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B i a n c a L o u v a i n S a ú d e M e n t a l I | 1 ........... neurose, psicose e perversao ............ Os modelos de identidade foram identificados e analisados por Freud a partir de sua experiência clínica. A partir dessas análises ele pode afirmar que a parte de nosso cérebro mais importante na definição da personalidade não é a consciente, mas a inconsciente. Contudo, existiriam, ainda, três grandes estruturas possíveis, nas quais todos os indivíduos se encaixam: psicose, neurose e perversão. Dizer que todos os indivíduos se encaixam em alguma dessas estruturas mentais significa que estamos todos doentes? Não é bem assim. Na concepção psicanalítica, a nossa formação na infância determina em qual das três estruturas nos encaixaremos. As pessoas têm graus variados de sintomas ligados à sua estrutura psíquica. Quanto maior o grau, maior o sofrimento do indivíduo. [ PHINEAS GAGE ] Phineas Gage foi um operário americano que, num acidente com explosivos, teve seu cérebro perfurado por uma barra de metal, sobrevivendo apesar da gravidade do acidente. Em questão de segundos, seu olho esquerdo foi destruído e algumas partes do seu cérebro e crânio foram seriamente lesionadas. No entanto, surpreendentemente, Phineas ficou inconsciente por apenas alguns instantes, recobrando o movimento e a fala muito rapidamente. Após este episódio Cage mudou radicalmente sua personalidade, deixando de ser a pessoa pacata, responsável e educada – que era até então – e se tornando um sujeito anti- social, instável e até mesmo violento. Alguns relatos chegam a dizer que Gage se tornou um psicopata. Todas estas narrativas são frequentemente utilizadas como provas de que determinadas partes do cérebro, em especial os lobos frontais (que teriam sido lesionados no acidente), são imprescindíveis para o controle de impulsos e para a execução de comportamentos sociais de uma forma geral – o que significa também que qualquer lesão significativa nestas áreas poderia (na verdade, deveria) causar importantes e, até certo ponto, irreversíveis mudanças no comportamento e na personalidade do sujeito. [ PADRÕES DA PERSONALIDADE ] Sendo assim, podemos dizer que o cérebro está envolvido na personalidade. Ela representa os padrões de sentimentos, pensamentos e comportamentos/ações de um indivíduo. Representa, ainda, sua forma de interpretação sobre a realidade. “Personalidade é a configuração de pensamentos, sentimentos e comportamentos característicos que distingue uma pessoa de outra e que sobrevive ao tempo e às situações" A personalidade de um indivíduo, portanto, é uma configuração única dos traços dele e justifica o fato de irmãos que tiveram a mesma educação, pais e ambiente terem personalidades diferentes. TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE: Obsessivo-compulsivo Evitativo Dependente Histriônico Narcisista Borderline Antissocial Paranóide Esquizotípico Esquizóide B i a n c a L o u v a i n S a ú d e M e n t a l I | 2 [ NEUROSE ] A neurose nasce do conflito entre o Id e o Superego e o conflito do Ego gerando angústias. Isso ocorre devido a um material que foi reprimido no inconsciente, seja ele um trauma ou desejo. A tentativa de saída desse material do inconsciente é que gera a neurose. O Ego controla os desejos do Id e a censura do superego. O Ego é o resultado das nossas ações e ele precisa se adequar a um contexto da sociedade. Não há ruptura com a realidade, já que é uma desordem nas ações, nos sentimentos e nos pensamentos. O neurótico sabe que há algo errado com ele, tem essa percepção. Contudo, tenta se afastar do sofrimento, da dificuldade de aceitação e, por isso, sofre com a frustração. Gerando tristezas e ansiedades. É um quadro que se inicia na infância e vai se desenvolvendo durante a vida. Neuroses de defesa: Fóbica, obsessiva e histérica; Outras neuroses: Traumáticas, de destino, de caráter, atuais, neurastenia, neurose de angústia (pânico), hipocondria. Neurose obsessiva – o sujeito que se estrutura na neurose obsessiva tende a atender as demandas do outro, da escola, do trabalho, do parceiro de vida, de forma a não ter que entrar em contato com seu próprio desejo, suas angustias e dificuldades mais profundas na relação consigo e com os demais. Pode ocorrer sintomas como: comportamentos compulsivos, como por exemplo, lavar a mão com frequência não usual ou mania extrema com ordem/limpeza; ter ideias obsedantes, por exemplo, de que alguém pode estar perseguindo-o e, ao mesmo tempo, ocorre uma luta contra esses pensamentos e dúvidas quanto ao que faz ou fez. Neurose histérica – quando há sintomatologia mais frequentemente o conflito psíquico aparece nos sintomas corporais. Por exemplo, crise de choro com teatralidade, ou sintomas que se apresentam de modo duradouro, como a paralisia de um membro, a úlcera etc. A neurose é um dos paradigmas da normalidade. É o que esperamos dos outros. [ PSICOSE ] Na estrutura denominada psicose encontramos três subdivisões: paranoia, autismo e esquizofrenia. A psicose nasce do conflito do ego com o mundo externo e o Id é o grande vencedor do processo. O primitivo está solto e não existe o filtro. Dessa forma, a ruptura entre o ego e a realidade fica evidente e o ego fica sob domínio do dos impulsos e, já que a frustração é intolerável, há um rompimento total com a realidade. Ele não percebe a própria responsabilidade e responsabiliza o que está fora – o problema para o psicótico está sempre no outro, no externo, mas nunca em si. Sintomas: alucinações, delírios, intrusão de pensamento, ecos de pensamento, transtorno de estranhamento corporal, de invasão corporal, formas de angústia avassaladoras. É um sujeito acoado, pois não reconhece o que está sentindo. [ PERVERSÃO ] As pessoas estruturalmente perversas não se relacionam com o outro como uma pessoa inteira, percebendo a realidade psíquica desta outra pessoa. O perverso toma o outro como um objeto ou parte deste torna-se objeto fetiche. A finalidade do perverso é sempre sua satisfação sem considerar o outro. Tem consciência dos atos sem a sensação da culpa, o Ego negocia com o Id. Contanto, o conflito está resolvido e sua posição é em provocar angústia no outro. Importante dizer que um perverso não tortura necessariamente sua vítima de forma física, mas pode subjugar sua visão de mundo. Em diferentes graus cometem abusos de poder, coerção moral, chantagens e extorsões com muita facilidade. Algumas características comuns: Traços impulsivos, agressivos, hostis, extrovertidos; São extremamente confiantes em si mesmos; Ausência de ansiedade, nervosismo ou delírios; Ausência de sentimento de culpa ou remorso; Narcísicos e vaidosos; Atos e comportamentos antissociais; Criadores de intrigas e conflito no meio em que se encontram; Sexualmente ativos e pervertidos; Insensibilidade geral a relacionamentos.
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