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Processo Civil II Do processo de conhecimento Processo: instrumento jurídico formado por um encadeamento de atos processuais. Aplicação do direito material e garantia da obtenção de prestação jurisdicional. São eles: (a) Processo de conhecimento – Parte especial Livro I CPC (b) Processo de execução (c) Processo cautelar (tutelas provisórias). x Procedimento (rito): forma através da qual os atos processuais estão encadeados (organizados) no tempo e no espaço. Estão estabelecidos em lei e, caso descumpridos, podem resultar na invalidade do processo. São eles: (a) Procedimento comum (arts 318 a 538 CPC) (b) Procedimento especial (arts 539 a 770 CPC) (c) Procedimento de execução • Negócios jurídicos processuais (convenções processuais/ negócio processual atípico): as partes podem regular o procedimento judicial da forma que julgarem mais adequada à satisfação dos respectivos interesses. Exceção: fere princípios, convenciona sobre atos do juiz. Art 190 CPC: “Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo”. Art 190 PU CPC: “De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade”. • Improcedência liminar do pedido: Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do STF ou do STJ; II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de STJ sobre direito local. § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. • Audiência de conciliação e de mediação: ➔ A audiência ocorre antes da defesa do réu. CPC Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4o A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. P e ti ç ã o I n ic ia l Prosseguimento Emendar Prosseguimento Indeferimento da PI (art330): - Extinção sem resolução do mérito (decisão interlocutória) - Coisa julgada formal - Vício na petição Improcedência liminar do pedido (art332): - Extinção com resolução do mérito (decisão final) - Coisa julgada material e formal - Parte não tem o direito § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença >> resolve o mérito. • Da resposta do réu: Citação: convoca o réu ou o interessado para integrar a relação processual. Após o ato citatório, o réu terá ciência do processo contra si e poderá, se assim quiser, apresentar sua resposta ao pedido formulado pelo autor. CPC Art 238: “Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual”. Defesa do réu: Garantia constitucional processual: assegura o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. (1) Contestação: ➔ Principal defesa do réu. ➔ O réu deverá apresentar todas as possíveis matérias de defesa. ➔ É um ônus (≠ dever) do réu. Ele tem a faculdade de apresentar a contestação, sob pena de ser declarado revel e assumir as consequências pela sua inércia. CPC Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. (a) Defesas processuais: vício formal do processo – preliminar de contestação CPC Art 337: “Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:” Próprias (peremptórias): caso acolhidas pelo juiz, causam a extinção do processo sem resolução do mérito. Impróprias (dilatórias): caso acolhidas pelo juiz, não extinguem o processo, apenas dilatam o transcurso do mesmo. IV - inépcia da petição inicial (art 330,§1º) I - inexistência ou nulidade da citação: relevância para efeitos retroativos (refazer). V – perempção: abandono de causa por 3x. VI – litispendência: repete ação em curso. VII - coisa julgada: repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. Ação é idêntica: possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. II - incompetência absoluta e relativa: remete para o juízo competente. III - incorreção do valor da causa (CPC art 292): corrigido de ofício pelo juiz ou a pedido do réu na preliminar da contestação sob pena de preclusão. OBS: A exceção de suspeição e impedimento do juiz não é arguida na contestação, pois além do autor também ter esse direito, o prazo começa a contar a partir do conhecimento do fato e não da contestação. Defesa do réu Contestação Reconvenção CPC Art 485: “O juiz não resolverá o mérito quando: V- reconhecer a existência de perempção, litispendência ou de coisa julgada”. VIII – conexão (CPC art 55): aquelas que possuem mesmo pedido ou causa de pedir. Evita decisões conflitantes e garante a economia processual. Além disso, é causa de modificação de competência, reunindo as duas causas no juízo prevento. X - convenção de arbitragem: é estabelecida em contrato. Caso o autor vá ao judiciário e o réu contestar, extingue a ação. § 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização:*Potencialmente peremptória. CPC Art 76: “Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício”. §1º: “Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor”. XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual: - Legitimidade: a pessoa só pode postular direito próprio. Dividida em ativa (autor) e passiva (réu). - Interesse processual: a ação deve ser necessária e adequada. Obs: carência da ação é quando não há legitimidade e interesse processual. XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar: *Potencialmente peremptória Exemplo: Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento. XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça: o ônus de provar é do réu. Se for acolhida, caça-se a gratuidade e determina-se o recolhimento das custas processuais § 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo → autonomia privada. Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório. Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. § 2º No prazo de 15 dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. (b) Defesas de mérito: discute questões de fato e de direito. Direta Indireta O réu nega o fato constitutivo do direito do autor. O réu concorda total ou parcialmente, mas traz um fato novo modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor. * prescrição e decadência. ➔ Princípio da eventualidade (concentração da defesa): todas as matérias defensivas deverão ser apresentadas na contestação sob pena de preclusão – vedação ao fracionamento da defesa. Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Exceção: não há preclusão. Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I - relativas a direito ou a fato superveniente; II - competir ao juiz conhecer delas de ofício (matérias de ordem pública); III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. ➔ Ônus da impugnação específica dos fatos: vedada a contestação por negativa geral/genérica (“impugno tudo o que foi dito pelo autor”), sob pena de presumir-se as verdadeiras. Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: I - não for admissível, a seu respeito, a confissão (incapaz ou direito indisponível); II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato (documento obrigatório para a ação); III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. (2) Reconvenção: ➔ Não é defesa, mas o exercício do direito de ação (“contra-ataque”). ➔ 1 processo + 2 demandas + 1 sentença → gera a ampliação objetiva da demanda, já que a sentença não está somente limitada aos pedidos do autor, mas também, aos do réu. ➔ Apesar de ser formulada dentro da contestação, as duas são independentes e autônomas. Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa (correlação) com a ação principal ou com o fundamento da defesa. § 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias → contestação/resposta do autor. § 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção. § 3o A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. § 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro. § 5o Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual. Legitimidade extraordinária: a lei autoriza terceiros postularem, em nome próprio, direito de outrem. Na reconvenção, o autor continua sendo o substituto processual. § 6o O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação. (3) Revelia: ausência de contestação no prazo e na forma da lei. Não viola o princípio do contraditório. (a) Efeitos: ➔ Materiais: presunção de veracidade da matéria fática alegada pelo autor na petição inicial. Trata-se de uma presunção relativa contra a qual é possível a produção de provas. CPC Art 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. OBS: A revelia desobriga o autor de provar o fato. OBS: A revelia não induz a procedência do pedido do autor, pois ela incide sobre o fato, não sobre o direito material. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. ➔ Processuais: ✓ Julgamento antecipado do mérito: possibilidade de julgamento antecipado do processo. ✓ Prazos processuais: Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. OBS: O revel que tiver advogado constituídos nos autos, deverá ser intimado. ✓ Preclusão: o revel não poderá alegar direitos ou fatos, exceto se supervenientes, se envolver questões que podem ser conhecidas de ofício ou que haja expressa autorização legal para que sejam alegadas em outro momento (art 342 – revelia é ineficaz). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art344 • Providências preliminares, saneamento e julgamento conforme o estado do processo (1) Providências preliminares: constituem soluções eventualmente necessárias, as quais tem a finalidade de organizar o processo para que se tenha o julgamento antecipado ou a fase de instrução. Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará,conforme o caso, as providências preliminares constantes das seções deste Capítulo. (a) Especificação de provas: ➔ Não incidência dos efeitos da revelia: Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado. Se mesmo revel, estiver diante de situações que não implicam a revelia (art 345), não haverá incidência dos efeitos da revelia. Portanto, o juiz irá determinar o saneamento do processo, intimando as partes para especificação das provas. Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. Art 436. PU O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. Presunção relativa de veracidade das alegações do autor – a revelia não garante a vitória do autor, pois se o magistrado entender que, mesmo diante da revelia, não é caso de julgamento antecipado, poderá determinar a produção de provas a fim de ratificar as alegações do autor. Devido a isso, e como o réu revel poderá ingressar no processo qualquer que seja o momento do procedimento, recebendo-o na forma como estiver, poderá participar da fase instrutória. (b) Réplica: ➔ Fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor: Defesa direita: contestar – se contrapor diretamente aos pedidos formulados pelo autor. Defesa indireta: alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. ➔ Alegações do réu: Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova → questões preliminares. (c) Correção de irregularidades ou vícios do processo: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art344 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art337 Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. Sanadas: saneamento do processo e parte para a fase de instrução. Não sanadas: extingue o processo sem resolução do mérito. Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X (julgamento conforme o Estado do processo). Se o processo estiver regular e não tiver necessidade de se produzir provas, o juiz poderá, segundo o princípio da economia processual, realizar o julgamento conforme estado do processo. (2) Julgamento conforme o estado do processo (a) Extinção do processo: Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. ➔ Extinção sem resolução do mérito: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. ➔ Extinção com resolução do mérito (art 847): ✓ Prescrição e decadência (de ofício ou a requerimento) ✓ Realização (homologação) de acordo, reconhecimento do pedido formulado na ação ou reconvenção ou renuncia à pretensão formulada na ação ou reconvenção. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art485 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art487ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art487ii Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento → extinção parcial. (b) Julgamento antecipado do mérito: Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. OBS: Julgamento parcial do mérito Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. (c) Saneamento e organização do processo: não ocorrendo nenhuma hipótese de extinção ou julgamento antecipado, o juiz inicia a fase de saneamento do processo. Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art344 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art349 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art355 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art373 IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. § 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. § 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivorol de testemunhas. § 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. § 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. § 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. § 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. • Direito Probatório: Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. ➔ Prova: é dever das partes colaborar para demonstrar ao juiz a existência de um fato. ➔ Objeto da prova: provar a existência de um fato. Exceção >> provar existência de um direito alegado Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. ➔ Destinatário da prova: juiz Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art465 Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento >> princípio do convencimento motivado. Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial. ➔ Prova emprestada: a prova produzida em um processo que é reaproveitada por outro. Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. ➔ Dispensa da produção de provas: Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I – notórios (de conhecimento público); II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III - admitidos no processo como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade (documentos com escritura pública tem presunção de veracidade) ➔ Dever de colaboração: as partes devem apresentar todas as provas necessárias para provar suas afirmações e, diante de solicitação, apresentará os documentos necessários, mesmo que sejam prejudiciais a sua defesa. Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade. Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte: ROL EXEMPLIFICATIVO I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária; III - praticar o ato que lhe for determinado. Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa: I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento; II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder. Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias. ➔ Prova ilícita: *exceções a proibição da CF/88 >> Ilicitude na constituição da prova (direito material): ponderação entre o direito fundamental tutelado e a ilicitude praticada. >> Ilicitude na prova (direito processual): por não violar direito fundamental, pode ser sanado pelo juiz no caso concreto. ➔ Ônus da prova: REGRA GERAL >> DISTRIBUIÇÃO ESTÁTICA Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. EXCEÇÕES >> DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA >> de ofício ou a requerimento da parte § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. EXCEÇÕES >> DISTRIBUIÇÃO POR NEGÓCIO PROCESSUAL § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. ➔ Produção antecipada de prova: ocorre nos casos em que a espera do momento processual adequado pode inviabilizar a produção de determinada prova em razão do decurso do tempo. ➔ Prova em espécie: rol exemplificativo e não há nenhuma hierarquia entre elas. (1) Ata notarial: a existência de um fato, ou seu modo de existir, pode ser atestada por um tabelião, que possui fé pública. (2) Depoimento pessoal: em regra ocorre na AIJ e é o depoimento de uma parte requerido pela parte contrária com o objetivo de esclarecer os fatos da causa ou buscar uma confissão. Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos (não responde por pena em confesso): I - criminosos ou torpes que lhe forem imputados; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível; IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família. (3) Confissão: admissão acerca da ocorrência do fato e não de suas consequências judiciais (reconhecimento do pedido). Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário >> juiz poderá julgar antecipadamente o mérito de forma total ou parcial. ≠ Interrogatório >> juiz busca mais informações sobre o tema debatido. Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes >> é um ato unilateral. Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens. Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis. § 1o A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. § 2o A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado. Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.(4) Exibição de documento ou coisa: cabível nos casos em que a prova documental essencial para a solução do conflito estiver em poder da parte contrária ou de terceiros dificultando sua produção pela parte contrária. Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder (também pode ser a requerimento da parte interessada). Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se: I - o requerido tiver obrigação legal de exibir; II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova; III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão. Confissão Judicial Espontânea: réu não impugna especificadamente os fatos articulados pelo autor Provocada: decorre do depoimento pessoal Extrajudicial: pode ser escrita ou oral (efeito nos casos em que a lei não exija prova literal) Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se: I - concernente a negócios da própria vida da família; II - sua apresentação puder violar dever de honra; III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo; V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição. (5) Prova documental: qualquer material que contenha registro de um fato. (a) Público (fé pública) ou Particular (produzido por uma das partes ou ambas) (b) Autêntico (sabe quem produziu) ou Não Autêntico (c) Material (confeccionou o documento = autor do conteúdo) ou Intelectual (6) Arguição de falsidade: Art. 427. Cessa a fé do documento público ou particular sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade. Parágrafo único. A falsidade consiste em: I - formar documento não verdadeiro; II - alterar documento verdadeiro. Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando: I - for impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua veracidade; II - assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo. Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento assinado com texto não escrito no todo ou em parte formá-lo ou completá-lo por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário. Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando: I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir; II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento. Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19. >> Questão incidental: matéria de defesa. Serve como fundamento para o juiz declarar a procedência ou não do pedido. Somente 1 julgamento. Não suspende o processo. >> Questão principal: ampliação do pedido do autor. Faz coisa julgada. 2 julgamentos. Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado. Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial. Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo. Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art19ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art19ii (7) Prova testemunhal: Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: I - já provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados. Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. § 1o São incapazes: Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos: I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem ser ouvidas na sede do juízo. Art. 450. O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o nome, a profissão, o estado civil, a idade, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas, o número de registro de identidade e o endereço completo da residência e do local de trabalho. Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4o e 5o do art. 357, a parte só pode substituir a testemunha: I - que falecer; II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor; III - que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada. Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. Regra geral: ônus do advogado da parte que arrolou. § 1o A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento. § 2o A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente da intimação de que trata o § 1o, presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição (perde o direito à prova). § 3o A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1o importa desistência da inquirição da testemunha. § 4o A intimação será feita pela via judicial quando: I - for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo; II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz; III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir; IV - a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; V - a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454. § 5o A testemunha que, intimada na forma do § 1o ou do § 4o, deixar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento. Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o depoimento das outras. Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as partes concordarem. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art357%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art454 Art. 457. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou confirmaráseus dados e informará se tem relações de parentesco com a parte ou interesse no objeto do processo. § 1o É lícito à parte contraditar (recusar) a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os fatos que lhe são imputados, provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até 3 (três), apresentadas no ato e inquiridas em separado. § 2o Sendo provados ou confessados os fatos a que se refere o § 1o, o juiz dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante. § 3o A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os motivos previstos neste Código, decidindo o juiz de plano após ouvidas as partes. (8) Prova pericial: ocorre quando a prova do fato depende de conhecimento técnico ou científico. Não vincula o juiz, pois ele deve avaliar as demais provas para embasar a sua decisão. Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. § 1o O juiz indeferirá a perícia quando: I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável. Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo. § 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito: I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; II - indicar assistente técnico; III - apresentar quesitos. § 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: I - proposta de honorários; II - currículo, com comprovação de especialização; III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais. § 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95. Art. 466. § 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. (9) Inspeção Judicial: cabível nos casos em que o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, identificar a necessidade de inspecionar pessoalmente pessoas ou coisas para esclarecer fatos da causa. Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa. Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos. Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando: I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; III - determinar a reconstituição dos fatos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art95 Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse para a causa. Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa. Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia. • Audiência de Instrução e Julgamento: ➔ É um ato solene complexo composto de várias etapas, cujo objetivo é a colheita de prova oral – depoimento testemunhal, esclarecimento do perito, ouvir partes e procuradores. ➔ Características: ✓ Publicidade ✓ Exercício do poder de polícia pelo juiz ✓ Una e contínua, sendo fracionada em casos excepcionais ✓ Oralidade ✓ Solenidade ➔ Atos na audiência: Atos preparatórios: ✓ Designação da audiência pelo juiz ✓ Prazo não superior a 15 dias para apresentar rol de testemunhas ✓ Depoimento pessoal: a parte que depõe deverá ser citada pessoalmente. Adiantamento: convenção das partes, motivo justificado de não comparecimento, atraso injustificado superior a 30 min. Antecipação: pode ser de ofício ou a requerimento, mas precisa da intimação dos advogados. Conciliação Instrução e julgamento: sequência ouvida preferencialmente: (1) perito, (2) no depoimento pessoal, o autor e em seguida o réu, (3) testemunhas. Documentação dos atos praticados na audiência ➔ 20 min para decisões finais prorrogáveis por mais 10 min, pode ser escrita (15 dias). ➔ Juiz sentencia. • Sentença: Despacho Decisão interlocutória Sentença Caráter não decisório Caráter decisório Caráter decisório São atos do juiz, irrecorríveis, que promovem o andamento do processo Não se livra do processo – sentença parcial FUNDAMENTO + FIM DO PROCESSO ➔ Elementos da sentença: Relatório: resumo das principais ocorrências processuais (fatos). Fundamentação: questões de fato e de direito relevantes para justificar a decisão. Dispositivo: conclusão decisória – decide todas as questões principais. ➔ Classificação da sentença: (a) Em relação ao seu conteúdo: ✓ Meramente declaratória: o pedido do autor tem o objetivo de comprovar a existência, inexistência ou modo de ser de algum fato. ✓ Constitutiva: criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. ✓ Condenatória: $$$ (b) Em relação a resolução do mérito: ✓ Terminativa: não resolve o mérito. ✓ Definitiva: resolve o mérito. ➔ Princípio da congruência (correlação/adstrição): em regra, a sentença do juiz deverá ser limitada aos pedidos do autor, não podendo conceder algo diverso ou superior. (a) Sentença extrapetita: concede algo diferente do que foi pedido. (b) Sentença ultrapetita: ultrapassa o que foi pedido. *pedidos genéricos: não tem um valor limite para o juiz fixar, não sendo sentença ultrapetita. (c) Sentença citrapetita (infrapetita): omissão em relação a um dos pedidos. ➔ Publicação e irretratabilidade: regra geral, após a publicação da sentença, a mesma torna-se irretratável/imodificável para garantir a segurança jurídica. Entretanto, existem situações expressas na lei que autorizam uma possível modificação, a saber: (a) Indeferimento da PI, caso o autor recorra; (b) Improcedência liminar do pedido, caso o autor recorra; (c) Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito, caso alguma parte recorra; (d) Para afastar contradição, omissão, obscuridade ou erro material. ➔ Remessa necessária: com o objetivo de maior proteção à Fazenda Pública, todas as sentenças que a condenarem deverão ser remetidas para apreciação da instância de 2º grau para revisão quando a Fazenda não oferecer recurso. • Coisa julgada: ➔ Decisão judicial que não cabe recurso. ➔ CJ Formal: produz efeitos dentro do processo em que se formou – todas as decisões. CJ Material: produz efeitos fora do processo em que se formou – imutabilidade para discutir o mesmo assunto em outro processo – decisões de mérito. ➔ Função negativa: impossibilidade de se rediscutir a mesma ação. ➔ Limites objetivos: o que faz coisa julgada é o dispositivo. ➔ Limites subjetivos: regra geral, a CJ tem efeito interpartes, mas, eventualmente, poderá beneficiar um terceiro, jamais prejudicar, já que tal medida feriria o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. ➔ Eficácia preclusiva: após o trânsito em julgado ocorre a preclusão máxima, tanto para defesa quanto para a pretensão do autor. Somente vícios graves e expressos na lei poderão ser alterados por ação rescisória. ➔ Relações continuadas: processos em que é possível revisões da coisa julgada para alterações jurídicas de fato e de direito. Ex: pensão alimentícia. ➔ Relativização: decisões nulas e que afrontam a CF não convalescem com o tempo. • Ação rescisória: ➔ Natureza jurídica: açãoautônoma com o objetivo de impugnar decisão judicial. ➔ Cabimento: rol taxativo. Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV - ofender a coisa julgada; V - violar manifestamente norma jurídica; VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. § 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado. § 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput , será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: I - nova propositura da demanda; ou II - admissibilidade do recurso correspondente. § 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão. § 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei. § 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. § 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica Decisões não impugnáveis por ação rescisória: Acordão proferido em Adin ou Adecon (STF); Acordão proferido em ADPF; Decisões proferidas em juizados especiais ➔ Legitimidade: Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória: I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - o terceiro juridicamente interessado; III - o Ministério Público: em casos que imponham a sua atuação. ➔ Competência originária dos tribunais de 2ª instância ➔ Prazo: prazo decadencial de 2 anos. ➔ Ação rescisória e a execução do julgamento: regra geral, não suspende. Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória. Caso concreto 1: Mario ajuizou ação indenizatória em face da Loja FREE MAGAZINE com o objetivo de obter reparação pelos danos decorrentes da aquisição de um condicionador de ar defeituoso. A demanda foi ajuizada perante a Vara Cível da Capital, pelo procedimento comum, onde o autor pretender obter indenização no valor de 20.000,00 (vinte mil reais). Após a citação, a empresa ré propôs a realização de um negócio processual atípico, reduzindo todos os prazos processuais para 05 dias e modificando a distribuição do ônus da prova, o que foi prontamente aceito pelo autor. O juiz indeferiu o negócio processual proposto pelas partes sob o fundamento de que viola o princípio da ampla defesa. Diante da situação INDAGA-SE: a) O juiz agiu de acordo com as regras do CPC acerca do procedimento comum? R: Em tese não. O PU art 190 CPC limita-se a atuação do juiz em sede de negócio processual. Dessa forma, o magistrado deverá limitar-se ao controle de validade das convenções, já que, diante do caso concreto, não é possível afirmar a existência de alguma nulidade, abusividade ou vulnerabilidade. b) A referida demanda poderia ter sido ajuizada nos Juizados Especiais Cíveis? R: Sim, uma vez que a causa não excede o valor de 40 salários mínimos, teto da competência dos juizados cíveis. Caso concreto 2: Pedro ingressou com uma ação indenizatória em face do Estado de Belo Horizonte pleiteando indenização no valor de R$200.000,00, por ter sido incluído, de forma fraudulenta, no quadro societário do Frigorífico Boi Bom. A referida fraude foi realizada na Junta Comercial do referido Estado e causou inúmeros transtornos ao autor. O juiz da 05ª Vara Fazendária, ao receber a inicial, constatou que existem vários julgados do STJ contrários aos interesses do autor e julgou improcedente liminarmente o pedido, antes mesmo de citar o réu. José, advogado de Pedro, diante da decisão procurou dois especialistas em Direito Processual Civil para obter um parecer sobre o caso. O primeiro especialista apresentou parecer favorável a interposição de recurso, pois a improcedência liminar viola o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (art. 5º, XXXV, da CF/88), inviabilizando o amplo acesso à justiça. O segundo especialista apresentou parecer no sentido de que embora haja a garantia constitucional da inafastabilidade da tutela jurisdicional, admite-se a limitação dessa garantia em algumas hipóteses definidas em lei sem que haja violação do texto constitucional. a) Considerando a divergência entre os especialistas, qual é o parecer mais adequado de acordo com a jurisprudência e a doutrina? R: O 2º especialista. A improcedência liminar do pedido tem por objetivo evitar o alongamento desnecessário do processo quando já se, desde logo, o desfecho, observando-se as hipóteses elencadas no CPC. b) Existe diferença entre Improcedência Liminar do Pedido e Indeferimento da Petição Inicial? R: Improcedência liminar do pedido: extinção com resolução do mérito + CJ formal e material Indeferimento da PI: extinção sem resolução do mérito + CJ formal Caso concreto 3: O Banco BMD ajuizou ação de cobrança em face de Antônio, pelo procedimento comum, sob o fundamento de que o réu não efetuou o pagamento da quantia de 15.000,00 referentes a um empréstimo realizado. Após a realização infrutífera da audiência de conciliação, Antônio pretende, através de seu advogado, alegar que: a) não reconhece a dívida vez que o empréstimo já foi quitado; b) a devolução em dobro do valor pago indevidamente, vez que o banco cobrou numero de parcelas maior do que o acordado e c) a incompetência territorial do juízo. Diante da situação acima indaga-se: a) Quais as modalidades de resposta do réu devem ser utilizadas pelo advogado do réu? R: Contestação: letra a (defesa de mérito indireta – fato novo extintivo do direito do autor) e letra c (preliminar processual dilatória) Reconvenção: letra b b) Caso o réu pretenda alegar sua ilegitimidade para a causa, como deve proceder? R: deverá alegar na preliminar da contestação e, caso tenha conhecimento, deverá indicar o sujeito passivo da relação jurídica, sob pena de arcar com as despesas processuais e indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. c) Quais os significados dos Princípios da Eventualidade e Ônus da Impugnação Específica para fins do momento processual dos artigos 335 e seguintes do CPC? R: Princípio da eventualidade ou concentração da defesa: todas as matérias defensivas deverão ser apresentadas na contestação sob pena de preclusão. Princípio do ônus da impugnação específica: vedada a contestação por negativa geral/genérica, sob pena de presumir-se verdadeiras as alegações. Caso concreto4: Marina realizou uma cirurgia de implante de silicone nos seios na Clínica de Estética Bem Viver. Após a cirurgia, Marina identificou que um seio ficou visivelmente maior que o outro. Frustrada com a situação em que foi submetida, a paciente promoveu uma ação indenizatória em face da referida Clínica pleiteando indenização por danos morais, estéticos e materiais. Embora tenha sido devidamente citada a Clínica não ofereceu a contestação, o que foi devidamente certificado pelo Cartório. O juiz decretou a revelia da ré. Diante dessa circunstância indaga-se: a) A revelia acarreta necessariamente a procedência do pedido do autor? R: Não, pois a revelia acarreta uma presunção relativa de veracidade, podendo o juiz chegar a conclusão diversa. Inclusive, poderá o réu produzir provas contrapostas a alegação do autor se estiver devidamente representado nos autos. b) Caso a ré apresentasse contestação admitindo o fato mas arguindo a prescrição, quais seriam as consequências processuais? R: Defesa de mérito indireta da contestação, sob pena de extinção do processo com resolução do mérito. Caso concreto 5: André ajuizou uma ação em face de Paulo para obter a rescisão contratual de determinado negócio jurídico firmado entre as partes. Na Petição Inicial André afirma que Paulo descumpriu três cláusulas contratuais distintas, causando danos materiais e morais e por tais razões, não mais deseja manter o vínculo contratual, requerendo ainda, além de seu desfazimento, o pagamento de multa contratual prevista em cláusula específica. Junta apenas documentos comprobatórios e afirma não necessitar de outros meios para sustentar o alegado. André devidamente citado oferece Contestação, onde reconhece o fato em que se funda a ação, mas aponta razões e fatos não informados por André para tentar justificar seu comportamento contratual em não cumprir o previsto em apenas uma das cláusulas citadas, não se manifestando sobre as demais suscitadas na Petição Inicial. Requereu ainda depoimento pessoal e de testemunhas que poderão confirmar os fatos por ele narrados. Após a certificação da tempestividade da defesa apresentada, os autos vão conclusos ao juiz. A partir do texto acima responda às seguintes questões: a) Caso o Juiz considere pertinente a defesa apresentada por Paulo será possível o julgamento antecipado do mérito? R: Não. Por ser defesa de mérito indireta, deverá o juiz abrir prazo para réplica do autor. b) Caso o Juiz entenda que existe fato incontroverso poderá haver julgamento antecipado parcial do mérito. R: Sim. O fato incontroverso é uma das hipóteses legais que permite o julgamento antecipado do mérito. Caso concreto 6: Max adquiriu um notebook, marca Optmus prime, com objetivo para preparar suas aulas de filosofia. No entanto, o computador, com apenas 03 semanas de uso, deu pane no sistema o que levou Max ajuizar a demanda em face do fabricante pleiteando a substituição do note mais indenização pelos transtornos sofridos, vez que não obteve sucesso nas tentativas de solucionar administrativamente o conflito. O juiz, na fase instrutória, distribuiu de forma dinâmica o ônus da prova determinando que o autor produza prova suficiente sobre o alegado na inicial. Diante dessa decisão indaga-se: a) O juiz agiu em conformidade com as regras sobre a distribuição do ônus da prova? R: Não, pois esse é um caso de ônus estático. b) Considerando a regra geral do ônus da prova, como ordinariamente deve ser distribuído o ônus? R: No ônus estático, incumbe ao autor comprovar fato constitutivo de seu direito e ao réu comprovar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. c) É possível a utilização de prova produzida em outro processo no caso acima? Quais os critérios para utilização dessa espécie de prova? R: Sim. É possível a prova emprestada, desde que observados o contraditório e ampla defesa. Caso concreto 7: Carla está desesperada e conversa com Dra. Suzana (sua advogada) que a principal testemunha de seu caso e que deverá comparecer em audiência de instrução futura ( mês seguinte) foi hospitalizada para passar por procedimento cirúrgico de alto risco em no máximo 3 (três) dias, conforme atestou o médico em documento próprio. Existe sério risco de morte, ou mesmo de vida com sequelas cerebrais diversas. O tempo de espera é apenas para os trâmites técnicos e administrativos para a cirurgia, pois se trata de evento futuro e certo. Dra. Suzana lamenta o ocorrido com Carla, mas informa que nada pode fazer, pois o CPC não prevê mais a medida cautelar existente no CPC/73, talvez no máximo peticionar nos autos informando do ocorrido e requerendo o adiamento da audiência para aguardar a melhor recuperação da testemunha enferma, ou mesmo conseguirem uma testemunha substituta. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a informação jurídica prestada pela Dra. Suzana ? R: Não, pois há a possibilidade de produção de provas antecipada em caso de risco de perecimento da prova. b) É possível que Atas Notariais possam atestar ou documentar a existência de fatos jurídicos materiais e servirem de meio probatório em Juízo ? R: Sim. Por meio dela, o tabelião atesta a existência ou modo de existir de algum fato. Caso concreto 8: A Administradora Joia Rara Ltda está em litígio com a empreiteira Obra Boa Ltda, contratada para reformar apartamento específico e não consegue se conformar com a decisão do juiz que indeferiu requerimento formulado por seu advogado para realização de prova pericial que comprovasse a má prestação dos serviços prestados, além da não prestação de outros. O juiz indeferiu o pleito, alegando já existir nos autos o requerimento tempestivo (e deferido) do advogado da Administradora Joia Rara sobre produção de provas (documental e testemunhal), não havendo agora, em outro momento processual, possibilidade de novo requerimento para meio probatório distinto. O advogado da Administradora Joia Rara Ltda discorda da posição do juiz e pretende recorrer da decisão de qualquer jeito, pois vislumbra violação legal e constitucional no caso. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a posição juiz em relação ao momento requerimento de produção de provas? R: O CPC autoriza a juntada de documentos novos no processo mesmo que já ultrapassada a fase probatória. b) Quais as diferenças entre prova pericial e inspeção judicial ? R: Prova pericial: exame, vistoria ou avaliação realizados por alguém que detenha conhecimento técnico necessário a interpretação de uma prova. Inspeção judicial: o próprio juiz terá o contato direto com pessoas e coisas para esclarecer a causa. Caso concreto 9: André e Lívio figuram respectivamente como autor e réu em ação de cumprimento contratual que tem como objeto a prestação de serviços de manutenção de aparelhos de ar condicionado. O contrato foi firmado pelas partes e vinha sendo cumprido normalmente, até que em determinado mês, sem nenhuma razão específica, Lívio deixou de realizar o serviço. Após realizar duas notificações, André optou pelo Poder Judiciário para tentar resolver seu problema. O advogado de André distribuiu a petição inicial com a opção de não realizar audiência de conciliação ou mediação. Após a citação e apresentação de defesa, o Juiz determina a realização de Audiência de Instrução e Julgamento e intima as partes envolvidas. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Considerando que a audiência a ser realizada tem por finalidade instruir e proporcionar condições técnicas para o julgamento do Juiz, é possível ainda haver espaço para a conciliação ou mediação? R: Sim. O juiz deverá, assim que aberta a AIJ, porpor a conciliação entre as partes, independentede tentativa anterior. Além disso, caberá ao juiz promover a qualquer tempo a autocomposição, já que trata-se de um direito potestativo e negocial das partes. b) O que significa dizer que a audiência de instrução e julgamento é una e indivisível ? R: Significa que, em regra, a AIJ deve ter início e fim no mesmo dia e somente será fracionada em hipóteses excepcionais. Caso concreto 10: Em ação de rescisão contratual, devolução de valores pagos e ainda indenização por danos morais movida por Júlio em face do Mercado Oferta Livre LTDA, a Juíza proferiu sentença onde julgou integralmente procedente o pedido autoral. Júlio questiona seu advogado a respeito da sentença, pois ao realizar a leitura em seu acompanhamento processual na internet, não entendeu o que seriam os termos fundamentação e dispositivo. Júlio também queria saber quais os efeitos práticos que a sentença teria no caso concreto dele. O advogado de Júlio respondeu que toda sentença tem como elementos ou partes obrigatórias: relatório, fundamentação e dispositivo. Questionou autor, por fim, se o juiz poderia alterar o conteúdo da sentença proferida, o que foi afirmado pelo advogado. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a informação prestada pelo advogado de Júlio ? R: Sim. Em relação aos elementos da sentença, o advogado esclareceu adequadamente quais são os essenciais, a saber: relatório, fundamentação e dispositivo. b) O juiz pode alterar o conteúdo da sentença após a sua publicação? Em quais hipóteses? R: Em regra geral, uma vez publicada a sentença essa torna-se irretratável, somente podendo ser alterada pelo juiz nas seguintes hipóteses: (1) De ofício para correção de erros materiais, inexatidões ou erros de cálculo; (2) Mediante embargos de declaração; (3) Mediante juízo de retratação após a apresentação de recurso em caso de sentença que não resolve o mérito, indeferimento da PI ou improcedência liminar do pedido. c) O caso acima admite reexame necessário? R: Não. O reexame necessário somente existe nos casos em que há condenação da Fazenda Pública. Caso concreto 12: Joana ingressou com uma ação de despejo em face de Laila alegando que a ré não efetuou o pagamento dos aluguéis referente ao imóvel localizado no centro de Minas Gerais. A ré contestou a demanda alegando que, em verdade, o imóvel estava em comodato razão pela qual não cabe o pedido de despejo. O juiz, antes de julgar a causa, apreciou a questão prejudicial concluindo pela inexistência de locação prevalecendo a tese da ré acerca do comodato. Ao final o juiz julgou improcedente o pedido da autora sob o fundamento de que inexiste contrato de locação que ampare sua pretensão. Ao saber da decisão Laila comemora com seu advogado e lhe pergunta se Joana pode promover nova ação de despejo com novos fundamentos. O advogado afirma que infelizmente a solução da questão prejudicial na fundamentação não faz coisa julgada, podendo a autora propor nova ação no futuro, conforme interpretação do art. 504 do CPC. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) Está correta a orientação do advogado ? R: Não. A questão prejudicial decidida expressa e incidentalmente no processo poderá fazer coisa julgada se observar os seguintes requisitos: (1) Que desta resolução dependa o julgamento do mérito; (2) Que tenha havido contraditório prévio e efetivo; (3) Que o juiz tenha competência para solucionar como questão principal a questão prejudicial. b) No caso acima ocorre coisa julgada material e formal? R: Como, no caso concreto, a sentença foi proferida com resolução do mérito, pode-se afirmar que houve coisa julgada formal, não poderá rediscutir o mesmo processo, e coisa julgada material, não poderá rediscutir num novo processo, tornando-se a decisão imutável. c) A coisa julgada, no presente caso, afetará terceiros que não participaram da relação processual? R: Em regra, a coisa julgada limita-se às partes, podendo, entretanto, beneficiar terceiro. Tal regra não é absoluta, já que nos casos de alienação de coisa litigiosa e nas ações coletivas a sentença poderá afetar negativamente terceiros. Caso concreto 13: Maurício vendeu seu carro para seu grande amigo Gilson pelo valor de R$15.000,00. Na ocasião Gilson se comprometeu a realizar a comunicação junto ao DETRAN e regularizar a propriedade do veículo. Passados 02 anos, Maurício é notificado para responder a um processo de suspensão do direito de dirigir em razão do excesso de multas referentes ao veículo vendido, que ainda estava em seu nome. Muito chateado com a situação e sem conseguir localizar seu amigo, Maurício propôs ação de obrigação de fazer em face de Gilson cujo objeto era a condenação do réu na obrigação de regularizar a propriedade do carro junto ao DETRAN. Após a instrução da causa, o juiz julgou procedente o pedido para determinar que o réu regularize a propriedade do veículo, no prazo de 20 dias, sob pena de multa diária de R$1.000,00. Após o término do prazo, sem o cumprimento da obrigação, o juiz, a requerimento do autor, aumenta a multa diária para R$2.000,00. O réu apresentou petição requerendo a reconsideração da decisão, pois, de acordo com o art. 502 do CPC, a coisa julgada torna imutável a decisão sendo incabível o aumento da multa diária após o trânsito em julgado. Diante do caso indaga-se: a) Esta correta a argumentação do réu? R: Não. A multa para cumprimento da obrigação tem por objetivo coagir o devedor a cumprir determinada obrigação ou deixar de fazer algo. Considerando a característica de tal multa, não haveria sentido a sua impossibilidade de modificação já que esta poderá se tornar insuficiente ou excessiva. Dessa forma, o CPC autorizou a modificação da multa fixada. b) Considerando a doutrina sobre o tema, qual é a distinção entre coisa julgada e preclusão? R: A coisa julgada engloba mais do que a eficácia preclusiva (perda da faculdade de praticar determinado ato processual), mas também garantir a segurança jurídica, impedindo que a matéria seja rediscutida em qualquer hipótese, dentro ou fora do processo em que se formou. Caso concreto 14: Temístocles ingressou com ação em face da empresa de Telefonia Fone Fácil S.A formulando declaratório de inexistência de relação jurídica combinado com condenação por danos materiais e morais. Segundo o autor, a ré teria realizado inscrição indevida de seu nome no cadastro de inadimplentes em razão de suposta dívida de contas pretéritas de titularidade do autor. Após contestação da ré, o juiz, não havendo mais necessidade de realização de mais provas, resolveu o caso com julgamento antecipado da lide, julgando procedente o pedido autoral e estipulando a indenização total no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais), entendo ser este valor suficiente para reparar os danos materiais e morais suscitados e provados nos autos. A decisão transitou em julgado e Temístocles inicia a fase de execução em face da agora executada, Telefonia Fone Fácil S.A. Em diligências internas na empresa, o advogado da Telefonia Fone Fácil S.A descobre que já havia uma decisão judicial transitada em julgado em face de Temístocles, envolvendo os mesmos fatos jurídicos suscitados na ação atual. Indignado, o advogado resolve ingressar com Ação Rescisória. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) É possível Ação Rescisória no presente caso ? R: Sim. O caso versão sobre evidente hipótese de violação da CJ, sendo admitida a ação rescisória que terá como objetivo a rescisão do 2º julgado. b) Qual o órgão competente para conhecer e julgar a Ação Rescisória. R: A competência é originária dos tribunais, sendo de responsabilidade de seus respectivos regimentos internos a regulamentação do procedimento. c)Quais são as consequências processuais nos casos em que a ação rescisória é proposta no juízo incompetente? R: O autor será intimado para adequar a sua PI e, posteriormente, os autos serão remetidos ao juízo competente. Caso concreto 15: Em Ação Rescisória proposta por Godofredo em face de Silas houve requerimento de concessão de tutela provisória, considerando que Godofredo alega que em razão da flagrante nulidade do julgamento anterior (violação manifesta de norma jurídica objeto de súmula de jurisprudência dominante do STF) e da fase em que se encontra a execução, é possível que seu bem imóvel seja levado à hasta pública, com demasiado perigo de dano irreparável ou mesmo de dificílima reparação. O relator admite a petição inicial e, incontinente, defere o requerimento de Godofredo para suspender a execução até a decisão final da Ação Rescisória. Silas inconformado, afirma que decisão antecipada do relator seria uma violação constitucional do contraditório e da ampla defesa, pelo que não se conformará com a decisão. Releia e interprete o texto acima para responder aos seguintes questionamentos: a) A Ação Rescisória poderia ser admitida no presente caso ? R: Em tese sim. O enunciado informa que o julgamento anterior violou manifestadamente norma jurídica, o que autorizaria o manejo da ação rescisória. b) Existe a possibilidade de concessão de tutela provisória em sede de Ação Rescisória. R: Sim. O CPC prevê a possibilidade da concessão de tutela provisória em ação rescisória, cujo objetivo será a suspensão dos efeitos da decisão de mérito rescindenda.
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