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Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 PERIODIZAÇÃO ESPORTIVA – Estruturação do Treinamento 2015 – AG Editora. 2ª Edição E-mail – contato@arturmonteiro.com.br www.arturmonteiro.com.br www.periodizacaoesportiva.com.br Produção e Supervisão Editorial: Artur Monteiro Gerente de Projetos: Gizele de Assis Monteiro Revisão Científica: Dr. Alexandre Lopes Evangelista, Dr. Bernardo Neme Ide e Dr. Gustavo Motta Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzido ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios eletrônico, mecânica, fotocopiado, ou outro sem a prévia autorização da AG Editora. MONTEIRO, Artur; LOPES, Charles Periodização Esportiva - Periodização do Treinamento/ Artur Monteiro e Charles Lopes São Paulo: AG Editora, 2015. ISBN - 9 788590 704416 1. Periodização. 2. Treinamento Desportivo. 3. Planejamento do Treinamento. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 http://www.arturmonteiro.com.br/ http://www.periodizacaoesportiva.com.br/ ARTUR MONTEIRO Especialista em Ciências do Esporte pela UNICAMP Mestre em Educação Física pela UNICAMP Atuou como preparador físico da seleção brasileira de tênis – Copa Davis, da equipe do Corinthians de futsal categoria adulto e da equipe do São Caetano categoria adulto de voleibol, e do esgrimista Renzo Agresta para as Olimpíadas de Londres Mais de 50 trabalhos científicos publicados Coordenador dos cursos de especialização em Treinamento Desportivo na Estácio de Sá Autor dos livros: Treinamento personalizado: uma abordagem metodológica, Emagrecimento: exercício e nutrição e Treinamento Funcional Uma Abordagem Prática. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 CHARLES RICARDO LOPES Doutor e Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano (Unicamp) Pós-Graduado em Ciências do Esporte (Unicamp), Pós-Graduado em Treinamento Esportivo pelo Instituto de Cultura Física de Havana (Cuba) Líder do Grupo de Pesquisa em Performance Humana (UNIMEP) Orientador do Programa de Mestrado e Doutorado Ciências do Movimento Humano da UNIMEP Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Performance humana da UNIMEP Autor de diversos livros: Treinamento de força, potência e hipertrofia nos esportes; Periodização Esportiva e Fisiologia do Treinamento; Planejamento e Prescrição do Treinamento Personalizado. Ex-preparador físico do tenista Ricardo Mello. Ex-preparador físico da seleção brasileira de basquetebol feminino das categorias juvenil e cadete. Revisor e Editor de Revistas Indexadas no Brasil e Exterior. Especialista em Ciências do Esporte – UNICAMP Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 Artur Monteiro DEDICATÓRIA Deus por orientar o verdadeiro sentido da vida e guiar meus passos todos os dias; Gizele de Assis Monteiro, minha esposa e companheira e Gabriela de Assis Monteiro, minha filha, uma benção de Deus, os amores da minha vida; Aos meus pais Brumel Augusto Monteiro (in memoriam) e Norma Guerrini Monteiro (in memoriam) por compartilhar e apoiar com muito amor carinho todas etapas de minha vida. AGRADECIMENTOS Ao amigo Prof. Dr. Carlos Herman Guerrero Santana, por acreditar em meu valor profissional e proporcionar os meus primeiros passos na Educação Física; Aos professores Dr. Idico Luis Pellegrinoti e Dr. Miguel de Arruda por me orientarem no mestrado, o qual abriu novos horizontes pessoais e profissionais; Ao amigo Fabio Mazzonetto por acreditar e iniciar minha carreira acadêmica como professor na graduação e pós-graduação; Ao Dr. Sergio Gregório da Silva pelo auxilio na fase final de meu mestrado e apoio no início de minha carreira acadêmica; Ao Mestre e amigo João Crisóstomo Bojikian, pelo incentivo e oportunidade de desenvolvimento profissional no desporto. Ao amigo Dr. Alexandre Moreira pelo apoio pelas grandes discussões sobre sua experiência em organização e planejamento do treinamento; Ao amigo Dr. Luiz Roberto Rigolin pelo apoio e por contribuir com sua experiência no capítulo XIII. Aos irmãos da Igreja Renascer em Cristo, ou melhor, a família Renascer em Cristo por nos receber com muito carinho e dedicação e em especial ao Apóstolo Estevan Hernandes, Bispa Sónia Hernandes, Bispo Rubens de Sá, Bispo Gerson Moura, da Pastora Roseli Moura e Pastor José Carlos; Aos alunos, atletas e colegas de profissão que com seu interesse, estimularam-me a buscar novos conhecimentos. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 Charles Ricardo Lopes DEDICATÓRIA Obrigado aos meus pais Francisco Florêncio Lopes (in memoriam) e Maria Rosa Lopes, que me incentivaram em todos os momentos da minha vida profissional e acadêmica, amo muito vocês. A minha esposa Fabiana que esteve ao meu lado em todos os momentos e soube aceitar e compreender minha ausência durante vários momentos de minha vida acadêmica. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Ms. Artur Monteiro pela força, por confiar em meu trabalho, por estar sempre disposto a ajudar e pela sua amizade sincera. Tenho grande orgulho de poder trabalhar com você. Obrigado parceiro! À Profª. Dr. Denise Vaz de Macedo pela paciência, amizade, sabedoria e acima de tudo em ter acreditado em meus esforços. Muito obrigado Denise; Ao Prof. Ms. Bernardo Ide, valeu companheiro por vários momentos juntos de estudo e trabalho. Ao Prof. Ms. Hermes Balbino, obrigado meu caro amigo pelo eterno apoio acadêmico e pessoal durante todos estes anos de profissão. Aos meus amigos do Labex, Fernando, Thiago, Gugu, Mirtes, Lucas, Paulo, Rodrigo, Fernanda, Mário, Rubinho, Duda, Varginha, Clodoaldo, Lázaro, Madla, Dalila, Danilão, Ana, Armindo e Rene. Aos amigos do Treinamento Esportivo, obrigado pela parceria e amizade, Prof. Ms. João Nunes, Prof. Ms. Alexandre Evangelista, Prof. Dr. Luis Rigolin, Prof. Dr. Alexandre Moreira e Prof. Dr. Paulo Marinho. Ao José Pereira e Dirceusa obrigado por me ajudarem em vários momentos da minha vida pessoal e acadêmica. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 PREFÁCIO Essa obra traz em seu corpo um tema que sempre chamou a atenção dos profissionais que estão envolvidos com o esporte: a periodização esportiva. Os professores Artur Monteiro e Charles Lopes, além de terem uma excelente formação acadêmica, ainda trabalharam com o esporte de alto nível, o que propiciou que as explanações vindouras não se ativessem apenas à tradução ou à apresentação das ideias de autores estrangeiros. Isto é, o leitor poderá identificar e entender, também, quais são os elementos que fazem parte de uma periodização. Nos primeiros capítulos, são abordados conceitos aplicados como carga de treinamento, adaptação do organismo frente ao exercício, meios, métodos de treinamento e princípios científicos do treinamento físico. Os capítulos seguintes abordam os modelos clássico e contemporâneos, demonstrando a base teórica através da visão dos seus respectivos autores. Na sequência, seguem alguns capítulos sobre a estruturação do treinamento, onde é demonstrada uma análise aprofundada para elaboração do macrociclo, do mesociclo, do microciclo e da sessão de treinamento. De forma inovadora, a obra também traz exemplos de estruturação do treinamento nos diferentes modelos, clássico e contemporâneos em várias modalidades individuais (maratona, ciclismo, natação, tênis, lutas, ginástica artística) e coletivas (basquetebol, voleibol, futsal, futebol e handebol). Nenhuma obra até este momento apresentou esta forma de contribuição. Se não fosse suficiente, ainda tiveram a preocupação de criar um guia passo a passo de como se elaborar uma periodização. Com isso, os profissionais passam a ter autonomia para elaborar sua própria periodização, já que a prática esportiva, por ser muito diversificada, dificilmente permite que modelos prontos sejam aplicados. Uma iniciativa como essa é louvável e de suma importância, porque, associar teoria e prática em uma área que assenta em sua base, práticos puros e teóricos puros, é tarefa para poucos. Estou convicto que este livro é um divisor de águas aos interessados em treinamento esportivo. Tenham uma ótima leitura. Prof. Dr. Luiz Roberto Rigolin da Silva Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 APRESENTAÇÃO No livro os autores conseguiram sintetizar todo conhecimento adquirido em anos de prática desportiva nas mais diversas modalidades, tornando-o indispensável para técnicos, preparadores físicos e alunos que atuam ou têm o interesse em atuar no campo do treinamento desportivo e buscam um conteúdo desenvolvido de maneira bastante didática. Prof. Dr. Paulo Cezar Marinho Consultor Científico e Analista Técnico da Equipe de Natação do Esporte Clube Pinheiros e da Seleção Brasileira de Natação. O Treinamento Desportivo está mais rico!!! Esta obra dos Professores e amigos Artur Monteiro e Charles Ricardo torna a aplicação dos conceitos de treinamento mais viável na prática do dia a dia, pois traduz a vasta experiência dos autores no campo de aplicação, assim como todos os anos de estudo e reflexão sobre o Treinamento Desportivo. Com conteúdo de alto nível, o livro passa a ser de leitura obrigatória para todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente no Processo organizacional do Treinamento. Prof. Ms. João Nunes Preparador Físico da Seleção Brasileira Feminina de Basquetebol É de grande relevância a publicação de uma obra como esta, que integra de maneira reflexiva pressupostos teóricos da Teoria do Treinamento às manifestações de sua prática em ambiente de preparação para a competição esportiva. A ousadia de Artur Monteiro e Charles Lopes, companheiros na jornada do Esporte, traduz a necessidade e função essencial da Ciência que se faz aplicada. Felicito os autores pelo movimento que certamente esta obra provocará em nosso âmbito de atuação. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 SUMÁRIO CAPITULO I – CARGA DE TREINO E ADAPTAÇÃO AO TREINAMENTO: O PONTO DE PARTIDA.......................................................................................................................................14 CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DO TREINAMENTO: UM SEGREDO PARA ALCANÇAR AS METAS...............................................................................42 CAPÍTULO III – MEIOS E MÉTODOS DE TREINAMENTO: DESVENDANDO O QUE E COMO FAZER...............................................................................................................................49 CAPÍTULO IV - INTRODUÇÃO A PERIODIZAÇÃO...............................................................64 CAPÍTULO V - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO CICLO ANUAL.........................72 CAPÍTULO VI - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO MESOCICLO...........................83 CAPÍTULO VII – ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO MICROCICLO.......................97 CAPÍTULO VIII - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DA SESSÃO...............................119 CAPÍTULO IX – APRESENTAÇÃO DO MODELO CLÁSSICO.............................................135 CAPÍTULO X - MODELOS CONTEMPORÂNEOS.................................................................143 CAPÍTULO XI – EXEMPLOS DE MODELOS CLÁSSICOS DE PERIODIZAÇÃO EM DIFERENTES MODALIDADES DE CARÁTER INDIVIDUAL.............................................153 CAPÍTULO XII - MODELOS CLÁSSICOS DE PERIODIZAÇÃO EM MODALIDADES COLETIVAS................................................................................................................................188 CAPÍTULO XIII - EXEMPLOS DE MODELOS CONTEMPORÂNEOS DE PERIODIZAÇÃO........................................................................................................................208 CAPÍTULO XIV – PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TREINAMENTO: O CAMINHO A SEGUIR...............................................................................................................252 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................264 Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 10 CAPITULO I – CARGA DE TREINO E ADAPTAÇÃO AO TREINAMENTO: O PONTO DE PARTIDA CONCEITOS DE CARGA DE TREINAMENTO A carga de treinamento é o primeiro passo para entender a complexidade do treinamento físico. Com certeza estes conceitos facilitarão a organização dos treinos para desenvolvimento das capacidades físicas, assim como, a estruturação da periodização. Os níveis baixos de capacidade funcional pós-atividade e sua posterior recuperação são determinadas pelos estímulos que se aplicam durante o processo de treinamento. Durante o exercício, os estímulos utilizados determinam a carga de trabalho que se submete o praticante. Carga de treino é a causa que provoca as alterações de adaptação no organismo do desportista (Zakharov, 1992). Carga de treinamento segundo Manso et al (1996) é o resultado em relacionar a quantidade de trabalho (volume) com seu aspecto qualitativo (intensidade). Para Forteza e Farto (2007) a carga de treinamento é a relação inversa entre o potencial do treinamento e a condição do atleta. Quer dizer, é a relação funcional de adaptação que exerce o potencial de treinamento, que gera efeitos de treinamento e condiciona a condição de preparação esportiva. Navarro, (2000) define potencial de treinamento como o processo de confronto do atleta com as exigências que lhes são apresentadas durante o treinamento no sentido amplo, com objetivo de otimizar o rendimento esportivo. Navarro (2000) define carga de treinamento como a soma dos estímulos efetuados sobre o organismo do atleta, podendo diferenciar-se entre carga interna e externa. A carga externa é tarefa a ser cumprida pelo atleta e está associada ao volume e a intensidade, enquanto que a carga interna é a conjunção das reações biológicas dos sistemas orgânicos e pode ser refletida mediante parâmetros fisiológicos ou bioquímicos. Com a organização do processo de treinamento, se busca uma cadência biológica de causa-efeito, que deve ser coordenada e controlada por algumas normas que regam as relações entre a carga, a adaptação e a elevação de rendimento, podendo ser resumidas do seguinte modo: 1 a Norma - Os processos de adaptação se manifestam apenas quando o treinamento alcança uma intensidade ótima que depende do estado individual de rendimento e de um volume mínimo. 2 a Norma - O processo de adaptação é o resultado de um correto equilíbrio entre trabalho e recuperação. 3 a Norma - Somente com atletas jovens a utilização de métodos de treinamento de caráter não específicos poderá se verificar uma rápida adaptação a um nível superior de rendimento. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 11 4 a Norma - O processo de adaptação não só permite a obtenção de melhores resultados, mas também pode ser igualmente extensivo a tolerância física e psicológica da carga. 5 a Norma - Todo organismo humano, ao ajustar-se as exigências do meio ambiente, as adaptações podem apresentar menor adaptabilidade as exigências da carga. 6 a Norma - A adaptação do organismo ocorre sempre na direção proposta pela estrutura da carga. Frente às normas estabelecidas, é necessárioconsiderar as dimensões que a definição da carga exige e que em seu conjunto são responsáveis pela melhora da capacidade de rendimento. Estas dimensões podem ser analisadas pela estrutura da carga de treino. ESTRUTURA DA CARGA DE TREINAMENTO 1. Natureza da Carga A natureza da carga segundo Forteza e Farto (2007) é dividida em especificidade e potencial de treinamento. a. Especificidade A especificidade é interpretada segundo Moreira (2002) como o grau de relação (similaridade) com a atividade competitiva, desde o ponto de vista da estrutura motora, regime de trabalho muscular e os mecanismos de produção de energia. As cargas podem ser diferenciadas em cargas gerais, especiais e competitivas. Cargas Gerais – possuem menor semelhança do exercício com a manifestação durante a competição. Denominada também como carga não especializada é de extrema importância na preparação de muitos anos. Estas cargas exercem influência diversificada sobre o organismo do indivíduo, permitindo um aumento das possibilidades dos sistemas funcionais, sem a aplicação dos meios específicos de preparação. Cargas Especiais – possuem maior semelhança do exercício com a manifestação durante a competição. Asseguram o desenvolvimento predominante das capacidades funcionais do organismo do atleta que determinam o nível das realizações na modalidade esportiva em questão. Cargas Competitivas – representa a reconstituição de um clima competitivo durante as sessões de treinamento. Asseguram a maior mobilização, permitindo a integração do conjunto de capacidades e as qualidades fundamentais predominantes na consecução dos objetivos da modalidade esportiva em análise em uma estrutura única. b. Potencial de Treinamento O potencial de treinamento pode ser definido como a forma em que a carga estimula a condição do atleta. Este é reduzido com o acréscimo da capacidade do rendimento, e por isso é necessário variar os exercícios e as cargas para continuar aumentando o rendimento. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 12 Navarro (2000) argumenta que o estado do treinamento ou de preparação influencia de forma decisiva na reação interna de uma carga determinada. Neste contexto, uma mesma carga externa utilizada por diferentes atletas, provocará diferentes níveis de adaptação, uma vez que ela depende da capacidade momentânea do rendimento da cada um deles. Dessa forma, para aqueles que estão em treinamento avançado, a carga pode ser muito baixa ou não alcançar o limiar de adaptação e, portanto, não reproduzir um determinado efeito, enquanto para um principiante poderá ser extremamente elevada. A Figura 1.1 (A) demonstra quanto menor a qualificação do atleta, maior será o grau de fadiga ou processo na condição dos sistemas funcionais que participam mais ativamente da realização do trabalho e mais prolongado será o período de recuperação (Platonov, 2008). A Figura 1.2 (B) mostra que na presença de cargas máximas, são observadas reações mais expressivas em atletas qualificados. Figura 1.1. Reação do organismo de atletas com diferentes níveis de qualificação (Platonov, 2008). RecuperaçãoCarga RecuperaçãoCarga Atleta de Baixo Nível Atleta de Nível Médio Atleta de Alto Nível A B A – Carga com mesmo volume e intensidade B – carga extrema (limite) Atleta de Baixo Nível Atleta de Alto Nível O potencial de treinamento dos exercícios empregados é reduzido quando se aumenta a capacidade de rendimento; portanto, é fundamental incluir no treino, incessantemente, exercícios novos e mais eficazes. Essa condição é de extrema importância e, para melhor comentá-la, observe os esquemas apresentados na figura 1.2. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 13 Figura 1.2. Alterações dos exercícios e métodos de treinamento para estimular a condição do atleta. (Verkoshanski, 1990) (Forteza, 1993) 1 2 3 4 1 2 3 4 1 – exercícios de salto 2 – exercícios com peso 3 – exercícios com sobrecargas baixas 4 - pliometria 1 – contínuo 2 – fartlek 3 – intervalado 4 - repetições ESQUEMA 1 ESQUEMA 2 No esquema 1 proposto por Verkoshanski (1990), aconselha-se não utilizar de início, a estratégia mais eficaz para desenvolver a força explosiva (pliometria, nesse caso), pois o organismo teria de prepará-lo no plano funcional. Se fosse empregado de imediato, o método de maior potencial provocaria excessiva intensificação, alterando o caminho natural do processo de adaptação. O mesmo sucederia com o esquema 2 idealizado por Forteza (1993), não porque os métodos fracionados de treinamento (intervalado e repetição), que exercem potencial maior, devam ser os primeiros a ser utilizados, mas porque o organismo necessita de uma progressão nos mecanismos de adaptação, em prol do rendimento ótimo. Portanto, a seleção dos meios e métodos de treinamento também é importante, pois alguns proporcionam cargas mais agressivas (ex.: repetição, intervalado e pliometria) e menos agressivas (ex: saltos e contínuo) para o organismo. 2. Componentes da Carga O componente da carga é o aspecto quantitativo do estímulo aplicado no treinamento, e está determinado pela importância da intensidade, duração, volume e densidade do treinamento. a. Intensidade A intensidade trata do aspecto qualitativo da carga e sua aplicação , está relacionada com a aptidão do atleta e com o momento que se encontra na temporada. É bastante específica e é por isso que, na escolha dos critérios da intensidade, devemos levar em consideração as particularidades de diferentes modalidades esportivas. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 14 Nas modalidades de caráter cíclico a velocidade de deslocamento constitui o caráter externo de intensidade da carga. Segundo a intensidade está relacionada a liberação de energia por unidade de tempo (Platonov, 1998) ou trabalho realizado por unidade de tempo (Bompa, 2005 e Raposo, 2000). Nos jogos esportivos e nas lutas, o controle da intensidade é difícil de ser realizado, pois os exercícios, nessas modalidades desportivas, têm caráter variável. O principal significado cabe ao controle do número de ações numa unidade de tempo e aos indicadores fisiológicos. Nas modalidades de força e velocidade, a intensidade é indicada pelo grau de força do estímulo (Tabela 1.1). O controle da intensidade pode ser realizado por meio do peso levantado em kg ou pelo percentual da uma repetição máxima (%1RM) Tabela 1.1. Escala de intensidades proposta para exercícios de velocidade e força (Harre, 1989). Classificação Intensidade (% de 1RM) ou (% do melhor tempo) Zona 1 30 – 50% Baixa 2 50 – 70% Intermediária 3 70 – 80% Média 4 80 – 90% Submáxima 5 90 – 100% Máxima 6 100 – 105% Supramáxima Nas modalidades complexas de coordenação, podem ser empregados os seguintes indicadores para controle de intensidade: Densidade Número de elementos em uma combinação Relação do número de elementos de elevada complexidade e do número total de elementos Conforme citado acima a intensidade varia de acordo com as características específicas da modalidade. Se o nível de intensidade for variável em um esporte ou uma prova, é aconselhável utilizar-se vários graus de intensidade durante o processo treinamento. Outro método alternativo para determinação da intensidade em esportes cíclicos é o baseado nos sistemas de fornecimento de energia (Tabelas 1.2). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 15 Tabela 1.2. Zonas de intensidade dos esportes cíclicos (Foss et al, 2000). Duração Intensidade Sistema energético % produção anaeróbia % produção aeróbia Até 15 seg. LimitesATP-CP 95-100 0-5 15-60 seg. Máxima ATP-CP e An. Lático 80-90 10-20 1-6 min Submáxima An. Lático e Aeróbio 70 30 6-30 min Média Aeróbio 10 90 + 30 min Baixa Aeróbio 5 95 Nas propostas apresentadas na sequência, reflete-se o nível de intensidade em função de uma porcentagem determinada de esforço sobre o rendimento ótimo, a intensidade correspondente a uma resposta fisiológica. A proposta de Martin adaptado (1977) apud Forteza e Farto (2007) oferece uma relação entre a intensidade, % de máximo e frequência cardíaca (Tabela 1.3). Tabela 1.3. Escala para avaliação qualitativa de intensidade da carga. Intensidade Força (%1RM) Resistência (% melhor tempo) Muito leve 30-50 30-50 Leve 50-70 50-70 Média 70-80 70-80 Submáxima 80-90 80-90 Máxima 90-100 90-100 Práticas esportivas como futebol, basquete, tênis, hóquei, handebol entre outras alternam momentos de alta intensidade (esforços máximos ou muito próximos do máximo) com períodos de média e baixa intensidade (submáximos). Esse tipo de esforço é conhecido como intermitente e esses esportes habitualmente são classificados como jogos de cooperação – oposição (Moreno, 1994) e possuem um perfil de atividades acíclicas. Ou seja, a intensidade do esforço pode ser alterada a qualquer momento do jogo, podendo variar desde o repouso completo, numa situação onde a bola está fora do campo de jogo e os atletas aguardam sua reposição, até exercícios de curtíssima duração e de alta potência, chamados de sprints, passando por trotes leves, deslocamentos laterais e para trás, saltos, chutes e ou arremessos, na maioria das vezes com mudanças rápidas de direção (Lopes, 2005). Vários autores têm estudado as características funcionais e fisiológicas de esportes intermitentes. Quando analisamos os fatores que interferem para um bom rendimento em esportes intermitentes, pode-se incorporar as capacidades físicas na base de uma pirâmide hipotética, pois dão suporte para os desempenhos técnicos e decisões estratégico-táticas (Harre, 1989). As capacidades físicas que exercem maior influência nos esportes acíclicos são: força muscular, velocidade, potência, resistência (aeróbia e anaeróbia) e flexibilidade (Harre, Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 16 1989; Weineck, 2000). Para esses esportes, um bom rendimento em todas as capacidades é mais importante que um desempenho excepcional em somente uma delas. Assim, avaliar o efeito real dos programas de treinamento aplicados e o estado de prontidão de uma equipe ou atleta é importantíssimo tanto para o planejamento quanto para a prescrição destes programas de curto ou longo prazo. Dessa forma, os pesquisadores das ciências do esporte deveriam após determinar qual a contribuição destas capacidades para o rendimento da modalidade, buscar modelos de treinamento que atendam as necessidades específicas de atletas que desempenham funções táticas diferenciadas. Torna-se cada vez mais urgente selecionar e utilizar meios e métodos de treinamento que sejam específicos e fidedignos para serem postos em prática. Para isso, é importante conhecer quais níveis de expressão são determinantes para o sucesso nas ações motoras em momentos decisivos em uma partida ou prova, e qual a natureza e dimensão das adaptações agudas e crônicas resultantes dos treinos de força, velocidade e resistência ao longo do ano. A tabela 1.4 caracteriza as situações de competições, levando-se em conta principalmente a intensidade e volume, porém deve-se deixar bem claro que todos os metabolismos e vias energéticas são requeridos ao longo dos jogos ou provas, porém durante as ações motoras que são determinantes para o sucesso, a magnitude de utilização das mesmas não é da mesma ordem de grandeza. As fibras musculares são recrutadas de acordo com a intensidade do esforço, onde todas elas são recrutadas, porém com graus de magnitude diferentes obedecendo ao princípio do tamanho. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 17 Tabela 1.4. Caracterização da metabólica das modalidades esportivas. Modalidade Tipos de fibras Metabolismo determinante Metabolismo predominante (ou) secundário Substratos das ações motoras para ressíntese de ATP Tênis de campo I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Tênis de mesa I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Basquetebol I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Voleibol II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Futebol de Campo I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Futebol de salão I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Handebol I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Vôlei de praia II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio Atletismo 100m II anaeróbio anaeróbio PCr 200m II anaeróbio anaeróbio PCr e Glicogênio 400m II anaeróbio aeróbio PCr e Glicogênio 800m I e II anaeróbio anaeróbio/aeróbio PCr e Glicogênio 1500m I e II anaeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e Ácidos graxos 3000m I e II anaeróbio/aeróbio Aeróbio/anaeróbio Glicogênio e Ácidos graxos 5 e 10km I e II anaeróbio/aeróbio Aeróbio/anaeróbio Glicogênio e Ácidos graxos Meia maratona e Maratona I e II anaeróbio/aeróbio Aeróbio/anaeróbio Glicogênio e Ácidos graxos Natação 50m II anaeróbio aeróbio PCr e Glicogênio 100m II anaeróbio aeróbio Glicogênio 200m I e II anaeróbio anaeróbio Glicogênio 400m I e II anaeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e ácidos graxos 800m (Fem) I e II anaeróbio/aeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e ácidos graxos 1500(Masc) I e II anaeróbio/aeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e ácidos graxos PCr – Fosfocreatina Quando buscamos caracterizar do ponto de vista fisiológico as modalidades cíclicas, devemos pensar na duração e intensidade da mesma. Antigamente para caracterizar as modalidades esportivas em especial as provas de natação e atletismo, eram utilizados as variáveis tempo e intensidade, mas principalmente o tempo da prova. Hoje em dia o que determina o sucesso de tais provas é o quanto o atleta consegue permanecer competindo em alta intensidade, em especial, o quanto ele consegue permanecer durante a prova correndo ou nadando acima do limiar anaeróbio. Não queremos dizer com isso que a resistência aeróbia e o VO2max não são importantes, mas sim que o atleta que possuir bom VO2max, e ótimo limiar anaeróbio terá mais chances de sagrar-se um campeão em suas respectivas provas. Se pensarmos somente no tempo da prova, dar-se-á alta ênfase adaptativa somente para a resistência aeróbia, mas durante as provas (até mesmo de fundo e meio fundo) os atletas correm ou nadam boa parte do tempo acima de seus limiares anaeróbios (Billat, 2001), caracterizando grande contribuição do metabolismo anaeróbio (glicolítico). Conforme citado anteriormente, a seleção dos meios e métodos pode alterar a carga de treinamento. A tabela 1.5 apresenta a variação de intensidade para diferentes exercícios de salto (adaptado de Bompa, 2004). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 18 Tabela 1.5. Níveis de intensidade dos exercícios de salto. Níveis Tipos de Exercícios Intensidade do Exercício 1 Saltos de alta reatividade Máxima 2 Saltos em profundidade Muito alta 3 Exercícios de saltos múltiplos Submáxima 4 Saltos de baixa reatividade Moderada 5 Baixo impacto – saltos no lugar Baixa b. Duração da Carga A duração da carga representa o tempo durante a qual um único conteúdo de treinamento funciona como elemento transformador sobre o organismo (Satrischka, 1988 apud Raposo, 2000). Esta duração depende do objetivo e do próprio conteúdo do treinamento. Segundo Raposo (2000), baseado em algumas investigações científicas, é possível encontrar valores médios que permitam apontar como eficazes para o desenvolvimentode alguns objetivos: - Para um treinamento que tenha como objetivo o desenvolvimento da resistência por mobilização do sistema aeróbio, a duração da carga pode variar entre 45 e 50 minutos. - Para um treinamento eficaz para aumento do limiar anaeróbio a duração da carga pode variar entre 20 e 40 minutos. - Para um treinamento eficaz da potência aeróbia (VO2max), a duração do estímulo pode variar em torno dos 15 a 25 minutos. - Para um treinamento que tenha como objetivo a resistência anaeróbia lática, a duração do estímulo efetivo será inferior a 10 minutos. -Para um treinamento que busque desenvolver a resistência de velocidade a duração do estímulo é de 4 a 8 minutos. - Para um treinamento que procure desenvolver a capacidade anaeróbia lática, a duração dos estimulo em cada repetição varia entre os 15 e 30 segundos. - Para desenvolver a Velocidade (potência anaeróbia alática), a duração do estímulo em cada repetição varia entre 5 a 10 segundos. c. Volume da Carga Volume da carga é a medida quantitativa das cargas de treinamento de diferente orientação funcional, que se desenvolvem em uma unidade ou ciclo de treinamento (Forteza e Farto, 2007). Pode ser dividido em: Volume Global – quantificação de todas as cargas de diferente orientação funcional (Figura 1.3). Volume Parcial – quantificação de um determinado tipo de treinamento com orientação funcional determinada (Figura 1.4). Figura 1.3. Volume total em um microciclo no período preparatório. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 19 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM T e m p o ( m in ) Figura 1.4. Volume parcial em um microciclo no período preparatório (FM – Força Máxima, FE – Força Explosiva, VEL – Velocidade, RAL – Resistência Anaeróbia Lática e FLE – Flexibilidade). 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM T e m p o ( m in ) Técnico/Tático FM FE Vel RAL FLE Como componente principal do treinamento, o volume constitui o requisito prévio quantitativo vital para o alto ganho técnico-tático e especialmente físico. O volume, que às vezes é realizado com duração indeterminada do treinamento, compreende as seguintes partes: Distância percorrida Número de repetições de movimentos técnicos Tempo de treino Total de peso levantado O volume de treinamento torna-se mais importante no que se refere ao treinamento de atletas de alta performance, não existindo limites quanto à grande quantidade de trabalho que deve se levar em conta. Quanto ao volume em horas de treinamento por microciclo e por ano, parece haver uma relação entre o mesmo e o rendimento desejado. Nesse sentido, estabelece-se a seguinte relação: Melhores do mundo – 1000 horas anuais Eventos internacionais – 800 horas anuais Eventos nacionais – 600 horas anuais Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 20 Eventos regionais – 400 horas anuais Por frequência de treinamento definimos o numero de sessões de treinamento por microciclo. Atualmente, em todas as modalidades está aceita a necessidade de uma sessão de treinamento diária com atletas de performance avançada. Consequentemente os atletas de elite não devem esperar um rendimento atlético adequado sem haver realizado no mínimo 8 a 12 sessões de treinamento por microciclo. A metodologia do treinamento aponta como mais favorável a seguinte frequência semanal (Raposo, 2000): Fase de base – 3 a 4 sessões Fase de preparação – 4 a 8 sessões Fase de construção – 6 a 10 sessões Alto rendimento – 8 a 22 sessões d. Densidade A densidade da carga é definida como a relação temporal entre esforço e a fase de recuperação em uma sessão de treinamento. Isto significa não podemos definir somente a intensidade de treinamento com um determinado volume, sem que também seja necessário relacioná-lo com a alternância trabalho/recuperação. Carga e recuperação se equilibram melhor, harmonizando-se através da intensidade da carga. A recuperação tem duas funções importantes no desenvolvimento de novas adaptações: - Diminuir os níveis de fadiga - Favorecer os processos de adaptação Para Harre (1989) uma densidade ótima de carga assegura o domínio de um elevado volume e de uma carga eficaz, impedindo a aparição prematura de overreaching. Segundo Grosser (1990) apud Forteza e Farto (2007), a relação pontual entre a duração do estímulo e a recuperação está vinculada ao objetivo e nível do rendimento, podendo propiciar diferentes métodos de treinamento e relações de trabalho/recuperação, definindo assim uma densidade de treinamento (Figura 1.6). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 21 Figura 1.6. Relação estímulo/recuperação e objetivo de treino. Resistência Aeróbia70% melhor tempo 2 : 1 Velocidade100% melhor tempo 1 : 5 Velocidade e VO2max90% melhor tempo 1 : 3 Velocidade e R . Aeróbia80% melhor tempo 1 : 1 Resistência Aeróbia60% melhor tempo 5 : 1 Duração dos Intervalos de Descanso Como os intervalos de recuperação podem interferir nos objetivos do treinamento sua seleção é de grande importância. Sabe-se que, durante os intervalos de descanso, o desempenho não se opera em uma velocidade constante. Inicialmente a velocidade de recuperação é rápida, diminuindo depois, conforme chega a condições próximas às do estado de repouso. Os intervalos de descanso podem ser divididos em: Intervalo Rígido – Períodos de recuperação com tempos muito curtos, o que leva ao desenvolvimento da fadiga em progressão muito rápida. Intervalo Curto – Períodos de recuperação que permitem a restauração próxima ao nível inicial do exercício. Embora a fadiga também ocorra, o sue ritmo é relativamente mais baixo que o anterior permitindo assim um volume de trabalho muito maior. Intervalo Completo – Períodos de recuperação que permitam maior magnitude de restauração em relação ao intervalo curto e rígido. Característica dos Intervalos Os intervalos de descanso quanto podem ser divididos em: Recuperação Passiva Definimos como pausa passiva, os intervalos de recuperação onde não são utilizados alguma forma de exercício durante os treinamentos intervalados. Quando aplicamos um treinamento intervalado para desenvolver a resistência anaeróbia lática, estamos utilizando muito glicogênio e fosfocreatina como combustíveis energéticos para fornecimento de ATP (Robergs e Roberts, 2002). Ao utilizarmos as pausas passivas entre os tiros ou estímulos, estamos proporcionando uma remoção mais lenta do lactato com H+ do músculo para o sangue; faz com que o músculo leve mais tempo para equilibrar seu pH ficando o mesmo mais ácido durante este tipo de pausa, mas em contrapartida proporcionamos uma ressíntese de PCr mais rápida durante as pausas, pois a recuperação do atleta neste treino será mais lenta. Porém se pensarmos em adaptações enzimáticas e de substratos energéticos, treinamentos que utilizem este tipo de pausa tornam-se altamente aplicáveis durante o processo de preparação do atleta. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 22 Aplicação pratica da pausa passiva: realizar 10 estímulos de 5 minutos, utilizando pausa passiva de 2 a 4 minutos entre cada estímulo. Recuperação ativa Podemos definir como pausa ativa, os intervalos de recuperação que utilizam estímulos de baixa intensidade e podem ser aplicados durante os treinamentos intervalados. A pausa ativa tem sido utilizada como recurso de recuperação ótima em treinamento intervalados anaeróbios, porém quando aplicarmos este tipo de recuperação devemos estar atentos a intensidade desta recuperação, ou seja sugere-se que a intensidadeseja abaixo do limiar anaeróbio, permitindo assim remoção mais rápida do lactato com o H+ do músculo para o sangue. Quando utilizamos a pausa ativa abaixo do limiar, permite uma recuperação parcial da capacidade funcional nos próximos estímulos. A recuperação ativa pode ser utilizada também para acelerar o processo de recuperação após um treinamento anaeróbio intenso. Robergs e Roberts (2002) sugerem a pausa ativa pode variar entre 35 e 50%VO2máx durante a recuperação, o que contribuiria na recuperação mais rápida da acidez muscular. Aplicação pratica da pausa ativa: realizar 6 estímulos de 1000m utilizando pausa ativa com intensidade de 40% do VO2máx e duração de 2 minutos entre cada estímulo. Ativos – utilização de movimentos mais brandos ou exercícios de menor intensidade promovendo maior equilíbrio do pH do organismo. Passivos – recuperação após um determinado estímulo sem a utilização de qualquer movimento, permitindo a ressíntese da PCr. 3. Orientação da Carga Segundo Platonov (1994) a orientação da carga pode ser definida pela qualidade ou a capacidade que estas desenvolvem (força velocidade, flexibilidade, resistência) o sistema funcional que solicitam (processos aeróbios ou anaeróbios), ou finalmente pelos recursos que requerem (capacidade de coordenação, tensão mental, etc.). Pode ser definida também como uma divisão das cargas de treinamento em função do grau de influência sobre o aperfeiçoamento de diversos aspectos qualitativos de preparação dos atletas. Esta orientação pode ser: Seletiva – estão ligadas à influência sobre um sistema funcional que assegura o nível de manifestação (qualidade e capacidade). Exemplo: utilização do método contínuo para desenvolvimento da resistência aeróbia. Complexa – garantia de trabalho de dois ou mais sistemas funcionais. Exemplo: realizar um treinamento da velocidade e da resistência anaeróbia na mesma sessão de treinamento. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 23 4. Organização das cargas A organização das cargas de treinamento pode ser dividida em: distribuição e interconexão a. Distribuição das Cargas Para distribuição das cargas de treinamento, recomendam-se duas variantes de disposição: Cargas Concentradas Esta forma de carga está baseada pelo fato de essas concentrarem-se nas etapas definidas no ciclo de preparação (Forteza e Farto, 2007). Esta forma de carga quando aplicado em atletas de alta qualificação, garante modificações funcionais mais profundas no organismo, e mudanças substanciais no nível de preparação (Verkhoshansky, 1995). Coincidem também com a utilização de cargas com uma única orientação (cargas seletivas). Em razão da forte estimulação das cargas concentradas sobre o organismo, pode gerar uma queda dos índices funcionais do atleta durante a sua utilização, produzindo de forma retardada o crescimento dos mesmos, que deverão coincidir ao final do macrociclo com um aumento do rendimento competitivo (Figura 1.6). Figura 1.6. Cargas concentradas. Intensidade Volume Carga Cargas Diluídas Entende-se como carga diluída a distribuição uniforme das cargas durante todo ciclo de preparação (Forteza e Farto, 2007). Pode ser definida também como as cargas utilizadas ao longo da temporada com maior ou menor ênfase em função das características das etapas ou períodos de treinamento (Navarro, 2000). A aplicação das cargas diluídas pode ser interessante para atletas menos qualificados, onde o rendimento melhora gradualmente (Figura 1.7). Coincidem também com a utilização de cargas com diferentes orientações (cargas complexas). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 24 Figura 1.7. Cargas diluídas. Intensidade Volume Carga b. Interconexão das cargas Indica a relação da disposição das cargas com diferente orientação funcional. Uma combinação das cargas de diferentes características assegura a obtenção do efeito acumulativo de treinamento. Vale ressaltar que o organismo se adapta ao exercício e a forma em que o mesmo é realizado. Portanto a alteração de uma capacidade física para outra, assim como de um método de treinamento para outro deve ser realizada de forma progressiva e coerente. Como exemplo, da resistência de força para a força máxima o aumento da intensidade e redução do volume devem ser progressivos. GRANDEZA DA CARGA A grandeza da carga representa a relação entre o exercício e as respostas do organismo a estas manipulações. Uma divisão mais criteriosa segundo Platonov (2008) ver Tabela 1.7 apresenta características da carga de treino, objetivos e tempos de recuperação para cargas aplicadas em atletas com vários anos de experiência em treinamento periodizado. Tabela 1.7. Grandeza das cargas. Carga Critérios de Magnitude Objetivos Pequena 15 – 20% do volume Aceleração dos processos de recuperação Média 40 – 60% do volume Manutenção do nível conseguido Importante 60 – 75% do volume Estabilização e aumento do nível de treinamento Grande Fadiga clara Aumento do nível de treinamento A tabela 1.8 demonstra a classificação da magnitude da carga de treinamento (Zakharov, 1992). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 25 Tabela 1.8. Classificação da magnitude da carga. CARGA (% do volume máximo pré- estabelecido no início da temporada esportiva) Recuperativa 10 a 20% Recuperativa de Manutenção 20 a 40% Estabilizadora 40 a 60% Ordinária 60 a 80% Choque 80 a 100% A carga recuperativa propriamente dita tem como objetivo restauração após sessões de caráter mais forte. A carga recuperativa de manutenção devido a sua maior magnitude objetiva a regeneração e/ou manutenção do estado alcançado. A carga estabilizadora como o próprio nome a classifica, objetiva a manutenção do estado atingido. Também chamadas de cargas de desenvolvimento, as cargas ordinária e de choque causam um maior impacto no organismo favorecendo assim um aumento no rendimento do atleta. ADAPTAÇÃO NO PROCESSO DE TREINAMENTO Em termos gerais a adaptação pode ser definida como a capacidade dos seres vivos acostumarem-se as condições do meio ambiente. Platonov (2008) afirma que para definir adaptação é preciso considerá-la como processo e como resultado: A adaptação é utilizada para assinalar o processo pelo qual o organismo se ajusta aos fatores do meio externo e interno A adaptação é empregada para assinalar o equilíbrio relativo que se instala entre o organismo e o meio A adaptação é compreendida como resultado do processo de ajuste O mesmo autor recomenda utilizar o termo adaptação para o processo de ajuste do organismo, enquanto o resultado do ajuste poderia ser indicado por capacidade adaptativa. No entanto a adaptação relacionada ao processo de treinamento é uma forma de condução do atleta a condições superiores e possui particularidades que devem ser observadas e analisadas a todo o momento. As manifestações de adaptação no esporte são extremamente variadas. No treinamento esportivo, temos de enfrentar a adaptação a cargas físicas cuja orientação, grau de dificuldade de coordenação, intensidade e duração variam muito. Além disso, o atleta precisa se adaptar ao amplo arsenal de exercícios, orientados para desenvolvimento das capacidades físicas, aperfeiçoamento da maestria técnico-tática e das funções psíquicas (Platonov, 2008). A adaptação no esporte, ao contrário do que ocorre em muitas outras esferas da atividade humana caracterizadas pela necessidade de ajuste à situações extremas, é um processo de várias etapas, em que as dificuldades das condições do meio externo vão aumentando. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br,CPF: 99888556991 26 1. Formas de adaptação Os fenômenos de adaptação podem ser considerados sob vários aspectos. Conforme a forma de observação diferencia-se segundo Weineck (1999) sob o aspecto anatômico e fisiológico, alterações fisiológicas, tempo, especificidade, e adaptação especifica. Aspecto anatômico e fisiológico Este aspecto diferencia fenômenos de adaptação morfológica e dos fenômenos de adaptação funcional. A observação morfológica da adaptação inclui, no esporte, a massa corporal e musculatura, o volume cardíaco, a capilarização bem como as condições prévias da estrutura corporal, entre outros. A observação funcional descreve adaptação como aumento da capacidade de sistemas funcionais (como por exemplo, no metabolismo energético). Aspectos das alterações fisiológicas Neste aspecto falamos das adaptações biopositivas e bionegativas referente a carga aplicada. Se os estímulos forem apresentados qualitativa e quantitativamente de forma ótima, observa-se a capacidade de receber carga de cada sistema biológico, resulta uma melhora da capacidade de desempenho, através da formação de novas estruturas de suporte (adaptação biopositiva), mais propícias a um bom desempenho. Um excesso de estímulos, por outro lado, leva a uma adaptação bionegativa, também chamada de má adaptação, e contem uma exigência exagerada do sistema, com momento de prejuízo. Aspectos do tempo Pode diferenciar-se entre sistemas de adaptação rápida e lenta. Considera-se como um sistema de adaptação rápida o aparelho locomotor ativo (musculatura) e como sistema de adaptação lenta, o aparelho locomotor passivo (ossos, cartilagem, tendões e ligamentos). Aspectos da adaptação específica Para entender os processos de adaptação é necessário ter bem claro o significado dos aspectos determinados dos mesmos: o nível de estresse, a teoria da supercompensação e o efeito do treinamento. 2. Nível de Estresse A adaptação em resposta às influências externas, passou a ser denominada Síndrome da Adaptação Geral. O desenvolvimento do estresse e da reação de acordo com o tempo pode ser dirigido segundo a concepção clássica (Selye, 1982 apud Platonov, 2008): reação de alarme, reação de resistência e reação de esgotamento. Reação de alarme Na reação de alarme, o estresse aumenta a velocidade do consumo e a necessidade do organismo em produzir energia. Portanto nesta etapa o organismo intensifica as rações metabólicas para o crescimento da produção de energia. Se a ação do fator estresse é mantida, verifica-se o esgotamento paulatino dos recursos de adaptação imediata, e surge a reação defensiva do organismo, percebida subjetivamente pelo individuo como fadiga. Uma forte fadiga, ligada a mudanças substanciais na condição do organismo, impede a Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 27 continuidade do contato com o agente estressante. Caso a ação do estresse repete-se sistematicamente, o processo de adaptação entra na fase de resistência. Reação de resistência O tempo de obtenção dessa fase pode ser de semanas ou meses e depende da receptividade do organismo e da intensidade dos fatores de estresse em ação. O fator mais importante nesta fase são as alterações estruturais funcionais a longo prazo, o que permite satisfazer as necessidades da demanda energética. O esporte contemporâneo representa uma atividade, onde o nível de funcionamento dos sistemas do organismo se encontra na zona de tensão extrema. Motivo pela qual esta oferece uma ocasião única em seu gênero, para compreender as possibilidades relacionadas com o nível de reação do organismo e de sua adaptação. Em alto nível de preparação funcional do atleta obtém-se como resultado do processo de adaptação um nível crescente das cargas físicas. A racionalidade deste processo pode assegurar-se só mediante a consideração das leis biológicas gerais de adaptação e as condições de treinamento físico no esporte. A análise dos critérios de organização do processo de treinamento no esporte mostra numerosas lacunas devido a insuficiente compreensão dos mecanismos de adaptação, das condições indispensáveis para conseguir um alto nível de preparação funcional. Na teoria do treinamento esportivo, o processo de adaptação se baseia na consideração do dinamismo de crescimento da capacidade de trabalho do atleta, como expoente integral das adaptações do organismo (Platonov, 1994). Temos que assinalar que o estudo da adaptação se baseia na regularidade da dinâmica do desenvolvimento da fadiga e das fases de recuperação após intensas cargas de treino. Para entender a adaptação ao treinamento, somente o estímulo acima do limiar leva a adaptações positivas. Portanto, evidencia-se que apenas os estímulos fortes levam à adaptação ideal. No entanto estímulos com cargas baixas são interessantes quando o objetivo e de regeneração , como por exemplo, após um treinamento com cargas elevadas ou pós-competições. A tabela 1.9 classifica os estímulos e seus respectivos efeitos sobre o organismo. Tabela 1.9. Características dos estímulos e seus efeitos sobre o organismo. Características do estímulo Efeitos sobre o organismo Baixa Não acarretam adaptações Médio Apenas excitam Forte Provocam adaptações Muito forte Causam danos O importante neste momento é entender a adaptação fisiológica do organismo frente às cargas de treino e de competição. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 28 Por adaptação fisiológica se entende o conjunto de reações fisiológicas que assentam os fundamentos da adaptação do organismo à troca das condições circundantes e tendem a conservar a estabilidade relativa de seu meio interno, ou seja, a homeostase (Mishchenko e Monogarov, 1995). A adaptação a longo prazo no organismo do atleta ao processo de treinamento pode ocorrer de varias formas (Platonov, 1994): - acúmulo de elementos estruturais dos órgãos e dos tecidos que asseguram o crescimento de suas reservas funcionais, tais como o aumento do volume muscular, do consumo máximo de energia, etc. - aperfeiçoamento das estruturas que coordenam os movimentos - aperfeiçoamento dos mecanismos reguladores que asseguram a atividade de diversos componentes do sistema funcional do organismo - adaptação psicológica às particularidades da atividade competitiva, aos meios de influência de treinamento às condições do treinamento em competição. Reação de esgotamento Se a ação de estresse for prolongada ou as exigências em relação ás possibilidades de adaptação do organismo forem extremamente altas, pode aparecer a terceira fase que é o esgotamento. Nesta fase recomenda-se cessar ou reduzir a ação de estresse para que o organismo restaure as estruturas. 3. Teoria da Supercompensação A teoria da supercompensação é um modelo utilizado por especialistas para resolver problemas práticos. Neste modelo o efeito imediato de treinamento através da aplicação de uma sessão de treinamento é considerado através da depletação de certas substâncias bioquímicas. Como exemplo mais conhecido, o glicogênio é depletado após um exercício anaeróbio árduo. Segundo Lopes (2005), quando o tempo dedicado ao período regenerativo é adequado em relação às cargas de trabalho, os níveis de atividade enzimática e de substratos metabólicos são restabelecidos acima daqueles detectados antes do treinamento e as fibras musculares se regeneram plenamente dos traumas sofridos. Após a fase de aplicação da carga de treinamento, segue a fase de recuperação. Recuperação é o processo que ocorre em reação à fadiga, é direcionado para o restabelecimento da homeostase e da capacidade de trabalho (Platonov, 2008). A recuperação após uma carga física não significa apenas a volta das funções do organismo,aproximadamente, ao nível inicial. Se, após o trabalho de treinamento, as condições funcionais no organismo do atleta voltassem apenas ao normal, não existiria a possibilidade de promover seu aperfeiçoamento pelo treinamento orientado. Ao final de um período de recuperação, acredita-se que o nível dos substratos energéticos e recuperação tecidual estejam elevados acima do nível inicial (Zatsiorski, 1999). Isto é denominado supercompensação e o período no qual existe a elevação dos parâmetros supracitados é denominado fase de supercompensação (Figura 1.8). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 29 Esse processo é conhecido na literatura como supercompensação e propicia melhor suprimento energético para exercícios que venham a requerer maior mobilização metabólica ou, ao contrário, uma economia de energia em atividades físicas que já eram habituais na estrutura de treinamento (Fry et al, 1992; Bruin et al, 1994). Nesse momento, se uma mesma carga de esforço físico for imposta os mecanismos homeostáticos não serão rompidos na mesma extensão (Fry et al, 1992). Por outro lado, se não for aplicada uma nova carga de esforço no tempo correto haverá involução dos benefícios adquiridos (Lopes, 2005). Daí advém à necessidade de estarmos sempre modulando as cargas de esforço num programa de treinamento, para que ele sempre produza uma resposta adaptativa positiva (Bompa, 2002). Figura 1.8. Efeitos da aplicação da carga sobre o organismo. CARGA Efeito Imediato Efeito Posterior Supercompensação Portanto, em toda fase de recuperação, ocorre à normalização das funções: recuperação da homeostase, reconstituição das reservas energéticas e supercompensação dos recursos energéticos. Para Bompa (2002) a dinâmica da curva de recuperação não é linear, sedo mais acentuada no início da recuperação conforme Figura 1.9. Figura 1.9. Dinâmica da curva de recuperação A B C N iv el d e F a d ig a 100% A- reposição inicial dos substratos energéticos – 30 min a 6 horas B- reposição total dos substratos energéticos – 6 a 24 horas C- representa a recuperação na esfera neural (SNC+A+B) – 24 horas Para os treinadores e profissionais que atuam na prática, uma referência relacionada aos tempos de recuperação ajudaria a organização do treinamento. A tabela 1.10 apresenta a Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 30 caracterização dos tempos necessários à recuperação dos diferentes processos do metabolismo e remoção do lactato (adaptado de Volkov, 1990). Tabela 1.10. Tempo para recuperação de cada processo. PROCESSO TEMPO DE RECUPERAÇÃO Reservas de O2 10 a 15 segundos Reservas Aláticas 2 a 5 minutos Reservas Glicolíticas 2 a 20 minutos Eliminação do Lactato do músculo para o sangue 2 a 20 minutos Eliminação do Lactato do sangue para os tecidos 30 a 120 minutos Ressíntese do Glicogênio Muscular 12 a 48 horas Ressíntese do Glicogênio Hepático 12 a 48 horas Síntese das Proteínas 12 a 72 horas No entanto, devemos analisar este conceito não somente na aplicação de uma carga e sim na aplicação de varias cargas. A periodização divide a temporada do atleta em ciclos e a interpretação a curto, médio e longo prazo da aplicação da carga é fundamental para análise dos efeitos de treinamento. Se a carga de treinamento é adequada (volume, duração, intensidade e intervalo de descanso) e se a próxima sessão coincide temporalmente com a fase de supercompensação, a condição do atleta avança. (Figura 1.10). Figura 1.10. Efeito crescente ou positivo da aptidão física. CARGA CARGA CARGA CARGA Caso os intervalos de descaso sejam muito longos, entre as sessões de treinamento, a condição do atleta não se modifica (Figura 11). Este resultado também pode estar Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 31 relacionado com a aplicação de cargas constantes por um período longo de tempo, que deixariam de ser interessantes para criar novas expectativas de adaptação. Figura 11. Efeito estável da aptidão física. Carga Carga Carga No treinamento desportivo e na atividade competitiva, a reação do primeiro tipo é observada quando são planejadas cargas excessivas, que extrapolam a capacidade do atleta ou quando o mesmo participa de competições importantes, de longa duração e de acirrada concorrência. Portanto se os intervalos de descanso forem insuficientes para promover uma recuperação satisfatória, o nível de aptidão do atleta decai, e o mesmo entrará na fase de exaustão (Figura 1.12). Figura 1.12. Efeito decrescente ou negativo da aptidão física. CARGA CARGA CARGA CARGA No âmbito da construção desta teoria, variações mais sofisticadas da programação do treinamento são também aceitáveis. Uma variação que é popular entre os especialistas é chamada microciclo de impacto ou overreaching (Figura 1.13). Nesse caso, após várias sessões de treinamento com altas cargas e períodos curtos de intervalo de descanso entre Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 32 elas, inclui-se um período relativamente longo de recuperação. Acredita-se que tal rotina de treinamento produza uma supercompensação final maior que a normal. Figura 1.13. Estruturação em forma de sub-recuperação (Ozolin, 1983). CARGA Supercompensação CARGA CARGA Síndrome do Over training: Desequilíbrio entre Esforço x Descanso Se ocorrer um desequilíbrio constante entre o tempo dedicado ao período regenerativo e as cargas de treinamento em cada atividade programada, no sentido de diminuição no período regenerativo desencadeia-se um estado crônico de fadiga, que em conjunto com outras alterações metabólicas e fisiológicas caracteriza a síndrome do supertreinamento ou over training (Kuipers et al, 1988; Johnson et al, 1992; Kuipers, 1998; Petibois et al, 2003). Os sinais associados ao over training são: sensação de fadiga prematura e frequente, respostas inflamatórias, com aumento no nível de leucócitos, citoquinas circulantes e proteínas de fase inflamatória aguda, estresse oxidativo, desequilíbrio nutricional, distúrbios hormonais e indisposição ao treinamento. Kraemer e Nindl (1997) propuseram que o termo significa uma má adaptação aos estímulos dos exercícios, que pode debilitar a rendimento fisiológico e psicológico, alterando o processamento de informações bioquímicas e imunológicas. O constante aparecimento de lesões, depressão e falta de apetite são exemplos práticos da síndrome do over training. Embora apresente uma sintomatologia difusa, a única alteração apresentada por todos os atletas é perda da capacidade de rendimento, a despeito do aumento ou manutenção nas cargas de esforço físico. Mesmo assim nem todas as capacidades biomotoras são diminuídas simultaneamente ou sofrem o mesmo grau de impacto (Smith, 2000). Isso dificulta muito a predição desse estado e torna sua interpretação confusa. Quando o over training se instala, a recuperação é lenta, podendo levar muito tempo (meses) para ocorrer, sendo essa sua principal característica (Petibois et al, 2003). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 33 O início do over training é conhecido na literatura como overreaching. Embora também resulte em queda no rendimento, o overreaching pode ser revertido com poucos dias de descanso, ou seja, aumentando-se o período regenerativo (Kuipers et al, 1988; Johnson e Thiese, 1992; Kuipers, 1998; Petibois et al, 2003). A fadiga muscular excessiva, em qualquer tipo de atividade física se caracteriza, em última instância, pela incapacidade das fibras em ressintetizar ATP na frequêncianecessária, diminuindo a resposta ao exercício (Noakes, 2000). Nessa situação normalmente ocorre uma diminuição nos estoques de glicogênio e de fosfatos ricos em energia como ATP e ADP (Kuipers, 1988). O desequilíbrio entre treino/recuperação pode não possibilitar o pronto restabelecimento, tanto do glicogênio (hepático e muscular) quanto do pool de fosfatos ricos em energia (Bruin et al, 1994). Por estes motivos, relaciona-se o overreaching a um estresse de origem metabólica (Kuipers, 1998). Um dos maiores problemas enfrentados por técnicos e preparadores físicos é que muitas vezes, na prática, a queda no rendimento provocada pelo overreaching é confundida com falta de estímulo e não excesso. Essa interpretação equivocada normalmente leva a comissão técnica a aumentar ainda mais a carga de esforço, com diminuição do período regenerativo (Lopes, 2005). Isso pode exceder o limite individual de estresse que o organismo pode suportar, contribuindo para o aumento na susceptibilidade a lesões em decorrência do overreaching (Smolka et al, 2000; Zoppi et al, 2003). Não podemos esquecer que o atleta lesionado também tem que parar suas atividades, e a recuperação das lesões, dependendo do seu grau, muitas vezes também pode ser muito demorado. Pelo exposto, é urgente que técnicos e preparadores físicos das várias modalidades saibam como modular a quantidade ótima de esforço físico e o tempo ótimo de descanso, que leve os atletas à supercompensação e não ao overreaching/over training, pois o limiar entre essa condição e um treinamento ideal é sempre muito tênue. No entanto, como a única alteração apresentada por todos os atletas é a perda do rendimento, é extremamente importante estabelecer avaliações físicas específicas periódicas nos atletas, para atuar conjuntamente com os biomarcadores moleculares na discriminação entre adaptação positiva e overreaching/over training. O treinador pode identificar os sintomas pela observação dos comentários dos atletas nos seus diários de treinamento. Para descrição mais minuciosa dos sintomas, veja a tabela 1.11 elaborada por Bompa (2002). Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 34 Tabela 1.11. Sintomas do over training. Psicológico Físico e motor Funcional Aumento da excitabilidade Coordenação Insônia Redução da concentração Elevação da tensão muscular Falte de apetite Irracional Surgimento de erros já corrigidos Distúrbio digestivo Sensível a críticas Inconsistência no desempenho dos movimentos rítmicos Sudorese abundante Tendência de isolamento Capacidade reduzida de diferenciar e corrigir erros técnicos Diminuição da capacidade vital Falta de iniciativa Preparação física Recuperação da FC mais longa que o normal Depressão Diminuição da velocidade, força, e resistência Susceptível a infecções de pele e tecidos Falta de confiança Diminuição da recuperação Força de vontade Diminuição do tempo de reação Falta de persistência Susceptível a acidentes e lesões Medo das competições Desistência do planejamento tático e desejo de brigar em uma competição O mesmo autor sugere elaborar uma planilha com preenchimento diário de alguns indicadores para possível detecção do over training. A frequência cardíaca deverá ser mensurada pela manhã, assim que o atleta acordar. FC (bpm) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 7 3 0 3 1 64 63 62 62 60 59 58 57 56 55 54 53 52 50 Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 35 Sono (hs) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 7 3 0 3 1 12 11 10 9 8 7 6 5 4 < 4 Fadiga 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 7 3 0 3 1 Recupe rado Normal Fadigad o Muito Fadigad o Extrem amente Fadigad o Vontad e de Treinar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 7 3 0 3 1 Profund a Boa Pouca Sem vontade Sem treinam ento Apetite 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 7 3 0 3 1 Muito bom Bom Pobre Por obrigaç ão Não se aliment a Dores Muscul ares 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 7 3 0 3 1 Sem dor Pouca dor Dor modera da Dor severa 4. Carga de Treinamento e Tempos de Recuperação Quanto mais forte for a carga aplicada, maior será o tempo de recuperação para que ocorra a supercompensação, e cargas leves proporcionam recuperações rápidas (Volkov, 1990). As tabelas 1.11 e 1.12 apresentam sugestões referentes aos tempos de recuperação para diferentes magnitudes de carga. A carga recuperativa propriamente dita e representada por magnitudes entre10 a 20% do volume total de carga pré-estabelecido no inicio da temporada esportiva, e tem como objetivo aceleração dos processos de restauração após as cargas anteriores. A carga recuperativa de manutenção, com 20 a 40% do volume total tem como objetivo recuperação e estabilização do nível de Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 36 treinamento. A carga estabilizadora tem como objetivo manutenção e representa 40 a 60% do volume total. As cargas ordinárias e choque são denominados cargas de desenvolvimento, com magnitudes de 60 a 80% e 80 a 100% do total, respectivamente. Tabela 1.11 Carga de treinamento e tempos de recuperação (Volkov, 1990). CARGA RECUPERAÇÃO (horas) Recuperativa 4 a 5 horas Recuperativa de Manutenção 4 a 8 horas Estabilizadora 12 a 18 horas Ordinário 24 a 36 horas Choque 48 a 72 horas Tabela 1.12 Carga de treinamento e tempos de recuperação (Platonov e Bulatova, 1998). DURAÇÃO DOS INTERVALOS (horas) Carga média Carga importante Carga grande Força máxima 36 – 48 48 – 60 60 – 90 Força explosiva 24 – 36 36 – 48 48 – 60 Velocidade 12 – 24 24 – 48 48 – 72 Coordenação 6 – 12 12 – 24 24 – 48 Flexibilidade 6 – 12 12 – 24 24 – 48 Resistência anaeróbia máxima 12 – 24 24 – 48 48 – 60 Resistência anaeróbia submáxima 36 – 48 48 – 60 60 – 72 Resistência aeróbia máxima (acima do limiar anaeróbio) 36 – 48 48 – 60 60 – 72 Resistência aeróbia submáxima (abaixo do limiar anaeróbio) 48 – 60 60 – 72 72 – 96 5. Efeitos do treinamento Entendem-se como efeitos do treinamento as alterações que ocorrem no organismo como resultado do treinamento físico. Os efeitos do treinamento podem ser classificados conforme apresentado da tabela 1.13. Tabela 1.13. Efeitos de treinamento (Navarro, 2000). Tipos de efeitos Características Efeitos parciais Produzidos por meios simples de treinamento (Ex: mudanças produzidas por cargas de força, resistência, etc.). Efeitos imediatos Produzidos como resultado de uma única sessão de treinamento Efeitos retardados Produzidos durante a adaptação compensatória Efeitos acumulativos Ocorrem como resultado de uma somatória de sessões de treinamento Efeito residual É a retenção das mudanças físicas após o cessar do treinamento O alcance do efeito residual ou das reservas de treinamento depende, além dos efeitos acumulativos, da transferência positiva do mesmo, da predisposição relativa e inicial do Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 37 atleta para adquirir e manter as reservas de treino e a capacidade de retenção dos sistemas implicados nele (Navarro, 2000). Para melhor entendimento, a figura 1.14 apresenta a relação dos efeitos do treinamento sobre o efeito residual. Figura 1.14. Efeitos do treinamento. EFEITO PARCIAL EFEITO IMEDIATO EFEITO RETARDADO EFEITO ACUMULATIVO EFEITO RESIDUAL TAREFA SESSÃO MICROCICLO MESOCICLO MACROCICLO 6. Reserva de Adaptação O grau de adaptação que é capaz de alcançar um atleta pode ser determinado pela Reserva de Adaptação. A reserva de adaptação pode ser definida como a capacidade de resposta de adaptação que o organismo passa a cada momento, e que o capacita para alcançar a um novo nível de possibilidades motoras (Verkoshanski, 1990). A reserva total de adaptação assinala os limites potenciais de adaptação de um atleta e/ou um sistema funcional. Esta é determinada geneticamente sendo impossível altera-la através de manipulações externas. A reserva atual de adaptação é determinada por um grau de desenvolvimento que o sujeito e/ou sistema alcança em um momento concreto da vida do atleta. Conforme os níveis de rendimento adquiridos mediante o treinamento e a prática esportiva, ocorre o aumento da reserva potencial de treinamento que permite o individuo suportar maiores níveis de carga sem que o sistema se veja excessivamente ressentido do dano (1.15). Este fenômeno implica que, para uma carga determinada de treinamento, a fadiga é menor e a recuperação mais rápida e eficaz. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 38 Figura 1.15. Modificação da reserva de adaptação dom o treinamento Reserva Atual de Adaptação Reserva Atual de Adaptação Reserva Total de Adaptação Reserva Total de Adaptação TREINAMENTO MAS O QUE ADAPTAMOS QUANDO TREINAMOS AS CAPACIDADES MOTORAS? No esporte de alto nível, o principal objetivo do treinamento físico é o de levar os atletas a altos níveis de rendimento durante a competição atlética, níveis estes favorecidos pelas alterações / adaptações positivas do estado físico, motor, cognitivo e afetivo (Martin, 1977 apud Weineck, 2003; Bompa, 2002; Garret e Kirkendall, 2003). É importante conhecer que níveis de expressão são necessários para cumprir diferentes exigências, e qual a natureza e dimensão das adaptações agudas e crônicas resultantes dos treinos de força, velocidade, resistência e outras capacidades ao longo do ano. Adaptações Fisiológicas As tabelas 1.14, 1.15, 1.16 representam as possíveis adaptações neurais, metabólicas, morfológicas de cada capacidade física trabalhada. Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 39 Tabela 1.14. Adaptações ao treinamento de força. Neurais Metabólicas Morfológicas Resistência de Força Baixo Anaeróbio Lático Média a Baixa Fibras Tipo I e II Resistência de Força Hipertrófica Médio/Baixo Anaeróbio Lático Média a Alta Fibras Tipo I e II Força Máxima Alto Anaeróbio Alático Baixa Fibras Tipo II Potência (Força Explosiva) Médio/Alto Anaeróbio Lático Média Fibras Tipo II Tabela 1.15. Adaptações da velocidade Neurais Metabólicas Morfológicas Velocidade Alto Anaeróbio Alático Média a Alta Fibras Tipo II Tabela 1.16. Adaptações da resistência aeróbia e anaeróbia Enzimática Metabólicas Morfológicas Resistência abaixo do limiar MCT1, Citrato sintase, VO2max, Velocidade de LV1 Aeróbio Baixo Fibras Tipo I Resistência no limiar MCT1, Citrato sintase, VO2max, MCT4, Melhora no tamponamento muscular, Piruvato Desidrogenase Aeróbio/Anaeróbio Baixo Fibras Tipo I e II MCT = transportadores de monocarboxilato ou lactato Tão importante como conhecer e identificar as adaptações do treinamento é também conhecer os principais mecanismos de fadiga causados durante os treinamentos, o quadro abaixo trás um resumo dos principais mecanismos de fadiga em treinamentos de força e resistência. Principais mecanismos de fadiga em treinamentos de resistência de longa duração (adaptado de Zintl, 1991; Fox, 2000) Diminuição das reservas energéticas (fosfocreatina, glicogênio) Incapacidade de refosforilar o ADP em ATP Aumento da concentração intramuscular de ADP Acúmulo de substâncias residuais do metabolismo (íons H+, ureia) Baixa eficiência das vias metabólicas aeróbias e anaeróbias do ATP Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 40 Perda de água (desidratação) Processos inibitórios no sistema nervoso central Principais mecanismos de fadiga em treinamentos de velocidade e força (Maughan et al, 2000 adaptado): Desajuste entre velocidade que o músculo utiliza ATP e velocidade que ele pode ser suprido; Depleção da fosfocreatina; Aumento na concentração de íons H + ; Queda na velocidade de condução do potencial de ação; Queda na velocidade de retorno do Ca ++ para a cisterna terminal; Acúmulo de Pi no meio intracelular Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991 41 CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DO TREINAMENTO: UM SEGREDO PARA ALCANÇAR AS METAS
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