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Cumarinas e lignanas Prof.a Paula M. Martins Vegetais (predominância: angiosperma), fungos e bactérias; Possuem odor característico; Palavra derivada de cumaru (ou fava-tonka) – Encontrada no norte do Brasil – sementes ricas em cumarinas CUMARINAS Cumarinas: lactonas derivadas do ácido cinâmico 1.300 cumarinas isoladas de fontes naturais 1,2-benzopirona 1 Todas cumarinas são substituídas por um OH na posição 7 Exceto 1,2-benzopirona CUMARINAS SIMPLES CLASSIFICAÇÃO R1 R2 R3 1,2-benzopirona 1 Classes das cumarinas Furanocumarinas Piranocumarinas Cromonas Xantonas FURANOCUMARINAS Psoraleno Bergapteno PIRANOCUMARINAS Cromonas: são isômeros de cumarinas Pequeno grupo de substâncias naturais Cromona: Isômeros da cumarina Furanocromonas: mais conhecidas medicinalmente Ações vasodilatadoras e broncodilatadoras Furanocromona Xantonas: derivados da dibenzeno-γ-pirona Xanthos = amarelo Xantidriol – reagente para determinação de uréia no sangue. Xantona Dibenzeno-γ-pirona A xantona foi introduzida no mercado como inseticida em 1939 PROPRIEDADES, EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO Encontradas em todas as partes das plantas mistas Sensibilidade! CUMARINAS: PROPRIEDADES, EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO Anel lactônico – vantagem em processo de extração; Em meio alcalino ocorre abertura do anel - sais solúveis; Relactonização – acidificação em meio aquoso Recupera-se as cumarinas extraídas Meio alcalino – abertura do anel lactônico Acidificação – relactonização SENSIBILIDADE Anel lactônico Extração e isolamento Extração e isolamento Manchas em CCD apresentam cores fluorescentes após adição do revelador. Quantificação CLAE CG USOS E PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Cumarinas simples: odor característico Uso em indústrias de produtos de limpeza e cosméticos USOS E PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Trevo-de-cheiro: Melilotus officinalis (L.) Pall. Todas as espécies de Melilotus contêm melilotosídeo, que é um fenilpropanóide convertido em cumarina simples. FCE (F) - nome em italico e texto descontinuado formataçao Varfarina é um anticoagulante cumarínico Usos e propriedades farmacológicas Derivados do 4-hidroxi-cumarina: descobertos durante investigação de doença hemorrágica em gado que se alimentava com trevo-de-cheiro (Melilotus officinalis); Forragem atacada por fungos que converte a cumarina em dicumarol. Modelo de desenvolvimento para anticoagulantes; FCE (F) - recortar a figura da cumarina em dicumarol de modo que nao apareça o X Usos e propriedades farmacológicas Escoparona (cumarina): atividades imunossupressoras, relaxante vascular, hipotensora; Artemisia scoparia Waldst. & Kitam Fonte: The Plant List Usos e propriedades farmacológicas Ostol (cumarina) – inibição de agregação plaquetária, atividade relaxante da musculatura lisa e cardíaca (inibição da fosfodiesterase) Cnidium monnieri (L.) Cusson Fonte: The Plant List Usos e propriedades farmacológicas Fraxetina, esculetina: cumarinas contendo grupo di-hidroxilados em posição orto; Inibidores da peroxidação lipídica – interesse como substâncias antioxidantes; Xantonas – atividade antimicrobiana (Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis) USOS E PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Xantonas – ação inibidora da enzima monoaminooxidase (MAO) Monoaminas endógenas MAO A – promove degradação da serotonina e da noradrenalina MAO B – promove degradação da dopamina Estado depressivo – [neurotransmissores] Inibidor específico de MAO – [neurotransmissores] Xantona – inibidor seletivo da MAO A Hipérico (Hypericum brasiliense) – utilizado como antidepressivo (xantonas que inibem seletivamente MAO A) USOS E PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS Como a maioria das cumarinas – absorvem fortemente a luz UV, são altamente reativas sob a incidência de luz Após absorverem um fóton – furanocumarinas adquirem um estado excitado Reagem com bases pirimídicas ou com O2 Reação com O2 - formação de radicais superóxido (O2-) Reagem com DNA e RNA, proteínas, lipídeos, ocasionando injúria às células que os contém Ligação às bases pirimídicas do DNA - mutações TOXICIDADE FURANOCUMARINAS E FOTOTOXICIDADE FURANOCUMARINAS E FOTOTOXICIDADE Manifestação mais comum de fototoxicidade: Fitodermatite - ocorre pelo contato direto com o vegetal, por exemplo, o contato com frutas cítricas; Hiperpigmentação; Erupções bolhosas; Eritemas; FCE (F) - diminuir letra e espaçar Cumarina sobre a pele, exposta à ação de raios UV pode ser utilizada para tratamentos de enfermidades cutâneas como: psoríase e vitiligo; Uso tópico e/ou oral – exposição controlada à UV para repigmentação; Metoxaleno é a furanocumarina mais usada Ingestão de furanocumarina (20 a 40 mg) seguida de irradiação Tratamento acompanhado por especialistas (potencial carcinogênico) FOTOQUIMIOTERAPIA METOXALENO FOTOQUIMIOTERAPIA PARA VITILIGO O psoraleno estimula os melanócitos FOTOQUIMIOTERAPIA PARA PSORÍASE FCE (F) - arrumar letras e espaçamento FOTOQUIMIOTERAPIA PARA PSORÍASE DROGAS VEGETAIS CLÁSSICAS ANGÉLICA (Angelica archangelica) Parte utilizada: raízes e rizomas Efeitos farmacológicos das cumarinas (furanocumarinas) – vasodilatadores coronarianos e antagonistas dos canais de cálcio TREVO - Melilotus officinalis (L.) Pall. Parte utilizada: folhas Droga utilizada tradicionalmente no tratamento de desordens provocadas por insuficiência venosa crônica e como anticoagulante FCE (F) - nome cientifico em italico CITRUS (Família Rutaceae) Compreende árvores frutíferas Sumo e cascas dos frutos contêm furanocumarinas Tratamento da insuficiência venosa Utilizado como flavorizante Em contato com a pele podem causar lesões de cores escuras LIGNANAS LIGNANAS Ligninas: se depositam na parede das células vegetais Conferem rigidez São macromoléculas: polímeros de unidade básica C6-C3 Abrangem muitas unidades fenilpropânicas LIGNANAS Lignanas e neolignanas: micromoléculas mais simples Ligninas TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO Lignóide = denominação genérica de micromoléculas de esqueleto fenilpropânico Lignanas (lignum = madeira) 9’ 9 Dímero de álcool cinamílico ou ácido cinâmico TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO Lignóide = denominação genérica de micromoléculas de esqueleto fenilpropânico Neolignana 9 9’ Dímero alil fenóis e de propenil fenóis OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO Lignóides são amplamente distribuídos no reino vegetal; Plantas lenhosas são ricas em lignanas; Arbustos são ricos em neolignanas; Já foram isolados ~700 lignóides 390 lignanas 279 neolignanas 50 outras Alolignanas, norlignanas, oligolignóides, heterolignóides ATIVIDADES BIOLÓGICAS Propriedades farmacológicas de neolignanas: Propriedade antiinflamatória; Antifúngica (otobaína); Anti-hepatotóxica (esquizanterina); Inibição da penetração de cercárias de S. mansoni; Esquistossomose no hospedeiro (surinamensina); Neolignana isolada de planta brasileira Virola surinamensis – picuíba, ucuúba, bicuíba Parasita: S. mansoni ATIVIDADES BIOLÓGICAS Atividades biológicas detectadas para algumas lignanas: Antineoplásica e antiverrugosa (podofilotoxina) Antileucêmica (esteganacina) Anti-HIV Antiinflamatória PROPRIEDADES, OBTENÇÃO E ANÁLISE Não existem reações químicas gerais, de coloração ou de precipitação, para detectar lignóides em extratos vegetais Neolignanas – solúveis em solventes apolares (éter de petróleo) - óleos de alta viscosidade Lignanas – são de polaridade intermediária (clorofórmio, éter etílico) - sólidos incolores DROGAS VEGETAIS CLÁSSICAS GUAIACO (Guaiacum officinale) Parte usada: resina obtida do lenho; A resina é usada no tratamento de reumatismo, profilaxia da gota e artrite reumatóide; Não foram encontrados naliteratura trabalhos científicos que confirmem essas propriedades; CARDO-SANTO (Sibylum marianum) Parte usada: frutos maduros Droga vegetal de maior tradição de uso em distúrbios hepáticos FCE (F) - nome cientifico Referências CAMACHO, F. P.; STROHER, A. P.; BONGIOVANI, M. C.; NISHI, L.; BERGAMASCO, R. Avaliação do processo de coagulação utilizando coagulantes naturais na remoção de cianobactérias. e-xacta, v. 5, n. 2, p. 73-81, 2012; RADÜNZ, L.L.; MELO, E.C.; BARBOSA, L.C.A.; ROCHA, R.P.; BERBERT, P.A. Rendimento extrativo de cumarina de folhas de guaco (Mikania glomerata Sprengel) submetidas a diferentes temperaturas de secagem. Rev. Bras. Pl. Med., v.14, n.3, p.453-457, 2012; SIMÕES, C.M.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELO, J.C.P . Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6a ed. Porto Alegre: Ed da UFRGS
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