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Aleitamento

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
Introdução 3 
Anatomia e fisiologia do aleitamento materno 7 
Composição do leite humano 10 
O papel da enfermagem no aleitamento materno 11 
O papel da enfermagem no estímulo ao aleitamento materno 17 
Assistindo a mãe durante as primeiras mamadas 19 
Princípio para promover uma amamentação eficaz 21 
Complicações 24 
Bibliografia 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Introdução 
O aleitamento materno é sinônimo de sobrevivência para o recém-nascido, portanto um 
direito inato. É uma das maneiras mais eficientes de atender os aspectos nutricionais, 
imunológicos e psicológicos da criança em seu primeiro ano de vida. 
É uma prática natural e eficaz. Um ato cujo sucesso depende de fatores históricos, 
sociais, culturais, e psicológicos da puérpera e do compromisso e conhecimento técnico-
científico dos profissionais de saúde envolvidos na promoção, incentivo e apoio ao 
aleitamento materno. 
O profissional de saúde deve identificar durante o pré-natal os conhecimentos, a 
experiência prática, as crenças e a vivência social e familiar da gestante a fim de 
promover educação em saúde para o aleitamento materno, assim como, garantir 
vigilância e efetividade durante a assistência a nutriz no pós-parto. 
O aleitamento materno deve ser exclusivo até o sexto mês de vida, e mantido associado 
a outros alimentos até o segundo ano de vida conforme preconizado pelo Ministério da 
Saúde (MS), Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (UNICEF) e a World Health Organization. O real impacto social do 
aleitamento materno pode ser quantificado através da diminuição de atendimento 
médico, hospitalizações e do uso de medicamentos, como também, menor absenteísmo 
dos pais ao trabalho, uma vez que as crianças que recebem leite materno adoecem 
menos. 
O programa nacional de incentivo ao aleitamento materno, coordenado pelo Ministério 
da Saúde, teve início no começo dos anos 80, com ênfase na informação aos 
profissionais de saúde e ao público em geral, adoções de leis para proteção da mulher no 
trabalho no período de amamentação e o combate à livre propaganda de leites artificiais 
para bebês. 
Anterior a esta década, por algum tempo a prática do aleitamento materno deixou de ser 
priorizada, como resultado de vários acontecimentos sociais e interesses econômicos. 
Então, na década de 90, resgatou-se esta prática, no intuito de promover uma melhoria 
da qualidade de vida em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. 
Várias foram as medidas ministeriais para incentivar a prática de aleitamento materno. 
Uma delas foi a implementação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) nas 
unidades de saúde, desenvolvida no Brasil em março de 1992, com apoio da UNICEF, 
da OMS e da Organização Panamericana da Saúde (OPAS). Esta iniciativa representa 
um esforço a mais para a promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno. 
A Sociedade Civil Bem-estar Familiar no Brasil, 1997 (BEMFAM, apud GIUGLIANI, 
2000), afirma que apesar do aumento das taxas de aleitamento materno, dos vários 
benefícios já comprovados e das várias ações ministeriais desenvolvidas, a tendência ao 
desmame precoce continua e o número de crianças amamentadas segundo a OMS ainda 
4 
 
é pequeno. No Brasil a duração média do aleitamento materno é de sete meses, sendo de 
apenas um mês o exclusivo. 
Com a implantação do programa nacional de incentivo ao aleitamento materno, iniciou-
se um processo de conscientização dos profissionais enfatizando a responsabilidade de 
todos na promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno. 
Como o enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a mulher 
durante o ciclo gravídico-puerperal e tem importante papel nos programas de educação 
em saúde, durante o pré-natal, ele deve preparar a gestante para o aleitamento, para que 
no pós-parto o processo de adaptação da puérpera ao aleitamento seja facilitado e 
tranquilo, evitando assim, dúvidas, dificuldades e possíveis complicações. 
 No período puerperal que o processo de lactação se torna concreto e a capacidade de 
amamentar da puérpera se torna alvo de críticas desencorajadoras e diante de 
dificuldades com o bebê é colocada a dúvida da quantidade e qualidade do leite 
materno. A mãe pode entender esta atitude como incapacidade de cuidar de seu filho e 
como conseqüência disso poderá inibir a lactação, devido à sua ansiedade. Profissionais 
enfermeiros capacitados devem estar ao lado da mãe, orientando-a no início do 
aleitamento materno e ajudando-a na busca de soluções para suas dúvidas quanto ao 
aleitamento materno. 
O enfermeiro deverá estar próximo durante e após o parto, auxiliando as mães nas 
primeiras mamadas do recém-nascido, para que o aleitamento materno seja iniciado o 
mais precoce possível, de preferência imediatamente após o parto, conforme preconiza a 
World Health Organization. Ele deve estar disponível, observando como está sendo a 
pega do recém-nascido, e respondendo perguntas quanto ao aleitamento materno e aos 
cuidados com o recém-nascido. 
É necessária uma comunicação simples e objetiva durante a orientação, o incentivo e o 
apoio ao aleitamento materno, demonstrando diversas posições, promovendo 
relaxamento e posicionamento confortável, explicando a fonte dos reflexos da criança e 
mostrando como isso pode ser usado para ajudar na sucção do recém-nascido. 
O aleitamento materno sob livre demanda deve ser encorajado a fim de diminuir a perda 
de peso inicial do recém-nascido e promover o estímulo precoce da apojadura. Ele 
garante a manutenção do vínculo mãe e filho que se inicia na gestação, cresce e se 
fortifica, devendo portanto ser incentivado a sua continuidade para garantir bem-estar, 
segurança e saúde da criança. 
Os primeiros dias após o parto são cruciais para o aleitamento materno bem sucedido, 
pois é nesse período que a lactação se estabelece, além de ser um período de intenso 
aprendizado para a mãe e adaptação do recém-nascido. Daí a importância do 
acompanhamento intensivo no pós-parto e através de visitas domiciliares após a alta 
hospitalar, pois várias dúvidas e problemas podem surgir e tornar a mulher vulnerável e 
insegura. Nesta etapa de adaptação às modificações puerperais, a mulher necessita 
5 
 
conhecer sobre o auto-cuidado, o aleitamento, o planejamento familiar e os cuidados 
com o recém_nascido. Nesse período o enfermeiro poderá intervir reforçando as 
orientações, buscando solucionar os problemas, prevenindo e ajudando a superar as 
dificuldades da puérpera, evitando, assim, o uso de complementos e seus possíveis 
efeitos deletérios. 
Para assegurar que todas as expectativas maternas e necessidades do recém-nascido 
quanto ao aleitamento sejam atendidas, é necessário que toda a equipe multiprofissional 
da instituição atue junto às puérperas e aos familiares, informando as estratégias e 
vantagens de se iniciar e dar continuidade ao processo de aleitamento. 
GIUGLIANI (2000) afirma que os profissionais de saúde desempenham um papel muito 
importante na assistência à puérpera, assim, devem instrumentalizar-se com 
conhecimentos técnico-científicos atualizados . 
Por vez, estarão colaborando com a garantia do direito de toda criança de ser 
amamentada, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente. Como as atividades de 
prevenção e promoção para a saúde fazem parte do papel do enfermeiro, ele deve 
investir em atividades como visitas domiciliares, palestras, grupos de apoio e 
aconselhamento para incentivo e manutenção do aleitamentoexclusivo, a fim de 
intensificar as ações promovidas durante o período de pós-parto hospitalar, como 
também, para garantir que o aleitamento materno continue após o fim da licença-
maternidade. Quando a nutriz retorna à rotina de trabalho, ela necessita saber como 
fazer a retirada do leite para conservar a sua produção, como estocar e a forma de 
adiministrá-lo à criança, para evitar o desmame precoce. 
É importante evidenciar como o enfermeiro está atuando nesta prática, pois buscando 
compreender a realidade é que novas ações poderão ser implementadas, e os futuros 
profissionais enfermeiros poderão se posicionar de forma objetiva, efetiva e completa, 
evitando lacunas na assistência e com isso aumentar a adesão da puérpera ao 
aleitamento e reverter os índices de desmame precoce. 
As lacunas na assistência, geralmente decorrentes da ocupação do enfermeiro em 
atividades administrativas ou por falta de seu número adequado, pode resultar em 
pequena e/ou pouco expressiva atuação ou até falta de atuação do enfermeiro na 
assistência ao aleitamento materno no pós-parto. Esse fato é preocupante, pois facilita a 
ocupação desse campo por novas profissões e, como conseqüência, aumentado o risco 
de perda desse campo de atuação pelo enfermeiro. 
Para que o enfermeiro coordene as suas tarefas, desde a administração até as atividades 
assistenciais, é necessário que ele sistematize a sua assistência para facilitar a solução de 
problemas e agilizar e dinaminazar suas ações.. Nessa perspectiva o enfermeiro 
conseguirá organização e sequência em suas atividades, evitando lacunas na 
assistência. 
6 
 
Mesmo que os profissionais de saúde busquem desempenhar ações específicas dentro de 
sua formação acadêmica durante a assistência de promoção, incentivo e apoio ao 
aleitamento materno, políticas institucionais devem garantir o exercício profissional de 
todos e apoiar a diversificação de suas atuações em benefício da mulher e da criança. 
Estudar a atuação do enfermeiro na assistência ao aleitamento materno durante a 
hospitalização da puérpera é uma forma de evidenciar o seu papel e a importância de 
sua atuação, assim como da sistematização da assistência de enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Anatomia e fisiologia do aleitamento materno 
Muitas das dificuldades com o aleitamento materno advêm de um comportamento 
rígido com horários fixos, falta de confiança ou mau posicionamento ou pega do bebê. 
Seja qual for o motivo, o resultado é um bebê esfomeado, zangado, irritado (que 
eventualmente recusa o peito), ingurgitamento da mama, e até diminuição da produção 
de leite. Os mamilos ficam dolorosos e até macerados. Muitas destas dificuldades 
podem ser evitadas ou ultrapassadas com uma melhor compreensão do funcionamento 
do aleitamento materno, da anatomia, da fisiologia e da técnica de amamentação. 
Anatomia 
As mamas são estruturas complexas constituídas por tecido glandular (onde é produzido 
o leite) rodeado de gordura e tecido de sustentação. As unidades básicas de tecido 
glandular são os alvéolos, cujas células produzem o leite, e que se agrupam em 8 a 20 
lóbulos. Os alvéolos são rodeados por tecido mioepitelial (pequenos músculos) que ao 
contraírem-se ejetam o leite nos ductos que o transportam até ao mamilo. A pele que 
cobre a mama modifica-se no centro para formar o mamilo onde os ductos terminam, 
em pequenos orifícios. Em volta do mamilo existe uma parte da pele mais escura 
(aréola) onde se situam as glândulas de Montgomery (pequenas glândulas sebáceas) que 
produzem um líquido oleoso que mantém os mamilos suaves e limpos. 
 
Durante a gravidez: 
 
Durante a gravidez as mamas aumentam de tamanho, a aréola fica mais escura, e as 
glândulas de Montgomery aumentam, a pele parece mais fina e as veias mais visíveis. O 
sistema de ductos (canais) aumenta e diferencia-se assim como os alvéolos, lóbulos e 
lobos. 
Fisiologia 
Mamar ao peito é um ato natural e os bebês fazem-no há gerações. Quando um bebê 
tem fome, mama no peito da mãe, durante o tempo que quer, até ficar satisfeito. 
Entretanto vai crescendo e a mãe vai produzindo cada vez mais leite. Quando começa a 
8 
 
comer outros alimentos, as mamas produzem só o leite necessário para completar as 
suas necessidades. E tudo isto acontece durante meses, anos, sendo possível por um 
complexo controle hormonal e glandular. 
Os dois hormonios mais importantes são: 
A prolactina (produzida na glândula pituitária anterior) que estimula a secreção de leite 
nos alvéolos, em resposta à estimulação da aréola e do mamilo por parte do bebê. 
Quando o mamilo é estimulado a prolactina é libertada e inicia-se a produção de leite. 
Quanto mais o bebê estimula a mama, mais leite é produzido. Se existe restrição à 
amamentação, porque o bebê não vai à mama, ou porque é retirado antes de terminar 
uma mamada espontaneamente, a produção pode não ser estimulada adequadamente. 
A ocitocina (produzida na glândula pituitária posterior), é libertada por surtos durante a 
amamentação, e provoca a descida do leite através dos ductos até ao mamilo (o reflexo 
da descida ou ejeção). Quando o bebê mama, ao tocar com a boca no mamilo e na 
aréola envia mensagens nervosas para a glândula pituitária que liberta a ocitocina na 
corrente sanguínea. Isto provoca a contração das células mioepiteliais dos alvéolos e a 
ejeção do leite, que vai provocar um aumento do diâmetro dos ductos lactóforos e e o 
movimento do leite para o mamilo. Entre as ejeções de leite, o diâmetro dos ductos 
retorna ao seu valor pré ejeção, sugerindo que a acumulação de leite não se faz nos 
grandes ductos (canais) mas nos pequenos canalículos. 
De início este reflexo é não condicionado, com resposta a um estímulo físico mas, mais 
tarde torna-se condicionado, e apenas o choro, a visão ou pensamento do bebê pode ser 
suficiente para provocar o fluxo de leite. Se a mãe se encontra deprimida, cansada ou 
com falta de confiança na amamentação o reflexo da ocitocina pode ser inibido, embora 
esta inibição temporária e parcial possa ser revertida. 
A ocitocina é a responsável pelo desconforto sentido por algumas mulheres durante as 
primeiras semanas, e que é normal. 
Sinais e sensações de um reflexo de ocitocina ativo: 
 Sensação de pressão, formigueiro, picada nos seios imediatamente antes ou 
durante uma mamada 
 Pingar de leite dos seios quando pensa no bebê ou o ouve chorar 
 Gotejar de leite do outro seio, quando o bebê está a mamar 
 Leite a escorrer dos seios se o bebê larga o seio durante a mamada 
 Dores pela contração do útero, com pequena perda de sangue eventual, durante 
as mamadas na primeira semana 
 Sucções profundas e lentas, seguidas de deglutição. Mostrando que o leite está 
fluindo para a boca do bebê. 
 
9 
 
A capacidade de produção das mamas é diferente e independente, e o ritmo a que o leite 
é produzido é variável. Quanto mais leite é tirado mais leite é produzido. Normalmente 
o bebê não "esvazia" completamente a mama, porque as células produzem 
constantemente leite. Por outro lado, se o bebê não mama bem a mama não recebe o 
estímulo adequado e não produz o leite suficiente. A diferente capacidade de 
armazenamento de leite de cada mulher ajuda a explicar a diferente frequência de 
mamadas de cada recém nascido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Composição do leite humano 
A produção de leite começa quando os hormônios esteróides placentares (a 
progesterona e os estrogénios) diminuem e a secreção de prolactina aumenta. O colostro 
éo primeiro leite que é produzido pela mulher após o parto. É espesso e de cor amarela 
ou transparente e, embora produzido em pequena quantidade, tem os nutrientes 
necessários para alimentar o bebê desde o nascimento. 
O colostro tem uma quantidade grande de fatores de defesa de infecções como 
imunoglobulinas, lactoferrina, células brancas (leucocitos), citoquinas e outros e facilita 
a digestão e a eliminação intestinal. 
O leite de transição é o leite produzido após os primeiros dias até à segunda semana e 
tem uma composição intermédia entre o colostro e o leite maduro. 
O leite maduro é o leite que é produzido pela mulher alguns dias após o parto e quando 
se inicia a sua produção, em maior quantidade, a chamada “descida do leite”, as mamas 
ficam mais cheias, endurecidas e pesadas. 
O leite humano tem uma grande complexidade, apresenta variações de composição de 
acordo com as necessidades do bebê, e adapta-se ao seu crescimento, ao seu apetite e à 
sua sede. 
As variações de composição verificam-se mesmo ao longo do dia e até durante a mesma 
mamada. O leite inicial (anterior) é o produzido no início da mamada e o leite final 
(posterior) o produzido mais tarde, para o fim da mamada. 
A gordura do leite é muito importante por várias razões, entre as quais porque 
proporciona metade das calorias no leite materno. A sua quantidade varia muito: 
individualmente, durante o dia, durante a mamada, de mama, tempo decorrido desde a 
última mamada, do “esvaziamento”. A sua quantidade duplica no leite final. Assim, um 
pequeno volume de leite final proporciona grande quantidade da energia necessária ao 
bebê. Isto é importante para saciar o apetite e ajuda a explicar a recomendação de deixar 
mamar apenas num dos seios, pelo tempo que quiser, e só mudar para o outro se desejar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
O papel da enfermagem no aleitamento materno 
Na conferência de Alma Ata, em 1978, no Kazaquistão, o mundo lançou o alerta para 
as altas taxas de mortalidade e morbidade infantil, juntamente com este desafio, os 
profissionais de saúde alarmaram-se com a grave questão: as crianças estavam 
morrendo e adoecendo porque não estavam sendo amamentadas naturalmente. E uma 
grande parte da responsabilidade deste fato cabia aos profissionais de saúde - a nós 
enfermeiros. 
Uma prática que nos era inerente, como mamíferos e como seres humanos, que fazia 
parte de nossa cultura, de nossa antropologia, foi substituída por artificialismos 
comerciais, do perversamente chamado progresso? Porque a explosão do leite em pó – 
de vaca, das fórmulas, dos bebês rechonchudos,, obesos e de propaganda? 
Ao findar a segunda guerra mundial, havia formada, uma grande estrutura de fabricação 
de leite liofilizado – em pó. O alimento que, era estratégico para a tropa e fácil de ser 
transportado, agora perdia seu grande mercado consumidor. O que fazer? Buscar 
consumidores transformando mamíferos humanos em mamaderíferos de latas. Havia de 
se procurar o respaldo dos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Com 
amplas pesquisas mostrando o ganho de peso, com amostras, com brindes e 
propagandas, muita propaganda, foi sendo substituído pelo artificial. 
Outras práticas, modificadas pelo chamado progresso, agravaram a situação: a 
separação mãe-filho (incomum entre os mamíferos irracionais); o berçário – um 
verdadeiro campo de concentração; a cesárea desnecessária; parto tratado como 
patologia de alta complexidade; a introdução de água, glicose e chás; a perversa 
“complementação” que só faz diminuir o leite materno e a autoconfiança da mãe. 
Hoje, felizmente, sabemos e, com certeza, descobriremos novos argumentos a cada dia. 
O quociente de inteligência é mais elevado; há incidência menor de indivíduos 
alérgicos; o vínculo psico-afetivo promove a saúde mental; a passagem de anticorpos, 
imunoglobulinas, e células sangüíneas vivas da série branca confere imunidade à 
criança; o desenvolvimento adequado do aparelho orofacial prevenindo: má formação 
de arcada dentária, problemas de fonação, mastigação, deglutição, alimentação, queda 
do desempenho escolar, a síndrome do respirador bucal. 
É necessário que os profissionais manejem a problemática e apoiem a família que 
amamenta. 
O desafio deste século é: reconhecer que erramos na qualidade de mamíferos racionais 
e de profissionais especializados; mudar posturas, comportamentos, filosofia de saúde e 
de assistência à criança; rever constantemente e incorporar as práticas trazidas pelo 
progresso. 
12 
 
Todos os dias, entre três a quatro mil crianças morrem por diarréia e infecções 
respiratórias agudas porque foram privadas da alimentação natural. 
Outros milhares de crianças sucumbem às mais variadas doenças e à desnutrição. 
E quanto mais a ciência descobre sobre o AM, mais se confirma sua posição 
insuficiente na nutrição, no crescimento e no desenvolvimento das crianças. 
Somente um esforço global, envolvendo os seres humanos de todo o planeta, pode 
eliminar os obstáculos da amamentação e devolver „as mães a dignidade de dar a seus 
bebês o começo saudável que eles precisam para as suas vidas. A enfermagem 
desempenha papel importantíssimo nesta questão. 
Nos programas de aleitamento materno o profissional de enfermagem tem condições de 
exercitar todas as suas funções: administrativa, avaliadora, docente e assistencial. Basta 
ter conhecimento sobre: 
 Assistência de enfermagem à criança e à mulher 
 Alojamento conjunto: objetivos, vantagens, normas, técnicas, rotinas... 
 Aleitamento materno: aspectos políticos, práticos e sociais 
 Anatomia da mulher 
 Fisiologia do recém-nascido 
 Psicologia e pedagogia do adulto e 
 Antropologia e cultura. 
Fez-se uma pesquisa entre enfermeiros brasileiros com o propósito de traçar o PAPEL 
DO ENFERMEIRO EM AM. Vinte das 34 respostas foram utilizadas para o fim 
proposto. De cada respondente extraiu-se palavras ou frases que, segundo os 
colaboradores, caracterizam a função específica do Enfermeiro. As respostas, na íntegra, 
foram: 
 
 Educar para o aleitamento materno envolvendo uma análise do ser humano: sua 
inserção no contexto sócio cultural e suas necessidades bio-psicossociais. 
 Assumir o seu papel político hierárquico na amamentação. Buscar o 
conhecimento e ter com a nutriz e o ambiente uma interação. Manter vivo os 
conhecimentos científicos, não deixando ser levada pelos mitos da anti-
amamentação. Nunca perder a fisiologia da lactação e a anatomia da glândula 
mamária e conhecer as técnicas da amamentação. Estar sempre aprendendo e 
ensinando (talvez esta seja nossa maior missão materna). 
 Usar a ciência para humanizar a arte da amamentação. Atender a mãe, os 
familiares e a comunidade sempre que estes solicitarem , demonstrarem 
insegurança ou medo. 
 Dispor de sua grande habilidade em criar parcerias entre hospital/escola e 
comunidade. 
13 
 
 Vender a questão da amamentação para as pessoas do poder, mostrando os 
benefícios que esta trará.. Tocar no coração das pessoas que estão com o poder. 
 Envidar esforços para recuperar a prática da amamentação de modo que as 
pessoas a vejam como uma ação natural, em continuidade à gravidez, sem 
medos e com segurança. 
 Conhecer as Teorias de Enfermagem para orientar a sua aplicação prática nas 
ações à família que amamenta. 
 Acompanhar as mudanças científicas e tecnológicas mantendo a preocupação 
com ações integradas ao ser, sujeito e objeto do seu cuidado: a família e a 
amamentação. 
 Integrar a enfermagem com os demais profissionais da saúde materno-infantil, 
de maneira que todos, falando a mesma linguagem, estabeleçam atravésde uma 
única diretriz a segurança necessária para o atendimento da gestante e da nutriz 
 Gerenciar a promoção, o apoio e a proteção do aleitamento materno, garantindo 
por meio da educação continuada, uma assistência mais capacitada e 
humanizada. 
 Prover-se de conhecimento teórico, para ter o embasamento necessário para 
transmitir seus conhecimentos, modificando condutas, demonstrando os 
benefícios físicos, e a importância do forte laço afetivo mãe-filho gerado pela 
prática saudável da amamentação. 
 Assumir uma postura política profissional que contribua para dar respostas às 
necessidades e demandas de saúde da população, considerando a realidade atual. 
Da amamentação. 
 Conscientizar a população de que o aleitamento materno é um dever da mãe e 
um direito da criança. Se levado a sério toda humanidade sae ganhando 
 É trabalhar pela amamentação, lutar contra mitos. Aceitar o desafio do amor, um 
dom que cada enfermeiro deve trazer no peito. 
 Ensinar, cuidar e assistir a mãe que amamenta. Esse é , um compromisso bio-
psico-social e de cidadania 
 Assumir uma postura política profissional que contribua para dar respostas às 
necessidades e demandas de saúde da população, considerando a realidade atual. 
 Zelar para que as empresas produtoras de leites, alimentos complementares 
mamadeira, bicos e chupetas. não façam promoção comercial de seus produtos 
nos eventos por elas patrocinados. 
 Familiarizar-se com a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para 
Lactente. Contribuir para a sua difusão, aplicação e fiscalização. 
 Levar em consideração os sentimentos pessoais em relação à amamentação, 
sabendo que a individualidade mãe-filho não se repete na mesma mãe nem com 
outros filhos. Para cada mãe deve-se solucionar as situações que obstacularizam 
o aleitamento, eliminar os fatores que são negativos e promover os facilitadores. 
 Confiar na capacidade da mãe em amamentar o seu filho, ao mesmo tempo em 
que ensina e orienta como proceder 
14 
 
 
 Acoplamos às respostas da pesquisa as informações abaixo, que são fruto de nosso 
perene estudar e pesquisar. Pois ajuizamos que o profissional de enfermagem, que 
pretende trabalhar em unidades de atendimento materno-infantil, deve apresentar os 
seguintes requisitos: 
 Ser experiente e convicto. Profissionais que passaram pela experiência da 
amamentação incutem mais confiança nas jovens mães e nos jovens pais e têm 
algo diferente para transmitirem aos outros. 
 Ter facilidade de relacionamento. É imprescindíveis uma perfeita integração 
da enfermagem com os demais profissionais da saúde materno-infantil, de 
maneira que todos, falando a mesma linguagem, estabeleçam através de uma 
única diretriz a segurança necessária para o atendimento da mulher e da criança. 
 Ter atitude de apoio. Deve estar disposto e capacitado para reduzir o temor e 
tranqüilizar tanto a gestante, parturiente, puérpera, lactante como os familiares. 
 Ser encorajador. A mãe aprenderá corretamente e adquirirá segurança no 
desempenho de suas ações e cuidados com o filho e com a amamentação. 
 Ser comunicativo e gostar de ensinar. 
 Ser prestativo. Atender a mãe, os familiares e a comunidade sempre que estes 
solicitarem, demonstrarem insegurança ou medo. 
 Ser compreensivo. Levar em consideração os sentimentos pessoais em relação à 
amamentação, sabendo que a individualidade mãe-filho não se repete na mesma 
mãe nem com outros filhos. Para cada mãe deve-se solucionar as situações que 
obstacularizam o aleitamento, eliminar os fatores que são negativos e promover 
os facilitadores. 
 Ser perseverante paciente. Confiar na capacidade da mãe em amamentar o seu 
filho, ao mesmo tempo em que ensina e orienta como proceder, ajuda a mãe a 
diminuir os temores e ansiedades que podem prejudicar a amamentação, tantas 
vezes, quantas forem necessárias. 
 Ter perseverança, coragem, ousadia, garra, muita garra. 
 
Acoplamos, também, as funções do enfermeiro. Estas são: 
Função administrativa. O profissional enfermeiro deve assumir a função 
administrativa de unidades que prestam assistência direta e ou indiretamente à mulher e 
à criança como: maternidades, sistemas de alojamento conjunto, unicidades de pediatria, 
bancos de leite humano. Existem aspectos próprios da enfermagem que, como líder, 
não pode delegar a outrem: 
 Seleção de pessoal de enfermagem 
 Elaboração de rotinas e técnicas de enfermagem 
 Aquisição de recursos materiais específicos. 
15 
 
 
Função assistencial. Esta função compete à enfermagem, pois o que caracteriza a 
enfermagem é a assistência ao ser humano. A enfermeira faz e ensina como fazer. 
A presença permanente da enfermagem no hospital, principalmente, nas primeiras 
horas do nascimento do bebê, poder servir de base para a amamentação bem sucedida e 
duradoura. A mãe será ajudada a aprender os modos individuais que seu bebê tem, 
para responder aos estímulos da amamentação. Ajudada a aprender a modalidade 
sensória que mais acalma seu filho, e as técnicas e posições para mamar. Isto impedirá 
a frustração que a mãe poderá sentir, quando for incapaz de aquietar um bebê que chora 
ou dorme para mamar. 
A supervisão das ações de enfermagem deverá sempre ser realizada por Enfermeira 
com experiência em aleitamento materno. 
Função docente. O profissional enfermeiro é um educador em potencial. Ele elabora, 
executa e avalia programas de aleitamento materno. Ser enfermeiro em aleitamento 
materno implica em orientar, ajudar, explicar a cada mãe individualmente, na gravidez, 
no pré-parto, no parto e no puerpério, principalmente nos primeiros dias após o parto, a 
grupos de mães, de familiares e de funcionários. É promover discussões em grupo com 
relatos de experiência. É solicitar participação ativa da mãe em todos os cuidados ao 
filho. 
A orientação pode ser individual ou coletiva, mas, deve ser dada por todos os 
elementos da equipe, evitando dualidade de informações e ou de condutas. É dirigida 
ao casal e familiares e a sociedade de maneira geral, pois cuidar do bebê não é tarefa 
exclusiva da mamãe. A orientação sobre o aleitamento materno deve começar na sala 
de aula, continuar na gravidez, parto e puerpério. Convém que todos recebam a mesma 
instrução transmitida às mães que consiste: 
 Prepará-los para a prática da amamentação e do alojamento conjunto, para o 
cumprimento das leis da amamentação, para as responsabilidade pessoal e ou 
comunitária; 
 Ministrar palestras e aulas abordando conceitos gerais de higiene, de controle da 
saúde e nutrição, e de possíveis ocorrências nos primeiros dias do bebê; 
 Orientar quanto às principais necessidades do bebê e como satisfazê-las, 
 Identificar e enfatizar a importância dos recursos disponíveis na comunidade 
para o atendimento continuado da mãe e da criança. 
Função investigativa/avaliativa. O profissional de enfermagem deve pesquisar, 
constantemente, a validade: 
 Das atividades da enfermagem 
 A validade dos programas e dos projetos de aleitamento materno 
 Dos cursos internos, 
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 Da participação/troca de experiências de seus funcionários, 
 Do cumprimento das leis (linguagem mundial sobre o aleitamento materno) 
 Integração e formas de integralização da equipe multiprofissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O papel da enfermagem no estímulo ao aleitamento materno 
A prática da amamentação, nos é inerente como mamíferos e como seres humanos, e faz 
parte de nossa cultura e de nossa antropologia. Não pode ser substituídapelos 
artificialismos comerciais do progresso. 
A mulher tem direito de escolher a melhor forma de alimentar seu filho e sua decisão 
deve ser respeitada. 
A presença permanente da Enfermagem, nas instituições, é básica para início e 
continuidade da amamentação. 
A Enfermagem existe e subsiste a serviço do homem. Em colaboração com uma equipe 
Multidisciplinar pode desenvolver potentes ações de promoção ao aleitamento materno. 
É função da Enfermagem: 
 Envidar esforços para reabilitar a prática da amamentação para que todos a 
vejam como ação natural de continuidade à gravidez, sem medo e com 
segurança. 
 Conhecer as teorias de Enfermagem para orientar a sua aplicação à família que 
estiver amamentando. 
 Integrar a Enfermagem com os demais profissionais da saúde materno-
infantil, de maneira que todos, falando a mesma linguagem, assegurem pronto 
atendimento à gestante e à nutriz. 
 Gerenciar a promoção, o apoio e a prática do aleitamento materno, garantindo, 
por meio da educação continuada, uma assistência mais completa e humana. 
 Prover-se de conhecimentos teóricos, para poder transmiti-los, modificando 
condutas, demonstrando os benefícios e a importância do laço afetivo mãe-filho 
gerado pela prática saudável da amamentação. 
 Assumir uma postura profissional para dar resposta às necessidades e 
demandas de saúde da população, com a realidade da amamentação. 
 Educar para o aleitamento materno baseado na análise do ser humano e suas 
necessidades bio-psicossociais. 
 Assumir o seu papel político hierárquico na amamentação. 
 Buscar o conhecimento científico da amamentação e manter interação sólida e 
duradoura com a mãe, com o pai e com a comunidade. 
 Preservar os conhecimentos científicos não se deixando levar pelos mitos da 
anti-amamentação. 
 Conhecer em profundidade as técnicas da amamentação e executá-las com 
segurança. 
 Aprender sempre mais com a amamentação e ensinar sempre o aleitamento 
materno; talvez esta seja a maior missão do enfermeiro. 
 Aplicar a ciência para humanizar a arte da amamentação. 
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 Atender mães, pais, familiares e comunidades sempre que solicitarem ajuda ou 
demonstrarem insegurança e medo. 
 Organizar habilidades para criar parcerias entre hospitais, escolas e 
comunidades. 
 Convencer as pessoas que podem apoiar o aleitamento materno ou que decidem 
sobre as necessidades alimentares do bebê. 
 Acompanhar as mudanças científicas e tecnológicas, centralizando sua 
preocupação nas ações integradas ao ser-sujeito, objeto do seu cuidado: a família 
e a amamentação. 
 Conscientizar a população de que o aleitamento materno é um dever da mãe e 
um direito da criança . Isto levado a sério, toda humanidade será beneficiada. 
 Combater os mitos da amamentação. Aceitar o desafio do amor, qualidade que 
todo enfermeiro deve ter. 
 Ensinar, cuidar e assistir o casal que amamenta. Este é um compromisso 
biopsicossocial e de cidadania. 
 Familiarizar-se com a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos 
para Lactentes. Contribuir para a sua difusão, aplicação e fiscalização. 
 Zelar para que as empresas produtoras de leite artificial, alimentos 
complementares, mamadeiras, bicos e chupetas não façam promoção comercial 
de seus produtos nos eventos por elas patrocinados. 
 Respeitar os sentimentos pessoais da mulher em relação à amamentação. Saber 
que a individualidade mãe-filho não se repete na mesma mãe, nem com outros 
filhos. 
 Confiar na capacidade da mãe amamentar o seu filho, ao mesmo tempo 
ensinando e orientando como proceder. 
 Superar situações que dificultam o aleitamento, eliminando fatores negativos e 
promovendo os facilitadores para cada casal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Assistindo a mãe durante as primeiras mamadas 
Promover relaxamento e posicionamento confortável, usando: travesseiros e almofadas 
para posicionar; técnica de relaxamento respiratório; banquinho ou lista telefônica para 
apoiar o pé e trazer o joelho para cima. 
Demonstrar as diversas posições: 
 Sentada; 
 Deitada; 
 Invertida (football americano). 
Demonstrar e explicar a fonte dos reflexos da criança e mostrar como isso pode ser 
usado para ajudá-la a pegar o peito 
 
 
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Princípio para promover uma amamentação eficaz 
1- Antes de dar o peito, esvaziar a aréola para facilitar a pega. 
2- Mostrar como segurar a mama com os dedos em baixo e o polegar em cima; desta 
forma ela pode posicionar o mamilo diretamente na boca da criança (evitar segurar em 
tesoura). 
3- Deixar que a própria criança pegue o peito. A mãe pode orientar, colocando o 
mamilo na bochecha do bebê para estimular o reflexo de busca. 
4- Esperar que o bebê abra bem a boca e movê-lo em direção à mama. 
5- A criança deve estar com o corpo encostado no da mãe (estômago da criança em 
contato com a barriga da mãe). 
6- O rosto da criança deve estar próximo da mama de modo que o queixo possa tocar a 
mama. 
7- A boca da criança deve estar bem aberta para poder abocanhar grande parte da aréola. 
8- O lábio inferior deve estar voltado para fora e cobrir quase toda a porção inferior da 
aréola, enquanto a parte superior da aréola é a que pode aparecer mais. 
9- Observar o deslizamento do queixo indicando a boa pega e a sucção. 
10- Observar a criança tranquila, engolindo em rítmo regular, devagar e em goles 
profundos. 
11- A mãe não se queixa de dor quando a pega é correta. 
12- Instruir para oferecer ambos os lados a cada amamentação, alternando a mama pela 
qual inicia. 
13- Demonstrar como usar o dedo mínimo no canto da boca do bebê, para romper o 
vácuo, e ele soltar o peito sem machucar. 
Amamentação eficaz 
Definição: estado na qual a mãe e criança apresentam adequada competência e 
satisfação com o processo de amamentação. 
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MAIORES 
 Habilidade da mãe em posicionar a criança no peito para promover uma resposta 
bem sucedida de sucção. 
 Satisfação da criança após alimentar-se. 
 Regular e constante deglutição. 
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 Peso apropriado da criança em relação à idade. 
 Padrão efetivo de comunicação mãe/filho. 
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MENORES 
 Sinais e/ou sintomas de liberação de ocitocina (saída do leite ou reflexo da 
ejeção). 
 Padrão adequado de eliminação para a idade. 
 Ânsia da criança por mamar. 
 Verbalização da mãe de satisfação com o processo de amamentação. 
Amamentação ineficaz 
Definição: Estado no qual a mãe e/ou a criança experimentam insatisfação ou 
dificuldade com o processo de amamentação. 
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MAIORES 
Insatisfação no processo de amamentação. 
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS MENORES 
 Suprimento inadequado de leite atual ou percebido. 
 Inabilidade da criança para pegar o seio materno corretamente. 
 Ausência de sinais de liberação de ocitocina. 
 Sinais observáveis de ingestão inadequada de leite. 
 Inconstância da sucção ao seio. 
 Ferimento persistente do mamilo além da 1a. semana de amamentação. 
 Agitação e choro manifestados pela criança na primeira hora após a 
amamentação. 
 Não resposta à outras medidas de conforto. 
 Arqueamento da criança e choro resistindo abocanhar. 
Fatores relacionados: 
Fisiológicos 
 Dificuldade do neonato em abocanhar ou sugar devido a fenda palatina /lábio 
leporino 
 Prematuridade 
 Cirurgia mamária anterior 
 Mamilo invertido 
 Inadequado reflexo da descida do leite 
Situacional 
 Fadiga materna 
23 Ansiedade 
 Ambivalência materna 
 Nascimentos múltiplos 
 Desnutrição 
 Desidratação 
 História de insucesso na amamentação 
 Falta de apoio familiar 
 Falta de conhecimento 
 Interrupção da amamentação devido a doença materna, doença da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Complicações 
Fissura do mamilo (bico do peito rachado): 
 
As fissuras do mamilo são decorrentes da má posição da criança em relação a mama; do 
número e duração inadequada das mamadas e principalmente da técnica incorreta de 
sucção. 
 
Conduta para evitar a fissura: 
 
Orientar as mães durante o pré-natal sobre o preparo da mama e técnicas de 
amamentação, dando ênfase as estratégias que devem ser utilizadas para o 
fortalecimento dos tecidos areolar e mamilar, tais como: banho de sol nos seios, fricção 
de toalha, utilização de sutiã de algodão com orifício na 
região mamilar. 
 
Para tratar da fissura: 
 
 Corrija a posição da mamada e oriente a mãe a continuar amamentando; 
 Aconselhar a mãe a lavar os mamilos apenas uma vez ao dia, quando toma 
banho; 
 Aconselhar a mãe a expor os mamilos ao ar e ao sol tanto quanto possível no 
intervalo das mamadas, ou banho de luz com lâmpadas de 40 watts, colocada a 
um palmo de distância da mama 10 minutos de cada lado, 3 x dia; 
 Aplicar sempre leite materno nos mamilos após as mamadas, pois isto, facilita a 
cicatrização; 
 Aconselhar a mãe a mudar de posição costumeira, preferencialmente utilizar a 
posição da bola de futebol americano ou do cavalinho; 
 Nos casos graves, dependendo da extensão da fissura, orientar a mãe a suspender 
a sucção direta ao seio por um período de 24 a 48 hs, ordenhar a mama e 
oferecer o leite na colherinha ou conta-gota. 
Mastite (inflamação da mama): 
 
O acúmulo de leite sem a ordenha de alívio pode facilitar o início da mastite, que é 
facilmente diagnosticado; mamas quentes, febre, dor a palpação e pode sair pus. 
 
O mastite é mais freqüente na 2ª e 3ª semanas depois do parto. A mãe deverá descansar 
por mais tempo. Deverá tirar uma licença de seu emprego. Se continuar a trabalhar a 
infecção poderá retornar. 
 
Conduta para evitar a mastite: 
 
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 estimular as mães a amamentar no sistema de livre demanda; 
 se o bebê não esvaziar a mama, complete com auto-ordenha, ou solicite 
colaboração para o esvaziamento por ordenha. 
Para tratar a mastite: 
 aplique compressas úmidas mornas sobre a área afetada; antes de cada mamada 
e se for necessário também nos intervalos, até sentir alívio (5 a 10 min.); 
 amamente até esvaziar a mama doente; 
 massageie delicadamente as áreas doentes enquanto estiver amamentando; 
 se necessário orientar a mãe para tomada de analgésico antes de proceder à auto-
ordenha; 
 usar sutiã que sustente bem a base da mama mas que não aperte a mama; 
 se houver demora no início do tratamento, pode se formar um abcesso mamário, 
e neste caso, suspender a amamentação na mama afetada e encaminhar para a 
drenagem. Após a cicatrização, retornar a amamentação nos dois seios 
Ducto Bloqueado (mama empedrada ou ingurgitada): 
 
Essa situação é provocada pelo esvaziamento incompleto de um ou mais canais, neste 
caso, o leite do alvéolo mamário não drena, pois o mesmo encontra-se endurecido 
bloqueando o canal daquele alvéolo. Uma “tumoração” dolorosa se forma na mama. 
 
A causa exata do ducto bloqueado não está clara, mas pode ser resultado de roupa 
apertada, ou porque a posição da criança não permite a mesma sugar eficientemente 
aquela parte da mama. 
Conduta para evitar o ducto bloqueado: 
 orientar as mães durante o pré-natal sobre as técnicas de posição e pega de 
amamentação; 
 deixar o bebê sugar até o completo esvaziamento da mama, casa isto não ocorra, 
proceder a ordenha manual. 
Para tratar: 
 auxilie a mãe a melhorar a posição de mamada; 
 mostre a mãe as diferentes posições para amamentar de tal modo que o leite seja 
retirado de todos os segmentos da mama; 
 mantenha a criança mamando freqüentemente do lado afetado; 
 ensine a mãe como massagear delicadamente a parte afetada em direção ao 
mamilo para ajudar a esvaziar aquela parte da mama. 
Ingurgitamento mamário (peitos muito cheios e doloridos). 
 
O ingurgitamento mamário, consiste em parte no aumento da quantidade de sangue e 
26 
 
fluídos nos tecidos que suportam a mama (congestão vascular) e de certa quantidade de 
leite que fica retido na glândula mamária. 
 
Quando isto ocorre, as duas mamas ficam inchadas (aumentam de volume, dolorosas, 
quentes, vermelhas, brilhantes e tensas por causa do edema (líquido) nos tecidos. A mãe 
queixa-se de dor principalmente na axila e pode ter febre (a chamada “febre de leite”). 
O leite pode parar de “descer”. 
 
O ingurgitamento geralmente ocorre alguns dias (2 a 5) após o nascimento (na 
apojadura) ou em qualquer época durante a amamentação, todavia, é mais difícil de 
acontecer em hospitais onde há alojamento conjunto e sistema de livre demanda 
precoce. 
 
Conduta para evitar o ingurgitamento: 
 
 as mães devem amamentar no sistema de livre demanda logo após o parto; 
 verificar se a criança mama em boa posição desde o primeiro dia. 
Para tratar o ingurgitamento: 
 
 mantenha a criança sugando; 
 se a criança não sugar adequadamente, ajude a mãe a retirar o leite por expressão 
manual; 
 aconselhe o uso de um sutiã firme a fim de tornar o ingurgitamento menos 
doloroso; 
 indique a utilização de compressas geladas ou quentes sobre o seio por 20 min, 
massageando-os e retirando um pouco de leite logo após para aliviar a dor; 
 mantenha essas condutas até que o ingurgitamento desapareça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bibliografia 
Venancio SI, Dificuldades para o estabelecimento da amamentação: o papel das práticas 
assistenciais das maternidades 
Venancio SI, Dificuldades para o estabelecimento da amamentação: o papel das práticas 
assistenciais das maternidades. 
Gusman CR, Os significados da amamentação na perspectiva das mães 
Corredor N, et al. Lactancia Materna en niños con Patología Especiales. 
Winnicott DW, Os bebês e suas mães. 
 
 
 
 
	Sumário
	Introdução
	Anatomia e fisiologia do aleitamento materno
	Composição do leite humano
	O papel da enfermagem no aleitamento materno
	O papel da enfermagem no estímulo ao aleitamento materno
	Assistindo a mãe durante as primeiras mamadas
	Princípio para promover uma amamentação eficaz
	Complicações
	Bibliografia

Outros materiais