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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações Instalação Industrial Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Alessandro José Nunes da Silva Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Barreiras de Segurança; • O Projeto; • Matriz de Risco; • A Importância do Planejamento e Simulações para a Saúde e Segurança; • Manutenção, Reforma e Demolições; • Acessibilidade. Fonte: Getty Im ages Objetivo • Apresentar aos alunos informações básicas sobre as Barreiras de Segurança em Insta- lações Industriais, suas obrigações legais, as responsabilidades técnicas e as ações que visem à proteção e à prevenção de ocorrências de incidentes e acidentes. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Instalação Industrial UNIDADE Instalação Industrial Contextualização A concepção das Instalações Industriais é fundamental para as ações de Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, vez que é o momento das tomadas de decisões e é este o mais importante para atingir o objetivo preventivo e protetivo. No dia a dia das investigações de acidentes de trabalho ou ambiental, nota-se que a tomada de decisão é um ponto muito importante e estratégico e pode vir a ser respon- sável por um acidente que envolve um grande Complexo Industrial, como, por exemplo, o acidente em Mariana (MG) e seus impactos ambientais, que vitimou 17 pessoas, bem como a tragédia de Brumadinho (MG) onde 176 pessoas foram encontradas mortas e 134 desaparecidas após o rompimento da barragem, mas também pode ocorrer em um estabelecimento pequeno, como o que ocorreu numa farmácia na Bahia, com uma explosão de gás que causou incêndio que matou 9 pessoas. É nesse contexto que entra a responsabilidade do Engenheiro de Segurança do Tra- balho, que é um dos profissionais que deve estar atento e apto a participar nos Projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas numa Empresa, devendo sempre aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e de Medicina do Tra- balho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, de modo a reduzir e até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador. Na construção do Parque Olímpico de Londres, em 2012, o fator mais importante para a prevenção e a proteção foi a tomada de decisão, segundo entrevista do engenhei- ro Alistair Gibb, um dos responsáveis pela segurança da obra. Ele afirma que o sucesso foi determinado porque o cliente principal não aceitou a possibilidade de que na construção pudessem morrer três ou quatro trabalhadores. Portanto, para dar início ao conteúdo, é fundamental a leitura da Entrevista do engenheiro Alistair Gibb, considerado pelos especialistas uma experiência bem-sucedida em saúde e segurança na construção. Disponível em: https://bit.ly/2DXQiJb 6 7 Barreiras de Segurança Profissional de segurança, fique muito atento a este tópico porque a Barreira de Segurança é um conceito utilizado para eliminar ou mitigar um perigo/risco. As Barreiras de Segurança podem ser identificadas no dia a dia da atuação de uma Equipe de Segurança, como, por exemplo, um “guarda-corpo”, que evita a queda de tra- balhadores, uma placa de “sinalização de perigo”, que pode alertar os trabalhadores, um “airbag” que pode atuar assim que houver uma batida de carro, na qual ele é acionado para “diminuir dano”, podendo salvar a pessoa da morte. Esse conceito é fundamental para um Sistema de Gestão de Segurança que se preo- cupe em antecipar os perigos. Ao identificar os riscos e perigo, deve-se instalar uma sé- rie de Barreiras de Segurança visando à prevenção e à proteção. Esse princípio introduz a explicação de acidentes como resultado de falta de e ou de falha de Barreiras presentes no Sistema (HOLLNAGEL, 2004). As Barreiras de Segurança, na linguagem da Equipe de Saúde e Segurança, devem ser entendidas como preventivas quando atuam para evitar o acidente/incidente e pro- tetivas quando atuam após o acidente/incidentes. Observe os exemplos na Tabela 1, a seguir. Tabela 1 – Exemplos de Barreiras de Segurança Preventivas e Protetivas Barreira Momento do uso Ações Sprinkler incêndio Após o incêndio Sua ação é protetiva, vez que não impediu o incêndio Airbag Atua após a batida Sua ação é protetiva, vez que atua após a batida do carro Guarda- corpo Obstrui a queda de trabalhadores Sua ação é preventiva, vez que evita a queda Porta com cadeado na cabine de força Impede o acesso de pessoas não autorizadas Sua ação é preventiva, vez que não permite a entrada de trabalhadores O conceito de Barreira de Segurança proposto por Hollnagel (2004) é classificado em quatro categorias: • Barreiras físicas ou materiais: visam a obstruir a energia ou a informação de um ponto a outro, não requerendo que sejam percebidas ou interpretadas pelos indi- víduos. São exemplos grades, guarda-corpos, muros, cercas e portas contra fogo; • Barreiras funcionais: impedem o acesso, como um cadeado, por exemplo, mas podem permitir a entrar numa área de risco, como uma cortina de luz, ou dificultar o acesso, como uma chave ou senha de identificação etc; • Barreiras simbólicas: precisam de interpretação, sendo que sua eficácia requer que o usuário perceba e responda do modo previsto. São exemplos sinalização de segu- rança, placas, semáforos, rótulos em embalagens, alarmes e permissões de trabalho; • Barreira imaterial: necessita de interpretação por se tratar de fases de prescrição e de monitoramento. Assim, sua eficácia depende do conhecimento da Equipe de Segurança. São exemplos regras e normas internas, indicadores, auditoria, princí- pios éticos e regras tácitas de convivência e trabalho em grupo. 7 UNIDADE Instalação Industrial Figura 1 – Exemplos de barreiras físicas – Grade de proteção de máquinas, passarela, proteção das partes móveis em esteira, proteção de periferia Fonte: Acervo do conteudista Figura 2 – Exemplos de barreiras funcionais – Chave de segurança, CLP de segurança e Cortina de luz de segurança Fonte: Acervo do conteudista Figura 3 – Exemplos de barreiras simbólicas – Placa, semáforo e rótulo em embalagem química Fonte: Adapatado de Getty Images Conforme a NR 26, em uma Instalação Industrial deve ser utilizada a sinalização de segu- rança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. A seguir, na Figura 4, apresentam-se as várias formas de barreiras pensadas pelo pesquisador Hollnagel (2004). 8 9 Figura 4 – Sistema de barreira e suas funções com exemplos Fonte: Adaptada de Hollnagel, 2004 Para melhor entendimento das Barreiras de Segurança, a Equipe precisa compreen- der quais são usadas para ações preventivas e quaispara ações protetivas (ver Tabela 2). Tabela 2 – Exemplos de Barreiras de Segurança na Instalação Industrial Barreira Protetivas Preventivas Barreiras físicas ou materiais Redundância de Válvula de segurança Redundância de disjuntores Guarda-corpo Porta com cadeado na Cabine de Força Barreiras funcionais Sprinkler incêndio Hidrante Câmeras filmadoras localizadas em área de risco Barreiras simbólicas Telefones de emergências Placas de sinalização Barreira imaterial Plano de emergência Investigação de acidente Procedimento operacional Regras de segurança A Equipe de Segurança precisa compreender as diferenças entre Barreiras de Segu- rança com redundância ou em diversidade. A primeira, por exemplo, pode ser a instalação de duas válvulas de segurança em série. A segunda, são barreiras com funções diferentes, como, por exemplo, a proteção de uma máquina de grande porte que possui grades físicas que não permitem acesso, comando bimanual, cortina de luz, válvulas de segurança, relés de segurança. Sobre as barreiras, Reason (2000) relaciona analogicamente as fatias de queijos suí- ços às barreiras, para evitar acidentes. 9 UNIDADE Instalação Industrial Figura 5 – Modelo do queijo suíço Fonte: Adaptado de James Reason Para Reason (2000), os buracos nas defesas surgem por duas razões: falhas ativas e condições latentes, conforme exemplo a seguir. Tabela 3 – Exemplos de falhas ativas e condições latentes Razões para surgirem os buracos Descrição Efeitos adversos Falhas ativas São representadas pela ação imediata cometida pelas pessoas que estão em contato direto com o Sistema Deslizes, lapsos, perdas, erros e violações de procedimentos Condições latentes São representadas pelas patologias intrínsecas do Sistema, e surgem a partir de decisões de projetistas, construtores, elaboradores de pro- cedimentos e do nível gerencial mais alto. Podem contribuir para o erro no local de trabalho (como, por exemplo, pressão de tempo, sobrecarga de trabalho, equipamentos inadequados, fadiga e inexpe- riência) e podem criar buracos ou fraquezas duradouras nas defesas (alarmes e indicadores não confiáveis, pro- cedimentos não exequíveis, deficiências de projetos e construtivos, dentre outros). As condições latentes, como o nome sugere, podem permanecer dormentes no Sistema por anos antes que se combinem às falhas ativas, provocando acidentes (REASON, 2000). Reason (2000) propõe outra forma de enxergar as barreiras de segurança, conforme apresentado na Tabela 4, a seguir: Tabela 4 – Exemplos de barreira individual, coletiva, técnica e organizacional Barreira Descrição Exemplo Barreira individual O trabalhador tem formação para identificar as pistas que permitem a ele distinguir um incidente frequen- te de um incidente grave, mas raro, e que começam da mesma maneira Motorista em direção contrária reduz a velocidade, vez que identificou uma ultrapassagem irregular que pode afetar muitas vidas Barreira coletiva A dupla em atividade em linha viva no setor de distri- buição elétrica, os eletricistas em ação, observam-se e se regulam. A atividade em linha viva em dupla depende da ob- servação do parceiro e ao redor do espaço de trabalho, vez que um erro pode gerar um acidente e atingir os dois trabalhadores Barreira técnica Em um hospital que armazenava soro e vaselina em recipientes com cores e bicos diferentes A construção dos recipientes com cor e bocal di- ferente não permite a conexão de produtos que podem oferecer risco ao paciente durante a medi- cação via intravenosa. 10 11 Barreira Descrição Exemplo Barreira organizacional Redundância de checagem de medicação a ser aplicada num paciente vulnerável, a etiqueta do medicamento é verificada muitas vezes, de ma- neiras independentes. Em atividades que controlam a medicação a ser apli- cada, ela tem de ser checada por vários profissionais e em locais diferentes. Depois da solicitação médica, o farmacêutico checa a etiqueta; a seguir, a enferma- gem padrão checa e vai para a equipe que aplica a medicação. Portanto, há tripla checagem Fonte: o próprio autor O Projeto Para iniciar, precisamos compreender que Instalações Industriais é a junção de ativi- dades que incluem os Setores de elétrica, químico, construção civil, hidráulica, mecânica e recursos humanos, como forma de garantir todo o funcionamento do Estabelecimento, bem como a eficiência dos Processos de Produção. Assim, para iniciar, ampliar ou reformar uma Instalação Industrial, deve-se considerar as regras existentes em cada município e estado, vez que os registros são diferentes nas várias regiões do Brasil. Todavia, existem procedimentos comuns, independentemente da região. Podemos citar, por exemplo, o Alvará de Construção e de Reforma, a Autorização para instalação de energia elétrica e captação de água, a apresentação do Projeto e seu planejamento de execução, a obtenção da carta de Habite-se. Dependo da Indústria, da capacidade industrial e do Setor de atuação, é preciso ter a Licença Ambiental e a dos bombeiros. Notadamente você, aluno(a) de Segurança do Trabalho vai observar que muitas Leis, Resoluções, Portarias e Normas ao longo do tempo se complementam com outras atri- buições da Engenharia como um todo. Por exemplo: para um Engenheiro Civil ao projetar uma Instalação Predial deve observar o Código de Obras municipal que é um conjunto de leis que permite à admi- nistração municipal, controlar e fiscalizar o espaço construído e seu entorno que visam a garantir o conforto ambiental, segurança, conservação de energia, salubridade e aces- sibilidade (SÃO PAULO, 2019). É fundamental que, no momento da elaboração do Projeto, o profissional realize as seguintes análises: estruturais, energéticas, estudos térmicos e termodinâmicos, estudos de ventilação natural, estudos de níveis de emissão de CO2, estudos luminotécnicos e estudos de insolação e sombreamento, isto é, todos os itens que podem auxiliar na pro- teção da saúde dos trabalhadores no ambiente de trabalho. No projeto, os profissionais têm de ficar atentos à Norma Regulamentadora n. 8, que estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e conforto para os trabalhadores, é importante a altura do pé direito, que precisa estar de acordo com o Código de Obra Municipal, sempre visando a atender as condições de conforto, segurança e salubridade. 11 UNIDADE Instalação Industrial Tabela 5 – Itens da Norma Regulamentadora n. 8 ITENS DESCRIÇÃO DA NR 8 Circulação Os pisos não devem permitir saliências e nem depressões que prejudiquem a circulação Proteção nos pisos e nas paredes devem impedir a queda de pessoas ou objetos e os andares acima do solo devem dispor de proteção contra quedas Os pisos, as escadas e as rampas devem ser resistentes e ser construídas de acordo com as Normas Técnicas oficiais Nos locais de circulação devem ser empregados materiais ou processos antiderrapantes em locais com risco de queda Proteção contra intempéries As paredes devem ser resistentes ao fogo, ter isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, re- sistência estrutural e impermeabilidade Os pisos e as paredes, sempre que necessário, devem ser impermeabilizados e protegidos contra a umidade As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção contra as chuvas As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas de modo a evitar insolação excessiva ou falta de insolação O projetista tem papel muito importante quando está elaborando o Projeto predial “arquitetônico” para as ações de proteção e prevenção no campo da saúde e segurança no trabalho, mas, na prática, esses profissionais solicitam a ajudada Equipe de Segurança para ajudar nesse trabalho de criação? Os projetistas Os projetistas têm papel fundamental para antecipar os riscos presentes numa Ins- talação Industrial porque esses profissionais são responsáveis por desenhar os Projetos Técnicos das instalações, dos dispositivos, dos equipamentos e dos produtos, utilizando instrumentos e ferramentas apropriadas e atualizadas à sua época. Nesse momento, deve seguir as regras estabelecidas previamente, principalmente, as Normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. O projetista precisa pensar nas várias fases do processo da fabricação, mas é de suma importância pensar nas atividades do trabalhador. Ao projetar uma Instalação Industrial, o profissional deve pensar na vida útil do Pro- jeto, na composição do Sistema Industrial, visando a atender ao desempenho requerido. O projetista deve trabalhar com equipe multidisciplinar na identificação dos riscos, deve seguir as Normas Técnicas e as orientações dos fabricantes dos produtos contem- plados no Projeto. Para demonstrar a importância do Projeto e da atuação do projetista para as ações preventivas, vamos analisar um contexto de um modernização e ampliação de uma Usina de Açúcar. Os gestores da época compreenderam que, com o fim da queimada que estava por vir no Setor canavieiro, no estado de São Paulo, necessitavam de um novo modelo de negócio. Assim, construiriam novas caldeiras e geradores, que tinham a função de gerar energia elétrica decorrente da queima dos bagaços da cana que saiam do processo de 12 13 moagem. Mas como a Indústria estava obsoleta, necessitou de novas construções estru- turais e, dessa maneira, iniciou o processo de montagem industrial. Para executar a montagem, foram contratadas muitas Empresas prestadora de servi- ços, de vários segmentos, e ocorreram muitos acidentes, muitas autuações trabalhistas, muitas horas extras de trabalho etc. Considerando que à época da montagem, no estado de São Paulo, chove muito de dezembro a março, as atividades de trabalho ficaram muito intensificadas, porque em abril iniciaria a safra. Nesse contexto, ocorreu um acidente de trabalho com um trabalhador de 21 anos, que era terceirizado, trabalhava na montagem da estrutura auxiliar da esteira. As muitas equipes e Empresas montavam as passarelas e as esteiras. Por volta das 19h50min ele e seus companheiros estavam realizando a solda na es- teira e a chuva começou. Imediatamente a chefia determinou o recolhimento do material que estava sobre a passarela. O local estava mal iluminado e, assim, não permitiu identificar que havia uma grade faltando no piso. Ao se deslocar, o traba- lhador não viu o buraco no piso metálico, caiu de 21m de altura e veio a falecer. Para ver o resultado das ações pós acidente, consulte: https://bit.ly/2VpVKj3 O projetista poderia ter evitado esse acidente? Matriz de Risco A Matriz de Riscos é uma ferramenta que permite ao proprietário industrial se intei- rar dos riscos presentes no meio ambiente de trabalho e, assim, junto com sua Equipe Multidisciplinar mensurar, avaliar e ordenar os eventos de riscos que podem afetar o al- cance dos objetivos da cadeia produtiva e, dessa forma, construir e organizar o processo da Empresa a fim de atender aos objetivos estratégicos da Gestão empresarial. Nesse sentido, para o desenvolvimento do Projeto, é importante o gerenciamento de riscos, que pode ser de baixa complexidade, como montar um escritório, até alta complexidade, como uma Usina de fabricação de álcool. Por isso, é preciso o gerenciamento de risco, conforme mostra a Figura 6. Assista à aula sobre Matriz de risco, disponível em: https://youtu.be/TD19OeKyyJg Planejamento do gerenciamento Identi�cação dos riscos Análise quantitativa e qualitativa Planejar e controlar o risco Figura 6 – Fases do gerenciamento de riscos 13 UNIDADE Instalação Industrial Planejamento do gerenciamento Aqui, você que tem experiência de trabalho numa Empresa, vai perceber que as fer- ramentas e os nomes se confundem, mas, na realidade, elas se complementam. A análise de risco pode ser elaborada no campo da administração, da qualidade, da produção, da segurança, da ambiental, da contabilidade etc. Nesse sentido, a Equipe de Segurança deve compreender que a responsabilidade de desenvolver o Plano de Gerenciamento é do proprietário ou dos gestores nomeados. Ao iniciar o Projeto com a Equipe Multidisciplinar nomeada, deve-se checar se todas as Áreas de Conhecimento do Projeto estão contempladas, sendo todas integradas e consolidadas por meio do Plano de Gerenciamento do Projeto. Agora é o momento de a Equipe de Segurança trabalhar com a prevenção, porque esse espaço permite a conexão de saberes. Na linguagem da saúde e segurança, é o momento de identificar e antecipar o risco para eliminá-lo em sua origem. Nesta fase, que se consegue eliminar ou reduzir um risco, como exemplo, o enge- nheiro pode auxiliar na organização do layout para facilitar a movimentação da empi- lhadeira numa Metalúrgica, delimitando as passagens dos trabalhadores num espaço que reduz a exposição de trabalhadores, diminuindo, assim, o risco de atropelamentos. Também pode aperfeiçoar a eficiência dos processos, como instalar os religadores automáticos na Rede de Distribuição Elétrica, diminuindo a exposição dos eletricistas nas linhas energizadas e desenergizadas, diminuindo, dessa forma, o risco de choque elétrico. Mas, por outro lado, podem ser criados outros riscos, que devem ver avaliados e monitorados (SILVA et al 2018). Identificação dos riscos para a saúde e a segurança A identificação e a classificação dos riscos pode ser dividida em três partes básicas: caracterização do local de trabalho, descrição da exposição e avaliação risco. A seguir, na Tabela 6, exemplos para a identificação de risco. Tabela 6 – Exemplos para identifi cação de risco Identificação do risco Causa/Fonte geradora Tipo de exposição Trabalhadores expostos Ruído Máquinas Contínua Operador de empilhadeira Fumos metálicos Solda Contínua Soldador Queda de altura Telhado Eventual Mantenedor Ergonômico Pegar peça de 7kg no piso Contínua Montador 14 15 Realização de análise quantitativa A análise quantitativa, como exemplo, pode ser usada em Projetos de instalação de máquinas, para verificar o nível de ruído presente no ambiente de trabalho. Para reduzir o ruído, deve ser utilizada a norma da ABNT NBR 10151 de controle do ruído no meio ambiente. Realização de análise qualitativa No que tange à análise qualitativa, o profissional de segurança deve buscar indicado- res, tais como, absenteísmo, afastamento por adoecimento, estatística da sinistralidade da Empresa, relatórios de acidentes e incidentes, estatística da sinistralidade do Setor de atividade etc. Planejar e controlar os riscos A partir do momento em que a Equipe de Segurança identifique os riscos presentes, deve levar em conta Normas Técnicas, estudos científicos e parâmetros de exposição no meio ambiente de trabalho, que podem auxiliar a planejar e projetar medidas de controle e métodos trabalho. O Controle dos Riscos deve sempre ser uma decisão multidisciplinar e que deve ser pensada priorizando maior eficácia. A ordem de prioridade são os de controle de Engenharia, depois os administrativos e, por último, os de equipamento de proteção individual, conforme mostra a Figura 7. EPI Adotar as medidas anteriores, tais como, respiradores, luvas etc. Açõ es pa ra red uzi r d an o Açõ es pa ra pro teç ão e p rev en ção Controles administrativos Limitação do tempo de exposição; a rotação de trabalhadores pode reduzir a exposição; montagem de procedimento de trabalho; capacitação, treinamento; Controle de engenhariaVentilação (geral e localizada); enclausuramento da fonte (colocação de uma barreira entre o trabalhador e o agente); substituição (substituição de materiais menos tóxicos e inamáveis etc.); mudanças no processo (eliminação de etapas perigosas); mudança ou alteração do processo ou operação; segregação do processo ou operação; modicação de projetos. Figura 7 – Medidas de controle de risco e a representação da sua efi cácia A base da pirâmide são as ações de maior eficácia, porque têm a função de eliminar ou minimizar a fonte do risco. Um exemplo dessa ação é a troca no processo de um produto químico que gera câncer para um produto que não faz mal à saúde dos trabalhadores. 15 UNIDADE Instalação Industrial A Importância do Planejamento e Simulações para a Saúde e Segurança Quando observamos o ambiente de trabalho, o Engenheiro de Segurança visualiza muitos riscos/perigos. Ao entrar num Setor de trabalho, pode facilmente observar uma atividade de risco de acidente numa movimentação de carga com içamento de peças pe- sadas pela ponte rolante, cuja condução está permitindo a passagem das peças sobre os trabalhadores na linha de produção, gerando um risco muito grande, vez que pode romper a cinta, escapar a peça, ocorrer um desequilíbrio e a peça cair sobre os trabalhadores. Por que essa situação do dia a dia tem a ver com o tema Instalações Industriais? Esse relato mostra que, na elaboração do Projeto, o profissional que vai organizar o layout da Indústria, deve ficar atento às seguintes normativas da NR 12 e da NR 26: • NR 12 – Item 12.93: Durante o transporte de materiais suspensos, devem ser ado- tadas medidas de segurança visando a garantir que não haja pessoas sob a carga; • Subitem 12.93.1: As medidas de segurança previstas no item 12.93 devem prio- rizar a existência de áreas exclusivas para a circulação de cargas suspensas devida- mente delimitadas e sinalizadas; • NR 26 – Item 26.1.2: Diz que as cores utilizadas nos locais de trabalho devem delimitar áreas e advertir contra riscos e devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. Assim, podemos considerar que num bom Projeto, seguindo a Legislação de Saúde e Segurança, a Equipe de Segurança não precisaria ficar apontando perigo e risco no dia a dia do trabalho, com exceção das atividades não rotineiras, vez que no Projeto atendeu à Legislação e, assim, eliminou o risco na movimentação de carga suspensa sobre os trabalhadores, na sua origem. Simulações Aqui entra a necessidade de utilizar as Simulações do comportamento e do desempe- nho nas Instalações Industriais. Novas ferramentas e softwares estão sendo construídos e com elas é possível anteci- par os riscos e criar os meios de proteção e prevenção em laboratório. Na fase do Projeto, os profissionais da Equipe podem utilizar ferramentas de Computação Gráfica e de simulação para a implantação de novos sistemas de produção e de negócios. A utilização da simulação permite integrar as facilidades de edição, manipulação e animação dos pacotes computacionais gráficos bi e tridimensionais às fortes caracterís- ticas de análise dos softwares de simulação. Aqui, em caso de uma reforma industrial, pode ser analisada as atividades de traba- lho e verificadas as Ações características ou Ações de referência, com, por exemplo, 16 17 manobras críticas, processos de manutenção que a Equipe teria dificuldade de visualizar nas ações futuras. Assim, utilizar a simulação permitiria à equipe a trabalhar esses pontos críticos no futuro, para que a Equipe não cometa erros na próxima situação. No caso de um projeto novo, Ações características ou Ações de referência serão encontradas em outras fábricas, em pesquisas acadêmicas, em observação de postos de trabalho, em situações parecidas e, dessa forma, será utilizada a simulação nessas situa- ções para que a Equipe cometa o mínimo de erros na próxima situação. Assista ao vídeo da Indústria moveleira no link: https://youtu.be/ynpatV3rq5g e ao vídeo dos modelos de Linha de Produção no link: https://bit.ly/2YithZb Manutenção, Reforma e Demolições A manutenção das Instalações Industriais é um conjunto de atividades a ser realizado para conservar ou recuperar a capacidade funcional das Instalações Industriais e seus Sistemas constituintes a fim de atender às necessidades e à segurança dos seus proprie- tários e trabalhadores a fim de garantir a produtividade. Nesse sentido, pode-se utilizar a manutenção como ferramenta de melhoria, que permeia a efetivação de condições do meio ambiente de trabalho e que contribui para o aumento da produtividade, “evitando a parada de uma máquina”, e a qualidade dos serviços, “antecipando falhas”. Está dividida em: • Atividades de manutenção: que têm o objetivo de manter ou restabelecer as con- dições de operação e de desempenho, corrigindo eventuais deteriorações prediais, maquinário etc.; • Atividades de melhoria: focam-se na identificação de metodologias, ferramentas e processos que contribuam para o aprimoramento e a maximização dos recursos, possibilitando a antecipação e a mitigação de falhas ou interrupções indesejadas. A vida útil de qualquer produto, seja um maquinário ou uma edificação, depende da eficiência do projeto, da construção, das condições de agressividade do meio e dos cui- dados no uso e manutenção. Pesquise as Normas Técnicas de gestão e dos procedimentos de manutenção. 17 UNIDADE Instalação Industrial As modalidades (Tabela 7) de manutenção são diferentes e são conduzidas pela Equi- pe gestora da Empresa. Numa Organização, pode-se dividir a manutenção em patrimonial e produtiva. Tabela 7 – Modalidades e objetivo da manutenção Modalidade Base de ação Período da ação Objetivo Manutenção preditiva Baseada em estudos e históricos de cada componente Pré-programados Aproveitar ao máximo a vida útil das insta- lações e dos equipamentos Manutenção preventiva Atividades planejadas que prezam a conservação dos equipamentos e suas características produtivas Pré-programados Antecipar a ocorrência de falhas/quebras Manutenção corretiva Atividades não planejadas decorrentes de problemas nas instalações industriais Caráter emergencial Substituir peças ou componentes que se desgastaram ou falharam Os mantenedores estão trabalhando numa atividade em que as Barreiras de Segurança que foram pensadas para proteger os operadores da produção não estão atuando em sua integridade e, muitas vezes, estão totalmente desligadas. O que fazer nessas condições? Que Barreiras de Segurança devem existir? A variabilidade de Manutenção é gigantesca porque envolve várias tarefas, como ins- peção, preparação, ajuste, reparo e limpeza e, para um melhor planejamento é preciso de as manutenções preventivas e corretivas sejam registradas em livro próprio, ficha ou sistema informatizado, com os seguintes dados: • Cronograma de manutenção; • Intervenções realizadas; • Data da realização de cada intervenção; • Serviço realizado; • Peças reparadas ou substituídas; • Condições de segurança do equipamento; • Indicação conclusiva quanto às condições de segurança da máquina; • Nome do responsável pela execução das intervenções. Por ser uma atividade dinâmica e complexa, os profissionais de manutenção devem ser capacitados, qualificados ou legalmente habilitados, formalmente autorizados pelo em- pregador, e as atividades/tarefas devem ter procedimentos operacionais e de segurança. A manutenção é uma combinação de ações técnicas, administrativas e de gestão. Assim, deve-se avaliar o ciclo de vida de um componente, a estrutura, os equipamentos no local de trabalho, sempre observando e mantendo o desempenho de suas funções. A atividade de manutenção influencia a segurança e a saúde dos trabalhadores de duas maneiras. 1819 Observe o quadro a seguir: Quadro 1 DESCRIÇÃO EXEMPLO A manutenção regular deve manter as máquinas e o am- biente de trabalho seguro e confiável. A ausência de manutenção regular pode sobrecarregar um Sistema, que pode explodir a indústria e ter danos materiais, humanos, econômicos e sociais, conforme mostra o vídeo do Acidente em Bhopal. A manutenção deve ser executada de forma segura, com proteção adequada dos trabalhadores que a efetuam e das restantes pessoas presentes no local de trabalho. As atividades rotineiras de manutenção têm uma inte- ração de atividade muito grande e é de difícil controle para as Equipes de Segurança, conforme mostra o vídeo do Napo. Assista ao acidente em Bhopal no link: https://youtu.be/YMhmcbecB9Y e ao filme do Napo sobre a importância do bloqueio e da sinalização em: https://youtu.be/UnYKkVV4AoQ Reforma As atividades de reforma se confundem muito com as manutenções do dia a dia e, para a Gestão de Segurança, é primordial garantir uma gestão de terceiros para as Em- presas que executam atividades de alto risco. Para se organizar a Equipe de Segurança, deve-se montar o procedimento de contra- tação de Empresas Prestadoras de Serviços. É de suma importância constar o escopo de trabalho, todas as informações operacionais, de meio ambiente, de saúde e segurança. Após a contratação, antes de iniciar a atividade, a Equipe de Segurança deve realizar um diagnóstico com os responsáveis da produção e com o gestor de contrato, a fim de verificar toda a documentação necessária. A Equipe de Segurança realiza a conferência dos documentos de saúde e segurança, tais como, Instruções de Trabalho, Certificados de Formação, Atestado de Saúde Ocu- pacional etc. e todos os empregados devem passar por integração. Para um bom controle das condições industriais, a Empresa deve seguir as Normas da ABNT atualizadas dos seguintes temas: • Manutenção de edificações: Requisitos para o sistema de gestão de manutenção; • Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações: Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos. Demolições Para atividades de demolição, a Equipe de Segurança deve, primeiramente, ficar atenta à NR 18 Item de demolição. Destaca-se que esta atividade somente pode ser desenvolvida por um profissional legalmente habilitado. 19 UNIDADE Instalação Industrial A Gestão de Segurança tem como atribuição, antes de iniciar a demolição, organizar as medidas de controle nas linhas de fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis, líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoa- mento de água sempre respeitando as normas e as determinações atualizadas. Outra medida de controle é criar Barreiras de Segurança para não permitir ao traba- lhador e a terceiros no espaço da demolição e da implosão. Também tem de proteger as construções vizinhas, que devem ser examinadas previa e periodicamente, no sentido de ser preservada sua estabilidade e a integridade física. Acessibilidade Para as novas instalações, os projetistas devem levar em conta a acessibilidade, con- siderando que no Brasil há a “Lei de Cotas”, que é uma Política Social. Essa Lei exige de Empresas de grande porte a contratação de profissionais com deficiência e/ou reabi- litados pelo INSS. Nesse sentido, as Instalações Industriais devem garantir a segurança e a integridade física de pessoas com necessidades especiais ou de mobilidade reduzida, assegurando assim o direito de ir e vir e, ainda, de usufruir os mesmos ambientes que uma pessoa sem necessidades especiais. Nesse contexto, o papel da Equipe de Saúde e Segurança, juntamente com a Equipe de Recursos Humanos, é fundamental estimular ações que despertem e facilitem o con- vívio dos empregados com exposição da diferença e da diversidade humana. Assim, pode promover ações que favoreçam a redução das desigualdades sociais e da segregação de pessoas, diminuindo o preconceito. Figura 8 – Rampa de acesso para cadeirantes Fonte: Getty Images Figura 9 – Sinalização para defi cientes visuais Fonte: Getty Images 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Simulação de Evacuação de Salas https://youtu.be/Lp04BA-_Y2k Simulação dos trabalhadores na fabricação de aviões e no conforto dos passageiros https://youtu.be/2SMN7Zl43Tg Simulação de uma linha de produção https://youtu.be/pL0U0049uiE Leitura Entenda o acidente de Mariana e suas consequências para o meio ambiente Reportagem de acidente em Mariana (MG) e seus impactos ambientais que vitimou 17 pessoas. https://bit.ly/2OCOw3K Explosão de gás causou incêndio que matou 9 em farmácia na BA, diz polícia Reportagem do acidente em uma farmácia na Bahia com explosão de gás causou incên- dio que matou 9 pessoas. https://glo.bo/2LyG0Wb 21 UNIDADE Instalação Industrial Referências ALMEIDA, I. M; VILELA, R. A. G. Modelo de Análise e Prevenção de Acidentes de Trabalho – Mapa. Piracicaba: CEREST Piracicaba, 2010. ALMEIDA, I. M. et al. Modelo de Análise e Prevenção de Acidentes – Mapa: ferramenta para a vigilância em Saúde do trabalhador, Ciênc. Saúde coletiva, [on-line], v.19, n.12, p. 4679-4688, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n12/1413- 8123-csc-19-12-04679.pdf>. BRASIL. Ministério do Trabalho Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. NR 8 – Edificações. Brasília, Ministério do Trabalho Emprego, 2001. ______. Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Brasília, Ministério do Trabalho Emprego, 2011. ______. Ministério do Trabalho Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. NR 26 – Sinalização de Segurança. Brasília, Ministério do Tra- balho Emprego, 2011. DANIELLOU, F., SIMARD, M. ET BOISSIÈRES, I. Facteurs humains et organisationnels de la sécurité industrielle: unét at de l’art, Cahiers de la Sécurité Industrielle, n. 2010-02. Toulouse, Institut pour une Culture de Sécurité Industrielle, 2010. Disponível em: <http://www.icsi-eu.org/francais/dev_cs/cahiers/>. Acesso em: 14 nov. 2014. GIBB, A. et al. A experiência bem-sucedida em saúde e segurança na construção do Parque Olímpico de Londres 2012: uma entrevista com Alistair Gibb,Rev. Bras. Saúde ocup. vol.43 supl.1 São Paulo 2018 [on-line]. 2018. Disponível em: <http://www. scielo.br/pdf/rbso/v43s1/2317-6369-rbso-43-s01-e2s.pdf>. HOLLNAGEL, E. Barriers and Accident Prevention. Aldershot: Ashgate, 2004. p. 226. REASON, J. Human error: models and management. Manchester, BMJ: 2000. v.320 SILVA, A. J. N. et al. Acidentes de trabalho e os religadores automáticos no setor elé- trico: para além das causas imediatas, Cad. Saúde Pública [on-line]., Rio De Janeiro, Epub May, v. 34, n. 5, p. 13, 2018. 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