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Periodizacao Esportiva 2015 Artur e Charles

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Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
 
 
PERIODIZAÇÃO ESPORTIVA – Estruturação do Treinamento 
2015 – AG Editora. 
2ª Edição 
E-mail – contato@arturmonteiro.com.br 
www.arturmonteiro.com.br 
www.periodizacaoesportiva.com.br 
 
 
Produção e Supervisão Editorial: Artur Monteiro 
Gerente de Projetos: Gizele de Assis Monteiro 
Revisão Científica: Dr. Alexandre Lopes Evangelista, Dr. Bernardo Neme Ide e Dr. Gustavo 
Motta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzido ou transmitida de 
qualquer forma ou por quaisquer meios eletrônico, mecânica, 
fotocopiado, ou outro sem a prévia autorização da AG Editora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MONTEIRO, Artur; 
LOPES, Charles 
Periodização Esportiva - 
Periodização do Treinamento/ 
Artur Monteiro e Charles Lopes 
São Paulo: AG Editora, 2015. 
ISBN - 9 788590 704416 
1. Periodização. 2. Treinamento 
Desportivo. 3. Planejamento do 
Treinamento. 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
http://www.arturmonteiro.com.br/
http://www.periodizacaoesportiva.com.br/
 
 
 
 
 
ARTUR MONTEIRO 
 
Especialista em Ciências do Esporte pela UNICAMP 
Mestre em Educação Física pela UNICAMP 
Atuou como preparador físico da seleção brasileira de tênis – Copa Davis, da equipe do 
Corinthians de futsal categoria adulto e da equipe do São Caetano categoria adulto de 
voleibol, e do esgrimista Renzo Agresta para as Olimpíadas de Londres 
Mais de 50 trabalhos científicos publicados 
Coordenador dos cursos de especialização em Treinamento Desportivo na Estácio de Sá 
Autor dos livros: Treinamento personalizado: uma abordagem metodológica, 
Emagrecimento: exercício e nutrição e Treinamento Funcional Uma Abordagem Prática. 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
 
 
 
 
CHARLES RICARDO LOPES 
 
Doutor e Mestre em Biodinâmica do Movimento Humano (Unicamp) 
Pós-Graduado em Ciências do Esporte (Unicamp), 
Pós-Graduado em Treinamento Esportivo pelo Instituto de Cultura Física de Havana 
(Cuba) 
Líder do Grupo de Pesquisa em Performance Humana (UNIMEP) 
Orientador do Programa de Mestrado e Doutorado Ciências do Movimento Humano 
da UNIMEP 
Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Performance humana da UNIMEP 
Autor de diversos livros: Treinamento de força, potência e hipertrofia nos esportes; 
Periodização Esportiva e Fisiologia do Treinamento; Planejamento e Prescrição do 
Treinamento Personalizado. 
Ex-preparador físico do tenista Ricardo Mello. Ex-preparador físico da seleção 
brasileira de basquetebol feminino das categorias juvenil e cadete. Revisor e Editor 
de Revistas Indexadas no Brasil e Exterior. Especialista em Ciências do Esporte – 
UNICAMP 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
 
 
Artur Monteiro 
 
DEDICATÓRIA 
Deus por orientar o verdadeiro sentido da vida e guiar meus passos todos os dias; 
Gizele de Assis Monteiro, minha esposa e companheira e Gabriela de Assis Monteiro, 
minha filha, uma benção de Deus, os amores da minha vida; 
Aos meus pais Brumel Augusto Monteiro (in memoriam) e Norma Guerrini Monteiro (in 
memoriam) por compartilhar e apoiar com muito amor carinho todas etapas de minha 
vida. 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao amigo Prof. Dr. Carlos Herman Guerrero Santana, por acreditar em meu valor 
profissional e proporcionar os meus primeiros passos na Educação Física; 
Aos professores Dr. Idico Luis Pellegrinoti e Dr. Miguel de Arruda por me orientarem no 
mestrado, o qual abriu novos horizontes pessoais e profissionais; 
Ao amigo Fabio Mazzonetto por acreditar e iniciar minha carreira acadêmica como 
professor na graduação e pós-graduação; 
Ao Dr. Sergio Gregório da Silva pelo auxilio na fase final de meu mestrado e apoio no 
início de minha carreira acadêmica; 
Ao Mestre e amigo João Crisóstomo Bojikian, pelo incentivo e oportunidade de 
desenvolvimento profissional no desporto. 
Ao amigo Dr. Alexandre Moreira pelo apoio pelas grandes discussões sobre sua 
experiência em organização e planejamento do treinamento; 
Ao amigo Dr. Luiz Roberto Rigolin pelo apoio e por contribuir com sua experiência no 
capítulo XIII. 
Aos irmãos da Igreja Renascer em Cristo, ou melhor, a família Renascer em Cristo por 
nos receber com muito carinho e dedicação e em especial ao Apóstolo Estevan 
Hernandes, Bispa Sónia Hernandes, Bispo Rubens de Sá, Bispo Gerson Moura, da 
Pastora Roseli Moura e Pastor José Carlos; 
Aos alunos, atletas e colegas de profissão que com seu interesse, estimularam-me a 
buscar novos conhecimentos. 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
 
 
Charles Ricardo Lopes 
 
DEDICATÓRIA 
Obrigado aos meus pais Francisco Florêncio Lopes (in memoriam) e Maria Rosa Lopes, 
que me incentivaram em todos os momentos da minha vida profissional e acadêmica, 
amo muito vocês. 
A minha esposa Fabiana que esteve ao meu lado em todos os momentos e soube aceitar e 
compreender minha ausência durante vários momentos de minha vida acadêmica. 
 
AGRADECIMENTOS 
Ao Prof. Ms. Artur Monteiro pela força, por confiar em meu trabalho, por estar sempre 
disposto a ajudar e pela sua amizade sincera. Tenho grande orgulho de poder trabalhar 
com você. Obrigado parceiro! 
À Profª. Dr. Denise Vaz de Macedo pela paciência, amizade, sabedoria e acima de tudo 
em ter acreditado em 
meus esforços. Muito obrigado Denise; 
Ao Prof. Ms. Bernardo Ide, valeu companheiro por vários momentos juntos de estudo e 
trabalho. 
Ao Prof. Ms. Hermes Balbino, obrigado meu caro amigo pelo eterno apoio acadêmico e 
pessoal durante todos estes anos de profissão. 
Aos meus amigos do Labex, Fernando, Thiago, Gugu, Mirtes, Lucas, Paulo, Rodrigo, 
Fernanda, Mário, Rubinho, Duda, Varginha, Clodoaldo, Lázaro, Madla, Dalila, Danilão, 
Ana, Armindo e Rene. 
Aos amigos do Treinamento Esportivo, obrigado pela parceria e amizade, Prof. Ms. João 
Nunes, Prof. Ms. Alexandre Evangelista, Prof. Dr. Luis Rigolin, Prof. Dr. Alexandre 
Moreira e Prof. Dr. Paulo Marinho. 
Ao José Pereira e Dirceusa obrigado por me ajudarem em vários momentos da minha 
vida pessoal e acadêmica. 
 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
 
 
PREFÁCIO 
 
Essa obra traz em seu corpo um tema que sempre chamou a atenção dos profissionais que 
estão envolvidos com o esporte: a periodização esportiva. Os professores Artur Monteiro 
e Charles Lopes, além de terem uma excelente formação acadêmica, ainda trabalharam 
com o esporte de alto nível, o que propiciou que as explanações vindouras não se 
ativessem apenas à tradução ou à apresentação das ideias de autores estrangeiros. 
 
Isto é, o leitor poderá identificar e entender, também, quais são os elementos que fazem 
parte de uma periodização. Nos primeiros capítulos, são abordados conceitos aplicados 
como carga de treinamento, adaptação do organismo frente ao exercício, meios, métodos 
de treinamento e princípios científicos do treinamento físico. Os capítulos seguintes 
abordam os modelos clássico e contemporâneos, demonstrando a base teórica através da 
visão dos seus respectivos autores. Na sequência, seguem alguns capítulos sobre a 
estruturação do treinamento, onde é demonstrada uma análise aprofundada para 
elaboração do macrociclo, do mesociclo, do microciclo e da sessão de treinamento. De 
forma inovadora, a obra também traz exemplos de estruturação do treinamento nos 
diferentes modelos, clássico e contemporâneos em várias modalidades individuais 
(maratona, ciclismo, natação, tênis, lutas, ginástica artística) e coletivas (basquetebol, 
voleibol, futsal, futebol e handebol). Nenhuma obra até este momento apresentou esta 
forma de contribuição. Se não fosse suficiente, ainda tiveram a preocupação de criar um 
guia passo a passo de como se elaborar uma periodização. 
 
Com isso, os profissionais passam a ter autonomia para elaborar sua própria periodização, 
já que a prática esportiva, por ser muito diversificada, dificilmente permite que modelos 
prontos sejam aplicados. 
 
Uma iniciativa como essa é louvável e de suma importância, porque, associar teoria e 
prática em uma área que assenta em sua base, práticos puros e teóricos puros, é tarefa 
para poucos. Estou convicto que este livro é um divisor de águas aos interessados em 
treinamento esportivo. Tenham uma ótima leitura. 
 
Prof. Dr. Luiz Roberto Rigolin da Silva 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
No livro os autores conseguiram sintetizar todo conhecimento adquirido em anos de 
prática desportiva nas mais diversas modalidades, tornando-o indispensável para técnicos, 
preparadores físicos e alunos que atuam ou têm o interesse em atuar no campo do 
treinamento desportivo e buscam um conteúdo desenvolvido de maneira bastante 
didática. 
 
Prof. Dr. Paulo Cezar Marinho 
Consultor Científico e Analista Técnico da Equipe de Natação do Esporte Clube 
Pinheiros e da Seleção Brasileira de Natação. 
 
O Treinamento Desportivo está mais rico!!! 
Esta obra dos Professores e amigos Artur Monteiro e Charles Ricardo torna a aplicação 
dos conceitos de treinamento mais viável na prática do dia a dia, pois traduz a vasta 
experiência dos autores no campo de aplicação, assim como todos os anos de estudo e 
reflexão sobre o Treinamento Desportivo. Com conteúdo de alto nível, o livro passa a ser 
de leitura obrigatória para todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente no 
Processo organizacional do Treinamento. 
 
Prof. Ms. João Nunes 
Preparador Físico da Seleção Brasileira Feminina de Basquetebol 
 
É de grande relevância a publicação de uma obra como esta, que integra de maneira 
reflexiva pressupostos teóricos da Teoria do Treinamento às manifestações de sua prática 
em ambiente de preparação para a competição esportiva. A ousadia de Artur Monteiro e 
Charles Lopes, companheiros na jornada do Esporte, traduz a necessidade e função 
essencial da Ciência que se faz aplicada. Felicito os autores pelo movimento que 
certamente esta obra provocará em nosso âmbito de atuação. 
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SUMÁRIO 
 
CAPITULO I – CARGA DE TREINO E ADAPTAÇÃO AO TREINAMENTO: O PONTO DE 
PARTIDA.......................................................................................................................................14 
CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DO TREINAMENTO: UM 
SEGREDO PARA ALCANÇAR AS METAS...............................................................................42 
CAPÍTULO III – MEIOS E MÉTODOS DE TREINAMENTO: DESVENDANDO O QUE E 
COMO FAZER...............................................................................................................................49 
CAPÍTULO IV - INTRODUÇÃO A PERIODIZAÇÃO...............................................................64 
CAPÍTULO V - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO CICLO ANUAL.........................72 
CAPÍTULO VI - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO MESOCICLO...........................83 
CAPÍTULO VII – ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DO MICROCICLO.......................97 
CAPÍTULO VIII - ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DA SESSÃO...............................119 
CAPÍTULO IX – APRESENTAÇÃO DO MODELO CLÁSSICO.............................................135 
CAPÍTULO X - MODELOS CONTEMPORÂNEOS.................................................................143 
CAPÍTULO XI – EXEMPLOS DE MODELOS CLÁSSICOS DE PERIODIZAÇÃO EM 
DIFERENTES MODALIDADES DE CARÁTER INDIVIDUAL.............................................153 
CAPÍTULO XII - MODELOS CLÁSSICOS DE PERIODIZAÇÃO EM MODALIDADES 
COLETIVAS................................................................................................................................188 
CAPÍTULO XIII - EXEMPLOS DE MODELOS CONTEMPORÂNEOS DE 
PERIODIZAÇÃO........................................................................................................................208 
CAPÍTULO XIV – PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TREINAMENTO: O 
CAMINHO A SEGUIR...............................................................................................................252 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................264
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10 
 
CAPITULO I – CARGA DE TREINO E ADAPTAÇÃO AO TREINAMENTO: O 
PONTO DE PARTIDA 
 
CONCEITOS DE CARGA DE TREINAMENTO 
 
A carga de treinamento é o primeiro passo para entender a complexidade do treinamento 
físico. Com certeza estes conceitos facilitarão a organização dos treinos para 
desenvolvimento das capacidades físicas, assim como, a estruturação da periodização. Os 
níveis baixos de capacidade funcional pós-atividade e sua posterior recuperação são 
determinadas pelos estímulos que se aplicam durante o processo de treinamento. 
Durante o exercício, os estímulos utilizados determinam a carga de trabalho que se 
submete o praticante. 
 
Carga de treino é a causa que provoca as alterações de adaptação no organismo do 
desportista (Zakharov, 1992). Carga de treinamento segundo Manso et al (1996) é o 
resultado em relacionar a quantidade de trabalho (volume) com seu aspecto qualitativo 
(intensidade). Para Forteza e Farto (2007) a carga de treinamento é a relação inversa entre 
o potencial do treinamento e a condição do atleta. Quer dizer, é a relação funcional de 
adaptação que exerce o potencial de treinamento, que gera efeitos de treinamento e 
condiciona a condição de preparação esportiva. Navarro, (2000) define potencial de 
treinamento como o processo de confronto do atleta com as exigências que lhes são 
apresentadas durante o treinamento no sentido amplo, com objetivo de otimizar o 
rendimento esportivo. Navarro (2000) define carga de treinamento como a soma dos 
estímulos efetuados sobre o organismo do atleta, podendo diferenciar-se entre carga 
interna e externa. A carga externa é tarefa a ser cumprida pelo atleta e está associada ao 
volume e a intensidade, enquanto que a carga interna é a conjunção das reações 
biológicas dos sistemas orgânicos e pode ser refletida mediante parâmetros fisiológicos 
ou bioquímicos. 
 
Com a organização do processo de treinamento, se busca uma cadência biológica de 
causa-efeito, que deve ser coordenada e controlada por algumas normas que regam as 
relações entre a carga, a adaptação e a elevação de rendimento, podendo ser resumidas do 
seguinte modo: 
 
1
a
 Norma - Os processos de adaptação se manifestam apenas quando o treinamento 
alcança uma intensidade ótima que depende do estado individual de rendimento e de um 
volume mínimo. 
 
2
a
 Norma - O processo de adaptação é o resultado de um correto equilíbrio entre trabalho 
e recuperação. 
 
3
a
 Norma - Somente com atletas jovens a utilização de métodos de treinamento de 
caráter não específicos poderá se verificar uma rápida adaptação a um nível superior de 
rendimento. 
 
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11 
 
4
a
 Norma - O processo de adaptação não só permite a obtenção de melhores resultados, 
mas também pode ser igualmente extensivo a tolerância física e psicológica da carga. 
 
5
a
 Norma - Todo organismo humano, ao ajustar-se as exigências do meio ambiente, as 
adaptações podem apresentar menor adaptabilidade as exigências da carga. 
 
6
a
 Norma - A adaptação do organismo ocorre sempre na direção proposta pela estrutura 
da carga. 
 
Frente às normas estabelecidas, é necessárioconsiderar as dimensões que a definição da 
carga exige e que em seu conjunto são responsáveis pela melhora da capacidade de 
rendimento. Estas dimensões podem ser analisadas pela estrutura da carga de treino. 
 
ESTRUTURA DA CARGA DE TREINAMENTO 
 
1. Natureza da Carga 
A natureza da carga segundo Forteza e Farto (2007) é dividida em especificidade e 
potencial de treinamento. 
 
a. Especificidade 
A especificidade é interpretada segundo Moreira (2002) como o grau de relação 
(similaridade) com a atividade competitiva, desde o ponto de vista da estrutura motora, 
regime de trabalho muscular e os mecanismos de produção de energia. As cargas podem 
ser diferenciadas em cargas gerais, especiais e competitivas. 
 
Cargas Gerais – possuem menor semelhança do exercício com a manifestação durante a 
competição. Denominada também como carga não especializada é de extrema 
importância na preparação de muitos anos. Estas cargas exercem influência diversificada 
sobre o organismo do indivíduo, permitindo um aumento das possibilidades dos sistemas 
funcionais, sem a aplicação dos meios específicos de preparação. 
 
Cargas Especiais – possuem maior semelhança do exercício com a manifestação durante 
a competição. Asseguram o desenvolvimento predominante das capacidades funcionais 
do organismo do atleta que determinam o nível das realizações na modalidade esportiva 
em questão. 
 
Cargas Competitivas – representa a reconstituição de um clima competitivo durante as 
sessões de treinamento. Asseguram a maior mobilização, permitindo a integração do 
conjunto de capacidades e as qualidades fundamentais predominantes na consecução dos 
objetivos da modalidade esportiva em análise em uma estrutura única. 
 
b. Potencial de Treinamento 
O potencial de treinamento pode ser definido como a forma em que a carga estimula a 
condição do atleta. Este é reduzido com o acréscimo da capacidade do rendimento, e por 
isso é necessário variar os exercícios e as cargas para continuar aumentando o 
rendimento. 
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12 
 
Navarro (2000) argumenta que o estado do treinamento ou de preparação influencia de 
forma decisiva na reação interna de uma carga determinada. Neste contexto, uma mesma 
carga externa utilizada por diferentes atletas, provocará diferentes níveis de adaptação, 
uma vez que ela depende da capacidade momentânea do rendimento da cada um deles. 
 
Dessa forma, para aqueles que estão em treinamento avançado, a carga pode ser muito 
baixa ou não alcançar o limiar de adaptação e, portanto, não reproduzir um determinado 
efeito, enquanto para um principiante poderá ser extremamente elevada. A Figura 1.1 (A) 
demonstra quanto menor a qualificação do atleta, maior será o grau de fadiga ou processo 
na condição dos sistemas funcionais que participam mais ativamente da realização do 
trabalho e mais prolongado será o período de recuperação (Platonov, 2008). A Figura 1.2 
(B) mostra que na presença de cargas máximas, são observadas reações mais expressivas 
em atletas qualificados. 
 
Figura 1.1. Reação do organismo de atletas com diferentes níveis de qualificação 
(Platonov, 2008). 
RecuperaçãoCarga RecuperaçãoCarga
Atleta de Baixo Nível
Atleta de Nível Médio
Atleta de Alto Nível
A B
A – Carga com mesmo volume e intensidade
B – carga extrema (limite)
Atleta de Baixo Nível
Atleta de Alto Nível
 
O potencial de treinamento dos exercícios empregados é reduzido quando se aumenta a 
capacidade de rendimento; portanto, é fundamental incluir no treino, incessantemente, 
exercícios novos e mais eficazes. Essa condição é de extrema importância e, para melhor 
comentá-la, observe os esquemas apresentados na figura 1.2. 
 
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13 
 
Figura 1.2. Alterações dos exercícios e métodos de treinamento para estimular a condição 
do atleta. 
(Verkoshanski, 1990) (Forteza, 1993)
1
2
3
4
1
2
3 4
1 – exercícios de salto 
2 – exercícios com peso
3 – exercícios com sobrecargas baixas
4 - pliometria
1 – contínuo 
2 – fartlek
3 – intervalado
4 - repetições 
ESQUEMA 1 ESQUEMA 2
 
 
No esquema 1 proposto por Verkoshanski (1990), aconselha-se não utilizar de início, a 
estratégia mais eficaz para desenvolver a força explosiva (pliometria, nesse caso), pois o 
organismo teria de prepará-lo no plano funcional. Se fosse empregado de imediato, o 
método de maior potencial provocaria excessiva intensificação, alterando o caminho 
natural do processo de adaptação. 
 
O mesmo sucederia com o esquema 2 idealizado por Forteza (1993), não porque os 
métodos fracionados de treinamento (intervalado e repetição), que exercem potencial 
maior, devam ser os primeiros a ser utilizados, mas porque o organismo necessita de uma 
progressão nos mecanismos de adaptação, em prol do rendimento ótimo. 
 
Portanto, a seleção dos meios e métodos de treinamento também é importante, pois 
alguns proporcionam cargas mais agressivas (ex.: repetição, intervalado e pliometria) e 
menos agressivas (ex: saltos e contínuo) para o organismo. 
 
2. Componentes da Carga 
O componente da carga é o aspecto quantitativo do estímulo aplicado no treinamento, e 
está determinado pela importância da intensidade, duração, volume e densidade do 
treinamento. 
 
a. Intensidade 
A intensidade trata do aspecto qualitativo da carga e sua aplicação , está relacionada com 
a aptidão do atleta e com o momento que se encontra na temporada. É bastante específica 
e é por isso que, na escolha dos critérios da intensidade, devemos levar em consideração 
as particularidades de diferentes modalidades esportivas. 
 
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14 
 
Nas modalidades de caráter cíclico a velocidade de deslocamento constitui o caráter 
externo de intensidade da carga. Segundo a intensidade está relacionada a liberação de 
energia por unidade de tempo (Platonov, 1998) ou trabalho realizado por unidade de 
tempo (Bompa, 2005 e Raposo, 2000). 
 
Nos jogos esportivos e nas lutas, o controle da intensidade é difícil de ser realizado, pois 
os exercícios, nessas modalidades desportivas, têm caráter variável. O principal 
significado cabe ao controle do número de ações numa unidade de tempo e aos 
indicadores fisiológicos. 
 
Nas modalidades de força e velocidade, a intensidade é indicada pelo grau de força do 
estímulo (Tabela 1.1). O controle da intensidade pode ser realizado por meio do peso 
levantado em kg ou pelo percentual da uma repetição máxima (%1RM) 
 
Tabela 1.1. Escala de intensidades proposta para exercícios de velocidade e força (Harre, 
1989). 
Classificação Intensidade (% de 1RM) ou 
(% do melhor tempo) 
Zona 
1 30 – 50% Baixa 
2 50 – 70% Intermediária 
3 70 – 80% Média 
4 80 – 90% Submáxima 
5 90 – 100% Máxima 
6 100 – 105% Supramáxima 
 
Nas modalidades complexas de coordenação, podem ser empregados os seguintes 
indicadores para controle de intensidade: 
 
Densidade 
Número de elementos em uma combinação 
Relação do número de elementos de elevada complexidade e do número total de 
elementos 
 
Conforme citado acima a intensidade varia de acordo com as características específicas 
da modalidade. Se o nível de intensidade for variável em um esporte ou uma prova, é 
aconselhável utilizar-se vários graus de intensidade durante o processo treinamento. 
 
Outro método alternativo para determinação da intensidade em esportes cíclicos é o 
baseado nos sistemas de fornecimento de energia (Tabelas 1.2). 
 
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15 
 
Tabela 1.2. Zonas de intensidade dos esportes cíclicos (Foss et al, 2000). 
Duração Intensidade Sistema energético % produção 
anaeróbia 
% produção 
aeróbia 
Até 15 seg. LimitesATP-CP 95-100 0-5 
15-60 seg. Máxima ATP-CP e An. Lático 80-90 10-20 
1-6 min Submáxima An. Lático e Aeróbio 70 30 
6-30 min Média Aeróbio 10 90 
+ 30 min Baixa Aeróbio 5 95 
 
Nas propostas apresentadas na sequência, reflete-se o nível de intensidade em função de 
uma porcentagem determinada de esforço sobre o rendimento ótimo, a intensidade 
correspondente a uma resposta fisiológica. 
A proposta de Martin adaptado (1977) apud Forteza e Farto (2007) oferece uma relação 
entre a intensidade, % de máximo e frequência cardíaca (Tabela 1.3). 
 
Tabela 1.3. Escala para avaliação qualitativa de intensidade da carga. 
Intensidade Força (%1RM) Resistência (% melhor tempo) 
Muito leve 30-50 30-50 
Leve 50-70 50-70 
Média 70-80 70-80 
Submáxima 80-90 80-90 
Máxima 90-100 90-100 
 
Práticas esportivas como futebol, basquete, tênis, hóquei, handebol entre outras alternam 
momentos de alta intensidade (esforços máximos ou muito próximos do máximo) com 
períodos de média e baixa intensidade (submáximos). 
 
Esse tipo de esforço é conhecido como intermitente e esses esportes habitualmente são 
classificados como jogos de cooperação – oposição (Moreno, 1994) e possuem um perfil 
de atividades acíclicas. Ou seja, a intensidade do esforço pode ser alterada a qualquer 
momento do jogo, podendo variar desde o repouso completo, numa situação onde a bola 
está fora do campo de jogo e os atletas aguardam sua reposição, até exercícios de 
curtíssima duração e de alta potência, chamados de sprints, passando por trotes leves, 
deslocamentos laterais e para trás, saltos, chutes e ou arremessos, na maioria das vezes 
com mudanças rápidas de direção (Lopes, 2005). 
 
Vários autores têm estudado as características funcionais e fisiológicas de esportes 
intermitentes. Quando analisamos os fatores que interferem para um bom rendimento em 
esportes intermitentes, pode-se incorporar as capacidades físicas na base de uma pirâmide 
hipotética, pois dão suporte para os desempenhos técnicos e decisões estratégico-táticas 
(Harre, 1989). 
 
As capacidades físicas que exercem maior influência nos esportes acíclicos são: força 
muscular, velocidade, potência, resistência (aeróbia e anaeróbia) e flexibilidade (Harre, 
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1989; Weineck, 2000). Para esses esportes, um bom rendimento em todas as capacidades 
é mais importante que um desempenho excepcional em somente uma delas. 
 
Assim, avaliar o efeito real dos programas de treinamento aplicados e o estado de 
prontidão de uma equipe ou atleta é importantíssimo tanto para o planejamento quanto 
para a prescrição destes programas de curto ou longo prazo. 
 
Dessa forma, os pesquisadores das ciências do esporte deveriam após determinar qual a 
contribuição destas capacidades para o rendimento da modalidade, buscar modelos de 
treinamento que atendam as necessidades específicas de atletas que desempenham 
funções táticas diferenciadas. Torna-se cada vez mais urgente selecionar e utilizar meios 
e métodos de treinamento que sejam específicos e fidedignos para serem postos em 
prática. Para isso, é importante conhecer quais níveis de expressão são determinantes para 
o sucesso nas ações motoras em momentos decisivos em uma partida ou prova, e qual a 
natureza e dimensão das adaptações agudas e crônicas resultantes dos treinos de força, 
velocidade e resistência ao longo do ano. 
 
A tabela 1.4 caracteriza as situações de competições, levando-se em conta principalmente 
a intensidade e volume, porém deve-se deixar bem claro que todos os metabolismos e 
vias energéticas são requeridos ao longo dos jogos ou provas, porém durante as ações 
motoras que são determinantes para o sucesso, a magnitude de utilização das mesmas não 
é da mesma ordem de grandeza. As fibras musculares são recrutadas de acordo com a 
intensidade do esforço, onde todas elas são recrutadas, porém com graus de magnitude 
diferentes obedecendo ao princípio do tamanho. 
 
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Tabela 1.4. Caracterização da metabólica das modalidades esportivas. 
Modalidade Tipos de 
fibras 
Metabolismo 
determinante 
Metabolismo 
predominante (ou) 
secundário 
Substratos das ações 
motoras para ressíntese de 
ATP 
Tênis de campo I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Tênis de mesa I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Basquetebol I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Voleibol II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Futebol de Campo I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Futebol de salão I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Handebol I e II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Vôlei de praia II anaeróbio aeróbio PCr, Glicogênio 
Atletismo 
100m II anaeróbio anaeróbio PCr 
200m II anaeróbio anaeróbio PCr e Glicogênio 
400m II anaeróbio aeróbio PCr e Glicogênio 
800m I e II anaeróbio anaeróbio/aeróbio PCr e Glicogênio 
1500m I e II anaeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e Ácidos graxos 
3000m I e II anaeróbio/aeróbio Aeróbio/anaeróbio Glicogênio e Ácidos graxos 
5 e 10km I e II anaeróbio/aeróbio Aeróbio/anaeróbio Glicogênio e Ácidos graxos 
Meia maratona e 
Maratona 
I e II anaeróbio/aeróbio Aeróbio/anaeróbio Glicogênio e Ácidos graxos 
Natação 
50m II anaeróbio aeróbio PCr e Glicogênio 
100m II anaeróbio aeróbio Glicogênio 
200m I e II anaeróbio anaeróbio Glicogênio 
400m I e II anaeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e ácidos graxos 
800m (Fem) I e II anaeróbio/aeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e ácidos graxos 
1500(Masc) I e II anaeróbio/aeróbio anaeróbio/aeróbio Glicogênio e ácidos graxos 
PCr – Fosfocreatina 
 
Quando buscamos caracterizar do ponto de vista fisiológico as modalidades cíclicas, 
devemos pensar na duração e intensidade da mesma. Antigamente para caracterizar as 
modalidades esportivas em especial as provas de natação e atletismo, eram utilizados as 
variáveis tempo e intensidade, mas principalmente o tempo da prova. 
 
Hoje em dia o que determina o sucesso de tais provas é o quanto o atleta consegue 
permanecer competindo em alta intensidade, em especial, o quanto ele consegue 
permanecer durante a prova correndo ou nadando acima do limiar anaeróbio. Não 
queremos dizer com isso que a resistência aeróbia e o VO2max não são importantes, mas 
sim que o atleta que possuir bom VO2max, e ótimo limiar anaeróbio terá mais chances de 
sagrar-se um campeão em suas respectivas provas. Se pensarmos somente no tempo da 
prova, dar-se-á alta ênfase adaptativa somente para a resistência aeróbia, mas durante as 
provas (até mesmo de fundo e meio fundo) os atletas correm ou nadam boa parte do 
tempo acima de seus limiares anaeróbios (Billat, 2001), caracterizando grande 
contribuição do metabolismo anaeróbio (glicolítico). 
 
Conforme citado anteriormente, a seleção dos meios e métodos pode alterar a carga de 
treinamento. A tabela 1.5 apresenta a variação de intensidade para diferentes exercícios 
de salto (adaptado de Bompa, 2004). 
 
 
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Tabela 1.5. Níveis de intensidade dos exercícios de salto. 
Níveis Tipos de Exercícios Intensidade do Exercício 
1 Saltos de alta reatividade Máxima 
2 Saltos em profundidade Muito alta 
3 Exercícios de saltos múltiplos Submáxima 
4 Saltos de baixa reatividade Moderada 
5 Baixo impacto – saltos no lugar Baixa 
 
b. Duração da Carga 
A duração da carga representa o tempo durante a qual um único conteúdo de treinamento 
funciona como elemento transformador sobre o organismo (Satrischka, 1988 apud 
Raposo, 2000). 
 
Esta duração depende do objetivo e do próprio conteúdo do treinamento. Segundo 
Raposo (2000), baseado em algumas investigações científicas, é possível encontrar 
valores médios que permitam apontar como eficazes para o desenvolvimentode alguns 
objetivos: 
 
- Para um treinamento que tenha como objetivo o desenvolvimento da resistência por 
mobilização do sistema aeróbio, a duração da carga pode variar entre 45 e 50 minutos. 
- Para um treinamento eficaz para aumento do limiar anaeróbio a duração da carga pode 
variar entre 20 e 40 minutos. 
- Para um treinamento eficaz da potência aeróbia (VO2max), a duração do estímulo pode 
variar em torno dos 15 a 25 minutos. 
- Para um treinamento que tenha como objetivo a resistência anaeróbia lática, a duração 
do estímulo efetivo será inferior a 10 minutos. 
-Para um treinamento que busque desenvolver a resistência de velocidade a duração do 
estímulo é de 4 a 8 minutos. 
- Para um treinamento que procure desenvolver a capacidade anaeróbia lática, a duração 
dos estimulo em cada repetição varia entre os 15 e 30 segundos. 
- Para desenvolver a Velocidade (potência anaeróbia alática), a duração do estímulo em 
cada repetição varia entre 5 a 10 segundos. 
 
c. Volume da Carga 
 
Volume da carga é a medida quantitativa das cargas de treinamento de diferente 
orientação funcional, que se desenvolvem em uma unidade ou ciclo de treinamento 
(Forteza e Farto, 2007). Pode ser dividido em: 
 
Volume Global – quantificação de todas as cargas de diferente orientação funcional 
(Figura 1.3). 
Volume Parcial – quantificação de um determinado tipo de treinamento com orientação 
funcional determinada (Figura 1.4). 
 
Figura 1.3. Volume total em um microciclo no período preparatório. 
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0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
T
e
m
p
o
 (
m
in
)
 
Figura 1.4. Volume parcial em um microciclo no período preparatório (FM – Força 
Máxima, FE – Força Explosiva, VEL – Velocidade, RAL – Resistência Anaeróbia Lática 
e FLE – Flexibilidade). 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
T
e
m
p
o
 (
m
in
)
Técnico/Tático FM FE Vel RAL FLE
 
Como componente principal do treinamento, o volume constitui o requisito prévio 
quantitativo vital para o alto ganho técnico-tático e especialmente físico. O volume, que 
às vezes é realizado com duração indeterminada do treinamento, compreende as seguintes 
partes: 
 
Distância percorrida 
Número de repetições de movimentos técnicos 
Tempo de treino 
Total de peso levantado 
 
O volume de treinamento torna-se mais importante no que se refere ao treinamento de 
atletas de alta performance, não existindo limites quanto à grande quantidade de trabalho 
que deve se levar em conta. Quanto ao volume em horas de treinamento por microciclo e 
por ano, parece haver uma relação entre o mesmo e o rendimento desejado. Nesse 
sentido, estabelece-se a seguinte relação: 
 
Melhores do mundo – 1000 horas anuais 
Eventos internacionais – 800 horas anuais 
Eventos nacionais – 600 horas anuais 
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Eventos regionais – 400 horas anuais 
 
Por frequência de treinamento definimos o numero de sessões de treinamento por 
microciclo. Atualmente, em todas as modalidades está aceita a necessidade de uma sessão 
de treinamento diária com atletas de performance avançada. Consequentemente os atletas 
de elite não devem esperar um rendimento atlético adequado sem haver realizado no 
mínimo 8 a 12 sessões de treinamento por microciclo. A metodologia do treinamento 
aponta como mais favorável a seguinte frequência semanal (Raposo, 2000): 
 
Fase de base – 3 a 4 sessões 
Fase de preparação – 4 a 8 sessões 
Fase de construção – 6 a 10 sessões 
Alto rendimento – 8 a 22 sessões 
 
d. Densidade 
A densidade da carga é definida como a relação temporal entre esforço e a fase de 
recuperação em uma sessão de treinamento. Isto significa não podemos definir somente a 
intensidade de treinamento com um determinado volume, sem que também seja 
necessário relacioná-lo com a alternância trabalho/recuperação. 
 
Carga e recuperação se equilibram melhor, harmonizando-se através da intensidade da 
carga. A recuperação tem duas funções importantes no desenvolvimento de novas 
adaptações: 
 
- Diminuir os níveis de fadiga 
- Favorecer os processos de adaptação 
 
Para Harre (1989) uma densidade ótima de carga assegura o domínio de um elevado 
volume e de uma carga eficaz, impedindo a aparição prematura de overreaching. 
 
Segundo Grosser (1990) apud Forteza e Farto (2007), a relação pontual entre a duração 
do estímulo e a recuperação está vinculada ao objetivo e nível do rendimento, podendo 
propiciar diferentes métodos de treinamento e relações de trabalho/recuperação, 
definindo assim uma densidade de treinamento (Figura 1.6). 
 
 
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Figura 1.6. Relação estímulo/recuperação e objetivo de treino. 
 
Resistência Aeróbia70% melhor tempo
2 : 1
Velocidade100% melhor tempo
1 : 5
Velocidade e VO2max90% melhor tempo
1 : 3
Velocidade e R . Aeróbia80% melhor tempo
1 : 1
Resistência Aeróbia60% melhor tempo
5 : 1
 
Duração dos Intervalos de Descanso 
Como os intervalos de recuperação podem interferir nos objetivos do treinamento sua 
seleção é de grande importância. Sabe-se que, durante os intervalos de descanso, o 
desempenho não se opera em uma velocidade constante. Inicialmente a velocidade de 
recuperação é rápida, diminuindo depois, conforme chega a condições próximas às do 
estado de repouso. Os intervalos de descanso podem ser divididos em: 
 
Intervalo Rígido – Períodos de recuperação com tempos muito curtos, o que leva ao 
desenvolvimento da fadiga em progressão muito rápida. 
Intervalo Curto – Períodos de recuperação que permitem a restauração próxima ao nível 
inicial do exercício. Embora a fadiga também ocorra, o sue ritmo é relativamente mais 
baixo que o anterior permitindo assim um volume de trabalho muito maior. 
Intervalo Completo – Períodos de recuperação que permitam maior magnitude de 
restauração em relação ao intervalo curto e rígido. 
 
Característica dos Intervalos 
 Os intervalos de descanso quanto podem ser divididos em: 
 
Recuperação Passiva 
Definimos como pausa passiva, os intervalos de recuperação onde não são utilizados 
alguma forma de exercício durante os treinamentos intervalados. 
 
Quando aplicamos um treinamento intervalado para desenvolver a resistência anaeróbia 
lática, estamos utilizando muito glicogênio e fosfocreatina como combustíveis 
energéticos para fornecimento de ATP (Robergs e Roberts, 2002). Ao utilizarmos as 
pausas passivas entre os tiros ou estímulos, estamos proporcionando uma remoção mais 
lenta do lactato com H+ do músculo para o sangue; faz com que o músculo leve mais 
tempo para equilibrar seu pH ficando o mesmo mais ácido durante este tipo de pausa, 
mas em contrapartida proporcionamos uma ressíntese de PCr mais rápida durante as 
pausas, pois a recuperação do atleta neste treino será mais lenta. Porém se pensarmos em 
adaptações enzimáticas e de substratos energéticos, treinamentos que utilizem este tipo de 
pausa tornam-se altamente aplicáveis durante o processo de preparação do atleta. 
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Aplicação pratica da pausa passiva: realizar 10 estímulos de 5 minutos, utilizando pausa 
passiva de 2 a 4 minutos entre cada estímulo. 
 
Recuperação ativa 
Podemos definir como pausa ativa, os intervalos de recuperação que utilizam estímulos 
de baixa intensidade e podem ser aplicados durante os treinamentos intervalados. 
 
A pausa ativa tem sido utilizada como recurso de recuperação ótima em treinamento 
intervalados anaeróbios, porém quando aplicarmos este tipo de recuperação devemos 
estar atentos a intensidade desta recuperação, ou seja sugere-se que a intensidadeseja 
abaixo do limiar anaeróbio, permitindo assim remoção mais rápida do lactato com o H+ 
do músculo para o sangue. 
 
Quando utilizamos a pausa ativa abaixo do limiar, permite uma recuperação parcial da 
capacidade funcional nos próximos estímulos. 
 
A recuperação ativa pode ser utilizada também para acelerar o processo de recuperação 
após um treinamento anaeróbio intenso. Robergs e Roberts (2002) sugerem a pausa ativa 
pode variar entre 35 e 50%VO2máx durante a recuperação, o que contribuiria na 
recuperação mais rápida da acidez muscular. 
 
Aplicação pratica da pausa ativa: realizar 6 estímulos de 1000m utilizando pausa ativa 
com intensidade de 40% do VO2máx e duração de 2 minutos entre cada estímulo. 
 
Ativos – utilização de movimentos mais brandos ou exercícios de menor intensidade 
promovendo maior equilíbrio do pH do organismo. 
Passivos – recuperação após um determinado estímulo sem a utilização de qualquer 
movimento, permitindo a ressíntese da PCr. 
 
 
3. Orientação da Carga 
Segundo Platonov (1994) a orientação da carga pode ser definida pela qualidade ou a 
capacidade que estas desenvolvem (força velocidade, flexibilidade, resistência) o sistema 
funcional que solicitam (processos aeróbios ou anaeróbios), ou finalmente pelos recursos 
que requerem (capacidade de coordenação, tensão mental, etc.). Pode ser definida 
também como uma divisão das cargas de treinamento em função do grau de influência 
sobre o aperfeiçoamento de diversos aspectos qualitativos de preparação dos atletas. Esta 
orientação pode ser: 
 
Seletiva – estão ligadas à influência sobre um sistema funcional que assegura o nível de 
manifestação (qualidade e capacidade). Exemplo: utilização do método contínuo para 
desenvolvimento da resistência aeróbia. 
Complexa – garantia de trabalho de dois ou mais sistemas funcionais. Exemplo: realizar 
um treinamento da velocidade e da resistência anaeróbia na mesma sessão de 
treinamento. 
 
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4. Organização das cargas 
A organização das cargas de treinamento pode ser dividida em: distribuição e 
interconexão 
 
a. Distribuição das Cargas 
Para distribuição das cargas de treinamento, recomendam-se duas variantes de 
disposição: 
 
Cargas Concentradas 
Esta forma de carga está baseada pelo fato de essas concentrarem-se nas etapas definidas 
no ciclo de preparação (Forteza e Farto, 2007). Esta forma de carga quando aplicado em 
atletas de alta qualificação, garante modificações funcionais mais profundas no 
organismo, e mudanças substanciais no nível de preparação (Verkhoshansky, 1995). 
Coincidem também com a utilização de cargas com uma única orientação (cargas 
seletivas). Em razão da forte estimulação das cargas concentradas sobre o organismo, 
pode gerar uma queda dos índices funcionais do atleta durante a sua utilização, 
produzindo de forma retardada o crescimento dos mesmos, que deverão coincidir ao final 
do macrociclo com um aumento do rendimento competitivo (Figura 1.6). 
 
Figura 1.6. Cargas concentradas. 
Intensidade
Volume
Carga
 
 
 
Cargas Diluídas 
Entende-se como carga diluída a distribuição uniforme das cargas durante todo ciclo de 
preparação (Forteza e Farto, 2007). Pode ser definida também como as cargas utilizadas 
ao longo da temporada com maior ou menor ênfase em função das características das 
etapas ou períodos de treinamento (Navarro, 2000). A aplicação das cargas diluídas pode 
ser interessante para atletas menos qualificados, onde o rendimento melhora 
gradualmente (Figura 1.7). Coincidem também com a utilização de cargas com diferentes 
orientações (cargas complexas). 
 
 
 
 
 
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Figura 1.7. Cargas diluídas. 
Intensidade
Volume
Carga
 
b. Interconexão das cargas 
Indica a relação da disposição das cargas com diferente orientação funcional. Uma 
combinação das cargas de diferentes características assegura a obtenção do efeito 
acumulativo de treinamento. Vale ressaltar que o organismo se adapta ao exercício e a 
forma em que o mesmo é realizado. Portanto a alteração de uma capacidade física para 
outra, assim como de um método de treinamento para outro deve ser realizada de forma 
progressiva e coerente. Como exemplo, da resistência de força para a força máxima o 
aumento da intensidade e redução do volume devem ser progressivos. 
 
 
GRANDEZA DA CARGA 
 
A grandeza da carga representa a relação entre o exercício e as respostas do organismo a 
estas manipulações. 
 
Uma divisão mais criteriosa segundo Platonov (2008) ver Tabela 1.7 apresenta 
características da carga de treino, objetivos e tempos de recuperação para cargas 
aplicadas em atletas com vários anos de experiência em treinamento periodizado. 
 
Tabela 1.7. Grandeza das cargas. 
Carga Critérios de Magnitude Objetivos 
Pequena 15 – 20% do volume Aceleração dos processos de recuperação 
Média 40 – 60% do volume Manutenção do nível conseguido 
Importante 60 – 75% do volume Estabilização e aumento do nível de 
treinamento 
Grande Fadiga clara Aumento do nível de treinamento 
 
 A tabela 1.8 demonstra a classificação da magnitude da carga de treinamento 
(Zakharov, 1992). 
 
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Tabela 1.8. Classificação da magnitude da carga. 
CARGA (% do volume máximo pré-
estabelecido no início da 
temporada esportiva) 
Recuperativa 10 a 20% 
Recuperativa de Manutenção 20 a 40% 
Estabilizadora 40 a 60% 
Ordinária 60 a 80% 
Choque 80 a 100% 
 
A carga recuperativa propriamente dita tem como objetivo restauração após sessões de 
caráter mais forte. A carga recuperativa de manutenção devido a sua maior magnitude 
objetiva a regeneração e/ou manutenção do estado alcançado. A carga estabilizadora 
como o próprio nome a classifica, objetiva a manutenção do estado atingido. Também 
chamadas de cargas de desenvolvimento, as cargas ordinária e de choque causam um 
maior impacto no organismo favorecendo assim um aumento no rendimento do atleta. 
 
ADAPTAÇÃO NO PROCESSO DE TREINAMENTO 
 
Em termos gerais a adaptação pode ser definida como a capacidade dos seres vivos 
acostumarem-se as condições do meio ambiente. Platonov (2008) afirma que para definir 
adaptação é preciso considerá-la como processo e como resultado: 
 
A adaptação é utilizada para assinalar o processo pelo qual o organismo se ajusta aos 
fatores do meio externo e interno 
A adaptação é empregada para assinalar o equilíbrio relativo que se instala entre o 
organismo e o meio 
A adaptação é compreendida como resultado do processo de ajuste 
 
O mesmo autor recomenda utilizar o termo adaptação para o processo de ajuste do 
organismo, enquanto o resultado do ajuste poderia ser indicado por capacidade 
adaptativa. 
 
No entanto a adaptação relacionada ao processo de treinamento é uma forma de condução 
do atleta a condições superiores e possui particularidades que devem ser observadas e 
analisadas a todo o momento. As manifestações de adaptação no esporte são 
extremamente variadas. No treinamento esportivo, temos de enfrentar a adaptação a 
cargas físicas cuja orientação, grau de dificuldade de coordenação, intensidade e duração 
variam muito. Além disso, o atleta precisa se adaptar ao amplo arsenal de exercícios, 
orientados para desenvolvimento das capacidades físicas, aperfeiçoamento da maestria 
técnico-tática e das funções psíquicas (Platonov, 2008). 
 
A adaptação no esporte, ao contrário do que ocorre em muitas outras esferas da atividade 
humana caracterizadas pela necessidade de ajuste à situações extremas, é um processo de 
várias etapas, em que as dificuldades das condições do meio externo vão aumentando. 
 
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1. Formas de adaptação 
Os fenômenos de adaptação podem ser considerados sob vários aspectos. Conforme a 
forma de observação diferencia-se segundo Weineck (1999) sob o aspecto anatômico e 
fisiológico, alterações fisiológicas, tempo, especificidade, e adaptação especifica. 
 
Aspecto anatômico e fisiológico 
Este aspecto diferencia fenômenos de adaptação morfológica e dos fenômenos de 
adaptação funcional. A observação morfológica da adaptação inclui, no esporte, a massa 
corporal e musculatura, o volume cardíaco, a capilarização bem como as condições 
prévias da estrutura corporal, entre outros. A observação funcional descreve adaptação 
como aumento da capacidade de sistemas funcionais (como por exemplo, no 
metabolismo energético). 
 
Aspectos das alterações fisiológicas 
Neste aspecto falamos das adaptações biopositivas e bionegativas referente a carga 
aplicada. Se os estímulos forem apresentados qualitativa e quantitativamente de forma 
ótima, observa-se a capacidade de receber carga de cada sistema biológico, resulta uma 
melhora da capacidade de desempenho, através da formação de novas estruturas de 
suporte (adaptação biopositiva), mais propícias a um bom desempenho. Um excesso de 
estímulos, por outro lado, leva a uma adaptação bionegativa, também chamada de má 
adaptação, e contem uma exigência exagerada do sistema, com momento de prejuízo. 
 
Aspectos do tempo 
Pode diferenciar-se entre sistemas de adaptação rápida e lenta. Considera-se como um 
sistema de adaptação rápida o aparelho locomotor ativo (musculatura) e como sistema de 
adaptação lenta, o aparelho locomotor passivo (ossos, cartilagem, tendões e ligamentos). 
 
Aspectos da adaptação específica 
Para entender os processos de adaptação é necessário ter bem claro o significado dos 
aspectos determinados dos mesmos: o nível de estresse, a teoria da supercompensação e o 
efeito do treinamento. 
 
2. Nível de Estresse 
A adaptação em resposta às influências externas, passou a ser denominada Síndrome da 
Adaptação Geral. O desenvolvimento do estresse e da reação de acordo com o tempo 
pode ser dirigido segundo a concepção clássica (Selye, 1982 apud Platonov, 2008): 
reação de alarme, reação de resistência e reação de esgotamento. 
 
Reação de alarme 
Na reação de alarme, o estresse aumenta a velocidade do consumo e a necessidade do 
organismo em produzir energia. Portanto nesta etapa o organismo intensifica as rações 
metabólicas para o crescimento da produção de energia. Se a ação do fator estresse é 
mantida, verifica-se o esgotamento paulatino dos recursos de adaptação imediata, e surge 
a reação defensiva do organismo, percebida subjetivamente pelo individuo como fadiga. 
Uma forte fadiga, ligada a mudanças substanciais na condição do organismo, impede a 
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continuidade do contato com o agente estressante. Caso a ação do estresse repete-se 
sistematicamente, o processo de adaptação entra na fase de resistência. 
 
Reação de resistência 
O tempo de obtenção dessa fase pode ser de semanas ou meses e depende da 
receptividade do organismo e da intensidade dos fatores de estresse em ação. O fator mais 
importante nesta fase são as alterações estruturais funcionais a longo prazo, o que permite 
satisfazer as necessidades da demanda energética. 
 
O esporte contemporâneo representa uma atividade, onde o nível de funcionamento dos 
sistemas do organismo se encontra na zona de tensão extrema. Motivo pela qual esta 
oferece uma ocasião única em seu gênero, para compreender as possibilidades 
relacionadas com o nível de reação do organismo e de sua adaptação. 
 
Em alto nível de preparação funcional do atleta obtém-se como resultado do processo de 
adaptação um nível crescente das cargas físicas. A racionalidade deste processo pode 
assegurar-se só mediante a consideração das leis biológicas gerais de adaptação e as 
condições de treinamento físico no esporte. 
 
A análise dos critérios de organização do processo de treinamento no esporte mostra 
numerosas lacunas devido a insuficiente compreensão dos mecanismos de adaptação, das 
condições indispensáveis para conseguir um alto nível de preparação funcional. 
 
Na teoria do treinamento esportivo, o processo de adaptação se baseia na consideração do 
dinamismo de crescimento da capacidade de trabalho do atleta, como expoente integral 
das adaptações do organismo (Platonov, 1994). Temos que assinalar que o estudo da 
adaptação se baseia na regularidade da dinâmica do desenvolvimento da fadiga e das 
fases de recuperação após intensas cargas de treino. 
 
Para entender a adaptação ao treinamento, somente o estímulo acima do limiar leva a 
adaptações positivas. Portanto, evidencia-se que apenas os estímulos fortes levam à 
adaptação ideal. No entanto estímulos com cargas baixas são interessantes quando o 
objetivo e de regeneração , como por exemplo, após um treinamento com cargas 
elevadas ou pós-competições. A tabela 1.9 classifica os estímulos e seus respectivos 
efeitos sobre o organismo. 
 
Tabela 1.9. Características dos estímulos e seus efeitos sobre o organismo. 
Características do estímulo Efeitos sobre o organismo 
Baixa Não acarretam adaptações 
Médio Apenas excitam 
Forte Provocam adaptações 
Muito forte Causam danos 
 
O importante neste momento é entender a adaptação fisiológica do organismo frente às 
cargas de treino e de competição. 
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Por adaptação fisiológica se entende o conjunto de reações fisiológicas que assentam os 
fundamentos da adaptação do organismo à troca das condições circundantes e tendem a 
conservar a estabilidade relativa de seu meio interno, ou seja, a homeostase (Mishchenko 
e Monogarov, 1995). 
 
A adaptação a longo prazo no organismo do atleta ao processo de treinamento pode 
ocorrer de varias formas (Platonov, 1994): 
 
- acúmulo de elementos estruturais dos órgãos e dos tecidos que asseguram o crescimento 
de suas reservas funcionais, tais como o aumento do volume muscular, do consumo 
máximo de energia, etc. 
- aperfeiçoamento das estruturas que coordenam os movimentos 
- aperfeiçoamento dos mecanismos reguladores que asseguram a atividade de diversos 
componentes do sistema funcional do organismo 
- adaptação psicológica às particularidades da atividade competitiva, aos meios de 
influência de treinamento às condições do treinamento em competição. 
 
Reação de esgotamento 
Se a ação de estresse for prolongada ou as exigências em relação ás possibilidades de 
adaptação do organismo forem extremamente altas, pode aparecer a terceira fase que é o 
esgotamento. Nesta fase recomenda-se cessar ou reduzir a ação de estresse para que o 
organismo restaure as estruturas. 
 
3. Teoria da Supercompensação 
A teoria da supercompensação é um modelo utilizado por especialistas para resolver 
problemas práticos. Neste modelo o efeito imediato de treinamento através da aplicação 
de uma sessão de treinamento é considerado através da depletação de certas substâncias 
bioquímicas. Como exemplo mais conhecido, o glicogênio é depletado após um exercício 
anaeróbio árduo. Segundo Lopes (2005), quando o tempo dedicado ao período 
regenerativo é adequado em relação às cargas de trabalho, os níveis de atividade 
enzimática e de substratos metabólicos são restabelecidos acima daqueles detectados 
antes do treinamento e as fibras musculares se regeneram plenamente dos traumas 
sofridos. 
 
Após a fase de aplicação da carga de treinamento, segue a fase de recuperação. 
Recuperação é o processo que ocorre em reação à fadiga, é direcionado para o 
restabelecimento da homeostase e da capacidade de trabalho (Platonov, 2008). A 
recuperação após uma carga física não significa apenas a volta das funções do organismo,aproximadamente, ao nível inicial. Se, após o trabalho de treinamento, as condições 
funcionais no organismo do atleta voltassem apenas ao normal, não existiria a 
possibilidade de promover seu aperfeiçoamento pelo treinamento orientado. 
Ao final de um período de recuperação, acredita-se que o nível dos substratos energéticos 
e recuperação tecidual estejam elevados acima do nível inicial (Zatsiorski, 1999). Isto é 
denominado supercompensação e o período no qual existe a elevação dos parâmetros 
supracitados é denominado fase de supercompensação (Figura 1.8). 
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29 
 
Esse processo é conhecido na literatura como supercompensação e propicia melhor 
suprimento energético para exercícios que venham a requerer maior mobilização 
metabólica ou, ao contrário, uma economia de energia em atividades físicas que já eram 
habituais na estrutura de treinamento (Fry et al, 1992; Bruin et al, 1994). Nesse momento, 
se uma mesma carga de esforço físico for imposta os mecanismos homeostáticos não 
serão rompidos na mesma extensão (Fry et al, 1992). Por outro lado, se não for aplicada 
uma nova carga de esforço no tempo correto haverá involução dos benefícios adquiridos 
(Lopes, 2005). Daí advém à necessidade de estarmos sempre modulando as cargas de 
esforço num programa de treinamento, para que ele sempre produza uma resposta 
adaptativa positiva (Bompa, 2002). 
 
Figura 1.8. Efeitos da aplicação da carga sobre o organismo. 
CARGA
Efeito Imediato Efeito Posterior
Supercompensação
 
Portanto, em toda fase de recuperação, ocorre à normalização das funções: recuperação 
da homeostase, reconstituição das reservas energéticas e supercompensação dos recursos 
energéticos. Para Bompa (2002) a dinâmica da curva de recuperação não é linear, sedo 
mais acentuada no início da recuperação conforme Figura 1.9. 
 
Figura 1.9. Dinâmica da curva de recuperação 
 
A B C
N
iv
el
d
e 
F
a
d
ig
a
100%
A- reposição inicial dos substratos energéticos – 30 min a 6 horas
B- reposição total dos substratos energéticos – 6 a 24 horas
C- representa a recuperação na esfera neural (SNC+A+B) – 24 horas
 
 
Para os treinadores e profissionais que atuam na prática, uma referência relacionada aos 
tempos de recuperação ajudaria a organização do treinamento. A tabela 1.10 apresenta a 
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30 
 
caracterização dos tempos necessários à recuperação dos diferentes processos do 
metabolismo e remoção do lactato (adaptado de Volkov, 1990). 
 
 
 
Tabela 1.10. Tempo para recuperação de cada processo. 
PROCESSO TEMPO DE 
RECUPERAÇÃO 
Reservas de O2 10 a 15 segundos 
Reservas Aláticas 2 a 5 minutos 
Reservas Glicolíticas 2 a 20 minutos 
Eliminação do Lactato do músculo para o 
sangue 
2 a 20 minutos 
Eliminação do Lactato do sangue para os 
tecidos 
30 a 120 minutos 
Ressíntese do Glicogênio Muscular 12 a 48 horas 
Ressíntese do Glicogênio Hepático 12 a 48 horas 
Síntese das Proteínas 12 a 72 horas 
 
No entanto, devemos analisar este conceito não somente na aplicação de uma carga e sim 
na aplicação de varias cargas. A periodização divide a temporada do atleta em ciclos e a 
interpretação a curto, médio e longo prazo da aplicação da carga é fundamental para 
análise dos efeitos de treinamento. Se a carga de treinamento é adequada (volume, 
duração, intensidade e intervalo de descanso) e se a próxima sessão coincide 
temporalmente com a fase de supercompensação, a condição do atleta avança. (Figura 
1.10). 
 
Figura 1.10. Efeito crescente ou positivo da aptidão física. 
CARGA
CARGA
CARGA
CARGA
 
Caso os intervalos de descaso sejam muito longos, entre as sessões de treinamento, a 
condição do atleta não se modifica (Figura 11). Este resultado também pode estar 
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31 
 
relacionado com a aplicação de cargas constantes por um período longo de tempo, que 
deixariam de ser interessantes para criar novas expectativas de adaptação. 
 
Figura 11. Efeito estável da aptidão física. 
Carga Carga Carga
 
No treinamento desportivo e na atividade competitiva, a reação do primeiro tipo é 
observada quando são planejadas cargas excessivas, que extrapolam a capacidade do 
atleta ou quando o mesmo participa de competições importantes, de longa duração e de 
acirrada concorrência. Portanto se os intervalos de descanso forem insuficientes para 
promover uma recuperação satisfatória, o nível de aptidão do atleta decai, e o mesmo 
entrará na fase de exaustão (Figura 1.12). 
 
Figura 1.12. Efeito decrescente ou negativo da aptidão física. 
CARGA
CARGA
CARGA
CARGA
 
No âmbito da construção desta teoria, variações mais sofisticadas da programação do 
treinamento são também aceitáveis. Uma variação que é popular entre os especialistas é 
chamada microciclo de impacto ou overreaching (Figura 1.13). Nesse caso, após várias 
sessões de treinamento com altas cargas e períodos curtos de intervalo de descanso entre 
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32 
 
elas, inclui-se um período relativamente longo de recuperação. Acredita-se que tal rotina 
de treinamento produza uma supercompensação final maior que a normal. 
 
Figura 1.13. Estruturação em forma de sub-recuperação (Ozolin, 1983). 
CARGA
Supercompensação
CARGA
CARGA
 
Síndrome do Over training: Desequilíbrio entre Esforço x Descanso 
Se ocorrer um desequilíbrio constante entre o tempo dedicado ao período regenerativo e 
as cargas de treinamento em cada atividade programada, no sentido de diminuição no 
período regenerativo desencadeia-se um estado crônico de fadiga, que em conjunto com 
outras alterações metabólicas e fisiológicas caracteriza a síndrome do supertreinamento 
ou over training (Kuipers et al, 1988; Johnson et al, 1992; Kuipers, 1998; Petibois et al, 
2003). 
 
Os sinais associados ao over training são: sensação de fadiga prematura e frequente, 
respostas inflamatórias, com aumento no nível de leucócitos, citoquinas circulantes e 
proteínas de fase inflamatória aguda, estresse oxidativo, desequilíbrio nutricional, 
distúrbios hormonais e indisposição ao treinamento. 
 
Kraemer e Nindl (1997) propuseram que o termo significa uma má adaptação aos 
estímulos dos exercícios, que pode debilitar a rendimento fisiológico e psicológico, 
alterando o processamento de informações bioquímicas e imunológicas. O constante 
aparecimento de lesões, depressão e falta de apetite são exemplos práticos da síndrome 
do over training. 
 
Embora apresente uma sintomatologia difusa, a única alteração apresentada por todos os 
atletas é perda da capacidade de rendimento, a despeito do aumento ou manutenção nas 
cargas de esforço físico. Mesmo assim nem todas as capacidades biomotoras são 
diminuídas simultaneamente ou sofrem o mesmo grau de impacto (Smith, 2000). Isso 
dificulta muito a predição desse estado e torna sua interpretação confusa. Quando o over 
training se instala, a recuperação é lenta, podendo levar muito tempo (meses) para 
ocorrer, sendo essa sua principal característica (Petibois et al, 2003). 
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33 
 
O início do over training é conhecido na literatura como overreaching. Embora também 
resulte em queda no rendimento, o overreaching pode ser revertido com poucos dias de 
descanso, ou seja, aumentando-se o período regenerativo (Kuipers et al, 1988; Johnson e 
Thiese, 1992; Kuipers, 1998; Petibois et al, 2003). 
 
A fadiga muscular excessiva, em qualquer tipo de atividade física se caracteriza, em 
última instância, pela incapacidade das fibras em ressintetizar ATP na frequêncianecessária, diminuindo a resposta ao exercício (Noakes, 2000). Nessa situação 
normalmente ocorre uma diminuição nos estoques de glicogênio e de fosfatos ricos em 
energia como ATP e ADP (Kuipers, 1988). O desequilíbrio entre treino/recuperação pode 
não possibilitar o pronto restabelecimento, tanto do glicogênio (hepático e muscular) 
quanto do pool de fosfatos ricos em energia (Bruin et al, 1994). Por estes motivos, 
relaciona-se o overreaching a um estresse de origem metabólica (Kuipers, 1998). 
 
Um dos maiores problemas enfrentados por técnicos e preparadores físicos é que muitas 
vezes, na prática, a queda no rendimento provocada pelo overreaching é confundida com 
falta de estímulo e não excesso. Essa interpretação equivocada normalmente leva a 
comissão técnica a aumentar ainda mais a carga de esforço, com diminuição do período 
regenerativo (Lopes, 2005). Isso pode exceder o limite individual de estresse que o 
organismo pode suportar, contribuindo para o aumento na susceptibilidade a lesões em 
decorrência do overreaching (Smolka et al, 2000; Zoppi et al, 2003). Não podemos 
esquecer que o atleta lesionado também tem que parar suas atividades, e a recuperação 
das lesões, dependendo do seu grau, muitas vezes também pode ser muito demorado. 
 
Pelo exposto, é urgente que técnicos e preparadores físicos das várias modalidades 
saibam como modular a quantidade ótima de esforço físico e o tempo ótimo de descanso, 
que leve os atletas à supercompensação e não ao overreaching/over training, pois o limiar 
entre essa condição e um treinamento ideal é sempre muito tênue. 
 
No entanto, como a única alteração apresentada por todos os atletas é a perda do 
rendimento, é extremamente importante estabelecer avaliações físicas específicas 
periódicas nos atletas, para atuar conjuntamente com os biomarcadores moleculares na 
discriminação entre adaptação positiva e overreaching/over training. 
 
O treinador pode identificar os sintomas pela observação dos comentários dos atletas nos 
seus diários de treinamento. Para descrição mais minuciosa dos sintomas, veja a tabela 
1.11 elaborada por Bompa (2002). 
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34 
 
Tabela 1.11. Sintomas do over training. 
Psicológico Físico e motor Funcional 
Aumento da excitabilidade Coordenação Insônia 
Redução da concentração Elevação da tensão 
muscular 
Falte de apetite 
Irracional Surgimento de erros já 
corrigidos 
Distúrbio digestivo 
Sensível a críticas Inconsistência no 
desempenho dos 
movimentos rítmicos 
Sudorese abundante 
Tendência de isolamento Capacidade reduzida de 
diferenciar e corrigir erros 
técnicos 
Diminuição da capacidade 
vital 
Falta de iniciativa Preparação física Recuperação da FC mais 
longa que o normal 
Depressão Diminuição da velocidade, 
força, e resistência 
Susceptível a infecções de 
pele e tecidos 
Falta de confiança Diminuição da recuperação 
Força de vontade Diminuição do tempo de 
reação 
 
Falta de persistência Susceptível a acidentes e 
lesões 
 
Medo das competições 
Desistência do 
planejamento tático e desejo 
de brigar em uma 
competição 
 
 
O mesmo autor sugere elaborar uma planilha com preenchimento diário de alguns 
indicadores para possível detecção do over training. A frequência cardíaca deverá ser 
mensurada pela manhã, assim que o atleta acordar. 
 
FC 
(bpm) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
2
1 
2
2 
2
3 
2
4 
2
5 
2
6 
2
7 
2
8 
2
7 
3
0 
3
1 
64 
63 
62 
62 
60 
59 
58 
57 
56 
55 
54 
53 
52 
50 
 
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35 
 
 
Sono 
(hs) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
2
1 
2
2 
2
3 
2
4 
2
5 
2
6 
2
7 
2
8 
2
7 
3
0 
3
1 
12 
11 
10 
9 
8 
7 
6 
5 
4 
< 4 
 
Fadiga 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
2
1 
2
2 
2
3 
2
4 
2
5 
2
6 
2
7 
2
8 
2
7 
3
0 
3
1 
Recupe
rado 
Normal 
Fadigad
o 
Muito 
Fadigad
o 
Extrem
amente 
Fadigad
o 
 
Vontad
e de 
Treinar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
2
1 
2
2 
2
3 
2
4 
2
5 
2
6 
2
7 
2
8 
2
7 
3
0 
3
1 
Profund
a 
Boa 
Pouca 
Sem 
vontade 
Sem 
treinam
ento 
 
Apetite 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
2
1 
2
2 
2
3 
2
4 
2
5 
2
6 
2
7 
2
8 
2
7 
3
0 
3
1 
Muito 
bom 
Bom 
Pobre 
Por 
obrigaç
ão 
Não se 
aliment
a 
 
Dores 
Muscul
ares 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
1
0 
1
1 
1
2 
1
3 
1
4 
1
5 
1
6 
1
7 
1
8 
1
9 
2
0 
2
1 
2
2 
2
3 
2
4 
2
5 
2
6 
2
7 
2
8 
2
7 
3
0 
3
1 
Sem 
dor 
Pouca 
dor 
Dor 
modera
da 
Dor 
severa 
 
 
4. Carga de Treinamento e Tempos de Recuperação 
Quanto mais forte for a carga aplicada, maior será o tempo de recuperação para que 
ocorra a supercompensação, e cargas leves proporcionam recuperações rápidas (Volkov, 
1990). As tabelas 1.11 e 1.12 apresentam sugestões referentes aos tempos de recuperação 
para diferentes magnitudes de carga. A carga recuperativa propriamente dita e 
representada por magnitudes entre10 a 20% do volume total de carga pré-estabelecido no 
inicio da temporada esportiva, e tem como objetivo aceleração dos processos de 
restauração após as cargas anteriores. A carga recuperativa de manutenção, com 20 a 
40% do volume total tem como objetivo recuperação e estabilização do nível de 
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treinamento. A carga estabilizadora tem como objetivo manutenção e representa 40 a 
60% do volume total. As cargas ordinárias e choque são denominados cargas de 
desenvolvimento, com magnitudes de 60 a 80% e 80 a 100% do total, respectivamente. 
 
Tabela 1.11 Carga de treinamento e tempos de recuperação (Volkov, 1990). 
CARGA RECUPERAÇÃO (horas) 
Recuperativa 4 a 5 horas 
Recuperativa de Manutenção 4 a 8 horas 
Estabilizadora 12 a 18 horas 
Ordinário 24 a 36 horas 
Choque 48 a 72 horas 
 
 
Tabela 1.12 Carga de treinamento e tempos de recuperação (Platonov e Bulatova, 1998). 
 DURAÇÃO DOS INTERVALOS (horas) 
 Carga média Carga importante Carga grande 
Força máxima 36 – 48 48 – 60 60 – 90 
Força explosiva 24 – 36 36 – 48 48 – 60 
Velocidade 12 – 24 24 – 48 48 – 72 
Coordenação 6 – 12 12 – 24 24 – 48 
Flexibilidade 6 – 12 12 – 24 24 – 48 
Resistência anaeróbia máxima 12 – 24 24 – 48 48 – 60 
Resistência anaeróbia submáxima 36 – 48 48 – 60 60 – 72 
Resistência aeróbia máxima (acima do 
limiar anaeróbio) 
36 – 48 48 – 60 60 – 72 
Resistência aeróbia submáxima (abaixo 
do limiar anaeróbio) 
48 – 60 60 – 72 72 – 96 
 
 
5. Efeitos do treinamento 
Entendem-se como efeitos do treinamento as alterações que ocorrem no organismo como 
resultado do treinamento físico. Os efeitos do treinamento podem ser classificados 
conforme apresentado da tabela 1.13. 
 
Tabela 1.13. Efeitos de treinamento (Navarro, 2000). 
Tipos de efeitos Características 
Efeitos parciais Produzidos por meios simples de treinamento (Ex: mudanças 
produzidas por cargas de força, resistência, etc.). 
Efeitos imediatos Produzidos como resultado de uma única sessão de treinamento 
Efeitos retardados Produzidos durante a adaptação compensatória 
Efeitos acumulativos Ocorrem como resultado de uma somatória de sessões de 
treinamento 
Efeito residual É a retenção das mudanças físicas após o cessar do treinamento 
 
O alcance do efeito residual ou das reservas de treinamento depende, além dos efeitos 
acumulativos, da transferência positiva do mesmo, da predisposição relativa e inicial do 
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37 
 
atleta para adquirir e manter as reservas de treino e a capacidade de retenção dos sistemas 
implicados nele (Navarro, 2000). 
 
Para melhor entendimento, a figura 1.14 apresenta a relação dos efeitos do treinamento 
sobre o efeito residual. 
 
Figura 1.14. Efeitos do treinamento. 
EFEITO PARCIAL
EFEITO IMEDIATO
EFEITO RETARDADO
EFEITO ACUMULATIVO
EFEITO RESIDUAL
TAREFA
SESSÃO
MICROCICLO
MESOCICLO
MACROCICLO
 
 
6. Reserva de Adaptação 
 
O grau de adaptação que é capaz de alcançar um atleta pode ser determinado pela 
Reserva de Adaptação. A reserva de adaptação pode ser definida como a capacidade de 
resposta de adaptação que o organismo passa a cada momento, e que o capacita para 
alcançar a um novo nível de possibilidades motoras (Verkoshanski, 1990). 
 
A reserva total de adaptação assinala os limites potenciais de adaptação de um atleta e/ou 
um sistema funcional. Esta é determinada geneticamente sendo impossível altera-la 
através de manipulações externas. 
 
A reserva atual de adaptação é determinada por um grau de desenvolvimento que o 
sujeito e/ou sistema alcança em um momento concreto da vida do atleta. Conforme os 
níveis de rendimento adquiridos mediante o treinamento e a prática esportiva, ocorre o 
aumento da reserva potencial de treinamento que permite o individuo suportar maiores 
níveis de carga sem que o sistema se veja excessivamente ressentido do dano (1.15). Este 
fenômeno implica que, para uma carga determinada de treinamento, a fadiga é menor e a 
recuperação mais rápida e eficaz. 
 
 
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38 
 
Figura 1.15. Modificação da reserva de adaptação dom o treinamento 
Reserva Atual de Adaptação
Reserva Atual de Adaptação
Reserva Total de Adaptação Reserva Total de Adaptação
TREINAMENTO
 
MAS O QUE ADAPTAMOS QUANDO TREINAMOS AS CAPACIDADES 
MOTORAS? 
 
No esporte de alto nível, o principal objetivo do treinamento físico é o de levar os atletas 
a altos níveis de rendimento durante a competição atlética, níveis estes favorecidos pelas 
alterações / adaptações positivas do estado físico, motor, cognitivo e afetivo (Martin, 
1977 apud Weineck, 2003; Bompa, 2002; Garret e Kirkendall, 2003). 
 
É importante conhecer que níveis de expressão são necessários para cumprir diferentes 
exigências, e qual a natureza e dimensão das adaptações agudas e crônicas resultantes dos 
treinos de força, velocidade, resistência e outras capacidades ao longo do ano. 
 
Adaptações Fisiológicas 
 
As tabelas 1.14, 1.15, 1.16 representam as possíveis adaptações neurais, metabólicas, 
morfológicas de cada capacidade física trabalhada. 
 
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39 
 
Tabela 1.14. Adaptações ao treinamento de força. 
 Neurais Metabólicas Morfológicas 
Resistência de Força Baixo Anaeróbio Lático Média a Baixa 
Fibras Tipo I e II 
Resistência de Força 
Hipertrófica 
Médio/Baixo Anaeróbio Lático Média a Alta 
Fibras Tipo I e II 
Força Máxima Alto Anaeróbio 
Alático 
Baixa 
Fibras Tipo II 
Potência 
(Força Explosiva) 
Médio/Alto Anaeróbio Lático Média 
Fibras Tipo II 
 
Tabela 1.15. Adaptações da velocidade 
 Neurais Metabólicas Morfológicas 
Velocidade Alto Anaeróbio 
Alático 
Média a Alta 
Fibras Tipo II 
 
Tabela 1.16. Adaptações da resistência aeróbia e anaeróbia 
 Enzimática Metabólicas Morfológicas 
Resistência abaixo do 
limiar 
MCT1, Citrato 
sintase, 
VO2max, 
Velocidade de 
LV1 
Aeróbio Baixo 
Fibras Tipo I 
Resistência no limiar MCT1, Citrato 
sintase, 
VO2max, 
MCT4, Melhora 
no 
tamponamento 
muscular, 
Piruvato 
Desidrogenase 
Aeróbio/Anaeróbio Baixo 
Fibras Tipo I e II 
MCT = transportadores de monocarboxilato ou lactato 
 
Tão importante como conhecer e identificar as adaptações do treinamento é também 
conhecer os principais mecanismos de fadiga causados durante os treinamentos, o quadro 
abaixo trás um resumo dos principais mecanismos de fadiga em treinamentos de força e 
resistência. 
 
Principais mecanismos de fadiga em treinamentos de resistência de longa duração 
(adaptado de Zintl, 1991; Fox, 2000) 
Diminuição das reservas energéticas (fosfocreatina, glicogênio) 
Incapacidade de refosforilar o ADP em ATP 
Aumento da concentração intramuscular de ADP 
Acúmulo de substâncias residuais do metabolismo (íons H+, ureia) 
Baixa eficiência das vias metabólicas aeróbias e anaeróbias do ATP 
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40 
 
Perda de água (desidratação) 
Processos inibitórios no sistema nervoso central 
 
Principais mecanismos de fadiga em treinamentos de velocidade e força (Maughan 
et al, 2000 adaptado): 
Desajuste entre velocidade que o músculo utiliza ATP e velocidade que ele pode ser 
suprido; 
Depleção da fosfocreatina; 
Aumento na concentração de íons H
+
; 
Queda na velocidade de condução do potencial de ação; 
Queda na velocidade de retorno do Ca
++
 para a cisterna terminal; 
Acúmulo de Pi no meio intracelular 
 
 
Licenciado para Cristiano Padilha, E-mail: padilhacristiano@unochapeco.edu.br, CPF: 99888556991
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CAPÍTULO II – PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS E PEDAGÓGICOS DO 
TREINAMENTO: UM SEGREDO PARA ALCANÇAR AS METAS

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