S E M I N A R I O I N T E R C I P L I N A R I I ANA PATRICIA LIMA SOUZA MARIA DANIELE DE LIMA SOUZA PRISCILA ANASTACIA SOUZA ELUTERIO TEMATICA: AS DIFERENTES LINGUAGENS APLICADAS NO CENARIO CONTENPORANÊO A evolução tecnológica na sociedade contemporânea pode ser considerada a terceira grande transformação global na história da humanidade, após a neolítica e a industrial. Está presente em todos os campos de conhecimento e desenvolvimento e, sendo assim, torna-se impossível refutar sua forte influência no cotidiano das pessoas, na busca por inovação e praticidade. A utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Conhecimento (TDIC’s), por professores e alunos no contexto escolar, mais especificamente no processo ensino-aprendizagem, é um tema pouco desenvolvido, que gera insegurança para profissionais de educação. Então, é necessário refletir sobre o trabalho pedagógico que acontece na sala de aula, relativo a essa nova linguagem e a como os conteúdos são desenvolvidos. No cenário educacional, observamos o trabalho pedagógico desenvolver-se por meio de diferentes tipos de linguagens como a oral, escrita, plástica, musical etc., e, recentemente, a virtual. Esta é mais uma ferramenta que pode contribuir positivamente para um aprendizado significativo, ou simplesmente ser utilizada dentro de uma perspectiva técnico-científica, para uma eficiência produtivista. Esta possibilidade concebe às TDIC’s apenas a característica de neutralidade. Portanto, consideramos ser um desafio compreender como essa nova linguagem relaciona-se com as demais e com os educandos em situações de aprendizagem. O leitor pode estar se perguntando: o que seria esta “inovação tecnológica neutra”? O ensino tradicional deixou marcas indeléveis em nossa sociedade, que repercutem nos dias atuais. Estamos nos referindo ao ideal de professor como detentor do conhecimento e a um aluno passivo, que apenas recebe esse conhecimento e o reproduz como máquina, sem nenhuma interação no processo ensino-aprendizagem que possibilite emergir sua subjetividade através do diálogo. Segundo Sancho, Hernandéz et al. (2006, p.19), “a principal dificuldade, para transformar os contextos de ensino com a incorporação de tecnologias diversificadas de informação e comunicação, parece se encontrar no fato de que a tipologia de ensino dominante na escola é centrada no professor”. São gravíssimas as consequências dessa tipologia: alunos com dificuldades de aprendizagem, desmotivados para os estudos, indisciplina, violência, bullying, etc. Ao nos referirmos ao termo “inovação tecnológica”, inconscientemente somos conduzidos a pensar que os antigos problemas educacionais serão resolvidos pelo acesso à web, pela ação imagética que é disposta na tela do computador, celular, tablet, lousa digital, etc. As ferramentas de que dispomos hoje, para serem consideradas inovação, precisam romper com o atual sistema tradicional de ensino. Um ensino inovador com as TDIC’s, partiria do conhecimento prévio do aluno, abrindo espaço para que ele fale de si e, assim, visualize o caminho que percorrerá pelas malhas do digital, através da interatividade, até seu objetivo final. O profissional de educação precisa refletir se as atividades que são propostas com as TDIC’s possibilitam ao aluno experiências significativas. Que tipo de atividade poderia interpelar o educando, provocando-o a sair da sua zona de conforto, da simples condição de reprodutor de conhecimento, tornando-o ativo no processo de ensino- aprendizagem? É preciso oportunizar o deslocamento dessa condição passiva para a de protagonista de seu aprendizado. O acesso ao Google para pesquisar sobre um tema, seguido de cópia e transcrição, simplesmente nos remetem à triste realidade do ensino tradicional, que aprisionou gerações e ainda se manifesta com força. Situações em que o aluno, antes, realizava cópias, perdem significância diante dos comandos “copia e cola” para conteúdos prontos e acabados, disponíveis para se levar para casa e memorizar para a prova (CYSNEIROS, 1999). Nesse momento, instala-se o que consideramos uma contribuição neutra da chamada inovação tecnológica. Assim, para ampliar nossa reflexão sobre inovação tecnológica, concordamos com Assolini e Lastória (2013, p.11) quando destacam “(...) que o conhecimento e a convivência com diferentes linguagens são condições basilares para a construção de propostas pedagógicas que possam, de fato, contribuir para a formação de sujeitos capazes de entendê-las, interpretá-las e compreendê-las. E, mais do que isso, nesse viés e por meio de propostas pedagógicas fundamentadas e inovadoras, consideramos essencial oportunizar aos educandos o exercício da desconfiança e a produção de diferentes sentidos diante de diferentes linguagens, com base em sua memória de sentidos e nível de letramento”.