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Aula 09 (Parte II) Arquitetura para Concursos - Curso Regular 2017 Professor: Moema Machado ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 1 AULA 09 (parte 2) – QUESTÕES COMENTADAS DE CONFORTO TÉRMICO Oi pessoal! Tudo bem? Como vão os estudos? Gosto muito desse tema, além de ser primordial para o exercício da nossa profissão com consciência e qualidade. Havia muitas questões, nas provas que venho fazendo com vocês, sobre esse assunto e a aula ficou gigante, com 100 questões, dentre elas 51 comentadas. Logo, tive que dividir a aula em parte 1 (teoria) e parte 2 (exercícios), que já está com 180 páginas. Lembre-se: “Treinamento difícil, combate fácil” SUMÁRIO PÁGINA 1. Resolução de questões 02 2. Lista de questões 136 3. Gabarito 180 Qualquer dúvida: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 2 RESOLUÇÃO DE QUESTÕES 1. (Consulplan – TRF 2º Região - 2017) A incidência solar sobre as edificações traz certo ganho de calor que se dá em “função da intensidade da radiação incidente e das características térmicas dos paramentos do edifício” (Frota e Schiffer, 2001, p. 41). Elementos de proteção solar, a exemplo do quebra-sol (“brise-soleil”), são dispositivos importantes ao controle da insolação no “projeto do ambiente térmico”. A respeito das características dos elementos de proteção solar na edificação, assinale a alternativa correta. A) No caso de sombreamento de cobertura a ventilação entre a cobertura e a placa de proteção pode produzir melhores efeitos. B) A continuidade da proteção horizontal maximiza a ventilação da camada de ar próxima à parede, melhorando a eficiência da proteção. C) O quebra-sol pode ser utilizado apenas para a proteção de paredes opacas, não tendo eficiência em paredes transparentes ou translúcidas. D) O beiral deve ser analisado sob o ponto de vista de fatores como absorção, isolação e emissividade, de modo que sua eficiência geométrica tenha menor importância. Comentário: Para um adequado conforto térmico em uma edificação, é muito importante controlar a incidência solar e especificar de forma correta a envoltória do edifício. Vamos analisar as alternativas à luz da referência citada, Frota e Schiffer, 2001: (A) Correta. “No caso de sombreamento de cobertura, a transmissão térmica se dá à semelhança da proteção de paredes verticais, sendo que a ventilação entre a cobertura e a placa de proteção pode produzir melhores efeitos.” (B) Incorreta. “O beiral deve ser analisado sob o ponto de vista de sua eficiência geométrica. Fatores como absorção, isolação e emissividade têm menor importância. A continuidade da proteção horizontal impede a ventilação da camada de ar próxima à parede, tornando a proteção menos eficiente.” ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 3 (C) Incorreta. “O quebra-sol pode ser utilizado tanto para a proteção de paredes transparentes ou translúcidas como para o caso de paredes opacas leves.” (D) Incorreta. “O beiral deve ser analisado sob o ponto de vista de sua eficiência geométrica. Fatores como absorção, isolação e emissividade têm menor importância. A continuidade da proteção horizontal impede a ventilação da camada de ar próxima à parede, tornando a proteção menos eficiente.” Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: 2.2 Comportamento térmico da construção O Sol, importante fonte de calor, incide sobre o edifício representando sempre um certo ganho de calor, que será função da intensidade da radiação incidente e das características térmicas dos paramentos do edifício. Os elementos da edificação, quando expostos aos raios solares, diretos ou difusos, ambos radiação de alta temperatura, podem ser classificados como: a)opacos; b) transparentes ou translúcidos. 2.2.3 Elementos de proteção solar (“brise-soleil”) O controle da insolação através de elementos de proteção solar — quebra-sol (“brise-soleil”) — representa um importante dispositivo para o projeto do ambiente térmico. O quebra-sol pode ser utilizado tanto para a proteção de paredes transparentes ou translúcidas como para o caso de paredes opacas leves. 2.2.4 Proteção solar de paredes opacas O valor de �* (fator fictício de absorção da radiação solar de uma parede opaca protegida por quebra-sol) será função das características da proteção solar e varia inclusive com a orientação da parede a ser protegida, com a latitude do local onde está situado o edifício e com a época do ano. Segundo Croiset(15), �* pode, a partir de alguns casos estudados, assumir os seguintes valores: a) quebra-sol contínuo, vertical, diante de parede vertical, a 30 cm, sem características especiais do material e acabamentos: 0,20 a 0,25 b) quebra-sol contínuo, vertical, diante de parede vertical, a 30 cm, com R ≅ 0,6 m2°C/W, face externa branca e face interna pouco emissiva: 0,15 a 0,10 c) quebra-sol de lâminas verticais colocado diante de parede vertical: variável d) beirais e quebra-sol de lâminas horizontais: variável e) cobertura com sombreamento de um quebra-sol contínuo, a 30 cm: 0,15 a 0,20 f) cobertura com sombreamento de quebra-sol contínuo, a 30 cm, face externa clara, face interna pouco emissiva, material isolante: 0,05 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 4 O quebra-sol de lâminas verticais colocado diante de uma parede vertical proporcionará α* com valores sempre mais elevados que os contínuos, devido às diversas reflexões dos raios solares incidentes sobre as placas. O beiral deve ser analisado sob o ponto de vista de sua eficiência geométrica. Fatores como absorção, isolação e emissividade têm menor importância. A continuidade da proteção horizontal impede a ventilação da camada de ar próxima à parede, tornando a proteção menos eficiente. Se os beirais são constituídos por várias lâminas horizontais, a ventilação e o desvio dos raios refletidos proporcionam maior eficiência e o fator α* pode variar entre 0,20 e 0,50, segundo a parede seja clara ou escura e, no caso de construção térrea, o solo seja pouco ou muito refletor. No caso de sombreamento de cobertura, a transmissão térmica se dá à semelhança da proteção de paredes verticais, sendo que a ventilação entre a cobertura e a placa de proteção pode produzir melhores efeitos. 2.2.5 Proteção solar de paredes transparentes ou translúcidas A proteção solar de paredes transparentes ou translúcidas pode ser feita através de dispositivos externos e internos, sendo que, em caso de vidro duplo, por exemplo, pode até se localizar entre os dois vidros. Por outro lado, a proteção externa normalmente tende a ser mais eficiente, posto que barra a radiação solar antes de sua penetração por transmissividade através do material. Porém, como a proteção solar é projetada segundo a especificidade de cada edifício, de acordo com sua localização, função e orientação, há casos em que a proteção interna pode ser mais adequada. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 5 Observe-se que, no caso da figura 8 — quebra-sol externo —, a parcela do calor que penetra no ambiente é menor que no caso do quebra-sol interno. Gabarito: alternativa A 2. (Consulplan – TRF 2º Região - 2017) A respeito das “variáveis climáticas que caracterizam uma região”, Frota e Schiffer (2001, p. 53) explicam que “a oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa, a quantidade de radiação solar incidente, o grau de nebulosidade do céu, a predominância de época e o sentidodos ventos e índices pluviométricos” são algumas das “que mais interferem no desempenho térmico dos espaços construídos”. Considerando o conhecimento sobre estas variáveis climáticas, assinale a afirmativa correta. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 6 A) A umidade relativa varia de maneira diretamente proporcional à temperatura do ar, aumentando conforme ocorra o aumento desta. B) A longitude de uma região, associada à época do ano, vai determinar o ângulo de incidência dos raios de sol com relação ao plano do horizonte do lugar. C) Quando o ar contendo uma certa quantidade de água é esfriado, sua capacidade de reter água é ampliada, diminuindo a umidade relativa até se tornar saturado. D) Um solo pouco úmido se esquenta mais depressa durante o dia, mas à noite devolverá o calor armazenado rapidamente, provocando uma grande amplitude térmica diária. Comentário: (A) A umidade relativa varia de maneira inversamente proporcional à temperatura do ar, diminuindo conforme ocorra o aumento desta. Segundo Lamberts, a umidade relativa tende a aumentar quando há diminuição da temperatura e a diminuir quando há aumento da temperatura. (B) A latitude de uma região, associada à época do ano, vai determinar o ângulo de incidência dos raios de sol com relação ao plano do horizonte do lugar. Segundo Romero, a latitude, a longitude e a altura sobre o mar são as coordenadas que determinam a posição de um ponto da superfície terrestre. A latitude sempre é referida à linha do Equador terrestre. Tomando como ponto de partida o Equador, a temperatura média do ar ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 7 esfria-se paulatinamente para os Pólos, mas o esfriamento não é constante. As isotermas não seguem rigorosamente os paralelos, desviando-se pelo efeito da altura, ventos, correntes marinhas e outros fatores do clima. Segundo Fitch (1971), o principal fator geográfico no meio é expresso pela latitude, já que sua distância a partir da linha do Equador determina a quantidade de energia solar que cada ponto vai receber. A longitude, diz o autor, não possui a mesma importância, pois se refere muito mais à localização e nunca ao clima (Figura 7). A latitude é medida de 0º a 90º a partir do Equador, sendo Norte, se estiver acima da linha do Equador e, Sul, se estiver abaixo. Ela determina o ângulo de incidência dos raios solares em relação ao plano do horizonte. Quanto maior for a latitude, menor será a quantidade de radiação solar recebida. Relembrando, são fatores climáticos: • Latitude • Altitude • Ventos • Massas de água e ar • Topografia • Vegetação • Superfície do solo. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 8 Fonte figuras: http://jeuriibeirogeografia.blogspot.com.br/2012/09/as-coordenadas- geograficas-latitude.html (C) Quando o ar contendo uma certa quantidade de água é esfriado, sua capacidade de reter água é reduzida, aumentando a umidade relativa até se tornar saturado. Segundo Lamberts, quanto maior a temperatura do ar, menor a sua densidade e, em consequência, maior quantidade de ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 9 água poderá conter. Se o conteúdo de água evaporada no ar é o maior possível para aquela temperatura, diz-se que o ar está SATURADO. Nessa condição, qualquer quantidade de água a mais em estado de vapor condensará. Deste fenômeno se originam a névoa, o orvalho e a chuva. Quando o conteúdo de vapor de água no ar é menor que o máximo possível para aquela temperatura, diz-se que esta proporção (em percentual) é a umidade relativa do ar. (D) Correta. Podemos observar esse efeito da umidade também nos climas. Segundo Lamberts, em locais com ar muito seco, os dias tendem a ser muito quentes e as noites frias; já em locais úmidos, as temperaturas extremas tendem a ser atenuadas. Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: 3.1 Noções de Clima 3.1.1 Elementos climáticos e arquitetura Adequar a arquitetura ao clima de um determinado local significa construir espaços que possibilitem ao homem condições de conforto, conforme indicadas no capítulo 1. À arquitetura cabe, tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivos calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos. Dentre as variáveis climáticas que caracterizam uma região, podem-se distinguir as que mais interferem no desempenho térmico dos espaços construídos: a oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa, a quantidade de radiação solar incidente, o grau de nebulosidade do céu, a predominância de época e o sentido dos ventos e índices pluviométricos. 3.1.2 Fatores climáticos Os valores dessas variáveis se alteram para os distintos locais da Terra em função da influência de alguns fatores como circulação atmosférica, distribuição de terras e mares, relevo do solo, revestimento do solo, latitude e altitude. 3.1.4 Movimento aparente do Sol Para um observador situado na Terra, o Sol, aparentemente, se movimenta ao longo dos dias ao redor da Terra, variando a inclinação dos raios em função da hora e da época do ano. A Terra, para efeitos práticos, é considerada como sendo uma esfera. A Figura 12 representa esta esfera de centro C, pelo qual passa um eixo imaginário denominado eixo polar, ao redor do qual a Terra gira. O ponto PN é definido como sendo o Pólo Norte e o ponto PS, o Pólo Sul. O círculo definido pela intersecção do plano que passa pelo centro C e é perpendicular ao eixo polar e à esfera terrestre é o Equador terrestre. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 10 3.1.5 Longitude A posição de uma localidade A sobre a Terra pode ser especificada a partir de sua latitude e de sua longitude. A longitude é medida com relação ao Meridiano de Greenwich. Esse meridiano é, por definição, o semicírculo que passa pelos pólos e pelo observatório de Greenwich, situado na Inglaterra. Assim, a longitude do ponto A é indicada na Figura 12 pelo ângulo φ1. As longitudes são medidas de 0° a 180°, a leste ou a oeste do Meridiano de Greenwich. 3.1.6 Latitude A latitude é medida a partir do Equador, imaginando-se que cada ponto da superfície da Terra esteja contido em um semicírculo paralelo ao Equador e distante deste segundo um ângulo definido pela altura do círculo, ou seja, pelo ângulo φ2. Mede-se a latitude de 0° a 90° e se dirá que ela é Norte, se estiver acima da linha do Equador, e Sul, se estiver abaixo. 3.1.8 Influência da latitude A latitude de uma região, associada à época do ano, vai determinar o ângulo de incidência dos raios de sol com relação ao plano do horizonte do lugar. Tomemos como exemplo as localidades A e B indicadas no esquema simplificado do movimento aparente do Sol, representado na Figura 14. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 11 Admitindo-se a lei da Física, segundo a qual a quantidade de radiação solar recebida por uma superfície é proporcional ao cosseno do ângulo que os raios solares fazem com a normal ao plano desta superfície, é evidente que, para o sol na posição I, a localidade A receberá maior quantidade de radiação que a B. Do mesmo modo, a localidade A receberá maior radiação quando o Sol estiver, numa determinada épocado ano, na posição I, do que quando em outra data, localizado na posição II. Pode-se então afirmar que quanto maior for a latitude de um local, menor será a quantidade de radiação solar recebida e, portanto, as temperaturas do ar tenderão a ser menos elevadas. 3.1.13 Revestimento do solo O revestimento do solo interferirá nas condições climáticas locais, pois quanto maior for a umidade do solo, maior será a sua condutibilidade térmica. O ar é um mau condutor térmico, de modo que um solo pouco úmido se esquenta mais depressa durante o dia, mas à noite devolverá o calor armazenado rapidamente, provocando uma grande amplitude térmica diária. Este fato é bastante significativo nas modificações climáticas sentidas a nível urbano, uma vez que os materiais de revestimento do solo, não só nos calçamentos das ruas, mas a nível das edificações, alteram sobremaneira as condições de porosidade e, consequentemente, de drenagem do solo, acarretando alterações na umidade e pluviosidade locais. 3.1.14 Umidade atmosférica A umidade atmosférica é consequência da evaporação das águas e da transpiração das plantas. Como definição de umidade absoluta tem-se que é o peso do vapor de água contido em uma unidade de volume de ar (g/m3), e a umidade relativa é a relação da umidade absoluta com a capacidade máxima do ar de reter vapor d’água, àquela temperatura. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 12 Isto equivale a dizer que a umidade relativa é uma porcentagem da umidade absoluta de saturação. 3.1.15 Ponto de orvalho A umidade relativa varia com a temperatura do ar, diminuindo com o aumento desta. Quando o ar contendo uma certa quantidade de água é esfriado, sua capacidade de reter água é reduzida, aumentando a umidade relativa até se tornar saturado — com umidade 100%. A temperatura na qual esse ar se satura é denominada temperatura do ponto de orvalho — na linha de umidade 100% nas cartas psicrométricas, Anexos 4 e 5. Qualquer esfriamento abaixo dessa temperatura causa condensação de vapor. Gabarito: alternativa D 3. (Consulplan – P.M. Sabará - 2017) “O desempenho térmico depende de diversas características da ______________ da obra (topografia, temperatura e umidade do ar, direção e velocidade do vento etc.) e da edificação (materiais constituintes, número de pavimentos, dimensões dos cômodos, pé direito, orientação das fachadas etc.). A sensação de conforto térmico depende muito das condições de ventilação dos ambientes, com grande influência do posicionamento e dimensões das aberturas de janelas, o que é considerado pela NBR nº 15.575. O nível de satisfação ou insatisfação depende, ademais, do tipo de atividades no interior do imóvel, quantidade de mobília, tipo de vestimentas, número de ocupantes, ___________, ___________ e condições fisiológicas e psicológicas dos usuários. Dessa forma, quando se trata de conforto térmico está se referindo sempre a uma condição _______________, que atende à maior parte das pessoas expostas a uma determinada condição.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior. A) espécie / idade / peso / normal B) condição / altura / sexo / máxima C) localização / idade / sexo / média D) especificação / altura / peso / mínima Comentário: Pessoal, a questão é bem grande, mas, vamos convir que as características de topografia, temperatura e umidade do ar, direção e velocidade do vento dizem respeito à localização da obra. Logo, a alternativa correta só pode ser a (C). “O desempenho térmico depende de diversas características da localização da obra (topografia, temperatura e umidade do ar, direção e velocidade do vento etc.) e da edificação (materiais constituintes, número de pavimentos, dimensões dos cômodos, pé direito, orientação ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 13 das fachadas etc.). A sensação de conforto térmico depende muito das condições de ventilação dos ambientes, com grande influência do posicionamento e dimensões das aberturas de janelas, o que é considerado pela NBR nº 15.575. O nível de satisfação ou insatisfação depende, ademais, do tipo de atividades no interior do imóvel, quantidade de mobília, tipo de vestimentas, número de ocupantes, idade, sexo e condições fisiológicas e psicológicas dos usuários. Dessa forma, quando se trata de conforto térmico está se referindo sempre a uma condição média, que atende à maior parte das pessoas expostas a uma determinada condição.” No Desempenho Térmico, inicialmente, deve-se esclarecer que a norma NBR 15575 não trata de condicionamento artificial (refrigeração ou calefação), ou seja, todos os critérios de desempenho foram estabelecidos com base em condições naturais de insolação, ventilação e outras. O desempenho térmico depende de diversas características do local da obra (topografia, temperatura e umidade do ar, direção e velocidade do vento etc.) e da edificação (materiais constituintes, número de pavimentos, dimensões dos cômodos , pé direito, orientação das fachadas, etc.). A sensação de conforto térmico depende muito das condições de ventilação dos ambientes, com grande influência do posicionamento e dimensões das aberturas de janelas, o que é considerado pela Norma. O nível de satisfação ou insatisfação depende, ademais, do tipo de atividades no interior do imóvel, quantidade de mobília, tipo de vestimentas, número de ocupantes, idade, sexo e condições fisiológicas e psicológicas dos usuários. Dessa forma, quando se trata de conforto térmico está se referindo sempre a uma condição média, que atende à maior parte das pessoas expostas a uma determinada condição. A Norma permite que seja feita a avaliação térmica de um sistema de diferentes formas, com os procedimentos descritos passo-a-passo. Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/4371190/resumo---nbr-15575--- norma-de-desempenho Segundo a apostila de Desempenho Térmico de Edificações da UFSC, (Roberto Lamberts): 1.4 AS VARIÁVEIS DE CONFORTO TÉRMICO As variáveis de conforto térmico estão divididas em variáveis ambientais e variáveis humanas. As variáveis humanas são: - metabolismo gerado pela atividade física - resistência térmica oferecida pela vestimenta E as ambientais são: - temperatura do ar; - temperatura radiante média; - velocidade do ar; - umidade relativa do ar. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 14 Além disso, variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares, peso, altura etc podem exercer influência nas condições de conforto de cada pessoa e devem ser consideradas. Gabarito: alternativa C 4. (FGV – P.M. Paulínia/SP – 2016) As fasquias entrecruzadas de influência muçulmana, denominadas rótulas, gelosias e muxarabis, foram muito empregadas na arquitetura colonial do Brasil como esquadrias. Assinale a opção que indica uma das vantagens de seu emprego. (A) Impenetrabilidade sonora. (B) Ventilação intermitente. (C) Iluminação indisciplinada. (D) Completa permeabilidade visual. (E) Controle de luminosidade. Comentário: ORIGEM ÁRABE-ISLÂMICA A etimologia da palavra muxarabi (do árabe, mashrabiya) provém do verbo "beber", que originalmente significava o lugar (janela) onde eram dispostos jarros com água para que fossem resfriados. A solução chegou ao Brasil em 1530 através dos colonizadores portugueses de origem árabe. Muito dos artífices coloniais que construíram as habitações nas primeiras cidades brasileiras foram educados conforme a tradição muçulmana e introduziram traços da arquitetura moura na arquitetura colonial. De acordo com Heloisa, o elemento deixou de ser adotado por volta de 1808. “Os muxarabis foram se extinguindo da paisagem brasileira,principalmente das cidades que surgiram a partir do século XIX”, explica a historiadora. O muxarabi consiste em um complexo trançado de ripado de madeira – ideal para regiões quentes, áridas e com alto nível de incidência solar. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 15 Por ser ‘rendado’, permite a penetração controlada do raio solar e da ventilação, conduzindo conforto térmico à construção. “Os intervalos do treliçado são ajustados de acordo com a intensidade da radiação solar local”, historiadora Heloisa Paes de Souza. ISOLAMENTO E INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES O elemento não é indicado para separações estanques, pois não isola ruídos e não permite projetos de iluminação distintos. VER SEM SER VISTO O muxarabi também atribui privacidade ao local onde é aplicado, pois bloqueia a visão do ambiente interno. Heloisa destaca que essa questão era fundamental na sociedade colonial brasileira, quando o patriarcalismo vigorava de forma mais rigorosa. “Ele permitia que as mulheres espiassem pelos muxarabis sem serem vistas”, relata. Fonte: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/muxarabi-garante-estetica-e- conforto-ambiental-as-edificacoes_10075_0_1 OBS.: Atento para o fato de que as denominações de gelosias e rótulas não são unânimes. O muxarabi é um dos elementos mais característicos da nossa arquitetura colonial, uma das mais persistentes influências da arquitetura árabe. Segundo Estêvão Pinto, muxarabi significa local fresco. Para nós designa um balcão fechado por treliças, chamadas também de urupemas, geralmente com janelas de rótula. As frasquias que formavam as urupemas tinham dimensões bem pequenas, em torno de 15 mm, e eram sobrepostas, formando uma malha bem delicada. Hoje em dia existem muito poucos exemplares de muxarabis. A vinda da Corte portuguesa foi um golpe de morte para eles. Oficialmente alegava- se que o país devia perder os ares de colônia, e assimilar as novas tendências européias, isto é, o Neoclassicismo, que não admitia a influência “espúria” da arquitetura árabe, mas somente a tradição greco- romana. Conta-se, entretanto, que o Príncipe Regente tinha medo de possíveis ataques contra ele e os membros da corte, ataques este que seriam camuflados pelas treliças. A verdade é que a operação iniciada com o intendente Paulo Fernandes Viana teve efeito devastador sobre os muxarabis. No Rio de Janeiro não restou nenhum. “A impressão era que se tinham deixado as casas em trajes menores” Fonte: https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas- do-periodo-colonial-iii/ Não resisti e, a seguir, inseri algumas fotos. O Muxarabi vermelho é do edifício do Sesc Pompeia de Lina Bo Bardi! Fonte: http://othaudoblog.blogspot.com.br/2014/07/muxarabi.html ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 16 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 17 Vamos analisar as alternativas: (A) Errada. O Muxarabi não impede a passagem do som. (B) Errada. Intermitente significa com interrupções ou que cessa e recomeça por intervalos, não tem nada a ver. (C) Errada. A iluminação é controlada através dos muxarabis. (D) Errada. O Muxarabi tem como característica permitir ver sem ser visto, fornecendo privacidade. (E) Correta. Gabarito: alternativa E 5. (FGV – P.M. Paulínia/SP – 2016) Uma das estratégias de projeto de Arquitetura Bioclimática, para controlar os ganhos de calor, é a de (A) maximizar a energia solar que entra pelas aberturas. (B) minimizar a energia solar absorvida pelas paredes externas. (C) facilitar a chegada de sol às superfícies do envelope do edifício. (D) colocar isolantes térmicos nas paredes internas. (E) pintar as paredes e tetos com cores escuras e neutras. Comentário: (A) Errada. Para se controlar ganhos de calor, é necessário minimizar a energia solar que entra pelas aberturas, tendo em vista que a radiação solar é uma das variáveis climáticas que mais afetam o desempenho térmico. (B) Certa. O ideal é que as paredes externas reflitam mais do que absorvam a energia solar. (C) Errada. O ideal é trabalhar com o sombreamento do envelope do edifício. (D) Errada. Colocar isolantes térmicos nas paredes externas. (E) Errada. As cores escuras absorvem mais calor o que não é recomendado para se controlar ganhos de calor. Segundo Frota e Schiffer, a pintura externa das construções em climas quentes deve ser preferivelmente de cores claras, pois essas refletirão mais a radiação solar e, portanto, menos calor atravessará os vedos. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 18 Fonte: Livro Eficiência Energética na Arquitetura – Roberto Lamberts, Luciano Dutra e Fernando O. R. Pereira Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: 5.1.5 Ganhos de calor O Sol, incidindo sobre os paramentos do edifício, vai representar, em maior ou menor escala, um ganho de calor. Esse ganho de calor será função da intensidade da radiação solar incidente e das características térmicas dos materiais desses paramentos. Os dados relativos à intensidade da radiação solar incidente sobre as superfícies podem ser calculados por meio de fórmulas, sendo função da latitude, da data, da altitude, da nebulosidade, da poluição do ar etc e também da orientação do plano de incidência. Esses dados podem ser apresentados sob a forma de tabelas e de gráficos. Gabarito: alternativa B 6. (FGV – ALERJ – 2016) 59 Ao definir a implantação dos blocos de um agrupamento de edifícios, o arquiteto optou por localizá-los, intercaladamente, em direção ao vento dominante. Sua decisão foi: (A) correta, porque pode-se obter maior densidade na ocupação do terreno, sem prejudicar a ventilação do conjunto de edifícios; (B) incorreta, porque os edifícios recebem o vento apenas com 50% da velocidade que os atingiria caso não estivessem intercalados; ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 19 (C) correta, desde que atenda à exigência de se manter entre os blocos edilícios uma distância igual à altura deles, para não aumentar o consumo energético; (D) incorreta, porque implica pouca densidade de ocupação do terreno, expondo os blocos edilícios à desfavorável ação intensa dos elementos climáticos; (E) correta, porque a zona de sucção / redemoinhos diminui, podendo reduzir a distância entre os blocos edilícios e elevar a eficiência da ventilação. Comentário: Nesta de ficar pesquisando a fonte das bancas, descobri uma fonte das fontes. Rs Vou explicar, na maioria da bibliografia dos livros que venho citando há o nome de Victor Olgyay e eu comprei o ebook, no Google Play, Design with Climate, Bioclimatic Approach to Architectural Regionalism – Victor Olgyay. Além de eu poder me aprofundar mais no assunto, vou conseguir imagens melhores para nossa aula. E, essas, abaixo, dizem tudo: Vamos comentar as alternativas! (A) Certa. A disposição intercalada, conforme a figura 199 acima, permite que o vento flua por entre as edificações. (B) Errada. As edificações implantadas à 45º em relação à direção do vento dominante são as que recebem 50% da velocidade desse. d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 20 (C) Errada. As edificações implantadas em linha é que precisam ter uma distância entre elas correspondente a 7 vezes sua altura. (D) Errada. Com a implantação intercalada, conseguimos maisdensidade e melhor aproveitamento dos ventos. (E) Errada. Vamos ao Livro Design with Climate, Bioclimatic Approach to Architectural Regionalism – Victor Olgyay; Direção do Vento e Layouts de Habitação. Os edifícios posicionados perpendiculares à direção do vento recebem, no seu lado exposto, a velocidade completa desse. Posicionados à 45°, a velocidade do vento é reduzida para 50%; alguns cálculos utilizam 66% como fator de correção. As linhas de edifícios espaçados a uma distância igual a sete vezes suas respectivas alturas asseguram um efeito de ventilação satisfatório para cada unidade. O vento tem, no entanto, uma tendência a arrumar arranjos longos de unidades paralelas. Os edifícios planejados em arranjos em linha causam uma sombra de vento sobre as unidades subsequentes, o que é reforçado pela tendência do vento a canalizar através de espaços livres e passar pelas unidades posteriores. Um arranjo de unidades escalonadas aproveita o padrão de salto do vento, uma vez que as casas dirigem o fluxo para as estruturas subsequentes. Observe que a direção do fluxo é perpendicular à terceira fila de edifícios. O primeiro tipo de disposição é desejável para evitar efeitos de vento no inverno; o segundo padrão garante igual distribuição da brisa de verão. Como os ventos de inverno e as brisas do verão, mais frequentemente, vêm de direções diferentes, ambas as condições podem ser satisfeitas. (traduzido por Moema Machado, com ajuda do tradutor do Google Play) Wind Direction and Housing Layouts. Buildings positioned perpendicular to the wind direction receive on their exposed side the full sweep of the velocities. Positioned at 45° the wind velocity is reduced to 50%; some calculations use 66% as the correction factor. Building rows spaced at a distance equal to seven times their respective heights secure satisfactory ventilation effect for each unit. The wind has a tendency, however, to leap- frog long parallel unit arrangements. Buildings planned in row arrangements cause a wind shadow over the subsequent units, which is reinforced by the tendency of the wind to channel through free spaces and pass by the later units. An arrangement of staggered units takes advantage of the bouncing pattern of the wind since the houses direct the flow to subsequent structures. Note that the direction of flow is perpendicular to the third row of houses. The first type of lay out is desirable for avoiding winter wind effects; the second pattern secures equal summer breeze distribution. As winter winds and summer breezes more often than not come from different directions, both conditions may be satisfied. Gabarito: alternativa A 7. (CONSULPLAN – P.M.N. Patos de Minas – 2015) 25 Sob a ótica do conforto térmico, os movimentos de ar aceleram as trocas de calor das pessoas com o ambiente por convecção e por evaporação. Sua consideração em climas de tensão térmica positiva é fundamental para d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 21 obtenção das condições de conforto. É também elemento de controle térmico dos ambientes e de salubridade. (Mascaró, 1985.) salienta que é “indispensável conhecer e aplicar técnicas de projeto e cálculo de ventilação natural dos edifícios; com a dupla finalidade de oferecer conforto ao usuário e otimizar o uso da energia na edificação”. Os fatores que condicionam a ventilação são: I. Forma e características da edificação e do entorno (topografia natural e edificada). II. Localização e orientação do edifício. III. Posição e tamanho das aberturas. IV. Direção, velocidade e frequência dos ventos. V. Diferença de temperaturas interiores e exteriores. Estão corretas as alternativas (A) I, II, III, IV e V (B) I, II e III, apenas. (C) II, III e IV, apenas. (D) I, II, III e IV, apenas. Comentário: Todas estão corretas. Antes de analisarmos os fatores que condicionam a ventilação, quero que vocês compreendam os 3 princípios que governam o movimento do ar: (Sol, Vento & Luz) 1. Como resultado da fricção, a velocidade do vento é menor próxima à superfície da terra do que nas partes mais altas da atmosfera. 2. Como resultado da inércia, o ar tende a continuar movendo-se na mesma direção quando encontra um obstáculo. Portanto, ele flui ao redor dos objetos. 3. O ar flui de áreas de alta pressão a áreas de baixa pressão. Complementarmente a estes princípios de movimento do ar, há diversos fenômenos microclimáticos que ocorrem em sítios edificados. A ventilação é uma das estratégias mas antigas de resfriamento passivo e, após o sombreamento, é a estratégia bioclimática mais importante para o Brasil. Segundo Lamberts, a ventilação natural é recomendada para temperaturas entre 20ºC e 32ºC (carta bioclimática), pois a partir daí os ganhos térmicos por convecção funcionariam mais como aquecimento do ambiente que como resfriamento, e, entre 27oC e 32oC, a ventilação só é eficiente se a umidade relativa do ar tiver valores entre 15% e 75%. Fatores que condicionam a ventilação: I. Como o ar é um fluido, como a água, o mesmo terá sua direção e velocidade afetados pelas formas e características da edificação e do entorno. 7 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 22 II. Segundo Lamberts, a ventilação natural em ambientes é indissociável da orientação e da implantação do edifício no terreno. Elementos como vegetação e superfícies edificadas influenciam no ângulo de incidência e na intensidade com a qual o vento atinge a edificação. Deve-se atentar para a orientação da edificação voltando as aberturas para a direção das brisas do verão. III. A posição e o tamanho das aberturas são muito importantes para o conforto térmico do ambiente pela ventilação natural, sendo a mesma o deslocamento do ar através do edifício, através das aberturas. Umas, funcionando como entrada e, outras, como saída. O fluxo de ar que entra e sai do edifício depende: • Da diferença de pressão entre os ambientes externos e internos. • Da resistência ao fluxo de ar oferecida pelas aberturas. • Pelas obstruções internas. • De uma série de implicações relativas à incidência do vento e forma do edifício. A diferença de pressões exercidas pelo ar sobre um edifício pode ser causada: • Pelo vento. • Pela diferença de densidade do ar interno e externo. (ar quente menos denso, ar frio mais denso) • Por ambas as forças. Tendo em vista esse conhecimento, algumas técnicas são recomendadas para o resfriamento passivo de uma edificação, levando-se em conta a localização e tamanho das aberturas: • Localizar aberturas de entrada voltadas para zona de alta pressão e de saída para zona de baixa pressão (sucção). Romero chama de ventilação por ação dos ventos. • Localizar as aberturas de entrada mais baixas e as de saída mais altas, já que o ar quente tende a subir. Romero chama de ventilação por efeito chaminé. • Ocorre maior fluxo de ar quando são posicionadas aberturas de igual tamanho em fachadas opostas. • Se produz maior velocidade interna quando se combina uma pequena entrada de ar com uma saída grande de ar. • Se as aberturas não estiverem centralizadas, se produzirá um fluxo interno assimétrico. • Quando algum obstáculo exerce pressão lateral sobre o fluxo inicial, o fluxo resultante será assimétrico. • Se houver obstáculo interno paralelo ao fluxo de ar, esse se dividirá, mas, não perderá velocidade. • Se o obstáculo for perpendicular, a velocidade do fluxo será reduzida. (...) d ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 23 IV. Correta. Direção, velocidade e frequência do vento são fatores variáveis dos quais a ventilação natural depende. V. Como vimos no terceiro princípio, do movimento doar, acima, o ar flui da área de alta pressão para área de baixa pressão. O ar quente, tem baixa pressão, e o ar frio, alta pressão, logo, as diferenças de temperatura provocam um deslocamento da massa de ar da zona de maior para a de menor pressão. Vamos ao Livro Energia na Edificação de Lúcia Mascaró: As correntes naturais de ar ajudam a obter ventilação por meio de aberturas convenientemente orientadas na direção dos ventos locais. Umas na direção do vento dominante, chamadas “bocas de entrada”, e outras, no lado oposto, denominadas “bocas de saída”. A ventilação natural depende de fatores fixos, como: a. Forma e características construtivas do edifício; b. Forma e posição dos edifícios e espaços abertos vizinhos; c. Localização e orientação do edifício; d. Posição, tamanho e tipo das aberturas. E de fatores variáveis, como: a. Direção, velocidade e frequência do vento; b. Diferença de temperaturas interiores e exteriores. Gabarito: alternativa A 8. (CONSULPLAN – P.M.N. Natividade – 2014) 29 Entre alguns exemplos de influência térmica dos elementos da arquitetura destacam‐se os seguintes fatores: I. As características dos materiais das fachadas externas (expostas às condições climáticas) e as cores utilizadas nas fachadas. II. A orientação solar, a forma e a altura da edificação mais as características do entorno da mesma. III. A orientação e o tamanho das vedações transparentes mais a orientação em relação à ventilação e à localização dos condicionadores de ar. IV. O desempenho das aberturas, quanto às possibilidades de iluminação natural, bem como suas devidas proteções à insolação inadequada. Estão corretas as afirmativas A) I, II, III e IV. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e IV, apenas. 5 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 24 Comentário: Todas corretas! I. Correta. Os elementos construtivos têm desempenhos diferentes em relação à radiação térmica incidente, transmitindo, refletindo ou absorvendo e reemitindo esta radiação para o interior. De acordo com Lamberts, a radiação incidente num material construtivo terá uma parcela refletida, uma absorvida e, se for um material translúcido, também uma parcela transmitida diretamente para o ambiente interior. A cor utilizada na fachada é de extrema importância, pois as cores claras refletem mais que as escuras. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 25 A emissividade é uma propriedade física dos materiais que diz qual a quantidade de energia térmica é emitida por unidade de tempo e pertence à camada superficial do material emissor. II. Correta. Alguns exemplos: • A exposição efetiva das paredes ao sol é maior à medida que aumenta a altura da edificação. • A transmissão de calor do exterior para o interior diminui proporcionalmente à diminuição da exposição solar da cobertura. • A ventilação é bem-vinda para o resfriamento da envoltória do edifício, logo, deve-se verificar a influência da forma e altura do entorno em relação à direção dos ventos dominantes e o edifício. Segundo Lúcia Mascaró, as superfícies do envolvente do edifício expostas a radiações intensas são aquecidas por parte da radiação que não foi refletida, mas absorvida. Esse calor tenderá a ser conduzido para o interior do edifício, se não for eliminado de outra forma. Como a temperatura da superfície que está recebendo muita radiação, geralmente, é maior que a do ar, o movimento do ar sobre essa superfície leva parte do calor que acaba chegando em menor quantidade no interior do edifício. ==dd7d5== ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 26 • A orientação solar influencia a quantidade de radiação solar incidente na edificação. III. Correta. Como os aparelhos usados para o resfriamento de ar captam ar do exterior da edificação, é necessário se pensar no melhor local, de acordo ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 27 com a implantação, para que essa captação ocorra. Vegetação próxima é bem-vinda. Vou aproveitar a questão para trazer informações sobre tipos de sistemas de ar condicionado. • Ar condicionado de parede ou janela: • Split (ou mini centrais de pequeno porte): ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 28 IV. Correta. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 29 Gabarito: alternativa A 9. (CONSULPLAN – COMPANHIA BRASILERIA DE TRENS URBANOS – CBTU – 2014) 29 Os procedimentos propostos quanto à elaboração de projetos arquitetônicos adequados aos diversos climas podem ser sumarizados em forma de itens de verificação, segundo os principais fatores envolvidos neste processo. Analise-os. I. Dados climáticos relativos ao mês em estudo. II. Adoção do partido arquitetônico em função das características climáticas. III. Determinação dos materiais adequados. IV. Avaliação da temperatura interna máxima resultante. Estão corretas as afirmativas A) I, II, III e IV. B) I e II, apenas. C) II e III, apenas. D) III e IV, apenas. Comentário: Todas corretas de novo! Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 30 Os procedimentos aqui propostos quanto à elaboração de projetos arquitetônicos adequados aos distintos climas podem ser sumarizados em forma de itens de verificação, segundo os principais fatores envolvidos neste processo: A) Dados climáticos relativos ao mês em estudo • temperatura do ar média mensal; • temperatura do ar média mensal das máximas; • temperatura do ar média mensal das mínimas; • umidade relativa do ar, média mensal; • radiação solar direta para céu limpo, para as diversas orientações; • porcentagem média de nebulosidade; • direção e velocidade dos ventos; • caracterização do clima local; • latitude; • altitude. B) Adoção do partido arquitetônico em função das características climáticas • forma mais apropriada; • orientação e dimensionamento das aberturas; • localização dos diversos blocos no espaço físico; • determinação da sombra projetada das edificações; • determinação das máscaras produzidas por obstruções externas às aberturas; • indicação de elementos externos de projeção da radiação solar (construções, vegetações etc.). C) Determinação dos materiais adequados • inércia desejada; • atraso desejado; • coeficiente global de transmissão térmica (K) de cada material; • cor externa e interna. D) Avaliação da temperatura interna máxima resultante • cálculo da temperatura interna máxima para as diversas alternativas de projeto; • comparação da temperatura interna máxima obtida com os índices de conforto; • há alternativa possível dentro dos limites da climatização natural? Gabarito: alternativa A 10. (CONSULPLAN – P.M. Cantagalo – 2013) 21 Adequando a arquitetura a um determinado clima local é possível construir espaços que possibilitem ao homem condições de conforto. Dentre as variáveis climáticas que caracterizam uma região, as que mais interferem no desempenho térmico dos espaços construídos são: I. oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa; II. quantidade de radiação solar incidente; III. grau de nebulosidade do céu; ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br31 IV. sentido dos ventos e índices pluviométricos. Estão corretas as alternativas A) I, II, III e IV. B) I e III, apenas. C) I, II e III, apenas. D) I, II e IV, apenas. E) II, III e IV, apenas. Comentário: Todas corretas de novo! Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: Adequar a arquitetura ao clima de um determinado local significa construir espaços que possibilitem ao homem condições de conforto, conforme indicadas no capítulo 1. À arquitetura cabe, tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivos calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas amenos. Dentre as variáveis climáticas que caracterizam uma região, podem-se distinguir as que mais interferem no desempenho térmico dos espaços construídos: a oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa, a quantidade de radiação solar incidente, o grau de nebulosidade do céu, a predominância de época e o sentido dos ventos e índices pluviométricos. Gabarito: alternativa A 11. (CONSULPLAN – P.M. Uberlândia – 2012) 28 Nos dias atuais, diversas áreas da sociedade têm se mostrado preocupadas com as condições do planeta e muito tem se estudado na tentativa de melhorar as condições de habitabilidade das construções e as variáveis que precisam ser melhor pesquisadas. A combinação de elementos geradores de calor individuais e ambientais constituem a A) radiação solar incidente. B) existência de um coeficiente de altas temperaturas. C) probabilidade de calor excessivo. D) radiação intensa e ostensiva. E) carga térmica. Comentário: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 32 Vamos direto à Frota e Schiffer! Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: Capítulo 5 - Climatização natural das edificações 5.1 Fontes de calor A previsão da carga térmica a ser gerada no interior do edifício é fundamental no que respeita às decisões de projeto referentes ao partido arquitetônico a ser adotado, sendo sempre função das exigências funcionais e humanas, para os diferentes tipos de clima. Em se tratando da carga térmica interna ao edifício, as fontes podem ser classificadas como: a) presença humana; b) sistemas de iluminação artificial; c) motores e equipamentos; d) processos industriais; e) calor solar. Nomenclatura e Unidades dos coeficientes e Variáveis Q = Carga térmica (W) Qe = Carga térmica produzida por pessoas (W) Qop = Carga térmica transmitida por material opaco (W) Qoc = Carga térmica produzida pela ocupação (W) Qtr = Carga térmica transmitida por material transparente (W) Q′vent = Carga térmica transmitida pela ventilação (W) Gabarito: alternativa E 12. (FGV – TJ/BA - 2014) 56 A inércia térmica exerce uma benéfica influência reguladora, ainda que num clima tropical. Analise as afirmativas referentes à inércia térmica apresentadas a seguir: I. Ambientes com uma inércia térmica apreciável, bem projetada e combinada com ventilação noturna, normalmente, trarão benefícios para os usuários. II. Quando a média diária da temperatura está perto do limiar de desconforto térmico, a inércia alta pode ser satisfatória se combinada com meios efetivos de dissipação de calor. III. As flutuações nas temperaturas internas podem ser amortecidas pela inércia térmica disponível dentro do edifício como uma função de seus materiais e acabamentos internos empregados. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 33 Está correto o que se afirma em: (A) somente I; (B) somente II; (C) somente III; (D) somente II e III; (E) I, II e III. Comentário: Todas corretas! De acordo com Brown e Decay (livro Sol, Vento & Luz), o esfriamento de uma edificação através da ventilação noturna de massas térmicas depende de um processo em duas etapas: 1. Durante o dia, quando a temperatura está elevada demais para a ventilação, as aberturas são fechadas e o calor excessivo é armazenado na massa da edificação. 2. À noite, quando a temperatura está mais baixa, permite-se que o ar externo circule pela edificação para remover o calor armazenado na massa. Para que isso ocorra, deverá haver massa suficiente para armazenar o calor e amplas aberturas para a ventilação noturna poder remover o calor armazenado. A inércia térmica deve ser utilizada de forma diferente em climas com grandes amplitudes térmicas (os quais teriam uma média diária da temperatura confortável) e em climas com pequenas amplitudes térmicas, com calor excessivo durante o dia e com um resfriamento noturno que não justifique a necessidade de aquecer o ambiente interno. No clima com grande amplitude térmica, a arquitetura deve possibilitar, durante o dia, temperaturas internas abaixo das externas e, durante a noite, acima. Logo, já passa a ser importante a transmissão do calor armazenado durante o dia para o interior da edificação. Segundo Frota e Schiffer, à inércia térmica estão associados dois fenômenos de grande significado para o comportamento térmico do edifício: o amortecimento e o atraso da onda de calor, devido ao aquecimento ou ao resfriamento dos materiais. A inércia térmica depende das características térmicas da envolvente e dos componentes construtivos internos. Para a avaliação da inércia térmica da construção, recorre-se ao conceito de superfície equivalente pesada — que é igual à somatória das áreas das superfícies de cada uma das paredes interiores, inclusive piso e teto, multiplicadas por um coeficiente que será função do peso da parede e da resistência térmica de seus revestimentos — em relação à área do piso do local. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 34 Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: 3.2.4 Influência da umidade relativa do ar A grande diferenciação que o grau de umidade relativa do ar acarreta nas condições climáticas de um local é quanto à amplitude da temperatura diária. Isto equivale a dizer que quanto mais seco for o clima, mais acentuadas serão suas temperaturas extremas (mínimas e máximas). Este fenômeno se dá em função de as partículas de água em suspensão no ar terem a capacidade de receber calor do Sol e se aquecerem. Quanto mais úmido estiver o ar, maior será a quantidade de água em suspensão. Essas partículas, além de se aquecerem pela radiação solar que recebem, também funcionam, de dia, como uma barreira da radiação solar que atinge o solo e, à noite, ao calor dissipado pelo solo. Nesse sentido, um solo em clima mais seco recebe mais radiação solar direta que em clima mais úmido. À noite, a temperatura do ar é mais baixa do que a do solo, e este, então, tenderá a entrar em equilíbrio térmico dissipando o calor armazenado durante o dia. Se o ar for úmido, aquelas partículas de água em suspensão que de dia armazenaram calor vão também devolver ao ar o calor retido, além de dificultar ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 35 a dissipação do calor do solo. Parte desse calor será devolvido na direção do solo, e a outra parte para a atmosfera. Assim, as temperaturas noturnas do ar vão resultar não muito diversas das diurnas. Em um clima quente seco, o solo pode perder, à noite, esse calor armazenado durante o dia com muito mais facilidade, pois não terá muitas partículas de água em suspensão agindo como barreira térmica. Do mesmo modo, o calor adicional transmitido por essas partículas de água no período noturno também não será significativo.Isto vai tornar, em climas secos, a temperatura diurna bastante afastada da noturna, ou seja, com uma grande amplitude térmica. 3.2.5 Clima quente seco: a Arquitetura e o Urbano As diferenças quanto à umidade relativa do ar vão requerer partidos arquitetônicos distintos em função da consequente variação da temperatura diária, a qual, basicamente, definirá as vantagens ou não da ventilação interna. Tomando-se como referência a amplitude climática de um clima seco, por exemplo, o da cidade de Brasília, onde a mínima (noturna) é de 15,4°C e a máxima (diurna) de 30,7°C, vê-se que, idealmente, a arquitetura nestes climas secos e quentes deveria possibilitar, durante o dia, temperaturas internas abaixo das externas e, durante a noite, acima. A ventilação não seria útil, pois o vento externo estaria, em um mesmo instante, ou mais frio ou mais quente que a temperatura do ar interno. Nesse sentido podem-se adotar partidos arquitetônicos que tenham, primordialmente, uma inércia elevada (vide capítulo 2), a qual acarretará grande amortecimento do calor recebido e um atraso significativo no número de horas que esse calor levará para atravessar os vedos da edificação. Assim, é possível obter-se um desempenho térmico tal do espaço construído, de modo que o calor que atravessa os vedos só atinja o interior da edificação à noite, quando a temperatura externa já esta em declínio acentuado. Por isto, parte do calor armazenado pelos materiais durante o dia será devolvido para fora, não penetrando na edificação. Outro fator a se considerar no projeto é o tamanho das aberturas. Já que não há conveniência de ventilação, pode-se ter pequenas aberturas, o que também facilitará a sua proteção de excessiva radiação solar direta. Quanto à proteção da radiação solar direta, é vantajoso terem-se soluções arquitetônicas onde as construções sejam as mais compactas possíveis, para possibilitar que menores superfícies fiquem expostas tanto à radiação quanto ao vento, que normalmente, em clima seco, traz também consigo poeira em suspensão. 3.2.6 Clima quente úmido: a Arquitetura e o Urbano Com relação ao clima quente úmido, decisões quanto ao partido arquitetônico relativo às edificações são bastante distintas das adotadas para o clima quente seco. Como a variação da temperatura noturna não é tão significativa, neste clima, que cause sensação de frio, mas suficiente para provocar alívio térmico, a ventilação noturna é bastante desejável. Devem-se, então, prever aberturas suficientemente grandes para permitir a ventilação nas horas do dia em que a temperatura externa está mais baixa que a interna. Do mesmo modo, devem-se proteger as aberturas da radiação solar direta, ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 36 mas não fazer destas proteções obstáculos aos ventos. No clima quente úmido as construções não devem ter uma inércia muito grande, pois isto dificulta a retirada do calor interno armazenado durante o dia, prejudicando o resfriamento da construção quando a temperatura externa noturna está mais agradável que internamente. Nesse sentido, deve-se prever uma inércia de média a leve, porém com elementos isolantes nos vedos, para impedir que grande parte do calor da radiação solar recebida pelos vedos atravesse a construção e gere calor interno em demasia. A cobertura deve seguir o mesmo tratamento dos vedos, isto é, ser de material com inércia média, mas com elementos isolantes, ou espaços de ar ventilados, os quais têm como característica retirar o calor que atravessa as telhas que, deste modo, não penetrará nos ambientes. Em climas úmidos, a vegetação não deve impedir a passagem dos ventos, o que dará limitações quanto à altura mínima das copas, de modo a produzirem sombra, mas não servir como barreiras à circulação do ar. Gabarito: alternativa E 13. (FGV – TJ/RO - 2015) 40 Sobre a ventilação por ação dos ventos, no âmbito do conforto ambiental, analise as afirmativas a seguir, considerando V para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s): ( ) As paredes expostas ao vento estarão sujeitas a pressões negativas, enquanto as paredes expostas ao vento e à superfície horizontal superior estarão sujeitas a pressões positivas. ( ) A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos ventos com relação a ele e a sua exposição às correntes de ar ou à proteção por outros obstáculos. ( ) Nas edificações situadas na área urbana, uma alteração previsível se refere à direção do vento, que não se mantém a nível intra-urbano, tendendo a seguir o traçado viário. A sequência correta é: (A) F – V – F; (B) F – V – V; (C) V – F – F; (D) V – V – F; (E) F – F – V. Comentário: (F) As paredes expostas ao vento estarão sujeitas a pressões positivas, enquanto as paredes não expostas ao vento e à superfície horizontal superior estarão sujeitas a pressões negativas. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 37 (V) Quanto mais perpendicular for a direção do vento em relação à fachada, mais pressão será exercida. (V) Correta. O ar, como fluido, “procura” os espaços vazios. Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: 5.2.3 Ventilação por “Ação dos Ventos” A diferença de pressão exercida sobre o edifício pode ser causada pela ação dos ventos. O vento, considerado aqui como o ar que se desloca paralelamente ao solo em movimento lamelar, ao encontrar um obstáculo — o edifício — sofre um desvio de seus filetes e, ultrapassando o obstáculo, tende a retomar o regime lamelar. Segundo ilustra a Figura 63, as paredes expostas ao vento estarão sujeitas a pressões positivas (sobrepressões), enquanto as paredes não expostas ao vento e à superfície horizontal superior estarão sujeitas a pressões negativas (subpressões). Essa situação proporciona condições de ventilação do ambiente pela abertura de vãos em paredes sujeitas a pressões positivas (sobrepressões) para entrada de ar e em paredes sujeitas a pressões negativas (subpressões) para saída de ar, segundo esquematizado na Figura 64. A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos ventos com relação ao edifício e do fato de estar exposto às correntes de ar ou protegido por outros edifícios ou qualquer obstáculo. A pressão exercida sobre um determinado ponto do edifício depende também da velocidade do vento e do seu ângulo de incidência. O fluxo da ventilação devido à ação dos ventos pode ser calculado por meio da seguinte expressão: ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 38 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 39 Ao lidar com edificações situadas na área urbana, o efeito da ação dos ventos pode ser pequeno em razão da proximidade entre as construções. Outra alteração previsível se refere à direção do vento, que não se mantém a nível intraurbano, tendendo a seguir o traçado viário. Na eventualidade de construções espaçadas, até mesmo por exigência climática (vide capítulo 3), o fator preponderante quanto à ação dos ventos é a determinação do sentido do fluxo de ar no interior das edificações. Obstáculos, produzidos por construções vizinhas, muros ou mesmo vegetação, podem inverter este sentido, modificando as pressões do ar sobre as superfícies externas, conforme Figura 65. As inversões de sentido do fluxo interno podem levar odores, vapores, etc. de cozinhas ou banheiros para o interior das edificações em vez de para o exterior. Gabarito: alternativa B 14. (FGV – P.M. Paulínia/SP – 2016) 41 Ao analisar a relação entre clima e urbanização, o arquitetodeve considerar os efeitos do clima em tal urbanização e, ao mesmo tempo, os efeitos desta sobre o clima. Com relação a esses efeitos, analise as afirmativas a seguir. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 40 I. A formação de uma “ilha de calor” dentro dos limites da cidade é atribuída estritamente à abundância de materiais como o asfalto e às próprias construções. II. A grande inércia térmica dos edifícios provoca a elevação da temperatura ambiental durante o dia e um aumento do resfriamento, que normalmente ocorre à noite. III. Os edifícios altos apresentam uma variedade de superfícies, que servem para reduzir a velocidade do vento, causando menor difusão do vapor e, consequentemente, maior umidade nas áreas urbanizadas com edifícios altos. Está correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) III, apenas. (D) I e II, apenas. (E) I, II e III. Comentário: I. Errada. “Detwyler (1974) trata das alterações climáticas provocadas pela urbanização. Segundo ele, as alterações são três: 1. mudança da superfície física da terra, pela densa construção e pavimentação, fazendo com que a superfície fique impermeável, aumentando sua capacidade térmica e rugosidade e, ao mesmo tempo, alterando o movimento do ar; 2. aumento da capacidade armazenadora de calor com a diminuição do albedo; 3. emissão de contaminantes, que aumentam as precipitações e modificam a transparência da atmosfera. Estas três alterações resultantes da urbanização, aliadas ao fluxo material de energia, produzem um balanço térmico especial nos centros urbanos, que é visível em muitas cidades: o domo urbano. Este domo contém uma circulação de ar típica, fazendo com que a cidade se pareça com uma ilha quente rodeada por um entorno mais frio. Daí o efeito ser conhecido como “ilhas de calor”.” Romero, “Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano” ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 41 Várias pesquisas demonstram que a ilha de calor urbana, dentre outros fatores, tem uma forte relação com a morfologia urbana, esta entendida como a combinação das formas construídas com o relevo e a paisagem natural (geomorfologia), ou com a forma resultante da ocupação urbana (Villas Boas, 1986). Entretanto, os efeitos das ilhas de calor podem ser mitigados por uma série de medidas, como: o uso de cores claras nas fachadas dos edifícios, aumentando a capacidade de reflexão da radiação e reduzindo as absorções de calor; o aumento da massa de vegetação com o plantio de árvores (com o cuidado de que essas não se tornem um impedimento para a ventilação urbana), entre outras (Gartland, 2008). O uso de concreto claro em vez de asfalto, por exemplo, aumenta a reflexão da radiação global incidente em aproximadamente 50%, reduzindo a quantidade de energia absorvida e posteriormente reemitida pelo material (Gartland, 2008). Indo mais além, transformações na configuração física da forma urbana, como a criação de espaços abertos, ou a inserção de edifícios novos, também guardam o potencial de melhorar a qualidade do clima urbano e, com isso, melhorar o desempenho ambiental dos edifícios. (Fonte: Edifício Ambiental - Joana Carla Soares Gonçalves, Klaus Bode) II. Errada. A inércia térmica faz com que o calor forte que incide durante o dia demore a entrar no interior da edificação, fazendo com que a temperatura interna fique mais fresca durante o dia e favorecendo o seu aquecimento durante à noite, quando a temperatura externa sofre grande queda. “Assim, verifica-se no vale das Casbás, onde o clima quente árido (pela proximidade do deserto do Saara ao Sul) solicita um tecido urbano compacto, para minimizar a exposição das superfícies à radiação solar direta, e para aproveitar a grande inércia térmica da massa das construções (barro e troncos de palmeira para as estruturas e piso) que retardam a passagem de calor durante o dia e deixam passar à noite o calor acumulado durante o dia.” Romero, “Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano” III. O gabarito da questão é que essa afirmativa é a única correta, sendo a alternativa (C). Porém, achei que faltaram dados suficientes para se chegar a essa conclusão. E, apesar de ter pesquisado várias bibliografias, não encontrei essa afirmativa. Logo, aproveito a questão para, abaixo, trazer várias informações de modo a enriquecer o conhecimento sobre o assunto. A velocidade do vento é afetada pela rugosidade da superfície e pela distância vertical acima da superfície, assim, quanto maior é o efeito do atrito, menor a velocidade. Quanto maior a altura do obstáculo, maior altura do gradiente de velocidade. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 42 A velocidade do vento aumenta com a altura, em função da redução do atrito conforme o fluxo de ar se distancia da superfície. A velocidade de deslocamento das massas de ar sobre a cidade é menor do que sobre a área rural. Isto se dá em função do incremento da rugosidade do solo, que modifica o movimento e a velocidade dos ventos, dando-lhes características próprias. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 43 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 44 A velocidade do vento também é alterada pela superfície das massas edificadas, a rugosidade nas cidades altera significativamente a forma de deslocamento das massas de ar, mudando o seu movimento natural – laminar (em lâmina), para um movimento turbilhonar, que se caracteriza por uma série de fluxos ascendentes e descendentes, rotacionais ou não rotacionais que, se corretamente utilizado, se introduz no interior da massa edificada, aumentando as perdas de calor por convecção das superfícies da massa edificada com a atmosfera. Quanto maiores os contrastes entre as alturas dos elementos da massa edificada, maior o turbilhonamento dos ventos; melhor ventilação se combinada com porosidade; maior a velocidade dos ventos em parte da massa edificada próxima dos volumes mais altos; e maiores as trocas térmicas com o ambiente atmosférico, ocasionando menores ganhos térmicos, consequentemente, menores temperaturas do ar”. (Oliveira,1988). A ventilação, com a renovação do ar, representa uma forma de retirada de calor do ambiente que abriga cargas térmicas significativas e pode resultar em consequente melhoria das condições térmicas, mas, também, pode ser responsável pela retirada de umidade, que pode ser desejável em climas quentes-úmidos, mas, em outros, não. Logo, temos que analisar a ventilação necessária para um melhor conforto térmico de acordo com as condições climáticas . O impacto dos edifícios altos vai depender de quão altos eles são, de quantos e quão distantes estão um do outro. Enquanto por um lado as paredes dos canyons podem representar barreiras para a ventilação urbana, por outro lado, a rugosidade da forma urbana criada pelas diferenças de altura entre edifícios próximos favorece a ventilação, trazendo benefícios para o conforto do pedestre (especialmente em cidades de clima quente), a ventilação natural no interior dos edifícios e, ainda, para a dispersão de poluentes do ambiente urbano (Givoni, 1998). Isso significa que, dependendo do clima local, determinadas características da forma urbana podem ser positivas para os microclimas urbanos. Por exemplo, situações de turbulência de vento ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br45 podem ser desejáveis em climas quentes, enquanto causam desconforto em climas mais frios. Segundo o Livro “Edifício Ambiental”: A inserção do edifício no terreno, incluindo o tratamento de sua base, são fatores cruciais para o impacto ambiental desse edifício sobre os espaços abertos do entorno imediato. Nesse sentido, pódios, pilotis, marquises e articulações da forma arquitetônica são algumas medidas estratégicas de projeto para aproximar o edifício da escala humana, enquanto oferecem proteção para o nível térreo contra o sol, a chuva e o vento. Pódios e pilotis tiveram um papel central na inserção urbana dos edifícios do apogeu do período modernista brasileiro (1930-1960). Como resposta às condições climáticas dos trópicos, espaços abertos no térreo foram projetados para serem protegidos pelo sol e pela chuva, enquanto permitem a passagem do vento ao redor dos edifícios. Logo, em decorrência de sua forma e altura, o edifício alto tem um grande potencial de modificar o microclima do entorno. Nesse sentido, os impactos mais relevantes são a projeção de sombras e a criação de turbulências de vento. Em se tratando do impacto específico na ventilação urbana, as diferenças de altura, somadas às distâncias entre os edifícios, definem o nível de rugosidade da forma urbana, que tem uma relação direta com os padrões de ventilação no ambiente urbano. De acordo com Givoni (1992), o posicionamento estratégico de edifícios altos, mantendo certa distância entre os mais altos, aumenta a rugosidade da forma urbana, acelerando os fluxos e criando turbulências ( Tab. 7.1 ). Nesses casos, a ventilação urbana pode ser melhorada de 35% a 70% em decorrência de variação de altura entre edifícios altos próximos (Ng, 2010). O potencial de dispersão da poluição no nível da rua em função da ventilação urbana é outra vantagem associada ao impacto dos edifícios altos, em centros urbanos congestionados. Voltando às particularidades do clima quente-úmido, o incremento da ventilação urbana é favorável ao conforto térmico em espaços abertos. No entanto, deve ser destacado que as vantagens do impacto ambiental dos edifícios altos no ambiente urbano, mais especificamente no conforto térmico do pedestre, não podem ser generalizadas, estando atreladas às características do clima local. Enquanto sombras e ventos são favoráveis para o conforto térmico em lugares de clima quente e úmido, os mesmos efeitos são desfavoráveis nos climas mais frios. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 46 ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 47 Para finalizar, segue Romero em “Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano”: Para a morfologia do tecido urbano, os princípios foram elaborados levando-se em conta a forma, a radiação, a ventilação, os lotes, o tamanho dos espaços públicos e as ruas. Nas regiões de clima quente-seco, a forma deve ser compacta, a radiação evitada com a exposição mínima de superfícies à radiação solar, a ventilação minimizada, uma vez que carrega ar aquecido, e a forma dos lotes estreita e longa. Os espaços públicos devem ser pequenos, sombreados e com presença de água. As ruas devem ser estreitas e ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 48 curtas e a vegetação deve comparecer em maior proporção nos espaços privados. Nas regiões de clima quente-úmido, a forma deve ser aberta, sombreada, a excessiva radiação evitada, em especial a difusa, através da utilização de materiais pouco refletivos, a ventilação favorecida em todos os ambientes e a forma dos lotes mais larga do que comprida, a fim de aproveitar ao máximo a ventilação conduzida pelas ruas. Os espaços públicos não devem ser de grandes dimensões, já que a sombra é um elemento fundamental. As ruas curtas e com um lado que dê sombra. A umidade deve ser reduzida através da abertura de espaços e a vegetação não deve interferir com a ventilação. Vamos ao Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota e Sueli Ramos Schiffer: 3.2 Adequação da arquitetura aos climas 3.2.2 Clima urbano Uma aglomeração urbana não apresenta, necessariamente, as mesmas condições climáticas relativas ao macroclima regional na qual está inserida. Estas alterações estão diretamente relacionadas com o tamanho e setores predominantes de atividade do núcleo urbano e podem ser dimensionadas através de avaliação comparativa com o clima do campo circunvizinho. As modificações climáticas podem ser tais que as áreas urbanas, notadamente as maiores, resultem em verdadeiras Ilhas de Calor. Tais ilhas de calor, basicamente, são geradas a partir das modificações impostas à drenagem do solo, notadamente pelo seu revestimento por superfície de concreto e asfalto. Além desse fator, as cidades também são produtoras de calor. Nelas se instalam grandes quantidades de equipamentos termoelétricos e de combustão para a produção de mercadorias e transportes de pessoas e cargas. Interferem, ainda, as verdadeiras massas de edificação que modificam o curso natural dos ventos, prejudicando a ventilação natural no interior do núcleo. Além disso, a poluição gerada em um meio urbano modifica as condições do ar quanto a sua composição química e odores. A quantidade de radiação solar recebida pelas diversas edificações inseridas numa cidade vai variar com relação às posições das edificações vizinhas, as quais podem constituir barreiras umas às outras ao sol e ao vento. Por outro lado, as condições para que ocorra precipitação em forma de chuva são favorecidas no núcleo urbano devido às partículas sólidas em suspensão no ar, que contribuem para a aglutinação das partículas de água que formarão a gota de chuva. Gabarito: alternativa C 15. (FGV – SUSAM/AM - 2014) 46 No tocante à ventilação natural, assinale a opção que indica um efeito das aberturas sob as edificações. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 49 (A) Os espaços abertos sob o edifício direcionam mais o fluxo de ar quando orientados face à direção do vento. (B) Quanto maior é a altura dos pilotis, menor é o efeito da zona de baixa pressão ou sucção. (C) A saída de ar do espaço sob o edifício se faz na forma de jato localizado, quando os orifícios de saída são grandes em relação aos de entrada. (D) O aumento do efeito de sucção provoca desconforto ao usuário nos climas quente‐úmidos, pois impede a ventilação do entorno do edifício. (E) O efeito das aberturas sob as edificações tornou‐se secundário em relação à ação da maior zona de baixa pressão, devido ao aumento da altura e do comprimento da edificação. Comentário: Segundo Lamberts, Le Corbusier, com a utilização de pilotis, permitia à arquitetura descolar-se do solo, incrementando a permeabilidade à circulação de pedestres e à ventilação no térreo. Analisando a figura abaixo, podemos perceber que os espaços abertos sob o edifício direcionam mais o fluxo de ar quando orientados face à direção do vento. Logo, a alternativa (A) é a correta. Agora, vamos analisar as outras alternativas! (B) Quanto maior é a altura dos pilotis, maior é o efeito da zona de baixa pressão (ou sucção). (C) A saída de ar do espaço sob o edifício se faz sob a forma de jato localizado quando os orifícios de saída são pequenos em relação aos de entrada. ARQUITETURA PARA CONCURSOS TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS Profa. Moema Machado – Aula 09 (parte 2) Profa. Moema Machado www.estrategiaconcursos.com.br 50 (D) Quanto maior é a altura dos pilotis, maior é o efeito da zona de baixa pressão (ou sucção). No inverno do clima composto, provoca desconforto ao usuário,
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