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Manual Caseiro - Direito Tributário II - 2020

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1 
1 
Sumário 
Conteúdo 01: Incidência Tributária ............................................................................................................................. 2 
Conteúdo 02: Obrigação Tributária e Responsabilidade Tributária .......................................................................... 14 
Conteúdo 03: Responsabilidade Tributária ................................................................................................................ 24 
Conteúdo 04: Exclusão do Crédito Tributário ........................................................................................................... 34 
Conteúdo 05: Lançamento/Crédito Tributário ........................................................................................................... 47 
Conteúdo 06: Suspensão do Crédito Tributário ......................................................................................................... 56 
Conteúdo 07: Causas de Extinção do Crédito Tributário .......................................................................................... 68 
Conteúdo 08: Causas de Extinção do Crédito Tributário .......................................................................................... 86 
Conteúdo 09: Garantias e privilégios tributários ....................................................................................................... 96 
Conteúdo 10: Administração Tributária .................................................................................................................. 102 
Conteúdo 11: Processo Administrativo Fiscal ......................................................................................................... 108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 
DIREITO TRIBUTÁRIO II 
Conteúdo 01: Incidência Tributária 
 
1. Fenômeno da Incidência Tributária: o estudo da hipótese de incidência e do fato gerador 
 
A relação jurídico-tributária se desenrola por meio de uma sucessão lógica e cronológica de 
acontecimentos. O ponto de partida será a chamada “hipótese de incidência tributária (HI)*”, que indica um 
paradigma ou modelo (arquétipo ou standard legal) vocacionado a deflagrar a relação jurídico-tributária que unirá o 
credor ao devedor do tributo (e vice-versa). 
O tributo deverá ser pago se houver o encontro de uma hipótese com uma determinada conduta (nexo causal 
que irá gerar consequências), se comparamos com o direito penal, seria a adequação da conduta delitiva com o tipo 
penal. 
No âmbito do direito tributário, quando determinada conduta se amolda a referida hipótese deverá ser pago 
o tributo. A esse encontro, denominamos que houve o fato gerador. Assim, por exemplo, na hipótese de Fernanda 
auferir renda, nasce para esta o dever de pagar o imposto de renda - IR. 
Assim: 
▪ Auferir renda 
▪ Nasce a obrigação tributária 
▪ Dever de pagamento do IR. 
*HI: é uma situação abstrata, hábil a deflagrar a relação jurídico-tributária. 
Ex – auferir renda, circular mercadoria, etc. 
Dotados de HIPOTETICIDADE 
 
➢ Mas o que seria a hipoteticidade? 
 
A hipótese de incidência tributária é dotada de hipoteticidade, que significa que o modelo legal é imaginado pelo 
legislador e transcrito para a norma, ou seja, trabalha-se com situações hipotéticas que podem deflagrar tributos. 
Com efeito, a HI localiza-se no plano da abstração (o mundo dos valores jurídicos), sendo dotada de 
hipoteticidade e tributabilidade (aptidão para deflagrar o tributo). 
Observe que a hipótese vem prevista em um verbo no infinitivo, além de demonstrar abstratamente 
situações que se abrem à incidência tributária, uma vez indicadoras de signos presuntivos de riqueza do contribuinte. 
Assim, a tributabilidade é a aptidão ao constante no enunciado descritivo para a tributação, ou seja, signo 
presuntivo de riqueza alcançável pela tributação. 
 
 
 
 
3 
3 
Vamos conceituar? 
Segundo Eduado Sabbag (Manual de Direito Tributário, 2016) a hipótese de incidência tributária representa o 
momento abstrato, previsto em lei, hábil a deflagrar a relação jurídico-tributária. Caracteriza -se pela abstração, que 
se opõe à concretude fática, definindo -se pela escolha feita pelo legislador de fatos quaisquer do mundo fenomênico, 
propensos a ensejar o nascimento do episódio jurídico-tributário. 
 
É importante destacar que a hipótese de incidência é demarcada normativamente pelo legislador, constando 
da lei tributária ao lado de outros elementos configuradores da reserva legal ou tipicidade fechada, a saber: a alíquota, 
a base de cálculo, o sujeito e a multa (ver art. 97, CTN). 
TEMA EM CORRELAÇÃO (Princípio da legalidade tributária) 
 
 
 Alíquota 
 Base de cálculo 
 Sujeito Passivo 
Elementos estruturantes da lei tributária Multa 
 FG* (Melhor seria HI) 
 
Legislação 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 
57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, 
ou para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa 
ou redução de penalidades. 
 
 
 
 
 
4 
4 
*Fato gerador 
 Enquanto a HI se mantiver no campo hipotético da abstração, sem a materialização do fenômeno que se 
espera, não se cogitará de obrigação tributária. Todavia, ocorrendo a concretização da HI no plano dos fatos (plano 
fenomênico ou da realidade), transbordará a incidência tributária. 
Esquematizando 
HI → FG → OT 
 
 Surgirá a partir do encontro HI - FG 
 Mundo da realidade (Plano fático) 
Mundo dos valores (Plano abstrato) 
 
HI – Hipótese de incidência tributária 
FG – FATO GERADOR 
OT – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Desse modo, só se cogita a possibilidade da obrigação tributária se houver o fenômeno da incidência, que 
significa o encontro do fato com a hipótese. 
É importante enaltecer que da perfeita adaptação do fato ao modelo ou paradigma legal despontará o 
fenômeno da subsunção. A partir dela, nascerá o liame jurídico obrigacional, que dará lastro à relação intersubjetiva 
tributária. 
➔ JÁ CAIU: 
ESAF: A obrigação tributária nasce com o lançamento. Errado, a obrigação tributária nasce com a hipótese da 
incidência tributária. 
HI →FG →OT 
→Subsunção Tributária (acoplar-se, encaixar-se): 
Vale dizer que a obrigação tributária depende do encontro do plano fático com o plano abstrato (e vice-
versa), fazendo unir, de um lado, o fato à norma, e, de outro, a norma ao fato. Trata-se da chamada “subsunção 
tributária”, geradora da obrigação tributária. 
Esquematizando 
 
 
 
 
 
5 
5 
HI FG → OT (dever de $) 
 
É o perfeito acoplamento do fato à hipótese (e vice-versa). É um pressuposto para que ocorra o fenômeno 
da incidência tributária. 
 
→Fato Gerador 
Assim, aquele fato que materializa a hipótese, sem o qual não se fala em obrigação tributária, recebe o 
nome de “fato gerador” (fato imponível, fato jurígeno ou fato jurídico-tributário). Insere-se no “mundo da 
realidade”. 
Vamos conceituar? 
Segundo Eduado Sabbag (Manual de Direito Tributário, 2016) o fato gerador ou fato imponível, é a materialização 
da hipótese de incidência, representando o momento concreto de sua realização, que se opõe à abstração do 
paradigma legal que o antecede. 
 
Curiosamente, esse recorte do fenômeno da incidência em duas perspectivas autônomas, mas relativamente 
dependentes (há HI sem FG, mas não há FG sem HI) sempre despertou aplausos e críticas no plano doutrinário.Nesse sentido, Geraldo Ataliba, seguido por muitos outros (Hugo de Brito Machado, por exemplo), 
idealizou a dupla perspectiva. 
Por outro lado, Rubens Gomes de Sousa e tantos outros conceberam o fenômeno pela perspectiva uma do 
fato gerador, quer no plano abstrato, quer no plano concreto. 
Destaca-se, independentemente da linha doutrinária que se venha a seguir, um dado é certo: a obrigação 
tributária depende do perfeito acoplamento do fato à norma e vice-versa; de que a norma se subsuma ao fato (e vice-
versa). 
Frise-se que as Bancas examinadoras têm preferido a análise do fenômeno pela dupla perspectiva “HI 
versus FG”. 
 
 JÁ CAIU: 
 
 
 
 
6 
6 
CESPE/2006: A hipótese de incidência tributária não se confunde com o fato gerador da obrigação tributária. A 
primeira corresponde à previsão legal e abstrata da situação que implica a incidência da norma tributária, já o 
segundo é a concretização da hipótese de incidência no mundo dos fatos e dá origem à obrigação tributária. (Correto). 
 
Esquematizando 
Hipótese de Incidência Tributária Fato Gerador 
 
Trata-se da previsão legal e abstrata da 
situação que implica a incidência da 
norma tributária 
 
É concretização da hipótese de 
incidência no mundo dos fatos e dá 
origem à obrigação tributária. 
 
ESAF: A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei tributária, o dever de pagar o 
tributo (Errado). 
A afirmativa é FALSA, pois a hipótese de incidência, conforme estudado acima, ela goza de abstratividade, 
e corresponde a previsão legal da situação. Quando adentramos ao plano concreto, ou seja, ao fato da vida humana, 
estamos diante do fato gerador. 
Corroborando ao exposto, o Professor Ricardo Alexandre (Direito Tributário Esquematizando) explica 
hipótese de incidência não é um “fato da vida”, mas tão somente uma descrição abstrata de comportamento que, 
verificado no mundo dos fatos, terá como consequência – agora sim – o dever de pagar tributo. 
Observação: 
No CTN e legislação ordinária, a utilização da expressão “fato gerador” não é precisa, pois o termo, 
considerado “equívoco” por muitos, pode indicar o fato gerador propriamente dito ou, até mesmo, a hipótese de 
incidência. Cabe ao intérprete a sensibilidade para a identificação adequada diante do dispositivo cotejado, tendo 
em vista que o nome “fato gerador” é plurívoco/polissêmico. 
Vamos verificar a imprecisão do legislador? 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 
 
 
 
7 
7 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
Obs.1: A definição do fato gerador, sendo legal e abstrata, quer, em verdade, indicar a própria hipótese de incidência 
tributária. Nesse mesmo sentido, o art. 118 do CTN. 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, 
ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
O mais adequado seria a definição da hipótese de incidência, isto porque a HI sim é abstrata, trata-se da previsão 
legal, enquanto que o fato gerador é a concretude da circunstância no plano prático. 
A definição legal do fato gerador (com maior rigor, da hipótese de incidência) será interpretada abstraindo-
se da validade jurídica dos atos e dos efeitos dos fatos (...). 
➢ Características relevantes do Fato Gerador da Obrigação Tributária: 
I – A interpretação objetiva do FG 
Pelo princípio da interpretação objetiva do fato gerador, não se levam em conta as características subjetivas 
do contribuinte, mas apenas os aspectos intrínsecos ao fato gerador (aspecto objetivo). 
A propósito do art. 118 do CTN, há pouco citado, prevê normativamente a máxima latina pecúnia non olet* 
(tributo não tem cheiro), segundo a qual prevalecerá, no fenômeno da incidência, a interpretação economicamente 
objetiva do fato gerador, independentemente da condição do sujeito. 
Vale dizer que a capacidade tributária passiva é plena (art. 126, caput, CTN), desconsiderando-se quaisquer 
aspectos externos à hipótese de incidência e, verdadeiramente, típicos do mundo dos fatos: ilicitude do ato, 
incapacidade civil, irregularidade na constituição formal da PJ, etc. 
Origem do Pecúnia non olet 
*Diálogo célebre entre o Imperador Vespasiano e seu filho, Tito (Roma Antiga). 
Contexto: tributação sobre o uso dos mictórios (banheiros públicos/cloacas) 
O Imperador questionou ao filho se a moeda recebida por esse tributo tinha cheiro. A reposta foi NÃO, portanto, a 
máxima é que de não importa de onde o dinheiro vem, contanto que seja pago/recebido, posto que esse não tem 
cheiro, logo, poderia ser pago o tributo para fins de utilização dos mictórios. Não se importa com os fatos externos 
do fato gerador. 
 
 
 
 
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Por meio dessa premissa é que se permite a tributação em cima de atividades/produtos ilegais, pois o que vale é a 
existência do fato gerador acoplando-se à hipótese de incidência, e não a licitude em si. 
A hipótese de incidência tributária é lícita (auferir renda), o que pode acontecer, é do fato gerador (modo como se 
auferiu a renda) vim a ser ilícita. 
Corroborando ao exposto, ensina Eduardo Sabbag, segundo o princípio tributário do ‘non olet’, a hipótese tributária 
deve ser entendida de forma que o intérprete se abstraia da licitude ou ilicitude da atividade exercida. 
Diante do exposto, contemplamos que pouco importa a validade do ato praticado pelo contribuinte, pelos efeitos dos 
fatos ocorridos, bastando que se amolde a situação concreta à hipótese de incidência. Por exemplo, a renda obtida 
com o tráfico de entorpecentes será tributada pelo imposto de renda, pois o fato gerador ocorreu com a obtenção da 
renda, independentemente da validade jurídica do ato praticado para auferir tal rendimento. 
 JÁ CAIU: 
CESPE, Analista Administrativo e Financeiro – Formação 1 / Ciências Contábeis da SEGER/ES, em 01-02-2009). 
Quando Vespasiano, no século I, começou a cobrar taxas sobre o uso dos mictórios de Roma, seu filho Tito o 
criticou em razão da origem do dinheiro nojento. (...) 
(...) 
Vespasiano pediu que ele cheirasse uma moeda e lhe disse: Pecunia non olet. O dinheiro não tem cheiro. 
A partir do texto acima, julgue os itens a seguir, que versam acerca do fato gerador. (...) 
10.1. O texto acima traduz a regra contida no Código Tributário Nacional (CTN) de que a definição legal do fato 
gerador é interpretada abstraindo-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, 
responsáveis, ou terceiros, bem como a natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Correto. 
Dispositivos relevantes para a Interpretação Objetiva do FG 
Art. 126, CTN Art. 118, CTN 
A capacidade tributária passiva 
independe: 
 
I. Da capacidade das pessoas naturais; 
II. De achar-se a pessoa natural sujeita a 
medidas que importem privação ou 
limitação do exercício de atividades civis, 
comerciais ou profissionais, ou da 
administração direta de seus bens ou 
negócios; (presidiário, médico exercendo 
a profissão de modo irregular, etc.) 
A definição legal do fato gerador é 
interpretada abstraindo-se: 
 
I.Da validade jurídica dos atos 
efetivamente praticadas pelos 
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, 
bem como da natureza do seu objeto ou 
dos seus efeitos; 
II.Dos efeitos dos fatos efetivamente 
ocorridos. 
 
 
 
 
 
9 
9 
III. De estar a pessoa jurídica 
regularmente constituída, bastando que 
configure uma unidade econômica ou 
profissional 
PECUNIA NON OLET!!!!! 
 
 
 
 
Obs.1: A capacidade tributária ela independe da capacidade civil da pessoa. Em virtude disso, o professor Sabbag 
explica que é possível sim que um recém-nascido (menininho) seja sujeito passivo de uma obrigação tributária. 
LegislaçãoArt. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de 
seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma 
unidade econômica ou profissional. 
 
OBS: Art. 118, I, CTN – Desimportância da ilicitude no momento da realização do FG 
O ato jurídico válido (objeto lícito, agente capaz...) é um dado irrelevante, pois a HI (e sua definição legal) prescinde 
desses atributos. 
 
OBS: Art. 118, II, CTN – Desimportância dos efeitos que podem decorrer do FG 
História da venda de mercadoria a prazo (com calote), esse efeito inesperado não “contamina” a HI (e o 
correspondente dever de pegar o imposto). 
 
Esquematizando 
 
História do menor História do falso médico História do comércio 
informal 
Art. 126, I, CTN 
O menor tem capacidade 
tributária. 
Art. 126, II, CTN 
O exercício irregular da 
profissão não exime o 
infrator do dever de pagar o 
imposto correspondente 
Art. 126, III, CTN 
A prática do comércio 
clandestino não inibe a 
exigência do imposto 
(ICMS) 
 
Desse modo, temos que a capacidade tributária passiva é plena (art. 126, caput, CTN), desconsiderando-se quaisquer 
aspectos externos à hipótese de incidência e, verdadeiramente, típicos do mundo dos fatos, por exemplo, ilicitude 
do fato, incapacidade civil, irregularidade na constituição formal da pessoa jurídica, etc. 
Vamos lembrar! A capacidade tributária passiva trata-se da aptidão para ser sujeito passivo da obrigação 
tributária. No que concerne às obrigações tributárias, é irrelevante a incapacidade civil das pessoas naturais, a regular 
constituição de uma pessoa jurídica etc. Assim, por exemplo, uma criança de três anos pode figurar como 
contribuinte do IPTU, caso seja proprietária de um bem imóvel (história do menor). 
 
 
 
 
10 
10 
 JÁ CAIU: 
CESPE/2016 – Delegado de Polícia Civil – PE. 
Questão 75. Tendo como referência o disposto no CTN, assinale a opção correta. 
A) capacidade tributária passiva é plena e independe da capacidade civil. 
B) Não haverá incidência tributária sobre atividades ilícitas. Errado, em virtude da aplicação do princípio do pecunia 
non olet. 
C) A obrigação tributária principal nasce com o lançamento do fato gerador. 
D) Fato gerador corresponde ao momento abstrato previsto em lei que habilita o início da relação jurídico-tributária. 
Errado, fato gerador é a revelação no mundo concreto, materialização. O momento abstrato previsto em lei trata-se 
da hipótese de incidência tributária (HI). 
E) A denominação do tributo e a destinação legal do produto de sua arrecadação são essenciais para qualificá-lo. 
ESAF: Segundo o Código Tributário Nacional, a renda obtida com a prática de contrabando não pode ser tributada. 
Errado, incidência do princípio da pecunia non olet. 
Vamos lembrar? 
Para o direito tributário não existe relevância se a situação que teve como consequência a ocorrência do fato gerador 
configure ilícito, mesmo que criminal. 
CESPE/AGU: Julgue a assertiva. 
Como a obrigação tributária constitui o núcleo de uma peculiar relação jurídica, é necessário, para que essa relação 
seja juridicamente válida, que o sujeito passivo possua capacidade jurídica, consoante a lei civil. Errado, conforme 
visto ao teor do art. 126,I, a capacidade passiva tributária independe da capacidade civil. Assim, está equivocada a 
alternativa que dispõe ser necessária a capacidade jurídica conforme a lei civil. 
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
 
CESPE/Promotor de Justiça: Julgue a assertiva. 
“Uma criança recém-nascida já tem capacidade tributária para ser devedora de IPTU”. Correto, em consonância com 
a explicação acima. *O menininho. 
II – Aspectos do fato gerador: 
 
 
 
 
11 
11 
Quanto aos aspectos do fato gerador, a doutrina assim os distribui: material, temporal, espacial, pessoal e 
quantitativo. 
a) Aspecto material: trata-se da própria hipótese de incidência, como a situação abstratamente legal que pode 
deflagrar o fenômeno da incidência tributária; 
b) Aspecto temporal: é o momento em que o fato gerador considera-se realizado. Tal aspecto é extremamente 
relevante para a devida aplicação do princípio da irretroatividade tributária (art. 150, III, “a”, CF), segundo 
o qual a lei tributária, detendo vigência prospectiva, deverá ser anterior aos fatos geradores aos quais ela se 
refere. Em outras palavras, conhecendo o momento do fato gerador, será conhecida a lei a ser utilizada; 
c) Aspecto espacial: refere-se ao local em que se considera ocorrido o fato gerador. Tal aspecto é extremamente 
relevante para se determinar qual será a entidade política detentora do poder de exigir o tributo, à luz das 
normas de competência tributária. 
Ex: paga-se IPTU para um Município, e não para outro, quando ambos se encontram limítrofes, pela força 
demarcadora do aspecto espacial do FG. 
Se ocorrer, por exemplo, de dois munícipios cobrarem a incidência do tributo por ocasião do fato gerados, 
falamos que houve bitributação. 
Mas o que significa bitributação? A bitributação representa “mais de um ente tributante que cobra um ou 
mais tributos sobre o mesmo fato gerador”. 
d) Aspecto pessoal: se liga aos entes credor e devedor da obrigação tributária, respectivamente, ao sujeito ativo 
e ao sujeito passivo; 
Quem são os sujeitos da obrigação tributária? 
Sujeito Ativo: é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento, 
nos termos do art. 119 do CTN. 
Sujeito Passivo: é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, nos termos do art. 
121 do CTN. 
e) Aspecto quantitativo: trata-se do aspecto dimensional (ou dimensível) do fato gerador, capaz de fornecer o 
“quantum debeatur”, ou seja, o montante daquilo que se deve pagar. É fácil perceber que esse aspecto 
depende de dois elementos que, confrontados no plano aritmético, indicarão o montante do tributo devido: a 
alíquota e a base de cálculo. Lembre-se que ambas dependem de lei, embora se possa lidar com a mitigação 
da legalidade nos casos de tributos extrafiscais, no âmbito das alíquotas (art. 153, §1º, CF), e com a 
 
 
 
 
12 
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possibilidade de alteração da base de cálculo quando se tratar de atualização (art. 97, §§1º e 2º, do CTN c/c 
Súmula nº 160, STJ). 
Súmula nº 160, STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice 
oficial de correção monetária. 
 
III – Classificação dos Fatos Geradores: 
No plano da classificação dos fatos geradores, a doutrina tem recomendado a seguinte divisão: 
• Fatos geradores instantâneos (ou simples): a sua realização ocorre em um determinado momento de tempo, 
iniciando-se e completando-se em um só instante. 
Exemplos: ICMS; IPI; II; IE, etc. 
→O fato gerador instantâneo se inicia e se completa em um só instante, esgotando -se “em determinada unidade de 
tempo”. 
• Fatos geradores continuados (ou contínuo): é aquele cuja realização leva um período para se completar, 
ou seja, não se dá em uma unidade determinada de tempo, mas se protrai em certo interregno. Daí haver a 
necessidade de se fazer um corte temporal (dia 1º de janeiro, por exemplo, geralmente), com o propósito de 
estabilizar o aspecto temporal do fato gerador. 
Exemplos: IPTU; IPVA; ITR (a propriedade se protrai no tempo). 
→ A sua realização se dá de forma duradoura e estável no tempo; a matéria tributável tende a permanecer, existindo 
hoje e amanhã. O fato gerador continuado – também conhecido por fato gerador de período ou por período certo de 
tempo – leva um período para se completar. 
• Fatos geradores complexivos ou periódicos: tambémocorre ao longo de um espaço de tempo, entretanto, 
ele irá aperfeiçoar-se com a consideração globalmente agregada de “n” fatos isolados durante aquele período. 
Exemplo: IR – Imposto de Renda. 
→Segundo Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário, 2016), a “sua realização se põe ao longo de um espaço 
de tempo”, portanto não ocorrem hoje ou amanhã, mas sim durante um longo período, ao término do qual se valoriza 
uma determinada quantia de fatos isolados que, somados, aperfeiçoam o fato gerador do tributo. Trata -se de “fatos, 
circunstâncias ou acontecimentos globalmente considerados”, “com o transcurso de unidades sucessivas de tempo”, 
para compor um só fato gerador. São fatos isolados em um período ou ciclo de formação que serão agregados “num 
todo idealmente orgânico”. 
- Nº fatos isolados, que são globalmente considerados. 
 
 
 
 
13 
13 
IV – Dicas finais: 
No CTN é possível encontrar respostas a importantes questionamentos sobre o fato gerador. 
1) O fato gerador da obrigação tributária é um negócio jurídico? 
Resposta: como o negócio jurídico traz ínsita a ideia de vontade do agente, o fato gerador não poderá não considerado 
um negócio jurídico, uma vez que o elemento “vontade” é tributariamente irrelevante, conforme se estudou nos 
retrocitados artigos 118 e 126 do CTN. Por essa razão, diz-se que o fato gerador é avolitivo, detendo avolitividade. 
2) O fato gerador pode estar submetido a uma “condição”? 
Resposta: a condição é uma cláusula que subordina os efeitos jurídicos do ato a um evento futuro e incerto. Diante 
das duas condições doutrinariamente conhecidas, e abaixo indicadas, teremos: 
• Condição suspensiva: o fato gerador ocorrerá com o implemento da condição (art. 117, I, CTN). 
Exemplo: promessa de doação sob condição de casamento de noivos. 
• Condição resolutiva ou resolutória: o fato gerador ocorrerá desde o momento da prática do ato ou da 
celebração do negócio. 
Exemplo: revogação de doação se houver o divórcio do casal. (art. 117, II, CTN) 
OBS: o ato de “resolver” implica o desfazimento dos efeitos jurídicos que eram plenamente válidos. Portanto, 
memorize os questionamentos e suas respostas a seguir: 
a) Quando acontece condição resolutiva, há novo fato gerador: Não. 
b) Quando acontece condição resolutiva, há direito à restituição do tributo já recolhidos? Não. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO II 
 
Conteúdo 02: Obrigação Tributária e Responsabilidade Tributária 
 
2. Obrigação Tributária e Responsabilidade Tributária (Classificação. Parte I) 
 
Segundo Ricardo Alexandre (Direito Tributário Esquematizado) “a relação jurídico-tributária é eminentemente 
obrigacional, tendo, no polo ativo (credor) um ente político (União, Estado, Distrito Federal ou Município) ou 
outra pessoa jurídica de direito público a quem tenha sido delegada a capacidade ativa e, no polo passivo, um 
particular obrigado ao cumprimento da obrigação”. 
- Como o Estado credor cobra o tributo? Conforme foi estudado, a partir do encontro da hipótese tributária com o 
fato gerador, resultando na obrigação tributária, que por sua vez é cobrada a partir do lançamento que originou o 
crédito tributário. 
Esquematizando 
 
LINHA DO TEMPO 
 
HI → FG → OT → LANÇ → CT → INSC → DA → CDA → EF 
 
 “Aula” de hoje (obrigação tributária) 
 
 Cobrança Administrativa Cobrança Judicial 
 
 
 
 
 Obrigação Tributária (OT) 
 
1) Auferir renda (hipótese de incidência) 
2) João aufere renda (fato gerador) 
3) Nasce a obrigação tributária, quanto ao dever de pagar o IR 
→O estudo da Obrigação Tributária pode ser desdobrado em 4 elementos: 
Os elementos 
 
 
 
 
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15 
a) Sujeito ativo (arts. 7º e 119, CTN) – ente tributador 
b) Sujeito passivo (arts. 121 e 123, CTN) - devedor 
c) Objeto (art.113, CTN) – ato de pagar; prestação 
d) Causa (arts. 114 e 115, CTN) – a lei tributária; legislação tributária 
 
➔ Sujeito Ativo: é o ente credor do tributo/multa. 
 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da 
competência para exigir o seu cumprimento. 
 
O art. 119, do CTN, dispõe sobre o sujeito ativo da obrigação tributária, ou seja, o credor da obrigação, 
aquele que tem direito ao recebimento do tributo devido. 
Desse modo, o sujeito ativo é o Estado. Temos dois tipos de sujeitos ativos: 
- Sujeito Ativo Direto 
São eles: União, Estados, Municípios e DF. Tais entidades têm o poder de instituir o tributo além de serem 
credoras dele. Esse poder de criar é chamado “Competência Tributária”*. 
*Competência Tributária é a outorga constitucional dada às pessoas políticas para o ato de instituição de tributo. 
Vamos conceituar? A competência tributária refere-se ao poder dos entes políticos na instituição de tributos, tendo 
como fundamento maior o Federalismo. Consiste na atribuição constitucional do poder de instituir tributos. 
É sabido que a competência tributária é indelegável, isso significa se a entidade com competência delineada na 
Constituição não criar o respectivo tributo, é vedado que outra entidade de forma substituía o faça. 
→ Se uma pessoa jurídica de direito público não exercer sua competência tributária, esta NÃO PODE ser deferida 
à outra pessoa jurídica de direito público, diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 
Além de indelegável, a competência tributária é privativa e irrenunciável. 
Cuidado! Não se pode confundir a atribuição constitucional de competência para instituir o tributo 
(COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA) com a possibilidade de figurar no polo ativo da relação jurídico tributária 
(CAPACIDADE ATIVA). A primeira é indelegável, a segunda é passível de delegação de uma pessoa jurídica de 
direito público a outra. 
 
- Sujeito Ativo indireto 
São os chamados “entes parafiscais” (CREA, CRC, CRM, CRO, etc.). Os profissionais respectivos pagam 
as contribuições profissionais para esses Conselhos Autárquicos. 
 
*Os entes parafiscais 
possuem capacidade tributária ativa 
 
 
 
 
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16 
PARAFISCALIDADE 
(Sujeição ativa indireta) 
 
 UNIÃO ENTE PARAFISCAL 
 Ente criador CRC, CRM, CREA, etc. 
 Competência Tributária Arrecadadores 
 DELEGAÇÃO Fiscalizadores 
 
Faz-se importante enaltecer que os entes parafiscais detêm legitimidade para figurar como sujeitos ativos 
da obrigação tributária, arrecadando e fiscalizando o tributo no âmbito da chamada “capacidade tributária ativa”. 
Fugindo à regra imposta pelo art. 119 do CTN – de que a cobrança do tributo deve estar restrita à pessoa jurídica de 
direito público –, o STJ vem entendendo que as entidades privadas de serviço social e de formação profissional 
vinculadas ao sistema sindical (os Serviços Sociais Autônomos) têm capacidade tributária ativa. 
Assim, esses entes credores NÃO criam tais tributos federais, mas apenas os arrecadam/fiscalizam. Assim, 
eles não têm “competência tributária”, mas apenas “capacidade tributária ativa” – Poder administrativo delegável 
de arrecadação e fiscalização do tributo. 
A sujeição ativa, portanto, liga-se a pessoas jurídicas de direito público, quer sejam as entidades federadas, 
quer sejam as autárquicas. Entretanto, há posicionamentos do STJ admitindo a sujeição ativa, ainda que 
excepcionalmente, a certas entidades privadas. 
Exemplos: 
- As entidades do Sistema S (para as contribuições – ver REsp 735.278 – 2007) 
- A Confederação Nacional de Agricultura (CNA), para a contribuição sindical rural (REsp 825.436 – 2006). 
Importante: em 2009, editou-se a Súmula nº 396, STJ. 
 
Súmula nº 396, STJ: A Confederação Nacional da Agriculturatem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição 
sindical rural. 
 
Jurisprudência 
 
 
 
➔ Sujeito Passivo: 
O sujeito passivo sempre será a pessoa obrigada a tais prestações. 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de 
tributo ou penalidade pecuniária. 
 
 
 
 
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(Pagamento do tributo ou da multa). 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o 
respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra 
de disposição expressa de lei. 
 
Os entes devedores, quer de tributo, quer de multa, são denominados: contribuinte e responsável. Vale 
dizer: sujeito passivo DIRETO e sujeito passivo INDIRETO. 
a) Contribuinte – aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador. 
b) Responsável – é a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo, sem ter realizado o fato gerador. 
Naturalmente, há um nexo mínimo que liga esse terceiro ao fato gerador, tornando-o devedor do tributo. O 
detalhamento da matéria chamada Responsabilidade Tributária ocorre entre os artigos 128 e 138 do CTN. 
Exemplos: 
1) Art. 130, caput, CTN 
Contexto: compra e venda de bem imóvel 
Responsável: adquirente 
 
2) Art. 131, I, CTN 
Contexto: aquisição de bem móvel 
Responsável: adquirente 
 
Esquematizando 
 
Contribuinte Responsável 
Relação pessoal e direta com o fato 
gerador. 
Obrigação decorrente da Lei. Nos moldes 
do art. 121,II. 
 
Assim: 
 
 
Vamos lembrar! O sujeito passivo da obrigação tributária pode ser um contribuinte ou um responsável. Será 
contribuinte quando tiver relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; caso 
contrário, será denominado responsável. Em ambos os casos, a sujeição passiva depende de expressa previsão legal. 
 
▪ Dicas complementares: 
- O sujeito passivo depende de lei – lei ordinária (art. 97, III, parte final, CTN) 
 
 
 
 
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Solidariedade Tributária 
“A solidariedade passiva, situação na qual o credor tem a prerrogativa de exigir de qualquer dos coobrigados (ou 
de todos) o cumprimento da obrigação (...) não comporta benefício de ordem”. 
- A solidariedade tributária (presença concomitante de mais de uma pessoa no mesmo polo da relação jurídica) 
somente se torna possível na sujeição passiva (devedores). 
Cuidado! No Direito Tributário admite -se tão somente a solidariedade passiva, e não a solidariedade ativa, pois só 
se paga tributo a um único ente credor, sob pena de deparar o estudioso com o fenômeno da bitributação, não tolerada 
pela nossa disciplina. 
 
Macete → “a única solidariedade POSSÍVEL é a PASSIVA” 
 
Exemplo: vários irmãos são coproprietários de um apartamento. 
 
O art. 124 do CTN enuncia grupos de devedores solidários, quais sejam: 
• As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; 
• As pessoas expressamente designadas por lei. 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da 
obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. 
 
OBS: Na solidariedade tributária não se admite “benefício de ordem”, podendo ser cobrada a dívida toda de 
qualquer um dos coobrigados, e aquele que tiver que pagar, se pretender, pode pedir os valores regressivamente 
aos demais. (ver arts. 124 e 125 do CTN). 
→A solidariedade NÃO comporta benefício de ordem. 
 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação 
principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo NÃO COMPORTA BENEFÍCIO DE 
ORDEM. 
 
CUIDADO!!! 
 
 
 
 
 
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19 
❖ Bitributação: a solidariedade ativa é vedada, como regra, sob pena de dar ensejo à bitributação – uma 
sistemática anômala que permite a mais de um ente tributante cobrar um ou mais tributos sobre o mesmo 
fato gerador. A anomalia deverá ser sanada pela AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (art. 164, 
II, CTN). No NCPC – arts. 539 a 549 
→– Efeitos da Solidariedade (ATENÇÃO! Alto índice de cobrança nos certames). 
 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo; (apenas as isenções objetivas são utilizadas para todos) 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais. 
 
Esquematizando 
 
 
 
➔ Objeto da Obrigação Tributária: 
 
Conforme ensina Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário), o objeto da obrigação tributária 
equivale à prestação a que se submete o sujeito passivo diante do fato imponível deflagrador da obrigação 
tributária. 
Assim, o objeto é a prestação de cunho pecuniário ou não pecuniário a cargo do sujeito passivo da 
obrigação tributária diante do fato gerador. 
 
 
- Prestação de cunho pecuniário = ato de pagar o tributo/multa (obrigação principal) 
- Prestação de cunho não pecuniário = atos diferentes de pagamento (obrigações acessórias/instrumentais – todo 
ato diverso do pagamento) 
Exemplo: emitir nota fiscal; entregar declarações; escriturar livros fiscais. 
 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela 
decorrente. 
 
 
 
 
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§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, 
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
 
Vamos lembrar! A obrigação tributária poderá ser principal (de dar/prestação) ou acessória (de fazer/não fazer ou 
tolerar que se faça), lembrando que as palavras principal e acessória não guardam relação com o direito civil, não 
sendo possível afirmar que, em direito tributário, o acessório segue o principal. 
 
Esquematizando 
 
 
 
 Já caiu: 
 
ESAF/ARFB – 2009. Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros tributários 
constitui-se como obrigação acessória. ERRADO, a obrigação de pagar é obrigação principal. 
 
✓ As obrigações tributárias principais e acessórias existem em relação de dependência/acessoriedade? Ou é 
possível haver uma obrigação acessória sem a existência da obrigação principal? 
Resposta: ambas existem em relação de AUTONOMIA. É possível haver uma obrigação tributária acessória 
sem que subsista a obrigação tributária principal. 
Exemplos: isenções e anistias (art. 175, parágrafo único, CTN); imunidades (art. 14, III, CTN). Aqui não se 
aplica a máximo “o acessório segue o principal”. 
 
 
 Já caiu: 
 
 
 
 
21 
21 
(ESAF/ARFB - 2009) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existên-cia de uma obrigação 
tributária principal. ERRADO, pois não há relação de dependência, vigorando a autonomia. 
 
➔ Causa da Obrigação Tributária: 
 
A causa é o vínculo jurídico justificador do dever que surge com o fato gerador. Assim, teremos a causa da 
obrigação tributária principal e a causa da obrigação tributária acessória. 
→Causa da OT principal: é a Lei Tributária, uma vez que o dever de pagar só pode estar previsto em lei(Princípio 
da Legalidade Tributária – art. 114, CTN). 
 
→Causa da OT acessória: é a Legislação Tributária, expressão que inclui portarias, instruções normativas, 
regulamentos, etc. isso significa, por exemplo, que uma portaria pode tratar de uma OT acessória, mas não pode 
tratar de uma OT principal. 
Exemplo de vício: uma portaria prevê o dever de pagar o tributo (portaria Lei). 
 
OBS: Nada impede que uma Lei trate de uma OT acessória, mas nunca uma Legislação Tributária poderá tratar de 
uma OT principal. 
 
CONFRONTOS CAPCIOSOS DOS ARTIGOS: 
 
Art. 114, CTN. Fato gerador da obrigação 
principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
Art. 113, §1º, CTN. A obrigação principal surge 
com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto 
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária 
e extingue-se juntamente com o crédito dela 
decorrente. 
Fato gerador daquela obrigação que surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela 
decorrente é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência 
 
 
Art. 115, CTN. Fato gerador da obrigação 
acessória é qualquer situação que, na 
forma da legislação aplicável, impõe a 
prática ou a abstenção de ato que não 
configurem obrigação principal. 
Art. 113, §2º, CTN. A obrigação acessória 
decorre da legislação tributária e tem por objeto 
as prestações, positivas ou negativas, nela 
previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
Fato gerador daquela obrigação que decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a 
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
 
 
 
 
 
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 Responsabilidade Tributária: 
 
A matéria está inserida na temática da sujeição passiva tributária. 
O responsável é o sujeito passivo da obrigação tributária que, sem realizar o fato gerador, é escolhido por 
lei para pagar o tributo/multa. 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária. 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o 
respectivo fato gerador; 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei. 
 
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da 
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em 
caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
 
❖ Terminologia importante: 
 
a) RESPONSÁVEL = TERCEIRO (depende de previsão em lei – art. 97, CTN; art. 128, CTN) 
 
b) CONTRIBUINTE = DEVEDOR PRINCIPAL 
 
Conforme fora estudado acima, o responsável depende de previsão em lei. Nesse sentido, o art. 97 do CTN. 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 
57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
 
→Classificação da Responsabilidade Tributária: 
 
1) Responsabilidade pessoal x Responsabilidade solidária x Responsabilidade subsidiária 
 
Esquematizando 
 
RESP. PESSOAL RESP. SOLIDÁRIA RESP. SUBSIDIÁRIA 
Arts. 131 e 135 “Art. 134” Art. 133, II 
O responsável (terceiro) 
responde com 
exclusivismo 
O devedor, em 
solidariedade, responde 
SEM uma ordem de 
preferência (de vocação) a 
O terceiro (responsável), 
em subsidiariedade, 
responde COM uma ordem 
de preferência (de vocação) 
a ser seguida. Portanto: 
 
 
 
 
23 
23 
ser seguida (ver art. 124, 
parágrafo único, CTN) 
 
1º Contribuinte (Devedor 
Principal) 
2º Responsável (terceiro) 
 
2) Responsabilidade dos Sucessores x Responsabilidade de Terceiros 
 
Responsabilidade dos Sucessores (por 
Sucessão) 
Responsabilidade de Terceiros (com ‘T’ 
maiúsculo) 
Arts. 130, 131, 132 e 133 Arts. 134 e 135 
 
Escolhe-se o responsável (terceiro), em 
razão de um evento sucessório ocorrido 
(morte do contribuinte, operações 
societárias, venda e compra de bens, etc. 
 
 
Escolhe-se o responsável (terceiro), em 
razão do dever de zelo que compete a este 
com relação ao patrimônio do contribuinte 
(devedor principal) 
 
➔ JÁ CAIU: 
 
✓ CESPE/2015: A imunidade tributária não dispensa o contribuinte de observar as obrigações tributárias 
acessórias, que poderão estar previstas na legislação tributária. CERTO. 
✓ CESPE/2015: Constitui exemplo de obrigação tributária acessória a prestação pecuniária decorrente do 
imposto de renda. Errado, as obrigações de pagar é obrigação principal e não acessória. 
✓ CESPE/2014: Se um indivíduo tiver a obrigação tributária de pagar uma multa, então essa obrigação será 
considerada principal. CERTO, pois a obrigação principal constitui-se em obrigação de dar, pagar tributo 
ou penalidade (exemplo: multa). 
✓ CESPE/2014: Se duas pessoas tiverem interesse comum em situação que constitua o fato gerador de uma 
obrigação tributária principal, essas pessoas serão solidariamente responsáveis, na exata ordem da dimensão 
do interesse econômico de cada uma delas. Errado, na denominada obrigação solidária, não há benefício de 
ordem, logo, não responde apenas pela parte individual que lhe caiba. 
✓ CESPE/2013: A obrigação tributária principal tem como objeto o pagamento do tributo devido ou a 
penalidade pecuniária, que se extinguirá juntamente com o crédito dela decorrente. CERTO, a obrigação 
principal é de dar dinheiro (pagamento de tributo ou penalidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO TRIBUTÁRIO II 
 
Conteúdo 03: Responsabilidade Tributária 
 
3. Responsabilidade Tributária – Classificação e Dispositivos do CTN – Parte II) 
- Recapitulando: o responsável é o sujeito passivo da obrigação tributária que, sem realizar o fato gerador, é 
escolhido por lei para pagar o tributo/multa. 
✓ RESPONSÁVEL = TERCEIRO 
✓ CONTRIBUINTE = DEVEDOR PRINCIPAL 
 
Esquematizando 
 
Contribuinte Responsável 
Realizou o fato gerador Foi eleito pela lei como terceiro que tem o 
dever de pagar, sem ter realizado o fato 
gerador. 
Sujeito passivo direto Sujeito passivo indireto 
Devedor principal Terceiro 
 
Você sabia? O critério adotado pelo CTN para distinguir contribuinte e responsável é denominado, pela doutrina, 
critério da proximidade: o contribuinte é quem tem a relação imediata, mais próxima, direta com o fato gerador; o 
responsável tem uma relação indireta, sua ligação com o fato é mais distante, mais remota. 
 
1) Responsabilidade por Transferência x Responsabilidade por Substituição: 
 
a. Responsabilidade por Transferência: a sujeição passiva indireta (responsabilidade) surge posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Há modificação do polo passivo por fato superveniente: 
a obrigação surge para “A” (contribuinte) e, em seguida, é transferida para “B” (responsável tributário) em 
decorrência de um evento posterior, previsto em lei. Assim, na responsabilidade por transferência, o sujeito 
A realiza o fato gerador, mas, por conta de um evento posterior, B é que tem que pagar o tributo. 
 
Corroborando ao exposto, ensina Eduardo Sabbag, “também intitulada responsabilidade derivada ou de 2º Grau, 
dá -se quando a terceira pessoa vem e ocupa o lugar do contribuinte após a ocorrência do fato gerador, em razão 
de um eventoa partir do qual se desloca (se transfere) o ônus tributário para um terceiro escolhido por lei”. 
Exemplo: Após a ocorrência de um evento determinado, por exemplo, aquisição de bens, transfere -se o ônus 
tributacional. A adquire um bem imóvel de B, porém, sem ter conhecimento que tem débitos de IPTU relativamente 
a época em que ele não era o proprietário. Perceba-se, o tributo era de obrigação do alienante no momento do fato 
 
 
 
 
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gerador, porém, após a ocorrência deste há modificação, passando a ser o responsável “por transferência” o 
adquirente. 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, 
o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação 
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa 
dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. 
 
b. Responsabilidade por Substituição: a sujeição passiva indireta surge contemporaneamente à ocorrência do 
fato gerador. Desde a ocorrência do fato gerador, a sujeição passiva já recai sobre uma pessoa diversa daquela 
que possui relação pessoal e direta com o fato gerador (ou seja, pessoa diversa da figura do contribuinte). 
Assim, na responsabilidade por substituição, o sujeito “A” pratica o fato gerador, mas desde já é o sujeito 
“B” é quem deve fazer o recolhimento. 
 
Corroborando ao exposto, ensina Eduardo Sabbag, também intitulada responsabilidade originária ou de 1º grau, dá 
-se quando a terceira pessoa (substituto) vem e ocupa o lugar do contribuinte (substituído), antes da ocorrência do 
fato gerador. A essa pessoa, que a lei ordena que substitua o contribuinte, dá -se o nome de “responsável por 
substituição” ou “contribuinte substituto”, ou, ainda, “substituto tributário”. Aqui a obrigação de pagar, desde o 
início, é do responsável, ficando o contribuinte desonerado de quaisquer deveres. 
Esquematizando 
 
Responsabilidade por Transferência Responsabilidade por Substituição (ou 
Substituição Tributária) 
Arts. 130, 131, 132, 133 e 134 Legislação esparsa (e “art. 135”?) 
INCLUI A RESP. POR SUCESSÃO E A 
RESP. DE TERCEIROS 
NÃO ESTÁ PREVISTA, 
ESSENCIALMENTE, NO CTN 
O responsável (terceiro) vem e ocupa o 
lugar do contribuinte (devedor principal) 
APÓS a ocorrência do fato gerador. 
 
 
Exemplos: (I) o adquirente de um bem 
imóvel, com relação aos tributos devidos 
e relativos ao bem imóvel adquirido; (II) o 
espólio, com relação aos tributos devidos 
pelo “de cujus” até a abertura da sucessão, 
etc. 
O responsável (terceiro) vem e ocupa o 
lugar do contribuinte (devedor principal) 
DESDE a ocorrência do fato gerador. 
Trata-se de uma responsabilidade 
tributária originária. 
Exemplo: (I) o empregador, com relação 
aos tributos devidos pelo empregado 
diante do recebimento de salários/renda; 
(II) a Caixa Econômica Federal, com 
relação aos tributos incidentes sobre os 
prêmios de loterias; (III) as usinas, os 
laticínios, os frigoríficos, as indústrias, 
etc. 
✓ Já caiu: CESPE. O instituto jurídico tributário que atribui a responsabilidade pelo pagamento do tributo a 
terceira pessoa que, desde o nascimento da obrigação tributária, já tem com ela o dever de recolhê-lo 
 
 
 
 
26 
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chama-se de substituição tributária. Correto, quando é desde o nascimento do fato gerador, haverá a 
substituição tributária, conforme quadro esquematizado acima. 
 
Dica de terminologia (na Substituição Tributária): 
 
➢ Contribuinte = devedor principal = SUBSTITUÍDO. 
➢ Responsável = terceiro = SUBSTITUTO LEGAL TRIBUTÁRIO. 
 
OBS: Os casos de Responsabilidade por Sucessão são casos de Responsabilidade por Transferência, mas a recíproca 
não é verdadeira. O conjunto do primeiro é menor do que o conjunto do segundo. 
A Resp. por Transferência inclui a Resp. por Sucessão e a Resp. de Terceiros. 
 
 - Primordialmente no ICMS, temos dois tipos de Substituição: 
 
1- Para trás (ou Regressiva) 
 
Ricardo Alexandre (Direito Tributário Esquematizado) define a substituição tributária regressiva nos seguintes 
termos “a substituição tributária para trás, regressiva ou antecedente ocorre nos casos em que as pessoas 
ocupantes das posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, 
por aquelas que ocupam as posições posteriores nessas mesmas cadeias” 
→O pagamento acontecerá no futuro, ou seja, há um adiamento. 
Esquematizando 
 
Macete: “FG lá atrás” 
Portanto, o pagamento 
pelo responsável é 
adiado, diferido; trata-se 
do diferimento do imposto. 
FG (ATRÁS) (SUBSTITUÍDO = CONTRIBUINTE) 
 
 
ADIA O PAGAMENTO = DIFERIMENTO OU SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA TRÁS 
 
 
SUBSTITUTO = RESPONSÁVEL ($) 
Exemplos: leite cru, carne animal, cana em caule, etc. 
Suponha-se que as pessoas indicadas pela letra “A” sejam produtores rurais de leite; a pessoa “B” seja uma grande 
indústria de laticínios; e as pessoas indicadas pela letra “C” sejam supermercados varejistas. 
ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 
PASSADO PRESENTE FUTURO 
FATO GERADOR 
(ATRÁS) 
 PAGAMENTO DO 
TRIBUTO 
(ADIAMENTO) 
 
 
 
 
27 
27 
 
 
2- Para frente (ou Progressiva) 
 
Segundo Ricardo Alexandre (Direito Tributário Esquematizado), a substituição tributária para frente, progressiva 
ou subsequente ocorre nos casos em que as pessoas ocupantes das posições posteriores das cadeias de produção e 
circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam as posições anteriores nessas 
mesmas cadeias. 
→ Há pagamento antecipado de fato gerador futuro ou presumido. 
 
ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 
PASSADO PRESENTE FUTURO 
PAGAMENTO DO 
TRIBUTO 
(ANTECIPAÇÃO) 
 FATO GERADOR (LÁ 
NA FRENTE) 
 
Macete: “FG lá na frente” 
Portanto, o pagamento pelo responsável é antecipado; refere-se ao chamado “FG Presumido”. 
 
SUBSTITUTO = RESPONSÁVEL ($) 
 
 
ANTECIPA O PAGAMENTO = SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA FRENTE 
 
FG (NA FRENTE) (SUBSTITUÍDO = CONTRIBUINTE) 
Exemplos: veículos novos, bebidas alcóolicas (ou não)/cervejaria, cigarros, etc. 
Ex.1: Cervejaria que vende para o distribuidor e este vende para o ambulante, para a mercearia, para o bar. Será que 
todos vão recolher o ICMS? Vão emitir a nota fiscal? É muito difícil de fiscalizar. Eles concentram então, por lei, 
o recolhimento de todo ICMS (que é devido em todas as operações) na cervejaria. Lembrar! As cervejarias não 
aceitam vender fiado [placa: não aceitamos fiado], posto que já pagou os tributos daquela mercadoria. 
 
 
 
 
28 
28 
O ambulante, a mercearia, embora na venda da cerveja sejam contribuintes, são excluídos por lei. A substituição 
tributária progressiva tem previsão na CF - Art. 150, §7º CF. 
Esquematizando 
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA 
TRÁS (OU REGRESSIVA) 
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA 
FRENTE (OU PROGRESSIVA) 
Legislação Específica (ICMS) Legislação Específica (ICMS) e CF: 
Art. 150, §7º, CF: A lei poderá atribuir a 
sujeito passivo de obrigação tributária a 
condição de responsável pelo pagamento 
de imposto ou contribuição, cujo fato 
gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial 
restituição da quantia paga, caso não se 
realize o fato gerador presumido. (incluído 
pela EC nº 3/93) 
Casos concretos: venda de leite cru 
(substituto: laticínio), cana em caule 
(substituto: usina), carne animal 
(substituto: frigorífico) 
Casos concretos: venda de veículos 
novos (substituto: indústria 
automobilística), cigarros (substituto: 
indústria de cigarros), bebidas alcoólicas e 
refrigerantes (substituto: indústria de 
bebidas) 
 
✓ Já caiu: CESPE – AGU/2015: 
 
Por dispositivo legal expresso, a obrigação de recolhimento de determinado imposto foi atribuída a pessoa diversa 
da do contribuinte, devendoesse pagamento ser feito antecipadamente, em momento prévio à ocorrência do fato 
gerador, previsto para ocorrer no futuro. Com relação a essa situação, julgue o item seguinte. 
Na situação considerada, trata-se do instituto denominado substituição tributária progressiva, que tem previsão 
expressa relativa ao ICMS. Correto. 
 
✓ Já caiu: CESPE. Promotor de Justiça/RN: 
 
A lei pode atribuir a terceiro responsabilidade tributária originária pelo cumprimento da obrigação tributária como 
sujeito passivo direto, a fim de facilitar a fiscalização e o recolhimento do tributo devido. A respeito desse assunto, 
é correto afirmar que 
a) o enunciado corresponde a responsabilidade por sucessão. 
b) o enunciado cuida de responsabilidade por solidariedade. 
c) a lei não pode impor a terceiro a referida responsabilidade. 
d) o enunciado trata de responsabilidade por substituição, cujas modalidades são de substituição para frente e 
substituição para trás. 
e) a atribuição de responsabilidade a terceiro, pelo pagamento de obrigação tributária, pode ser instituída por ato 
administrativo, desde que haja previsão de todos os fatos que a geraram. 
➢ Principais dispositivos do CTN (arts. 130 ao 135): 
 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, 
o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação 
 
 
 
 
29 
29 
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa 
dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
 
✓ Responsabilidade por Sucessão Imobiliária 
✓ Classificação: Responsabilidade por transferência 
▪ Reponsabilidade por sucessão 
✓ Responsável: adquirente (nem sempre: exceção) 
✓ Contexto: - compra e venda do imóvel 
 - Tributos: impostos, taxas de serviços e contribuição de melhoria 
 
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. 
➔ Contexto: arrematação de bens (móveis e imóveis) em leilão judicial/hasta pública. 
 
Aqui a sub-rogação é sobre o preço, e não sobre a pessoa do arrematante. 
 
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: 
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; 
 
➔ Responsabilidade por Sucesso Mobiliária 
➔ Classificação: Responsabilidade pessoal 
 Responsabilidade por sucessão 
 Responsabilidade por transferência 
 
➔ Responsável: adquirente (bens móveis) 
 Remitente – aquele que faz a remição (resgate do bem mediante pagamento da dívida) 
 
Art. 131. São PESSOALMENTE responsáveis: 
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até 
a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão 
do legado ou da meação; 
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. 
 
Da leitura do dispositivo, depreende-se que podem ser responsáveis por sucesso “mortis causa”: 
1- Espólio (inciso III); 
2- Sucessor a qualquer título ou Cônjuge meeiro (inciso III) 
Só que também pode ser responsável o INVENTARIANTE, por força do art. 134, IV, do CTN. 
OBS: Por questão didática é aconselhável ler os incisos na ordem I, III e II. 
Como entender essa situação, aliás, não prevista aqui no art. 131? 
 
RESPONSÁVEL DISPOSITIVO CONTEXTO/TRIBUTOS 
 
ESPÓLIO 
 
ART. 133, III, CTN 
TRIBUTOS DEVIDOS 
PELO “DE CUJUS” ATÉ A 
ABERTURA DA 
SUCESSÃO 
 
 
 
 
30 
30 
 
 
INVENTARIANTE 
 
 
ART. 134, IV, CTN 
TRIBUTOS DEVIDOS 
PELO ESPÓLIO APÓS A 
ABERTURA DA 
SUCESSÃO (E ANTES DA 
SENTENÇA DE 
PARTILHA) 
SUCESSOR A QUALQUER 
TÍTULO OU O CÔNJUGE 
MEEIRO 
 
ART. 131, II, CTN 
TRIBUTOS EXIGÍVEIS 
APÓS A SENTENÇA DE 
PARTILHA 
 
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato 
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
 
➔ Responsabilidade por Sucessão Empresarial 
➔ Classificação: Responsabilidade por Sucessão 
 Responsabilidade por Transferência 
➔ Responsável: Unidade resultante da operação societária 
➔ Contexto: Operações societárias e extinção de PJ (parágrafo único) 
 
 Fusão 
3 Transformação CTN 1 cisão Lei das S.As 
 Incorporação 
 
Art. 132. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas 
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada 
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob 
firma individual. 
 
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer 
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome 
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos 
até à data do ato: 
 
I - INTEGRALMENTE, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou 
atividade; 
II - SUBSIDIARIAMENTE com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar 
dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro 
ramo de comércio, indústria ou profissão. 
 
Dessa forma, a responsabilidade do adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou 
profissional pode ser esquematizar da seguinte forma: 
Esquematizando 
 
 
 
 
31 
31 
 
➔ Responsabilidade por Sucessão Comercial 
➔ Situação: uma PF ou uma PJ adquirindo uma PJ (fundo de comércio ou estabelecimento comercial) 
➔ Responsável: quem adquire, ou seja, o ADQUIRENTE 
➔ Condição: deve haver a continuidade da exploração comercial 
 
Vejamos como ficará a responsabilidade: 
 
1- Responsabilidade do ADQUIRENTE (art. 133, I, CTN): 
TIPO: integral 
CONDIÇÃO: se o alienante cessar a prática comercial 
2- Responsabilidade do ADQUIRENTE (art. 133, II, CTN): 
TIPO: subsidiária (alienante/1º; adquirente/2º) 
CONDIÇÃO: se o alienante continuar a prática comercial ou, interrompendo-a, retomá-la em até seis meses. 
Atenção! Súmula editada “recentemente”- 2015. 
Em resumo, o STJ firmou o entendimento de que a responsabilidade tributária por sucessão empresarial abrange 
não apenas os tributos, como também as multas moratórias ou punitivas. 
Súmula nº 554, STJ: na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os 
tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos 
até a data da sucessão. 
 
Sugestão de Estudo Complementar (Anexo) 
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/01/sc3bamula-554-stj.pdf 
 
Obs.: o estudo da súmula comentada permitirá um estudo sobre o tema responsabilidade por sucessão, não deixe de 
ler o material em anexo! 
 
Exceção: 
 
§1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. 
 
§2º Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: 
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo 
devedor falido ou em recuperação judicial; 
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/01/sc3bamula-554-stj.pdf
 
 
 
 
32 
32 
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do 
devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III – 
identificado como agente do falido ou do devedorem recuperação judicial com o objetivo 
de fraudar a sucessão tributária. 
§3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade 
produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo 
prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o 
pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. 
 
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal 
pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas 
omissões de que forem responsáveis: 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os 
atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de 
caráter moratório. 
 
➔ Responsabilidade de Terceiros 
➔ Classificação: Responsabilidade por Transferência 
 Responsabilidade de Terceiros 
 Responsabilidade Solidária (prevalece em questões objetivas de concursos) 
➔ Contexto: Escola de pessoas que têm dever de zelo para com o patrimônio do devedor principal 
 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, 
contrato social ou estatutos: 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; (art. 134, I ao VII, CTN) 
CUIDADO - a depender da ocorrência ou não do dolo (excesso de poderes ou infração de lei), a responsabilidade 
será alterada. Exemplo: 
 
 TUTOR age sem solo → art. 134, II → responsabilidade “solidária” 
 TUTOR age com dolo→ art. 135, I → responsabilidade pessoal 
 
 Isso vale para os demais incisos do artigo 134, CTN. 
 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
 
- Ver art. 137, III, “b”, CTN (a responsabilidade é pessoal do agente quanto às infrações que decorrem direta e 
exclusivamente de dolo específico dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes 
ou empregadores); 
E, ainda, de modo conjugado: 
 
 
 
 
33 
33 
- Ver art. 1.117, parágrafo único, CC (os prepostos, no exercício de suas funções, são pessoalmente responsáveis, 
perante os preponentes, pelos atos culposos, e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos 
dolosos). Portanto: não existindo conflito entre as regras citadas, o preposto responde pessoalmente pelos tributos 
cujos fatos geradores decorreram exclusivamente do excesso de poderes ou infração de lei, contrato ou estatuto. 
OBS: o tema foi cobrado em teste FCC/AFTE/SP – 2009. 
 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado 
 
CUIDADO – Prevê a responsabilidade pessoal de “sócios”, embora o termo não tenha sido usado no dispositivo. A 
doutrina e a jurisprudência entendem que será alcançado apenas o sócio que administra a sociedade com poderes 
diretivos de gestão. 
E outro detalhe: o dolo é fundamental. 
 
 Excesso de poderes Infração de lei 
 
- Mas a simples falta de pagamento, por si só, indica o dolo tradutor da expressão “ infração à lei”, constante do 
caput do art. 135 do CTN? 
Resposta: Para o STJ, não. O ato de não pagar é mora, podendo ou não representar o dolo. 
 
A jurisprudência do STJ tem acolhido como inequívocos exemplos de “infração à lei”: 
(I) Empregador que desconta o IRRF ou contribuição previdenciária e não os recolhe ao Erário (além de ser 
apropriação indébita). 
(II) A dissolução irregular da sociedade, deixando débitos tributários pendentes e nenhum patrimônio para 
garantir seu pagamento. 
 
Súmula nº 430, STJ: o inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade 
solidária do sócio-gerente. 
 
Súmula nº 435, STJ: presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio 
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-
gerente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
34 
DIREITO TRIBUTÁRIO II 
 
Conteúdo 04: Exclusão do Crédito Tributário 
 
4. Exclusão do Crédito Tributário 
Segundo Ricardo Alexandre (Manual de Direito Tributário) excluir o crédito tributário significa impedir a 
sua constituição. Trata-se de situações em que, não obstante a ocorrência do fato gerador e o consequente 
nascimento da obrigação tributária, não pode haver lançamento, de forma que não surgirá crédito tributário, não 
existindo, portanto, obrigação de pagamento. 
Esquematizando 1 
 
Esquematizando 2 
 
Conforme se pode observar da figura, em virtude da exclusão, o crédito tributário sequer surgirá, havendo sua 
exclusão antecipadamente. 
Nessa esteira, são hipóteses que excluem o crédito tributário a isenção e a anistia. 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou 
dela consequente. 
 
OBS: extinção não se confunde com exclusão! Exclusão e suspensão será visto na próxima aula. 
 
 
 
 
35 
35 
Portanto, o Crédito Tributário pode ser suspenso, extinto ou excluído. Por exemplo: se o tributo é parcelado, 
haverá a suspensão do CT; se o tributo é pago, haverá a extinção do CT; por fim, se o tributo é isento, haverá a 
exclusão do CT. 
 
Esquematizando 
 
 
SUSPENSÃO EXTINÇÃO EXCLUSÃO 
Art. 151, CTN Art. 156, CTN Art. 175, CTN 
6 incisos 11 incisos 2 incisos 
Causas Suspensivas Causas Extintivas Causas Excludentes 
Lei (art. 97, VI, CTN) Lei (art. 97, VI, CTN) Lei (art. 97, VI, CTN) 
As OT acessórias 
permanecem (art. 151, 
parágrafo único, CTN) 
 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
As OT acessórias 
permanecem (art. 175, 
parágrafo único, CTN) 
Interpretação Literal (art. 
111, I, CTN) 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Interpretação Literal (art. 
111, I, CTN) 
Parcelamento, etc. Pagamento, etc. Isenção e Anistia 
 
 
Inicialmente, cumpre destacarmos que as causas suspensivas, causas extintivas e as causas excludentes do 
crédito tributário dependente de lei, é o que se pode extrair da redação do art. 97,VI do CTN. É matéria que se 
submete a reserva legal. 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa 
ou redução de penalidades. 
 
Nos moldes do art. 175 do CTN, temos duas causas que excluem o crédito tributário: 
1) Isenção (arts. 176 a 179, CTN); 
Segundo ensina Ricardo Alexandre (Manual de Direito Tributário Esquematizado) isenção é a dispensa legal do 
pagamento do tributo devido. Segundo a tese que prevaleceu no Judiciário, a isenção não é causa de não incidência 
tributária, pois, mesmo com a isenção, os fatos geradores continuam a ocorrer, gerando as respectivas obrigações 
tributárias, sendo apenas excluída a etapa do lançamento e, por conseguinte, a constituição do crédito. 
2) Anistia (arts. 180 a 182, CTN). 
Anistia é o perdão legal de infrações, tendo como consequência a proibição de que sejam lançadas as respectivas 
penalidades pecuniárias (Ricardo Alexandre). 
Obs.1: A isenção é para tributo, enquanto que a anistia é para multa (proibição de que seja lançadapenalidade 
pecuniária). Em ambas, atingem a obrigação principal, permanecendo-se inalteradas as obrigações acessórias. 
 
 
 
 
36 
36 
Obs.2: a causa de exclusão do crédito tributário deve ser interpretada de maneira literal. 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 
Conforme se pode observar, o CTN previu algumas situações em que a legislação tributária deve ser interpretada 
literalmente, ou seja, não há que se falar em interpretação extensiva. E o que é a interpretação literal? é a 
interpretação que se baseia nas palavras. O interprete se limita ao teor do texto. 
→Pontos em comum entre ISENÇÃO e ANISTIA: 
I) São institutos jurídicos de desoneração ($) 
II) Ambas dependem de lei (específica): submete-se a reserva legal – Art. 97,VI CTN. 
III) A lei, em tela, será a “específica” (art. 150, §6º, CF). Isso traz segurança jurídica: evitar favoritismos 
fiscais. 
Lei Específica? 
• Aquela que trata do benefício 
• Aquela que trata do tributo 
 
Art. 150. § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule 
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
*Isenção de ICMS não acontece por meio de lei específica, mas por meio dos chamados 
“convênios”. Os referidos convênios serão ratificados pelo Decreto-Legislativo. 
 
Dessa forma, contemplamos que não se admite lei isentante geral, devendo a norma ou tratar apenas de isenção, ou 
versar sobre um imposto de maneira específica. 
Observação: as isenções de ICMS são veiculadas por CONVÊNIOS interestaduais, celebrados no âmbito do 
CONFAZ (Conselho de Política Fazendária). Os representantes dos Estados-membros para a deliberação acerca 
desse benefício, no tocante ao ICMS. Em tese, tais convênios precisariam ser ratificados por decreto legislativo, mas 
não é o que ocorre. 
Corroborando ao exposto, propõe Eduardo Sabbag (Manual de Direito Tributário), não se perca de vista que as 
isenções de ICMS fogem, em princípio, à regra da legalidade anteriormente celebrada, conforme dicção do art. 
155, § 2º, XII, “g” c/c o art. 150, § 6º, parte final, ambos da Carta Magna, na medida em que os Estados e o Distrito 
Federal, pretendendo conceder isenções afetas a esse imposto, deverão, previamente, firmar convênios entre si, 
 
 
 
 
37 
37 
celebrados no âmbito do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ –, órgão com representantes de 
cada Estado e do Distrito Federal, indicados pelo respectivo Chefe do Executivo. Portanto, “a isenção, quanto ao 
ICMS, deve ser precedida de Convênio entre os Estados, e não pelo legislador ordinário estadual”. 
IV) Se atingem o ato de pagar, significa dizer que a isenção e a anistia afetam a obrigação tributária 
principal, permanecendo inalteradas as obrigações tributárias acessórias (art. 175, parágrafo único, 
CTN) 
Exemplo: transporte de mercadoria isenta de ICMS – sem pagamento do ICMS, mas devendo estar 
acompanhada de Nota Fiscal (OT acessória). Veja que a máxima “o acessório segue o principal” não se 
aplica aqui. 
 
V) Ambas, para o STF, inibem o lançamento: 
HI → FG → OT lançamento → CT (..) 
 
 
 Isenção e Anistia 
 
 
Note que, na isenção/anistia, acaba se realizando o FG, fazendo-se surgir a OT, despontando-se o sujeito passivo, 
entretanto, não se vê constituído o crédito tributário pelo lançamento. Na visão do STF, a isenção e a anistia são 
causas obstativas ou inibitórias do lançamento (visão do STF). 
VI) Interpretação literal 
Art. 111, I, CTN: a necessidade de chamada “interpretação literal” para as causas de suspensão e exclusão 
do CT. Desse modo, onde se aplica a interpretação literal, não haverá espaço para os métodos de 
integração da legislação tributária (art. 108, I a IV, CTN), por exemplo, a analogia ou equidade. Daí o 
nosso macete: “Onde cabe o 111, não entra o 108”. 
Esquematizando 
 
Art. 111, CTN Art. 108, CTN 
3 incisos 4 incisos 
→Casos de interpretação literal 
 
1. Suspensão e exclusão do CT 
2. Outorga de isenção 
3. Dispensa do cumprimento de OT 
acessória 
→Métodos de integração da legislação 
tributária 
1. Analogia 
2. Princípios gerais do direito 
tributário 
3. Princípios gerais do direito público 
4. Equidade 
(ver art. 108, §§1º e 2º, CTN) 
 
MACETE: onde cabe o 111, não entra o 108. Onde há intepretação literal nunca poderá ser usado um recurso 
integrativo. 
 
 
 
 
 
38 
38 
E o que disciplina o art. 108 do CTN? Contempla os métodos de integração da legislação tributária. Vejamos. 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a 
legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
IV - a eqüidade. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em 
lei. 
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
 
Esquematizando 
 
 
 
 
 
O art. 108, do CTN, disciplina quatro modalidades de integração da legislação tributária, utilizadas pelo aplicador 
para suprir determinada lacuna que não foi prevista pelo legislador. 
Cumpre destacar, que há uma hierarquização dos métodos, devendo observar a sequencia acima apresentada. 
Obs.1: A analogia nunca poderá ser utilizada para criar tributo. 
Obs.2: A equidade nunca poderá ser utilizada para dispensar tributo. 
 
Art. 108. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei. 
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
 
Obs.3: Onde cabe interpretação literal não haverá espaço para método integrativo. 
 
1) ISENÇÃO 
 
É um instituto desonerativo de tributo por questões sociopolíticas. Exemplo: isenção de ICMS para aqueles 
que detêm enfermidades graves, etc. 
Do ponto de vista do conceito de isenção, a doutrina mais moderna costuma associar o instituto a uma 
norma de exceção à regra da incidência tributária (a norma isentiva incide para que a norma da tributação não incida). 
 
 
 
 
39 
39 
Por outro lado, o STF, a par da corrente clássica, vê a isenção como uma dispensa legal do tributo. As propostas 
conceituais, na divergência, provocam conclusões relevantes. 
STF: A ISENÇÃO consiste na dispensa legal do pagamento do tributo. Assim o ente político tem competência 
para instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por dispensar o pagamento em determinadas situações. 
 Em outras palavras, na concepção mais moderna, a isenção seria uma norma de não incidência tributária, 
localizando-se em um momento “anterior” à cronologia da nossa “linha do tempo”. 
Já na retrocitada concepção adotada pelo STF – ou seja, a isenção aparecendo como dispensa legal do 
tributo e inibindo o lançamento -, haveria o FG, a OT, a sujeição passiva, só não ocorrendo o plano da exigibilidade 
própria do lançamento. 
 
✓ Já caiu: 
CESPE/2016: Situação hipotética: Mesmo ocorrendo o fato gerador de obrigação tributária, o Estado, por meio de 
lei, exclui a possibilidade de se exigir o pagamento do crédito tributário relativo a tal obrigação. Assertiva: Essa 
situação configura hipótese de isenção de tributo. Correto. A isenção é hipótese de exclusão do crédito tributário e 
deve ser feito por meio de lei. 
 
- Para além do conceito: 
Não confunda isenção com imunidade! A norma de imunidade está prevista na CF, enquanto a norma de 
isenção está prevista na

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