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MECÂNICA DOS SOLOS II AULA 2 – COMPACTAÇÃO (PARTE 1) Prof. Caroline Tomazoni, DSc. COMPACTAÇÃO – PARTE 1 1. COMPACTAÇÃO – PRINCÍPIOS GERAIS 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR 3. POR QUE COMPACTAR O SOLO? 4. UMIDADE ÓTIMA x GRAU DE SATURAÇÃO 5. FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPACTAÇÃO 6. CAPACIDADE DE SUPORTE DE UM SOLO COMPACTADO – ENSAIO CBR 1. COMPACTAÇÃO – PRINCÍPIOS GERAIS Entende-se por compactação de solo a operação de DENSIFICAÇÃO por meio da remoção de ar e a consequente redução do índice de vazios por meio de equipamentos mecânicos O QUE É COMPACTAÇÃO? 1. COMPACTAÇÃO PRINCÍPIOS GERAIS • Ralph R. Proctor: observou que a densidade atingida na operação de compactação dependia da umidade do solo • Essa observação serviu de base para a construção de toda uma técnica de compactação e a prévia determinação de qual a umidade mais conveniente para se obter um máximo de compactação para uma determinada energia Quando o teor de umidade é gradativamente aumentado sob a mesma energia de compactação, o peso específico aparente seco (gd) também aumenta gradativamente até um valor máximo, a partir do qual qualquer aumento no teor de umidade tende a reduzir o seu valor. 1. COMPACTAÇÃO PRINCÍPIOS GERAIS 1. COMPACTAÇÃO – PRINCÍPIOS GERAIS O QUE É O PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO (gd)? a) É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume dos sólidos (Vs) b) É a relação entre o peso dos sólidos (Ws) e o volume total da amostra (V) c) É a relação entre o peso dos sólidos (Ws) e o volume dos sólidos (Vs) Quando o teor de umidade é gradativamente aumentado sob a mesma energia de compactação, o peso específico aparente seco (gd) também aumenta gradativamente até um valor máximo, a partir do qual qualquer aumento no teor de umidade tende a reduzir o seu valor. 1. COMPACTAÇÃO PRINCÍPIOS GERAIS • No ramo seco da curva (trecho ascendente da curva), a água atua como um agente lubrificante permitindo que as partículas de solo deslizem umas sobre as outras ou se movam para uma “posição densamente compactada”. • Assim, no processo de compactação a densificação é promovida pelo rearranjo estrutural das partículas formadoras do solo. PORQUE O TEOR DE UMIDADE INFLUENCIA A COMPACTAÇÃO?1. COMPACTAÇÃO PRINCÍPIOS GERAIS COMPACTAÇÃO – PRINCÍPIOS GERAIS • Após alcançado o valor máximo para o peso específico aparente seco (gd) – ponto de inflexão da curva de compactação - qualquer aumento no teor de umidade tende a reduzir o seu valor, este trecho é chamado de ramo úmido da curva de compactação • Este fenômeno ocorre porque a água ocupa os espaços que eram ocupados pelas partículas sólidas. O teor de umidade para o qual o PESO ESPECÍFICO MÁXIMO é obtido é chamado de TEOR DE UMIDADE ÓTIMO. 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR • O ensaio consiste em apiloar uma porção de solo em um cilindro com volume conhecido, fazendo-se variar a umidade de forma a obter o ponto de compactação máxima no qual obtém-se a umidade ótima de compactação. 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR • Etapas do ensaio: • A amostra do solo é previamente seca e destorroada • Acrescenta-se água a amostra, que é homogeneizada • O solo é acondicionado em um cilindro padrão (volume de aproximadamente 1 dm3), que é fixado em uma chapa de apoio • O solo é apiloado em e camadas iguais por 25 golpes de um soquete com massa e altura de queda pré-definidos (2,5 kg lançados de uma altura de 30 cm). ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR • Determina-se o peso específico natural de compactação, pesando-se o conjunto cilindro + solo compactado por meio da equação: ! = #$ • Onde: W = peso do solo compactado no molde V = volume do molde (944 cm3) 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR • Com uma amostra retirada do interior do corpo de prova de solo compactado, determina-se a umidade • Com o teor de umidade do solo conhecido, determina-se o peso específico aparente seco pela equação !" = ! 1 + ℎ TEOR DE UMIDADE Onde: • h = umidade (%) • Pa = peso de água • Ps = peso do solo seco (ou seja, apenas os grãos) ℎ = #$#% × 100 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR • A amostra então é destorroada e acrescenta-se um pouco mais de água ao solo. A operação é repetida até que se perceba que a densidade, após ter subido, tenha caído em três operações sucessivas 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR • Com os dados obtidos, a curva de compactação é plotada com os valores de gd obtidos em função dos teores de umidade (h) correspondentes • Os pontos são unidos formando uma curva parabólica. 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO MODIFICADO • Com o desenvolvimento de rolos compactadores mais pesados, o ensaio de Proctor Normal foi modificado para melhor representar as condições de campo • O ensaio pode ser realizado em TRÊS NÍVEIS DE ENERGIA DE COMPACTAÇÃO, conforme as especificações da obra: NORMAL, INTERMEDIÁRIA E MODIFICADA 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO MODIFICADO • Cilindro maior • Soquete maior • Mais pesado • Maior altura de queda • 5 camadas/ 12 golpes 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO MODIFICADO • Com o aumento do esforço de compactação, o resultado do ensaio de Proctor Modificado apresenta um aumento no peso específico seco máximo do solo, que é acompanhado por um decréscimo no teor de umidade ótimo. 2. DETERMINAÇÃO DA CURVA DE COMPACTAÇÃO – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO MODIFICADO 3. POR QUE COMPACTAR O SOLO? • Solo existente no local de uma obra e solos transportados e depositado para a construção de um aterro: encontra-se em um estado desagregado (relativamente “fofo”) e heterogêneo • Solos em estado natural necessitam ter suas propriedades geotécnicas aprimoradas para poderem ser empregados como material de construção 3. POR QUE COMPACTAR O SOLO? ESTABILIDADE!!!! 4. UMIDADE ÓTIMA x GRAU DE SATURAÇÃO • Uma família de curvas (hipérboles) que representam o mesmo grau de saturação podem ser traçadas no Diagrama de Proctor, considerando que o peso específico aparente seco (gd) e o grau de saturação (S) se relacionam por meio da seguinte equação: !" = $%&$'().&+) !- 4. UMIDADE ÓTIMA x GRAU DE SATURAÇÃO • Observa-se que o ramo úmido é aproximadamente paralelo a hipérbole dos 100% sem, contanto, coincidir com ela, o que leva a concluir que o solo não satura. • Observa-se também que o lugar geométrico dos picos das diversas curvas corresponde, aproximadamente, à linha com grau de saturação entre 80 e 90%, conforme a expressão, que é denominada de linha dos pontos ótimos. 5. FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPACTAÇÃO Umidade Energia de compactação Tipo de solo 5. FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPACTAÇÃO • Tipo de solo • tamanho dos grãos • distribuição granulométrica destes grãos • formato de partículas • quantidade e tipos de minerais de argila presentes 5. FATORES QUE INFLUENCIAM A COMPACTAÇÃO 6. CAPACIDADE DE SUPORTE DE UM SOLO COMPACTADO – ENSAIO CBR PERGUNTA: Tendo como dados o γd,máx e a hot de um determinado solo podemos determinar a sua resistência?? ENSAIO DE CBR: obtém-se um parâmetro de resistência, e com isso, é possível determinar a capacidade de suporte desse solo 6. CAPACIDADE DE SUPORTE DE UM SOLO COMPACTADO – ENSAIO CBR • A capacidade de suporte de um solo compactado pode ser medida através do método do índice de suporte, que fornece o “Índice de Suporte Califórnia - ISC” (California Bearing Ratio - CBR) • Trata-se de um método de ensaio empírico, adotado por grande parcela de órgãos rodoviários, no Brasil e no mundo. O objetivo do ensaioé determinar: • O índice de suporte Califórnia (CBR) • A expansão (E) 6. CAPACIDADE DE SUPORTE DE UM SOLO COMPACTADO – ENSAIO CBR • O ensaio CBR consiste na determinação da relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo de prova de solo, e a pressão necessária para produzir a mesma penetração numa mistura padrão de brita estabilizada granulometricamente. ENSAIO CBR – PROCEDIMENTO DE ENSAIO • O ENSAIO CONSITE EM BASICAMENTE EM TRÊS ETAPAS • COMPACTAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA • FASE DE EXPANSÃO • RUPTURA DOS CORPOS-DE-PROVA POR PUNÇÃO EM UMA PRENSA ETAPA DA COMPACTAÇÃO DOS CORPOS-DE-PROVA: • MoldaM-se 5 corpos-de-prova no cilindro de Proctor Modificado com (em teores de umidade crescentes) 6. CAPACIDADE DE SUPORTE DE UM SOLO COMPACTADO – ENSAIO CBR gd1 gd2 gd3 gd4 gd5 hothot – 4% hot – 2% hot + 2% hot + 4% Imersão por 4 dias: medir expansão!!!! Imersão em água Execução de leituras ao longo do tempo (a cada 24h, até 96h) Determinação da leitura inicial ETAPA DE EXPANSÃO • Deixa-se o corpo-de-prova imerso em água por 4 dias, medindo sua expansão a cada 24 h; • Tem como objetivo deixar o solo em sua pior condição: encharcado • Com isso, verifica-se se o solo é expansível e obtém-se um valor de resistência para a pior condição possível; DADOS DO ENSAIO • Expansão Pergunta aos universitários: quem expande mais??? Se tiver potencial expansivo, maior o 1!!!! Cálculo da Expansão A altura inicial do corpo-de-prova corresponde à diferença de altura total do molde e a altura do disco espaçador, • % expansão negativa: corpo-de-prova contraiu; • % expansão positiva: corpo-de-prova expandiu; Tempo (dias) Expansão (%) CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 1 2 3 4% 6% 8% CBR – ETAPA DE RUPTURA • Índice Suporte Califórnia (CBR) Retira-se o cilindro da água Montagem na prensa Esquema do CBR CBR – ETAPA DE RUPTURA Retira-se o cilindro da água Colocação CP na prensa Execução da ruptura por punção CBR – ETAPA DE RUPTURA • A penetração é realizada em uma prensa de compressão; • A velocidade de deformação deve ser de 1,27 mm/min; • Registram-se leituras de carga versus penetração a cada 0,64 mm da penetração até chegar a um valor de 5,0 mm a partir do qual registram-se leituras com velocidades de penetração de 2,5 mm/min até obter uma penetração total de 12,7 mm; • A leitura do anel é feita em μm e corrigida de acordo com a curva de calibração do anel dinamométrico; DADOS DO ENSAIO DE CBR Curva de Calibração Penetração (mm) Tempo (min) Leitura do anel (μm) Carga (N) Pressão (MPa) 0,63 0,5 1,27 1,0 1,90 1,5 2,54 2,0 3,17 2,5 3,81 3,0 4,44 3,5 5,08 4,0 7,62 6,0 10,16 8,0 12,7 10,0 Cálculo do ISC EXEMPLO DE CURVA DE CALIBRAÇÃO DO ANEL DINAMOMÉTRICO: DADOS DO ENSAIO DE CBR Curva de Calibração Penetração (mm) Tempo (min) Leitura do anel (μm) Carga (N) Pressão (MPa) 0,63 0,5 1,27 1,0 1,90 1,5 2,54 2,0 3,17 2,5 3,81 3,0 4,44 3,5 5,08 4,0 7,62 6,0 10,16 8,0 12,7 10,0 Cálculo do ISC • A determinação do ISC é efetuada através da curva pressão x penetração do pistão que deve ser traçada conforme os passos a seguir: • Onde: • CARGA: cada leitura efetuada no extensômetro do anel dinamométrico corresponde uma respectiva carga atuante. Tal correspondência deve ser obtida no gráfico de calibração do anel utilizado, em N; • ÁREA: seção transversal do pistão de penetração da prensa de CBR, em m²; • EXEMPLO DE CURVA DE CALIBRAÇÃO DO ANEL DINAMOMÉTRICO: Cálculo do ISC Cálculo do ISC Pressão Padrão: Como foi determinada? • Trata-se de uma brita graduada de alta resistência que representa um CBR=100%; • Para essa brita, o ensaio realizado sob as condições descritas resulta em: • Para a penetração de 2,54 mm (0,1”): pressão padrão corresponde a 70,33 kgf/cm2 ; • Para a penetração de 5,08 mm (0,2”): pressão padrão corresponde a 105,46 kgf/cm2; • Com isso, compara-se os resultados encontrados com o da brita, obtendo uma porcentagem de equivalência à ela; CORREÇÃO DOS VALORES: • Traça-se a curva pressão x penetração do pistão • Se a curva apresentar um ponto de inflexão, traça-se neste ponto uma tangente, até que se intercepte o eixo correspondente às penetrações do pistão, • A curva corrigida será então composta por tal tangente mais a porção convexa da curva original, considerando a mudança da origem para o ponto onde a tangente corta o eixo das penetrações, sendo “c” a distância entre esse ponto e a posição inicial da origem, soma-se esse valor às penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm, Para essas penetrações corrigidas, determinam-se as pressões correspondentes, • O valor do Índice de Suporte Califórnia é obtido pela fórmula: ISC% = Pressão calculada ou corrigida x 100 Pressão padrão Cálculo do ISC CORREÇÃO DA CURVA CURVA PRESSÃO X PENETRAÇÃO DO PISTÃO • Para a penetração de 2,54 mm (0,1”) a pressão padrão corresponde a 70,33 kgf/cm2 e para a penetração de 5,08 mm a pressão padrão corresponde a 105,46 kgf/cm2; • O Índice de Suporte Califórnia para cada ponto será o maior dentre os dois valores obtidos para as penetrações de 2,54 mm e 5,08 mm; • Repetir os cálculos descritos acima para cada corpo-de-prova; • O ISC ou CBR final será o valor do CBR (Eixo das ordenadas) correspondente à umidade ótima (Eixo das abscissas) obtida no Ensaio de Compactação; Resultado – CBR FINAL • Curva de Expansão • Deve-se utilizar mesma escala para as umidades de moldagem, conforme gráfico do slide a seguir; • A Expansão final será o valor de Expansão (Eixo das ordenadas) correspondente à umidade ótima (Eixo das abscissas) obtida no Ensaio de Compactação, • Curva do ISC • Seguindo-se o mesmo procedimento acima descrito para a Curva de Expansão, traça-se o gráfico de ISC (CBR) marcando- se no eixo das ordenadas os valores de ISC (CBR) obtidos, em escala adequada, Resultado – CBR FINAL
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