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Caso 1 - gravidez na adolescência-final

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Caso 1
Em visita domiciliar a uma família que tem um bebê de seis meses, o agente comunitário de saúde encontra uma adolescente, Ana Maria, de 16 anos, conversando com a mãe do bebê, Carla, sobre suas dúvidas com relação à gravidez. Ana Maria está grávida de três meses e mudou-se para esta comunidade há um mês.
Ana Maria morava anteriormente com os pais e cinco irmãos numa cidade próxima. Após a descoberta da gravidez, ela e Maurício, seu namorado de 18 anos, decidiram se casar. Depois do casamento, os dois resolveram mudar-se para esta localidade, porque Maurício encontrou trabalho como ajudante de cozinha. Ana Maria acabou tendo que abandonar a escola onde já cursava a segunda série do segundo grau. Ela está preocupada com as mudanças corporais que estão ocorrendo.
O agente comunitário, além de prestar atendimento a Carla e seu bebê, orienta Ana Maria quanto à necessidade de iniciar o pré-natal o mais rápido possível na Unidade Básica de Saúde.
Após dois dias, Ana Maria e Maurício procuraram atendimento pré-natal na Unidade Básica de Saúde, quando lhes foi apresentado o trabalho de pré-natal realizado pela equipe, explicando que nesta unidade são feitas consultas clínicas, alguns exames laboratoriais e reuniões em grupo de gestantes. Imediatamente Ana Maria foi encaminhada para sua primeira consulta. Com 12 semanas de gestação, negou perdas transvaginais de sangue ou líquido amniótico, porém relatou aumento da freqüência de micção. No exame físico observou-se: altura 1,60 m e peso 57 Kg, pressão arterial de 110 X 70 mmHg. Mucosas hipocoradas (+ +/4), gengivas sensíveis, mamas gravídicas e mamilos íntegros. Quando indagada sobre sua nova vida, mudança de cidade e a perspectiva de ser mãe, Ana Maria fala que está participando de um grupo de bordado na comunidade, onde faz roupinhas para o bebê. Recebeu notícias da família, cartas das colegas do bairro e da escola. Todos estão curiosos para saber o sexo do bebê. A enfermeira pergunta a Maurício como está vivendo este momento, e ele fala da grande mudança e da preocupação com o sustento da sua nova família. Todas as informações clínicas acerca da consulta foram registradas no cartão de pré-natal e os exames de rotina solicitados. Ana Maria foi informada que esse cartão é um importante documento de acompanhamento da sua gravidez e foi convidada a participar do grupo de gestantes.
Ana Maria e Maurício comparecem à Unidade Básica de Saúde para mais uma consulta pré-natal. A gestação já está em seu terceiro trimestre. Ana Maria diz que sente "falta de ar" e que nas noites mais quentes consegue dormir melhor na posição sentada. No exame físico, observa-se que o edema de membros inferiores persiste inalterado, porém a pressão arterial está normal. Maurício, muito ansioso, pergunta sobre dores na barriga, pois algumas vezes Ana Maria sente a barriga ficar levemente endurecida. Diz que gostaria de acompanhar o momento do parto. A enfermeira comunica que já fez contato com o hospital sobre o encaminhamento de Ana Maria. 
Questões
1) Quais são os problemas que você identifica neste caso? 
A gravidez na adolescência, 
As preocupações e dúvidas em relação a sua gestação, seu casamento, 
Como será como mãe, 
O fato dela estar longe da sua família 
Abandono dos estudos. 
Edema de membros inferiores 
Medo com relação à prática sexual durante a gravidez
O casal esta preocupado com o trabalho de parto
 Sistema de referência e contra-referência 
2) Você acha que a gravidez na adolescência é um problema? Por quê? 
Segundo a coordenadora do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente, Vanessa Vieira, a gravidez na adolescência é um problema de saúde pública. “Os riscos à saúde da mãe e bebê são muitos, como prematuridade, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia, depressão pós-parto, entre outros”, completa.
Em adolescentes as complicações obstétricas e perinatais, como por exemplo anemia, DST, doença hipertensiva da gravidez, baixo ou excessivo ganho ponderal, baixo peso ao nascer e prematuridade, podem ser sensivelmente minoradas através de uma assistência pré-natal, ao parto e puerpério de qualidade. Estes problemas acima descritos originam-se também de fatores sociais, emocionais, educacionais, econômicos e familiares. Portanto, é necessário que se adotem medidas ancoradas nas realidades sociais onde se pretende intervir, partindo da construção de alternativas legítimas de conquista da cidadania e autonomia de adolescentes de ambos os sexos.
https://www.conass.org.br/saude-alerta-para-riscos-da-gravidez-na-adolescencia/#:~:text=Segundo%20a%20coordenadora%20do%20N%C3%BAcleo,%2C%20entre%20outros%E2%80%9D%2C%20completa.
3) Quais são as principais mudanças que ocorrem no primeiro trimestre da gravidez? E quais orientações e esclarecimentos você daria para Ana Maria na primeira consulta? (justifique)
No primeiro trimestre ocorrem mudanças corporais e emocionais. Ocorrem a amenorréia, as mamas ficam sensíveis, há muito cansaço, muito sono e as micções são frequentes devido o crescimento do útero. Há náuseas e vômitos por causa das alterações hormonais.
 Há o aumento de peso, 
Orientar a gestante sobre o uso de medicamentos sem prescrição médica, pois é nesse período que há a formação do embrião. 
As emoções são muito fortes, neste momento, porque são comuns os sentimentos contraditórios em relação à gravidez.
 A equipe de saúde vai esclarecer as dúvidas, tranquilizar o casal. Podem surgir dúvidas sobre a relação sexual e o bem estar do bebê. Orienta-la que o casal pode relações sexuais sem risco durante uma gestação normal.
Informar a gestante sobre os cuidados pré-natais, que devem ser iniciados no 1° trimestre, explicar sobre a vacinação e as doenças que ela previne. 
4) Quais orientações você daria para Ana Maria e Maurício na última consulta de pré-natal? (Justifique)
No terceiro trimestre o bebê continua crescendo e ganhando peso. Ela sentira mais necessidade de urinar, pois há à compressão do útero sobre a bexiga, pode haver dispneia quando se deitar, devido a compressão diafragmática. Pode usar almofadas ou ficar em posição Fowler podem ajudar a melhorar a respiração.
Ela poderá sentir algumas contrações, é normal, pois o útero está se preparando para o momento do parto. Pode sentir azia devido o útero pressionar o estômago. Pode-se orientar a gestante a comer em menor quantidade, aumentando a frequência das refeições.
Deve-se oferecer informações durante as pré-natais einformações relativas aos sinais que anunciam o início do parto, bem como o momento em que ela deve se dirigir para a maternidade. São sinais de início de trabalho de parto: – duas ou mais contrações uterinas no período de 10 minutos, com duração de pelo menos 30 segundos, com características rítmicas, perceptíveis à palpação; – eliminação do tampão mucoso; – rompimento da bolsa das águas. 
Uma questão que surge, nesta ocasião, diz respeito ao tipo de parto que será realizado normal ou cesareana. No Brasil, a taxa de cesáreas é alta e tem uma tendência crescente. Em 1986, a taxa de cesária era de 31%, alcançando atualmente 36% de todos os partos (TEMA, 1999). 
A Organização Mundial de Saúde – OMS – preconiza que esta não exceda a 15%. Este aumento está relacionado com o incremento da esterilização feminina, uma vez que, segundo a PNDS-1996, quatro em cada cinco esterilizações foram realizadas durante uma cesareana (TEMA, 1999). Outros aspectos que contribuem para isso são o receio de sentir dor, o que faz a mulher concordar ou solicitar a cesareana ou a comodidade para a equipe de saúde, permitindo um melhor controle de sua agenda. Uma investigação realizada pelo CLAP/OPAS/OMS em 11 países sul-americanos e em 160 maternidades, incluindo o Brasil, concluiu que o nascimento por cesárea apresenta maior mortalidade materna (até 12 vezes mais); maior morbidade materna (7 a 20 vezes); o dobro da permanência hospitalar e da convalescença; alterações psicoafetivas; transtornos respiratórios neonatais e prematuridade iatrogênica.
5) Quais são as principais consequências da gravidezna adolescência para a adolescente e para o bebê? (pode ser biológica, social ou psicológica)
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-AAWN49/1/clara_coelho.pdf
A gravidez na vida de uma adolescente pode provocar inúmeras modificações na sua rotina diária e na vida das pessoas que fazem parte da sua vida, dependendo das reações e ações da própria adolescente, familiares, companheiro ou simplesmente progenitor, esta adolescente poderá se afastar dos estudos, dos momentos de lazer que passava com os amigos, passando a se preocupar com os cuidados necessários com a gestação, casamento, nascimento da criança e emprego (SCHWANKE e PINTO, 2010).
A maternidade na adolescência tem um impacto negativo nas condições físicas, emocionais e econômicas das adolescentes, afetando completamente seu modo de vida (SUZUKI et al., 2007), trazendo grandes repercussões no contexto social e de saúde pública (OTTONI et al., 2012)
• Consequências biológicas Como consequências biológicas relacionadas à gravidez precoce, a mãe poderá apresentar anemia, principalmente se possuir baixa renda, fato ligado diretamente a má alimentação e maior incidência de verminoses, menor ganho de peso, hipertensão arterial, doenças sexualmente transmissíveis, maior risco de desenvolver doenças e morte durante o parto e puerpério, abortos e partos prematuros (MINAS GERAIS, 2007), má formação fetal, crescimento fetal alterado, desproporção feto-pélvico, hemorragia feto materna, problemas com a cavidade amniótica, recém- nascido com baixo peso, infecção puerperal, dentre outras, sendo que, as implicações obstétricas normalmente estão relacionadas à imaturidade física das futuras mães adolescentes (CARVALHO, A. Y. C. et al., 2009). “Dentre as principais causas de óbito por complicações da gravidez, parto e puerpério, destacam-se os estados hipertensivos, as infecções puerperais, as hemorragias e os abortos, principalmente nas adolescentes que não foram assistidas no pré-natal” (Ribeiro et al., 2000 apud MACIEL et al., 2012).
Ainda no que diz respeito à saúde do recém-nascido, a gestação na adolescência encontra-se associada à prematuridade, baixo peso ao nascer, morte perinatal, epilepsia, deficiência mental, transtornos do desenvolvimento, déficit de aprendizagem, cegueira, surdez, aborto natural, morte na infância. (MINAS GERAIS, 2007; OLIVEIRA, 1998 apud BENINCASA; REZENDE; CONIARIC, 2008; SANTOS, R. A. B. (2010); SILVA, F. N. et al., 2012; MACIEL, S. S. V. et al., 2012).
Consequências sociais e psicológicas A gravidez na adolescência além das consequências biológicas para a mãe e para o bebê, traz consequências sociais e psicológicas como relatado por vários autores. Guimarães (2001) citado por Santos e Carvalho (2006, p.138) “aborda algumas consequências psicossociais da gravidez na adolescência. São elas: limitação de oportunidades vocacionais, estudo interrompido, persistência na pobreza, separação dos pais do bebê e repetição da gravidez”. O Protocolo de Saúde do Adolescente abrange algumas consequências sociais e psicológicas a mais, que podem ser encontradas em decorrência de gestações não planejadas: ocorrência de abortos provocados, dependência financeira dos adultos, abandono ou interrupção dos estudos, dificuldade de retorno à escola, profissionalização deficiente e dificuldade de inserção no mercado de trabalho com manutenção do ciclo de pobreza, falta de apoio e/ou isolamento social e familiar, maior risco de separação conjugal, ausência do pai durante a gestação e a vida da criança, sentimento de insegurança, maior risco de depressão e suicídio e maior risco de exploração sexual (MINAS GERAIS, 2007). Muitas adolescentes ao engravidarem abandonam a escola, muitas vezes por vergonha dos colegas ou dos professores e outras vezes porque sofrem com as acusações dos pais dos alunos, dizendo que as mesmas são um mau exemplo para seus filhos, assim a escola deixa de funcionar como fator protetor numa segunda gravidez, que muitas vezes acontecem dois a três anos após a primeira gravidez (MINAS GERAIS, 2007; CARVALHO, A. Y. C. et al., 2009; (SOUZA, T. A. et al.,2012). A evasão escolar ou o rendimento escolar diminuído daquelas adolescentes que não pararam de estudar podem ser as consequências mais preocupantes citadas por todos os autores, pois a falta de formação profissional conduz a falta de emprego ou a empregos informais, perpetuando o ciclo de pobreza que é tido como uma das principais causas que leva as adolescentes a engravidarem, além de permanecerem dependentes financeiramente dos pais, muitas vezes sofrendo abuso familiar tanto à mãe quanto à criança (SUZUKI et al., 2007; CARVALHO, A. Y. C. et al., 2009; WIECZORKIEVICZ e SOUZA, 2010; SCHWANKE e PINTO, 2010; SILVA, F. N. et al., 2012). “A percepção mais difundida é a de que as jovens interrompem sua trajetória profissional e escolar para se dedicarem a um filho, sendo a gravidez, nessa época, considerada um retrocesso, tanto na vida dessas mães quanto do ponto de vista social” (OTTONI et al., 2012, p. 22). Além disso, tem-se observado que muitas adolescentes grávidas optam por isolar-se do convívio da sociedade e do seu ciclo de amizades (CARVALHO, A. Y. C. et al., 2009), podendo agravar condições de vida, quando leva ao aumento do número de gravidez, de abortamento, do consumo de cigarros e drogas ilícitas (WIECZORKIEVICZ e SOUZA, 2010)
Psicologicamente a gravidez é vivida como um período de muitas perdas como da confiança da família, expectativas para o futuro devido o abandono da escola, abandono do namorado por não aceitar a gestação e ao mesmo tempo a gravidez é vivida como um período de ganho de responsabilidade que a adolescente ainda não está preparada para assumir, muitas vezes gerando problemas psicológicos como a baixa autoestima, vivência de alto nível de estresse, sintomas depressivos nos casos em que a gravidez foi indesejada (SCHWANKE e PINTO, 2010; MACIEL et al., 2012; SILVA, F. N. et al., 2012).
6) É possível pensar em algum diagnóstico de enfermagem neste caso? Cite 1, coloque o título, a definição, as características/manifestações definidoras bem como as causas/relações.

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