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Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Departamento de Botânica Profa. Ana Zannin ana.zannin@ufsc.br Prof. Rafael Trevisan rafael.trevisan@ufsc.br Disciplina: BOT 5120 – Morfologia e Sistemática Vegetal Curso: Agronomia Aulas práticas das turmas: Turma A – 5ª.09:10-3/BOTI Turma B – 6ª.09:10-3/BOTI Turma C – 5ª.13:30-3/BOTI Aulas teóricas (4ª.10:10-2 - EFI 203) Aula prática da turma: Turma D - 5ª.16:20-3/BOTI mailto:ana.zannin@ufsc.br mailto:rafael.trevisan@ufsc.br (Entrega exercício) 2018 - 1 Referências Bibliográficas para a Disciplina: OBS: Os livros destacados em amarelo, serão amplamente utilizados na disciplina. Todos Disponíveis na Biblioteca do CCA IX. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO Serão realizadas quatro avaliações, sendo duas teóricas, uma teórico-prática e uma prática. A nota final será a média aritmética entre as notas obtidas. OBS: até 0,5 ponto poderá ser atribuído pelo EXERCÍCIO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA (exercício extraclasse) referente ao conteúdo do TEXTO 1 Disponível em: https://moodle.ufsc.br/ Atenção: Estão disponíveis no moodle as APOSTILAS referente ao conteúdo da disciplina – estas SEMPRE devem ser levados para as aulas práticas Também devem levar para as aulas práticas agulhas e lâminas de barbear. O EXERCÍCIO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA deve ser entregue nos dias estabelecidos nas respectivas aulas práticas. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Departamento de Botânica Disciplina: BOT 5120 – Morfologia e Sistemática Vegetal Curso: Agronomia 1º Módulo Profa. Ana Zannin e Aula: Pteridófitas sensu lato =Monilófitas e Licófitas Complementar estudo com texto fornecido na disciplina Prof. Rafael Trevisan GRUPOS ABORDADOS NA DISCIPLINA BOT 5120: Plantas vasculares atuais 1. Licófitas : são os pinheirinhos e as selaginélas 3. Spermatófitas (= plantas com semente) Gimnospermas Angiospermas 2. Monilófitas: são as samambaias e as cavalinhas Plantas tratadas em classificações conjuntamente como : Pteridófitas (Pteridophtya). do grego: pteridon, que significa 'feto' Pteridófitas s. l.: Características Gerais 1. São plantas vasculares (=traqueófitas), terrícolas ou epífitas, raramente aquáticas (de tamanho muito variável) 2. A alternância de gerações é acentuada: a planta verde que encontramos na natureza é o ESPORÓFITO (= planta que produz esporos). 3. O ESPORÓFITO é altamente diferenciado e apresenta raízes, caule e folhas. Resulta da fecundação da Oosfera (=gameta feminino). 4. A fase gametofítica está representada por um GAMETÓFITO (= PROTALO) (com poucos centímetros de diâmetro e geralmente com duração de vida de poucas semanas) 5. O ESPORÓFITO É INDEPENDENTE DO GAMETÓFITO, exceto nas etapas mais jovens da formação do embrião. Pteridófitas s. l.: Características Gerais 6. O ESPORÓFITO produz esporos com núcleos haplóides (n), que surgem em esporângios (urnas de esporos) que se encontram nas folhas (esporófilos). 7. Existem pteridófitas: • heterosporadas que apresenta esporos de dois tipos • isosporadas (=homosporadas): que produzem os esporos todos iguais em forma e tamanho. macrósporos ou megásporos, que são maiores e femininos micrósporos, que são menores e masculinos Se a diferenciação nas pteridófitas heterosporadas se estender aos esporângios, estes são distinguidos em macrosporângios(=megasporângio) e microsporângios. 8. Quando germinam os esporos produzem os gametófitos (= protalos) Pteridófitas s. l.: Características Gerais 9. Os gametófitos (= protalos) produzem os gametângios (=orgão que formam os gametas) 10. Nas pteridófitas isosporadas os anterídeos (= gametângios masculinos) e os arquegônios (= gametângios femininos ) estão no mesmo gametófito (protalo monóico). Pteridófitas s. l.: Características Gerais 11. Nas pteridófitas heterosporadas há dois tipos de gametófitos (protalos): um megaprotalo que produz os arquegônios e um microprotalo que produz os anterídeos. 12. Os anterozóides (gametas masculinos) são espiralados e munidos de muitos flagelos e são produzidos vários por anterídeo. Já a Oosfera (gameta feminino) é única por arquegônio e imóvel. Ciclo de vida de uma samambaia isosporada (= oosfera; célula ovo) (= anterozóide) Fase diplóide (2n) Fase haplóide (n) PTERIDÓFITAS MONILOPHYTA (MONILÓFITAS) As monilófitas estão representadas no planeta por cerca de 300 gêneros e 11.000 spp. BRASIL: cerca de 1050 spp. Compreende quatro classes: Psilotopsida Equisetopsida Marattiopsida e Polypodiopsida 11 Ordens 37 famílias PTERIDÓFITAS MONILÓFITAS CLASSE POLYPODIOPSIDA. EXEMPLOS: Samambaias, avencas e xaxins PTERIDÓFITAS MONILOPHYTA (MONILÓFITAS): CLASSE POLYPODIOPSIDA. CARACTERISTICAS GERAIS • Ocorrem no registro fóssil desde o período Carbonífero (345- 328 m.a.): abundantes; • Inclui a maioria das plantas vasculares sem sementes: com 7 ordens e 33 famílias; cerca 9750 spp.; • Herbáceas ou arborescentes; • Folhas grandes, geralmente recortadas em folíolos; com prefoliação (=vernação) circinada (=báculo): a folha apresenta-se enrolada do ápice para a base antes de desabrochar; • Geralmente homosporadas (exceto aquáticas heterosporadas); • Folhas mono ou dimórficas; PTERIDÓFITAS MONILOPHYTA (MONILÓFITAS): CLASSE POLYPODIOPSIDA. CARACTERISTICAS GERAIS, continuação... • Folhas e rizomas geralmente cobertos de tricomas (pêlos) ou escamas Caule: rizoma Raízes adventícias Folhas: frondes – megáfilos; comumente compostas de folíolos prefoliação circinada (=báculo) folíolos PTERIDÓFITAS MONILÓFITAS CLASSE POLYPODIOPSIDA. CARACTERISTICAS GERAIS, continuação... • Esporângios geralmente pedunculados e agrupados em soros na face abaxial (inferior) da folha; com uma célula de espessura e anel crasso (espesso) SOROS Esporângios esporângios esporos Soros – esporângios - esporos esporângios esporos Esporângios anel esporos Soros A região de abertura do esporângio para liberação dos esporos chama-se estômio Soros de forma e disposições variadas na face abaxial do esporófilo POLYPODIOPSIDA Soros com indúsio (= pequena membrana ou véu) (formas e disposições variáveis) indúsio MONILÓFITAS (POLYPODIOPSIDA) terrestres – EXEMPLOS: Xaxim - DICKSONIA SELLOWIANA Desde 2001, uma resolução do Conama proíbe a extração e exploração comercial do xaxim em todo o país. Sudeste e Sul do Brasil- Mata Atlântica MONILÓFITAS (POLYPODIOPSIDA) terrestres – EXEMPLOS: ORNAMENTAIS – diversas espécies a Samambaia - Nephrolepis Avencas – Adiantum Rumohra adiantiformis “samambaia-das-floriculturas” “samambaia-preta” https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/8915 6/228784.pdf?sequence=1 MONILÓFITAS terrestres – EXEMPLOS: Pteridium aquilinum “samambaia-das-taperas” Infestante de pastagens (coloniza áreas perturbadas – especialmente de solos ácidos) “Efeitos tóxicos sobre animais de grande porte, como bovinos e equinos, são conhecidos desde o século XIX. Seres humanos, expostos indireta ou diretamente, apresentam elevação de risco para câncer de esôfago e estômago (SMITH et al., 2000).” http://www.gege.agrarias.ufpr.br/plantastoxicas/textos /Pteridium%20o%20que%20sabemos.pdf MONILÓFITAS (POLYPODIOPSIDA) terrestres – EXEMPLOS: Pteridium aquilinum “samambaia-das-taperas” “No Japão e em Ouro Preto/MG foram realizados estudos epidemiológicos com a população que tem o hábito de consumir o “broto de samambaia” (BS) como alimento. Hirayama (1979), utilizando estudo retrospectivo de casos e controles, relatou alto risco de câncer de esôfago para os habitantes daregião central do Japão que consumiam habitualmente BS. Na região de Ouro Preto/MG , por razões historicamente desconhecidas, a população local, especialmente a rural, tem o hábito de consumir o BS.” http://www.gege.agrarias.ufpr.br/plantastoxicas/textos/Pteridium%20o %20que%20sabemos.pdf Há o hábito do consumo do broto da samambaia das taperas por populações japonesas e mineiras (Brasil) Pesq. Vet. Bras. vol.29 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2009 http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2009000900013 “A intoxicação por samambaia (Pteridium aquilinum) é a segunda causa mais importante de intoxicação por plantas na Região Central do Rio Grande do Sul, correspondendo a 12% de todas as mortes causadas por plantas tóxicas em bovinos (Rissi et al. 2007).” http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-736X2009000900013&script=sci_arttext PTERIDÓFITAS MONILÓFITAS (CLASSE POLYPODIOPSIDA) AQUÁTICAS Marsilea ernesti (Marsileaceae) MARSILEA (trevo-da-sorte) AZOLLA (murerê-rendado) Azolla filiculoides (Salviniaceae) SALVINIA (murerê) MONILÓFITA aquática AZOLLA Uso: como adubo verde em cultura de arroz, para fixação de nitrogênio. “A capacidade da Azolla em fixar nitrogênio é devido à sua simbiose com a cianobactéria Anabaena que vive dentro de cada folha da samambaia. O nitrogênio da Azolla é liberado no ambiente externo quando de sua decomposição.” Anabaena Azolla Exemplo: Salvinia Folhas submersas Esporocarpo Microesporocarpo Megaesporocarpo microesporângio megaesporângio Folhas aéreas ♀ ♂ PTERIDÓFITAS MONILÓFITAS AQUÁTICAS Nas Monilófitas aquáticas formam-se esporocarpos (formados por paredes de indúsio endurecidas que protegem o soro). São heterosporadas (o que é raro em monilófitas). Em geral os Microesporocarpos possuem muitos microesporângios e os megaesporocarpos possuem megasporângios em menor número. Microesporocarpo com microesporângios Megaesporocarpo com megaesporângios e sp o ro ca rp o s PTERIDÓFITAS MONILÓFITAS: CLASSE EQUISETOPSIDA são as Cavalinhas Classe representada por apenas um gênero: EQUISETUM com cerca de 15 spp. Distribuição cosmopolita, no Brasil apenas 1 espécie nativa (Equisetum giganteum – em todas as regiões do país) Caules são nitidamente articulados e sua textura áspera (sílica); rizoma subterrâneo, chegando a 1m de profundidade; ramos aéreos eretos; entrenós estriados; folhas são pequenas, escamiformes, e geralmente soldadas entre si na base, simulando uma bainha; esporângios em estróbilos; homosporada; esporos com elatérios. Habitat: principalmente em locais pantanosos ou úmidos. Estróbilos de cavalinha sempre dispostos no ápice dos ramos rizoma (caule subterrâneo) Folhas Entrenó estriado Ramos partindo das articulações (nós) Cavalinhas esporos com elatérios (fita oriunda da camada externa do esporo que auxilia na dispersão) Cavalinhas - USOS Ornamental Chá de cavalinha: muito utilizado como diurético, diminuição do inchaço e peso PTERIDÓFITAS LICÓFITAS (Divisão LYCOPODIOPHYTA, Classe Lycopodiopsida) são os pinheirinhos e selaginélas Grupo com cerca de 1.300 spp. atuais. Herbáceas, terrestres ou epifíticas. Raízes e caule dicotomicamente ramificados. Folhas micrófilas, simples, com uma nervura. Esporângios em esporófilos, dispostos ou não em estróbilos (cones). Homosporadas (pinheirinhos -Lycopodium) ou heterosporadas (Selaginella e Isoetes). Lycopodiaceae (ca. 400 spp. - Brasil: 64 spp.) Selaginellaceae (ca. 750 spp. – Brasil: 55 spp.) Principais Famílias: Folhas (micrófilas): pequenas, espiraladamente dispostas nos ramos. Plantas: maioria reptantes de locais úmidos. Esporófilos intercalados entre as folhas comuns ou reunidos em estróbilos no ápice dos ramos. Esporângios reniformes, um por esporófilo. Plantas homosporadas. Pinheirinhos (Família – Lycopodiaceae – representada no Brasil pelos gêneros: Austrolycopodium (1 sp.), Diphasiastrum (2spp.), Diphasium (1 sp.), Huperzia(1 sp.), Lycopodiella (5 sp.), Lycopodium (1 sp.), Palhinhaea (6 spp.), Phlegmariurus (40 spp.),Pseudolycopodiella (7 spp.) - Lista de Espécies da Flora do Brasil. <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB91370>. Acesso em: 26 Jan. 2016 OBS: muitas espécies distribuídas nos gêneros citados acima foram reconhecidas por longa data no gênero Lycopodium. estróbilos esporófilo Esporângio reniforme Folhas (micrófilas) Lycopodium clavatum http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB91370 Selaginelas (Família – Selaginellaceae) – com apenas um gênero: Selaginella – representado no Brasil por 55 spp. Plantas terrestres ou epífitas, de ambientes úmidos. Folhas micrófilas com uma nervura, liguladas, dimórficas. São heterosporadas. Esporângios em estróbilos, com mega e microsporângios no mesmo estróbilo. Estróbilo em corte longitudinal Megasporângios com 4 megásporos Microsporângios com muitos micrósporos Uso ornamental Livro: BIOLOGIA VEGETAL •Editora: GUANABARA- •Idioma: PORTUGUÊS •Edição: 8ª •Ano: 2014 •Idioma: PORTUGUÊS É um bom livro para leitura sobre Monolófitas e Licófitas (= pteridófitas Sensu lato) Incluímos alguns vídeos referentes ao conteúdo desta aula no Moodle, incluindo vídeo de ca. 6 min. sobre o ciclo reprodutivo de uma pteridófita isosporada. Bons estudos! http://www.livrariacultura.com.br/p/biologia-vegetal-15056145?id_link=8787&adtype=pla&gclid=CN7J-s_qw8sCFQ6BkQodZyoCLA http://www.livrariacultura.com.br/busca?Ntt=GUANABARA-&Ntk=product.vendorName http://www.livrariacultura.com.br/busca?Ntt=GUANABARA-&Ntk=product.vendorName
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