Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina: Farmácia Homeopática Tema: Escalas e Métodos de preparação das Formas Farmacêuticas Derivadas Profa. Luciane Dalarmi lucianedalarmi@gmail.com Sucussão Agitação vigorosa contra anteparo semirrígido, de insumos ativos sólidos e líquidos, solúveis e dissolvidos em insumo inerte adequado. Sucussão Pode ser manual ou mecânica. Manual: deve realizar com uma das mãos cem movimentos de agitação vertical. Mecânica: utiliza-se o dinamizador no qual também é realizado cem movimentos, simulando o movimento manual do braço humano “Braço mecânico” Dinamização • Resultado do processo de diluição seguida de sucussões e/ou triturações sucessivas do insumo ativo em insumo inerte adequado, com finalidade de desenvolvimento do poder medicamentoso. • As diluições produzidas são chamadas de potência. •As diluições dos medicamentos homeopáticos podem serem feitas em três escalas: decimal, centesimal e cinquenta milesimal. Dinamização •Para dinamizar utilizar frasco âmbar com batoque e tampa. • Volume a ser dinamizado deverá ocupar de ½ a 2/3 da capacidade total do frasco. Dinamização A dinamização tem por objetivo obter um medicamento que se comporte no organismo de tal modo a não produzir os efeitos de ação da droga ou efeitos farmacológicos, se não o efeito de ação do organismo ao estímulo energético que atua de acordo com a Lei da Semelhança. A Receita homeopática deve conter alguns itens essenciais para sua manipulação: Nux vomica 12 DH -Nome do medicamento. Ex: Nux vomica -Potência. Ex: 12 -Escala. Ex: D (Decimal) -Método. Ex: Hahnemaniano -Posologia -Veículo Escalas É a proporção da desconcentração, ou seja, o fator da diluição do insumo ativo. A FHB emprega oficialmente 3 escalas: • Decimal – 1/10 • Centesimal –1/100 • Cinqüenta milesimal –1/50.000 CADA ESCALA DEVE FICAR ARMAZENADA EM ARMÁRIOS SEPARADOS DEVIDAMENTE IDENTIFICADOS Escala Decimal: Desenvolvida por Hering A proporção é de 1/10. Cada dinamização tem a décima parte da anterior, quer dizer, 10 vezes mais diluída ou menos concentrada e 10 vezes mais concentrada que a seguinte. 1D = 1/10 2D = 1/100 3D = 1/1.000 e assim por diante Escala Decimal: Para preparar 10 ml (ou 10g) de medicamento homeopático pela escala decimal, devemos medir (pesar): 1 ml de insumo ativo + 9 ml de insumo inerte ou 1 g de insumo ativo + 9g de insumo inerte. Arnica 1D = Arnica 1X = Arnica 1DH Escala Centesimal: Introduzida por Hahnemann, sendo a única citada por ele nas cinco primeiras edições do Organon e a mais difundida Brasil A proporção é 1/100 Cada dinamização contém 100 vezes mais droga que a seguinte e 100 vezes menos que a precedente 1C = 1/100 2C = 1/10.000 3C = 1/1.000.000 e assim por diante. Escala Centesimal: Para preparar 10 ml (ou 10g) de medicamento homeopático pela escala centesimal, devemos medir (pesar): 0,1 ml de insumo ativo + 9,9 ml de insumo inerte ou 0,1 g de insumo ativo + 9,9 g de insumo inerte. Arnica 1C = Arnica 1 = Arnica 1CH = Arnica 1° Drogas insolúveis - Trituração É usada para drogas insolúveis, obrigatoriamente até a 3CH ou até 6DH, para o preparo LM e para o preparo de alguns bioterápicos. Para a trituração utilizamos como excipiente a lactose. Escala Cinquenta Milesimal – LM -Desenvolvida por Hahnemann, não a chamou de escala, mas sim de método -A proporção é de 1/50.000 -Drogas animal, vegetal ou biológica. Se utilizar TM, corrigir a “força medicamentosa”. -Possui dois estágios: Sólido: Trituração - lactose é o veículo inerte (até 3CH) Líquido: mistura água purificada e etanol 96% -Deve-se diluir 63 mg do 3° triturado em 500 gotas de uma solução de etanol 20% (ANVISA, 2011). Preparação: -Trituração até a 3CH (não importando a origem da droga nem o seu estado) -Colocar uma gota da solução anterior, em 1 frasco e acrescentar 100 gotas de álcool 96% (100 ↓↑) -Colocar uma gota solução anterior em 500 microglobulos ou 0,315g → 1LM ESCALA PROPORÇÃO DE INSUMO ATIVO E INERTE DENOMINAÇÃO CRIAÇÃO MODO DE PREPARO DECIMAL 1/10 X, D, DH HERING 9 partes de insumo inerte +1 parte insumo ativo CENTESIMAL 1/100 C, CH HAHNEMANN 99 partes de insumo inerte + 1 parte do insumo ativo CINQUENTA MILESIMAL 1/50000 LM, Q HAHNEMANN Descrita no Organon 6°ed FHB: Nux vomica 30 CH É dinamizado através de método hahnemanniano, em escala centesimal, até a 30ª potência. Lachesis 200 K É dinamizado através de método korsakoviano, até a 200ª potência. Graphites 1000 FC É dinamizado através de método fluxo contínuo, até a milésima potência. Exemplos: POTÊNCIA DILUIÇÃO Nº SUCUSSÕES 1 DH 10 -1 100 2 DH 10 -2 200 3 DH 10 -3 300 6 DH 10 -6 600 30 DH 10 -30 3.000 200 DH 10 -200 20.000 POTÊNCIA DILUIÇÃO Nº SUCUSSÕES 1 CH 10 -2 100 2 CH 10 -4 200 3 CH 10 -6 300 6 CH 10 -12 600 30 CH 10 -60 3.000 200 CH 10 -400 20.000 POTÊNCIA DILUIÇÃO Nº SUCUSSÕES 1 LM 5,0 X 10 -4 100 2 LM 2,5 X 10 -9 200 3 LM 1,25 X 10 -14 300 6 LM 1,5 X10 -26 600 30 LM 9 X 10 -136 3.000 Métodos Existem três métodos de preparação: • Hahnemanniano (Trituração e sucussão) • Korsakoviano • Fluxo contínuo Método Clássico, Hahnemanniano ou Frascos Múltiplos -É o método clássico na Homeopatia. -Utilizam-se tantos frascos quanto à potência desejada. -Devemos utilizar frascos de modo que o líquido a ser dinamizado ocupe no mínimo ½ e no máximo 2/3 de sua capacidade, para que haja uma dinamização adequada. -Utiliza 3 escalas: decimal, centesimal e cinquenta milesimal. Método Clássico, Hahnemanniano ou Frascos Múltiplos •Para drogas solúveis em álcool ou água: Diluição e Sucussão •Para drogas insolúveis: Trituração (fase sólida) Diluição e Sucussão (fase líquida) Método Clássico, Hahnemanniano ou Frascos Múltiplos •Em drogas solúveis, até 3CH ou até 6DH, devemos manter o mesmo grau alcoólico e veículo utilizado na TM. No caso de dispensações até a 3CH ou 6DH colocar no frasco: “deverá ser administrado diluído em água na hora do uso” (ANVISA, 2011). •Para dispensação utilizar álcool 30%. •Para estoque, (matriz) o álcool deve ser a 70% no mínimo. •Para cada nova diluição devemos realizar 100 sucussões. •Em drogas insolúveis, o veiculo inerte é a lactose até a 3CH ou 6DH. •Em drogas insolúveis, até a potencia 3CH ou 6DH, o medicamento será dispensado em formas farmacêuticas sólidas. •A partir da 4 CH ou 7 DH, utilizar como insumo inerte etanol em diferentes graduações Método de Korsakoff, Frasco Único ou Fluxão Descontínua •Foi introduzido por Korsakowf, em 1832, um general Russo. •Ele utilizou-se de apenas um frasco para obter a diluição que se queria preparar, estimando que esvaziando o frasco onde se preparou a 1° diluição, restaria por aderência à parede, uma gota de líquido suficiente para preparar a seguinte. •Não proporciona uma escala definida, apresenta diluição “centesimal” •Para preparar diluições acima da 30CH (31K até 100.000K) Método de Fluxo Contínuo, Turbodinamizador ou FluxãoContinuada • Este método somente é utilizado para medicamentos acima da 30CH. • É um método utilizado para altíssimas potências. Devem ser realizados cálculos para cada tipo e capacidade aparelho e a dinamização deve ser parada 2 potências antes do final (terminar na centesimal hahnemaniana em etanol 77%) • Não apresenta escala definida – fluxo contínuo e constante • Devemos acionar a entrada da água e o funcionamento do motor simultaneamente. Exemplo de preparação: Sabadilla officinalis 6DH Potência a ser preparada = 6DH Capacidade do frasco dinamizador = 60 mL Será preparado = 40 ml (2/3 frasco) No estoque = TM de Sabadilla officinalis 90% Exemplo de preparação: Sabadilla 6DH Potência a ser preparada = 6DH Capacidade do frasco dinamizador = 60 mL Será preparado = 40 ml (2/3 frasco) No estoque = TM de Sabadilla 90% 4 mL da Sabadilla TM + 36 mL de etanol 90% = Sabadilla 1DH 4 mL da Sabadilla 1DH + 36 mL de etanol 90% = Sabadilla 2DH 4 mL da Sabadilla 2DH + 36 mL de etanol 90% = Sabadilla 3DH 4 mL da Sabadilla 3DH + 36 mL de etanol 90% = Sabadilla 4DH 4 mL da Sabadilla 4DH + 36 mL de etanol 90% = Sabadilla 5DH 4 mL da Sabadilla 5DH + 36 mL de etanol 90% = Sabadilla 6DH Exemplo de preparação: Nux vomica 6CH Potência a ser preparada = 6CH Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL Será preparado = 20 ml (2/3 frasco) No estoque = TM de Nux vomica 50% Exemplo de preparação: Nux vomica 6CH Potência a ser preparada = 6CH Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL Será preparado = 20 ml (2/3 frasco) No estoque = TM de Nux vomica 50% 0,2 mL da Nux vomica TM + 19,8 mL de etanol 50% = Nux vomica 1CH 0,2 mL da Nux vomica 1CH + 19,8 mL de etanol 50%= Nux vomica 2CH 0,2 mL da Nux vomica 2CH + 19,8 mL de etanol 50%= Nux vomica3CH 0,2 mL da Nux vomica 3CH + 19,8 mL de etanol 77%= Nux vomica 4CH 0,2 mL da Nux vomica 4CH + 19,8 mL de etanol 77% = Nux vomica 5CH 0,2 mL da Nux vomica 5CH + 19,8 mL de etanol 30%= Nux vomica 6CH Exemplo de preparação: Graphites 6CH – droga insolúvel Potência a ser preparada = 6CH Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL Será preparado = 20 ml (2/3 frasco) No estoque = Graphite pó (insolúvel) Exemplo de preparação: Graphites 6CH – droga insolúvel Potência a ser preparada = 6CH Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL Será preparado = 20 ml (2/3 frasco) No estoque = Graphite pó (insolúvel) Trituração até a 3CH: 0,1 g de graphite pó + 9,9 g de lactose = graphite 1CH trit. 0,1 g de graphite 1CH trit. + 9,9 g de lactose = graphite 2CH trit. 0,1 g de graphite 2CH trit. + 9,9 g de lactose = graphite 3CH trit. Exemplo de preparação: Graphites 6CH – droga insolúvel Potência a ser preparada = 6CH Capacidade do frasco dinamizador = 30 mL Será preparado = 20 ml (2/3 frasco) No estoque = Graphite pó (insolúvel) Trituração até a 3CH: 0,1 g de graphite pó + 9,9 g de lactose = graphite 1CH trit. 0,1 g de graphite 1CH trit. + 9,9 g de lactose = graphite 2CH trit. 0,1 g de graphite 2CH trit. + 9,9 g de lactose = graphite 3CH trit. *dissolver 1 parte do triturado em álcool 20% + 100↑↓ 0,2 mL de graphite 3CH trit. + 19,8 mL de etanol 20% = graphite 4CH 0,2 mL de graphite 4CH + 19,8 mL de etanol 77% = graphite 5CH 0,2 mL de graphite 5CH + 19,8 mL de etanol 30% = graphite 6CH Referências Bibliográficas: • Fontes, O. L. et al. Farmácia Homeopática: teoria e prática. Barueri, SP: Manole, 2012, 4ª ed. • Farmacopeia Homeopática 3ª ed. Brasília: ANVISA, 2011. Calendula officinalis
Compartilhar