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PROCESSOS GRUPAIS PRESENTES NO FILME DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA

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4
UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
PROCESSOS GRUPAIS PRESENTES NO FILME “DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA”
CAMPUS PARAÍSO
2018
PROCESSOS GRUPAIS PRESENTES NO FILME “DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA”
 (
Trabalho apresentado 
a
 disciplina de Processos Grupais do 7º semestre no curso de Psicologia da Universidade Paulista UNIP. 
)
CAMPUS PARAÍSO
2018
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO............................................................................. 4
2- DISCUSSÃO................................................................................. 5
3- ANÁLISE....................................................................................... 8
4- CONCLUSÃO............................................................................... 9
5- REFERÊNCIAS............................................................................. 10
 
01- INTRODUÇÃO
	O filme Doze Homens e Uma Sentença, Twelve Angry Men no original, é uma obra dramática cinematográfica estadunidense de 1957 que tem como enredo um júri composto por doze homens discutindo a sentença de um jovem porto-riquenho acusado de matar o próprio pai.
	A sentença deve ser unânime, ou seja, todos os doze jurados devem concordar se o réu é culpado ou inocente. Onze deles concordam em julgá-lo culpado, onde somente um jurado, Davis, duvida da culpa do jovem, não por acha-lo inocente, mas por não acreditar que existem provas o suficiente para condená-lo, propondo uma reavaliação da sentença.
	Com tal reavaliação, há uma sequência de revelações sobre cada jurado, tanto referente a história de vida quanto traços de personalidade, mostrando como a condenação fora concluída a partir de questões pessoais, assim como incoerências nos relatos das testemunhas. 
	Visa-se, a partir disso, relatar a problemática da relação grupal presente nos processos decisórios dos jurados no filme.
2- DISCUSSÃO
 ASSOCIAÇÃO A TEORIA DOS AUTORES KURT LEWIN, JACOB LEVY MORENO, PICHON RIVIÉRE E WILLIAN SCHUTZ.
	O precursor dos estudos de Processos Grupais fora Kurt Lewin, um Psicólogo alemão que trouxe o conceito de dinâmica de grupo, interessando-se nos estudos dos pequenos grupos.
	Através desses estudos, Lewin construiu a teoria de campo, onde tal campo é constituído pelo espaço de vida que é representado pelo indivíduo, por seu meio psicológico e por sua percepção do espaço.
	Em seu estudo com crianças, nota-se que membros de um grupo possuem dificuldades em aceitar líderes democráticos, atacando-os. No filme, era nítido a presença de figuras autoritárias, automaticamente gerando uma dinâmica de grupo autoritária, logo, tratando de forma repreensiva o único membro a discordar com a escolha da autoridade.
Lewin afirmou que as características fundamentais para a definição do grupo seriam a existência, a interdependência e a contemporaneidade, sendo estes o espaço de vida onde a integração da pessoa com o campo psicológico e sua percepção cria uma unidade que permite o sentimento de grupo; os momentos em que os sujeitos estão em uma situação de decisão e precisam estabelecer relações entre si para decidirem o veredicto do caso; e um aspecto vivenciado pelos jurados quando eles percebem seu espaço-tempo e se veem necessitados por agir para resolver sua demanda, respectivamente. 
Moreno fora um grande estudioso de relação grupais, tendo como seus principais conceitos o Psicodrama (o próprio indivíduo e os papéis que ele representa), o Sociodrama (quando o foco está no grupo e são abordados, preferencialmente, os papéis institucionais) e a Psicoterapia de Grupo (quando há a alternância de foco).
	 Dentro do contexto do Psicodrama há os seguintes papeis:
· Diretor: o protagonista que analisa o contexto e dirige a cena.
· Protagonista: quem desempenha um papel que questiona sua ação e emoção, atuando como um representante emocional do grupo. 
· Ego auxiliar: quem atua na cena como auxiliar do protagonista e observa todo o enredo dramático. 
· Público ou plateia.
No filme o diretor do grupo é representado por um dos jurados que, inicialmente, coordena as ações do grupo buscando dirigir o grupo durante a votação; o jurado Davis representa o papel de protagonista pois desempenhou a função de questionar as ações e dirigir a cena, enquanto os egos-auxiliares são todos os outros jurados presentes.
Duas técnicas em que se aplicam os papéis no Psicodrama são a inversão de papéis, fazendo um personagem colocar-se no lugar do outro e a interpolação de resistência, que é usada para desconstruir relações estereotipadas, inserindo um novo fato que da abertura a uma atuação diferente.
Ambas as técnicas estão presentes quando o jurado Davis usa de bons argumentos, pedindo para seus colegas se colocarem no lugar do acusado e quando o mesmo insere novas interpretações dos ocorridos, exigindo interpretações diferentes dos outros jurados; respectivamente.
Conforme a teoria de Pichon, o teórico cita que o grupo se constitui na relação com o outro e a relação do grupo envolve racionalidade e afetividade, não sendo uma relação puramente objetiva. 
O trabalho de grupos operativos é baseado no processo de inter-relações, onde todos fazem parte, cada um com seu papel e sua contribuição para a aprendizagem do outro. A circulação dos papéis possibilitando uma maior aprendizagem em interação entre os indivíduos. No filme, é reunido um grupo de jurados que tem um objetivo em comum, onde todos os integrantes expõem sua opinião de forma com que os outros constroem ideias baseadas no conhecimento de cada um. A tarefa ao mesmo tempo em que modifica a natureza, modifica o homem. Portanto, além de modificar a situação da sentença, mudou subjetividade de cada integrante em relação a seus julgamentos e ao olhar em relação ao acusado.
Na teoria de Pichon, a mudança do grupo operativo vai acontecer de forma gradativa aonde os integrantes do grupo vão assumindo posições frente a tarefa do grupo; assim como no filme, um dos integrantes do grupo tomou a frente para inocentar o menino e convencer os demais integrantes do grupo de que aquela visão era a certa, pois os outros integrantes estavam alienados em uma ideia de acusar o garoto sem fazer uma investigação a fundo.
Schutz, diz que os membros de um grupo não consentem em integrar-se, senão a partir do momento em que certas necessidades fundamentais são satisfeitas pelo grupo. Segundo o mesmo autor para Schutz essas necessidades são fundamentais porque todo ser humano, que faz parte de um grupo as experimenta, mesmo que em diferentes graus, porém, por outro lado, essas necessidades são interpessoais e somente em grupo e pelo grupo podem ser satisfeitas. 
São três as necessidades identificadas por Schutz: inclusão, controle e afeição. A primeira necessidade identificada, ao sujeito entrar no grupo, é a de inclusão, passando a seguir para a de controle e por último a necessidade de afeição. (Fritzen, 2005).
 
 
3- ANÁLISE
 Iniciando as discussões surge um líder que é o jurado numero 1, este organiza a fala de cada integrante. Em meio a 11 votos para condenar o garoto, surge um voto contra, este jurado se propôs a questionar a opinião de todos e instigar para que pensassem com reflexão sobre o caso, uma vez que em sua grande maioria, os integrantes do grupo buscam realizar a tarefa o mais rápido possível, sem muitas reflexões. A partir de seus argumentos ele faz com que aos poucos cada jurado vá concordando e refletindo sobre a ideia de inocência, então se torna um líder de mudança, que segundo um dos autores Pichon, é aquele que propõe levar o grupo a buscar novas soluções, enquanto o primeiro líder formal se afasta dessa posição.Um dos integrantes resiste a mudar seu voto até o final, este é identificado como o sabotador do grupo, pois todo tempo interfere e atrapalha para que os integrantes pensem nas mudanças, se importando apenas em concluir a tarefa. 
No momentoem que aparece um jurado com comentários preconceituosos e simplistas do caso, este se destaca como porta-voz, pois reflete o sentimento do grupo, já que vários integrantes possuem um discurso que corrobora com sua ideia, por exemplo, de que o garoto era pobre, havia crescido em um bairro periférico e por esse motivo, era criminoso. Reproduzindo então um conteúdo bastante vazio. 
À medida que o grupo vai refletindo sobre o caso, e ouvindo o que cada individuo tem a falar, eles criam um pensar coletivo que diminui possíveis ruídos e assim passam a superar as dificuldades iniciais do grupo, se tornando um grupo operativo. Surge então à tarefa implícita, que é como cada integrante vivencia as questões do grupo e os conflitos, para assim romper com estereotipias e o medo do pensar diferente. O grupo se auto regula e conclui a tarefa de forma produtiva, principalmente por provocar mudança a partir de uma reflexão que vai além do caso e assim como resultado vemos a aprendizagem por parte dos integrantes.
4- CONCLUSÃO
	A partir do que foi observado no filme, o grupo formado por 12 homens de diversas origens, idades, crenças e condições sociais, é designado a realizar uma tarefa explicita que possui um único objetivo final: decidir se o jovem em questão é culpado ou não pela morte do pai. Está decisão precisa ser unanime, mas também deve ser decidida com cautela, pois condena-lo como culpado o levará a pena de morte.
O homem é um ser social, nossa vida se dá em grupos e a família é o primeiro a qual somos inseridos, seguido então por ambientes como escola, trabalho, entre outros. A partir de então transitamos por diversos grupos em sociedade e estes estão em constante transformação, sendo esta realizada por meio da comunicação e interação dos membros inseridos nos mesmos. Fazer parte de um determinado grupo contribui para a formação da identidade do indivíduo. 
Conflitos gerados nos grupos são vistos de forma positiva, pois colocam em questão vivências individuais de cada integrante, trazendo a luz emoções profundas sentidas pelos sujeitos. É importante salientar que a externalização de questões de cada indivíduo gera uma empatia ou apatia do grupo pelo mesmo, que então procura refletir e promover mudanças. A questão passa de particular para ser compartilhada a fim de obter essa reflexão. Nossos comportamentos são formados em grupo, então para olhar o sujeito, devemos sempre observar seu contexto e sua história, pois muitas ideologias que organizam nossa vida são transmitidas a partir da experiência com o outro. 
O trabalho do psicólogo leva a pensar o grupo de uma forma colaborativa uma vez que há um objetivo em comum, a partir de quando os indivíduos cooperam entre si, a tarefa além de ser realizada é refletida. Há espaço para a construção de novos significados e ressignificação de questões já internalizadas. Sua atuação consiste em mediar situações, bem como observar a dinâmica que se desenvolve em cada grupo e atividade. Não podemos pensar os indivíduos fora de seus grupos e contexto. 
No mais, concluí que os grupos em suas mais diversas configurações se mostram uma ferramenta de promoção de conhecimento de si mesmo e do próximo, de realização de tarefas possuindo um objetivo comum que envolve um exercício de reflexão para promover significado aos indivíduos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, M. F. M. Dinâmica de Grupo: história, prática e vivências. Campinas: Editora Alínea, 2006.
MINICUCCI, A. Dinâmicas de Grupo: teorias e sistemas. São Paulo: Atlas, 2009.
MORENO, J. L. Quem Sobreviverá – Fundamentos de la Sociometria. Buenos Aires: Ed. Espanhola, Paidós, 1959
MORENO, J. L. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. São Paulo: Mestre Jou, 1974
MORENO, J. L. (1946) Psicodrama. Edição consultada: Psicodrama. São Paulo: Editora Cultrix: 1978. 
PICHON – RIVIERE, E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
OLIVEIRA, M.N. Lwin, Bion e Schutz: Um olhar a respeito de fases. 2011. Disponível em www.processosgrupais.com.br. Acesso em 10/05/2011.
DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA. Título original: “Twelve Angry Men”. Direção: Sidney Lumet. Produção/Distribuição: Fox/MGV. Elenco: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Ed Begley, E.G. Mrshall, Jack Warden, Martin Balsam, John Fiedler, Jack Klugman, Edward Binns, Joseph Sweeney, George Voskovec, Robert Webber. EUA. 1957. DVD. 96 min.

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