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PIRETRÓIDES piretrinas (inseticidas de origem vegetal) desenvolvidas a partir de extratos das flores do crisântemo (Chrisanthenum cinerariaefolium) rápida decomposição pela luz levou ao desenvolvimento dos seus análogos sintéticos os piretróides piretróides maior emprego nos últimos trinta anos atualmente, representam mais de 25% dos inseticidas comercializados propriedade inseticidas potentes não persistentes ou baixa ação residual baixa tendência para induzir resistência em insetos baixa toxicidade aguda para mamíferos valores de DL50 oral em ratos (100 mg/kg a 10.000 mg/kg) apesar do largo uso no mundo, há poucos relatos de intoxicação e poucas mortes (apenas algumas dezenas) entre humanos a maioria das mortes por exposição acidental ou intencional (suicida) usos largamente usados em domicílios, na agricultura, pecuária, campanhas de saúde pública e tratamento (uso tópico) de ectoparasitoses, por ex.: escabiose propriedades físico-químicas contêm em sua molécula uma porção ácida, uma ligação ester central e uma porção álcool tipo I, não têm um grupo ciano na molécula tipo II, têm um grupo ciano no carbono alfa na porção álcool Estruturas dos inseticidas piretróides do tipo I e tipo II piretróides disponíveis no comércio produtos de grau técnico, uma mistura de isômeros toxicidade depende sua estereoquímica cada isômero tem características toxicológicas próprias alguns piretróides apresentam até 8 formas isoméricas Toxicocinética absorção pronta, por via oral pobre, pela pele biodisponibilidade cutânea (1%) e absorção oral (36%) após a absorção, lipossolúveis o bastante para ser rapidamente distribuídos no organismo biotransformação (rápida após a absorção) através de duas vias principais: reação de hidrólise da ligação éster catalisada por carboxilesterases no plasma e fígado e reação de oxidação da fração álcool por citocromo P-450 produtos gerados conjugados com sulfato e ácido glicurônico piretróides do tipo II são menos sensíveis a hidrólise, sendo metabolizados em maior extensão por oxidação ambas as vias levam a destoxificação do composto original maioria dos produtos de biotransformação excretada pelos rins piperonil butóxido (butoxi piperonila) inibidor de citocromo P-450 sua adição nas formulações, aumenta a toxicidade dos piretróides mistura de piretróides/organofosforados alguns organofosforados inibem a atividade de carboxiesterases pode levar ao aumento da toxicidade dos piretróides Toxicodinâmica piretróides neurotóxicos alvo de sua ação tóxica os canais de sódio sensíveis a voltagem que mediam o aumento transitório da permeabilidade da membrana neuronal ao sódio que ocorre durante o potencial de ação piretróides interferem com canais de sódio sensíveis a voltagem, prolongando a corrente de sódio durante o potencial de ação tempo médio de abertura do canal de sódio é aumentado amplitude e duração dos potenciais de ação são pouco afetados, mas há um fluxo de inativação anormal leva a um estado hiperexcitável estável da membrana neuronal piretróides tipo I afetam os canais de sódio causando descargas neuronais repetidas e um período aumentado de repolarização piretróides tipo II produzem maior atraso na inativação do canal de sódio, levando a despolarização persistente da membrana sem descargas repetidas outros mecanismos de ação tem sido proposto relação toxicidade e estrutura química compostos do tipo I: Síndrome T ou tipo I em ratos compreende: comportamento caracterizado por excitação acentuada, agressividade na disputa, resposta exagerada a estímulos externos, além de tremores finos que progridem a tremores grosseiros no corpo todo e prostração compostos do tipo II causam Choreoathetosis Syndrome CS ou Síndrome do tipo II que inclui agitação e o movimento de escavar com as patas anteriores, salivação profusa, tremores grosseiros que progridem para a coreoatetose e convulsões clônicas Sinais e sintomas da intoxicação exposição ocupacional contato com a pele efeito adverso primário, parestesia os sintomas são formigamento ou agulhadas, e nos casos mais graves, sensação de queimação essa condição se reverte espontaneamente em 24 horas intoxicações por ingestão inicialmente, dores epigástricas, náusea, vômitos sistemicamente, sintomas mais comuns sonolência, cefaleia, anorexia, fadiga e fraqueza casos mais graves fasciculações musculares intensas nas extremidades, ataques convulsivos, sonolência, torpor e coma morte por falência respiratória após inalação achados clínicos mais comuns: coriza, congestão nasal e “garganta arranhando” podem causar reações de hipersensibilidade cutânea e/ou respiratória, geralmente de intensidade leve a moderada pneumonite devida inalação e/ou aspiração dos solventes orgânicos presentes nas formulações Toxicidade crônica doses excessivas em longo prazo leve aumento do fígado sempre acompanhado de alterações histopatológicas pouca evidência de teratogenicidade e mutagenicidade relato de aumento da incidência de linfoma em roedores, por exposição a deltametrina não parecem atuar como disruptores endócrinos Tratamento não há antídoto pacientes devem ser observados no mínimo durante 6 horas após exposição primeira medida essencial manter as funções vitais e controlar convulsões com diazepam reações de hipersensibilidade tratadas com adrenalina, inibidores de receptores de histamina (H1 e H2) e corticóides, dependendo da intensidade dos sintomas descontaminação gástrica em casos de doses muito altas administração de carvão ativado (dose única) por via oral ou sonda nasogástrica lavagem gástrica, preferencialmente até duas horas após ingestão
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