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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - CCJ0035 Semana Aula: 3 Critérios para Modificação da Competência. Conexão e Continência. Inércia e Cláusula de eleição do foro. Incompetência relativa e absoluta. Conflito de Competência. Tema Critérios para Modificação da Competência. Conexão e Continência. Inércia e Cláusula de eleição do foro. Incompetência relativa e absoluta. Conflito de Competência. Palavras-chave Critérios para Modificação da Competência. Conexão e Continência. Inércia e Cláusula de eleição do foro. Incompetência relativa e absoluta. Conflito de Competência. Objetivos -Conhecendo os critérios de competência; -Compreender os critérios de modificação de competência; -Reconhecer as formas legais e voluntárias de modificação ou prorrogação da competência; -Identificar a cláusula de eleição do foro; -Compreender a formação do juízo universal da falência, insolvência civil e do inventário. - Reconhecer a incompetência absoluta e a incompetência relativa. - Compreender o conflito de competência disciplinado no CPC. Estrutura de Conteúdo 1.Critérios para Modificação da Competência: 2. Conexão e Continência. Conceitos. Causas. 3.Inércia e Cláusula de eleição do foro. 4. Incompetência relativa e incompetência absoluta. Conceito. Causa. 5.Conflito de Competência.Conceito. Causa. Procedimentos de Ensino FORMAÇÃO DO PROCESSO – Art. 312, NCPC (protocolo da Petição Inicial). Distribuição (+ de 1 juízo competente); Art. 284 Registro (juízo ou vara única). DISTRIBUIÇÃO da petição inicial – Art. 284, CPC Distribuição = A distribuição ocorre quando em uma comarca há mais de um juízo com a mesma competência para apreciar o feito. Trata-se de regra que impede a escolha do juízo que julgará o conflito (princípio do juiz natural - art. 5º, XXXVII, CPC) e (órgão investido de jurisdição – art. 5º, LIII, da CRFB/88). Portanto é norma expressa e cogente de observância obrigatória. Registro = juízo único (vara única) - Quando não houver pluralidade de juízos com a mesma competência territorial, o processo será submetido apenas ao registro. 1) Livre distribuição: Quando a ação proposta não mantiver conexão com alguma a ação anteriormente proposta; 2) Distribuição por dependência: art. 286, CPC – a petição inicial é direcionada ao juízo da causa anteriormente ajuizada. Inciso I: quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada. Havendo conexão ou continência de uma demanda a ser ajuizada com uma anteriormente proposta, a distribuição será feita por dependência. As ações conexas ou continentes serão distribuídas por dependência ao juízo da causa anterior, ou seja, ao juízo prevento, ocorrendo prévia prorrogação da competência. Conexão – art. 55, CPC Reputam conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. §1º do art. 55 esclarece que os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles há houver sido sentenciado. §2º do art. 55, CPC, por sua vez, determina que se aplica ao disposto no caput à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico. Exemplo: Vários herdeiros, em ações distintas, pleiteiam a nulidade do testamento (objeto comum). Exemplo: Vários passageiros, em ações distintas, acionam a empresa de ônibus com fundamento no mesmo acidente (causa de pedir comum). Continência – art. 56, CPC Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais. “A” propõe contra “B” ação declaratória para reconhecimento de dívida. Em ação distinta, o autor da ação declaratória pleiteia a condenação de “B” no pagamento da mesma dívida (as partes e a causa de pedir são idênticas, mas o objeto da ação condenatória é mais amplo, abrangendo o da ação declaratória). Inciso II: quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; Inciso III: quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, §3º, CPC, ao juízo prevento. Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. Com o registro ou distribuição decorrem efeitos jurídicos relevantes: 1º Efeito: formação do processo – art. 312, CPC Com a protocolização da petição inicial temos a propositura da ação, conforme explicita o art. 312, do NCPC. Assim, para o autor, com o protocolo passa a existir a ação. 2º efeito: perpetuatio jurisdictionis - (fixação da competência) – art. 43, CPC A perpetuação da jurisdição implica a impossibilidade de modificação do foro da ação. Por exemplo, a mudança de domicílio das partes ou do estado de fato ou de direito das coisas, não conduz à alteração da competência. 3º Efeito: Juízo Prevento – art. 59, CPC O juízo para o qual foi distribuída a primeira ação estará prevento para as demais ações conexas ou continentes. Por fim, quando houver o despacho positivo da inicial ("cite-se"), há interrupção precária da prescrição. Se a citação for efetivada, haverá a interrupção da prescrição desde o momento em que o magistrado determinar a citação, retroagindo à data da propositura, que ocorre com o protocolo da petição inicial. 4º Efeito: Litispendência (a pendência da causa) – art. 337, §1º, CPC - Isso quer dizer que o Autor não poderá propor nova ação com as mesmas partes, pedido e causa de pedir. 5º Efeito: A coisa ou o direito discutido se tornaram litigiosos. Assim, se o autor alienar o objeto litigioso, incidirá o regramento do art. 109 do NCPC. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art55%C2%A73 Efeitos jurídicos para o Réu: A litispendência somente produz efeitos para o RÉU após a citação válida, conforme arts. 240 C/C art. 312, ambos do NCPC. A propositura da ação vincula apenas o autor e o juiz, pois somente com a citação é que o réu passa a integrar a relação jurídica processual. Distribuição Prevenção – art. 59, NCPC Registro É o critério de exclusão dos demais juízos competentes. Assim, por força da prevenção permanece apenas a competência de um entre vários juízos competentes, excluindo-se os demais. É o meio para que se saiba em qual juízo deverão ser reunidas as causas conexas. A reunião dos processos tem por objetivo: a) Princípio da economia processual; b) A fim de se evitar julgamentos conflitantes. OBS.: Súmula 235 do STJ – A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. Distribuição Perpetuação da jurisdição – Art. 43, NCPC Registro DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA – Art. 43, NCPC A determinação da competência ocorre através da distribuição ou do registro – Art. 43 do NCPC – Portanto, são irrelevantes as alterações posteriores do estado de fato ou de direito, SALVO: 1) Se suprimirem o órgão jurisdicional (vara); 2) Se alterarem a competência absoluta; MOMENTO DE FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA Perpetuatio jurisdictionis – é a denominação dada à fixação da competência. As regras servem para fixar a competência e consagrar o princípio do Juiz Natural (art. 5º, XXXVII, CF/88). Portanto, a Distribuição serve para a prévia fixação da competência aonde houver mais de um juízo competente. OBS.: Para falar de modificação de competência, torna-se necessário falar de primeiro de competência relativa e competência absoluta. COMPETÊNCIA RELTATIVA e COMPETÊNCIA ABSOLUTA PRINCIPAISDISTINÇÕES ENTRE INCOMPETÊNCIA RELATIVA E ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA RELATIVA Interesse público Interesse particular PODE ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, pois não está sujeita a preclusão. DEVE ser alegada de ofício (ex officio). PODE ser alegada pelo réu em preliminar de contestação, sob pena de preclusão. NÃO pode ser reconhecida de ofício – sumula 33 do STJ. PODE ser reconhecida pelo MP nas causas em que atua (art. 65, parágrafo único, NCPC. Transitado em julgado a decisão, está poderá ser desconstituída pela Ação rescisória (art. 966, II, NCPC) NÃO cabe Ação rescisória NÃO pode ser alterada pela vontade das partes (norma cogente) – art. 62, NCPC PODE ser alterada pela vontade das partes (norma dispositiva) – Art. 63, NCPC Não há preclusão Há preclusão – Art.223, NCPC Não admite a prorrogação Admite a prorrogação – art. 65, NCPC Não cabe a modificação de competência por conexão e continência Cabe a modificação de competência por conexão e continência – Art. 58, NCPC INCOMPETÊNCIA RELATIVA e INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA A incompetência é defeito processual que, em regra, não conduz à extinção do processo. Mas gera a remessa dos autos ao juízo competente na forma do Art. 64, §3º, NCPC. OBS.: Exceção a regra: A incompetência de foro nos juizados especiais conduz a extinção do processo sem resolução do mérito na forma do art. 51, III da lei nº 9.099/99. ALEGAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA A incompetência relativa ou absoluta será alegada pelo Réu como questão preliminar de contestação nos termos do art. 64, caput, NCPC. No entanto, consta expressamente no art. 64, §1º, NCPC que o juiz pode alegar a incompetência absoluta a qualquer tempo e grau de jurisdição, mas deverá declará-la de ofício. INCOMPETÊNCIA RELATIVA – (interesse privado) - princípio da inércia OBS.: A incompetência relativa NÃO pode ser declarada de ofício, conforme súmula 33 do STJ. O art. 64, §2º, NCPC, prevê que o juiz ao constatar a alegação de incompetência, deverá intimar a parte contrária (princípio do contraditório), ou seja, o autor para se manifestar sobre a alegação e, posteriormente, o juiz deverá imediatamente proferir decisão. FORO DE ELEIÇÃO - Exceção a súmula 33 do STJ – Art. 63, §3º do NCPC - É possível que o juiz conheça de ofício e derrogue a competência relativa nos seguintes casos: 1) cláusula de foro de eleição abusiva (foro de domicílio do Réu); 2) antes da citação do Réu (citado, incumbe ao Réu alegar – art. 63, §4º, CPC); 3) Nos casos de conexão e continência; O art. 63 do NCPC trata do foro de eleição, que se aplica apenas aos casos de competência relativa. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA – (interesse público) – deve ser declarada de ofício OBS.: A incompetência não gera, automaticamente, a invalidade dos atos decisórios, como era previsto no art. 113, §2º do CPC/73. Portanto, reconhecida a incompetência, os atos decisórios produzirão efeitos, até a posterior manifestação do juízo competente, conforme art. 64, §4º, NCPC. PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA – Art. 65, NCPC Não alegada à incompetência relativa pelo réu em preliminar de contestação, prorroga-se a competência. Portanto, o foro que era originariamente incompetente, torna-se competente diante da não alegação da incompetência. Não há prorrogação diante da incompetência absoluta. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA – Art. 55, NCPC Dar-se a modificação de competência quando se amplia a esfera de competência de um órgão do Poder judiciário para conhecer certas causas que, originariamente, não estão compreendidas em suas atribuições jurisdicionais. No entanto, somente há modificação da competência relativa. Essa possibilidade significa exceção à perpetuação da jurisdição (perpetuatio jurisdictionis). CONFLITO DE COMPETÊNCIA – Art. 66, NCPC 1) Conflito positivo (art. 66, I, NCPC) Ocorre quando 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; 2) Conflito negativo (art. 66, II, NCPC) Ocorre quando 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; 3) Quem suscita o conflito ? (Art. 66, Parágrafo único, NCPC) Será suscitado por quem não concordou com a decisão anterior, ou seja, por quem não acolheu a decisão declinada. 4) Quem julga o conflito? Será julgado pela autoridade superior aos juízes ou tribunais. Juízes do mesmo Estado = TJ (estadual) e TRF (federal); Juízes de tribunais distintos (Exemplos: Juiz Estadual e juiz federal, juízes de Estados distintos) = STJ (art. 105, I, “d”, CF/88); Entre tribunais de 2ª instância = STJ; Entre Tribunais superiores = STF (Art. 102, I, “o”, CF/88) OBS.: A competência para julgar o conflito de competência será sempre de um tribunal. COOPERAÇÃO NACIONAL – Art. 67, NCPC
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