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Plantas Tóxicas Prof.ª Msc. Miciele Santos São todos os vegetais que, em contato com o organismo do homem ou de animais, ocasionam danos que se refletem na saúde e na vitalidade desses seres. PLANTAS TÓXICAS Todo vegetal é potencialmente tóxico Consiste em uma substância ou um conjunto delas, quimicamente bem definida, capaz de causar intoxicação, quando em contato com o organismo. O princípio tóxico ... Relacionados com a planta; Relacionados com o indivíduo. Fatores que determinam ou influenciam a toxicidade das plantas Condições ambientais: condições climáticas (temperatura, grau de umidade) - os períodos de seca prolongada favorecem o acúmulo de substâncias tóxicas, devido à diminuição do metabolismo - e solo (constituição do solo, pH, excesso ou falta de nutrientes), Parte da planta: em algumas plantas, há maior concentração do princípio tóxico em uma ou mais partes da planta. Ex.: Ricinus communis (Mamona) - sementes. Solubilidade do princípio ativo: a intoxicação pode ser precipitada pela ingestão de água. Ex.: Policourea marcgravii (erva de rato) - ácido monofluoracético. Relacionados com a planta... Idade: as crianças e os idosos são mais susceptíveis à intoxicação. Dose: quanto maior a dose maior a probabilidade das ocorrências de intoxicações. Condições de saúde: organismos debilitados são mais susceptíveis a intoxicações. Via de administração: muitas plantas de uso externo são tóxicas quando administradas por via oral. Ex.: Confrei (Synphytum officinale L.). Relacionados com a pessoa... Condições fisiológicas especiais: Hipersensibilidade; Gestação - plantas ditas como medicinais são abortivas ou podem causar mal ao feto. Ex.: Confrei (Synphytum officinale L.), Mussambê (Cleome heptaphilla), Capim Santo (Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf). Tempo de uso: quanto maior o tempo de uso, mas propenso está o usuário a ter problemas tóxicos. Relacionados com a pessoa... Distúrbios produzidos pelas plantas tóxicas 1- Distúrbios digestivos 3- Alergias Respiratórias 2- Distúrbios cutâneo-mucosos 4- Alucinações Distúrbios produzidos pelas plantas tóxicas Distúrbios digestivos Náuseas, vômitos, cólicas abdominais e diarreia. Os principais responsáveis por estes sintomas são: Proteínas tóxicas: Ricina da mamona (Ricinus comunis L). Solaninas*: presentes no gênero Solanum (Arrebento– cavalo, Jurubeba (Solanum paniculatum) e Erva-moura). *glicoalcalcaloide tóxico. É formado por um alcaloide, a solanidina e está presente em plantas da família Solanaceae, que inclui a batata, berinjela, tomate e pimentão. Distúrbios produzidos pelas plantas tóxicas Distúrbios cutâneo-mucosos Traumas mecânicos: Ex. Stipa sp – frutos espiculados perfuram a pele. Irritação química primária: seiva leitosa do Avelós (Euphorbia tirucalli) e Coroa de Cristo. Sensibilização alérgica: Ipê roxo e aroeira do sertão. Fotossensibilização: Plantas ricas em furanocumarinas: Arruda (Ruta graveolens) e Hipérico (Hypericum perforatum). Distúrbios nas mucosas, úlceras hemorrágicas e edema. Ex: Dieffenbachia picta Schott (comigo-ninguém-pode). Distúrbios produzidos pelas plantas tóxicas Alergias Respiratórias Rinite e asma alérgica. Ex: Ricinus comunis (Mamona). Jurema preta, angico, saia branca (Datura Stramonium) e coca (Erythroxylum coca). Alucinações Tipos de intoxicação com Plantas Intoxicação Aguda: quase sempre por ingestão acidental da planta inteira ou de partes. Sua incidência é preponderante no grupo pediátrico. Intoxicação Crônica: Ingestão continuada: A ingestão continuada de certas espécies vegetais provoca distúrbios clínicos, muitas vezes complexos e graves. Ex: Cirrose hepática provocada pelo hábito de ingerir Crotalária. Exposição Crônica: Evidenciada particularmente por manifestações cutâneas em virtude do contato sistemático com vegetais, verificado com maior frequência em atividades industriais ou agrícolas. Utilização continuada de certas espécies vegetais: na forma de pós para inalação, fumos ou infusões, visando a experimentar efeitos alucinógenos e entorpecentes. Regras básicas de prevenção no contato com plantas Conhecer as plantas perigosas da região, da casa e do quintal: aspecto e nome; Conservar plantas, sementes, frutos e longe do alcance de crianças pequenas; Ensinar as crianças, o mais cedo possível, a não pôr na boca plantas ou suas partes e a não utilizá-las como brinquedo, alertando-as sobre os perigos em potencial das plantas tóxicas; Tomar cuidado com plantas que, ao serem cortadas, liberam látex, pois frequentemente provocam forte irritação na pele; Identificar as plantas antes de comer seus frutos. Ter atenção especial quanto às plantas frutíferas selvagens; Não utilizar cogumelos desconhecidos como alimentos; Não confiar em animais ou pássaros para saber se uma planta é tóxica; Lembrar que nem sempre o aquecimento ou cozimento destrói a substância tóxica; Regras básicas de prevenção no contato com plantas Evitar plantar em jardins ou colocar em casa plantas que podem causar envenenamento. Antes de trazer plantas para o ambiente, procurar informação sobre a sua possível toxicidade; Não fazer nem tomar remédios caseiros com planta, sem orientação médica e farmacêutica; Lembrar que não existem testes ou regras práticas seguras para distinguir plantas comestíveis das venenosas. Regras básicas de prevenção no contato com plantas Princípios gerais de tratamento das intoxicações agudas por plantas O tratamento de qualquer intoxicação aguda, deve seguir as 4 etapas básicas: Diminuição da exposição do organismo ao tóxico; Aumento da eliminação do tóxico já absorvido; Administração de antídotos; E tratamento geral e sintomático. PLANTAS POTENCIALMENTE TÓXICAS COMIGO-NINGUÉM-PODE Nome Científico: Dieffenbachia picta Schott Família: Araceae Nome popular: Comigo-ninguém-pode. Sintomas de Intoxicação: irritação acentuada da mucosa da boca e da faringe, com edema de lábios, língua, gengivas, dor em queimação e salivação intensa, tornando difícil a fala e a deglutição. Algumas vezes observam-se, também, sinais de esofagite, com ardor, além de vômitos e cólicas abdominais. Tratamento: Demulcentes (leite, clara de ovo ou azeite de oliva), bochechos com hidróxido de alumínio e levar o paciente imediatamente para o hospital mais próximo. Partes tóxicas: Toda a planta, particularmente folhas e caules. Princípio ativo: oxalato de cálcio. TINHORÃO Nome Científico: Caladium bicolor Vent. Família: Araceae Nomes populares: tajá, taiá e caládio. Sintomas da intoxicação: queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, náuseas, vômitos, diarreia, salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Olhos - irritação e lesão da córnea. Tratamento: Demulcentes, bochechos com hidróxido de alumínio, Analgésicos, antiespasmódicos, anti-histamínicos. Corticoides em casos graves. Contato ocular: Lavagem demorada com água corrente, colírios antissépticos. Oftalmologista. Partes tóxicas: Todas as partes da planta. Princípio ativo: oxalato de cálcio. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=tinhor%C3%A3o&source=images&cd=&cad=rja&docid=z5KAqEm6k0KUwM&tbnid=Ia5JdCYWirHFfM:&ved=&url=http://batatatransgenica.wordpress.com/2008/09/04/plantas-toxicas/&ei=DrWjUdDrM8Lk0gHC44H4CA&psig=AFQjCNH4zeM006_LXL26EmumhwE9rLDRVA&ust=1369769615354460 ESPIRRADEIRA Nome Científico: Nerium oleander L. Família: Apocynaceae Nome popular: Espirradeira. Sintomas da Intoxicação: inicia-se com distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômitos, cólicas abdominais e evacuações diarreicas muco- sanguinolentas). Em seguida, aparecem distúrbios cardíacos e neurológicos (sonolência, tontura, distúrbios visuais e coma). Tratamento: Exige terapêutica de urgência. Levar o paciente imediatamente para o hospital mais próximo. A lavagem deverá ser feita cuidadosamente. Os distúrbios digestivosdevem ser tratados sintomaticamente. Partes tóxicas: Toda a planta. Princípio ativo: Digoxina e Digitoxina (Glicosídeos Cardiotóxico). PINHÃO-ROXO Nome Científico: Jatropha curcas L. Família: Euphorbiaceae Nomes populares: pinhão-de-purga, pinhão-bravo, pinhão, pinhão-paraguiao, mamoninho e purgante-de-cavalo. Sintomas da intoxicação: a ingestão do fruto causa sintomas gástricos (náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e até sanguinolenta), dispneia, arritmia e parada cardíaca. Tratamento: Antiespasmódicos, antieméticos, eventualmente antidiarreicos. Lesões de pele: soluções antissépticas, analgésicos, anti-histamínicos. Casos graves: corticoides. Partes tóxicas: Folhas e frutos. Princípio ativo: Curcina (Toxalbumina). http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=pinh%C3%A3o+roxo&source=images&cd=&cad=rja&docid=GuRVKzSbMyNJdM&tbnid=rqasVhSFUCRHUM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.cliquearquitetura.com.br/portal/dicas/view/plantas-toxicas/158&ei=QbOjUZz9EJDa8ATJlYDYDg&psig=AFQjCNGWEZTQauk2TjCh2qTZRkMZ4NX9kg&ust=1369769134488392 MAMONA Nome Científico: Ricinus communis L. Família: Euphorbiaceae Nomes populares: Mamona e carrapateiro. Sintomas da intoxicação: Intensa irritação das mucosas, com destruição das células epiteliais, sintomas gástricos (náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais e diarreia sanguinolenta), estados hipotensivos, choque e insuficiência renal aguda, rinite e asma alérgica. Tratamento: as medidas mais importantes são aquelas provocadoras de vômitos e lavagem gástrica. Partes tóxicas: Sementes. Princípio ativo: Ricina. BICO-DE-PAPAGAIO Nome Científico: Euphorbia pulcherrima Willd Família: Euphorbiaceae Nomes populares: rabo-de-arara, folha-de-sangue, flor-de-santo-antônio, flor-de-natal e papagaio. Sintomas da intoxicação: Pele e mucosas - edema (inchaço) de lábios, boca e língua, dor em queimação e coceira. Olhos - irritação, lacrimejamento, edema das pálpebras e dificuldade de visão. Sintomas gástricos - náuseas, vômitos e diarreia. Tratamento: lavagem e anti-histamínicos. Partes tóxicas:Todas as partes da planta. Princípio ativo: látex irritante. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=bico+de+papagaio+planta&source=images&cd=&cad=rja&docid=OQfnQLGu22K1iM&tbnid=-RaBAxTmPxFS4M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.mercadodeflores.com.br/web/index.php?option=com_content&view=article&id=240:agro-flora-cristina&catid=6:planta-do-mes&ei=j7qjUbvrLo3s8gT474GoBg&psig=AFQjCNGQO0ltSGirX6219fLHc0bhXZlseQ&ust=1369771007193595 URTIGA BRANCA Nome Científico: Urtiga urens L. Família: Urticaceae Nome popular: Urtiga branca. Sintomas de Intoxicação: lesões cutâneas e mucosas aparecem rapidamente após contato com o vegetal. Caracteristicamente as lesões são limitadas apenas às áreas expostas e são do tipo urticante, com eritemas, bolhas e vesículas dolorosas. Tratamento: aplicação de soluções antissépticas e protetoras, além da administração de anti-histamínicos por via oral, para alívio do prurido e analgésicos, quando necessário. Partes tóxicas: Pelos presentes nas folhas. Princípio ativo: histamina, acetilcolina, serotonina SAIA BRANCA Nome Científico: Datura Stramoniun Família: Solanaceae Nomes populares: Trombeta e dama-da-noite. Sintomas da intoxicação: Casos leves - sintomas gástricos (náuseas e vômitos), dificuldades visuais, secura da boca. Casos graves - visão borrada, fotofobia com dilatação da pupila, secura das mucosas (boca), febre, hiperemia cutânea, taquicardia, hipotensão ortostática, alucinações, desorientação, distúrbios respiratórios, convulsões e coma. Tratamento: As medidas de emergência são: administração de carvão ativado, levar o paciente imediatamente para o hospital mais próximo; Partes tóxicas: Todas as partes da planta. Princípio ativo: alcaloides (atropina, escopolamina e hioscina). COPO-DE-LEITE Nome Científico: Zantedeschia aethiopica Spreng Família: Araceae Nomes populares: Copo-de-leite, lírio-do-nilo, cala-branca, jarra e jarro. Sintomas da intoxicação: sensação de queimação, edema (inchaço) de lábios, boca e língua, sintomas gástricos (náuseas, vômitos e diarreia), salivação abundante, dificuldade de engolir e asfixia. Olhos - pode provocar irritação e lesão da córnea. Tratamento: Sintomático: Demulcentes, analgésicos, antiespasmódicos, anti-histamínicos e corticoides em casos graves. Partes tóxicas:Todas as partes da planta Princípio ativo: oxalato de cálcio. http://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&docid=iaVQMmRLA7q_ZM&tbnid=F0gOhXfGrqfBrM:&ved=0CAgQjRwwAA&url=http://www.sabedoriaglobal.com.br/flores-copo-de-leite-fotos/&ei=DLqjUf_GOaHc0QHC9YGoCw&psig=AFQjCNG-KxSQE6PjrHWKcTH1OvQ7v3YZzQ&ust=1369770893019631 Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas Assim, pode-se afirmar que uma planta pode ser ora medicinal ora tóxica, dependendo de fatores relacionados com o indivíduo e com a planta.
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