da medicina significou a cisão 
de uma medicina mística, pouco precisa, para uma medicina objetiva.
Os primeiros registros do estudo e ensino de anatomia remontam à Escola de Alexandria, onde, 
segundo os registros de Galeno, teriam sido efetuadas as primeiras dissecações públicas de animais e 
corpos humanos.
A etimologia da palavra “dissecar” origina‑se do verbo latino disseco, are, que também se redige 
deseco, are, cujo significado é o de cortar dividindo e separando as partes. No grego é escrito aνaλúστε 
e quer dizer corte, fatia, secção. O substantivo correspondente, desectio, onis traduz‑se por corte, talho. 
Dissecare, como termo médico, já foi utilizado por Plínio, no século I d.C. Desectio, onis foi adaptado 
para dissección, em espanhol; dissezione, em italiano; e dissecção, em português. Os léxicos da língua 
portuguesa têm manifestado dúvida entre dissecção e dissecação. Em Gardner, Gray e Rahilly (1988, p. 3) 
lê‑se: “Do ponto de vista etimológico, o termo dissecação: dis – significa separadamente e secare, cortar 
é o equivalente latino do grego anatomé”.
A história da anatomia humana, todavia, foi marcada também por estorvos, quando, após a queda do 
Império Romano, houve um avanço mínimo em seu desenvolvimento, devido à sobrepujança da 
doutrina, filosofia e prática da era autoritária que teve início com a Idade Média. Na primeira metade do 
século XVI, surgiram questões religiosas acerca da atividade de dissecar corpos para o aprendizado e 
o Papa Bonifácio VII tentou excomungar os anatomistas. Muitos deles chegaram a ser agredidos pela 
própria população, exilados ou acusados de forma injusta por práticas desumanas, como a de dissecar 
corpos ainda com vida. A dissecação humana foi proibida em diversos locais e quase nenhum estudo de 
caráter inovador ou extraordinário foi efetuado na área durante esse período.
Contudo, as dissecações para fins de estudo sempre geraram contestações e pode‑se afirmar que 
foi só a partir do século XIV que, na Europa, mais especificamente na Universidade de Bolonha, elas se 
tornaram parte do ensino médico sob os auspícios de Mondino de Luzzi. Nessa época, por influência 
do movimento escolástico, os estudos e as investigações em anatomia humana fundamentavam‑se, 
especialmente, na tradução de obras e tratados anatômicos, sendo a dissecação um método de 
averiguação de dados preexistentes.
Apenas no século XVI e em pleno movimento renascentista que Andreas Vesalius publicou a obra 
De Humanism Corporis Fabrica. As contribuições de Vesalius ao desenvolvimento da anatomia humana 
como ciência são inúmeras. No campo do ensino, destacou‑se sua ardorosa defesa da prática sistemática 
da dissecação de animais e de seres humanos; no campo da pesquisa, a inovação de sua sugestão foi 
projetar paralelos entre as estruturas corporais humanas e animais, demonstrando as dessemelhanças 
entre elas e, por conseguinte, assinalando os deslizes da anatomia galênica que imperava nos principais 
livros‑texto usados até então, como, por exemplo, o Anothomia, de Mondino de Luzzi.
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Outro aspecto considerável da obra de Vesalius foi o uso de figuras que buscavam inserir os 
conhecimentos científicos e anatômicos em um contexto natural e social mais extenso, dando de 
certa maneira vida aos cadáveres representados, alçando, assim, a figura do anatomista carrasco, até 
então considerado um personagem sombrio ligado à morte, ao patamar de profissional socialmente 
aceito, especialmente com o começo das dissecações públicas anuais, que se tornavam cada vez mais 
frequentes no âmbito europeu. O desenvolvimento da anatomia descritiva teve na figura e na obra de 
Vesalius uma época de renovação a partir do qual, paulatinamente, novas estruturas do corpo humano 
foram sendo identificadas e/ou nomeadas. Dentre seus alunos destacaram‑se Gabriel Falloppio e Fabricio 
d’Acquapendente.
A anatomia descritiva, ao final do século XVIII, já tinha buscado, identificado e descrito grande parte 
das estruturas do corpo humano, concedendo lugar, gradualmente, a outras disciplinas que viriam a 
constituir as relações entre essas estruturas, como, por exemplo, a fisiologia. A anatomia descritiva 
fracassou ao mostrar‑se estática, uma vez que não desvendava as relações entre as estruturas do corpo 
humano identificadas, e, seguramente, isso pode ser uma das razões pela qual, no século XIX, com o 
surgimento da medicina experimental, a anatomia deixa parte de seu campo de ação para disciplinas 
como,por exemplo, a fisiologia e a anatomia patológica. Isso ratificava um novo posicionamento 
epistemológico, funcionalista e experimental para os estudos modernos acerca dos condicionantes 
do estado normal e patológico do corpo humano. Exemplo disso é o fato de que dentre os nomes 
proeminentes da anatomia do século XIX sobressaíram‑se William Sharpey e Henry Gray, ambos célebres 
por suas colaborações tanto na organização de algumas das edições do Quain’s Anatomy, quanto na 
publicação do Gray’s Anatomy, obras dedicadas ao avanço do conhecimento da anatomia humana por 
parte de médicos cirurgiões, cujas atividades foram estimuladas pelo aparecimento da anestesia.
Porém, a história da anatomia não está interligada só à história do ensino e do aprendizado, contudo, 
também à história da arte. As dissecações habituavam ser eventos mais de cunho teatral do que letivo, 
podendo acontecer dentro ou fora dos terrenos das universidades, nos chamados teatros anatômicos, 
visto que a população também admirava acompanhar tais práticas. As personalidades locais eram até 
mesmo seduzidas a seguir as dissecações de cadáveres. Em geral, os cirurgiões e os estudantes de medicina 
eram obrigados a ver essas demonstrações. A apreensão era em demonstrar onde se encontravam os 
órgãos, quais suas interconexões, cores, formas e texturas, ou seja, a anatomia popular.
 Lembrete
Dissecção ou dissecação significa a ação de dissecar, separar as partes 
de um corpo ou de um órgão. Utiliza‑se tanto na anatomia (dissecação de 
um cadáver ou parte desse) como em uma cirurgia (dissecação de uma 
artéria ou de uma veia).
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA
O trecho a seguir foi retirado da Oração ao Cadáver Desconhecido, de Carl Rokitansky, e é direcionado 
aos estudantes de anatomia humana.
Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, 
lembra‑te que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado 
pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e 
sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi 
amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros 
que partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado 
uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. 
Mas o destino inexorável deu‑lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. 
A humanidade que por ele passou indiferente (CAPELLI, 2016, p. 4).
A história da anatomia humana é análoga à da medicina. De fato, a preocupação com a estrutura 
do corpo humano foi estimulada pelo anseio dos profissionais da área de saúde em esclarecer uma 
disfunção orgânica do corpo. Em contrapartida, diversas religiões reprimiram o estudo da anatomia por 
meio das restrições atribuídas à dissecação humana e das evidências nas explanações não científicas 
para as doenças e fraquezas.
Durante séculos, o interesse inato dos indivíduos em seus próprios corpos e capacidades físicas 
se deparou com diversas maneiras de demonstração. Os gregos, por exemplo, estimulavam as provas 
atléticas e apregoavam a perfeição do corpo em suas esculturas, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 1 – Discóbolo, de Mirón
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Unidade I
Do escultor grego Mirón, produzida em torno de 455 a.C., a obra da figura anterior representa 
um atleta momentos antes de lançar um disco. Os gregos antigos já tinham o conhecimento do nu 
artístico e apreciavam a boa forma física, logo davam destaque ao retratar a musculatura dos corpos, 
principalmente o corpo masculino
Posteriormente, muitos dos grandes mestres do Renascimento costumavam retratar na arte 
figuras humanas. Alguns destes artistas eram magníficos anatomistas, pois a apreensão deles com 
as minúcias pedia que o fossem. Michelangelo foi um desses artistas que captou o luxo da forma 
humana em esculturas como David, conforme ilustra a figura a seguir, e em pinturas como as da 
Capela Sistina. O estudo da história da anatomia nos auxilia a contemplar a ciência que se tornou tão 
importante atualmente.
Figura 2 – David, de Michelangelo
1.1 Período pré‑científico
É possível que um tipo de anatomia comparada prática seja a ciência mais antiga. Os primórdios 
do conhecimento anatômico mediante elementos e inscrições datam da pré‑história, então, é possível 
deduzir que já nesse período haviam algumas informações anatômicas circulando. Essas informações 
foram eternizadas ao longo da história como, por exemplo, por meio de desenhos que representam 
partes da anatomia humana encontrados nas montanhas de Tassili n’Ajjer, no Saara argelino, datadas 
de aproximadamente 3000 a.C., conforme ilustra a figura a seguir.
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Figura 3 – Pinturas rupestres
1.2 Período científico
O período científico se iniciou com os registros de observações anatômicas feitas na antiga 
Mesopotâmia em cerca de 3000 a.C., em blocos de argila, por meio da escrita cuneiforme, e continua 
até hoje. Obviamente, todas as colaborações do passado para a ciência da anatomia não podem ser 
especificadas, contudo, certos indivíduos e culturas tiveram grande impacto, que serão comentados 
brevemente nesta unidade.
1.2.1 Mesopotâmia e Egito
Na Mesopotâmia, o olho era a parte constituinte do corpo humano que se expressava para o mundo, 
sendo tal fato destacado nas pinturas. Em contrapartida, o tronco permanecia na posição frontal, 
enquanto a cabeça, as pernas e os pés encontravam‑se de perfil. As esculturas produzidas não incluíam 
muitos detalhes anatômicos, entretanto, demonstravam um corpo sólido.
Já no Antigo Egito o progresso das técnicas de embalsamamento obrigou e motivou o estudo da 
anatomia humana. Apesar de suas carências, os médicos egípcios julgavam que o coração era o centro 
motor do corpo humano, pois descreviam que o coração falava, batia e pulsava.
Começo do segredo do médico: conhecimento da anatomia do coração. 
Há neles vasos (indo) a todos os membros. Quando qualquer médico da 
deusa Sekhmet [...], ou qualquer mágico coloca seus dedos na testa, na nuca, 
ou nas mãos ou sobre o próprio coração, ou sobre os 2 braços, ou sobre as 
2 pernas, ou em qualquer parte do corpo humano, sente qualquer vestígio do 
coração, porque os vasos deste vão a todos os territórios do corpo humano 
(PAULA, 1962, p. 37).
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Os grandes discípulos dos egípcios seriam os gregos, que se saciaram nos conhecimentos daqueles 
que habitavam as regiões do Nilo desde Hipócrates até Galeno.
Figura 4 – Deusa Sekhmet
1.2.2 Grécia Antiga
Para os gregos o conhecer – o espetáculo, a inteligência – tem prioridade sobre o operar – a ação, 
o prático. A propriedade básica do pensamento grego está no dualismo das relações entre a realidade 
empírica e um absoluto que a esclareça, na separação entre Deus e o mundo. O resultado desse dualismo 
é o irracionalismo, que produz sustentação à serena compreensão grega do mundo e da vida. O mundo 
real dos indivíduos depende de Deus, porém, nunca se pode chegar até Ele, porque dele não deriva. Deus 
é o absoluto racional, todavia, ele não cuida do mundo e da humanidade, a qual não criou, não distingue 
e nem governa. Para os gregos, ela era governada pelo acaso, isto é, pela necessidade irracional. Essa 
concepção de mundo era, assim, marcada pelo pessimismo desesperado, razão pela qual foi considerado 
como período trágico.
Aristóteles, conforme ilustra a figura a seguir, ao longo da vida escreveu mais de mil obras. Alguns 
de seus trabalhos mais relevantes são: História dos Animais, Das Partes dos Animais e A Geração dos 
Animais. Nesses trabalhos desenvolveu teorias coesas sobrea geração e a hereditariedade e sugeriu a 
anatomia comparada, embora nunca tivesse dissecado um corpo humano.
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Figura 5 – Escola de Atenas, de Rafael. O ponto central de fuga fica entre Platão e Aristóteles
Conforme mencionados anteriormente, Aristóteles dá belas descrições de alguns órgãos sob o ponto 
de vista da anatomia comparada. Tais descrições foram fortuitamente ilustradas com desenhos, que são as 
primeiras figuras anatômicas de que se tem conhecimento. Dentre seus erros anatômicos merece destaque 
a sua rejeição em dar grande relevância ao cérebro. A superioridade, segundo ele, reside no coração, sede 
também da inteligência, conceito contrário ao da maioria dos médicos escritores de seu período.
Não é de todo incerto que Aristóteles tenha efetuado experimentos sobre o cérebro e observado tal falta de 
sensibilidade. Assim, considerou‑o simplesmente um meio para resfriar o coração e impedir seu superaquecimento. 
Segundo ele, esse processo de resfriamento era motivado pela secreção da fleuma. Aristóteles era, via de regra, 
muito mais fraco em fisiologia do que em anatomia. Portanto, não sabia as diferenças entre artérias e veias, e 
cria que as artérias contivessem ar, além de sangue. Por mais de 2 mil anos, a filosofia aristotélica, de forma mais 
ou menos modificada, estabeleceu a principal referência intelectual da humanidade.
Segundo Galeno, foi Alcmeão de Crotona, conforme ilustra a figura a seguir, quem escreveu a 
primeira obra de anatomia. Ele dissecou a trompas auditivas, os nervos ópticos e o olho, o qual propunha 
ser feito de água (oriunda do cérebro e encontrada facilmente ao dissecá‑lo) e fogo (notado quando 
o olho é ferido). Assim, sugeriu uma teoria da visão, segundo a qual existiria no olho um fogo interno.
Figura 6 – Busto de Alcmeão datado do séc. XIX
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 Saiba mais
Vários anatomistas imortalizaram seus nomes criando uma série de 
epônimos, ou seja, diversas estruturas anatômicas receberam denominações 
em homenagem aos primeiros anatomistas que as descreveram. Por exemplo, 
o polígono de Willis e a trompa de Eustáquio, as glândulas de Bartholin, o 
fundo de saco de Douglas e as trompas de Falópio, essas últimas sendo 
as seguintes estruturas anatômicas: as glândulas vestibulares, a escavação 
retouterina e as tubas uterinas. Para saber mais sobre o assunto:
BEZERRA, A. J. C.; BEZERRA, R. F. A. Epônimos de uso corrente em 
anatomia humana: um glossário para educadores físicos. Revista Brasileira 
de Ciência e Movimento, Brasília, v. 8, n. 3, 2000. Disponível em: <https://
portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/view/369/421>. Acesso em: 
9 maio 2019.
Alcmaéon considerava o cérebro a sede das sensações e o centro da vida intelectual, informações 
essas que mais tarde foram resgatadas na medicina. Todos os órgãos dos sentidos estariam ligados 
ao cérebro – o centro da memória e centro do saber. Acreditava‑se também que era no cérebro que o 
espermatozoide se originava, a partir dos 14 anos de idade.
Hipócrates, conforme ilustra a figura a seguir, é considerado o pai da medicina ocidental, entretanto, 
na área da anatomia nada alcançou de importante, mas foi provavelmente o precursor do estudo da 
anatomia constitucional. O médico acreditava que o encéfalo não só estava compreendido nas sensações, 
mas seria a sede da inteligência. Ele foi o primeiro a estabelecer uma relação entre o cérebro e a doença 
sagrada, a epilepsia.
Figura 7 – Escultura facial de Hipócrates
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Embora Hipócrates supostamente tivesse só restrita a orientação em dissecações humanas, ele 
foi bem conduzido na afamada teoria humoral de organização do corpo. Por meio dessa teoria eram 
identificados quatro humores no corpo e cada um deles era agregado a um órgão em especial: sangue 
com o fígado; cólera, ou bile amarela, com a vesícula biliar; fleuma com os pulmões; e melancolia, ou 
bile preta, com o baço. Acreditava‑se que um indivíduo teria o equilíbrio dos quatro humores conforme 
ilustra a figura a seguir.
Vale notar que os quatro humores ainda hoje fazem parte da linguagem e da clínica médica. Melancolia 
é um termo utilizado para descrever depressão ou desânimo de um indivíduo, enquanto “melano”, que 
significa preto, alude a um semblante obscuro ou pálido. Cólera é uma patologia intestinal que causa 
diarreia e vômito. Fleuma, no interior do sistema respiratório, é sinal de diversas doenças pulmonares.
Fígado Baço
Membros 
inferiores
Pulmão
Bíle amarela
SIV
VESangueVD
Alma
Cabeça
Figura 8 – Esquema do sistema cardiovascular de acordo com os gregos antigos
Na figura anterior há a presença de dois vasos paralelos oriundos do fígado e do baço, interligados ao 
coração, no tórax, aos membros inferiores e à cabeça. No coração, há um poro no septo interventricular 
conectando o VD (ventrículo esquerdo) e o VE (ventrículo direito), dois vasos conectados ao VD e um 
vaso conectado ao VE vindo dos pulmões. O VD é maior do que o esquerdo, ao passo que o VE é mais 
espesso do que o direito. O VD contém sangue, ao passo que o VE é preenchido com ar e bile amarela, 
de acordo com o Corpus Hippocraticum.
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Quando Atenas perdeu sua liberdade, o centro científico passou para Alexandria, no Egito, onde pela 
primeira vez a anatomia tornou‑se uma disciplina. Os dois primeiros e maiores professores dela foram 
Herófilo e Erasístrato, que iniciaram o chamado período alexandrino da anatomia.
Herófilo, conforme ilustra a figura a seguir, é visto como o “açougueiro de homens”, pois realizava 
vivissecção em criminosos da prisão real. Acredita‑se que ele tenha dissecado vários seres humanos, 
muitas vezes em demonstrações públicas – “sem dúvida, o melhor método para aprender”, escreveu 
Celsius, aprovando (TERÇARIOL, 2018, p.18). Foi ele também que fez a primeira distinção clara entre 
as artérias e as veias e ampliou os estudos sobre a pulsação, que considerava um processo ativo das 
próprias artérias.
Foi Herófilo definitivamente que reconheceu o cérebro como o órgão central do sistema nervoso e 
a sede da inteligência. O médico dividiu os nervos em motores e sensitivos e descreveu as meninges. 
Ampliou, ainda, o conhecimento sobre outras partes do cérebro, distinguindo o cérebro, o cerebelo e 
o quarto ventrículo. Os termos próstata e duodeno são derivados dos que foram usos por ele. Ele fez 
também a primeira descrição dos vasos quilíferos do intestino.
 Lembrete
A vivissecção é a dissecação ou operação cirúrgica em animais vivos 
para estudo de alguns fenômenos anatômicos e fisiológicos.
Figura 9 – Herófilo, em A Primeira Dissecação, na entrada principal da Nouvelle Faculté de Médecine de Paris
Nouvelle Faculté de Médecine de Paris
Erasístrato, conforme ilustra a figura a seguir, atentava‑se mais pelas funções do corpo humano do 
que pela estrutura, e comumente é chamado de pai da fisiologia. O anatomista aperfeiçoou os dados 
sobre o cérebro e o cerebelo, considerando tais órgãos como a sede da alma. Dentre suas diversas 
descrições determinou a substância cerebral, e não a dura‑máter, como sendo a origem dos nervos 
cranianos. Além disso, estabeleceu o cérebro e o cerebelo como órgãos parenquimatosos e descreveu os 
ventrículos encefálicos. Juntamente com Herófilo, determinou que o número de giros está relacionado 
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com a inteligência humana. Era um racionalista e se declarava inimigo de todo misticismo. Teve, ainda, 
que usar a ideia de natureza como força externa, que molda os objetivos para os quaiso corpo age. 
Erasístrato compreendeu a ação dos músculos na produção do movimento e atribuiu o encurtamento 
dos músculos à sua distensão pelo espírito animal.
Figura 10 – Erasístrato
Entretanto, o esplendor das descobertas anatomopatológicas de Herófilo e Erasístrato caíram em 
infortúnio quando se levantou a suspeita de que escravos e condenados à morte haviam sido dissecados 
vivos, após a autorização de Ptolomeu I. Machado de Assis, nos “Contos Alexandrinos”, cita Herófilo na 
história de dois filósofos: Stroibus e Pítias.
Tinham sido escalpelados cerca de cinquenta réus, quando chegou à vez de 
Stroibus e Pítias. Vieram buscá‑los; eles supuseram que era para a morte 
judiciária, e encomendaram‑se aos deuses. De caminho, furtaram uns 
figos, e explicaram o caso alegando que era um impulso da fome; adiante, 
porém, subtraíram uma flauta, e essa outra ação não a puderam explicar 
satisfatoriamente. Todavia, a astúcia do larápio é infinita, e Stroibus, para 
justificar a ação, tentou extrair algumas notas do instrumento, enchendo de 
compaixão os indivíduos que os viam passar, e não ignoravam a sorte que 
iam ter. A notícia desses dois novos delitos foi narrada por Herófilo, e abalou 
a todos os seus discípulos (VILICEV, 2002).
Conta‑se que Herófilo e outros anatomistas pretenderam saber se “nervo do furto” residia na palma das 
mãos das pessoas. Pelo que se diz, Herófilo dissecou primeiro Stroibus e a seguir Pítias durante oito dias.
1.2.3 Roma
O interesse do Estado em Roma fundamentava‑se em sua arte, que era caracterizada como sendo 
objetiva, e para a representação do poder de forma realista esculpiam‑se rostos de autoridades, conforme 
ilustra a figura a seguir. Para que os corpos fossem mitificados e divinizados em paredes de casas era 
utilizada a pintura mural.
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Figura 11 – Júlio César
Em muitos aspectos, Roma incluiu os progressos científicos e as bases para a Idade Média. 
O questionamento científico perfaz a teoria pela prática durante esse período. Foram realizadas algumas 
dissecações de cadáveres humanos, tendendo mais determinar a razão da morte em casos criminais. 
A medicina não era preventiva, contudo, confinava‑se, quase sem exceção, ao tratamento de soldados 
lesados em combates. Nos últimos tempos da história romana, as leis eram postas evidenciando a 
autoridade da Igreja na prática médica. De acordo com as leis romanas, por exemplo, nenhuma gestante 
morta poderia ser sepultada sem a retirada do feto do útero de maneira que ele pudesse ser batizado.
Esse é o caso da morte de Aggrippina, mãe de Nero, cuja história gerou um contrassenso na época 
pelo viés anti‑Nero que ela apresentava. Nero arquitetou um navio, cujo fundo se abriria quando estivesse 
no mar, e Aggripina foi colocada a bordo. Quando o fundo se abriu, ela caiu no mar, contudo, conseguiu 
nadar até a margem e, por isso, Nero enviou um assassino para matá‑la. O imperador afirmou que ela 
havia tentado assassiná‑lo e depois cometeu suicídio. Suas hipotéticas palavras finais ao assassino quando 
estava prestes a matá‑la foram “Ataque meu útero!”, insinuando que ela almejava ver destruída a primeira 
parte de seu corpo que tinha gerado um “filho tão abominável”, conforme ilustra a figura a seguir, em uma 
associação de ideias entre as palavras de Aggrippina e a xilogravura de Guilherme de Lorris.
Figura 12 – O imperador Nero assistindo a dissecação de sua mãe Aggrippina, 
que ainda está viva e tem as mãos amarradas
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Considerado o príncipe dos médicos, Galeno, conforme ilustra a figura a seguir, foi uma personagem 
fundamental na história da medicina. Como a dissecação humana era abolida na época, ele não dissecava 
cadáveres humanos, porém, os humanizava por aproximação, sendo essa talvez a causa de seus erros anatômicos.
Figura 13 – Bustos de Galeno
Galeno utilizava seres humanos para fazer pesquisas, observando feridas profundas ou estudando 
cadáveres de indigentes encontrados eventualmente. As principais descrições dele encontram‑se no 
campo do sistema nervoso, sistema muscular, sistema cardiovascular, além de ter estudado o esqueleto 
humano, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 14 – Desenho dos ossículos da orelha (círculo branco), presente no livro 
Ossibus Doctissima et Expertissima Commentaria, de Galeno
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Unidade I
Galeno descreveu o esterno com sete peças, tanto como as costelas com as quais se articula. Detalha 
também a cartilagem tireoidea com o nome de O Chondros Thyreoides, semelhante ao escudo cretense.
Em nenhum período da história o status de um homem prevaleceu tão profundamente em uma 
ciência como o de Galeno na medicina. Suas inspirações prorrogaram‑se pelos próximos 13 séculos, 
passando pela Idade Média e chegando até o século XVI, sendo que as obras de Galeno determinaram 
os princípios dos dados anatômicos.
 Observação
Era uma obrigação religiosa entre os gregos e os romanos cobrir com 
terra qualquer osso humano encontrado por casualidade. Apenas os 
condenados e os suicidas poderiam ficar sem enterro. Entre os gregos existia 
a crença de que as almas dos mortos haviam de vagar pelas margens Rio 
Estige, o rio da imortalidade, até que seus corpos tivessem sido enterrados.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o surgimento e o desenvolvimento do estudo da 
anatomia, leia:
KICKHÖFEL, E. H. P. A lição de anatomia de Andreas Vesalius e a 
ciência moderna. Scientiæ Zudia, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 389‑404, 2003. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1678‑31662003000300008>. Acesso em: 10 mar. 2019.
ALVES, M. V. A medicina e a arte de representar o corpo e o mundo 
através da anatomia. In: CATÁLOGOS BNP. Arte médica e imagem do 
corpo: de Hipócrates ao final do século XVII. Lisboa: Biblioteca Nacional de 
Portugal, 2010, p. 31‑50. Disponível em: <http://www.fcsh.unl.pt/chc/pdfs/
nature4.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2019.
CHEREM, A. J. Medicina e arte: observações para um diálogo 
interdisciplinar. Revista Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 26‑32, 
2005. Disponível em: <http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.
asp?id=240>. Acesso em: 10 mar. 2019.
CHIARELLO, M. Sobre o nascimento da ciência moderna: estudo iconográfico 
das lições de anatomia de Mondino a Vesalius, Scientiæ Zudia, São Paulo, v. 9, n. 2, 
p. 291‑317, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1678‑1662011000200004>. Acesso em: 10 mar. 2019.
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1.2.4 A contribuição do povo islame
O período entre a morte de Galeno e a primeira tradução de uma obra de material médico no 
século XI, ocorrida no Mosteiro de Monte Cassino, no sul da Itália, é o chamado de idade das trevas da 
anatomia. Crê‑se que tanto o estilo de vida quanto os sentimentos nutridos pela sociedade medieval em 
relação ao corpo humano teriam reduzido a edificação de saberes que abrangeu a anatomia, a medicina 
e outras áreas do saber.
Os séculos X e XI foram marcados pelo aumento demográfico associado à expansão territorial 
empreendida pelas Cruzadas religiosas, o que possibilitou o renascimento comercial. Com a retomada 
das atividades comerciais e a instauração de espaços urbanos, as universidades se multiplicaram com 
a finalidade de acatar às necessidades de expandir o conhecimento por parte dos comerciantes no 
processo de expansão de seus negócios. Do mesmo modo, a própria maneira de organização social que 
nascia clamava por certos serviços, como aqueles relativos à jurisprudência e à medicina.
Em um clima essencialmente escolástico, o ensino das universidades comumente, assim como 
o ensino da anatomia,era abalizado nas traduções de textos árabes, como os tratados de Avicena, 
conforme ilustra a figura a seguir. Como a observação da natureza ainda era inadvertida nessa época, 
não existia instrumentação prática em anatomia.
Figura 15 – Estátua de Avicena
Avicena organizou e sistematizou os saberes de Hipócrates e Galeno, conforme ilustra a figura a 
seguir em um compêndio de medicina, considerada uma obra majestosa, conhecida como O Cânone 
da Medicina. Ela foi publicada pela primeira vez apenas em 1492 e trata‑se de uma mistura de saberes 
médicos islâmicos e gregos. Esse foi o primeiro livro médico a mostrar a reparação de tendões em um 
período no qual esse tratamento era equivocadamente contraindicado.
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Unidade I
Figura 16 – Os três maiores professores de medicina na Antiguidade
1.2.5 O Renascimento
A fase conhecida como Renascimento foi determinada pela vida nova das ciências e teve forte 
influência nas grandes universidades europeias localizadas em Bolonha, Salerno, Pádua, Montpellier e 
Paris. Apenas no Renascimento seriam aceitos, ainda que com certa cautela e dignidade, os procedimentos 
de violação do corpo por meio de estudos de cadáveres.
Com o aumento do mérito na anatomia durante o Renascimento, a aquisição de cadáveres para a 
dissecação se tornou um problema grave. Estudantes de medicina cometiam repetidamente a invasão 
de sepulturas para saqueá‑las, até que um decreto oficial foi expedido, possibilitando utilizar os 
corpos de criminosos executados como espécimes. As aulas de anatomia aconteciam em um teatro 
anatômico, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 17 – Vista panorâmica do teatro anatômico de Pádua
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ANATOMIA BÁSICA DOS SISTEMAS
O teatro anatômico deveria ser vasto e arejado, com bancos organizados em círculos, como os do 
Coliseu romano, possibilitando a acomodação de muitos alunos sem importunar os movimentos do 
maestro, o cirurgião. O cadáver era colocado em uma mesa no centro do teatro e os instrumentos em 
outra, próxima à primeira. Os professores de anatomia pronunciavam suas aulas de cátedras um pouco 
distante de onde estava o cadáver. A frase “Eu não devo tocá‑lo com uma vara de 10 pés” possivelmente 
originou‑se durante esse período em menção ao odor de um cadáver em deterioração.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o teatro anatômico, leia o artigo:
ALVES, E. M. O.; TUBINO, P. Proibições das dissecações anatômicas: fato 
ou mito? Jornal Brasileiro de História da Medicina, Brasília, dez. 2017.
Do século XIII ao início do século XVI, os progressos no conhecimento anatômico foram morosos, 
fundamentados na contínua revisão e extensão de tratados preexistentes. A anatomia macroscópica 
foi privilegiada nessa época, contudo, para seu desenvolvimento foi imprescindível o aperfeiçoamento 
das técnicas de observação, dissecação, descrição, ilustração e o gradual refinamento terminológico, 
processo para o qual Mondino de Luzzi, conforme ilustra a figura a seguir, é considerado o precursor.
Figura 18 – Xilogravura da aula de anatomia de Mondino
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Do século XIII ao século XVI, o desenvolvimento da anatomia concentrou‑se no cenário italiano 
e ampliou‑se para outros países, em agravo do decreto pontifício propagado em 1300. Sua inserção 
enquanto disciplina nas universidades foi regularizada também pelo refinamento das formas de 
representação das estruturas corporais concebidas pelo processo de ilustração do corpo, o que se tornou 
possível devido à influência do naturalismo na arte italiana.
Assim, artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo estavam entre os primeiros a efetuar o 
estudo científico da anatomia humana, devido ao interesse na forma humana. Além disso, a invenção 
da impressão tornou os livros facilmente acessíveis e as ilustrações necessárias para anatomia poderiam 
naquele momento ser mais facilmente reproduzidas e distribuídas.
A escrita invertida é uma característica das observações de Leonardo da Vinci em seus desenhos. 
Canhoto, da Vinci produziu centenas de desenhos anatômicos feitos a partir de dissecações. Suas 
contribuições, do ponto de vista anatômico, só podem ser elencadas retrospectivamente, mas a precisão 
e a objetividade de suas ilustrações inspiram, ainda hoje, a construção de novos esquemas anatômicos.
Ele ponderou o homem como sendo o centro do universo, distendendo a figura humana em duas 
formas geométricas, uma em relação ao quadrado e a outra em relação ao círculo, sendo que a unidade 
melodiosa seria dada pelo conjunto. Seu ponto de partida foram os escritos do arquiteto e do engenheiro 
militar Marco Vitrúvio, o qual constituíra no século I a.C. a doutrina que relacionava a proporcionalidade 
da soberba arquitetura com as do homem de boa adequação, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 19 – O Homem de Vitrúvio
Uma das mais apreciadas imagens plásticas do Renascimento, pintada na Capela Sistina por 
Michelangelo entre 1508 e 1512, se apresenta em A Criação de Adão, conforme ilustra a figura a seguir. 
Nesse afresco observamos que os membros superiores são simétricos e têm uma composição muito 
semelhante, fazendo referência à passagem bíblica “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança” 
(Gênesis, 1.27). De tal modo, por meio dessa simetria, Michelangelo insere um equilíbrio entre os dois 
lados do afresco, entre a figura divina e a figura humana.
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Figura 20 – A Criação de Adão
 Saiba mais
Em meio aos afrescos que pintou no teto da Capela Sistina, Michelangelo 
espalhou imagens de ossos, nervos, músculos, vísceras, artérias e órgãos 
humanos que ficaram escondidos desde 1512 até concluir o trabalho 
encomendado pelo Papa Júlio II. Para saber mais sobre o assunto, acesse 
o link com o estudo de dois pesquisadores da Unicamp que conseguiram 
identificar e decifrar um código criado por Michelangelo para revelar as 
peças anatômicas pintadas de forma mascarada nas imagens principais.
LEVY, C. Pesquisadores dissecam lição de anatomia de Michelangelo. 
Jornal da Unicamp, Campinas, n. 256, p. 12, 2004. Disponível em: <http://
www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornalPDF/ju256pag12.pdf>. 
Acesso em: 10 mar. 2019.
Na história da anatomia, o século XVI mostra‑se relevante por conta da obra do anatomista 
Andreas Vesalius, considerado o pai da anatomia. No cenário italiano, Vesalius revelou‑se um ferrenho 
defensor da técnica da dissecação, que considerava como a única forma de conhecer realmente o corpo 
humano. O intuito de sua obra era, a partir da dissecação sistemática de cadáveres, abandonar o caráter 
revisionista que prevalecia nas investigações anatômicas. Seu estudo intitulado De Humani Corporis 
Fabrica foi concluído em 1543, conforme ilustram as figuras a seguir. O impacto que isso causou se 
deveu tanto ao nível de apuração dos detalhes anatômicos compreendidos por suas ilustrações quanto 
pela veia artística de sua obra, de caráter tipicamente renascentista, acrescida de influências galênicas, 
naturalistas e escolásticas.
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Unidade I
Figura 21 – De Humani Corporis Fabrica
O grande valor das práticas e das informações preconizadas por Vesalius prosseguiram no século 
seguinte, sendo que seus estudos ganharam evidência em telas, como, por exemplo, em Lição de 
Anatomia do Dr. Tulp, pintada por Rembrandt em 1632, conforme ilustra a figura a seguir.
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Figura 22 – A Lição de Anatomia do Dr. Tulp
Nessa obra, o cadáver é o de Adriaen Adriaansz, conhecido comoo Garoto, um deficiente mental, com 
grave dismorfismo corporal, com medidas de quase um anão, que após roubar várias vezes foi enforcado. 
Personagens ilustres assistiram à dissecação do cadáver de Adriaen, como o anatomista amador e filósofo 
René Descartes e o médico inglês Thomas Brown. Reconhecendo que os artistas pós‑renascentistas já não 
recorriam às dissecações, embora reconhecessem a importância de tais conhecimentos, é valido enfatizar que 
essa aula com sete alunos anatomistas trata‑se apenas de uma demonstração. Portanto, não ocorreu de fato 
uma dissecação anatômica e, ainda, a tela contém alguns erros anatômicos, como os descritos a seguir.
• O comprimento do membro superior esquerdo é bem maior do que o direito.
• Os músculos flexores superficiais do antebraço estão originando erradamente do epicôndilo lateral 
ao invés do epicôndilo medial, o que sugere o desconhecimento de Rembrandt sobre anatomia, 
conforme ilustra a figura a seguir.
• No raio X da pintura, inicialmente a mão direita do cadáver não tinha dedos. Rembrandt pintou‑a 
posteriormente com base na mão de outra pessoa. Entretanto, consiste em uma mão delicada, 
com unhas bem cortadas, nada lembrando a de um ladrão.
Figura 23 – Detalhe dos tendões bifurcados dos músculos flexores superficial e profundo dos dedos
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 Saiba mais
Para saber mais sobre a história que inspirou o quadro de Rembrandt:
SIEGAL, N. A lição de anatomia. São Paulo: Rocco, 2017.
1.2.6 As ciências contemporâneas
As contribuições para a ciência anatômica durante o século XX não foram tão magníficas quanto 
eram no período em que pouco se sabia sobre a estrutura do corpo humano. O estudo da anatomia foi 
se aperfeiçoando cada vez mais por meio das especializações e as pesquisas foram se tornando cada vez 
mais detalhadas e complexas.
Podemos afirmar que, infelizmente, um ponto negativo do estudo da anatomia ocorreu durante 
o período da Segunda Guerra Mundial, quando as polêmicas bioéticas abrangendo as experiências 
com seres humanos tomavam corpo com o processo de Nuremberg. Durante o julgamento muitos 
anatomistas alemães foram denunciados por utilizarem corpos de vítimas do holocausto para as 
pesquisas anatômicas, assim como foram realizadas diversas acusações da presença da suástica nazista 
nas páginas de alguns atlas anatômicos do período.
Joseph Mengele talvez tenha sido o cientista mais carniceiro de Hitler, seus experimentos custaram 
a vida de cerca de 400 mil pessoas em Auschwitz. Mengele injetou tinta azul em olhos de crianças, uniu 
as veias de gêmeos, amputou membros de prisioneiros e dissecou anões vivos em seu laboratório.
“Sou, sem dúvida, o único que conhece por completo a fisiologia humana, porque faço experiências 
em homens e não em ratos” (MORAIS, 2011, p. 6). Isso era o que proferia com ar de orgulho Sigmund 
Rascher, responsável pelo campo de concentração de Dachau. Lá, ele se utilizava de cobaias humanas 
vivas para seus experimentos.
Já o médico da renomada Universidade de Estrasburgo, August Hirt, utilizou cerca de oitenta corpos 
em estudos anatômicos para determinação da superioridade do povo ariano.
Para muitos especialistas em anatomia o Atlas Pernkopf, conforme ilustra a figura a seguir, produzido 
com base na dissecação de corpos de aproximadamente 1.500 prisioneiros, é o melhor trabalho ilustrado 
sobre anatomia humana já efetuado na história. Para outros, trata‑se de um livro questionável e póstumo 
que, ao lado de suásticas, traz a seguinte frase: “feliz conjunção de ilustradores brilhantes e corpos de 
criminosos executados” (REZENDE, 2019).
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Figura 24 – Atlas Pernkopf
A partir de 1977, uma nova técnica de preparação de peças anatômicas foi elaborada. Essa 
descoberta foi realizada pelo médico e professor da Universidade de Heidelberg na Alemanha, Gunther 
von Hagens, o qual se intitula “Vesalius do século XXI”, que inventou e desenvolveu o processo de 
plastinação, conforme ilustra a figura a seguir, uma maneira moderna de mumificação, fazendo com 
que os cadáveres tenham uma elevada resistência.
A plastinação é outro aspecto que envolve polêmicas bioéticas, em que espécimes inodoros, secos e 
quase eternos estão sendo vastamente utilizados como modelos de anatomia em exposições e faculdades 
de medicina. Milhares de pessoas já testemunharam corpos dissecados em uma das exposições de 
anatomia pelo mundo e o novo mercado on‑line de espécimes humanos plastinados está aumentando.
Figura 25 – Cadáver plastinado, musculatura e pele
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Unidade I
A anatomia humana sempre será uma ciência relevante, não só porque aperfeiçoa o 
entendimento do funcionamento do corpo humano, mas também por ser fundamental no 
diagnóstico clínico e no tratamento das doenças. A anatomia humana já não é mais restrita 
à observação e à descrição das estruturas isoladas, ela se ampliou para compreender as 
complexidades de como o corpo humano age como um todo integrado. A ciência da anatomia 
é dinâmica e permanecerá ativa porque os dois aspectos do corpo humano – estrutura e função 
– são inseparáveis.
 Saiba mais
Para conhecer as novas técnicas de preservação de peças anatômicas, leia:
ANDREOLI, A. T. et al. O aprimoramento de técnicas de conservação de 
peças anatômicas: a técnica inovadora de plastinação. Revista EPeQ/Fafibe, 
Bebedouro, n. 4, p. 81‑85, 2012. Disponível em: <http://www.unifafibe.com.
br/revistasonline/arquivos/revistaepeqfafibe/sumario/24/20112012215831.
pdf>. Acesso em: 10 mar. 2019.
KIM, J. H. Exposição de corpos humanos: o uso de cadáveres como 
entretenimento e mercadoria. Mana, Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 309‑348, 
2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&
pid=S0104‑93132012000200004>. Acesso em: 10 mar. 2019.
Para saber mais sobre os precursores da medicina, o desenvolvimento 
dessa disciplina:
GORDON, R. A assustadora história da medicina. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996.
Para saber mais sobre a história da anatomia e conhecer o Museu de 
Anatomia UFCSPA:
UFCSPA. Uma breve história da anatomia humana. Porto Alegre: 
UFCSPA, [s.d.]. Disponível em: <http://www.ufcspa.edu.br/index.php/
historia‑da‑anatomia‑humana>. Acesso em: 10 mar. 2019.
1.3 Bases gerais da anatomia
A anatomia humana é considerada a disciplina mais antiga da medicina, tanto que no começo 
ambas se confundiam. Pelo menos no princípio era possível saber anatomia, ou pelo menos ter alguns 
conhecimentos anatômicos, para poder praticar a medicina. Desde aquela época começou a ser oportuno 
o pensamento nulla medicina sine anatomia, ou seja, não há medicina sem anatomia.
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Ramo seco da biologia, ciência dos mortos ou ciência dos fósseis, a anatomia morreu: esses são os 
versos cantados por aqueles que julgam desnecessário o estudo da anatomia. Para demonstrar esse 
mal, um caso pitoresco ocorreu no Brasil, quando um laureado com prêmio Nobel foi convidado a 
fazer conferências científicas e educacionais sobre atualização do currículo médico. O famoso professor, 
com toda a autoridade que um ganhador de prêmio Nobel pode ter, brindou a plateia com a seguinte 
mimosidade: “uma grande redução no currículo poderia ser feita às custas da anatomia, pois para 
conhecer a anatomia dos homens bastaria conhecer a anatomia do rato”.
A grande vantagem que ele antevia era que a dissecação de um mamífero pequeno poderia ser feita 
em três dias e não nos três anos necessários para dissecar o homem. Na discussão que se seguiu, um 
dos participantes da plateia perguntou: “Se o orador fosse acometido por uma apendicite aguda, ele 
escolheria o cirurgião que tivesse dissecadoum rato, ou um que tivesse dissecado um cadáver humano?” 
O orador fez uma longa pausa e confessou honestamente que ele escolheria o cirurgião que tivesse 
estudado anatomia no homem. O professor que fizera a pergunta retomou a palavra e parabenizou o 
orador pela sua excelente escolha, acrescentando: “principalmente porque o rato não tem apêndice 
vermiforme” (DI DIO, 1998, p. 28).
A anatomia divulga as bases da forma e da estrutura do corpo humano e de seus órgãos. A forma 
descreve a morfologia externa do indivíduo, de seus membros e órgãos. A estrutura respeita a organização 
interna dos órgãos e de seus componentes nos níveis macroscópico, microscópico, submicroscópico 
e molecular; o termo “estrutura” inclui a função. A anatomia determina, ao lado da fisiologia e da 
bioquímica, a base para a profilaxia, o diagnóstico, a terapia e a reabilitação de patologias.
 Observação
Homeostase é a preservação de um ambiente interno moderadamente 
contínuo e adaptado para a sobrevivência das células e dos tecidos do 
corpo. Defeitos na preservação das circunstâncias homeostáticas indicam 
patologias. Os processos das patologias podem atingir primeiramente um 
tecido, um órgão ou um sistema específico, porém, em última instância 
conduzirão a modificações de função ou da estrutura das células do corpo. 
Algumas patologias podem ser recuperadas pelas defesas corporais, já 
outras exigem tratamento. Por exemplo, quando acontece um trauma e 
existe sangramento excessivo ou lesão de órgãos internos o tratamento 
cirúrgico pode ser indispensável para resgatar a homeostase e impossibilitar 
problemas potencialmente letais.
1.3.1 Divisão da anatomia: estudos
Além dos aproveitamentos na medicina e das diversas formas de estudo da anatomia, há uma leitura 
anatômica nas várias áreas da atividade humana.
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Anatomia macroscópica
Refere‑se às estruturas com dimensões maiores do que 1 milímetro, isto é, as estruturas que podem 
ser identificadas a olho nu ou com auxílio de uma lupa. A figura a seguir mostra a anatomia macroscópica 
de um cadáver conservado com técnica MAR V.
Figura 26 – Métodos del Museo de Anatomía de Rosario
Anatomia microscópica
Parte além das estruturas analisadas a olho nu, que permite uma subdivisão mais detalhada do corpo 
humano. Visualiza estruturas com dimensões menores do que 1 milímetro. A anatomia microscópica 
divide‑se em citologia, estudo da estrutura e função da célula, e histologia, estudo dos tecidos e 
anatomia microscópica dos órgãos.
 Lembrete
A anatomia macroscópica estuda as estruturas do corpo humano a olho 
nu, enquanto a anatomia microscópica se utiliza de equipamentos como, 
por exemplo, os microscópios.
Anatomia artística
A anatomia artística, que se presta ao estudo das proporções dos segmentos naturais do corpo 
humano, a configuração exterior, relacionando‑a, principalmente, com ossos e músculos, estática e 
dinamicamente para finalidades de escultura e pintura. Como exemplo de anatomia artística temos a 
pintura Mona Lisa, conforme ilustra a figura a seguir, também conhecida como Gioconda, a mais notável 
e conhecida obra de Leonardo da Vinci.
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Figura 27 – Mona Lisa
Anatomia comparativa
A anatomia comparativa compara e inclui os planos estruturais de diferentes representantes do 
reino animal e busca regras relacionadas à forma. Outra função dela é o confronto entre seres humanos 
e outros animais, com o intuito de encontrar formas homólogas, ou seja, iguais entre as espécies, e as 
heterólogas, ou seja, diferentes entre as espécies.
Anatomia do desenvolvimento ou embriologia
A anatomia do desenvolvimento é o estudo do conjunto de episódios que vão da fecundação de 
um ovócito secundário por um espermatozoide à formação de um organismo adulto. A gravidez é o 
conjunto de episódios que se inicia com a fertilização; prossegue durante a implantação, desenvolvimento 
embrionário e desenvolvimento fetal; e, de modo ideal, termina com o nascimento de uma criança, após 
aproximadamente entre 38 e 40 semanas depois da última menstruação. As figuras a seguir mostram os 
períodos embrionário e fetal, respectivamente.
A fecundação ou fertilização consiste no encontro dos gametas feminino e masculino, ovócito 
secundário e espermatozoide, que acontece na ampola da tuba uterina. O período embrionário 
corresponde às primeiras nove semanas a partir do dia da fertilização, aquele em que todos os órgãos e 
sistemas se formam (organogênese).
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Orelha
Olho
Nariz
Membro superior
Cordão umbilical
Membro inferior
Embrião de 52 dias
Figura 28 – Período embrionário
Orelha
Olho
Nariz
Boca
Membro superiorFeto de 26 semanas
Membro inferior
Figura 29 – Período fetal
O período fetal inicia‑se a partir da décima semana pós‑fertilização e vai até o nascimento. Nessa 
fase o bebê é chamado de feto e os órgãos já constituídos sofrem um processo de crescimento e 
amadurecimento até que apresentem‑se em totais condições de funcionamento no final da gravidez.
 Saiba mais
Para saber mais sobre os efeitos da gestação:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 
14. ed. São Paulo: Guanabara‑Koogan, 2016. 
GODINHO, J. M. et al. Prevalência de desconfortos musculoesqueléticos no 
puerpério. In: CONGRESSO DE PESQUISA E EXTENSÃO DA FACULDADE DA SERRA 
GAÚCHA, 2017. Anais – V Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG (2017). Caxias 
do Sul: Faculdade da Serra Gaúcha, 2017. Disponível em: <http://ojs.fsg.br/index.
php/pesquisaextensao/article/view/2828>. Acesso em: 11 mar. 2019.
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Anatomia nepiológica ou nepionatomia
A palavra nepio ou nípio, do grego, e infans, do latim, significa “o que não fala”. Portanto, trata‑se do 
estudo da anatomia da primeira infância e constitui‑se de uma ligação entre o estudo da embriologia e 
o da anatomia de crianças, adolescentes e adultos jovens.
Anatomia do adulto
Estuda a estrutura do corpo humano após o seu completo desenvolvimento. É subdividida em 
masculina (entre 25 e 60 anos de idade) e feminina (entre 21 e 50 anos idade).
Anatomia gerontológica
É o estudo da morfofisiologia do indivíduo idoso (acima de 60 anos de idade). Não deve ser 
confundida a anatomia gerontológica, que corresponde ao estudo do idoso normal, com a geriátrica, 
pois essa estuda o idoso doente e faz parte, portanto, da anatomia patológica.
Anatomia radiológica
Existem diversas técnicas e procedimentos para obter imagens do corpo humano. Vários tipos de 
imagem permitem a observação de estruturas anatômicas no interior do corpo, e são cada vez mais 
benéficas para o diagnóstico exato de um amplo espectro de distúrbios anatômicos e fisiológicos. A avó 
de todas as técnicas de imagem é a radiografia convencional (com raios X), em utilização desde o final 
da década de 1940. As tecnologias de imagem mais modernas, conforme ilustram as figuras a seguir, 
não só aperfeiçoaram a capacidade diagnóstica, mas também elevaram o conhecimento da anatomia e 
da fisiologia normais.
Figura 30 – Densitometria óssea da região lombar da coluna vertebral
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Unidade I
Figura 31 – Angiograma de um adulto apresentando obstrução da artéria coronária (seta)
 Saiba mais
Para saber mais sobre anatomia seccional e a tecnologia clínica:
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLISTSCH, R. B. Anatomia humana. 
Porto Alegre: Artmed, 2009.
Anatomia de superfície
A anatomia de superfície é a anatomia do indivíduo e limita a superfície do corpo humano. 
A experiência adquirida durante o estudo anatômico é aplicada

Outros materiais