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AULA 05 - POLÍTICA MACROECNOMICA

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DEFINIÇÃO
Curvas de oferta e demanda agregada, horizontes de tempo na macroeconomia, mercados monetário e
de bens e serviços, alterações nas políticas fiscal e monetária e transição para um novo equilíbrio,
construção da curva de demanda agregada.
PROPÓSITO
Compreender, através dos modelos apresentados neste tema, a política econômica, em especial, as
políticas fiscal e monetária e como elas alteram o equilíbrio nos mercados monetário e de bens e serviços
e, ainda, como interagem com a demanda agregada. Entender a diferença entre curto e longo prazos na
economia e como isso afeta as curvas da demanda agregada.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Construir as curvas de oferta e demanda agregada, para diferentes horizontes de tempo
MÓDULO 2
Identificar os diferentes equilíbrios na economia e entender o impacto de alterações nas políticas
fiscal e monetária
INTRODUÇÃO
Por que às vezes é difícil conseguir emprego? Por que os telejornais passam tanto tempo falando da taxa
de juros definida pelo Banco Central? Como lidar com um aumento generalizado de preços na
economia?
Essas questões dizem respeito à política macroeconômica, um conjunto de ferramentas central em
qualquer sociedade moderna. Estudaremos inicialmente os fundamentos teóricos da Macroeconomia, o
que nos permitirá discutir o impacto dessas políticas.
MÓDULO 1
Construir as curvas de oferta e demanda
agregada, para diferentes horizontes de tempo.
INTRODUÇÃO
Você já deve ter ouvido falar em crises econômicas, recessões e períodos de crescimento. Em períodos
de crise, é frequente ver nos jornais e na televisão economistas dando entrevistas tentando explicar as
razões para o desempenho ruim da economia e fazendo previsões de cenários futuros.
Em geral, o crescimento da economia é medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) de um país. O
crescimento é mais alto em uns anos do que outros, e, quando a economia sai do trilho, o crescimento
passa a ser negativo. Flutuações no PIB estão muito associadas a flutuações no emprego.
EXEMPLO
Quando passamos por uma recessão, a economia passa por um período de produção decrescente e
desemprego crescente.
O Brasil passou por uma forte recessão entre 2014 e 2016.
Entre o segundo trimestre de 2014 e o segundo trimestre de 2016, o PIB real caiu sistematicamente,
indicando declínio na produção de bens e serviços da economia. Mesmo com o fim da recessão em
2016, a economia mostrou recuperação muito lenta e, até a data de publicação desta aula (2º trimestre
2020), não havia se recuperado completamente.
Desde o 2º trimestre de 2014 até o 4º semestre de 2016, o crescimento médio foi de -1.8 %. A taxa de
desemprego passou de 6,5% em dezembro de 2014 para 13,7% em janeiro de 2017. O mau
desempenho econômico permeou os noticiários daquele período, sendo destacado por ter sido um dos
piores períodos da economia brasileira nos anos recentes.
Essas oscilações de curto prazo no produto e no emprego recebem o nome de ciclos econômicos.
A terminologia é um pouco enganosa, podendo sugerir que as oscilações sejam regulares e previsíveis,
quando não são. Muito pelo contrário, elas são bastante irregulares e carregam um elevado componente
de incerteza. Podem acontecer próximas umas às outras, ou distantes. Não há como garantir com
segurança.
EXEMPLO
A crise de 2009 ocorreu relativamente próxima à de 2015. Pouco depois, quando a economia brasileira
apresentava alguns fracos indícios de recuperação, a crise da pandemia do COVID-19 surgiu, causando
impacto imediato na economia mundial e a paralisação de muitos setores internacionalmente - algo que
ninguém poderia prever.
No entanto, nem todas as oscilações são completamente imprevisíveis. Algumas delas apresentam sinais
antes de o cenário mais grave acontecer.
Como explicar essas oscilações de curto prazo? Quais modelos são capazes de explicá-las? É possível
que os formuladores de política econômica as evitem? No próximo tópico, vamos procurar desenvolver a
teoria para explicar o comportamento da economia no curto e no longo prazo.
OS COMPONENTES DO PIB E A LEI DE OKUN
Como você deve ter aprendido, o PIB mede o total da renda menos os gastos na economia. A figura 1
mostra o crescimento do PIB real do Brasil desde 1997.
Figura 1: Taxa de crescimento do PIB real. | Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Figura 1: Taxa de crescimento do PIB real. | Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
Não é preciso ser economista para perceber que o crescimento econômico não é estável e que, às
vezes, é negativo, como foi durante a recessão de 2014-16.
Mas como se define uma recessão?
Há definições distintas, como:
Existe uma regra técnica que define recessão a partir do momento em que o PIB de um país cai por
dois trimestres consecutivos.
O Codace considera que existe recessão quando é observada uma queda generalizada no nível de
atividade econômica, independentemente de haver dois trimestres negativos de PIB. A explicação para
isso é que muitas vezes o PIB é afetado por algum setor específico, e não reflete a dinâmica da
economia como um todo.
CODACE
Comitê de Datação de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas, é uma organização
independente criada com a finalidade de determinar a referência cronológica para os ciclos
econômicos brasileiros.
Assim como o PIB reflete a dinâmica de diferentes setores da economia, ele também é uma soma de
seus diversos componentes, refletindo-os, portanto. Ele é composto por quatro componentes de
despesa:
autor/shutterstock
CONSUMO
autor/shutterstock
INVESTIMENTO
autor/shutterstock
COMPRAS DO GOVERNO
autor/shutterstock
EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS
Nesses componentes, os ciclos econômicos também acabam se tornando aparentes, sendo alguns mais
voláteis que outros, tal qual o investimento. Ademais, os ciclos são visíveis nos dados que descrevem as
condições do mercado de trabalho.
A figura 2 mostra a taxa de desemprego desde 2012.
Figura 2: Taxa de desemprego | Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Figura 2: Taxa de desemprego | Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Pode-se observar que o desemprego cresceu durante a recessão de 2014-16. Ao olhar para outros
indicadores de mercado de trabalho, vamos notar trajetórias semelhantes. Quando há declínio na
atividade econômica, torna-se mais difícil encontrar uma vaga de emprego.
Se há mais desempregados em períodos de crise e recessão, e são justamente os trabalhadores
empregados que contribuem para a produção de bens e serviços, aumentos na taxa de desemprego
devem estar relacionados a declínios no PIB real.
Essa relação negativa entre produto e desemprego é chamada pelos economistas de Lei de Okun
(1928-1980). A lei de Okun (1928-1980) torna evidente que os determinantes do ciclo econômico de curto
prazo são diferentes dos determinantes de longo prazo.
LEI DE OKUN (1928-1980)
O nome é uma homenagem ao economista Arthur Okun (1928-1980), primeiro a estudar essa
relação.
Longo prazo
O longo prazo é determinado principalmente pelo progresso tecnológico.
Curto prazo
O curto prazo é determinado pelo emprego da força de trabalho da economia.
As quedas na produção de bens e serviços presentes nas recessões estão frequentemente associadas a
um aumento do desemprego.
A figura 3 mostra essa relação para o Brasil.
Figura 3: Lei de Okun no Brasil 2012-2017 | Fonte: Autor
Figura 3: Lei de Okun no Brasil 2012-2017 | Fonte: Autor
HORIZONTES DE TEMPO NA MACROECONOMIA
Como mencionado, na macroeconomia existem diferentes determinantes a depender do horizonte
temporal em análise e, consequentemente, diferentes modelos.
Mas, por que modelos de longo prazo e curto prazo não podem ser iguais?
A maioria dos economistas entende que a principal diferença entre o curto e o longo prazo está na forma
como os preços se comportam.
Longo prazo
No longo prazo, os preços são flexíveis e reagem a mudanças na oferta e na demanda.
Curto prazoNo curto prazo, os preços são mais rígidos e permanecem “fixos" em um nível determinado por algum
tempo.
Como os preços se comportam de forma diferente no curto e no longo prazo, eles também reagem de
maneira diferente a mudanças econômicas, sejam elas choques externos ou alterações na política
econômica.
Veja um exemplo de como o preço se comporta no curto prazo:
autor/shutterstock
Ocorre uma mudança inesperada na produção agropecuária (uma quebra de safra).
autor/shutterstock
Os restaurantes não aumentam imediatamente o preço de suas refeições.
autor/shutterstock
As firmas não alteram os salários de seus funcionários de pronto.
autor/shutterstock
Os mercados não mudam as etiquetas de seus produtos.
A maior parte dos preços demora um certo período de tempo para se alterar.
No longo prazo, no entanto, esses preços se ajustam lentamente, respondendo a essas alterações de
política econômica ou a choques. A rigidez temporária dos preços sugere que o impacto no curto prazo
decorrente de uma variação na oferta monetária difere do impacto no longo prazo.
Desse modo, um modelo que deseje capturar a dinâmica dos preços no curto prazo deve levar em
consideração essa rigidez. Veremos mais adiante que variáveis reais como produto e emprego sofrerão
algum ajuste no curto prazo, uma vez que os preços não se adequam rapidamente.
Isso significa que as variáveis nominais (Preços) poderão influenciar as variáveis reais (Quantidades)
enquanto durar o período no qual os preços se mantiverem rígidos.
DEMANDA AGREGADA
Na Teoria Macroeconômica Clássica, supõe-se que os preços se ajustam para garantir que a
quantidade demandada de produto seja igual à quantidade ofertada. A oferta de bens e serviços, por sua
vez, depende da capacidade de produção da economia e está atrelada às ofertas de capital e de mão de
obra, além da tecnologia disponível para a produção.
Quando os preços são rígidos, no entanto, esse ajuste de preço não pode ser realizado. Assim, o produto
depende também da demanda por bens e serviços. Já a demanda depende de uma série de fatores:
autor/shutterstock
Confiança dos consumidores em relação ao cenário econômico;
autor/shutterstock
Percepção dos investidores a respeito de lucratividade;
autor/shutterstock
Política fiscal;
autor/shutterstock
Política monetária.
Para melhor compreender como esses fatores influenciam a demanda, vamos introduzir o conceito de
demanda agregada.
Demanda agregada (DA) é a relação entre a quantidade de produto demandada e o nível de preços
agregado da economia.
O nível de preços, por sua vez, é uma medida de preços globais de um conjunto determinado de bens e
serviços — nesse caso, da economia como um todo.
RESUMINDO
Assim, a demanda agregada aponta para a quantidade de bens e serviços que as pessoas desejam
adquirir para cada nível de preços.
A chamada Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) sustenta que:
autor/shutterstock
A oferta monetária é o valor total de dinheiro disponível em uma economia em um determinado período
do tempo.
autor/shutterstock
A velocidade da moeda é simplesmente a frequência média com que uma unidade de moeda (por
exemplo, um real) troca de mãos em uma transação econômica.
Supondo que a velocidade da moeda seja constante, essa equação diz que a oferta monetária
determina o valor nominal do produto PY. Partindo do pressuposto de que a quantidade de moeda
ofertada M é fixada pelo Banco Central, então a equação quantitativa enuncia uma relação negativa entre
preços P e quantidade de produto Y. De outra maneira:
As barras sobre as variáveis indicam que elas assumem valores fixos. Para manter o lado esquerdo da
equação constante, P e Y precisam ter uma relação negativa entre si: Se o preço aumenta, o produto
diminui. A figura 4 mostra um gráfico para combinações de P e Y que satisfazem essa equação para uma
dada velocidade da moeda V e oferta monetária:
Figura 4| Fonte: Autor
Figura 4| Fonte: Autor
A curva com inclinação negativa é conhecida como curva de demanda agregada.
Assim, a oferta monetária M e a velocidade da moeda V determinam o valor nominal do produto PY.
Como PY é uma constante, quando P aumentar, Y deve diminuir, e vice-versa.
A intuição econômica por trás dessa igualdade é que, uma vez determinada a oferta monetária, ela
estabelece o valor de todas as transações da economia em moeda corrente.
Se o nível de preços aumenta, todas as transações exigirão uma quantidade maior de moeda corrente
para ocorrer, de modo que o número de transações caia e, por consequência, a quantidade de bens e
serviços adquirida também.
Também podemos analisar a inclinação negativa da curva de demanda agregada sob outra ótica: quanto
maior o montante do produto, maior o número de transações realizadas pelas pessoas, assim a
necessidade de moeda corrente passa a ser mais alta. Em outras palavras, há uma demanda por
encaixes monetários reais, M/P, mais alta.
Encaixes monetários reais é o nome dado ao termo correspondente à razão de quantidade de moeda
M sobre o nível de preços P.
POR QUE É IMPORTANTE DIVIDIR A QUANTIDADE DE
MOEDA M PELO NÍVEL DE PREÇOS P?
RESPOSTA
Porque não faz diferença ter o dobro do dinheiro se os preços forem duas vezes maiores: O que interessa é
o poder de compra da moeda, e não só o número impresso em uma cédula.
Uma vez que a oferta monetária M é constante, um encaixe real mais alto significa um nível de preços
mais baixo. Analogamente, uma demanda por encaixes reais mais baixos por conta de menos transações
implica um nível de preços mais alto.
DESLOCAMENTOS NA DEMANDA AGREGADA
Até aqui, consideramos a oferta monetária M como dada. O que aconteceria se o Banco Central
decidisse alterar a oferta monetária? Certamente, as combinações possíveis de P e Y se alterariam, de
modo que a curva de demanda agregada se deslocaria.
Suponha que o Banco Central aumente a oferta monetária. Pela equação quantitativa da moeda, um
aumento de M deve provocar um aumento proporcional do valor nominal do produto PY.
COMENTÁRIO
Para qualquer nível de preços, o montante de produto passa a ser maior, assim como para qualquer
montante de produto, o nível de preços passa a ser mais alto.
Dessa forma, há um deslocamento da curva de demanda agregada para a direita e para cima, ou para
fora. O painel (a) da figura 5 mostra essa dinâmica.
Figura 5: Deslocamento da DA por um aumento em M | Fonte: autor
Figura 5: Deslocamento da DA por um aumento em M | Fonte: autor
Do mesmo modo, o mecanismo contrário também ocorre. Se o Banco Central decide reduzir a oferta
monetária, o montante de produto para qualquer nível de preços passa a ser menor e, para qualquer
montante de produto, o nível de preços se torna mais baixo. Nesse caso, a curva de demanda agregada
se desloca para baixo e para a esquerda, ou para dentro. O painel (b) da figura 5 exibe esse
deslocamento.
Figura 5: Deslocamento da DA por uma redução em M | Fonte: autor
Figura 5: Deslocamento da DA por uma redução em M | Fonte: autor
Embora seja responsável por alguns dos deslocamentos da demanda agregada, a oferta de moeda não é
o único fator que pode causar esse efeito. Mudanças na velocidade da moeda, por exemplo, também
podem deslocar a demanda agregada, na mesma lógica da equação quantitativa da moeda. Contudo, é
importante ter em mente que a TQM é uma simplificação da teoria para se compreender a curva de
demanda agregada.
Como veremos em outro módulo, oscilações na oferta monetária ou na velocidade da moeda não são a
única fonte de oscilação na demanda agregada. A realidade é bem mais complexa.
OFERTA AGREGADA
Sozinha, a curva de demanda agregada não diz em que ponto a economia se encontra, isto é, qual o
nível de preços vigente e o montante de produto correspondente. Ela mostra apenas uma relação entre
essas duas variáveis. Todavia, existe outra curva que também apresenta uma relação entre P e Y que
cruza a curva de demanda agregada: É a chamada curva de oferta agregada.
Essas curvasdeterminam de forma conjunta o nível de preços P e a quantidade de produto Y da
economia, e a interseção entre elas indica em que ponto a economia está.
A oferta agregada (OA) é a relação entre a quantidade de bens e serviços ofertada e o nível de preços
da economia.
ATENÇÃO
Dado que os bens e serviços ofertados têm preços flexíveis no longo prazo e preços rígidos no curto
prazo, a oferta agregada depende do horizonte de tempo que está sendo analisado.
Desse modo, pode-se dizer que existem duas curvas de oferta agregada: A oferta agregada de longo
prazo (OALP) e a oferta agregada de curto prazo (OACP).
Como explicado, no longo prazo, a capacidade de oferta de bens e serviços da economia depende dos
montantes fixos de capital e mão de obra e da tecnologia disponível para a produção. Formalmente:
Essa equação indica que o produto Y é uma função do montante fixo de capital 
trabalho 
RELEMBRANDO
A barra superior indica que a variável assume um valor fixo.
Note que o nível de preços P não entra na função de produção, ou seja, não é um insumo:
Consequentemente, não afeta o montante de produto Y. Essa função deriva do modelo clássico, que
descreve como a economia se comporta no longo prazo. De acordo com esse modelo, o produto não
depende do nível de preços.
Se o produto é fixo no longo prazo e não depende do nível de preços, a curva de oferta agregada será
uma linha reta vertical cujo intercepto no eixo do produto é o montante de produto fixo 
O painel (a) da figura 6 mostra a curva de oferta agregada do longo prazo (OALP) cruzando a curva de
demanda agregada (DA).
 e do montante fixo de
. Como ambos os insumos são fixos, o produto também será fixo.
.
Figura 6: oferta agregada de longo prazo (OALP) e Demanda agregada (DA) | Fonte: autor
Figura 6: oferta agregada de longo prazo (OALP) e Demanda agregada (DA) | Fonte: autor
Dado que a curva de oferta agregada do longo prazo é uma linha vertical, então um deslocamento da
curva de demanda agregada não afetará a quantidade de produto Y, mas apenas o nível de preços P.
Se a oferta monetária aumenta, por exemplo, e a curva de DA se desloca para fora, como mostra o
diagrama (b) da figura 6, o que ocorre?
Fonte:Shutterstock
Figura 6: oferta agregada de longo prazo (OALP) e deslocamento da (DA) | Fonte: autor
O ponto de cruzamento das duas curvas muda do ponto A para o ponto B, aumentando o nível de
preços. Desse modo, oscilações na demanda agregada afetam apenas os preços no longo prazo.
A oferta agregada de longo prazo vertical satisfaz a chamada dicotomia clássica, de acordo com a qual
variáveis nominais não afetam variáveis reais, afinal, o nível de produto não depende da oferta
monetária. O nível do produto no longo prazo 
produto de pleno emprego.
No entanto, esse é o caso apenas do longo prazo. No curto prazo, o modelo clássico não se aplica.
Como há rigidez de preços no curto prazo, a curva de oferta agregada de curto prazo não é vertical.
Vamos tomar como exemplo o caso extremo: todos os preços são fixos no curto prazo. Vamos supor a
seguinte situação.
PRODUTO DE PLENO EMPREGO
É o ponto da economia no qual a taxa de desemprego está em seu nível natural, ou, de outro modo,
os recursos da economia estão plenamente empregados.
É muito caro para os restaurantes trocarem seus menus.
As empresas não possuem capital para alterar os salários de seus empregados.
É muito custoso para os mercados mudarem suas etiquetas.
Posto isso, todos os preços estão fixados em valores predeterminados. A esses preços, os produtores
ofertam a quantidade que os consumidores estiverem dispostos a comprar, e utilizam a quantidade exata
de capital e mão de obra para produzir aquela quantidade.
 é chamado de nível natural do produto ou nível do
Obviamente, isso é apenas uma simplificação e não representa a realidade em toda a sua complexidade.
Mas, por ora, vamos analisar este modelo: se o nível de preços é completamente rígido, isso significa
que ele não muda. Assim, a curva de oferta agregada do curto prazo é uma reta horizontal. O gráfico (a)
da figura 7 mostra esse caso.
Figura 7: oferta agregada de curto prazo, OACP e Demanda agregada, DA | Fonte: autor
Figura 7: oferta agregada de curto prazo (OACP) e Demanda agregada (DA) | Fonte: autor
No curto prazo, um deslocamento para fora da curva de demanda agregada ocasionado por uma
ampliação da oferta monetária deslocada não altera o nível de preços, como ilustra o diagrama (b) da
figura 7. A economia passa do ponto inicial A para o novo ponto de equilíbrio B, alterando o nível de
produto de Y1 para Y2, elevando-o a um nível constante de preços. Dessa forma, um aumento na
demanda agregada eleva o produto no curto prazo, dado que os preços não se ajustam
instantaneamente.
Agora, veja outro exemplo depois de um movimento positivo repentino na demanda agregada.
Figura 7: oferta agregada de curto prazo, OACP e deslocamento da DA | Fonte: autor
Figura 7: oferta agregada de curto prazo, (OACP) e deslocamento da (DA) | Fonte: autor
Produtores ficam amarrados a preços demasiadamente baixos para seu nível elevado de produção.
Com a demanda elevada por seus produtos, as empresas vendem uma alta quantidade de bens e
serviços, o que gera um aumento de sua produção.
Com isso, as empresas utilizam mais capital e contratam mais trabalhadores.
Nesse cenário, a economia passa por um período de aquecimento.
Como sabemos, a economia não se resume a um momento estático no curto prazo. Veremos a seguir o
que ocorre depois de um deslocamento repentino da demanda agregada.
ATENÇÃO
Devemos frisar que os casos ilustrados aqui são dois casos extremos e que a realidade da economia é
um tanto mais complexa do que isso.
Utilizamos esses dois casos extremos como pontos de partida para fundamentar o restante da teoria.
Como veremos mais adiante, num intervalo de tempo em que alguns preços são flexíveis e outros
rígidos, a curva de oferta agregada será uma mistura das duas apresentadas até então. Ou seja, será
uma curva positivamente inclinada.
A TRANSIÇÃO: DO CURTO PRAZO PARA O LONGO
PRAZO
Até agora, vimos como a economia e os preços se comportam no curto prazo e no longo prazo.
Mas, como a economia faz a transição do curto prazo para o longo prazo?
Suponha que a economia esteja inicialmente num equilíbrio de longo prazo. O equilíbrio de longo prazo
ocorre quando a curva de demanda agregada intercepta a curva de oferta agregada de longo prazo,
ilustrado pelo ponto E no painel (a) da figura 8.
Figura 8: o equilíbrio de longo prazo | Fonte: autor
Figura 8: o equilíbrio de longo prazo | Fonte: autor
A figura mostra três curvas: A curva de demanda agregada, a curva de oferta agregada de curto prazo e
a oferta agregada de longo prazo.
ATENÇÃO
A curva de oferta agregada de curto prazo também cruza o ponto de equilíbrio, porque, dado que no
longo prazo os preços se ajustam para alcançar o equilíbrio, quando a economia está no equilíbrio de
longo prazo, ela também está em um equilíbrio de curto prazo.
Vamos continuar com o exemplo de um aumento na demanda agregada induzido por uma expansão da
oferta monetária, como mostra o painel (b) da figura 8. Haverá um deslocamento para a direita da curva
de demanda agregada. No curto prazo, os preços são rígidos, de modo que a produção aumenta e a
economia se move do ponto E para o ponto E’.
Figura 8: uma expansão da DA e a transição para um novo equilíbrio | Fonte: autor
Figura 8: uma expansão da DA e a transição para um novo equilíbrio | Fonte: autor
Produção e emprego aumentam e passam a ficar acima de seus níveis naturais, o que significa que a
economia está aquecida.
As empresas passam a vender e a produzir uma quantidade alta de bens e serviços e, para isso, utilizam
mais capital e contratam mais trabalhadores.
A alta da atividade econômica pressiona os preços para cima, deslocando a economia gradativamente
para cima, ao longo da curva de demanda agregada.
Com maiores preços, a quantidade demandadapor bens e serviços diminui, até o ponto E’’, que é o
novo equilíbrio de longo prazo.
Neste novo equilíbrio, a produção e o emprego voltam aos seus níveis naturais, mas os preços se
encontram num nível mais elevado do que no antigo equilíbrio de longo prazo, representado pelo ponto
E. Assim, uma oscilação da demanda agregada afeta o nível de produção no curto prazo, mas esse
efeito é mitigado conforme o tempo passa e as empresas ajustam seus preços.
POLÍTICA DE ESTABILIZAÇÃO
Vimos o exemplo de quando oscilações na economia são decorrentes de mudanças na demanda
agregada. Oscilações derivadas de mudanças na oferta agregada também são possíveis.
CHOQUES ECONÔMICOS
Eventos exógenos que deslocam essas curvas são chamados pelos economistas de choques
econômicos.
CHOQUE DE DEMANDA
Se um evento desloca a curva de demanda agregada, ele recebe o nome de choque de demanda.
CHOQUE DE OFERTA
Caso desloque a curva de oferta agregada, é chamado de choque de oferta.
Esses choques tiram a economia do equilíbrio, pois afastam o produto e o emprego de seus níveis
naturais, e o modelo de oferta e demanda agregadas busca explicar como esses choques fazem a
economia oscilar.
Os choques também podem ser de dois tipos:
Endógenos
Dizemos que choques são endógenos quando há alterações em uma variável explicada pelo modelo.
Exógenos
Quando há alterações em variáveis tidas como fixas ou determinadas por fora do modelo, isto é,
determinadas de maneira exógena, chamamos de choques exógenos.
O modelo também nos permite avaliar como a política macroeconômica pode reagir a esses choques.
Ações realizadas pelas autoridades voltadas para amenizar os efeitos negativos de oscilações
econômicas de curto prazo recebem o nome de políticas de estabilização. As políticas de estabilização
atuam no sentido de atenuar o ciclo econômico, a fim de manter o produto e o emprego o mais próximo
possível de suas taxas naturais.
CHOQUES NA DEMANDA AGREGADA
O que aconteceria se o choque na demanda agregada fosse provocado por uma redução na oferta
monetária? O cenário seria o inverso do que vimos na figura 8. A diminuição na oferta de moeda
deslocará a curva de demanda agregada para a esquerda, como visto anteriormente.
A rigidez dos preços no curto prazo faz com que a economia se mova do equilíbrio de curto prazo no
ponto E para o ponto E’, como mostra a figura 9. Nesse ponto, a produção e o emprego estão abaixo de
seus níveis naturais, e a economia se encontra em recessão.
Figura 9: uma redução da DA e a transição para um novo equilíbrio | Fonte: autor
Figura 9: uma redução da DA e a transição para um novo equilíbrio | Fonte: autor
Em resposta à diminuição da demanda, os preços e os salários caem. Essa diminuição dos preços faz
com que a economia se mova para baixo deslizando ao longo da curva de demanda agregada, até o
ponto E’’, o novo equilíbrio de longo prazo. Neste novo equilíbrio, produção e emprego voltam às suas
taxas naturais, mas os preços se encontram abaixo do nível inicial.
Até aqui, trabalhamos com choques de demanda ocasionados por uma alteração na oferta monetária M.
Lembre-se de que definimos a curva de demanda agregada como uma relação entre o nível de preços P
e produto Y, que mantinha constante o lado esquerdo da equação quantitativa da moeda, MV. Nesse
sentido, choques na demanda agregada também podem ser ocasionados por uma alteração na
velocidade da moeda V.
Considere, então, um novo exemplo de choque na demanda agregada: a introdução de aplicativos de
banco e compras online nos smartphones e sua rápida disseminação, possibilitando a realização de
transações em qualquer momento do tempo de qualquer lugar, sem a necessidade de deslocamento
físico.
Dado que constituem um meio mais rápido de realizar compras e transações do que o uso prévio de
dinheiro físico em lojas físicas, as inovações tecnológicas reduzem a quantidade de moeda que as
pessoas escolhem reter em mãos. Com isso, a redução da demanda por moeda equivale a um
aumento na velocidade da moeda.
Fonte:unsplash
Fonte: unsplash
RESUMINDO
Se cada pessoa reduz a quantidade de moeda que tem em mãos, isso implica que cada unidade de
moeda passa de mão para mão de forma mais rápida, de modo que a velocidade de moeda V aumenta.
Mantida constante a oferta de moeda, o aumento na velocidade acarreta um deslocamento para fora na
curva de demanda agregada. A dinâmica desse choque é similar à que analisamos no diagrama (b) da
figura 8.
No curto prazo, o aumento da demanda faz com que o nível de produto da economia aumente,
aquecendo a economia. Para o nível de preços do equilíbrio inicial E, as empresas vendem uma
quantidade maior de bens e serviços, o que as leva a contratarem mais trabalhadores e utilizarem uma
quantidade maior de capital.
Com o passar do tempo, o nível elevado da demanda agregada empurra os preços para cima, de modo a
se ajustarem gradativamente. A quantidade demandada de produto diminui à medida que os preços
aumentam, e, aos poucos, a economia vai retornando ao nível natural de emprego e produção. Durante
toda a transição para o novo equilíbrio E’’, o produto da economia permanece acima de sua taxa natural.
Isso levanta uma questão:
É POSSÍVEL QUE O BANCO CENTRAL FAÇA ALGO
PARA CONTER ESSE HIPER CRESCIMENTO DA
ECONOMIA E MANTER O PRODUTO MAIS PRÓXIMO
DE SUAS TAXAS NATURAIS, EVITANDO OCASIONAR
UM AUMENTO ELEVADO DO NÍVEL DE PREÇOS? EM
OUTRAS PALAVRAS, O BANCO CENTRAL PODE
ATUAR PARA REDUZIR O NÍVEL DE ATIVIDADE
ECONÔMICA E IMPEDIR INFLAÇÃO ALTA?
RESPOSTA
Sim, é possível.
As autoridades monetárias podem reduzir a oferta monetária compensando o efeito do aumento da
velocidade da moeda na curva de demanda agregada. Desse modo, é possível que o Banco Central
mitigue ou até elimine os impactos de choques na demanda agregada sobre o produto e o emprego.
COMENTÁRIO
Isso é possível porque o Banco Central tem controle, ainda que parcial, sobre a oferta monetária - o que
é assunto de outros temas.
CHOQUES NA OFERTA AGREGADA
Analisamos os eventos exógenos que podem causar choques na demanda agregada. A oferta agregada,
contudo, também pode sofrer choques e causar oscilações na economia. Choques de oferta alteram o
custo da produção de bens e serviços e, como consequência, geram alterações nos preços dos bens e
serviços ofertados pelas empresas.
Como afetam diretamente o nível de preços, choques de oferta também são conhecidos como choques
de preços. Veja alguns exemplos abaixo:
autor/shutterstock
Eventos climáticos adversos que destroem colheitas, como secas, tempestades etc. A diminuição da
oferta desses alimentos aumenta seu preço;
autor: unsplash
Alterações nas leis de proteção ambiental: Mudanças nas exigências de emissão de agentes poluentes,
desmatamento permitido, entre outros. Mudanças no sentido do relaxamento dessas leis diminuem os
custos das empresas, enquanto o endurecimento dessas leis representa um aumento dos custos das
empresas, que podem repassá-los ao menos parcialmente para os consumidores por meio de preços
mais altos;
osada/freepick
Pressão sindicalista por salários mais altos. Se atendida, haverá um aumento dos salários e também nos
preços dos bens e serviços produzidos por empregados sindicalizados;
autor/shutterstock
Atuação de cartéis internacionais. Por exemplo, o aumento do preço do petróleo na década de 1970 pela
OPEP representou um choque de oferta.
choques adversos de oferta
Eventos que elevam os preços são choques adversos de oferta.
choques favoráveis de oferta
Eventos que diminuem os custos e preços, tal qual a dissolução de um cartel internacional de petróleo,
por exemplo, são choques favoráveis de oferta.
Um choque adverso de oferta impulsiona a oferta agregada de curto prazo para cima. Se a demanda
agregada permanece constante, a economia diminui sua produção e aumenta o nível de preços,
movendo-se do ponto A para o ponto B como mostra o painel (a) da figura 10.
Figura 10: choque adverso na oferta |Fonte: autor
Figura 10: choque adverso na oferta | Fonte: autor
No ponto B, o nível de preços está alto e a produção e o emprego estão abaixo de seu nível natural:
Fenômeno conhecido como estagflação.
ESTAGFLAÇÃO
Dado que combina estagnação da produção com inflação (aumento generalizado nos preços).
Ao se deparar com um choque adverso de oferta, a autoridade formuladora de política econômica, como
o Banco Central, pode escolher entre duas alternativas:
Primeira opção
Não fazer nada, mantendo constante a demanda agregada, e deixar a economia realizar o processo de
ajuste sozinha.
Vantagem: Como a produção e o emprego estão abaixo de suas taxas naturais, a tendência dos preços
é cair, retornando ao nível de preços anterior naturalmente. Assim, a economia sai do ponto B e volta ao
ponto A.
Desvantagem: O problema é que esse processo de ajuste apresenta um custo em forma de recessão,
com várias pessoas enfrentando desemprego e baixa produção.
Segunda opção
acomodar o choque na oferta. O Banco Central pode fazer isso impulsionando a demanda agregada
por meio do aumento da oferta monetária.
Vantagem: Isso acelera o processo de ajuste e conduz a economia de forma mais rápida em direção ao
nível natural de produto e emprego. O diagrama (b) da figura 10 ilustra esse mecanismo.
Figura 10: acomodação de um choque adverso na oferta | Fonte: autor
Figura 10: acomodação de um choque adverso na oferta | Fonte: autor
Se um aumento na demanda agregada coincide com o choque na oferta agregada, a economia salta do
ponto A para o ponto C imediatamente.
Desvantagem: o nível de preços se torna permanentemente mais alto. Não há uma forma de ajustar a
demanda agregada de modo a manter o produto e o emprego em seu nível natural, e estável o nível de
preços.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE A DEMANDA AGREGADA, ASSINALE A ALTERNATIVA FALSA:
A) A demanda agregada é a relação entre a quantidade de produto demandada e o nível de preços
agregado da economia.
B) A demanda agregada pode ser entendida como a relação expressa no lado direito da equação
quantitativa da moeda, mantendo fixos os termos do lado esquerdo.
C) O nível de preços e o nível de produto apresentam uma relação positiva entre si.
D) A demanda agregada é negativamente inclinada.
2. SOBRE A OFERTA AGREGADA, ASSINALE A ALTERNATIVA FALSA:
A) A oferta agregada é a relação entre a quantidade de bens e serviços ofertada e o nível de preços da
economia
B) A oferta agregada de longo prazo é uma curva com inclinação positiva.
C) A oferta agregada de longo prazo depende dos montantes fixos de capital e mão de obra e da
tecnologia disponível para produção.
D) A oferta agregada de longo prazo satisfaz o modelo clássico.
GABARITO
1. Sobre a demanda agregada, assinale a alternativa falsa:
A alternativa "C " está correta.
a) Verdadeiro. A demanda agregada é construída a fim de ser uma representação dessa relação. Ver
demanda agregada.
b) Verdadeiro. A equação quantitativa da moeda MV = PY revela uma relação entre preço e produto do
lado direito da igualdade, se mantido fixo o lado esquerdo. Ver demanda agregada.
c) Falso. Como visto na seção de Demanda Agregada, a Teoria Quantitativa da Moeda sustenta que MV
= PY. Considerando fixas a oferta monetária e a velocidade da moeda, os termos M e V do lado esquerdo
da equação são constantes. Assim, para manter a igualdade valendo, uma variação positiva em P deve
implicar uma variação negativa em Y, e vice-versa.
d) Verdadeiro. Para manter a igualdade, o nível de preços P e a quantidade do produto Y devem ter uma
relação negativa entre si, de modo que a curva de demanda agregada também seja negativamente
inclinada. Quando desenhamos demanda agregada como a relação negativa entre nível de preços e
produto, a curva será negativamente inclinada. Ver demanda agregada.
2. Sobre a oferta agregada, assinale a alternativa falsa:
A alternativa "B " está correta.
a) Verdadeiro. A oferta agregada é construída para que seja uma representação dessa relação. Ver oferta
agregada.
b) Falso. Como vimos na parte de oferta agregada de longo prazo, a curva de oferta agregada no longo
prazo é uma linha reta vertical. O motivo para isso é que no longo prazo os preços são flexíveis, e a
economia fica em torno do produto de pleno emprego.
c) Verdadeiro. No longo prazo, o nível de produto é determinado pela capacidade de oferta de bens e
serviços da economia, que depende dos insumos disponíveis para a produção nessa economia. Ver parte
de oferta agregada de longo prazo.
d) Verdadeiro. O modelo clássico assume que o produto não depende do nível de preços, e a oferta
agregada de longo prazo, vertical, exibe exatamente essa relação. Uma alteração no nível de preços via
demanda agregada no longo prazo não afeta o nível de produto. Ver dicotomia clássica.
MÓDULO 2
Identificar os diferentes equilíbrios na economia e o impacto
de alterações nas políticas fiscal e monetária.
Até aqui, estudamos a curva de demanda agregada como a relação entre o nível de preços e o produto,
mantido constante do lado esquerdo da equação quantitativa da moeda. Vimos também que variações na
velocidade da moeda e na oferta monetária deslocam a curva de demanda agregada. Neste módulo,
vamos aprofundar o aprendizado sobre a curva de demanda agregada. O modelo que vai servir de
alicerce para a curva de demanda agregada é conhecido como IS-LM.
No modelo de demanda agregada desenvolvido anteriormente, não demos atenção para uma variável
importante da economia: A taxa de juros.
Curva IS
A taxa de juros afeta o mercado de bens e serviços, por meio do investimento e da poupança. Este
mercado é representado pela curva IS.
Curva LM
A taxa de juros afeta o mercado de moeda, influenciando a oferta e demanda por moeda. Este mercado
é representado pela curva LM.
Dado que ela afeta tanto o investimento quanto a demanda por moeda, a taxa de juros é a variável que
conecta as duas partes do modelo IS-LM. Neste módulo, vamos examinar com mais atenção esses dois
mercados.
A CRUZ KEYNESIANA
Antes de entrar no modelo IS-LM, contudo, vamos começar com um modelo básico, chamado de a cruz
keynesiana. Em sua obra intitulada A Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda, John Maynard
Keynes propôs que no curto prazo, a economia era determinada pelo planejamento dos gastos, por parte
dos domicílios, empresas e governo.
A intuição por trás dessa teoria é que, se as pessoas desejassem gastar mais, maior seria a quantidade
de bens e serviços que as empresas conseguiriam vender e, assim, optariam por produzir mais bens e
serviços e contratariam mais trabalhadores. Nesse sentido, Keynes acreditava que o problema durante
as recessões era o gasto insuficiente.
Para compreender essa teoria, façamos uma distinção conceitual. Há dois tipos de gastos na economia:
gasto planejado
correspondente ao montante que os domicílios, empresas e governo gostariam de gastar com bens e
serviços.
gasto efetivo
correspondente ao montante que os domicílios, empresas e governo efetivamente gastam com bens e
serviços.
Essa distinção sugere que nem sempre o gasto planejado e o gasto efetivo serão iguais. A razão para
isso é que, no caso de as vendas não corresponderem às expectativas das empresas, as firmas
poderiam ter um investimento não planejado em estoques. Se as vendas superam o montante
planejado, os estoques diminuem, caso contrário, os estoques se acumulam.
O QUE DETERMINA O GASTO PLANEJADO?
Supondo uma economia fechada, isto é, uma economia que não realiza exportações nem importações, o
gasto planejado, , será determinado assim:
O consumo C, por sua vez, será uma função da renda disponível, que é simplesmente a diferença
entre a renda total (Y) e os tributos pagos ao governo (T). Então, escrevemos:
Para simplificar, consideraremos que o investimento I, os dispêndios do governo G e os impostos T são
exógenos. Isso significa que a política fiscal (Dada pelos gastos do governo e pelos tributos ) é fixa.
Logo:Juntando as equações acima, temos que:
.
Essa equação revela que o gasto planejado Yp é uma função da renda, Y, do investimento, 
política fiscal, representada por 
, e da
 e . Dado que as demais variáveis estão fixas, temos uma relação
entre o gasto planejado e a renda. Essa relação é positiva, uma vez que uma renda mais alta provoca
um maior consumo e, por consequência, um maior gasto planejado.
O painel (a) da figura 11 mostra a curva de gasto planejado. A inclinação da curva é chamada de
propensão marginal a consumir (PMgC). Isso significa pensar: quanto você consumiria a mais se
ganhasse um real adicional? Ou, o quanto o gasto planejado aumenta com uma unidade a mais de
renda?
Como visto, nem sempre o gasto efetivo e o gasto planejado são iguais. Quando isso ocorre, no entanto,
dizemos que a economia se encontra em equilíbrio.
Figura 11: O gasto planejado Yp | Fonte: autor
Figura 11: O gasto planejado Yp | Fonte: autor
Lembre-se que o produto, ou PIB, é igual ao total da renda, mas também pode ser interpretado como o
gasto total com bens e serviços. A condição de equilíbrio pode ser expressa então da seguinte maneira:
Gasto Efetivo = Gasto Planejado
Ou seja: .
Representamos essa igualdade por uma reta de 45º no painel (b) da figura 11. Essa reta passa por todos
os pontos no qual a igualdade é válida e os eixos do gráfico são iguais. O equilíbrio dessa economia
está no ponto em que as duas retas se cruzam, representado pelo ponto A no gráfico. O produto de
equilíbrio está sinalizado por Y*.
Figura 11: a cruz keynesiana | Fonte: autor
Figura 11: a cruz keynesiana | Fonte: autor
Entretanto, quando o gasto efetivo e o planejado não são iguais, como se alcança o equilíbrio?
Vamos analisar primeiro o caso em que o gasto efetivo Y supera o gasto planejado YP (ou seja, Y > YP),
e, portanto, estamos à direita do produto de equilíbrio Y*. Nessa situação, os produtores se planejaram
para vender mais do que efetivamente vendem. Ocorre, então, um aumento não planejado de estoques.
Devido a isso, as empresas decidem cortar a produção e diminuir o número de trabalhadores, o que
acarreta a diminuição do PIB, deslocando o produto pouco a pouco para a esquerda.
Esse processo de redução da renda continua até que a renda se iguale ao nível de equilíbrio.
Analogamente, se Y < YP, estamos à esquerda do produto de equilíbrio Y*: As vendas são maiores do
que o esperado, os estoques ficam abaixo do desejado, e as firmas aumentam a produção até alcançar
Y*. A figura 12 mostra esses dois casos, indicados por um box cinza.
Figura 12: O ajuste na cruz Keynesiana | Fonte: autor
Figura 12: O ajuste na cruz Keynesiana | Fonte: autor
O MULTIPLICADOR DE GASTOS
O que ocorre se uma das variáveis exógenas muda? Vamos supor que o governo deseje aumentar seus
gastos G. Como isso afeta a economia?
Como os dispêndios do governo são um dos componentes do gasto planejado, um aumento nos gastos
do governo leva a um maior gasto planejado para qualquer nível de renda. Vamos denotar a variação nos
gastos do governo por ΔG (a letra grega Δ é frequentemente usada para denotar variação).
A curva de gasto planejado se desloca então para cima em ΔG. O diagrama (a) da figura 13 mostra esse
movimento. O equilíbrio da economia salta do ponto A para o ponto B.
Figura 13: um aumento nos gastos do governo | Fonte: autor
Figura 13: um aumento nos gastos do governo | Fonte: autor
O gráfico mostra que um aumento nos gastos do governo resulta num aumento de ainda maior
magnitude da renda. Isso significa que ΔY>ΔG, e, portanto, ΔY/ΔG>1. A razão ΔY/ΔG é chamada de
multiplicador dos gastos do governo. Esse multiplicador informa o quanto o produto ou a renda
aumentam em virtude de um aumento de uma unidade monetária nos gastos do governo.
ATENÇÃO
O fato de ΔY ser maior que ΔG implica que o multiplicador dos gastos do governo é maior do que 1: Um
real a mais gasto pelo governo gera um aumento de renda superior a um real.
A razão para esse efeito multiplicador está no componente do consumo, que depende positivamente da
renda: C=c(Y-T). Assim, uma renda maior provoca um consumo mais elevado. Isso gera um efeito espiral
na renda: O aumento nos gastos do governo faz a renda crescer, o que, por sua vez, causa um aumento
do consumo, que gera um aumento ainda maior da renda, que faz crescer novamente o consumo, e
assim por diante.
Qual a magnitude do multiplicador? Podemos responder a essa pergunta algebricamente, indicando por
t1, t2, t3 etc. os diferentes momentos no aumento do consumo:
Uma mudança inicial nos gastos do governo = ΔG
Aumento do consumo em t1 =
Aumento do consumo em t2 =
Aumento do consumo em t3 =
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
No primeiro momento, o consumo aumenta ΔG multiplicado pela PMgC. No segundo momento, o
consumo aumenta a renda que foi aumentada no primeiro momento, ou seja, PMgC x (PMgC x ΔG), e
assim sucessivamente.
DICA
Para calcular o multiplicador dos gastos do governo, basta dividir os dois lados da equação por ΔG.
O primeiro termo do lado esquerdo é uma série geométrica infinita e pode ser substituído por 1/(1-
PMgC). Assim:
Essa é a equação do multiplicador dos gastos do governo.
O MULTIPLICADOR DOS IMPOSTOS
Um processo similar ocorre quando há uma alteração nos impostos cobrados pelo governo. Quando o
governo decide reduzir os impostos em ΔT, a renda disponível Y - T aumenta imediatamente em ΔT, o
que gera, portanto, um aumento do consumo em PMgC×ΔT.
O gasto planejado se torna maior para qualquer nível de renda Y. O painel (b) da figura 13 mostra o
deslocamento para cima do gasto planejado, causado por um aumento no consumo da magnitude de
PMgC×ΔT. Novamente, o equilíbrio salta do ponto A para o ponto B. Assim como o aumento nos gastos
do governo gera um efeito multiplicador sobre a renda, o mesmo ocorre com a diminuição dos impostos.
Figura 13: uma redução nos impostos | Fonte: autor
Figura 13: uma redução nos impostos | Fonte: autor
Novamente, o aumento na renda gerado por um aumento no consumo vai resultar em um aumento ainda
maior do consumo, que aumentará a renda ainda mais, e assim sucessivamente. A diferença é que agora
a variação inicial não é mais da ordem de ΔG, e sim de PMgC×ΔT.
Observe a diferença:
Um aumento no gasto público tem impacto imediato sobre o gasto total.
Uma diminuição dos impostos se transforma em renda dos consumidores, que transformam apenas uma
parte dessa renda em consumo.
ou seja, apenas PMgC×ΔT se transformam em consumo no primeiro instante. Assim como antes, a
mudança inicial nos gastos é multiplicada por 1/(1-PMgC). O efeito na renda pode ser expresso por:
A diferença é que, para a conta anterior, está no denominador do lado esquerdo da igualdade. Ao invés
de 1, temos o PMgC, pois o termo de impostos T na equação do gasto planejado aparece multiplicado
por c, que é a propensão marginal a consumir. O sinal negativo do lado esquerdo da equação indica que
o consumo se movimenta na direção contrária aos impostos (maiores impostos, menos consumo, e vice-
versa).
RESUMINDO
Essa expressão recebe o nome de multiplicador gerado por impostos e indica o montante em que a
renda varia em resposta a uma variação de uma unidade monetária nos impostos.
A CURVA IS
Usamos a cruz keynesiana para mostrar como a economia se comporta quando o governo decide alterar
a política fiscal, isto é, modificar seu nível de gastos ou impostos cobrados. Além disso, vimos que o fato
de o consumo ser positivamente relacionado com a renda gera um efeito multiplicador quando esta
aumenta. Todavia, o modelo da cruz keynesiana supõe que o nível de investimento planejado, I, é fixo. O
componente do investimento, no entanto, depende da taxa de juros r. Escrevemos:
A taxa de juros r mede o custo dos recursos para financiar o investimento. Para que um investimento seja
lucrativo, o seu retorno deve superar seu custo, ou seja, os pagamentos pelos empréstimos realizadospara financiar projetos de investimento, que são determinados pela taxa de juros. Se a taxa de juros
aumenta, a quantidade de projetos de investimentos que é lucrativa diminui, assim como o investimento.
Dessa forma, o investimento é negativamente relacionado com a taxa de juros. O painel (c) da figura 14
mostra essa relação, ilustrando a curva da função investimento.
Figura 14: a função investimento | Fonte: autor
Figura 14: a função investimento | Fonte: autor
E o que acontece com o produto se a taxa de juros se altera? Vamos supor um aumento na taxa de juros,
de r1 para r2. Dado que o investimento é negativamente relacionado com a taxa de juros, uma taxa de
juros maior implica uma redução no nível de investimento, de I(r1) para I(r2), como mostra o painel (a) da
figura 15.
Figura 15: a cruz Keynesiana | Fonte: autor
Figura 15: a cruz Keynesiana | Fonte: autor
RELEMBRANDO
A função do gasto planejado é uma soma do investimento com os componentes de consumo e gastos do
governo.
Essa diminuição do gasto planejado, por sua vez, diminui o produto de Y1 para Y2. Consequentemente,
uma elevação na taxa de juros resulta numa redução da renda, tudo mais constante.
A curva IS sintetiza a interação entre a taxa de juros e o nível de renda do mercado de bens e serviços.
Ela está representada no diagrama (b) da figura 16. A curva IS combina a relação entre r e I, expressa
pela função investimento, e a relação entre I e Y, implícita na cruz keynesiana.
Figura 16: a curva IS | Fonte: autor
Figura 16: a curva IS | Fonte: autor
Cada ponto na curva IS representa um equilíbrio no mercado de bens, e a curva explicita a relação entre
a taxa de juros e o nível de renda de equilíbrio. Visto que um aumento na taxa de juros provoca uma
queda no investimento planejado, que, por sua vez, gera uma diminuição da renda, a curva IS tem
inclinação negativa.
POLÍTICA FISCAL NA CURVA IS
Aprendemos com a cruz keynesiana que, além do investimento, o nível de equilíbrio da renda depende
também da política fiscal, isto é, dos gastos do governo G e dos impostos T. A curva IS mostra o nível de
renda para qualquer taxa de juros determinada, variando o nível de investimento, que traz o equilíbrio no
mercado de bens. No entanto, ela é construída para uma determinada política fiscal.
Quando há variações na política fiscal, a curva IS se desloca.
Vimos que um aumento dos gastos do governo desloca a curva de gasto planejado na cruz keynesiana.
Esse aumento no nível de dispêndios também deslocará a curva IS. A figura 15 utiliza a cruz keynesiana
para mostrar como um aumento da ordem de ΔG nas compras do governo desloca a curva IS.
Contudo, essa figura é referente ao equilíbrio de uma determinada taxa de juros >, e, portanto, para um
determinado nível de investimento. Assim, um aumento nos gastos do governo desloca a curva IS para
fora.
Figura 16: a curva IS | Fonte: autor
Figura 15: a curva IS | Fonte: autor
É possível replicar o mecanismo para outras mudanças na política fiscal do governo. Fizemos
anteriormente a análise, via cruz keynesiana, do que ocorre com a renda no caso de uma diminuição nos
impostos. Novamente, a curva de gasto planejado se desloca para cima e aumenta a renda. Do mesmo
modo, uma diminuição nos impostos resultará no deslocamento para fora da curva IS.
Por outro lado, uma redução nos dispêndios do governo ou um aumento nos impostos reduz a renda,
deslocando a curva IS para dentro.
O MERCADO MONETÁRIO E A PREFERÊNCIA
PELA LIQUIDEZ
Mostramos o que acontece com a renda no mercado de bens e serviços quando há alterações no nível
de investimento e na política fiscal, ilustrado pela curva IS. O próximo passo é mostrar o que acontece no
mercado de encaixes monetários. A curva LM representa graficamente a relação entre a taxa de juros e o
nível de renda nesse mercado. Para entender essa relação, vamos retomar a teoria de Keynes.
Ainda em sua obra A Teoria Geral, Keynes desenvolveu uma teoria para explicar como a taxa de juros se
comporta no curto prazo, à qual deu o nome de teoria da preferência pela liquidez. Esse nome vem da
hipótese de que a taxa de juros se ajusta para equilibrar a oferta e a demanda por moeda corrente, o
ativo mais líquido da economia.
A liquidez de um ativo considera a facilidade com a qual ele pode ser convertido em dinheiro. Por
exemplo:
fonte: unsplash
A poupança tem alta liquidez, pois é fácil resgatar o dinheiro da conta.
autor/unsplash
Um imóvel tem baixa liquidez, pois não se converte em dinheiro facilmente.
Retomando o exemplo de uma economia fechada, denotamos por M a oferta monetária e P o nível de
preços dessa economia. Logo, M/P é a oferta de encaixes monetários reais. A teoria da preferência pela
liquidez começa supondo que a oferta por encaixes monetários reais é fixa:
O Banco Central ou alguma autoridade monetária determina de maneira exógena a oferta monetária.
Tomaremos o nível de preços P também como variável exógena, utilizando o modelo IS-LM para explicar
o comportamento da economia no curto prazo, em que o nível de preços é fixo. A combinação de ambos
esses pressupostos implica que a oferta de encaixes monetários reais é fixa e, portanto, independe da
taxa de juros.
Graficamente, se representarmos esse mercado como função da taxa de juros e dos encaixes
monetários reais, a curva de oferta de encaixes monetários reais será uma reta vertical, como mostra o
diagrama (a) da figura 16.
Figura 16: a curva IS | Fonte: autor
Figura 16: a teoria da preferência pela liquidez | Fonte: autor
A demanda por encaixes reais, por sua vez, não é fixa. A teoria de Keynes presume que o montante de
moeda corrente que as pessoas optam por ter disponível é determinado pela taxa de juros. O motivo por
trás dessa hipótese é que a taxa de juros seria o custo de oportunidade de reter moeda.
Em outras palavras, quando se opta por ter moeda em mãos, o indivíduo está deixando de manter o
dinheiro sob outras formas que rendem juros, como títulos ou depósitos bancários.
Nesse sentido, quando a taxa de juros sobe, aumenta o custo de oportunidade de se manter moeda
corrente, e, portanto, as pessoas diminuem a parcela da renda que mantêm sob a forma de moeda
corrente. Formalmente, podemos definir a demanda por encaixes monetários reais como:
A função L(r) mostra que a quantidade de encaixes monetários reais demandada depende da taxa de
juros r. Como explicamos, dado que a quantidade demandada de moeda corrente é menor a taxas de
juros mais altas, a curva de demanda possui inclinação negativa, também presente no painel (a) da figura
16.
Figura 16: | Fonte: autor | Fonte: autor
Figura 16: | Fonte: autor
Segundo a teoria da preferência pela liquidez, oferta e demanda por encaixes monetários reais
determinam conjuntamente a taxa de juros no mercado de moeda. No equilíbrio, oferta e demanda por
encaixes monetários reais são iguais. Assim, a taxa de juros se ajusta a fim de equilibrar o mercado
monetário.
Esse ajuste ocorre, porque, caso o mercado monetário esteja fora do equilíbrio, os indivíduos ajustam
suas carteiras de ativos e acabam por alterar a taxa de juros no processo.
EXEMPLO
Se a taxa de juros está abaixo do nível de equilíbrio, a demanda por encaixes monetários reais excede a
oferta.
Nesse cenário, seu João da padaria prefere manter mais dinheiro no caixa do que no banco, as pessoas
tentam vender títulos e retirar dinheiro de suas contas bancárias, e os bancos reagem aumentando as
taxas de juros que oferecem para tentar atrair recursos que agora estão mais escassos. A taxa de juros
alcança então um nível de equilíbrio no qual os indivíduos estão satisfeitos com as carteiras de ativos não
monetários e monetários.
De maneira similar, se a taxa de juros está acima do nível de equilíbrio, a oferta por encaixes monetários
reais excede a demanda, e os indivíduos que detêm o excedente da oferta monetária buscam trocar uma
parte da moeda corrente, que não rende juros, por títulos ou depósitos bancáriosque rendam juros.
Fonte:unsplash
Fonte: unsplash
Nesse caso, seu João da padaria preferirá deixar o dinheiro rendendo no banco do que no caixa de seu
estabelecimento. As entidades emissoras de títulos, como os bancos, respondem ao excesso de oferta
monetária reduzindo suas taxas de juros.
Uma vez que a taxa de juros se ajusta para responder a desequilíbrios no mercado monetário, é apenas
lógico assumir que ela reage a mudanças na oferta de moeda.
Fonte:unsplash
Fonte:unsplash
Caso o Banco Central decida, por exemplo, aumentar a oferta monetária M repentinamente, o que
ocorreria com a taxa de juros?
Um aumento em M faz subir, por sua vez, a razão de encaixes monetários reais M/P, dado que P é fixo. A
oferta de encaixes monetários se desloca para a direita, e a taxa de juros de equilíbrio cai de r1 para r2.
Um nível mais baixo da taxa de juros faz com que os indivíduos dessa economia fiquem satisfeitos em
reter uma parcela maior de encaixes monetários reais. Com mais moeda em circulação, seu João não se
importa em deixar mais dinheiro no caixa da padaria. O painel (b) da figura 16 mostra esse movimento.
Figura 16: | Fonte: autor
Figura 16: | Fonte: autor
Caso o Banco Central tivesse repentinamente reduzido a oferta monetária, o movimento seria contrário.
A oferta de encaixes monetários reais se deslocaria para a esquerda e a taxa de juros subiria.
A CURVA LM
Agora que vimos como a teoria da preferência pela liquidez explica os determinantes da taxa de juros,
podemos construir a curva LM. Precisamos traçar a relação entre a taxa de juros r e o nível de renda Y.
Como uma mudança no nível de renda afeta o mercado de encaixes monetários reais?
Quando a renda é elevada, gasta-se mais, e os indivíduos realizam um número maior de transações que
demandam moeda. Assim, uma maior renda implica mais demanda por moeda. Nesse sentido, pode-se
dizer que o nível de renda afeta positivamente a demanda por encaixes monetários reais. Como a
demanda por moeda é negativamente relacionada com a taxa de juros, podemos sintetizar essa relação
pela expressão:
Mas o que acontece com a taxa de juros quando o nível de renda se altera?
Quando a renda aumenta, por exemplo, a curva de demanda por moeda se desloca para a direita. Esse
deslocamento acarreta um aumento da taxa de juros para equilibrar o mercado monetário, de r1 para r2,
mantida fixa a oferta de encaixes monetários reais. Assim, de acordo com a teoria da preferência pela
liquidez, uma renda mais alta resulta numa taxa de juros mais alta. A figura 17 mostra essa relação, com
o ajuste no mercado de encaixes monetários reais ilustrado no painel (a) e a curva LM no painel (b).
Figura 17: | Fonte: autor
Figura 17: | Fonte: autor
A curva LM resume essa relação entre o nível de renda e a taxa de juros. Cada ponto ao longo da curva
representa um equilíbrio diferente no mercado de encaixes monetários reais e, para cada equilíbrio, há
um nível diferente de taxa de juros. A curva LM tem inclinação positiva, pois, quanto maior a renda, maior
será a demanda por moeda no mercado monetário e, portanto, maior é o nível da taxa de juros que
equilibra o mercado.
POLÍTICA MONETÁRIA E A CURVA LM
Como vimos, a curva LM mostra a taxa de juros que equilibra o mercado de encaixes monetários
reais para qualquer nível de renda. No entanto, a taxa de juros de equilíbrio depende também do nível
da oferta de encaixes monetários reais, M/P, que consideramos como fixa. Assim, curva LM é
desenhada para uma determinada oferta de encaixes monetários reais . Se o Banco Central decide
alterar a oferta monetária, a curva LM se desloca.
EXEMPLO
Se a autoridade monetária aumenta subitamente a oferta monetária, de M' para M'', a oferta de encaixes
monetários reais também aumenta na mesma proporção, dado que P é fixo. Mantendo a renda constante
e, consequentemente, a curva de demanda por moeda também constante, um aumento na oferta
monetária faz com que a taxa de juros de equilíbrio do mercado monetário diminua.
Desse modo, um aumento na oferta monetária desloca para baixo (ou para a direita) a curva LM. A figura
18 mostra esse deslocamento. O painel (a) mostra o que ocorre no mercado monetário quando o Banco
Central aumenta a oferta monetária, e o painel (b) mostra o deslocamento da curva LM correspondente a
esse aumento.
Figura 18: | Fonte: autor
Figura 18: | Fonte: autor
O MODELO IS-LM
Examinamos como cada curva se comporta separadamente e como respondem a alterações nas
políticas fiscal e monetária. A combinação das duas curvas determina o nível da renda e taxa de juros na
economia. Se há um deslocamento em uma das duas curvas, há uma oscilação na renda nacional e o
equilíbrio de curto prazo se modifica.
O painel (a) da figura 19 mostra um possível equilíbrio de curto prazo da economia. O ponto no qual as
duas curvas se interceptam indicado pela letra E é o equilíbrio inicial, correspondente à renda nacional
Y1 e à taxa de juros r1.
O ponto no qual as duas curvas se interceptam indicado pela letra E é o equilíbrio inicial, correspondente
à renda nacional Y1 e à taxa de juros r1.
Figura 19: o modelo IS-LM | Fonte: autor
Figura 19: o modelo IS-LM | Fonte: autor
Suponha que o governo decida realizar uma política fiscal contracionista, isto é, visa a melhorar o
resultado das contas públicas ao diminuir seus gastos ou aumentar os impostos. Por ora, vamos
considerar uma redução nos dispêndios (G). Como vimos acima, esse tipo de política desloca a curva IS
para dentro, sem alterar a curva LM.
EXEMPLO
Quando o governo diminui a aquisição de bens e serviços, o gasto planejado diminui, desestimulando a
economia, fazendo cair o nível de produto. O equilíbrio de curto prazo se altera, então, deslizando pela
curva LM até o ponto de interseção com a nova IS.
Uma vez que a renda diminui, pela teoria da preferência da liquidez, sabemos que a quantidade de
moeda demandada também diminui, pois o número de transações diminui. Como a oferta monetária não
se modificou, a menor demanda por moeda faz cair a taxa de juros de equilíbrio para r2.
A diminuição da taxa de juros, no entanto, afeta o mercado de bens por meio do investimento. Como o
nível de investimento é sensível à taxa de juros, a queda na taxa de juros aumenta os planos de
investimento das empresas. Por conseguinte, a redução da renda, em resposta a uma contração fiscal, é
menor no modelo IS-LM do que na cruz keynesiana, em que supomos que o nível de investimento é fixo.
Podemos ver esse deslocamento no diagrama (b) da figura 19.
Figura 19: uma política fiscal contracionista | Fonte: autor
Figura 19: uma política fiscal contracionista | Fonte: autor
Vamos examinar agora os efeitos de uma política monetária. Considere que o Banco Central decida
reduzir a oferta monetária repentinamente. Relembrando o que estudamos aqui, uma diminuição em M
resulta numa queda nos encaixes monetários reais M/P, dado que os preços são rígidos no curto prazo.
A diminuição na oferta de encaixes monetários reais acarreta uma taxa de juros mais alta, segundo a
teoria da preferência pela liquidez. Com isso, a curva LM se desloca para cima, como mostra o diagrama
(a) da figura 20. No novo equilíbrio, a taxa de juros é maior e o nível de renda diminui.
Figura 19: uma política fiscal contracionista | Fonte: autor
Figura 19: uma política fiscal contracionista | Fonte: autor
Mas, o que aconteceria se o governo mudasse a política fiscal e a política monetária simultaneamente,
ou em um curto intervalo de tempo? Vamos retomar o exemplo de uma política fiscal contracionista.
Sabemos que, no novo equilíbrio, o produto diminui e a taxa de juros também. Mas esse é o resultado
apenas se o Banco Central não fizer nada. É possível que o Banco Central decida reagir a esse aumento
para atingir algum objetivo específico na economia.
EXEMPLO
Se o Banco Central deseja manter constante a taxa de juros, ele precisa responder com uma política que
aumente a taxa de juros. Como vimos, esseé o caso de uma política de redução da oferta monetária. A
figura 20 mostra uma possibilidade de resposta do Banco Central à contração fiscal.
Num primeiro momento, a curva passa do ponto A para o ponto B, reduzindo a renda e a taxa de juros.
Com a reação do Banco Central, a taxa de juros sobe, mas o produto cai ainda mais, e o novo equilíbrio
passa a ser o ponto C.
É possível ainda que o Banco Central saiba antecipadamente da decisão do governo de aumentar os
gastos e realize a redução da oferta monetária simultaneamente. Nesse caso, o equilíbrio salta do ponto
A para o ponto C, sem alterar a taxa de juros. Contudo, este é apenas um dos resultados possíveis.
Figura 20 | Fonte: autor
Figura 20 | Fonte: autor
Outra possibilidade é o Banco Central manter constante o produto. Nesse caso, ele precisaria realizar
uma política fiscal no sentido contrário: para responder a uma diminuição no nível do produto, ele deve
realizar uma política que desloque a LM para a direita (para baixo), a fim de empurrar o nível de renda
para cima. Assim, a resposta do Banco Central deve ser no sentido de um aumento na oferta monetária.
A figura 21 mostra como seria essa resposta. O nível de renda de equilíbrio se manteria, mas a taxa de
juros cairia tanto em resposta à política fiscal quanto à política monetária.
Figura 21: | Fonte: autor
Figura 21: | Fonte: autor
Em ambos os casos, o ajuste na oferta monetária que o Banco Central fez foi exatamente o suficiente
para manter ou a taxa de juros constante, ou o nível de renda constante.
Muitas vezes, na realidade, o Banco Central não saberá a magnitude exata do deslocamento da IS e,
consequentemente, não saberá o tamanho preciso do ajuste que deve realizar, apenas o seu sentido.
Nessas situações, podemos afirmar com certeza o que ocorre com a variável que o Banco Central ignora,
isto é, a que ele não quer manter constante, mas o resultado sobre a variável que ele pretende manter
pode ser ambíguo.
RESUMINDO
No primeiro caso, sabemos que o produto cai com certeza em consequência de uma contração fiscal e
uma diminuição na oferta monetária. No entanto, se o Banco Central errar a mão na política monetária, o
resultado sobre a taxa de juros será ambíguo.
É possível que a taxa de juros do novo equilíbrio seja um pouco mais alta do que a inicial, caso o Banco
Central diminua demais a oferta monetária, ou que a taxa de juros seja um pouco mais baixa, caso ele
não diminua o suficiente a oferta monetária. No segundo caso, sabemos que a taxa de juros com certeza
cai em virtude de uma contração fiscal acompanhada de uma expansão monetária, mas o efeito sobre o
produto pode ser ambíguo se o Banco Central não for preciso.
IS-LM COMO UMA TEORIA PARA A DEMANDA
AGREGADA
O modelo IS-LM serviu para explicar o equilíbrio no curto prazo quando o nível de preços é fixo. Para
compreender como o modelo IS-LM se encaixa no modelo de oferta e demanda agregada visto no início
da aula, permitiremos que o nível de preços se modifique.
Como visto anteriormente, a demanda agregada expressa uma relação entre o nível de preços e o nível
da renda nacional. Utilizamos a teoria quantitativa da moeda para derivar essa relação. Agora,
utilizaremos o modelo IS-LM.
Sabemos que a relação entre renda e nível de preços ilustrada pela curva de demanda agregada é uma
relação negativa. Para entender por que o produto aumenta à medida que o nível de preços diminui,
vamos examinar o que acontece no modelo IS-LM quando o nível de preços se altera.
RELEMBRANDO
Recorde que no modelo IS-LM, a variável de nível de preços estava presente, de maneira implícita, na
curva de oferta de encaixes monetários reais M/P. Naquele momento, consideramos o nível de preços P
fixo. Se o nível de preços aumenta, todavia, a oferta de encaixes monetários diminui.
Essa redução na oferta de encaixes monetários reais desloca a curva LM para cima, o que acarreta um
aumento da taxa de juros de equilíbrio e a redução do nível de renda, como mostra o painel (a) da figura
22.
O nível de preços sobe de P1 para P2 e a renda cai de Y1 para Y2. O painel (b) mostra a curva de
demanda agregada, que ilustra graficamente a relação negativa entre renda nacional e nível de preços.
Figura 22: | Fonte: autor
Figura 22: | Fonte: autor
Assim, a curva de demanda agregada mostra o conjunto de pontos de equilíbrio no modelo IS-LM ao
passo que se altera o nível de preços e, consequentemente, a renda.
Agora, veja o vídeo abaixo para fixar os pontos importantes que vimos nesse módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE A CRUZ KEYNESIANA, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
A) O gasto planejado corresponde ao montante que domicílios, empresas e governo gostariam de gastar
com bens e serviços.
B) Quando gasto planejado e gasto efetivo se igualam, diz-se que a economia está em equilíbrio.
C) O gasto planejado é uma função da renda, do investimento e da política monetária.
D) A relação entre gasto planejado e renda é positiva devido ao componente de consumo que varia
positivamente com a renda.
2. SOBRE AS CURVAS IS-LM, É FALSO AFIRMAR QUE:
A) A curva IS mostra os diferentes pontos de equilíbrio no mercado de bens e serviços.
B) A curva LM mostra os diferentes pontos de equilíbrio no mercado de encaixes monetários reais.
C) A cruz keynesiana serve como alicerce para construir a curva IS.
D) A curva LM é desenhada para uma determinada demanda por encaixes monetários reais.
GABARITO
1. Sobre a cruz keynesiana, assinale a alternativa incorreta:
A alternativa "C " está correta.
a) Verdadeiro. Aquela é a definição de gasto planejado. Ver tópico A cruz keynesiana.
b) Verdadeiro. Aquela é a definição de equilíbrio na cruz keynesiana. Ver A cruz keynesiana.
c) Falso. O gasto planejado é uma função da renda, do investimento e da política fiscal, ou seja, dos
gastos do governo e impostos, como se explica na parte de cruz keynesiana. A política monetária não é
analisada na cruz keynesiana.
d) Verdadeiro. Um aumento na renda provoca um maior consumo, o qual provoca, por sua vez, um maior
gasto planejado. Assim, a relação entre gasto planejado e renda é positiva devido ao consumo. A
inclinação da curva de gasto planejado é dada de acordo com a propensão marginal a consumir. Ver a
equação do gasto planejado.
2. Sobre as curvas IS-LM, é falso afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
a) Verdadeiro. A curva IS é construída de modo que cada ponto na curva IS representa um equilíbrio no
mercado de bens, para um dado nível de gastos do governo e a curva explicita a relação entre a taxa de
juros e o nível de renda de equilíbrio. Ver construção da curva IS.
b) Verdadeiro. A curva LM é construída de modo que cada ponto na curva LM representa um equilíbrio no
mercado monetário, para um dado nível de encaixes monetários reais e a curva explicita a relação entre
a taxa de juros e o nível de renda de equilíbrio. Ver construção da curva LM.
c) Verdadeiro. A curva IS mostra os diferentes pontos de equilíbrio da cruz keynesiana quando se muda o
nível de investimento e se desloca a curva de gasto planejado, sintetizando a relação entre nível de
renda e taxa de juros. Ver construção da curva IS.
d) Falso. Como vimos na parte de política monetária e a curva LM, a curva LM é desenhada para uma
determinada oferta de encaixes monetários reais. Assim, se há uma alteração na oferta monetária, a
curva LM se desloca, isto é, há um novo desenho de uma outra curva LM para aquele nível de oferta
monetária. Por outro lado, para um determinado nível fixo de oferta monetária, há uma determinada curva
LM que sintetiza a relação entre os níveis de renda e taxa de juros que equilibram aquele mercado.
Assim, se há uma alteração na demanda por encaixes monetários reais no mercado monetário, e essa
alteração na demanda afeta a taxa de juros, isso não desloca a oferta, apenas fará com que deslizemos
ao longo da curva LM para um outro ponto que represente este novo equilíbrio correspondente a essa
nova taxa de juros.CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Construímos nesta aula o modelo de oferta e demanda agregada, uma das ferramentas mais importantes
para a análise do comportamento da economia. Com esse instrumento, podemos avaliar o impacto de
diversas políticas econômicas - em particular, a política monetária e a política fiscal - para lidar com os
choques que atingem a economia.
Leia agora as manchetes de Economia dos jornais: Você encontrará chamadas como “Banco Central
diminui a taxa de juros para enfrentar recessão”, ou “Economistas debatem o efeito de um aumento de
gastos públicos”. Tente entender essas manchetes a partir do instrumental desenvolvido neste tema!
REFERÊNCIAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua ‒ PNAD Contínua. Consultado em meio eletrônico em: 14 jul. 2020.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto interno bruto (PIB) real.
Frequência: Trimestral. Consultado em meio eletrônico em: 14 jul. 2020.
KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. In: Os Economistas. São Paulo: Abril
Cultural, 1983.
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
BACHA, Edmar. A crise fiscal e monetária brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2016.
BOLLE, Monica Baumgarten de. Como matar a borboleta azul ‒ Uma crônica da era Dilma. Rio
de Janeiro: Intrínseca, 2016.
CONTEUDISTA
Mariana Stussi Neves
CURRÍCULO LATTES

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