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TENS Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea. Estágio de Ortopedia. Universidade Municipal de São Caetano do Sul - USCS. Camila Martins Alves Karina M. G. Lorenzini TENS. É uma modalidade terapêutica que promove analgesia através da emissão de estímulos elétricos à pele (por meio de eletrodos posicionados nas áreas dolorosas ou próximas a elas) capazes de influenciar processos de neurocondução da dor. Seu mecanismo fisiológico de analgesia depende da modulação da corrente aplicada, é uma técnica simples e não invasiva. Parâmetros ajustáveis: Frequência (Hz). Tempo de duração do pulso (milisegundos/microsegundos). Intensidade/Amplitude (A). Tempo de aplicação. A TENS é uma corrente de baixa frequência, sequencial ou em trens de pulso, que apresenta uma forma de onda bifásica, simétrica ou assimétrica balanceada com uma semionda quadrada positiva e um pico negativo. F= 1000 P P= R+T A frequência de aplicação da TENS varia desde 1 a 150 Hz, situados dentro do espectro biológico de aplicação da eletroterapia de 1 a 250 Hz. Quanto à duração de pulso, esta varia de 20 a 250 ms. Parâmetros que combinam elevada frequência (80 a 150 Hz) e duração de pulso mais baixas (20 a 80 ms), permitem a estimulação de fibras nervosas altamente mielinizadas e de grande diâmetro, como as fibras A-b e A-alfa, desencadeando potenciais de ação repetidos. Por outro lado, frequências mais baixas (1 a 10 Hz) e durações de pulsos mais altas (100 a 250 ms) propiciam a estimulação de fibras do tipo A-delta e C. A TENS trabalha com quatro níveis de intensidades de estímulos: subsensório, sensório, motor, nociceptivo. O nível subsensório da TENS utiliza um período da carga elétrica de amplitude insuficiente para alcançar o limiar sensório e despolarizar os axônios dos nervos periféricos ou despolarizar a membrana muscular. O nível sensório é definido como a estimulação em ou acima do limiar sensitivo e abaixo do limiar motor e é primeiramente indicado para dor aguda e subaguda, mas também tem utilidade em condições crônicas. O nível motor de estimulação é usado primariamente para controle de dor não aguda. A amplitude da TENS é alta e o suficiente para produzir contração muscular visível. Tipos de dor. Dor aguda: Está relacionada a afecções traumáticas, infecciosas ou inflamatórias; há expectativa de desaparecimento após acura da lesão; a delimitação têmporo-espacial é precisa; há respostas neurovegetativas associadas (elevação da pressão arterial, taquicardia, taquipnéia, entre outras); ansiedade e agitação psicomotora são respostas frequentes e têm a função biológica de alertar o organismo sobre a agressão. Dor crônica: É aquela que persiste após o tempo razoável para a cura de uma lesão ou que está associada a processos patológicos crônicos, que causam dor contínua ou recorrente. Não tem mais a função biológica de alerta, geralmente não há respostas neurovegetativas associadas ao sintoma, é mal delimitada no tempo e no espaço e ansiedade e depressão são respostas frequentemente associadas ao quadro clinico. Fases F T Aguda 75 a 200Hz 10 a 100micro (0,01 a 0,1mili) Sub aguda 35 a 75Hz 100 a 250micro (0,1 a 0,25mili) Crônica Abaixo de 35Hz 100 a 250micro (0,1 a 0,25mili) O aparelho possui dois tipos de frequência: alta, que atua em nível sensorial, ativando o sistema de portão modulador da dor no nível da medula espinhal, e baixa, atuando a nível motor, através da liberação de betaendorfinas. TENS de baixa frequência (4Hz) e alta intensidade produz analgesia por meio da ativação de receptores de opioides, liberando substancias analgésicas endógenas pelo cérebro ou medula espinhal. TENS com frequência alta (acima de 100Hz) e baixa intensidade promove analgesia por meio do mecanismo da comporta da dor. De acordo com essa ultima teoria, a corrente elétrica ativa as fibras nervosas AB aferentes, que são mielinizadas, de grosso calibre e de condução rápida, inibindo no corno dorsal da medula na substancia gelatinosa a passagem dos estímulos dolorosos conduzidos pelas fibras A-delta e C, ambas de pequenos diâmetros, não mielinizadas e de conduta lenta. Classificada em quatro modalidades: convencional, acupuntura, em rajadas (burst) e breve-intensa. Convencional Burst Acupuntura Breve e Intenso Baixa Frequência F= 100Hz F= 100Hz com 2Hz de burst F= 10Hz F= 200Hz F= 20 a 30 Hz LP= 100ms LP= 50 a 200ms LP= 200ms LP= 200ms LP= 200ms CV CV CV CV CV Alta frequência e baixa intensidade Baixa frequência e alta intensidade Baixa frequência e alta intensidade Alta frequência e alta intensidade Baixa frequência e alta intensidade Dores agudas/ crônicas Dores crônicas/ agudas Dores crônicas Dores agudas e agudíssimas Dores crônicas A utilização da TENS em baixas frequências de 1 a 10Hz produz contração muscular e é aplicada em casos de dor crônica. Altas frequências entre 80 e 250Hz produzem sensação de vibração e são utilizadas em caso de dor aguda. “A TENS de baixa frequência e de alta intensidade estimula a glândula hipófise a liberar substâncias químicas que estimulam a produção de β - endorfinas que reduzem a dor” . Isso ocorre quando a glândula hipófise libera hormônio adrenocorticotrópico e β - lipotropina no sangue, provocando a liberação de β - endorfina, que se liga aos sítios dos receptores das fibras Aβ e C, impedindo a propagação da dor (STARKEY, 2001 ) . MODO EFEITOS CLÍNICOS E FISIOLÓGICOS Convencional Intensidade sensorial causando parestesia cutânea confortável sem contração muscular. Ativa o portão modulador da dor no nível da medula espinhal. Estimula as fibras de maior diâmetro (A-beta). Teoria do portão ou de controle da dor. Acupuntura ou Burst Contração muscular confortável. Estimula as fibras de menor diâmetro (A-delta). Liberação de neuromediadores endógenos e opióides. Breve-intenso Intensidade elevada, podendo provocar sensação desagradável. Efeitos analgésicos obtidos pela liberação de opióides endógenos, porem é rápido e bastante variável. Indicações. Dores pós-operatórias. Dores cervicais e cervicobraquialgias. Dores lombares e ciatalgia. Dor de cabeça, face e de ATM. Dores articulares, artrites, bursites, luxações e entorses. Dores musculares, contusões, miosites. Dores no coto de amputação e em membros fantasmas. Neuropatias. Contraindicações. Dor não diagnosticada. Marcapasso (ao menos que recomendado pelo cardiologista). Gestação - evite a aplicação durante os três primeiros meses, principalmente em regiões lombar e abdominal. Epilepsia. Sobre os olhos. Problemas Cardíacos – descompensados. Problemas Cognitivos. Neoplasias (local). Eletrodos. A área selecionada deve estar anatômica ou fisiologicamente relacionada a fonte de dor. A pele deve estar limpa e sem pelos para diminuir a resistência da pele. Os eletrodos devem estar bem fixados na área a ser tratada. Starkey (2001) - métodos de colocação dos eletrodos: Colocação direta sobre a pele - no local de dor ou ao redor, sendo os canais dispostos paralelamente; Colocação contígua - próximo ao local de dor , com os eletrodos paralelos ou perpendiculares ao centro da dor; Colocação em dermátomos - um eletrodo na raiz do nervo correspondente e o outro na terminação distal do dermátomo; Colocação no nível da medula espinhal - colocado paralelamente à coluna espinhal, entre os processos transversos; Referencias. Estudo da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) nível sensório para efeito de analgesia em pacientes com osteoartrose de joelho. Disponível em:<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-51502011000400007>. Acesso em: agosto 2020. Coleção Manuais da Fisioterapia em Eletrotermofototerapia. Editora Sanar – 1ed. Salvador BA. 2020.
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