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ABORDAGEM-E-TRATAMENTO-DE-ÚLCERAS-OSTOMIAS-E-FERIDAS (2)

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2 
 
SUMÁRIO 
1 LESÃO POR PRESSÃO .................................................................... 5 
1.1 Classificação das lesões ............................................................. 6 
1.2 Tipos de úlceras ........................................................................ 12 
2 ÚLCERAS PÉPTICAS .................................................................... 21 
2.1 Tipos de úlceras pépticas .......................................................... 22 
3 OSTOMIAS ...................................................................................... 26 
3.1 Formação de uma ostomia: ostomia final ou ostomia de loop. .. 27 
3.2 Tipos de ostomias ..................................................................... 28 
3.3 Estomas temporários e permanentes ........................................ 34 
4 CUIDADOS E AUTOCUIDADO COM O ESTOMA .......................... 35 
4.1 Medidas de higiene e os cuidados gerais para pacientes com 
ostomia 36 
4.2 Dispositivos coletores e adjuvantes .......................................... 39 
4.3 Sistemas de continência da colostomia .............................. 42 
4.4 Irrigação da colostomia ............................................................ 43 
5 FERIDAS ......................................................................................... 45 
5.1 Classificação das feridas ........................................................... 46 
5.2 Fatores de risco para desenvolvimento de feridas .................... 50 
6 TRATAMENTOS DAS FERIDAS ..................................................... 52 
6.1 Processo de cicatrização ........................................................... 52 
6.2 Os diferentes tipos de cicatrização ............................................ 54 
6.3 Avaliação da ferida .................................................................... 55 
6.4 Tipos de tecido encontrados em uma ferida .............................. 57 
6.5 Desbridamento .......................................................................... 59 
6.6 Tipos de coberturas mais usadas em curativos ........................ 60 
6.7 Aspectos a serem considerados na realização do curativo ....... 62 
 
3 
 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
5 
 
2 LESÃO POR PRESSÃO 
 
Fonte: tuasaude.com 
 
Úlcera é qualquer interrupção na solução de continuidade do tecido 
cutâneo-mucoso, acarretando alterações na estrutura anatômica ou função 
fisiológica dos tecidos afetados. 
É o nome genérico dado a quaisquer lesões superficiais 
em tecido cutâneo ou mucoso, popularmente denominadas feridas. Nessas 
lesões ocorre a ruptura do epitélio, de modo a haver exposição de tecidos mais 
profundos à área rota. 
Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica é exemplo 
de lesão que ocorre no estômago ou no duodeno (mais frequente), sendo mais 
susceptíveis a este grupo de úlceras as pessoas que sofrem de stress. 
No dia 13 de abril de 2016, o NPUAP - National Pressure Ulcer Advisory 
Panel, anunciou a mudança na terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por 
Pressão e a atualização da nomenclatura dos estágios do sistema de 
classificação. 
Segundo o SOBEST (2016, apud NPUAP, 2016) a expressão descreve, 
de forma mais precisa, esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como na pele 
ulcerada. No sistema prévio do NPUAP, o Estágio 1 e a Lesão Tissular Profunda 
descreviam lesões em pele intacta enquanto as outras categorias descreviam 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Les%C3%B5es
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tecido_(histologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pele
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mucosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferida
https://pt.wikipedia.org/wiki/Afta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boca
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%9Alcera_p%C3%A9ptica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%B4mago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Duodeno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Stress
 
6 
 
lesões abertas. Isso causava confusão porque a definição de cada um dos 
estágios referia-se à úlcera por pressão. 
Conforme estabelecido pelo NPUAP, o conceito de LPP – Lesão Por 
Pressão é um dano localizado na pele e/ou tecido mole subjacente geralmente 
sobre proeminência óssea ou pode ainda estar relacionado a equipamentos 
médicos ou outro tipo de dispositivo. 
Moraes et al (2016) descreve que: 
A lesão pode apresentar-se como pele intacta ou como úlcera 
aberta e pode ser dolorosa. Ocorre como um resultado de intensa e/ou 
prolongada pressão ou de pressão combinada com cisalhamento. A 
tolerância do tecido mole para a pressão e cisalhamento também pode 
ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, doenças associadas e 
condição do tecido mole. 
 
Dentre as mudanças propostas pelo NPUAP relacionadas a terminologia 
e conceitos, agora são utilizados para numerar os estágios, números arábicos 
ao invés de números romanos. O termo suspeita também foi removido da 
categoria suspeita de lesão tissular profunda, permanecendo “lesão tissular 
profunda”. 
2.1 Classificação das lesões 
Lesão por Pressão: 
Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles 
subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso 
de dispositivo médico ou a outro artefato. A lesão pode se apresentar em pele 
íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. A lesão ocorre como 
resultado da pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o 
cisalhamento. A tolerância do tecido mole à pressão e ao cisalhamento pode 
também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela 
sua condição. 
 
Lesão por Pressão Estágio 1: Pele íntegra com eritema que não 
embranquece 
Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e que 
pode parecer diferente em pele de cor escura. Presença de eritema que 
embranquece ou mudanças na sensibilidade, temperatura ou consistência 
 
7 
 
(endurecimento) podem preceder as mudanças visuais. Mudanças na cor não 
incluem descoloração púrpura ou castanha; essas podem indicar dano tissular 
profundo. 
 
Fonte: npuap.org 
 
Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial com 
exposição da derme 
Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. O leito 
da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode também 
apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com exsudato seroso) ou 
rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não são visíveis. Tecido de 
granulação, esfacelo e escara não estão presentes. Essas lesões geralmente 
resultam de microclima inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis 
e no calcâneo. Esseestágio não deve ser usado para descrever as lesões de 
pele associadas à umidade, incluindo a dermatite associada à incontinência 
(DAI), a dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a adesivos médicos 
ou as feridas traumáticas (lesões por fricção, queimaduras, abrasões). 
 
8 
 
 
Fonte: npuap.org 
 
Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total 
Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é visível e, 
frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas enroladas) 
estão presentes. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. A profundidade do 
dano tissular varia conforme a localização anatômica; áreas com adiposidade 
significativa podem desenvolver lesões profundas. 
 Podem ocorrer descolamento e túneis. Não há exposição de fáscia, 
músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. Quando o esfacelo ou escara 
prejudica a identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la 
como Lesão por Pressão Não Classificável. 
 
Fonte: npuap.org 
 
9 
 
 
 
Fonte: npuap.org 
 
Lesão por pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda 
tissular 
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou 
palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso. 
Esfacelo e /ou escara pode estar visível. Epíbole (lesão com bordas enroladas), 
descolamento e/ou túneis ocorrem frequentemente. A profundidade varia 
conforme a localização anatômica. Quando o esfacelo ou escara prejudica a 
identificação da extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por 
Pressão Não Classificável. 
 
Fonte: npuap.org 
 
10 
 
Lesão por Pressão Não Classificável: Perda da pele em sua espessura total 
e perda tissular não visível. 
Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a extensão 
do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou 
escara. Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por Pressão em Estágio 3 
ou Estágio 4 ficará aparente. Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema 
ou flutuação) em membro isquêmico ou no calcâneo não deve ser removida. 
 
Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho escura, 
marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece. 
Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração 
vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação 
epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato 
sanguinolento. Dor e mudança na temperatura frequentemente precedem as 
alterações de coloração da pele. A descoloração pode apresentar-se diferente 
em pessoas com pele de tonalidade mais escura. 
 Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento 
na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a 
extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido 
necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras 
estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda 
total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). 
Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) 
para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou 
dermatológicas. 
 
11 
 
 
Fonte: npuap.org 
 
Definições adicionais: 
Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico 
Essa terminologia descreve a etiologia da lesão. A Lesão por Pressão 
Relacionada a Dispositivo Médico resulta do uso de dispositivos criados e 
aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão resultante 
geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser 
categorizada usando o sistema de classificação de lesões por pressão. 
 
Lesão por Pressão em Membranas Mucosas 
A lesão por pressão em membranas mucosas é encontrada quando há 
histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia do 
tecido, essas lesões não podem ser categorizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2.2 Tipos de úlceras 
 Úlcera Neurotrófica 
 
 
Esta úlcera é causada por neuropatia periférica, em decorrência de 
algumas patologias de base, tais como: hanseníase, diabetes mellitus, 
alcoolismo e outras. 
As pessoas portadoras dessas patologias, que acometem os nervos 
periféricos, têm maior risco de desenvolver lesões das fibras autonômicas, 
sensitivas e motoras, podendo resultar em: 
Lesões primárias: como mão em garra, pé caído e anquilose 
(articulações endurecidas). 
Lesões Secundárias: como as paralisias musculares, fissuras, úlceras 
plantares e lesões traumáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Mãos em garra 
 
Fonte: alamy.com 
 
As fibras autonômicas responsáveis pela manutenção das glândulas 
sebáceas e sudoríparas, quando acometidas, acarretam uma diminuição da 
produção de suas secreções. A pele torna-se seca, inelástica, podendo 
ocasionar facilmente as fissuras que, se não tratadas, irão comprometer as 
estruturas das mãos e dos pés, favorecendo o risco de infecção. 
A perda da sensibilidade protetora (térmica, dolorosa e tátil) ou 
anestesia nas mãos e pés influenciam o surgimento de lesões cutâneas. 
Esse comprometimento leva ao aumento do risco de queimadura, 
aparecimento de bolhas e calosidades, provenientes de pressão contínua 
em pontos de apoio, necessitando do uso de palmilhas e calçados 
adequados. 
Outros fatores que influenciam no surgimento dessas úlceras são as 
alterações das fibras motoras, devido à fraqueza e paralisia dos músculos. Este 
desequilíbrio leva a deformidades, comprometendo a função e aumentando o 
risco de desencadear essas úlceras. 
Nos serviços de saúde da rede básica do país, por exemplo, tem-se 
observado maior incidência de úlceras plantares causadas por neuropatias 
periféricas. 
A causa básica da úlcera neurotrófica é a perda de sensibilidade protetora 
ou anestesia na região plantar, por lesão do nervo tibial posterior. 
 
14 
 
Entretanto, existem outros fatores que influenciam o surgimento de uma 
úlcera, como: 
 A paralisia dos músculos intrínsecos do pé. 
 A perda do coxim normal sob a cabeça dos metatarsianos 
 A pele ressecada (anidrótica). 
 
A anidrose decorrente da disfunção das glândulas sudoríparas e 
sebáceas torna a palma da mão e planta do pé seca e sua camada córnea, 
dura e espessa, tende a se romper. 
As “rachaduras” ou fissuras nos membros superiores e inferiores são 
muito comuns e, frequentemente atuam como porta de entrada para agentes 
infecciosos. 
Fisssura dos membros inferiores 
 
Fonte: bvsms.saude.gov.br 
 
A mudança na anatomia do pé ocasionada por alterações da estrutura 
óssea cria pressões anormais, facilitando o surgimento de úlceras. O outro fator 
funcional é a marcha, isto é, além da falta de sensibilidade, o pé é submetido a 
esforços, como longas caminhadas, passos largos ou corridas, presença de 
objetos estranhos nos calçados (pedras, pregos), o que contribui para o 
desenvolvimento da úlcera. 
As úlceras neurotróficas são classificadas em graus, de acordo com o 
comprometimento dos tecidos, desde uma lesão superficial até lesões mais 
profundas, com comprometimento de articulação, tendões e ossos, sendo 
 
15 
 
muito comum a osteomielite, com posterior necrose, gangrena e perda de 
segmentos ósseos. 
A calosidade (espessamento da queratina causada pela pressão dos 
tecidos à fricção) e tensões nas áreas que suportam maior peso, também 
constituem risco para as úlceras. Quando os calos são pouco espessos, podem 
ser considerados como protetores, mas quando sua espessura é grande e sua 
localização se dá em áreas com diminuição da sensibilidade, prejudicam os 
tecidos moles e tornam-se fatores predisponentes de úlcera, além de serem 
comuns nas bordas das úlceras neurotróficas. 
Considerando-se a perda da sensibilidade e o aumento dapressão como 
fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras, algumas medidas podem ser 
adotadas para monitorar a evolução da pressão nessas áreas de risco, como: 
 Orientação sobre o uso de calçado 
 Palmilhas especiais, sobre as atividades diárias 
 Adaptação dos instrumentos de trabalho. 
 
As úlceras neurotróficas podem ser descritas a partir das seguintes 
características: 
 São lesões anestésicas, circulares, geralmente quentes e não 
apresentam sinais de infecção. 
 Desenvolvem-se sobre áreas de proeminências ósseas, com 
maior frequência nos membros inferiores. 
 Geralmente são precedidas por hiperqueratose (calosidades). 
 
Prevenção das fissuras, lesões traumáticas: 
 
Membros superiores Membros inferiores 
Hidratação e lubrificação da pele, para 
compensar as funções sudoríparas e 
sebáceas danificadas. 
Hidratação, massagem, exercícios e 
imobilização, conforme descrito acima. 
Massagem, para ativar e melhorar a 
circulação e condições da pele. 
Orientação quanto a 
 Não andar descalço 
 Dar passos curtos e lentos 
 
16 
 
 Não realizar longas caminhadas sem 
período de descanso. 
 Examinar diariamente os pés e calçados. 
Repousar os pés lesados sempre que 
necessário. 
 Manter os calçados adaptados. 
 Não utilizar sapatos novos por períodos 
prolongados. 
 Quando estiver parado, manter a 
distribuição do peso corporal nos dois pés. 
Exercícios ativos e passivos, para 
melhoria do fortalecimento 
muscular e sua funcionalidade. 
Higiene dos pés: limpeza e secagem dos 
espaços interdigitais e cortes de unhas 
retas. 
Imobilização dos membros por meio de 
férulas, com a finalidade de evitar 
traumas sobre os nervos com 
neurites, corrigir retrações articulares, 
facilitar a execução dos movimentos 
funcionais e auxiliar na cicatrização de 
ferimentos. 
Remoção de calosidades: amolecendo-as e 
removendo-as com lixa. 
Adaptação de instrumentos de 
trabalho e da vida diária. 
Exame diário dos pés: 
Verificando sinais de pré-úlcera (bolhas, 
aumento da temperatura, hematomas, 
calosidades com fissuras, pontos 
hiperemiados, edema localizado e pontos 
dolorosos à palpação). 
 Uso de meias macias, como de algodão, 
tendo o cuidado de observar os pontos de 
costura que podem funcionar como pontos 
de pressão. 
Recomenda-se para prevenir áreas de 
atrito o uso de meias no avesso. 
. Exame diário do interior dos calçados: 
procurar pontos endurecidos, 
pregueamento da palmilha ou presença de 
objetos estranhos. 
 
17 
 
 Úlcera Venosa 
 
 
Fonte: iccon.med.br 
 
A úlcera venosa é devida à insuficiência venosa crônica por varizes 
primárias, sequela de trombose profunda, anomalias valvulares venosas ou 
outras causas que interferem no retorno do sangue venoso. 
As características clínicas são: 
 Extremidade quente 
 Edema 
 Presença de varizes 
 Alterações cutâneas como eczema de estase, esclerose e 
hiperpigmentação. 
O doente apresenta queixa de dor em pontada ou contínua. A localização 
mais frequente é a região do maléolo e terço distal da perna; em geral, de 
progressão lenta, bordas infiltradas, fundo com fibrina e, quase sempre 
acompanhada de infecção secundária. Surge após trauma e, muitas vezes, é 
precedida por episódio de erisipela, celulite ou eczema de estase. 
A fisiopatologia revela que o sangue retorna da perna ao coração através 
de três conjuntos de veias (profundas, superficiais e intercomunicantes). Se este 
sistema falhar em um dos seus componentes, o resultado é uma hipertensão 
venosa que causa distensão e alongamento das alças capilares. 
O fibrinogênio extravasa para os tecidos através de poros endoteliais 
alargados e a fibrina é depositada nos capilares, formando um “coxim” que limita 
a difusão do oxigênio e de outros nutrientes para a pele. Adicionalmente, os 
 
18 
 
leucócitos se acumulam durante os períodos de imobilidade, obstruindo os 
capilares e, assim, contribuem para a isquemia local. Na palpação do pulso 
pedioso e tibial posterior, os mesmos devem estar presentes. 
 
A prevenção da úlcera venosa 
Manter repouso e a elevação dos 
membros inferiores. 
O paciente deve evitar ficar em pé por 
muito tempo e procurar repousar a 
perna, elevando-a 30cm acima do 
quadril, para auxiliar o retorno venoso. 
Uso de meias de compressão com 
pressão entre 30 a 50mm de Hg. 
É aconselhável para prevenir o 
edema e melhorar o efeito da bomba 
muscular. 
Caminhada e exercícios para elevar o 
calcanhar. 
Ocasiona flexão e contração dos 
músculos da panturrilha. Estes são 
necessários para a manutenção da 
bomba muscular. 
Reduzir o peso corporal. 
Realizar avaliação clínica periódica. Para pesquisa de anemia, 
desnutrição, hipertensão e 
insuficiência cardíaca. 
Tratamento de eczemas de estase 
com corticoterapia tópica. 
 
Evitar traumatismos de membros 
inferiores. 
 
Tratamento de infecções bacterianas 
e fúngicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 Úlcera Arterial 
 
Fonte: ulceras.net 
 
A úlcera arterial é produzida pela desnutrição cutânea devido a uma 
insuficiência arterial que tem como resultado a isquemia, caracterizando-se 
clinicamente por extremidade fria e escura. Há palidez, ausência de estase, 
retardo no retorno da cor após a elevação do membro, pele atrófica, perda de 
pêlo, diminuição ou ausência das pulsações das artérias do pé e dor severa 
aumentada com a elevação das pernas. 
A úlcera é de bordas cortadas a pique, irregular, localizada nos tornozelos, 
maléolos e extremidades digitais (perna, calcanhar, dorso do pé ou artelho) 
A prevenção da úlcera arterial consiste em: 
 Elevação da cabeceira da cama em 20cm. 
 Proteção contra traumatismos térmicos, mecânicos e químicos no 
membro afetado. 
 Evitar ou recuperar atrofias musculares. 
 Cuidado com as unhas, evitando paroníquias (inflamação ao redor 
da unha) e unha encravada. 
 Pesquisar e tratar as micoses superficiais. 
 Reduzir e manter controle de triglicérides e colesterol. 
 Controlar a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. 
 Reduzir o uso de cafeína e tabaco. 
 
20 
 
 Úlcera Hipertensiva 
 
 
Fonte: brazilianbeautyblog.wordpress.com 
 
Há aumento da parede arteriolar, proliferação da camada interna, 
degeneração da camada média e, ocasionalmente, trombose, levando à 
produção de áreas de isquemia e necrose no terço inferior da perna. 
É mais frequente em mulheres, de 50 a 60 anos, sendo a úlcera na 
maioria das vezes bilateral e observada nas faces anterior, lateral e posterior da 
perna, pouco profunda, de base descorada e fundo necrótico. Apresenta 
exsudato escasso e a dor é intensa. 
O doente deve parar de fumar e o controle da hipertensão arterial é 
fundamental. As doenças associadas, como diabetes mellitus, gota e a 
obesidade, também devem ser controladas. 
 
21 
 
3 ÚLCERAS PÉPTICAS 
 
Fonte: mejorconsalud.com 
 
O revestimento do estômago é protegido por determinados mecanismos 
de defesa. As células que revestem o estômago secretam muco e bicarbonato. 
O muco reveste o interior do estômago para protegê-lo de lesões por ácido e 
enzimas digestivas. O bicarbonato, no e sob o muco ajuda a neutralizar o ácido 
gástrico. 
Quando esses mecanismos de defesa são perturbados, por exemplo, pela 
bactéria Helicobacter pylori ou por aspirina, as pessoas podem 
desenvolver a úlcera péptica. 
O tamanho das úlceras pode variar de vários milímetros a vários 
centímetros. As úlceras se diferenciam das erosões pela profundidade de 
penetração. As erosões são mais superficiais, não envolvendo a muscular da 
mucosa. Elas podem aparecer em qualquer idade, incluindo bebês e crianças, 
mas são mais comuns em adultos de meia-idade. 
 
 
 
 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/biologia-do-sistema-digestivo/est%C3%B4mago
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/gastrite-e-%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica/%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica22 
 
3.1 Tipos de úlceras pépticas 
Úlceras gástricas 
 
É uma ferida no estômago, que agrava quando o suco gástrico entra em 
contato com o ferimento, pois esse líquido é ácido e provoca mais irritação e 
inflamação no local afetado. A principal causa de úlceras gástricas é a presença 
da bactéria Helicobacter pylori no estômago, mas esse problema também pode 
aparecer devido ao estresse ou má alimentação. 
Causas: 
 Bactéria Helicobacter pylori – esse microorganismo pode atacar a 
parede estomacal de pessoas com predisposição para a doença. 
Erradicada a infecção, a úlcera tende a desaparecer; 
 Aspirina e anti-inflamatórios: o uso constante desses medicamentos 
pode provocar o aparecimento de úlceras; 
 Estresse: o estresse, além de outros efeitos prejudiciais, pode estimular 
a secreção de ácidos que atacam o revestimento do estômago e do 
duodeno. 
 
Diagnóstico: 
O principal exame para diagnosticar úlceras é a endoscopia, exame 
realizado sob sedação que permite visualizar diretamente o esôfago, o estômago 
e o duodeno. Raios X e análise dos ácidos gástricos são métodos úteis em certos 
casos, mas pouco empregados atualmente. 
 
Sinais e Sintomas: 
 Sensação de dor e/ou queimação na área entre o esterno e o 
umbigo que se manifesta especialmente com o estômago vazio, 
pois a ausência de alimentos para digerir permite que os ácidos 
irritem a ferida. 
 Dor que desperta o paciente à noite e tende a desaparecer com a 
ingestão de alimentos ou antiácidos. 
 
23 
 
 Dor característica da úlcera do duodeno que desaparece com a 
alimentação reaparecendo depois (ritmo dói-come-passa-dói-
come-passa-dói). 
 Vômitos com sinais de sangue. 
 Fezes escurecidas ou avermelhadas que indicam a presença de 
sangue. 
 
Úlceras Duodenais 
 
 
Fonte: ulceraduodenal.webnode.com.br 
 
A úlcera duodenal consiste na erosão da mucosa que cobre o interior do 
duodeno produzida pela ação corrosiva do suco gástrico. Trata-se de uma 
doença crónica que, embora cicatrize em poucas semanas, pode voltar a formar-
se vezes sem conta. 
A formação da úlcera depende da ação corrosiva do suco gástrico que 
atravessa o duodeno. Em condições normais, o ácido produzido no estômago 
chega ao duodeno em quantidades moderadas, misturado com a comida, sendo 
neutralizado pelas secreções alcalinas presentes no interior do intestino. 
A úlcera duodenal deve-se principalmente ao aumento de produção de 
suco gástrico, que supera os fatores defensivos e acaba por corroer a parede do 
duodeno. 
 
24 
 
Fatores responsáveis, incluem-se todos aqueles que determinam uma 
maior produção de secreção estomacal, sobretudo o stress, o tabagismo e o 
consumo regular de medicamentos, como o ácido acetilsalicílico (aspirina) e 
outros anti-inflamatórios. 
 
Sinais e Sintomas: 
O principal sintoma é uma dor localizada na parte superior e média do 
abdómen, muitas vezes prolongada ao lado direito. 
Os sinais e sintomas variam de pessoa para pessoa: há quem se queixe 
de uma grande dor, outros de um pequeno ardor e, em certas ocasiões, é 
descrita como uma sensação de fome dolorosa. 
A intensidade também varia de caso para caso, desde um incómodo 
moderado até uma dor que parece atravessar o abdómen até às costas. 
O mais constante é o seu ritmo de aparecimento, geralmente relacionado 
com as refeições: a dor só desaparece quando se ingere algum alimento ou 
quando se toma uma substância alcalina, para reaparecer após um determinado 
período de tempo e progressivamente aumentar de intensidade até à refeição 
seguinte. 
A dor aparece, com frequência, durante a noite e a sua violência é tal que 
desperta o paciente e só pode ser aliviada após ingerir alguma comida, um copo 
de leite ou outro produto alcalino. 
Entre outras manifestações comuns encontram-se as náuseas, 
eventualmente acompanhadas de vómitos, assim como regurgitações ácidas. 
Estes sintomas aparecem em quase metade dos casos, embora com intensidade 
diferente. É muito comum ocorrerem pequenos vómitos de suco gástrico pela 
manhã, em jejum. 
 
Diagnóstico 
O exame mais fidedigno para o diagnóstico é a endoscopia digestiva alta, 
raramente a úlcera tem transformação maligna. Com a endoscopia biópsias 
podem ser realizadas para se determinar à presença ou não de malignidade. 
 
 
 
 
25 
 
Úlceras esofágicas 
 
 
Fonte: pt.oldmedic.com 
 
Uma úlcera esofágica é um orifício na parede do esófago corroída pelos 
sucos digestivos ácidos, secretados pelas células do estômago. Essa úlcera 
geralmente está localizada na parte inferior do esôfago. 
 Ela é freqüentemente associada com doença do refluxo gastroesofágico 
crônico (DRGE). Não muito tempo atrás, a crença comum era de que as úlceras 
pépticas foram resultado do estilo de vida. Hoje sabe-se que uma infecção 
bacteriana ou alguns medicamentos são as causas da maioria das úlceras do 
estômago e parte superior do intestino delgado (duodeno). 
Podem aparecer como consequência do refluxo gastresofágico, 
principalmente em associação com hérnia hiatal. 
 
Sinais e sintomas: 
Alguns sintomas incluem azia, um ligeiro sangramento pode ocorrer, 
vômito com sangue, com fezes com sangue. Se a hemorragia do esôfago for 
rápida, em seguida, a descarga de sangue nas fezes será uma cor vermelho 
brilhante. 
Outros sintomas podem incluir náuseas, indigestão abdominal e cólicas 
abdominais. Essa dor abdominal pode despertar à noite, podendo ser aliviada 
por antiácidos ou leite. As dores podem ser sentidas cerca de 2 a 3 horas depois 
de comer. 
 
 
 
26 
 
Diagnóstico 
Endoscopia digestiva alta: teste no qual um tubo fino com uma câmera na 
extremidade é inserido em sua boca até o trato gastrointestinal para ver analisar 
o estômago e intestino delgado. Durante uma endoscopia, o médico pode coletar 
uma biópsia da parede do seu estômago para teste de H. pylori também 
Para o mesmo fim, também podem ser feitos outros exames de imagem, 
como raios-X. 
Para diagnosticar a causa subjacente às úlceras pépticas, alguns exames 
específicos podem ser necessários, como para detectar a presença de H. pylori, 
causando as úlceras. Os exames usados neste caso são: 
 Exames de sangue 
 Exames de fezes. 
4 OSTOMIAS 
 
Fonte: tuasaude.com 
 
Uma ostomia é uma abertura criada cirurgicamente entre um órgão 
interno e a superfície da parede abdominal. Uma incisão circular é feita na 
parede abdominal e um pedaço de intestino é trazido através da incisão para 
ficar parcialmente fora da parede do corpo. A parte do intestino que é vista na 
superfície do abdômen é chamada de estoma. 
https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/16383-endoscopia-digestiva-alta
 
27 
 
Ostomias podem ser usadas pelo cirurgião para tratar problemas 
abdominais complicados ou para permitir a cura do local da cirurgia. Câncer, 
trauma, doença intestinal inflamatória (IBD), obstrução intestinal, infeção, 
incontinência fecal (incapacidade de controlar movimentos intestinais) e 
diverticulite (inflamação de bolsas minúsculas que comumente se formam na 
parede do cólon) são exemplos possíveis de situações em que a cirurgia pode 
envolver uma ostomia. 
Uma ostomia é identificada pela parte do intestino envolvido. Por 
exemplo, uma “ileostomia” é uma abertura criada cirurgicamente envolvendo o 
íleo, uma parte do intestino delgado, na pele da parede abdominal. Uma 
“colostomia” é uma abertura criada cirurgicamente envolvendo uma parte do 
cólon, ou intestino grosso, na pele da parede abdominal. 
Uma ostomia pode ser temporária ou permanente. A temporária 
geralmente é criada no processo de tratamento de problemas abdominais 
complicados, ou para desviar as fezes e permitir tempo para a cura. Mantém o 
material de fezes longe de uma área a jusante (em direção ao ânus), como um 
local de cirurgia de cicatrização, uma área de inflamação ou bloqueio associado 
a doença ou cicatriz. As ostomias temporárias podem serrevertidas quando 
consideradas apropriadas pelo cirurgião colorretal. 
Uma ostomia permanente serve como meio para a evacuação de fezes a 
longo prazo. As instâncias de necessidade de uma ostomia permanente incluem 
quando a doença, ou seu tratamento, prejudica a função intestinal normal, ou 
quando o ânus ou os músculos que controlam a eliminação devem ser removidos 
ou não funcionam adequadamente. 
4.1 Formação de uma ostomia: ostomia final ou ostomia de loop. 
Uma ostomia pode ser construída como uma ostomia final ou uma ostomia 
de loop, dependendo das circunstâncias específicas para as quais uma ostomia 
está sendo criada. Uma ostomia final é formada trazendo o fim de um segmento 
de intestino através da abertura da pele e rolando a extremidade do intestino de 
volta para si mesmo, como um manguito da camisa e suturando as bordas do 
intestino para a pele da parede abdominal. 
 
28 
 
Uma ostomia de loop é tipicamente para um estator temporário desviador 
(um que você vai reconectar e apenas desviar temporariamente as fezes). É 
formado por um ciclo de intestino intacto através da abertura da pele. Um corte 
é feito aproximadamente a meio caminho do intestino no circuito exposto, e 
ambas as extremidades proximal e distal (a montante e a jusante) do loop são 
enroladas e suturadas na pele da parede abdominal. 
Assim, uma ostomia de loop tem duas aberturas intestinais juntas 
próximas uma da outra. Uma ostomia de loop pode parecer maior do que uma 
ostomia final por causa das duas aberturas. Isso pode tornar o aparelho 
apropriado para uma ostomia de loop um pouco mais difícil. 
4.2 Tipos de ostomias 
Os órgãos ou regiões do corpo em que o estoma será realizado dão 
origem aos diferentes tipos de estomias (ou ostomias) como veremos a seguir: 
 
 Colostomia 
 
A colostomia é um estoma intestinal, ou seja, a exteriorização no abdome de 
uma parte do intestino grosso para eliminação de fezes. A colostomia é utilizada 
quando o paciente apresenta qualquer problema que o impede de evacuar 
normalmente pelo ânus. As fezes saem pelo estoma, localizado na superfície do 
abdômen e são coletadas em uma bolsa plástica adaptada à pele. 
As colostomias podem ser classificadas em três tipos, de acordo com a 
parte do intestino grosso que é exteriorizada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Colostomia ascendente: 
 
 
Fonte: convatec.pt 
 
 No cólon ascendente (secção vertical, à direita) 
 Tipo de ostomia pouco comum 
 As fezes são líquidas a semilíquidas, fluindo quase continuamente, 
sendo muito irritantes para a pele 
 
Colostomia transversa 
 
 
Fonte: convatec.pt 
 
30 
 
 
 No cólon transverso (secção horizontal, a meio do abdómen) 
 As fezes são semilíquidas e irritantes quando em contato com a 
pele. 
 Geralmente são construídas em alça, com 2 estomas. 
 Normalmente são temporárias 
 
Colostomia descendente 
 
 
Fonte: convatec.pt 
 
 No cólon descendente (secção vertical esquerda) 
 É o tipo mais comum 
 As fezes são semiformadas e menos irritantes quando em contato 
com a pele 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Colostomia sigmoidea 
 
 
Fonte: convatec.pt 
 
Colostomia Úmida 
A colostomia úmida em alça é construída para permitir a saída de urina e 
fezes pelo mesmo estoma. É uma alternativa para pacientes que necessitam 
de dupla derivação (fezes e urina). 
 
 Ileostomia 
 
Fonte: progastrojoinville.com.br 
 
32 
 
A ileostomia é a exteriorização da parte final do intestino delgado na pele 
do abdome. As fezes de uma ileostomia são mais líquidas do que aquelas que 
são eliminadas por uma colostomia. A ileostomia é realizada por qualquer motivo 
que impeça a passagem das fezes pelo intestino grosso. 
 
 Urostomia 
 
Fonte: convatec.pt 
A urostomia é a exteriorização dos condutos urinários através parede 
abdominal, permitindo a eliminação constante da urina por gotejamento. Por este 
motivo, é necessário o uso de um dispositivo coletor com válvula antirrefluxo e 
torneira de drenagem, permitindo o seu esvaziamento ao longo do dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Conduto Ileal 
 
Fonte: convatec.pt 
 
O conduto ileal é o tipo mais comum de urostomia, sendo que, nestas 
situações, a bexiga é removida devido a doença ou lesão. 
Neste tipo de cirurgia, uma porção de intestino delgado é removida e encerrada 
numa das extremidades. Os dois ureteres, que transportam a urina dos rins, são 
conectados a esta porção do intestino (que funcionará como a "nova bexiga"). A 
parte proximal será exteriorizada através da parede abdominal, originando o 
estoma. 
 
Ureterostomia 
 
Fonte: convatec.pt 
 
34 
 
É a exteriorização de um ou dos dois ureteres através da parede do 
abdómen, formando um estoma. Geralmente são estomas temporários. 
4.3 Estomas temporários e permanentes 
Estomas temporários: 
São aqueles realizados por qualquer problema transitório no trato 
intestinal ou urinário. No caso dos estomas intestinais (colostomias, 
ileostomias) geralmente são realizados para evitar que as fezes passem pelo 
local operado antes da cicatrização completa. 
Na cirurgia para tratamento do câncer de reto, os estomas temporários 
são fechados depois da cicatrização da cirurgia, o que ocorre geralmente após 
um mês da cirurgia. Após o fechamento do estoma, o paciente volta a evacuar 
pelo ânus. 
 Estomas permanentes: 
São realizados quando não é possível manter a função normal da 
evacuação de maneira definitiva. 
 
 Aspecto do estoma 
 
 
 Fonte: enfermagemnovidade.com.br Fonte: enfermeriadeciudadreal.com 
 
Nos primeiros dias após a cirurgia o estoma pode ficar edemaciado 
(inchado). Aos poucos o edema regride. O estoma é vermelho ou rosa vivo 
semelhante à mucosa da parte interna da boca. A pele ao redor do estoma (pele 
periestomal) deve estar lisa, sem lesões ou ferimentos. O estoma não tem 
 
35 
 
terminações nervosas, por isso não dói ao ser tocado, no entanto pode 
apresentar um pequeno sangramento. 
 
 Aspecto das Fezes eliminadas pelos Estomas Intestinais: 
 As principais funções do intestino grosso são absorver a água ingerida e 
formar as fezes. A reabsorção da água é realizada ao longo de todo o cólon, 
tornando as fezes mais sólidas na medida em que elas se dirigem para o reto 
(última porção do intestino grosso). Portanto, o tipo de efluente (fezes) depende 
do local onde o estoma é realizado: 
 
Ileostomia - Fezes líquidas nos primeiros dias após a cirurgia e pastosas 
após a readaptação intestinal. 
Colostomia ascendente - Fezes semilíquidas nos primeiros dias após a 
cirurgia e pastosas após a readaptação intestinal. 
Colostomia transversa - Fezes semilíquidas a pastosas. 
Colostomia descendente - Fezes pastosas a sólidas (semelhante às 
fezes eliminadas pelo ânus). 
 
 Imediatamente após a cirurgia, o funcionamento do estoma intestinal é 
irregular podendo eliminar fezes várias vezes ao dia, em diferentes momentos. 
Na medida em que o tempo passa, o estoma funciona de forma mais regular, no 
entanto, não é possível controlar a saída das fezes. 
5 CUIDADOS E AUTOCUIDADO COM O ESTOMA 
O indivíduo com estomia urinária ou intestinal deverá ser assistido pela 
equipe profissional interdisciplinar, tendo em vista os aspectos multifacetados 
que originam um estoma como: alterações anatômicas, nutricionais, emocionais, 
psicossociais e complicações na pele periestoma, dentre outros. 
 Manter a integridade cutânea é fundamental para o sucesso na 
reabilitação e boa convivência da pessoa estomizada com o estoma. Para tanto, 
resulta da interação de todos os profissionais de saúde envolvidos na assistência 
e da motivação do indivíduo para participar das ações de autocuidado. 
 
36 
 
O autocuidado é uma atividade apreendida pelo indivíduo, cujo propósito 
é o de praticar ações de cuidado, seguindo um modelo que contribua parao 
desenvolvimento humano em benefício da vida, da saúde e do bemestar. 
 A equipe de enfermagem desempenha um papel de grande relevância 
com as ações de educação permanente sobre os cuidados voltados para o 
paciente estomizado. A assistência prestada por esses profissionais, no período 
da hospitalização, é imprescindível para despertar neles a capacidade de gerir 
os próprios cuidados, que devem ser promovidos desde no pré e no pós 
operátório, tendo em vista que a pessoa orientada ficará mais confiante e poderá 
aderir às técnicas de autocuidado e adaptar-se à nova condição física. 
5.1 Medidas de higiene e os cuidados gerais para pacientes com ostomia 
 
Fonte: enfermagemnovidade.com.br 
 
Durante a troca do dispositivo coletor, deve-se remover suavemente a 
parte adesiva à pele, de preferência, durante o banho, para evitar remoção 
traumática. 
 Depois de remover a bolsa coletora, devem-se usar água e sabão 
para limpar o estoma e a pele periestoma. 
 Utilizar chumaço de algodão ou gazes para retirar o excesso dos 
resíduos dos efluentes ou dos produtos para estomia aderidos na 
pele periestoma. 
 
37 
 
 Se possível, antes de trocar a bolsa coletora, expor a pele 
periestoma ao sol da manhã por 15 a 20 minutos. O banho de sol 
é um cuidado fundamental tanto para prevenir quanto para tratar 
a dermatite periestoma. 
 
 Atenção: Durante o banho de sol, proteger o estoma com uma gaze 
úmida, para que ele não corra risco de ressecar. Somente a pele periestoma 
deve receber a luz solar. Se o paciente estiver em tratamento de quimioterapia 
ou radioterapia, esse procedimento não poderá ser realizado. 
 Não usar substâncias hidratantes na área periestoma, a fim de 
evitar dificuldade na aderência do adesivo da bolsa coletora à 
pele. 
 No cuidado com os pelos, utilizar tesouras com ponta curva para 
apará-los. Não utilizar barbeadores nem lâminas. 
 Aferir o diâmetro do estoma e proceder ao corte da placa adesiva 
da bolsa coletora conforme seu tamanho. 
 Esvaziar o dispositivo coletor antes de completar a capacidade 
máxima, para evitar infiltrações na placa e vazamento. 
 A frequência de troca da bolsa coletora pode ser semanal ou 
conforme saturação da placa adesiva. 
 Observar, a cada troca do dispositivo coletor, as condições da 
pele periestoma e as características dos efluentes. 
 
- Limpeza: 
 Material Necessário: 
 250 ml Soro fisiológico a 0,9%; 
 Gaze estéril; 
 01 bolsa para colostomia (se necessário troca); 
 Após avaliação, se necessário, lavar com água e sabão. 
 
Procedimento: 
 Limpar a região da colostomia com soro fisiológico a 0,9%, em 
movimentos circulares; 
 
38 
 
 Secar a área ao redor com gaze estéril; 
 Marcar na bolsa o círculo com um guia de corte, de acordo com o diâmetro 
da fístula, do dreno ou da ostomia; 
 Recortar o orifício marcado; 
 Observar para que o orifício não fique apertado demais garrotando a 
ostomia, ou grande demais facilitando o contato da secreção direta com 
a pele lesando-a; 
 Retirar o adesivo; 
 Retirar o protetor que recobre a face superior da placa; 
 Aplicar a placa com o aro sobre a região; 
 Adaptar a bolsa plástica à parte inferior do aro na placa, em posição 
cefalocaudal; 
 Exercer uma leve pressão à roda, a partir da parte inferior da bolsa 
plástica até que esteja segura, solicitando ao paciente que enrijeça a 
região; 
 Puxar suavemente a bolsa para baixo, para confirmar se ela se encontra 
devidamente encaixada. 
 Cuidados diários com Colostomia: 
 Esvaziar a bolsa (no mínimo uma vez por plantão e sempre que 
necessário), soltando apenas o clamp que a fecha na parte inferior; 
 Lavá-la com soro fisiológico a cada vez que se desprezar o conteúdo no 
vaso sanitário; 
 O clamp poderá ser reutilizado nas trocas do mesmo paciente; 
 Registrar no prontuário: característica do débito de colostomia, volume, 
odor, cor, etc. 
 
 Lavagem intestinal pela colostomia 
A finalidade da lavagem intestinal pela colostomia é avaliar a distensão 
abdominal, flatulência, remover fezes acumuladas, preparar clientes para 
cirurgias e exames do trato intestinal. 
 Procedimento: 
 Lubrificar a sonda; 
 Retirar a bolsa de colostomia e desprezá-la; 
 
39 
 
 Proceder à limpeza ao redor da colostomia com gaze e soro 
fisiológico a 0,9%; 
 Introduzir cerca de 15 a 20cm da sonda no estoma a ser irrigado 
 Deixar a solução correr vagarosamente; 
 Fechar a sonda quando terminar a solução evitando a entrada de 
ar 
 Retirá-la, clampeando-a e puxando-a; 
 Deixar fluir o material fecal de 15 a 20 minutos; 
 Após o efeito desejado proceder à limpeza ao redor da colostomia 
e secar a área com gaze; 
 Fixar nova bolsa de colostomia com placa protetora; 
 
Observação: Cuidados Básicos Com Ostomias: Em caso de dois 
estomas, observar na prescrição médica qual deles será irrigado. 
5.2 Dispositivos coletores e adjuvantes 
Atualmente, estão disponíveis no mercado brasileiro diversos produtos 
voltados para os cuidados periestomas e estomas. São dispositivos coletores 
com alta tecnologia, que oferecem mais segurança e conforto à pessoa com 
estomia intestinal ou urinária, como válvulas antirrefluxo nas bolsas coletoras 
para urostomia, que evitam o retorno da urina para a cavidade do estoma, filtros 
nas bolsas para estomias intestinais, para eliminar os odores dos gases e dos 
efluentes fecais, plástico do saco da bolsa coletora hipoalergênico e com sistema 
antirruído, entre outros. 
 Considerando o arsenal de produtos com indicação e marcas de 
fabricação variadas, elencam-se, no quadro abaixo, os dispositivos coletores e 
adjuvantes para estomia, conforme a indicação de uso: 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Bolsas coletoras para efluentes intestinais 
Bolsa 
tomia 
pediátrica para colos- 
Dispositivo coletor para eflu- 
ente intestinal, com carvão 
ativado para filtrar os odores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bolsas coletoras para efluentes intestinais 
Bolsa para colostom/ileostomia 
adulto 
 
 
 
 
 
 
 
Bolsa de uma peça, recortá- 
vel, com base adesiva sintéti- 
ca acoplada à bolsa coletora; 
bolsa de duas peças, com 
placa base plana recortável 
separada da bolsa coletora, 
que facilita a limpeza do es- 
toma e do equipamento cole- 
tor. 
Bolsas para urostomia 
 
 
 
Bolsa coletora para os efluen- 
tes urinários. Na apresenta- 
ção de uma e de duas peças, 
ambas apresentam válvula 
antirrefluxo e de fechamento 
do equipamento coletor. 
 
41 
 
Adjuvantes para auxiliar o dispositivo coletor a se fixar 
Pasta para estomia 
 
 
 
 
Funciona como um cimento para 
nivelar as áreas periestomais irre- 
gulares e como barreira entre o 
estoma e a base adesiva, evitando 
infiltrações do efluente e dermatite 
pelo contato com urina/fezes, 
além de prevenir o descolamento 
precoce da base adesiva. 
Tiras de hidrocoloide moldá- 
veis 
 
 
 
 
Indicado para preencher espaços 
ou imperfeições anatômicas que 
dificultam a aderência da bolsa 
coletora. 
Cinto adulto e pediátri- 
co 
 
 
 
 
Auxiliam a fixar a placa de resina 
sintética da bolsa coletora na pele 
periestoma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Adjuvante neutralizador do odor do efluente intestinal 
Gel lubrificante e desodorante 
 
 
 
 
 
Neutralizador dos odores dos eflu- 
entes das bolsas de colostomia e de 
ileostomia 
Adjuvantes para tratamento da pele periestomal 
Pó de hidrocoloide para esto- 
mia 
 
 
Barreira protetora da pele periesto- 
ma contra os efluentes intestinais e 
urinários, para absorver a umidade 
da pele e auxiliar a fixação da placa de 
resina sintética da bolsa coletora. 
Placa protetora 
 
 
 
 
 
 
 
 
Placa de hidrocoloide para estomia - 
protege a pele do contato com o 
efluente e trata a dermatite de conta- 
to. 
5.3 Sistemas de continência da colostomia 
Oclusor 
Funciona como uma prótesedescartável, e seu objetivo é de ocluir a 
colostomia em sua extremidade distal e controlar a incontinência (eliminação) de fezes 
e gases. É um tampão cilíndrico descartável, flexível, composto de espuma de 
poliuretano envolto por uma película hidrossolúvel pré-lubrificada com filtro de carvão 
ativado integrado para inibir os odores. 
O uso do oclusor, que deve ser prescrito pelo médico coloproctologista, é 
indicado para pessoas com colostomia terminal de apenas uma boca, localizada no 
cólon descendente, ou sigmoide, sem complicações estomais, que tenha estoma 
protuso com diâmetro de 20 a 45 mm, com padrão de até três eliminações fecais 
sólidas ou pastosas ao dia e apresente condições gerais para realizar o autocuidado. 
 
43 
 
O sistema oclusor é contraindicado em casos de diarreia, nas demais colostomias 
(ascendente e transversa) e nas ileostomias. 
 
Técnica de aplicação do sistema oclusor 
 
Oclusor para colostomia 
 
 
Fonte: Campos - 2016 
Inicialmente, devem-se avaliar 
o tipo da estomia intestinal, as 
características do estoma, os 
efluentes e a integridade da 
pele periestoma. Se não 
apresentar nenhuma alte-ração, 
aplica-se o cilindro do oclusor 
no orifício do estoma, logo após 
a eliminação intestinal. Na 
primeira semana de uso, é feito 
um treinamento intestinal, 
trocando-se o oclusor a cada 
quatro horas, durante o dia. 
Passado esse período, 
aumenta, gradativamente, o 
tempo de permanência até 
atingir o tempo de troca entre 
oito e doze horas diárias. 
5.4 Irrigação da colostomia 
É um método mecânico para controlar as eliminações dos efluentes 
intestinais, que consiste em fazer a lavagem intestinal a cada 24, 48 e/ou 72 
horas, utilizando água através do estoma, o que estimula a peristalse e esvazia 
o conteúdo fecal. 
A irrigação é indicada pelo médico e executada pelo enfermeiro 
estomaterapeuta ou capacitado para tal. Para iniciá-la, a pessoa colostomizada 
deve preencher alguns critérios: ter colonostomia terminal, em cólon 
descendente ou sigmoide; ter destreza e habilidade física e mental para fazê-lo; 
não ter complicações no estoma (prolapso de alça grave, estenose, retração ou 
 
44 
 
hérnia para- estomal grande); não ser portadora de síndrome de cólon irritável e 
ter boas instalações sanitárias em sua residência30. 
A irrigação da colostomia reduz os problemas relacionados à 
incontinência fecal, às alterações da pele periestomal, à troca constante das 
bolsas coletoras, ao controle do odor e aos ruídos desagradáveis, isto é, à 
sensação do "inesperado", e minimiza os traumas psicossociais31. Age da 
mesma forma como o enema, distendendo o intestino e estimulando a peristalse 
e, com isso, o esvaziamento do conteúdo fecal, de gazes e do odor. É importante 
uti- lizar a técnica e os equipamentos adequados, porquanto isso evita o risco de 
perfurar o intestino. 
Quanto à técnica, devem-se considerar diferentes aspectos para realizá-
la, a saber: o volume a ser infundido, a frequência da irrigação, o tempo de 
difusão, a educação para a autoirrigação e as possíveis dificuldades dos 
pacientes. 
Concernente ao volume a ser infundido, não há unanimidade entre os 
autores sobre a descrição de um volume específico, porém se sabe que ele varia 
entre 500 e 1.500 ml31. A frequência ideal para se proceder à irrigação é em dias 
alternados32, todavia alguns autores recomendam de 48 a 72h.30 As irrigações 
dependem da adaptação da pessoa à técnica, de sua disponibilidade e 
disposição para realizá-la, das necessidades individuais de eliminação intestinal 
e dos hábitos alimentares associados33. 
Quanto ao tempo para a realização da técnica, a literatura indica uma 
média de 45 minutos, e a variação de tempo de 20 a 90 minutos, embora, na 
prática, seja de 60 minutos, com tempo de infusão em média de 10 minutos, 
apesar de o tempo do retorno do conteúdo ser prolongado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
6 FERIDAS 
Ferida – ou lesão - é quando ocorre a perda da continuidade dos 
tecidos. Ela modifica a estrutura normal da pele, o maior órgão de nosso corpo, 
cuja função é proteger de atritos, ajudar no controle da nossa temperatura 
corporal, dentre outras. A pele é formada por três camadas: 
a) epiderme, a camada mais externa, formada por várias camadas de 
células, cada uma com uma função. 
b) derme, composta de colágeno, que proporciona elasticidade à pele e 
onde há os vasos sanguíneos e linfáticos e as terminações nervosas. 
c) tecido subcutâneo, onde estão as células adiposas e é a parte que une 
a pele a outros órgãos. 
 Dependendo de quais camadas uma ferida atinge, ela pode ser 
apenas superficial ou pode ser profunda. 
 
 Tipos de feridas: 
Agudas: são as feridas recentes e que estão nas camadas mais próximas 
à superfície (epiderme e derme). São normalmente causadas por fatores 
externos, como traumas biológicos, químicos ou físicos. Elas podem ainda 
serem causadas por cirurgias – neste caso, se não tratadas de forma adequada, 
podem ser transformar em crônicas. 
 
Fonte: comocurar.net 
 
 
46 
 
Crônicas: são as feridas cujo cicatrização demora mais do que o 
esperado, levando o tecido a demorar para se restabelecer, porque atingem 
camadas mais profundas, além das camadas mais externas, que são a epiderme 
e a derme. São, normalmente, causadas por fatores internos como infecções ou 
doenças vasculares ou metabólicas. Outro motivo pode transformá-las em 
crônicas: a falta de cuidados adequados, que as deixam expostas a organismo 
externos e acabam complicando a cicatrização. 
 
 
Fonte: doutorferidas.com.br 
 
As feridas têm graus de contaminação diferentes, assim como tempo de 
traumatismo, profundidade e causa da lesão. Isso demanda que a pessoa tenha 
o conhecimento adequado para tomar os cuidados corretos e conseguir tratar 
adequadamente e curar de forma efetiva cada tipo de ferida. 
6.1 Classificação das feridas 
As feridas podem ser classificadas de quatro formas diferentes de acordo 
com: 
 Agente causal 
 Grau de contaminação 
 Comprometimento tecidual 
 Classificações quanto ao tipo de Tecido 
 
 
47 
 
 Quanto ao agente causal: 
 
Incisivas ou cirúrgicas: São feridas limpas produzidas por um 
instrumento cortante. Para que haja a cicatrização deverão ser fechadas 
por suturas. Os agentes utilizados são o bisturi, faca e lâmina; 
Contusas: São feridas causadas por traumatismo de tecidos moles. 
Geralmente a lesão é provocada por objeto rombo e caracterizada por 
hemorragia e edema; 
Lacerantes: São ferimentos caracterizados por margens irregulares. Além 
disso são provocados por lesão por tração evidenciando um rasgo ou 
arrancamento tecidual. Exemplo: Mordedura de cão; 
Perfurantes: São lesões caracterizadas por pequenas aberturas na pele 
com predomínio da profundidade sobre o comprimento. Exemplo: 
ferimentos provocados por armas de fogo ou ponta de faca. 
 
 Graus de contaminação 
 
Ferida limpa: as cirúrgicas são exemplos de feridas limpas. Como 
são realizadas em ambientes cirúrgicos e esterilizados, acredita-se não 
terem o risco de contato com microrganismos. 
Ferida limpa-contaminada: esse tipo tem grande chance de ser 
contaminada. São as feridas causadas por acidentes ou abertas por até 
seis horas antes do atendimento. Encaixam-se aqui também as cirurgias 
que envolvem cavidades. 
Ferida contaminada: são as que têm reação inflamatória. Essa reação 
pode ser causada pelo contato com terra ou algum outro tipo de matéria 
contaminada. 
Ferida infectada: esses tipos apresentam sinais claros de infecção, como 
edemas, vermelhidão, dor, alteração de temperatura e presença de pus. 
Úlceras, feridas crônicas ou as que demoram a cicatrizar são bastante 
suscetíveis a ter um agente infeccioso no local, causando uma reação 
inflamatória e destruindo tecidos. 
 
 
 
48 
 
 Quanto ao comprometimento tecidual: 
 
Estágio I: Não há perda tecidual com o comprometimentoapenas da 
epiderme. 
Estágio II: Há perda tecidual com o comprometimento da epiderme, 
derme ou ambas. 
Estágio III: Comprometimento total da pele e necrose de tecido 
subcutâneo, porém não atinge a fáscia muscular. 
Estágio IV: Há grande destruição de tecido, chegando a correr lesão 
óssea ou muscular. 
 
 Quanto ao tipo de Tecido 
 
Tecido necrótico: Restrito a uma área – Isquemia, redução da circulação, 
tecido não viável. 
Pode ser caracterizada por liquefação e ou coagulação produzido por enzimas 
que acarretam a degradação dos tecidos isquêmicos, se diferenciam pela 
coloração e consistência. Dividem-se em dois tipos: 
 
A) Escaras: De coloração marrom ou preta escara é descrito como uma capa 
de consistência dura e seca. 
 
Fonte: enfermagem-a-arte-de-cuidar.blogspot.com 
 
 
49 
 
B) Esfacelos (Slough): De cor amarelada ou cinza; descrita de consistência 
mucoide e macia; pode ser frouxo ou firme a sua aderência no leito da ferida; 
formado por fibrina (concentração de proteína) e fragmentos celulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: enfermagem-a-arte-de-cuidar.blogspot.com 
 
C) Tecido de Granulação: Aumento da vascularização é um tecido de cor 
vermelho vivo. Recebe este nome porque parece granular. 
 
 Fonte: enfermagem-a-arte-de-cuidar.blogspot.com 
 
D) Tecido de Epitelização: Redução da vascularização e um aumento do 
colágeno, contração da ferida. Tecido róseo. 
 
50 
 
 
 
 Fonte: enfermagem-a-arte-de-cuidar.blogspot.com 
6.2 Fatores de risco para desenvolvimento de feridas 
Podemos dividi-los em fatores comportamentais e fatores constituintes 
próprios do pé. 
 
 Os fatores comportamentais 
Podem ser definidos como atitudes que quando realizadas ou negligenciadas 
aumentam o risco de produzir algum ferimento. Exemplos: 
 
1- Andar descalço: a falta do calçado aumenta o risco de pequenos 
ferimentos como pisar em tachinha, caco de vidros, pedras etc; 
2- Higiene inadequada com os pés: lavar diariamente os pés, 
principalmente entre os dedos, enxugando também entre eles, evita que a 
umidade nesse local aumente o risco de micose, muito comum no diabético, 
que poderá ser a porta inicial de uma infecção grave. 
3- Cortar as unhas de maneira errada: deve-se evitar desencravar cantos 
de unha, pois isso predispõe a infecção por introdução de bactérias em tecido 
mais profundo com uso de tesoura não estéril. 
4- Uso de compressas quentes ou geladas: principalmente se os pés forem 
dormente, pois poderá provocar queimaduras. 
5- Usar sapatos inadequados: deve-se evitar sapatos de ponta fina e 
 
51 
 
estreito, principalmente se houver qualquer anormalidade ortopédica, joanete, 
por exemplo, pois o sapato poderá provocar calos ou bolhas que se 
constituem o início de lesões mais graves. 
 
 Fatores constituintes 
São alterações que quando presente aumentam em muito a chance de 
desenvolver ferimentos no pé. Exemplos: 
 
1- Pele seca: a pele seca predispõe à rachadura na pele, principalmente no 
calcanhar, que pode ser uma porta de entrada para infecção. 
2- Calo seco nos pés: as calosidades secas são áreas de atrito, 
normalmente decorrente de sapatos mal adaptados e modo de pisar errado 
devido á mudança no centro de gravidade nos paciente portadores de 
neuropatia diabética (alteração da função dos nervos periféricos decorrente 
da falta de controle do diabetes ao longo dos anos). 
3- Anormalidades das unhas: como unha encravada e com micose. São 
portas de entrada para infecção. Devem ser avaliadas por dermatologistas. 
4- Anormalidades ortopédicas: joanete, tornozelo valgo ou varo (pé pouco 
virado para dentro ou para fora) fazendo apoiar nas laterais dos pés, pé 
chato, calos ou tumores ósseos, artrose, entre outros. São áreas propensas a 
atrito no calçado ou durante o caminhar. 
5- Diabetes de longa duração e mal controlada: o mau controle do diabetes 
predispões frequentemente a alterações de outros órgão que, se presentes, 
aumentam o risco de desenvolver feridas e dificultam a cicatrização. 
6- Presença de neuropatia: alteração dos nervos periférico decorrente de 
diabetes de longa duração, em geral mal controlada. As alterações 
encontradas são: perda da sensibilidade, pés dormentes (alterações dos 
nervos sensitivos), pele seca com diminuição da hidratação normal por perda 
do controle da produção de suor (neuropatia autossômica), perda da função 
dos músculos levando a atrofia muscular (neuropatia motora). Essas 
alterações podem ocorrer juntas ou separadas ao longo do tempo. São 
alterações irreversíveis. O diabético portador de neuropatia é muito mais 
propenso a se ferir do que o que não apresenta essa anormalidade. 
7- Presença de arteriopatia obstrutiva periférica: oclusão das artérias dos 
 
52 
 
membros, o que diminui o suprimento de sangue para o membro, 
aumentando o risco de lesão isquêmica (por falta de sangue) que podem 
levar à necrose (gangrena) ou dificuldade na cicatrização de feridas 
produzidas por outras causas. 
8- História de ferida ou amputações anteriores: os pacientes que já 
apresentaram um ferimento anterior e que apresentam uma cicatriz ou 
deformidade no pé por amputações parciais de dedos ou do pé são pacientes 
muito mais propensos a desenvolver novas lesões por apresentarem 
anormalidade no apoio dos pés. Devem usar sapatos adaptados para retirada 
dos pontos de hiperpressão. 
7 TRATAMENTOS DAS FERIDAS 
 
Fonte: mt.corens.portalcofen.gov.br 
7.1 Processo de cicatrização 
Quando a integridade do tecido cutaneomucoso sofre uma lesão, 
imediatamente inicia o processo de reparação. Esse processo pode 
didaticamente ser dividido em três fases: 
Fase inflamatória: inicia-se imediatamente no momento em que ocorre a 
lesão. Nessa fase ocorre formação de trombos, ativação do sistema de 
coagulação, desbridamento da ferida e defesa contra infecções através das 
células do sistema imune. 
 
53 
 
 
 A função da fase inflamatória é preparar o local afetado para o crescimento 
de tecido novo. Inicialmente ocorre a agregação plaquetária e formação de 
trombócitos, que liberam mediadores vasoativos, fatores quimiotáticos e fatores 
plaquetários, cada um com funções diferentes. Em seguida, inicia-se o processo 
inflamatório, caracterizado pelo aumento do fluxo sanguíneo e ocorrência dos 
sinais flogísticos: dor, calor, rubor e edema. 
 A resposta inflamatória é facilitada por mediadores bioquímicos de ação 
curta como a histamina e serotonina e os mais duradouros como bradicinina e 
prostaglandinas. 
Os primeiros componentes do sistema imunológico a chegarem na ferida 
são os monócitos e os neutrófilos que realizam fagocitose das bactérias e 
decomposição do tecido necrosado. Posteriormente a chegada dos macrófagos 
que ativam os fibroblastos e células endoteliais. 
 
Fase proliferativa: ocorre a formação de tecido de granulação composto 
por novos vasos sanguíneos e por brotos endoteliais, fibroblastos, macrófagos e 
colágeno, este processo ocorre 72 horas após a lesão e prolonga-se até 3 
semanas. 
O colágeno tem papel importante neste processo, é responsável pela 
consistência e força da cicatriz e formação da matriz celular. Posteriormente 
ocorre a epitelização por meio dos queratinócitos que são direcionados para as 
bordas da ferida. 
 
Fase de maturação: inicia-se por volta da terceira semana e estende-se 
até dois anos. Ocorre um aumento da resistência do tecido, o volume da cicatriz 
diminui gradualmente e a coloração passa aos poucos de vermelho para o 
branco pálido, característico do tecido cicatricial. 
O equilíbrio entre a produção e a degradação de fibras de colágeno é 
essencial. Caso haja um desequilíbrio nesta fase formam-se cicatrizes 
chamadas queloidianas ou hipertróficas. 
 
 
54 
 
 
Fonte: rmfisiodermatofuncional.blogspot.com 
7.2 Os diferentestipos de cicatrização 
 As feridas podem cicatrizar de diferentes formas, sendo a cicatrização 
classificada em: 
Primeira intenção: ocorre em feridas pequenas onde as bordas não são 
muito afastadas, não apresentam infecção e muito edema, as bordas são unidas 
por meio de sutura. 
Segunda intenção: Ocorre grande perda de tecido, maior afastamento 
das bordas com ou sem infecção, as lesões são mantidas abertas, deixando-as 
se fecharem por meio de epitelização. 
Terceira intenção: Ocorre abertura da ferida, também conhecido como “ 
Deiscência” devendo ser tratado a causa, podendo ser indicado a limpeza ou 
debridamento. 
É necessário aguardar a formação de tecido de granulação saudável para 
posterior captação das bordas da lesão. 
 
 
55 
 
 
Fonte: romulopassos.com.br 
 
7.3 Avaliação da ferida 
O enfermeiro ao realizar a avaliação da ferida, deve avaliar todo seu 
aspecto a fim de decidir qual o melhor tratamento a ser seguido. Alguns 
elementos devem ser avaliados e registrados para garantir um tratamento 
adequado, cada um dos itens a seguir devidamente registrados facilitam 
posteriormente a avaliação do profissional: 
Área de abrangência e extensão da lesão: define a área onde está 
localizada a lesão através de medidas de largura e comprimento, devendo ser 
anotados periodicamente para realização de comparação e evolução da ferida. 
Aspecto da área adjacente: a área que se estende ao redor da ferida 
(perilesional) deve ser observada especificando se ela encontra-se: integra, 
lacerada, macerada, com presença de eczema, celulite, edema, corpos 
estranhos ou sujidades. 
 Aspecto da lesão: tipo de tecido predominante 
(granulação\esfacelo\necrose). 
Características do Exsudato: importante durante a avaliação, observar 
a presença de exsudato, a quantidade e a qualidade tem ligação direta a suas 
condições, devendo, portanto, ser evidenciado o tipo de exsudato, coloração o 
volume, se muito ou pouco, se fluido ou espesso, purulento, hemático, seroso ou 
serossanguíneo, além da presença ou não de odor. 
 
56 
 
Dor: Na pele encontramos uma variada rede de terminações nervosas 
sensitivas, nos permitindo a realizar estímulos mecânicos, térmicos e dolorosos 
provenientes de meio externo. Deve-se ser levado em consideração todos os 
aspectos relacionados a dor, a existência ou não, tipo de dor apresentada 
(pontada, queimação, ardência ou latejante), tempo e intensidade, se cessa com 
uso de analgésicos e se vem acompanhada de sinais flogísticos. 
Infecção: a pele representa uma barreira consideravelmente eficaz 
contra agentes patogênicos, quando ocorre uma lesão essa barreira é rompida 
facilitando a penetração de agentes patogênicos. 
Os mais comuns são Staphylococcus e Streptococcus, sabe-se que 
alguns microrganismos estão se tornando cada vez mais resistentes 
como Staphylococcus aureus e Streptococcus aureus, podendo causar graves 
prejuízos a ferida e ao paciente, retardando o processo de cicatrização. 
A identificação precoce de infecção nas feridas é fundamental para 
determinar o tratamento com coberturas apropriadas e remover os tecidos 
desvitalizados. Deve-se identificar sinais clínicos de infecção como a presença 
de exsudato purulento com odor. 
É imprescindível avaliar e registrar a presença dos sinais de inflamação: rubor, 
calor, edema, febre. 
Evolução: A maioria dos serviços especializados em tratamento de 
feridas possuem protocolos bem delineados com formulários apropriados com 
informações do estado geral de saúde do paciente proporcionando evolução a 
resposta do tratamento proposto e possibilitando o detalhamento do aspecto da 
ferida. Todos os itens acima descritos devem constar no registro diário da 
evolução da lesão. 
Em modo geral a característica do tecido encontrado na ferida nos mostra 
a recuperação ou a piora da ferida com potencial de impedir novo crescimento 
celular dificultando o processo de cicatrização. Alguns tecidos podem ser 
vitalizados quando vascularizados apresentam-se de cor viva, clara, brilhante e 
sensível a dor. Muitas feridas podem apresentar tecidos mistos, devendo ser 
levado em consideração o tecido predominante no leito da lesão. 
 
57 
 
7.4 Tipos de tecido encontrados em uma ferida 
 
 Fonte: m.hcsl.edu.br 
 
Tecido de Granulação: com coloração rósea ou avermelhada é de 
extrema importância no processo de cicatrização aparentemente brilhante e 
úmido é rico em colágeno, localizado na superfície da lesão, indolor, porém 
sangra ao mínimo toque, sendo assim deve-se ter muito cuidado na realização 
da limpeza e no curativo. Este tecido não pode ser friccionado, removido, deve 
ser protegido e mantido em meio úmido para proliferar até que se torne um tecido 
fibroso. 
Tecido epitelial ou de epitelização: Aparece na ferida como um novo 
tecido róseo e brilhante (pele), desenvolve-se a partir das bordas favorecendo o 
fechamento da ferida. Com o passar do tempo o epitélio torna-se mais espesso 
e sedimentado. 
Tecido macerado: caracterizado pela borda esbranquiçada, esta 
característica ocorre devido ao excesso de umidade na ferida pelo aumento da 
exsudação. A permanência de coberturas por longos períodos sem substituição 
também contribui para umidade excessiva, portanto ao perceber que a o curativo 
 
58 
 
está saturado, deve ser realizado a limpeza e troca de cobertura antes do prazo 
máximo. 
Esfacelo (necrose de liquefação): é descrito como uma membrana 
fibrosa, composta pelo conjunto de células mortas acumuladas no exsudato. 
Pode ter presença de bactérias e leucócitos, com aparência de tecido fibrinoso, 
que se adere ao leito da ferida. Pode cobrir grandes áreas. É considerado um 
tecido inviável e deve ser removido. 
Fibrina: proteína formada no plasma a partir da ação da trombina sobre 
o fibrinogênio e que é a principal componente dos coágulos sanguíneos. 
Tecido Necrótico: resultante da morte celular e tecidual e com 
consequência perda da função orgânica e do metabolismo e de forma 
irreversível. Tem como característica coloração preta, marrom ou acastanhada. 
Necrose caseosa: ocasionada por infecções tuberculosas como 
características de um queijo tornando-se friável com coloração que varia do 
esbranquiçado ao acinzentado. 
Necrose gangrenosa: pode ser chamada de gangrena. Em alguns 
casos, se não for revertida com o tratamento, leva amputação do membro por 
ela acometido. Neste tipo de necrose o tecido sofre alterações por agentes 
externos como por exemplo, bactéria, o tecido por ser úmido ou seco tornando-
se endurecidos e escuros com presença de proliferação de microrganismos na 
lesão com odor pútrido. 
Necrose Coagulativa: Este tipo de necrose é o mais comum, ocorre 
devido a isquemia tecidual muitas vezes por pressão contínua. 
Através de um processo chamado autólise o organismo de forma natural 
realiza a desintegração de células desvitalizadas pela ação leucocitária. Esse 
processo é conhecido como desbridamento autolítico. 
Porém nas feridas crônicas este mecanismo muitas vezes é insuficiente. 
Sabemos que um dos obstáculos para o processo de cicatrização é a presença 
de tecido desvitalizados/necrótico que se mantidos na ferida cornificam, 
aumentando o risco de infecção além de dificultar o processo de cicatrização. 
Nesses casos pode ser necessário desbridamento cirúrgico, instrumental ou 
enzimático da ferida. 
 
59 
 
7.5 Desbridamento 
Antes da realização do procedimento a lesão deve ser avaliada de forma 
geral, pois o desbridamento pode contribuir para o aumento da dor do paciente. 
Deve- se levar em consideração um esquema terapêutico para controle da dor e 
a circulação deve ser avaliada pela temperatura, coloração, e das frequências 
dos pulsos adjacentes. Após uma avaliação criteriosa a escolha do procedimento 
deve ser feita, entre as seguintes opções: 
 
Desbridamentocirúrgico: consiste na remoção completa do tecido 
necrótico, esta técnica é realizada em centro cirúrgico pelo cirurgião, indicada 
quando o paciente necessita de uma intervenção mais urgente e está indicada 
para necroses de coagulação e liquefação. 
Desbridamento instrumental : a remoção do tecido desvitalizado é 
removido de forma gradativa e seletiva em diversas sessões, pode ser realizado 
a beira leito ou em sala de curativo com a utilização de material cortante como 
bisturi , tesoura, pinças e coberturas hemostáticas, podendo ser combinado com 
outras técnicas como enzimático e autolítico esta técnica pode ser realizada pelo 
enfermeiro devidamente capacitado com conhecimento e formação específica 
que lhe proporcione, habilidades e atitude ,conforme parecer do Coren nº 
013/2009. 
Desbridamento enzimático: Consiste na aplicação tópica de 
substâncias enzimáticas e proteolíticas que atuam como desbridantes 
diretamente em tecidos necróticos, a escolha da enzima deve ser feita após 
avaliação do tipo de tecido que se quer desbridar. Recomenda-se proteger a pele 
perilesional para evitar a maceração do tecido. 
Dentre as formas de tratamento das feridas, um aliado ao cuidado são as 
utilizações de coberturas específicas para cada apresentação do leito da lesão. 
O profissional deve avaliar o aspecto da ferida para escolha da cobertura 
adequada com objetivo de criar um ambiente adequado para facilitar o processo 
de cicatrização. Em alguns casos deve ser considerado a possibilidade de utilizar 
mais do que uma cobertura na ferida. 
 
60 
 
7.6 Tipos de coberturas mais usadas em curativos 
 
Fonte: scielo.br 
 
Ácidos Graxos Essenciais (AGE), registrado pela ANVISA como 
cosmético está indicado para uso em pele íntegra visando a prevenção de lesões 
favorecendo a nutrição celular e hidratação da pele formando uma película 
protetora. 
Alginato de Cálcio e Sódio: possui alta efetividade microbiana previne 
contaminação externa, indicada em lesões cavitárias; úlceras venosas; lesões 
por pressão; queimaduras de 2º grau e áreas doadoras de enxerto e lesões com 
pouco sangramento. Contraindicada em necroses secas, deve ser trocada 
sempre que estiver saturado, e sua permanência máxima é de até 7 dias. 
Bota de Unna: promove a compressão no membro aumentando o retorno 
venoso e melhora drenagem linfática. Mantém meio úmido para cicatrização 
sendo indicado em úlceras venosas e edema linfático de membros inferiores, 
recomendada a pacientes que deambulam. A troca da bota de unna pode ser 
feita a cada 7 dias e prevê capacitação do profissional para colocação do 
material. 
 
61 
 
Carvão ativado com Prata: tem ação bactericida absorve exsudato 
neutralizador de odor e está indicado em feridas de moderado a muito exsudato, 
superficiais ou profundas, infectadas ou não, com o sem tecido necrótico. Deve 
ser trocada sempre que estiver saturado, e sua permanência máxima é de até 7 
dias. Importante ressaltar que esta placa não pode ser cortada, caso a ferida 
seja menor que o tamanho da placa, as bordas devem ser protegidas. 
Colagenase: promove desbridamento enzimático suave e não invasivo 
está indicado para feridas com tecido desvitalizado. Deve ser trocada sempre 
que estiver saturado ou a cada 24h. 
Hidrogel: proporciona ambiente úmido evita ressecamento e desbrida 
áreas de necrose indicado feridas limpas não infectadas com áreas necróticas 
ou esfacelo. Deve ser trocado em feridas infectadas: no máximo 24 horas e 
tecidos com necrose: no máximo a cada 72 horas. 
Malha de Acetato de celulose: evita a aderência do curativo ao leito da 
ferida. Está indicada feridas como queimaduras (primeiro ou segundo grau), 
abrasões, enxertos, úlceras venosas, entre outros. Deve ser trocado em média 
a cada 24 horas. 
Microfibra: curativo superabsorvente, gel macio e coesivo que se adapta 
ao leito da ferida mantém ambiente úmido ideal para a cicatrização e controle do 
excesso de exsudato. Promove o desbridamento autolítico com a remição 
natural do tecido desvitalizado mantendo o meio úmido. O curativo vai se 
desprendendo de acordo com a reepitelização, pode permanecer até 14 dias de 
acordo com o fabricante. 
Papaína: possui ação bactericida e desbridamento químico, ação anti-
inflamatória diminui edema local. Deve ser usado com critério conforme 
apresentação,2% – tecido de granulação 4% – granulação e secreção 
purulenta 6% – Necrose de liquefação 8%– necrose de liquefação + necrose de 
coagulação 10%- necrose de coagulação. Deve ser trocado duas vezes ao dia 
ou conforme saturação do curativo. 
Placa de Hidrocolóide: impermeável à água e bactérias e vírus, isola o 
leito da ferida do meio externo evitando o seu ressecamento e a perda de calor. 
Mantém ambiente úmido, está indicado em abrasões, lacerações, cortes 
superficiais, queimaduras, rachaduras de pele, lesão por pressão e úlceras 
diabéticas, feridas cirúrgicas. É indicada também para prevenção de lesões de 
 
62 
 
pele. Deve ser trocado a cada 7 dias ou quando houver presença de fluido na 
ferida. 
Sulfadiazina de prata: exerce ação bactericida imediata e ação 
bacteriostática residual pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica 
está indicada em caso de queimaduras; lesões infectadas ou com tecido 
necrótico. Deve ser trocado no máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura 
secundária estiver saturada, a cada troca toda a pomada deve ser removida. 
7.7 Aspectos a serem considerados na realização do curativo 
Alguns princípios básicos devem ser seguidos para realização de 
curativos: 
 Lavagem das mãos antes e depois do procedimento; 
 Comunicar ao paciente o procedimento que será realizado e 
explicar o tratamento em curso; 
 A limpeza da ferida deve ser feita com soro fisiológico 0,9%; 
 Avaliar se a técnica deve ser estéril ou limpa; 
 Não secar o leito da ferida; 
 Utilizar coberturas que favorecem a cicatrização, mantendo meio 
úmido ; 
 Preencher cavidades ; 
 Proteger as bordas da ferida; 
 Ocluir com material hipoalergênico; 
 Desbridar quando necessário; 
 Utilizar cobertura conforme a apresentação do tecido; 
 Registrar em prontuário o procedimento realizado e a evolução da 
ferida. 
 
 
 
 
 
63 
 
BIBLIOGRAFIA 
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0501\2015 Regulamenta a competência da equipe de enfermagem no 
cuidado às feridas.2015 .[online].Disponivel 
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COREN-SP CAT Nº 013\2009- Realização de debridamento pelo 
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GEOVANINI,Telma–Tratado de Feridas Crônicas -Enfoque Multiprofissional 
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